DIREITO AMBIENTAL LEGISLAÇÃO E NOTÍCIAS NO ÂMBITO FEDERAL NESTA EDIÇÃO
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- Neusa Farias da Conceição
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1 DIREITO AMBIENTAL NESTA EDIÇÃO Decreto Federal n 6.848/09 Resolução CONAMA n 406, de 02 de fevereiro de 2009 Resolução Normativa CTNBio nº 08/09 Instrução Normativa IBAMA nº 14/09 Instrução Normativa IBAMA nº 05/ Portaria IBAMA nº 11/09 BACEN formaliza adesão ao Protocolo Verde Resolução CIMGC nº 9/09 Instrução Normativa IBAMA nº 07/09 Resolução SMA nº 30, de 14 de maio de 2009 Lei Municipal nº , de 05 de junho de 2009 Lei Estadual nº , de 08 de maio de 2009 CETESB atualiza sua lista de áreas contaminadas Lei Estadual nº 5.438, de 17 de abril de 2009 LEGISLAÇÃO E NOTÍCIAS NO ÂMBITO FEDERAL Decreto Federal n 6.848/09: novo regulamento para a Compensação Ambiental O Decreto Federal n 6.848, de 14 de maio de 2009, alterou e acrescentou dispositivos ao Decreto Federal n 4.340, de 22 de agosto de 2002, que regulamenta artigos da Lei Federal n 9.985, de 18 de julho de 2000 lei que, por sua vez, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC. Dessa forma, o Decreto Federal n 6.848/09 regulamentou a Compensação Ambiental prevista no artigo 36 da referida Lei Federal, tendo em vista a decisão do Supremo Tribunal Federal STF de abril de 2008, no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade n O STF julgou parcialmente procedente o pedido relacionado ao referido dispositivo ao declarar a inconstitucionalidade das expressões não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos na implantação de empreendimento e o percentual, constantes do parágrafo 1º, do artigo 36, da Lei Federal n 9985/00. Dessa forma, o valor da Compensação Ambiental não pode estar vinculado aos custos para implantação do empreendimento. Ainda, eliminou-se o percentual de 0,5% fixado como piso no mencionado dispositivo. Após tal decisão, o Decreto Federal n 6.848/09 estabeleceu uma metodologia de cálculo da Compensação Ambiental, incumbindo ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA a fixação do grau de impacto do empreendimento a partir do Estudo Prévio de Impacto Ambiental e respectivo Relatório Prévio de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, sendo considerados, contudo, apenas os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente. Embora inclua como variável o somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, a nova fórmula para o cálculo da Compensação Ambiental exclui os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais. 1 Além disso, a nova fórmula prevê que o grau de impacto nos ecossistemas, variável também considerada no cálculo, só pode atingir valores de até 0,5%, sendo este o novo teto da Compensação Ambiental no país.
2 Por fim, cumpre salientar que o Decreto Federal n 6.848/09 estabeleceu que, nos processos de licenciamento ambiental já iniciados na data de sua publicação - 15 de maio de em que haja necessidade de complementação de informações para fins de aplicação da nova metodologia, as providências para o cálculo da Compensação Ambiental deverão ser adotadas, sem prejuízo da emissão das licenças ambientais e suas eventuais renovações. Resolução CONAMA n 406, de 02 de fevereiro de 2009: parâmetros técnicos para Planos de Manejo Florestal Sustentável O Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA publicou a Resolução n 406, de 02 de fevereiro de 2009, que estabelece parâmetros técnicos a serem adotados na elaboração, apresentação, avaliação técnica e execução de Plano de Manejo Florestal Sustentável PMFS com fins madeireiros, para florestas nativas e suas formas de sucessão no Bioma Amazônia. Tal Resolução, contudo, não se aplica às florestas plantadas, de espécies nativas ou exóticas. A elaboração da Resolução CONAMA n 406/09 foi necessária devido à publicação da Lei Federal n , de 02 de março de 2006, que descentralizou a competência de gestão florestal e análise de planos de manejo aos órgãos ambientais estaduais, integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA. Dessa forma, buscou-se padronizar as normas e parâmetros mínimos sobre o manejo florestal, evitando divergência entre normas estaduais, além da melhoria nos processos fiscalizatórios. Resolução Normativa CTNBio nº 08/09: normas simplificadas para Liberação Planejada no meio ambiente de Organismos Geneticamente Modificados Foi publicada a Resolução Normativa nº 08, de 03 de junho de 2009, da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança CTNBio, que dispõe sobre normas simplificadas para Liberação Planejada no meio ambiente de Organismos Geneticamente Modificados OGMs da Classe de Risco I e seus derivados. A Liberação Planejada é a liberação de OGM ou seus derivados no meio ambiente para avaliações experimentais sob monitoramento. Esta liberação será aplicada aos OGMs da Classe de Risco I e seus derivados que já tenham obtido aprovações anteriores da CTNBio para fins de avaliações experimentais. Vale ressaltar que, nos termos da referida Resolução, a autorização para Liberação Planejada de um OGM e seus derivados poderá ser suspensa ou revogada pela CTNBio, a qualquer tempo, caso sejam detectados efeitos adversos sobre o meio ambiente ou sobre a saúde humana e animal, ou, ainda, mediante a existência de novos conhecimentos científicos. Após a aprovação pela Comissão Interna de Biossegurança CIBio da instituição requerente, uma proposta de liberação à CTNBio deve ser submetida, acompanhada de: (i) Requerimento Simplificado de Liberação Planejada no Meio Ambiente; (ii) Mapas para a Liberação Planejada do OGM; e (iii) Pedido de importação de material, quando for o caso. De acordo com a Resolução Normativa, a CTNBio adotará as providências necessárias para resguardar as informações sigilosas de interesse comercial apontadas pela requerente e assim por ela consideradas, desde que sobre essas informações não recaiam interesses particulares ou coletivos constitucionalmente garantidos. Após a conclusão de uma Liberação Planejada, a CIBio da instituição requerente deverá enviar à CTNBio um relatório detalhado no prazo máximo de 6 (seis) meses. 2 Instrução Normativa IBAMA nº 14/09: novos procedimentos para apuração de infrações administrativas ambientais no âmbito federal Tendo em vista a publicação do Decreto Federal n 6.514/08, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA publicou a Instrução Normativa nº 14, de 15 de maio de 2009, que regula, no âmbito da referida autarquia federal, os proce-
3 dimentos para apuração de infrações administrativas por condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, a imposição das sanções, a defesa ou impugnação, o sistema recursal e a cobrança de multa e sua conversão em prestação de serviços de recuperação, preservação e melhoria da qualidade ambiental, entre outros aspectos relevantes. Quanto ao sistema recursal, o artigo 2º da referida Instrução Normativa estabelece que os Superintendentes do IBAMA nos Estados deverão designar servidor público de nível superior que exercerá a função de autoridade julgadora, sendo-lhe atribuída, dentre outras competências, a de julgar autos de infração em primeira instância cujo valor da multa imposta seja de até R$ ,00 (dois milhões de reais). Acima deste valor, a competência para julgamento em primeira instância foi atribuída aos próprios Superintendentes do IBAMA nos Estados, sendo que a estes também compete o julgamento de recursos provenientes da autoridade julgadora, ou seja, de autos de infração cujo valor da multa atribuído seja de até R$ ,00 (dois milhões de reais). Da decisão dos Superintendentes do IBAMA nos Estados, em julgamentos de primeira instância de autos de infração cujo valor da multa atribuído seja superior a R$ ,00 (dois milhões de reais), caberá recurso à Câmara Recursal, a qual será criada no âmbito da Presidência do IBAMA. Por fim, das decisões proferidas em grau de recurso pelos Superintendentes do IBAMA nos Estados ou pela referida Câmara Recursal, caberá recurso ao Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, considerando os seguintes requisitos de admissibilidade: (i) tempestividade; (ii) alegação de matéria de direito que envolva interpretação de lei ou ato normativo de caráter ambiental que possa afetar a execução da política nacional de meio ambiente, com repercussão sobre a uniformidade das atividades desempenhadas pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA; (iii) prequestionamento da matéria de direito suscitada por ocasião da defesa ou do recurso à autoridade superior; e (iv) matéria de direito suscitada ainda não apreciada pelo CONAMA em Resolução ou em decisão anterior em julgamento de autos de infração. Cumpre salientar que a referida Instrução Normativa revogou as disposições em contrário, em especial as Instruções Normativas do IBAMA ns 8 de 18 de setembro de 2003 e 79, de 13 de dezembro de Instrução Normativa IBAMA nº 05/09: nova regulamentação do Ato Declaratório Ambiental Foi publicada a Instrução Normativa nº 05, de 25 de março de 2009, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, que regulamenta a apresentação do Ato Declaratório Ambiental ADA para fins de isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR e revoga a Instrução Normativa nº 76, de 31 de outubro de 2005 e o artigo 9º da Instrução Normativa nº 96, de 30 de março de 2006, do referido órgão ambiental. O ADA é documento de cadastro das áreas do imóvel rural junto ao IBAMA e das áreas de interesse ambiental que o integram para fins de isenção do ITR incidente sobre estas últimas. 3 De acordo com a referida norma, são áreas de interesse ambiental não tributáveis consideradas para fins de isenção do ITR as: (i) Áreas de Preservação Permanente APPs; (ii) Áreas de Reserva Legal; (iii) Áreas de Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPNs; (iv) Áreas Declaradas de Interesse Ecológico AIE; (v) Áreas de Servidão Florestal ou Ambiental, averbadas à margem da inscrição da matrícula do imóvel no cartório de registro de imóveis competente; (vi) Áreas Cobertas por Florestas Nativas, aquela onde o proprietário protege as florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; e (vii) Áreas Alagadas para Fins de Constituição de Reservatório de Usinas Hidrelétricas, autorizada pelo poder público.
4 Os imóveis rurais que possuem Áreas de Reserva Legal, de Servidão Florestal ou Ambiental e Áreas Cobertas por Florestas Nativas como compensação de outros imóveis rurais, de acordo com as normas estabelecidas na legislação, também poderão beneficiar-se da isenção tributária. O ADA deverá ser apresentado, anualmente, por meio eletrônico (formulário ADAWeb) e deverá ser entregue de 1º de janeiro a 30 de setembro de cada exercício, podendo ser retificado até 21 de dezembro do exercício referenciado. O formulário, bem como as orientações de preenchimento, estão disponibilizados no website do IBAMA: A referida Instrução Normativa estabelece que o ADA será devidamente preenchido conforme informações constantes do Documento de Informações e Atualização Cadastral DIAC e do Documento de Informação e Apuração DIAT do ITR e da Declaração de Cadastramento de Imóvel Rural DP do INCRA. Portaria IBAMA nº 11/09: novo Regulamento Interno de Fiscalização do IBAMA Foi publicada a Portaria nº 11, de 10 de junho de 2009, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, que aprova seu Regulamento Interno da Fiscalização RIF, estabelecendo os procedimentos para atuação da fiscalização ambiental no âmbito do referido órgão ambiental. Entre outras disposições, o RIF estabelece as competências dos dirigentes do IBAMA quanto às atividades fiscalizatórias e as obrigações dos agentes ambientais federais. Os referidos agentes são servidores designados para atuar na fiscalização ambiental, a quem competirá lavrar autos de infração e demais documentos inerentes à ação fiscalizatória, bem como adotar medidas administrativas decorrentes de seu poder de polícia ambiental. BACEN formaliza adesão ao Protocolo Verde No dia 12 de maio de 2009, o Banco Central BACEN aderiu ao Protocolo Verde, acordo firmado entre os bancos públicos, privados e o Ministério do Meio Ambiente para a implementação de medidas socioambientais para o setor. O objeto desse protocolo, já assinado por diversos bancos, bem como pela Federação Brasileira de Bancos FEBRABAN, é o esforço comum entre os participantes no sentido de empreender políticas socioambientais que sejam precursoras, multiplicadoras, demonstrativas ou exemplares em termos de práticas bancárias que estejam em harmonia com o objetivo de promover um desenvolvimento sustentável e que não comprometa as necessidades das gerações presentes e futuras. O Protocolo Verde complementa alguns compromissos de natureza ambiental já assumidos por instituições financeiras, com destaque para os Princípios do Equador. Por meio da assinatura do referido protocolo, os signatários assumiram o compromisso de envidar os melhores esforços para, entre outras finalidades, oferecer linhas de financiamento e programas que fomentem a qualidade de vida da população e o uso sustentável do meio ambiente, além de considerar os impactos e custos socioambientais na gestão de seus ativos e nas análises de risco de projetos. MUDANÇAS CLIMÁTICAS 4 Resolução CIMGC nº 9/09: aprovação do regulamento do MDL Programático A Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima CIMGC publicou a Resolução nº 9, de 20 de março de 2009, para regulamentar o Programa de Atividades PoA no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL criado pelo artigo 12 do Protocolo de
5 Quioto. O PoA, também denominado MDL Programático, visa a permitir que diversas atividades programáticas de redução de emissão ou remoção de gases de efeito estufa sejam propostas sob o manto de um único Programa de Atividades, reduzindo os custos operacionais e ampliando as oportunidades de geração de créditos de carbono no Brasil. Além de incorporar ao ordenamento jurídico brasileiro as normas específicas sobre Programa de Atividades publicadas pela Conferência das Partes na qualidade de Reunião das Partes do Protocolo de Quioto COP/MOP e pelo Conselho Executivo do MDL, essa resolução define a documentação que deve ser encaminha à CIMGC para fins de análise do projeto, bem como define procedimentos específicos para envio do convite de comentários aos atores nacionais interessados. Destaca-se que a CIMGC já aprovou um Programa de Atividades no Brasil, no escopo de tratamento de dejetos de suinocultura, sendo que foram aprovadas diversas atividades de projeto no âmbito do MDL no Brasil nos últimos meses, o que eleva a expectativa de geração de créditos de carbono pelo Brasil para os próximos anos. Atualmente, conforme dados publicados pela Organização das Nações Unidas ONU, há 159 atividades de projeto brasileiras registradas no Conselho Executivo do MDL, as quais deverão gerar mais de 20 milhões de Reduções Certificadas de Emissão RCEs (comumente denominadas créditos de carbono ) anuais. Por sua vez, a CIMGC já aprovou mais de 210 projetos de MDL no Brasil, garantindo a vanguarda do país nesse mercado ambiental global. Por fim, deve-se destacar que a grande questão atualmente em discussão para aprimorar o marco regulatório do mercado brasileiro de carbono é a concessão de isenção tributária às receitas decorrentes da cessão de direitos relativos a créditos de carbono. Esse assunto está sendo estudado em detalhes pelo Ministério da Fazenda e pela Receita Federal do Brasil, sendo que os escritórios Barbosa, Müssnich & Aragão participaram de reunião no Ministério da Fazenda para discutir o assunto. Instrução Normativa IBAMA nº 07/09: compensação das emissões de dióxido de carbono provenientes de usinas termelétricas O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA publicou a Instrução Normativa nº 07, de 13 de abril de 2009, para definir que, no procedimento de licenciamento ambiental de usinas termelétricas movidas a óleo combustível e a carvão deverão ser adotadas medidas que visem à mitigação das emissões de dióxido de carbono oriundas da geração de energia elétrica. Essa norma faz menção aos objetivos do Plano Nacional sobre Mudança do Clima e estabelece que os empreendimentos deverão apresentar, no âmbito do seu procedimento de licenciamento ambiental, Programa de Mitigação das Emissões de Dióxido de Carbono respeitando os seguintes critérios: (i) pelos menos 1/3 das emissões deverão ser mitigadas por meio de programas de recuperação florestal e (ii) no máximo 2/3 das emissões deverão ser mitigadas por meio de investimento em geração de energia renovável ou eficiência energética. Muito embora haja proposta no Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA para que essa Instrução Normativa seja publicada como uma Resolução, tem-se que, atualmente, a obrigação de mitigação aplica-se somente às usinas termelétricas sob licenciamento pelo IBAMA. 5 Contudo, mesmo para as termelétricas sob licenciamento pelo IBAMA, a obrigação de mitigação não se aplica, nos termos da Instrução Normativa, aos empreendimentos que estiverem atualmente em fase de obtenção da Licença de Instalação ou da Licença de Operação.
6 Portanto, os empreendimentos que já obtiveram a sua Licença de Instalação não estarão sujeitos à obrigação de mitigação; mas deverão apresentar o Programa de Mitigação quando da renovação da sua Licença de Operação. Deve-se destacar que essa norma incitou discussões sobre o seu possível impacto na demonstração da adicionalidade de atividades de projeto no Brasil no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL criado pelo artigo 12 do Protocolo de Quioto, pois se estaria estabelecendo uma obrigação de redução de emissões, bem como houve discussões sobre a sua inconstitucionalidade. Resolução SMA nº 30, de 14 de maio de 2009: orientação para projetos voluntários de reflorestamento para compensação de emissões de gases de efeito estufa no Estado de São Paulo A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo SMA publicou a Resolução nº 30, de 14 de maio de 2009, com orientação para projetos voluntários de reflorestamento para compensação de emissões de gases de efeito estufa. Essa resolução objetiva o cumprimento do Projeto Estratégico Mata Ciliar de criar instrumentos para viabilizar o reflorestamento de 1,7 milhão de hectares e de elevar o índice de cobertura florestal nativa no estado para 20%. Essa resolução reconhece o crescente mercado voluntário florestal de carbono, para fins de compensação de emissões de gases de efeito estufa, e visa a orientar esse mercado para o reflorestamento de mata ciliar, classificadas como Áreas de Preservação Permanente APPs pela Lei Federal n 4.771, 15 de setembro de 1965 Código Florestal. Segundo a referida Resolução, o inventário de emissões deve ser elaborado de acordo com os critérios definidos pelo Painel Intergovernamental de Mudança do Clima IPCC, com a utilização do GHG Protocol, devendo o reflorestamento seguir a Resolução SMA nº 8, de 31 de janeiro de Por sua vez, o monitoramento dos estoques de carbono deve ser realizado de acordo com metodologia aprovada para o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL criado pelo artigo 12 do Protocolo de Quioto. Lei Municipal nº , de 05 de junho de 2009: Política Municipal de Mudança do Clima da Cidade de São Paulo A Lei Municipal nº , de 05 de junho de 2009, instituiu a Política Municipal de Mudança do Clima da Cidade de São Paulo e estabeleceu as estratégias municipais prioritárias de mitigação da mudança do clima e de adaptação aos seus efeitos adversos. A questão mais polêmica dessa política municipal foi a adoção pelo município de uma meta para o ano de 2012 de redução de 30% das emissões antrópicas oriundas do município, em relação ao patamar expresso no inventário realizado pela Prefeitura Municipal em Esse ponto é polêmico porque contraria a posição do Governo Federal, especialmente do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Ciência e Tecnologia, de que os países em desenvolvimento não devem assumir metas de redução ou limitação de emissão de gases de efeito estufa para o primeiro período de compromisso previsto no Protocolo de Quioto (2008 a 2012). Outro ponto importante do referido diploma legal consta de seu artigo 28 e trata da obrigação de empreendimentos com significativa emissão de gases de efeito estufa apresentarem um plano de mitigação de emissões e medidas de compensação no âmbito do seu procedimento de licenciamento ambiental. 6 Por fim, deve-se destacar que, igualmente ao que ocorreu com a Instrução Normativa nº 07, de 13 de abril de 2009, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, essa política municipal incitou discussões sobre o seu possível impacto na demonstração da adicionalidade de atividades de projeto no município no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL criado pelo artigo 12 do Protocolo de Quioto, pois se estaria estabelecendo uma obrigação de redução de emissões.
7 LEGISLAÇÃO E NOTÍCIAS NO ÂMBITO DO ESTADO DE SÃO PAULO Lei Estadual nº , de 08 de maio de 2009: ampliada as competências da CETESB A Lei Estadual nº , de 08 de maio de 2009, alterou a denominação da CETESB de Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental para Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, bem como ampliou as suas competências para proteção do meio ambiente. Após a entrada em vigor dessa lei estadual, que ocorrerá 90 (noventa) dias da sua publicação, a CETESB será o único órgão licenciador no estado de São Paulo, assumindo as funções dos seguintes órgãos: (i) Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais DE- PRN; (ii) Departamento de Uso do Solo Metropolitano DUSM; e (iii) Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental DAIA. Assim, além de manter a sua competência de órgão licenciador de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, a CETESB passará, entre outras funções, a (i) autorizar a supressão de vegetação e intervenções em Áreas de Preservação Permanente APPs e demais áreas ambientalmente protegidas; (ii) emitir alvarás e licenças relativas ao uso e ocupação do solo em áreas de proteção de mananciais; (iii) emitir licenças de localização relativas ao zoneamento industrial metropolitano; e (iv) executar o monitoramento ambiental, em especial da qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, do ar e do solo. CETESB atualiza sua lista de áreas contaminadas A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CETESB publicou em março de 2009 a atualização da lista de áreas contaminadas no Estado de São Paulo, o que demonstrou crescimento de 10% no número de áreas contaminadas comparado a novembro de Não obstante esse crescimento, decorrente da atividade fiscalizatória mais intensa do órgão ambiental, verificou-se que 182 áreas foram descontaminadas e estão aptas ara uso, o que indica o sucesso do procedimento de gerenciamento de áreas contaminadas adotado no Estado de São Paulo. Das atuais áreas contaminadas no Estado de São Paulo, 78% são postos de combustíveis, enquanto 13% são atividades industriais. Mais informações sobre gerenciamento de áreas contaminadas no Estado de São Paulo estão disponíveis no seguinte website: LEGISLAÇÃO E NOTÍCIAS NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Lei Estadual nº 5.438, de 17 de abril de 2009: Cadastro Técnico Estadual de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado do Rio de Janeiro A Lei Estadual nº 5.438, de 17 de abril de 2009, instituiu o Cadastro Técnico Estadual de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado do Rio de Janeiro TCFA/RJ. O Cadastro Técnico Estadual será administrado pelo órgão estadual ambiental competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA, atualmente denominado Instituto Estadual do Ambiente INEA, sob supervisão da Secretaria de Estado do Ambiente SEA. 7
8 Para pessoas físicas e jurídicas que já exercem atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais no Estado do Rio de Janeiro, a Lei Estadual n 5.438/09 fixa o prazo para inscrição no Cadastro Técnico Estadual até 30 de setembro de No caso de atividades que venham a ser iniciadas após a publicação da referida Lei Estadual, o prazo será de 60 dias, nos termos de ato normativo conjunto a ser elaborado pelo INEA. A falta de inscrição no Cadastro Técnico Estadual configura infração administrativa punível com multas que podem chegar a Unidades Fiscais de Referência do Estado do Rio de Janeiro UFIRs/RJ, no caso de empresas de grande porte. Cumpre salientar que as pessoas físicas e jurídicas que exercem atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais também devem inscrever-se no Cadastro Técnico Federal previsto no artigo 17, inciso II, da Lei Federal n 6.938/81, administrado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA. Por sua vez, a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental TCFA/RJ tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia conferido ao INEA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais, sendo exigida daqueles que exerçam as atividades constantes do Anexo I da Lei Estadual nº 5.438/09, embora deva ser aguardado o transcurso dos prazos referidos no art. 150, inciso III, b e c da Constituição Federal, ou seja, a TCFA/RJ só será devida a partir do próximo exercício financeiro. Deve-se ressaltar que o valor recolhido para fins da TCFA/RJ será limitado a 60% do valor devido ao IBAMA a título da TCFA prevista no artigo 17-B da Lei Federal n 6.938/81, relativamente ao mesmo período, havendo divisão da taxa entre União e Estado e não a criação de novo tributo. Além do pagamento da TCFA/RJ, o contribuinte será obrigado a entregar, até o dia 31 de março de cada ano, relatório das atividades exercidas no ano anterior, em modelo a ser definido por ato normativo do INEA. A entrega do relatório anual de atividades também é prevista para sujeitos passivos da TCFA, conforme artigo 17-C, 1º, da Lei Federal n 6.938/81. Esta publicação possui caráter meramente informativo, constituindo apenas uma abordagem geral das matérias, não se tratando, portanto, de opinião legal. Contatos Pedro Lehmann Baracui Tel: (11) plb@bmalaw.com.br Miguel Franco Frohlich Tel: (21) mff@bmalaw.com.br Thiago Fenili de Moura Tel: (11) tfm@bmalaw.com.br Bruno Kerlakian Sabbag Tel: (11) bks@bmalaw.com.br Rio de Janeiro Av. Almirante Barroso, 52 31º andar Cep: RJ Brasil Tel: (+55)(21) Fax: (+55)(21) mailbox@bmalaw.com.br São Paulo Av. Presidente Juscelino Kubitschek, º andar Cep: SP Brasil Tel: (+55)(11) Fax: (+55)(11) mailbox.sp@bmalaw.com.br Brasília SCS Quadra 01 Bloco F 7º andar - Edifício Camargo Correa Cep: DF Brasil Tel: (+55)(61) Fax: (+55)(61) mailbox.df@bmalaw.com.br 8 Belo Horizonte Rua Sergipe, 925 8º andar - Savassi Cep: MG Brasil Tel: (+55)(31) Fax: (+55)(31) mailbox.bh@bmalaw.com.br
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