HEDGING NA EXPORTAÇÃO: instrumentos de proteção cambial de empresas exportadoras brasileiras

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1 FACULDADE NOVOS HORIZONTES Programa de Pós-Graduação em Administração Mestrado HEDGING NA EXPORTAÇÃO: instrumentos de proteção cambial de empresas exportadoras brasileiras Marcílio de Azevedo Torrent Belo Horizonte 2012

2 2 Marcílio de Azevedo Torrent HEDGING NA EXPORTAÇÃO: instrumentos de proteção cambial de empresas exportadoras brasileiras Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Faculdade Novos Horizontes, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Wendel Alex Castro Silva Área de Concentração: Organização e Estratégia Linha de Pesquisa: Tecnologias de Gestão e Competitividade Belo Horizonte 2012

3 3 Torrent, Marcílio de Azevedo Hedging na exportação: instrumentos de proteção cambial de empresas exportadoras brasileiras / Marcílio de Azevedo Torrent Belo Horizonte: FNH, f. Orientador: Prof. Dr. Wendel Alex Castro Silva Dissertação (mestrado) Faculdade Novos Horizontes, Programa de Pós-graduação em Administração 1. Proteção cambial. 2. Comércio exterior. 3. Hedge (Finanças). I. Silva, Wendel Alex Castro. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa de Pós-graduação em Administração. III. Título CDD: Ficha elaborada pela Bibliotecária da Faculdade Novos Horizontes

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6 À minha família, pela paciência, tolerância e carinho nos momentos difíceis e nas adversidades. 6

7 7 AGRADECIMENTO A Deus, que nunca me deixou sozinho nesta caminhada. Aos meus queridos Pais, Therezinha e Max que, mesmo ausentes, me fizeram sentir sua presença o tempo todo. A Elida, minha amada esposa, pelo apoio, compreensão e carinho. Aos filhos que, de perto ou de longe, sempre disseram palavras de incentivo para que eu não abandonasse esta jornada. Ao Prof. Dr. Wendel, por sua orientação e pela atenção especial que me dedicou nesses últimos dois anos de convívio. A todos os professores do Mestrado da Faculdade Novos Horizontes, pelos conhecimentos e entusiasmo acadêmico transmitidos. A toda equipe da secretaria da Faculdade Novos Horizontes, especialmente, a Beatriz e a Wania, que sempre se mostraram pacientes e compreensivas. Aos colegas do mestrado, pela permanente colaboração. A Audrey, pela companhia.

8 8 Um especulador é alguém que corre riscos dos quais ele está ciente e um investidor é alguém que corre riscos dos quais ele não está ciente. John Maynard Keynes

9 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACC Adiantamento sobre Contratos de Câmbio ACE Adiantamentos sobre Cambiais Entregues BACEN Banco Central do Brasil BM&FBOVESPA Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo CDI Certificado de Depósito Interbancário CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas DEPLA Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior DI Depósito Interbancário MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior NDF Non Deliverable forward PIB Produto Interno Bruto PTAX Taxa de Câmbio Média apurada diariamente pelo Banco Central RE Receitas de Exportação RMCCI Regulamento do Mercado de Câmbio e de Capitais Internacionais ROL Receita Operacional Líquida SECEX Secretaria de Comércio Exterior

10 10 RESUMO Este estudo teve como objetivo principal identificar e avaliar os principais instrumentos de proteção cambial adotados por empresas exportadoras brasileiras. A negociação no mercado externo exige complexa gestão do risco cambial, fenômeno econômico que impacta financeiramente as receitas de exportação, visto que são denominadas em moeda estrangeira. A volatilidade das taxas de câmbio, observada no mercado nacional e internacional, é fator determinante para a adoção de instrumentos de proteção cambial, buscando-se conservar os valores dos ativos das organizações. Observa-se que muitas empresas brasileiras se inseriram neste mercado há pouco mais de 15 anos, período em que se intensificou o processo de internacionalização das economias. Pode-se presumir que muitas dessas empresas ainda não têm expertise para lidar com instrumentos de hedge. A contratação, gestão e avaliação dos riscos envolvidos nesses instrumentos requer habilidade e detalhado conhecimento do tema por seus executivos. Uma decisão aconselhável seria analisar de que forma empresas mais experientes lidam com a gestão de seu risco cambial, identificando e analisando seus instrumentos de hedge, para uma possível utilização dos mesmos mecanismos. Para esse efeito, o presente trabalho identificou, inclusive com exemplos práticos, os principais instrumentos de hedge utilizados por algumas empresas exportadoras brasileiras. Para essa verificação, foi realizada pesquisa em documentos públicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MDIC. Foram selecionadas 20 empresas, constituídas sobre a forma de sociedade anônima, com valores de exportação acima de US$100 MM, em 2010, com registros sobre instrumentos de proteção cambial utilizados, os quais foram identificados e analisados, procurando-se oferecer novas possibilidades de negócios a empresas menos experientes. Palavras-chave: Instrumentos; Proteção cambial. Risco Cambial. Volatilidade. Hedge. Expertise.

11 11 ABSTRACT This study aimed to identify and evaluate the main hedging instruments adopted by Brazilian export companies. Trading in foreign markets requires a complex management of currency risk, economic phenomenon which impacts financially on export earnings, as they are entitled in foreign currency. The volatility of exchange rates, observed in national and international market, is a decisive factor for adoption of hedging instruments, in order to keep intact the company s assets. It is a fact that many Brazilian companies get into international market in the last 15 years, during which intensified the process of internationalization of economies, and most of them, this study presumed, have no expertise to deal with hedge instruments. The process of hiring, management and evaluation all risks involved in hedging instruments requires specific skills and deep knowledge to be properly used by the executives of these companies. So, a good decision would be to analyze ways which more experience companies deal with theirs currency risks, identifying and analyzing theirs hedging instruments for a possible future use. For this purpose, this study identified, throughout practical examples, the major hedge instruments most used by Brazilian export companies and to verify their mecanisms, a survey was made from public documents available at Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, thru a list of Brazilian export companies in 2010 selected by range incoming. Among them, twenty were selected because they were constituted as a corporations, with a range of export revenue over 100 million dollars, had published their balances sheets in 2010, which demonstrated the used of hedge instruments for management foreign currency risk. Thereafter, the hedging instruments were identified and analyzed seeking to offer new business opportunities to companies less experienced. Key Words: Strategies, Hedging, Currency risk, Volatility, Hedge, Expertise

12 12 LISTA DE ILUSTRAÇÕES GRÁFICO 1 Relação RE/ROL...83 QUADRO 1 Taxas de Câmbio por Vencimento (1º caso)...44 QUADRO 2 Taxas de Câmbio por Vencimento( 2º caso)...45 QUADRO 3 Exportação/Receita Operacional Líquida...82 QUADRO 4 Instrumentos de Proteção Cambial e Frequência...84 QUADRO 5 Empresas e Instrumentos de Proteção Cambial...85

13 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO PROBLEMA DE PESQUISA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS JUSTIFICATIVA REVISÃO DA LITERATURA CÂMBIO E MERCADO DE CÂMBIO TAXA DE CÂMBIO REGIMES DE CÂMBIO FORMAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO RISCO CAMBIAL PROTEÇÃO CAMBIAL (HEDGE CAMBIAL) MERCADO DE DERIVATIVOS AGENTES PARTICIPANTES DO MERCADO DE DERIVATIVOS RISCO CAMBIAL DAS EMPRESAS EXPORTADORAS ESTUDOS ANTERIORES SOBRE PROTEÇÃO CAMBIAL...,,,,,,,,,,,,,,, INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO CAMBIAL(DERIVATIVOS) NDF NON DELIVERABLE FORWARD NDF ASIÁTICO TRAVA CAMBIAL OU CAMBIO TRAVADO ACC E ACE Swap OPÇÕES PRÉ-PAGAMENTO DE EXPORTAÇÃO HEDGE NATURAL...63

14 14 3 METODOLOGIA TIPO E MÉTODO DE PESQUISA UNIVERSO E AMOSTRA PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS PROCEDIMENTOS PARA A ANÁLISE DOS DADOS APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS POLÍTICAS PARA GESTÃO DO RISCO CAMBIAL INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO CAMBIAL CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS ANEXOS

15 15 1 INTRODUÇÃO O fenômeno da globalização das economias tem possibilitado, principalmente nos últimos anos, o incremento das trocas comerciais entre os países. A cada dia, as compras e vendas de bens e serviços entre as nações passam a ser mais comuns, o que se configura na venda e no consumo cada vez maiores de produtos diversificados e com tecnologias mais avançadas, sem se esquecer dos grandes volumes de produtos básicos (commodities) que são negociados no mercado internacional, segmento no qual o Brasil é um dos grandes players. O Mundo vem assistindo, há pouco mais de uma década, um crescimento nunca antes visto no comércio internacional, uma vez que, nesse mesmo período acentuou-se, de forma significativa, os países que abriram suas economias aos produtos estrangeiros, aderindo ao fenômeno da Globalização (CARVALHO; ASSIS; JOAQUIM, 2007, p. 17). Conforme Castro (2003, p. 19), há diversas razões que levam as empresas a exportar, dentre elas, as melhorias financeiras decorrentes da possibilidade da obtenção de financiamentos a juros mais baixos, oferecidos pelo mercado internacional, e a vantagem do recebimento antecipado de suas vendas. Do ponto de vista comercial, afirma Castro (2003, p. 20), a empresa exportadora adquire também marketing e status, em função da concretização de vendas para mercados mais exigentes, atestando que os produtos fabricados são dotados de qualidade e que a empresa pratica preços competitivos. Isso se traduz em referência para os consumidores locais, na medida em que conquistar mercados como os Estados Unidos e a Europa, apenas para citar dois exemplos, é sinal positivo para a imagem da organização, geralmente se traduzindo em elevação de suas vendas no mercado interno. Conforme Castro (2003, p. 20), a redução da instabilidade e a diluição de risco são fatores adicionais que estimulam as empresas a destinarem seus produtos para vários mercados. A exportação para diversos países reduz a concentração das vendas, mitigando o risco da organização, pois se observa, simultaneamente no

16 16 mundo, economias com diferentes níveis de crescimento econômico: algumas com elevação expressiva de seu produto interno bruto - PIB - e outras em recessão, muitas vezes, mergulhadas em sérias crises econômico-financeiras. Enfim, exportar representa uma decisão empresarial que pode ser viável para as organizações. Conforme Minervini (2008), a exportação tem como vantagem a possibilidade do confronto com outras realidades, outros concorrentes, outras exigências, gerando, para a empresa, a busca pela maior competitividade. A atividade de comércio internacional propicia elementos de desenvolvimento empresarial, levando a organização a participar de um processo mais complexo, que certamente lhe trará benefícios sobre diversos aspectos organizacionais. Empresas que exportam crescem mais rápido, tornam-se mais produtivas e possuem funcionários que tendem a ganhar mais (CZINKOTA; RONKAINEN, 2008, p. 258). Apesar de todas as vantagens relacionadas à atividade exportadora, há de se considerar diversos riscos a ela ligados. Conforme Minervini (2008), as empresas que exportam devem considerar que há uma série de riscos a serem analisados quando se vende no mercado internacional. É fundamental ter ao menos uma idéia de quais são os riscos e as possíveis precauções para evitá-los. (MINERVINI, 2008, p. 30). Os riscos da atividade exportação são diferentes dos riscos da atividade do comércio local. As negociações internacionais apresentam elementos que as caracterizam e as distinguem de uma negociação interna. (COSTA, 2006, p. 10). Conforme Costa (2006, p. 7) as partes envolvidas numa negociação internacional devem tomar numerosas precauções ao decidir realizar transações no mercado internacional. O primeiro risco que se apresenta para as empresas exportadoras é o risco comercial, que significa a possibilidade de inadimplência do importador. Para tal, é preciso fazer uma detalhada análise cadastral do potencial comprador. Conforme Minervini (2008, p. 192), a organização deve analisar as referências daqueles parceiros que considera mais confiáveis. A ausência de pagamento das vendas externas por parte de importadores pode trazer transtornos mais relevantes para as organizações do que enfrentam em relação à inadimplência de compradores no mercado interno. A ação de cobrança no exterior é mais complexa do que a verificada em seu mercado local. O importador está em outro ambiente econômico,

17 17 jurídico e social. Está geograficamente distante do exportador. Conforme Czinkota e Rokainen (2008, p. 144), as empresas que operam no mercado internacional são afetadas pelo ambiente legal internacional, visto que não existe um código de direito único um código de direito internacional ficando os negócios dessas organizações sujeitas às leis de outros países. Um outro risco relevante para as empresas exportadoras é o Risco-País, decorrente da possibilidade de problemas políticos, econômicos e sociais dos países compradores. Numa moratória cambial, por exemplo, determinado país pode vedar a transferência de divisas, trazendo perdas para os exportadores. Conforme Minervini (2008) o Risco País está associado a eventos inesperados, de ordem econômica, social e política, que podem surgir no país do importador, sem qualquer ingerência de sua parte, impossibilitando a realização de pagamentos. Para reduzir esse risco é preciso que as organizações realizem seleção do mercado e monitoramento constante de sua situação. (MINERVINI, 2008, p. 30) O Risco Legal também é fator de preocupação para as organizações que vendem no mercado internacional. Está associado às diferenças legais presentes nos instrumentos jurídicos de diversos países. Para Minervini (2008) existe a possibilidade de ocorrer conflitos judiciários por questões de diferenças nas legislações de outras nações no que tange a contratos ou a leis de defesa do consumidor. Conforme Costa (2006), nos últimos anos, a evolução das transações econômicas internacionais gerou grandes mudanças no cenário do comércio global. Do ponto de vista jurídico, as empresas precisam estar cada vez mais atentas à complexidade das diversas leis e regulamentos que disciplinam as transações entre os países. Os contratos internacionais de compra e venda apresentam vários fatores que devem ser analisados. Segundo Costa (2006, p. 196): Os contratos internacionais são fruto de uma multiplicidade de fatores, envolvendo métodos e sistemas interdisciplinares, inspirados na economia, na política, no comércio exterior, nas ciências sociais e com muitos frutos colhidos nas relações internacionais (STRENGER, 2003, p. 43).

18 18 Para redução desse risco é importante que as organizações analisem detidamente os instrumentos jurídicos utilizados nas operações internacionais e estudem a legislação dos países de destino de suas vendas. Segundo Minervini (2008) é preciso que as empresas realizem exame minucioso da legislação local (país de destino). Ainda, segundo o autor, é fundamental contar com o apoio de profissionais que detenham conhecimento especializado na legislação do país comprador. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA O risco cambial associado às receitas de exportação se configura num dos mais relevantes entraves a esse negócio internacional, se não for bem administrado pelas organizações. O interesse do pesquisador por esse tema surgiu na observação que fez durante 16 anos de atuação na Área de Câmbio e de Comércio Exterior do Banco do Brasil, em que percebia dificuldades das empresas em lidar com o risco cambial em suas operações internacionais. Conforme Madura (2008, p. 316), as exportações são passíveis de redução de seus valores em função de seu registro em moeda estrangeira. Tal fenômeno se concretiza diante da possibilidade de valorização da moeda do exportador, frente à divisa utilizada na venda externa. Ainda de acordo com Madura (2008), a apreciação da moeda local da empresa irá gerar uma redução no valor de suas receitas de exportação. No caso das empresas exportadoras brasileiras, é necessária uma gestão rigorosa de seu caixa em moeda estrangeira, para preservação dos valores de suas vendas ao mercado externo, tendo em vista que o Brasil convive, desde 1999, com o Regime de Câmbio Flutuante Sujo ou Flexível. Nesse regime cambial a determinação da taxa de câmbio se dá pelo resultado das forças de compra e venda do mercado, influenciado por fatores políticos e econômicos, nacionais e internacionais e pelas intervenções do BACEN. Trata-se, portanto, de um mercado com preços de moedas estrangeiras muito voláteis. Por essa razão o risco cambial

19 19 passou a ser uma questão importante para a gestão financeira das empresas (ARAÚJO, 2005, p. 5). O risco cambial impacta efetivamente as operações de exportação. Conforme Vasconcelos (2006), o comércio realizado entre diferentes nações é feito em diferentes moedas, havendo necessidade de conversões baseadas numa taxa de câmbio, que é o preço de uma moeda em relação à outra. A oscilação dessa taxa pode trazer prejuízos às empresas exportadoras, em função da valorização de sua moeda frente a outras divisas internacionais. Como estabelece a Legislação Cambial Brasileira, consubstanciada por meio do Regulamento do Mercado de Câmbio e de Capitais Internacionais RMCCI, de responsabilidade do BACEN, as vendas externas brasileiras externas devem ser cursadas em moeda estrangeira conversível ou em Reais, neste caso, dependendo de acordo operacional entre o Brasil e o outro país, o que acontece em pouquíssimos casos (Argentina). Diante desse fato, o exportador, em algum momento, deverá trocar vender sua moeda no mercado, ao preço do dia. O preço dessa moeda (taxa de câmbio) apresenta significativo grau de variabilidade, podendo transformar um bom negócio num desastre comercial e financeiro. Em função da valorização cambial verificada no Brasil nos últimos anos, notadamente entre 2002 e 2011, empresas exportadoras tiveram que adotar, e ainda adotam, instrumentos de hedge ou outros mecanismos defensivos para proteger suas receitas de exportação, ou seja, mantém uma permanente preocupação com sua gestão de riscos. A gestão dos riscos de uma organização determina conhecer a que tipo de riscos ela está sujeita e seus respectivos valores envolvidos, para definição de procedimentos para mitigação adequada desses eventos. Nesse contexto, observa-se que a gestão do risco cambial das receitas de exportação das grandes empresas exportadoras brasileiras é de fundamental importância para a sua sobrevivência. A variação da taxa de câmbio, evento que pode afetar negativamente as receitas de exportação das empresas, como explicitado anteriormente, requer detalhado estudo de mercado para instrumentalizar os executivos financeiros das organizações de

20 20 meios para buscar a preservação do valor de seus ativos em moeda estrangeira, decorrente de suas vendas externas. Nesse cenário, define-se como problema de pesquisa: Como as empresas exportadoras brasileiras têm usado os instrumentos de gestão do risco cambial? 1.2 OBJETIVO GERAL O objetivo geral deste estudo consiste em identificar quais são os instrumentos de proteção cambial que têm sido adotados por grandes empresas exportadoras brasileiras, constituídas sob a forma de sociedade anônima. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Especificamente, pretende-se: Explicitar o funcionamento do Mercado de Câmbio Brasileiro, identificando os fatores que contribuem para a formação da taxa de câmbio; Descrever o risco cambial associado às operações de exportação; Identificar e analisar os principais instrumentos de proteção cambial que vem sendo adotados por grandes empresas exportadoras brasileiras, constituídas sob a forma de sociedade anônima. 1.4 JUSTIFICATIVA A partir de 1973, o mundo passa a vivenciar um novo cenário econômico: o de taxas de câmbio flutuantes, em substituição ao regime de câmbio fixo até então vigente, que era baseado em valores fixos das diversas moedas em relação ao ouro (Padrão-Ouro, abandonado pelos Estados Unidos em 1971). A partir de 1973, o

21 21 sistema financeiro internacional convive com taxas de câmbio flutuantes determinadas pelo mercado e sujeitas a intervenções dos bancos centrais e a acordos multilaterais (ROBERTS, 2000, p. 20). Conforme Roberts (2000), a desvalorização da moeda americana nos anos 70 trouxe perdas aos detentores de dólares (exportadores) e aos produtores de commodities, passando, então, esses agentes de mercado, a conviver mais intensamente com o risco cambial. No caso do Brasil, após várias alternâncias na forma de controle de câmbio desde aquela época, é a partir de 1999, que se adota de maneira mais definitiva o Regime de Câmbio Flutuante Sujo ou Flexível (regime de câmbio flutuante que prevê intervenções pontuais do BACEN no mercado, comprando ou vendendo moeda estrangeira, para ajustar a taxa de câmbio aos interesses econômicos do País). A partir de então, mais efetivamente, a interferência governamental na taxa de câmbio se reduz, já que as intervenções passam a ser esporádicas. No regime cambial adotado antes de 1999 (câmbio fixo), essa intervenção era permanente. Agora, no novo regime adotado, essa variável macroeconômica taxa de câmbio passa a oscilar em função das forças de oferta e demanda por moeda estrangeira presentes no mercado, mais intervenções do BACEN, trazendo uma preocupação maior com a proteção cambial por parte das empresas. Desde que o governo brasileiro implementou o regime de câmbio flutuante sujo ou flexível, no início de 1999, o risco cambial passou a ser uma questão importante para a gestão financeira das empresas (ARAÚJO, 2005, p. 5). Relevante, então, se torna a proposta desta pesquisa, pois tem o objetivo de identificar os principais instrumentos de proteção cambial adotados pelas grandes empresas exportadoras brasileiras. A identificação e análise de instrumentos de proteção cambial adotados no mercado brasileiro poderão ser úteis para que outras organizações, que já atuam ou que venham a atuar no comércio internacional, delas se utilizem para reduzir o risco cambial de suas receitas de exportação.

22 22 2 REVISÃO DA LITERATURA Na revisão da literatura, fundamenta-se a estrutura e o funcionamento do Mercado de Câmbio Brasileiro, por meio da abordagem de temas correlatos, com ênfase no risco cambial a que estão sujeitas as organizações (empresas exportadoras) detentoras de ativos em moeda estrangeira, bem como são identificados e analisados os principais instrumentos para proteção cambial que vem sendo utilizados no mercado financeiro. O capítulo foi desenvolvido com base em obras e artigos de estudiosos da área, procurando-se oferecer o melhor entendimento do tema proposto e a edificação de uma metodologia adequada. 2.1 CÂMBIO E MERCADO DE CÂMBIO Câmbio é toda operação em que há troca (compra ou venda) da moeda de um país pela moeda de outro país. Nas operações de câmbio realizadas no Brasil, ocorre a troca da moeda nacional (Reais) por moeda estrangeira (Dólar dos Estados Unidos, Euro, Franco Suíço, Libra Esterlina, Iene, etc.) ou vice-versa (CARVALHO; ASSIS; JOAQUIM, 2007, p. 25). Tal fato ocorre devido à inconversibilidade ou inaceitabilidade de nossa moeda no mercado internacional, pois o Real não é uma moeda conversível. O Real tem curso forçado, ou seja, sua aceitabilidade é obrigatória em todas as transações realizadas dentro do País. Curso forçado de uma moeda é a obrigatoriedade de sua exclusiva utilização e aceitação em determinado território, normalmente, sendo estabelecido pela ordem jurídica interna de cada País (CARVALHO; ASSIS; JOAQUIM, 2007, p. 23). Trata-se, portanto, de uma questão de soberania. Conforme esses autores, não se pode recusar a utilização de Reais para pagamentos e recebimentos de transações internas, entre os residentes e domiciliados no País. Não se pode utilizar outra moeda como reserva de valor, que não seja o Real. (CARVALHO; ASSIS; JOAQUIM, 2007, p. 23).

23 23 O fato de não se aceitar moedas estrangeiras em pagamentos das exportações, nem a moeda nacional em pagamentos das importações, constitui a base de um mercado onde são compradas e vendidas as moedas dos diversos países, mercado este denominado mercado cambial (RATTI, 2005, p. 115). Esse mercado é composto por um conjunto de agentes que compram e vendem moedas estrangeiras durante o horário de mercado bancário brasileiro, aí considerado um intervalo, nos dias úteis, entre 9 e 16 horas. O Mercado de Câmbio Brasileiro é regulamentado pelo BACEN, com base na legislação cambial em vigor no País, atuando como fiscalizador e agente, podendo comprar e vender moedas estrangeiras, com o objetivo de controlar o volume de divisas (reservas internacionais) e controlar a taxa de câmbio. Outros integrantes desse mercado são os bancos comerciais, bancos de investimento, sociedades de crédito, caixas econômicas, corretores de câmbio, agências de viagem, hotéis, exportadores, importadores, investidores, tomadores de empréstimos no mercado internacional, pessoas físicas (pequenos exportadores e pequenos importadores e turistas), etc. 2.2 TAXA DE CÂMBIO Taxa de Câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional (Reais). (CARVALHO; JOAQUIM; ASSIS, 2007, p.27) Conforme Carvalho, Assis e Joaquim (2007), a taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra. Garófalo (2005) afirma que taxa de câmbio é o valor pelo qual uma moeda é cotada, ou, em jargão mais moderno, é precificada em relação à outra. Portanto, pode-se dizer que é o preço de uma moeda medido em outra moeda (GARÓFALO, 2005, p. 139). As taxas cambiais são agrupadas em tabelas de cotações, as quais são afixadas nos bancos para conhecimento do público, tabelas essas que contêm dois valores para a moeda estrangeira: um de compra (bid rate) e outro de venda (offer rate). (RATTI, 2001, P. 122). Portanto, há taxa de câmbio de COMPRA e taxa de câmbio de VENDA. A definição se dará sob a ótica da instituição financeira que está

24 24 operando no mercado: quando compra a moeda (de um exportador, por exemplo) usa-se a taxa de câmbio de COMPRA. Quando a instituição financeira está vendendo (a um importador, por exemplo) a taxa de câmbio que se utiliza é a de VENDA. Conforme Ratti (2001) a diferença entre esses dois valores (spread) representa o ganho do banco. 2.3 REGIMES DE CÂMBIO Regime de câmbio é a forma de controle que as autoridades governamentais adotam para regulamentar e controlar o funcionamento de seus respectivos mercados de câmbio. Oliveira e Pacheco (2005) ressaltam que os países, em geral, adotam um dos três tipos mais comuns de regimes de câmbio: câmbio fixo, câmbio flutuante sujo² ou flexível, ou câmbio flutuante. O regime de câmbio fixo é aquele em que a autoridade monetária determina uma taxa de câmbio de interesse da economia e intervém no mercado de câmbio comprando ou vendendo moedas estrangeiras para que essa taxa seja mantida dentro do patamar estabelecido (exemplo, China). Conforme Oliveira e Pacheco (2005) é um regime de câmbio no qual o BACEN intervém constantemente para manter a taxa de câmbio no patamar fixado, requerendo grande quantidade de reservas. O regime de câmbio flutuante sujo ou flexível é aquele no qual a determinação da taxa de câmbio se dá pelo resultado das forças de mercado oferta e demanda intervindo o governo, por meio de seu banco central, no momento em que considerar essa taxa indesejável para os interesses do país, daí o nome de flutuação suja (exemplo, Brasil). Conforme Oliveira e Pacheco (2005) nesse regime o BACEN estabelece uma faixa dentro da qual a taxa de câmbio poderá flutuar. ² Regime de Câmbio Flutuante Sujo ou Flexível se caracteriza pela formação das taxas de câmbio como resultado das forças de oferta e demanda de moeda estrangeira no mercado cambial, porém com interferências da autoridade monetária BACEN comprando ou vendendo moedas estrangeiras para ajustar a taxa de câmbio às necessidades da economia de um país. O termo flutuação suja se dá aos países que deixam a taxa de câmbio flutuar livremente, entretanto, realizando algumas intervenções pontuais no mercado de câmbio, com o objetivo de evitar uma queda ou subida brusca na taxa de câmbio, por meio, respectivamente, de leilões de compra ou de venda de moeda estrangeira. (CARVALHO; ASSIS; MUNIZ, 2007, p. 40).

25 25 O Regime de Câmbio Flutuante, de pouca utilização, é aquele que permite a determinação da taxa de câmbio, sem intervenções governamentais, baseada apenas no resultado das forças de mercado oferta e demanda e é pouco utilizado no mundo. Nesse regime o câmbio é volátil, o que prejudica o planejamento dos agentes, especialmente os que operam com comércio exterior. (OLIVEIRA; PACHECO, 2005, p. 65). Desde 1999, o Brasil adota o regime de câmbio flutuante sujo ou flexível, portanto, com frequentes intervenções do BACEN, que compra e vende moeda estrangeira no mercado para evitar distorções na taxa de câmbio e que poderiam prejudicar as atividades econômicas do país. Conforme Garófalo (2004), na segunda semana de janeiro de 1999, o Governo Brasileiro decidiu alterar sua a política cambial, passando a adotar o Regime de Câmbio Flutuante sujo ou flexível. 2.4 FORMAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO No mercado de câmbio, a moeda estrangeira é uma mercadoria e, como tal, está sujeita às leis de oferta e procura (CARVALHO; ASSIS; JOAQUIM, 2007, p. 31). Quando há muita procura por moeda, ocorre uma pressão sobre o preço, causando elevação da taxa de câmbio. Ao contrário, quando há muita oferta, o preço cai, levando a taxa de câmbio para baixo. A taxa de câmbio de mercado, no regime de câmbio flutuante puro, é sempre resultado das forças de oferta e demanda. Porém, sabemos que no Brasil essa relação pode ser alterada em função de intervenções pontuais da autoridade monetária (BACEN), que entra no mercado comprando ou vendendo divisas, em função de ajustes necessários na taxa de câmbio (regime de câmbio flutuante sujo ou flexível). Fatores econômicos e políticos também podem alterar essa relação. Uma iminente crise cambial de algum país ao redor do mundo ou uma possível renúncia de um importante chefe de estado pode elevar o risco econômico e político globais e fazer com que, por exemplo, a procura por moeda estrangeira em determinado país possa aumentar, desvalorizando a taxa de câmbio local.

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