UMA ABORDAGEM SOBRE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA INSERIDA NO ESTUDO DE REAÇÕES QUÍMICAS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE DUAS ESCOLAS DE SERGIPE
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- Thomaz Ximenes do Amaral
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1 UMA ABORDAGEM SOBRE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA INSERIDA NO ESTUDO DE REAÇÕES QUÍMICAS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE DUAS ESCOLAS DE SERGIPE Resumo SANTOS, Aline de Oliveira 1 - UFS SANTOS, Antonio Hamilton dos 2 - UFS SANTOS, Hélio Magno Nascimento dos 3 - UFS OLIVEIRA, Maraisa Santos 4 - UFS Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas Agência Financiadora: não contou com financiamento A poluição atmosférica pode ser definida como a presença de um ou mais contaminantes lançados no ar atmosférico e atribuída principalmente à queima de combustíveis fósseis cujos principais poluentes no ar são os compostos de enxofre, carbono, nitrogênio e ozônio. E dentre estes, o nitrogênio existe em maior proporção. Esses poluentes são classificados em primários, que são emitidos diretamente na natureza, pela ação do homem, ou pela própria natureza na forma de pólens, poros, bactérias; e o componente secundário originários de reações químicas entre àquelas emissões e gases lançados no ar. Os contaminantes atmosféricos podem ser encontrados sob formas de partículas em suspensão, líquido e gasoso. As principais fontes de poluição atribuída a ação do homem são recorrentes das queimadas de florestas e também da combustão incompleta de combustíveis que ocorrem nos mais variados meios de transporte. Os compostos químicos mais comuns lançados na atmosfera são óxido de enxofre, monóxido e dióxido de carbono, dióxido nítrico e de nitrogênio, e ozônio. Sendo que o dióxido de carbono é o principal gás causador da chuva ácida. O estudo em questão tem 1 Mestranda em Ensino de Ciências e Matemática(NPGECIMA) pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Graduação em Química Licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe. liliefla@bol.com.br. 2 Licenciado em Química/UFS, Especialista em Gestão e Educação/Faculdade Pio Décimo; Mestrando NPGECIMA/UFS, Professor da Educação Básica Secretaria de Estado da Educação Sergipe. hamilttonn@yahoo.com.br. 3 Licenciado em Química pela Universidade Federal de Sergipe; Especialista em Metodologias de Ensino para Educação Básica/UFS; Mestrando NPGECIMA/UFS; Bolsista de mestrado/capes; voluntário do Projeto Desempenho Escolar Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar do Observatório de Educação da CAPES/UFS. helioufs@hotmail.com. 4 Mestranda em Ensino de Ciências e Matemática (NPGECIMA) Universidade Federal de Sergipe, Pedagoga, Pós-graduada em Língua Portuguesa, Professora Titular do Ensino Fundamental da Prefeitura Municipal de Gararu/SE. Professora Formadora (vínculo contrato) do IFS ( Instituto Federal de Sergipe) mara_soli@hotmail.com.
2 16819 como objetivo realizar uma abordagem sobre o tema poluição atmosférica relacionando-o ao conteúdo de reações químicas em duas turmas do 9 o ano do Ensino Fundamental de duas escolas do Estado de Sergipe, sendo uma escola da rede particular e outra municipal. Após aplicação do trabalho, obtiveram-se resultados satisfatórios uma vez que os alunos compreenderam e assimilaram positivamente o aprendizado, além da mobilização dos educadores na escolha de um tema inserido no cotidiano do aluno e em toda a sociedade. Palavras-chave: Poluição atmosférica. Poluentes. Reações químicas. Introdução A poluição atmosférica é um problema que vem se agravando continuamente desde o início do século XXI e intensificando-se no dia-a-dia, raramente notícias sobre essa questão passam despercebidas pela mídia. Em alguns aspectos, esse assunto é um problema de toda a sociedade, resultante de processos de difusão e mistura gasosa na atmosfera e relacionando-se com as propriedades gerais dos gases (CARDOSO e FRANCO, 2002). Se compararmos a qualidade do ar da era pré-industrial e o que respiramos hoje, especialmente nas grandes metrópoles, deparamo-nos com uma imensa e absurda diferença. E, apesar do grande avanço tecnológico desenvolvido nas últimas décadas, as chaminés de nossas fábricas (que produzem bens e serviços altamente avançados no sentido de melhorar nossa qualidade de vida), os escapes de nossos automóveis e aviões, as queimadas de coberturas vegetais, naturais ou plantadas, e outras fontes, continuam a lançar na atmosfera grandes quantidades de espécies químicas gasosas e particuladas. A poluição atmosférica pode ser definida como a presença de um ou mais contaminantes colocados no ambiente natural ou o resultado de atividades degradantes do homem em quantidades que possam acarretar prejuízos a todo o ecossistema (GALVÃO FILHO, 1989). Toda a humanidade, bem como a flora e a fauna do planeta, vivem em contato direto com o ar, adaptadas aos componentes dos gases que compõem a atmosfera e a taxa com que eles ocorrem, sendo que o nitrogênio é encontrado no ar atmosférico em maior proporção (78,09%) em relação aos outros gases, como o oxigênio, o gás carbônico, e até mesmo os gases nobres. Assim duas alterações são consideradas prejudiciais e constituem-se como poluição do ar que são: as alterações nas taxas de componentes normais (aqueles sempre encontrados no ar), e a liberação de substâncias estranhas na atmosfera. Há inúmeras fontes de poluição atmosférica que estão sob o controle direto do homem e delas decorrem um determinado tipo de poluente. Apesar da importância do conhecimento
3 16820 sobre os poluentes atmosféricos, inclusive em áreas urbanas existem poucos estudos relacionados a esse problema no Brasil (BRICKUS e AQUINO, 1999). Os poluentes produzidos pelo homem são classificados como poluentes primários (emitidos direto na atmosfera) ou secundários (originários das reações de emissões diretas e componentes liberados no ar). Os poluentes do ar são também produzidos pela natureza, como pólens, poros, bactérias, sal marinho, gases, materiais oriundos de erupções vulcânicas e fumaça da queima de florestas. Segundo Galvão Filho (1989), os poluentes do ar ainda são divididos em três grupos: Particulados, formados por suspensões de partículas sólidas, existentes em grandes quantidades; gasosos e líquidos, suas formas menos comuns. Neste trabalho, nos detemos ao poluente do tipo gasoso, por esta ser a forma mais acentuada de poluição atmosférica. Podemos citar algumas fontes de poluentes do ar, originados principalmente da combustão incompleta de combustíveis fósseis. Em relação aos processos de combustão, a poluição do ar é causada por vaporização (a mudança do líquido para o estado gasoso), combustão de materiais residuais, reações químicas na atmosfera envolvendo poluentes primários formando poluentes secundários, e numa menor quantidade, as fontes naturais tais como a polinização e os vulcões. As principais fontes de poluição do ar atribuída às ações do homem estão relacionadas às queimadas desordenadas de florestas, como exemplo do episódio de queimada ocorrido no Sudeste Asiático excedeu o padrão estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para partículas em suspensão menores que 10µm (PM10), atingindo 70µg/m 3 para uma média de 24 horas, em 54 dias durante o período de 1 de fevereiro a 30 de abril de Também há ocorrência de queimadas nos canaviais, e indústrias que liberam poluentes resultantes de seu tipo específico de atividade e principalmente os meios de transporte, uma vez que a maior parte de contaminantes lançados no ar advém dos automóveis, ônibus, caminhões, aviões, navios, e outros. Sendo que, em muitos casos ligados a indústria e aos transportes o problema da poluição é decorrente da falta de manutenção dos aparelhos e veículos, pois liberam uma considerável quantidade de partículas poluentes no ambiente atmosférico. Nesse sentido, colocamos que as indústrias e laboratórios mecânicos em todo o mundo - inclusive no Brasil - vêm investindo grandes somas no aperfeiçoamento de motores não poluidores. Os estudos visam sobretudo os sistemas de queima do combustível, procurando obter a melhor mistura ar-combustível e a temperatura ideal de combustão, para que seja a mais completa possível.
4 16821 Além disso, procura-se fazer com que os gases emitidos voltem às áreas de combustão, para queima total de resíduos, e finalmente, passem por filtros contendo catalisadores, substâncias que provocam reações químicas que anulam a presença de aldeídos ou monóxido de carbono. Entretanto, não é só a combustão que gera produtos gasosos e poeiras lançadas na atmosfera. Inúmeras outras reações químicas que ocorrem durante os processos industriais produzem tóxicos perigosos, como o benzeno, os cianetos, os fluoretos e outros compostos que vão se misturar à atmosfera. Processos mecânicos, como a trituração de rochas fosfáticas, desprendem enormes quantidades de poeira, muitas vezes contendo substâncias tóxicas, como o flúor. As soluções para esses problemas, a cargo das indústrias, consistem principalmente no uso de fontes de calor não poluidoras, como os fornos elétricos; emprego de combustíveis com baixo teor de enxofre, como o petróleo nacional ou o gás natural; uso de chaminés altas, o que permite maior e mais rápida diluição dos poluentes no ar e adoção de sistemas de tratamento de gases e poeira, como os sistemas eletrostáticos, os filtros e os sistemas de lavagem de poeira. As fontes de poluição citadas anteriormente são responsáveis pela emissão dos principais gases poluentes, formados por enxofre, carbono, nitrogênio e oxigênio que são os compostos de: a) Óxidos de enxofre (SOx): provenientes da combustão de substâncias que contenham enxofre, afetam o sistema respiratório, causam danos aos vegetais, as estruturas artísticas e arquitetônicas, e principalmente à saúde dos seres vivos (CARDOSO e FRANCO, 2002). A forma mais frequente de observação dos danos causados por estes gases é a chuva ácida. A primeira ocorrência noticiada sobre chuva ácida foi em Manchester, na Inglaterra, num importante centro de produção durante a Revolução Industrial. A chuva ácida atinge muitos monumentos artísticos, também destrói plantações e mata peixes de rios e lagos. Ela nem sempre cai onde foi gerada - impulsionada pelo vento, pode deslocar-se por grandes distâncias das fontes poluidoras. A viagem dos poluentes explica, por exemplo, o fato de as paradisíacas ilhas Bermudas, a 960 km da costa atlântica dos Estados Unidos, enfrentarem hoje chuvas tão ácidas quanto as que ocorrem sobre os países industrializados. b) Monóxido e dióxido de carbono (CO e CO 2 ) o monóxido de carbono é tóxico, resultado da combustão incompleta de combustíveis provenientes de escape de veículos, e de processos industriais. O dióxido de carbono é o principal causador do efeito estufa e ocorre
5 16822 quando certos gases - principalmente CO 2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) e vapor d água provocam o aquecimento da superfície do planeta. Estes gases permitem que a luz do sol atinja a superfície (são transparentes), mas interceptam e enviam de volta parte da radiação infravermelha (calor) que a Terra irradia para o espaço. E as consequências desse efeito para o meio ambiente são desastrosas como enchentes, secas, tempestades violentas e ondas de calor (GOLDEMBERG e VILLANUEVA, 2003). Araújo et al. (1999) apresentam estimativa de emissão de monóxido de carbono (CO) e de dióxido de carbono (CO 2 ) para queimada e pós-queimada obtida na devastação da floresta tropical na região amazônica no estado do Pará, por experimento em área virgem de três hectares, que foi cortada e deixada secar por três meses. A pós-queima foi feita 30 dias após a queimada principal. c) Dióxido nítrico e dióxido de nitrogênio o óxido nítrico é um gás relativamente não perigoso e produto da queima de combustível a altas temperaturas; mas ele pode reagir com átomos de oxigênio formando o dióxido de nitrogênio. Este é um dos principais componentes da chuva ácida sendo gerado de fontes estacionárias na indústria, na geração de energia, e também provenientes dos veículos automotores. d) Ozônio (O 3 ) ocorre na atmosfera naturalmente, mas também pode ser formado por reações químicas envolvendo os óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, na presença de luz solar, próximo da superfície da Terra. Existem três fontes naturais de ozônio, porém, a principal delas está na estratosfera, onde a produção de ozônio ocorre com a reação fotoquímica da luz ultravioleta com oxigênio (GALVÃO FILHO, 1989). A camada de ozônio - que funciona como filtro dos raios ultravioletas - formou-se há milhões de anos. As moléculas de oxigênio (O 2 ) ao absorverem as radiações ultravioleta se dissolvem liberando os dois átomos de oxigênio. Esses átomos livres colidem com as moléculas de O 2 formando ozônio (O 3 ). Muito instável, o ozônio pode ser facilmente dissociado por raios ultravioletas em moléculas de O 2 e átomos livres de oxigênio. É esse precário equilíbrio entre a formação e a dissociação de ozônio que está sendo rompido de forma acelerada por produtos lançados pelo homem na atmosfera. Reações decorrentes dos altos níveis de ozônio produzem efeitos na função respiratória de crianças e de adultos, aumento na frequência de ataques de asma, irritação dos olhos, redução do desempenho de atletas, stress adicional em pacientes com doenças pulmonares obstrutivas crônicas, inflamação dos pulmões. Pesquisa realizada por Radojevic
6 16823 & Hassan (1999), registrou concentrações horárias de ozônio num período de névoa causada por queimada que variaram de 5,1 a 99,9µg/m 3, com média de 63,3µg/m 3 no período de 1º de fevereiro a 30 de abril de Esses dados levaram os autores a afirmar que, apesar do ozônio ser produzido em incêndios florestais em diferentes quantidades, suas concentrações durante esses episódios aparentemente não apresentam riscos à saúde pública. Desta forma, o trabalho em questão apresenta-se como uma importante ferramenta de pesquisa na área da educação básica em ensino de ciências, visto que, busca estimular nos educadores, uma visão abrangente sobre o ensino dos conteúdos científicos, inserindo no contexto da sala de aula, informações e situações decorrentes na sociedade, que requer uma conscientização por parte dos alunos sobre possíveis problemas causados ao meio ambiente e a saúde do homem. Como este assunto é presente na vivência dos discentes, estes terão condições de se posicionar no sentido de buscar soluções que venham extinguir ou diminuir as consequências de atividades humanas responsáveis pela emissão de um maior número de contaminantes na atmosfera. Partindo da situação exposta, este trabalho tem como objetivo, apresentar um estudo acerca do tema poluição atmosférica, relacionando-o com o ensino de reações químicas através das ações pedagógicas com alunos do 9 o ano do Ensino Fundamental em duas escolas de instâncias diferentes do Estado de Sergipe, focalizando o conhecimento do assunto e inserindo a situação preocupante em que se encontra o planeta, discutindo sobre seus principais poluentes, causas, consequências e importância para o cotidiano dos alunos. Material e Métodos Área de Estudo O estado de Sergipe possui uma área de ,348 km 2 e aproximadamente dois milhões de habitantes ( ), onde 60% vivem no interior e ainda caracteriza-se por um baixo índice de desenvolvimento educacional (IBGE, 2011). O Ensino Fundamental possui alunos matriculados em 2012, em que destes representam alunos de escolas da Rede Pública Estadual de Ensino, e alunos da Rede Particular e Municipal matriculados neste nível de ensino.
7 16824 A Coleta e Análise dos Dados O trabalho caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, uma vez que, refletindo sobre o trabalho de André (2001), trataremos o objeto de estudo, considerando todos os componentes que nele interferem e que consequentemente interagem, não nos limitando, portanto, a esquema quantitativista de pesquisa que divide a realidade em unidades passíveis de mensuração, estudando-as isoladamente. Porém, não isenta a utilização de instrumentos/estratégias de cunho quantitativo, vez que a utilização de tais ferramentas poderá contribuir para uma leitura melhor do fenômeno em estudo. A pesquisa foi realizada no período de 10 de setembro de 2012 a 20 de setembro de 2012, em duas turmas do 9º Ano, sendo que uma da Rede Pública Estadual do município de Japaratuba e outra da Rede Particular de Ensino do município de Aracaju, caracterizando as esferas de ensino no interior e na capital. O sujeito do estudo foi o corpo discente escolar, envolvendo 80 alunos, sendo que 45 residem no interior e estudam em escola pública do estado e 35 residentes na capital estudam em escola particular. O procedimento norteador foi à aplicação de um questionário a cerca do conhecimento que os estudantes têm a respeito da poluição atmosférica, suas causas, consequências, e relação com as reações químicas. A avaliação das respostas obtidas através do questionário foi tabulada, organizadas e analisadas. No sentido de envolver o leitor no contexto em que a pesquisa foi realizada, seguem duas fotos (Figuras 1 e 2) dos alunos sujeitos da pesquisa em sala de aula, no momento em que foi aplicado o questionário, proporcionando uma visão clara do cotidiano dos mesmos, além de mostrar uma homogeneidade no que se refere às faixas etárias de idade, fator este que permite identificarmos na análise das respostas, aspectos específicos da região em que vivem sem interferências de fatores contemporâneos a outros grupos de sujeitos.
8 16825 Figura 1: Explicação sobre o questionário aplicado (alunos da rede pública). Fonte: Fotografado pela primeira autora deste trabalho. Resultados e Discussões Figura 2: Alunos da Escola da Rede particular de Aracaju Fonte: Fotografado pela primeira autora deste trabalho. A partir das análises dos resultados obtidos, serão apresentados seus resultados incluindo algumas discussões pertinentes ao tema em questão. É interessante ressaltar na temática apresentada, que a poluição atmosférica decorre inclusive de fontes voltadas ao fornecimento de energia, que com o aumento da população mundial, está intensificando ainda mais a liberação na atmosfera de uma grande quantidade de substâncias nocivas ao planeta.
9 16826 Um exemplo desse fato já abordado neste trabalho é a chuva ácida resultante da emissão de gases poluentes na atmosfera, destacando-se o ácido fluorídrico, dióxido de enxofre (SO 2 ) e os óxidos de nitrogênio como: o monóxido de nitrogênio, o dióxido de nitrogênio e pentóxido de nitrogênio respectivamente (NO, NO 2, N 2 O 5 ), em razão do desenvolvimento das indústrias, que desenvolvem atividades necessárias à produção de energia e diversos outros produtos utilizados pela sociedade. É importante esclarecer que o dióxido de nitrogênio e o pentóxido de nitrogênio (NO 2 e N 2 O 5 ) são os gases formadores de ácidos fortes emitidos na atmosfera pela ação antropogênica, os quais reagem com a água da chuva produzindo ácido sulfúrico e ácido nítrico, reações representada pelas equações 1 e 2 (ABIKO e MORAES, 2009). Equação 1: Chuva ácida causada pela queima de combustíveis que contém enxofre como impureza (gasolina e óleo diesel). S + O 2 SO 2 SO 2 + ½ O 2 SO 3 SO 2 + H 2 O H 2 SO 3 SO 3 + H 2 O H 2 SO 4 Equação 2: Chuva ácida causada pelos óxidos de nitrogênio (NO x ). N 2 + 2O 2 2NO 2 2NO 2 + H 2 O HNO 2 + HNO 3 As reações químicas são representadas por equações químicas, envolvendo reagentes e produtos, que, por sua vez, são representados por fórmulas. Podendo ser classificadas em: Síntese ou Adição, quando duas ou mais substâncias originam um único produto; Análise ou Decomposição, caracterizada da formação de dois ou mais produtos a partir de uma única substância; Simples troca ou Deslocamento cujo produto é uma nova sustância simples com uma composta; e por fim, reação de Dupla-troca, caracterizada pela reação de duas substâncias compostas, originando duas novas substâncias compostas (USBERCO e SALVADOR, 1996). A análise da temática do trabalho foi oportunizada com base na relação de comparação entre as respostas colocadas pelos 80 alunos. Através dos resultados obtidos, constatou-se que dentre os 80 alunos avaliados, todos entendem o que seja poluição atmosférica. Ficando claro que tal conhecimento foi adquirido em sala de aula e também em situações vivenciadas no cotidiano.
10 16827 Foi questionado aos mesmos, se teriam condições de identificar algum tipo de poluição no meio em que vivem. Observando-se nas respostas que 70 alunos afirmaram que sim, entre os quais 42 residentes no interior, e 28 residentes na capital. Foi constatado que os discentes conseguem com êxito relacionar os diversos tipos de poluição, e suas consequências com a saúde do homem e o meio ambiente, onde se observou que dos 76 alunos que responderam esta questão 43 alunos são do interior e 33 alunos da capital. Fazendo uma reflexão sobre o item que relaciona poluição, saúde e meio ambiente, é importante destacar nas respostas dos alunos, o fato de conseguirem associar as possíveis consequências que determinadas ações humanas causam no decorrer do desenvolvimento tecnológico e industrial, pois, é trabalhando esta questão com os jovens e adolescentes que conseguiremos conscientizar a sociedade sobre sua responsabilidade com o planeta e com ela própria, já que somos dependentes da natureza e a destruição da mesma implica em sérios problemas aos seres vivos em geral. Em relação à proporção direta do aumento da população e o nível de poluição atmosférica, 67,2% dos 45 alunos residentes no interior do estado, afirmaram desconhecer esta relação, não tendo condições de se posicionar sobre o assunto, em contrapartida, 87% dos 35 alunos da escola situada na capital, responderam positivamente, tendo noção de que o aumento populacional colabora para que haja um aumento. Por exemplo, da produção de lixo, aumento da produção industrial o que gera consequentemente poluição nas mais diversas áreas. No item sobre definição de reações químicas, ficou constatado que grande parte dos sujeitos da pesquisa, ou seja, tanto os alunos do interior quanto os alunos da capital tem noção das definições conceituais, embora se observasse que 55% dos 45 discentes que moram no interior são informados sobre a ocorrência de reações químicas através de determinadas circunstâncias, que eventualmente ocorrem na sua região, servindo como ponto de discussão de determinado assunto em sala de aula pelo professor. No que se refere ao tema discutido no parágrafo anterior, observa-se que 75% dos 35 alunos da escola situada na capital do estado, conhecem ou tem uma noção clara da situação, em virtude dos diversos acontecimentos do cotidiano de quem vive numa cidade maior e que, portanto, possui indústrias favorecendo a abordagem de determinados assuntos pelo professor com maior frequência.
11 16828 Na questão que discorre sobre representação de reações por equações químicas, 40 dos 45 alunos estudantes da escola situada no interior, afirmaram ter conhecimento sobre a maneira como representar uma equação química, em conformidade com os alunos do interior, 33 dos 35 alunos estudantes da capital apresentaram respostas semelhantes, demonstrando neste aspecto que independente da localidade em que vivem o conceito teórico é abordado de uma mesma forma. Ao questioná-los sobre os gases dispersos no ar que respiramos e as proporções, os discentes demonstraram em suas respostas desconhecer o gás com maior quantidade na atmosfera, pois, apenas 3 dos 45 alunos do interior responderam correto, como também apenas 7 dos 35 alunos da capital conheciam esta proporção. Tal observação nos remete a questionar sobre quais informações são priorizadas durante o ensino de ciências, visto que, se observa o desconhecimento por parte dos educandos de assuntos considerados básicos para determinada serie de ensino. Na pergunta referente ao conhecimento da classificação das reações químicas, os alunos das duas escolas afirmaram conhecer esta classificação, sendo que, observou-se uma considerável diferença entre os alunos da capital e do interior, pois, 25 dos 35 alunos da capital souberam diferenciar as reações, já os alunos do interior apenas 15 dos 45 alunos conseguiram êxito nas respostas, demonstrando que o fato de conseguirem representar uma reação como abordado na questão discutida anteriormente, não significa dizer que conhecem as reações especificamente. Ao final da pesquisa, a maioria dos discentes considerou positiva a ideia de abordar o conteúdo reações químicas, relacionando-o com o tema poluição atmosférica, possibilitando aos mesmos discutir sobre algo de seu cotidiano e ao mesmo tema aprender os conceitos científicos tornando o momento de sala de aula proveitoso para sua vida em sociedade. Conclusão Ao investigar o processo de ensino de ciências na educação básica, percebe-se a importância que este ato exerce no desenvolvimento do processo educacional, visto que, a evolução do trabalho pedagógico exige por parte dos educadores e demais profissionais inseridos neste sistema, uma visão ampla sobre os acontecimentos que ocorrem no cotidiano dos alunos, e também se faz necessário trazer como temas de discussão para sala de aula, os
12 16829 problemas de ordem social que afetam o meio ambiente e seus recursos, relacionando-os com os conteúdos científicos trabalhados nas diversas disciplinas. REFERÊNCIAS ABIKO, A.; MORAES, O. B. Desenvolvimento urbano sustentável. Texto Técnico Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2009, ISSN ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: buscando rigor e qualidade. Cadernos de Pesquisas, n.113, Julho/2001. ARAÚJO, T. M. et al. A tropical rainforest experiment by biomass burning in the state of Pará, Brazil. Atmospheric Environment 33, , BRICKUS, L. S. R.; AQUINO, N. F. R. A qualidade do ar de interiores e a química. Química Nova na Escola, CARDOSO, A. A.; FRANCO, A. Algumas Reações do Enxofre de Importância Ambiental. Química Nova na Escola, GALVÃO FILHO, J. B. Poluição do Ar. Aspectos Técnicos e Econômicos do Meio Ambiente. Brasília, GOLDEMBERG, J.; VILLANUEVA, L. D. Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. 2. ed. São Paulo: EDUSP, IBGE. Ensino: matrículas, docentes e rede escolar Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo Educacional Disponível em: < Acessado em: 10 set RADOJEVIC, M. & HASSAN, H. Air quality in Brunei Darussalam during the 1998 haze episode. Atmospheric Environment, v. 33, n. 22, p , USBERCO, J.; SALVADOR E. Química. 6. ed. São Paulo: Saraiva,1996.
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