A CHINA COMO MODELO POLÍTICO-ECONÔMICO PARA O SÉCULO XXI 1?

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A CHINA COMO MODELO POLÍTICO-ECONÔMICO PARA O SÉCULO XXI 1?"

Transcrição

1 A CHINA COMO MODELO POLÍTICO-ECONÔMICO PARA O SÉCULO XXI 1? LEITE, Alexandre César Cunha 2 Doutorando em Ciências Sociais PUC-SP Resumo Este trabalho verifica as condições de inserção chinesa no mercado global e rechaça a possibilidade da experiência chinesa se tornar paradigmática para os países em desenvolvimento. As características do exemplo chinês, composto por suas reformas internas e um ambiente externo peculiar, impossibilitam a adoção de seu caso como exemplo a ser seguido. Ademais, vale destacar, seu sistema político não se aproxima daquele de qualquer outro país em vias de desenvolvimento, o que cria mais um entrave à concepção paradigmática. Palavras-chave: China; desenvolvimento; estratégia de inserção internacional. Abstract This paper verifies China s insertion conditions in the global market and denies the possibility of the Chinese experience to become a paradigmatic one for development countries. The characteristics of the Chinese example, marked by its domestic reforms and its peculiar external environment, prevent it to be adopted as a model to be followed. Moreover, it must be stressed that the Chinese political system is not close to those of any other developing countries, what constitutes another block to the conception of its paradigmatic condition. Key-words: China; development; international insertion strategy. Introdução A China ganhou destaque como um importante ator regional já no final do século XX e levanta discussões fervorosas sobre a possibilidade de se tornar uma potência global capaz de ameaçar a liderança norte-americana neste século. Independente de vir ou não a assumir o posto de maior potencia mundial, o fato é que a China chega ao século XXI com uma estratégia bem sucedida de crescimento 1 O autor agradece aos pareceristas anônimos que contribuíram com suas avaliações, críticas construtivas e proposições sobre o tema tratado. Sou especialmente grato ao Professor Henrique Altemani de Oliveira, que muito contribuiu na reflexão a respeito de certas assertivas presentes na primeira versão do texto. Agradeço a Sylvia Marque da UFU que contribui para a construção de uma primeira versão deste artigo. Como é de praxe, todas as opiniões expressas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor. 2 Economista, Mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Especialista em Relações Internacionais pela PUC-MINAS. cunha.bhz@terra.com.br. Disponível em: 1

2 econômico, que aparece como modelo a ser seguido pelos países em vias de desenvolvimento. Sendo assim, este artigo se dedica a compreender os motivos que permitiram à China alcançar níveis tão elevados nas taxas anuais de crescimento para averiguar a possibilidade de adoção paradigmática do modelo. Para tanto, primeiramente, realiza uma breve revisão da estratégia chinesa de modernização 3 sob o comando de Deng Xiaoping. Em seguida, faz-se uma verificação do ambiente externo a partir da revolução chinesa, em especial após as reformas de Posteriormente, o artigo descreve as principais reformas internas e as principais interpretações destas - realizadas pelo governo chinês na criação das condições que possibilitaram à China o salto quantitativo e qualitativo que a tornou um grande player global na economia política internacional. Por fim, o estudo identifica como as políticas internas e externa heterodoxas chinesas, que se contrapõem às políticas determinadas pelo mainstream, propiciaram a possibilidade de investimentos na montagem de uma infra-estrutura que diferencia a China dos principais países emergentes. A estratégia Chinesa de Modernização Em 1978, a China iniciou seu processo de reformas econômicas assentadas em um processo de descentralização das decisões econômicas. Deng Xiaoping objetivava legitimar o Partido Comunista Chinês (PCCh), que se encontrava abalado após as tentativas de reformas feitas durante o período compreendido entre a condução de Mao Zedong até a transição para a transformação de Xiaoping. Como em todo caso bem-sucedido de industrialização tardia 4, o planejamento, a intervenção, a escolha e o dirigismo estatal são peças fundamentais da estratégia adotada pela China na busca pela modernização da economia. Os objetivos estratégicos formulados por Deng Xiaoping buscavam, concomitantemente, a promoção das exportações e a proteção e desenvolvimento do mercado interno. A criação das Zonas Econômicas Especiais (ZEE) destinou-se à promoção de exportações e a política de portas abertas liberalizou o acesso aos 3 Neste trabalho, os termos modelo de desenvolvimento, de modernização e de crescimento, são usados de modo intercambiável. 4 Vide os casos da Alemanha e Rússia no século XIX e da Coréia do Sul no século XX. Disponível em: 2

3 investimentos externos antes da liberalização das importações protegendo o mercado interno. A posteriormente denominada economia socialista de mercado tinha como objetivo acelerar o crescimento da economia como um todo, assim como, expandir e diversificar a indústria chinesa. A combinação entre economia de mercado e economia planificada é a característica fundamental encontrada na via chinesa de desenvolvimento a partir de Por um lado, empresas coletivas de vilas e municípios (EVC), como também os camponeses ganharam maior autonomia na produção e comercialização a preço de mercados; foi dada maior liberdade de investimento, importação e exportação nas ZEE; e o número de itens sem controle de preços apresentou aumento progressivo. Por outro, o planejamento voltado à maior integração do mercado interno foi intensificado através de empresas estatais; a divisão internacional do trabalho foi ampliada; o controle sobre o câmbio e o monopólio estatal sobre as importações prevaleceram; e os preços dos insumos básicos e alimentos foram mantidos sob controle administrativo. Além da originalidade da economia dual, a China se inseriu na economia política internacional de modo único, aproveitando uma conjuntura internacional singular. Os Condicionantes Externos da Inserção Chinesa A estratégia chinesa de modernização foi altamente condicionada por fatores políticos e de poder. As ações da China no pós-ii Guerra Mundial foram delineadas de forma tal que a permitisse responder com destreza aos desafios impostos pela bipolaridade. Acontecimentos políticos como a Revolução Comunista em 1949, o rompimento com a União Soviética (URSS) em 1960, e a reaproximação com os Estados Unidos (EUA) nos anos 70 fizeram da China peça-chave na política internacional das duas superpotências da época. Situação sobre a qual a China soube tirar grande proveito: assumindo o posto da segunda maior economia do mundo em 1999, considerando seu PIB pela paridade do poder de compra. 6 Essa grande virada começou a se consolidar a partir de 1978 com um programa de reformas, pragmático e cauteloso, no qual se manteve a estrutura política e o 5 Medeiros, CIA Central Intelligence Agency. Disponível em: 3

4 sistema econômico foi gradualmente modificado. Nesse período, a tensão internacional baixou e, como aponta Maddison (1998), a China ganhou em status, poder, e posicionamento geopolítico mundial. De fato, as estratégias internacionais - estratégias de condução da política externa, ou relações exteriores estratégicas adotadas na Era Mao Zedong e na Era Deng Xiaoping foram determinantes para a condução dos assuntos domésticos e externos da China. Sob o comando de Mao Zedong, as relações exteriores estratégicas da China assumiram três contornos diferentes: a política estratégica do yibiandao de aliança à URSS nos anos 1950; a política estratégica do liangee quantou daren de oposição simultânea aos EUA e à URSS nos anos 1960; e a política estratégica do yitiaoxian de aproximação aos EUA nos anos Já sob o comando de Deng Xiaoping, as relações exteriores estratégicas da China se distinguem em três fases distintas, embora mantenham uma certa continuidade de abertura para o mundo exterior: a fase duli zhizhu de heping waijiao da estratégia da diplomacia pacífica e independente de 1982 a 1989; a fase taoguang yanghui da estratégia de adoção de um low profile de 1989 a 1995; e a fase shijie duojihua da estratégia da multipolarização mundial a partir de A mudança na política exterior estratégica chinesa quanto à URSS A política estratégica do Yibiandao inclinando para um lado dominou as relações internacionais estratégicas da China desde a revolução comunista em 1949 até o final dos anos Dessa forma, sob o comando de Mao Zedong, a política externa chinesa nos anos 1950 se caracterizou pela oposição aos EUA e aliança com a URSS. Era uma política estratégica voltada para a segurança calcada na relação com um inimigo fixo. Conforme afirma Franklin (1998: 8), a estratégia de inclinação para um lado estabeleceu a estrutura básica das relações exteriores estratégicas chinesas nos anos 1950: cooperação com União Soviética na luta contra os Estados Unidos, e assim colocando a China como um membro-chave do bloco socialista contra o campo imperialista na era bipolar da Guerra Fria (tradução livre). 7 Franklin, Franklin, Disponível em: 4

5 Contudo, a China mantinha, simultaneamente à estratégia de inclinação para um lado, a premissa da independência. Estar do lado da União Soviética não significava estar submissa a ela. Na dialética entre a independência e a aliança com a URSS, o desejo pela primeira acabou falando mais alto e a aliança sino-soviética se desfez ao final dos anos Nos anos 1960, a política estratégica do Liangee Quantou Daren lutando com dois punhos, guiou o comportamento externo chinês. Neste período a China adotou um posicionamento antiamericano e antisoviético na política internacional. Identificando as atitudes soviéticas como ameaça à soberania chinesa, Mao Zedong e outros líderes políticos chineses se opuseram à Moscou, que respondeu com atitudes no campo político, econômico e militar. A URSS cancelou acordos e contratos com a China; cessou a assistência dada aos chineses; retirou especialistas do território chinês; incentivou que a população fronteiriça passasse para o lado soviético, etc. Como afirma Franklin (1998: 10), China e URSS substituíam a aliança por confrontação e forte suspeita mútua. Mesmo após o rompimento sino-soviético, os americanos não alteraram a política de isolamento da China. Conforme aponta Franklin (1998), para os EUA a China continuava a ser uma ameaça, pois era identificada como um Estado socialista imaturo e subdesenvolvido, semelhante à União Soviética na Era Stalinista. Portanto, agressiva e aventureira. E, poderia ser ainda mais perigosa caso se tornasse uma potencia nuclear. 10 A estratégia de Mao Zedong de independência e não alinhamento, opondo-se simultaneamente aos EUA e à URSS, nos anos 1960, pôs a China em uma posição estratégica desfavorável e não rendeu muitos frutos aos chineses. Como expõe Franklin (1998:10), a estratégia de lutar com os dois punhos levou a China a confrontar as duas superpotências ao mesmo tempo. Tal posição estratégica desfavorável fez o pesadelo chinês se tornar realidade, isto é, EUA e URSS cooperarem para conter a China (tradução livre). Nos anos 1950, as relações comerciais chinesas estavam concentradas na URSS e em outros países comunistas (ver Tabela 1). De acordo com Maddison (1998), este fato se explica pelas relações estreitas entre URSS e China e o conseqüente embargo econômico imposto aos chineses pelas principais economias 9 Ibid. 10 Franklin, 1998, p.10. Disponível em: 5

6 capitalistas. 11 Após a revolução comunista na China, Stalin e Mao assinaram um acordo no qual a URSS se comprometia a financiar a compra chinesa de bens de capitais, bem como fornecer técnicos e apoio na implementação do modelo soviético. O acesso aos bens de capital advindos do bloco comunista permitiu à China desenvolver projetos importantes não só no campo econômico, como no campo da segurança. No entanto, com o estremecimento das relações sinosoviéticas, em 1960 os empréstimos soviéticos à China cessaram e os técnicos soviéticos foram removidos do território chinês e as relações foram cortadas. Conforme Maddison (1998) o rompimento se deu em um momento doméstico delicado, uma vez que ocorreu em meio a desorganização e caos criado pelo Grande Salto à Frente, causando um impacto ainda maior sobre o projeto de desenvolvimento industrial chinês. Em razão da catástrofe do Grande Salto à Frente, a China se viu obrigada a importar uma grande quantidade de grãos da Austrália e Canadá para suprir a falta de comida interna, comprometendo ainda mais a capacidade de importar bens de capital. 12 Nos anos 1960, as relações comerciais chinesas deterioram. A mudança na política exterior estratégica chinesa, na qual a China passou a se opor às duas superpotências da época, colocou o país numa posição de isolamento. Conforme pode ser observado na Tabela 1, em 1959 antes do rompimento com a URSS a União Soviética recebia 49,30% das exportações chinesas; a União Soviética supria 46,40% das necessidades chinesas; e não havia relações comerciais com os Estados Unidos. Em 1970 período de oposição simultânea à URSS e aos EUA - a União Soviética respondia pela absorção de 1,10% das exportações chinesas; apenas 1,10% das importações chinesas vinham da União Soviética; e permanecia a não existência de relações comerciais sino-americanas. Isolada na economia internacional, a China viu seu comércio de bens cair e o acesso ao credito internacional ficar bastante restrito. A participação no comércio internacional melhorou ao longo da década subseqüente com uma nova alteração da estratégia internacional. 11 As economias européias, japonesa e americana impuseram um embargo à economia chinesa ao final de 1950, após o envio de tropas chinesas para expulsar as forças da ONU da Coréia do Norte. Em 1957, o embargo foi suspenso por muitos países, inclusive Grã-Bretanha e Japão, mas mantido pelos Estados Unidos. Cf. Maddison, Maddison, 1998; Medeiros, Disponível em: 6

7 DESTINO DAS EXPORTAÇÕES TABELA 1: EVOLUÇAO DOS PARCEIROS COMERCIAIS CHINESES - em % do total URSS/ RUSSIA OUTROS COMUNISTAS ESTADOS UNIDOS HONG KONG JAPÃO AUSTRALIA E CANADÁ EUROPA OCIDENTAL Ano ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES URSS/ RUSSIA OUTROS COMUNISTAS ESTADOS UNIDOS HONG KONG JAPÃO AUSTRALIA E CANADÁ EUROPA OCIDENTAL Ano Fonte: Maddison, 1998 e Asian Development Bank. A política estratégica chinesa de aproximação aos EUA Nos anos 70, os confrontos fronteiriços com os soviéticos fizeram com que a China buscasse uma reaproximação com os americanos. Os EUA, que estavam preocupados com o aumento de poder dos soviéticos, mostraram-se interessados em ajudar a China a conter o expansionismo soviético. Com o interesse comum de deter o expansionismo soviético, as relações sino-americanas foram restabelecidas em e a política exterior estratégica que passou a guiar o comportamento chinês foi a Yitiaoxian uma frente unida. A estratégia da fronte unida consistia em 13 Vale destacar que a partir de 1971 já era possível observar melhorias nas relações internacionais entre EUA e China. Neste ano os EUA deram o aval para que a República da China retomasse seu status como membro da ONU e assumisse o assento no Conselho de Segurança. O (re) estabelecimento de relações diplomáticas com o ocidente também faz parte deste processo que culmina em 1978/79 com o estabelecimento de relações diplomáticas com os EUA. Disponível em: 7

8 unir todas as forças que pudessem ser unidas para lutar contra a hegemonia soviética. 14 Em vista que os EUA eram o mais importante país na frente unida chinesa, a estratégia do yitiaoxian significava aliar com os EUA para lutar contra a União Soviética 15 (Franklin, 1998:11). Esta estratégia rendeu bons frutos à China, que conseguiu realizar não só seu objetivo de segurança, como conseguiu restabelecer relações com muitos outros países graças à reaproximação com os EUA. Sendo assim, a China conseguiu sair do isolamento internacional e fincou as bases para a próxima fase da política exterior estratégica de abertura para o mundo exterior levada adiante por Deng Xiaoping, durante e após o período da Guerra Fria. As relações exteriores estratégicas da China sob Deng cobrem tanto a era da Guerra Fria e a era pós Guerra Fria; na qual a China tinha uma agenda ampla, incluindo a construção econômica e abertura para o mundo exterior, reunificação nacional, assegurar segurança global e regional, e o estabelecimento de uma nova ordem política e econômica (Franklin, 1998:12. Tradução livre.). A política estratégica chinesa de abertura para o mundo exterior Na tentativa de estabelecer um ambiente internacional mais estável para a realização das Quatro Modernizações 16, Deng Xiaoping reatou relações diplomáticas com diversos países e usou a luta contra o comportamento hegemônico como bandeira nas relações internacionais da China. 17 As declarações chinesas contra o hegemonismo tinham implicitamente um sentido duplo: procurava evitar o expansionismo dos soviéticos sobre seu território e evitar que um incremento de poder pela China fosse percebido como uma ameaça internacional, sobretudo pelos EUA. E, o apoio retórico a uma nova ordem econômica mundial aproximou os laços da China com os demais países do terceiro mundo. Na promoção da política estratégica da China de abertura econômica e maior integração à economia política internacional, Deng Xioping adotou, de 1982 a 1989, 14 Franklin, A aliança sino americana se fortaleceu com a invasão soviética ao Afeganistão em Núcleo da estratégia de desenvolvimento que buscava transformar a China em uma nação relativamente avançada até o fim do século XX, as Quatro Modernizações dizem respeito à agricultura, indústria, ciência & tecnologia, e defesa nacional. 17 A partir de 1979, a estratégia chinesa de modernização foi guiada politicamente pela reunificação do território e pela luta contra o hegemonismo, sobretudo da União Soviética. Disponível em: 8

9 independência e paz como guias da política externa chinesa. Esse comportamento se enquadra na estratégia de Duli Zhizhu De Heping Waijiao - independência e diplomacia pacífica. Tendo em vista que em 1989 a China teve que lidar com as críticas mundiais e as sanções econômicas decorrentes da condução chinesa no protesto da Praça de Tiananmen, e com a sucumbência da URSS e o fim do comunismo da Europa, a política estratégica chinesa sofreu alguns ajustes. De 1989 a 1995, o comportamento externo chinês passa a ser guiado pela estratégia do Taoguang Yanghui adoção de um low profile, na qual a China perseguia um menor grau de exposição publica para não perturbar o andamento da política de modernização chinesa. Assim, o objetivo dessa estratégia era evitar confrontos e buscar cooperação com todos os países. 18 A cooperação e parceria com outras potências mundiais foram incentivadas ainda mais após 1995, pela estratégia do Shijie Duojihua multipolarização mundial. Tendo em vista a mudança de atitude dos EUA para com a China após o colapso da URSS adoção de uma política de contenção do poderio chinês e identificação da China como um inimigo potencial -, a China acreditava que com a promoção da multipolarização, as outras potências mundiais iriam enxergá-la como um possível amigo e poderiam cooperar. Essa estratégia estava calcada em três pilares: a não-aliança; a não-confrontação; e oposição à nenhuma terceira parte. (Franklin, 1998: 15). Dessa forma, a multipolarização mundial buscava também um melhor ambiente para a condução da política de modernização da China, dentro da política estratégica de abertura econômica e maior integração à economia política internacional. A China procurou não incorrer novamente em erros do passado, como a aliança com a URSS; a oposição aos EUA; e a confrontação nas duas frontes que a levou ao isolamento. Entrelaçando essa rede [os três pilares], a China tem conseguido alcançar uma posição favorável pujante competição e ajustamento entre as grandes potências no contexto da busca pela primazia no século XXI (Zemin Jiang apud Franklin, 1998:15) Como demonstrado, as relações entre os EUA e a URSS ditaram os rumos de desenvolvimento da economia chinesa. Para se entender os resultados alcançados pela China é preciso olhar para dois momentos distintos da política internacional a ordem bipolar caracterizado pela Guerra Fria e o pós-guerra Fria 18 Franklin, 1998, p. 14. Disponível em: 9

10 com a extinção da URSS pois, a política estratégica internacional chinesa com relação aos EUA foi fundamental para o sucesso chinês na promoção do crescimento econômico. Em 1971 a China entrou na Organização das Nações Unidas, em 1972 as relações sino-japonesas 19 foram restabelecidas e em 1978/79 acontece o mesmo com as relações sino-americanas. Além da suspensão dos embargos econômicos resultado do restabelecimento das relações com os EUA iniciados em 1971 e concretizados em 1979, a China abandonou as taxas fixas de cambio, promovendo uma desvalorização significativa do Yuan frente ao dólar; descentralizou as decisões de comercio exterior para empresas e autoridades provinciais; e removeu gradualmente as barreiras nos preços, deixando o comércio mais suscetível às forças de mercados; bem como criou as zonas especiais para a promoção do comércio internacional. 20 Como resultado, a década de 1970 mostrouse um ponto de inflexão na inserção chinesa na economia política internacional. Têm-se duas formas de vislumbrar o cenário. Uma que considera a década de 70 como um período de grande alteração no processo de inserção internacional da China. Esta se encontra marcada pelo i) seu retorno ao sistema internacional; ii) sua aproximação aos EUA; iii) retorno das suas relações diplomáticas com um número expressivo de países ocidentais, desenvolvidos e não desenvolvidos; e, iv) a conseqüente ampliação das relações econômico-comerciais com estes países. Conforme mostra Maddison (1998), o volume de exportação chinesa dobrou de 1970 a 1978 e as exportações passaram a ter uma participação cada vez maior no produto interno bruto chinês. A segunda visão, que toma um ponto de vista mais global, considera que tal inflexão no campo político-diplomático seja parte constituinte de um projeto de inserção internacional e ao longo da década, especialmente, pós-1978, temos uma clara inserção da China no cenário econômico internacional o que coincide com as reformas implementadas na China e com a mudança do cenário da economia política internacional. 19 O Japão reconhece a RPC em 29/09/ Maddison, 1998 Disponível em: 10

11 Não mais isolada, a China buscou nos investimentos externos diretos uma fonte de transferência de tecnologia e nos empréstimos de médio e longo prazo uma complementação à poupança doméstica. 21 De fato, o atual desempenho de sucesso da China na economia internacional, com elevadas taxas de crescimento econômico com inserção internacional (ver Tabela 2 e Tabela 3), pode ser melhor compreendido se, como sugere Medeiros (1999), o processo chinês de industrialização colocado em curso a partir de 1978 por Deng Xiaoping for dividido em duas etapas: a primeira etapa correspondendo à reaproximação das relações entre China e Estados Unidos nos anos 70 e se estendendo até 1991; a segunda datando da extinção do Bloco Socialista Soviético até os dias atuais 22. TABELA 2: TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB CHINÊS (TOTAL E SETORIAL) - em % Ano PIB AGRICULTURA INDÚSTRIA SERVIÇOS Fonte: Asian Development Bank, Ano TABELA 3: INDICADORES DE COMERCIO EXTERIOR em % do PIB TOTAL DE COMÉRCIO BALANÇA COMERCIAL TRANSAÇÕES CORRENTES Fonte: Asian Development Bank, Idem. 22 Deve-se ressaltar que existe outra versão que aponta como fundamental o fato de Deng Xiaoping ter obtido apoio político interno para a real inserção econômica chinesa: o período marcado pelo protesto em Tiannamen. Este marcaria o processo de eliminação da esquerda do PCC que se opunha à abertura, abrindo espaço para um novo discurso e um novo curso de ações dentro do PCC. Com o apoio dos governadores das províncias costeiras ao processo e a simbologia representada pela visita de Deng, em 1992, a estas províncias, criou a possibilidade da introdução, neste momento, do conceito de economia socialista de mercado. Disponível em: 11

12 Conforme Medeiros (1999), na primeira etapa, os EUA facilitaram e incentivaram as exportações chinesas e a China aproveitou a oportunidade tendo em vista que os americanos atendiam seus interesses de contenção da antiga URSS e de modernização da economia doméstica. Nesta etapa, considerações estratégicas levaram os EUA a darem importância secundária às características políticas e institucionais da China. O posicionamento geopolítico no confronto entre as superpotências, EUA e URSS, foi decisivo para arrancada das exportações chinesas. O restabelecimento de relações diplomáticas, nos anos 70, pôs fim ao embargo econômico e a China teve acesso ao mercado internacional de bens e de crédito. Os EUA logo se afirmaram como importante parceiro comercial da China e passaram, em 1979, a adotar o tratamento de Nação Mais Favorecida. Em 1980, a China também integrou o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, e em 1986, passou a ser membro do Banco Asiático de Desenvolvimento. Segundo Arrighi (2008), Ao contrário do que se acredita, a característica mais atraente da RPC para o capital estrangeiro não foi apenas sua imensa reserva de mão-de-obra barata; há muitas reservas como esta pelo mundo afora, mas em nenhum lugar atraíram tanto capital como na China. A característica mais atraente,..., foi a elevada qualidade dessa reserva em termos de saúde, educação e capacidade de autogerenciamento, combinada à expansão rápida das condições de oferta e demanda para a mobilização produtiva desta reserva dentro da própria China.... essa combinação não foi criada pelo capital estrangeiro, mas sim por um processo de desenvolvimento baseado em tradições nativas inclusive revolucionária que deu origem à RPC. O capital estrangeiro interveio tarde no processo, sustentandoo em certas direções, porém minando-o em outras. (ARRIGHI, 2008: 357) Dada a expansão das exportações e o acesso a credito em condições favoráveis, a China conseguiu planejar e colocar em prática um programa de importação de máquinas e equipamentos, necessários para a modernização da indústria pesada, sem prejudicar o crescimento da indústria leve e da agricultura. Nos anos 80, a China, assim como os demais países asiáticos, se beneficiou do crescimento japonês que desvalorizou o câmbio das economias regionais. O capital produtivo japonês se deslocou para as economias regionais acelerando o investimento direto e comercial nesses países. O extraordinário crescimento Disponível em: 12

13 econômico da China nos anos 1980 se deve aos canais de comercialização que mantinha com Hong Kong. Os fluxos de investimentos nesses países eram voltados para os setores intensivos em mão-de-obra, em especial para têxteis e calçados; exatamente os setores em que a China desfrutava as maiores quotas de exportação nos países da OCDE. 23 Assim, o crescimento das exportações chinesas se deve à reexportação por meio de Hong Kong. No final da década de 80 e início dos anos 1990, os investimentos diretos mudaram seus destinos para o continente. O crescimento do mercado interno e as condições especiais das ZEE atraíram empresas americanas, japonesas e européias para a China. Com o fim da Guerra Fria inicia-se a segunda etapa e os EUA começam a ver o sucesso chinês como uma ameaça. Sendo assim, os americanos passam a buscar a contenção econômica e política da China. Considerações sobre direitos humanos, regime de partido único, ideologia comunista, etc., passaram a fazer parte da retórica norte-americana, no intuito de convencer os demais países ocidentais a apoiarem as políticas defendidas pelos EUA que dificultavam uma maior integração da China à arena internacional. Com o fim da ameaça ao capitalismo, os EUA mudaram as atitudes de favorecimento à China. No entanto, a China já havia conseguido alcançar uma estrutura econômica respeitável grande receptor de investimento estrangeiro direto, participação significativa no comércio internacional, e detentora de enorme reserva internacional (ver Tabela 4). Assim, o dinamismo chinês em atrair capitais estrangeiros tem conseguido contrabalançar as políticas comerciais e diplomáticas norte-americanas prejudiciais à China. 24 É compulsório, neste ponto do texto, observar que em seu texto Medeiros enfatiza excessivamente EUA. Não há dúvidas que em toda situação no que concerne o sistema internacional, o aval político dos EUA foi fundamental. Entretanto, não se pode desprezar que o dinamismo da economia do leste Asiático beneficiava sobremaneira a economia da China. Considerando esta afirmação, pode-se inverter a análise passando a vislumbrar os investimentos estrangeiros diretos como resultado da política econômica chinesa e os EUA como grande importador de mercadorias asiáticas. Por fim, duas observações são importantes: a primeira que no período citado, a China apresentava déficit em seu balanço 23 Medeiros, Medeiros, Disponível em: 13

14 comercial dom os demais países do leste Asiático e em um segundo momento, pode-se compreender que os EUA preocupavam-se realmente com a economia asiática, tendo como foco de suas críticas o Japão e não a China. Assim, pode-se ter como certo um efeito positivo da disputa entre Japão e EUA na economia chinesa. TABELA 4: INDICADORES INTERNACIONAIS DA CHINA IED¹ RESERVAS INTERNACIONAIS EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES BALANÇO COMERCIAL Ano Em US$ milhões em US$ milhões Variação anual em % Variação anual em % Variação anual em % , , , , , , , , , , , , , , Fonte: Asian Development Bank, ¹ Fluxo Líquido de Investimento Externo Direto Conforme mostra Maddison (1998), desde 1991 a China vem recebendo fluxos intensos de investimentos externos diretos e, após entrar para o Banco Mundial e para o Banco Asiático de Desenvolvimento, o país China se tornou um dos maiores tomadores mundiais de empréstimos. No entanto, a dívida chinesa não representa fonte de muita preocupação, pois a China possui uma ampla reserva internacional e o perfil de sua dívida é de médio e longo prazo. Quanto ao comércio exterior, as exportações chinesas, assim como seus parceiros comerciais, sofreram significativa diversificação (ver Tabela 1 e Tabela 5). Disponível em: 14

15 TABELA 5: DIREÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR CHINÊS em % do total EXPORTAÇÕES DE BENS IMPORTAÇÕES DE BENS Região/Ano ASIA EUROPA AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL ORIENTE MÉDIO AMÉRICA DO SUL ÁFRICA OCEANIA RESTO DO MUNDO Fonte: Asian Development Bank, Obs.1: Dados retirados do Key Indicators for Asia and Pacific Obs.2: Na fonte utilizada constam os dados para o ano de Entretanto, a metodologia foi alterada, fato este que fez com que os dados relativos ao ano de 2007 fossem omitidos na tabela. A China vem apresentando um superávit estrutural na Balança Comercial em suas relações com o exterior, esse saldo se verifica, especialmente, em suas trocas com Hong Kong e com os EUA; embora em suas relações com o Japão e Europa ocidental o saldo se revele negativo 25 (ver Tabela 6). Maddison (1998) ressalta que a China tem mostrado uma resistência cultural em importar grãos e cereais dos americanos. A lembrança dos anos de embargo econômico faz com que a China recorra à Austrália e Canadá sempre que há a necessidade de importação de grãos e cereais 26. Assim, a atitude chinesa reforça a tendência desfavorável na balança comercial americana em suas relações com a China e incentiva as críticas dos norte-americanos às praticas comerciais chinesas, nessa segunda fase. No entanto, embora os EUA tenham sido os mais ávidos críticos da entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), a China integrou a instituição em A adesão da China à OMC somente ocorre de fato em A retomada do controle sobre Hong Kong em 1997 só permite que a China 25 Maddison, Mais atualmente, parcela desta importação tem como origem o Brasil. 27 Ibid. Disponível em: 15

16 participe por intermédio do retorno do território até então sob domínio britânico por mais de 150 anos. TABELA 6: COMÉRCIO EXTERIOR COM OS PRINCIPAIS PARCEIROS CHINESES EXPORTAÇÕES Em US$ milhões Em % do total ESTADOS UNIDOS HONG KONG JAPÃO CORÉIA DO SUL ALEMANHA IMPORTAÇÕES Em US$ milhões Em % do total SALDO COMERCIAL Em US$ milhões Fonte: Asian Development Bank, Obs.: Na fonte utilizada constam os dados para o ano de Entretanto, a metodologia de mensuração foi alterada. Este fato foi relevante para a opção de omitir os dados relativos ao ano de A política estratégica chinesa contemporânea De modo geral, os objetivos das políticas exteriores estratégicas da China no período comandado por Mao Zedong ( ) podem ser assim sumarizados: Disponível em: 16

17 garantir a segurança nacional; assegurar a soberania e a integridade territorial da China; e incrementar o status internacional chinês. Já no período comandado por Deng Xioping ( ), os objetivos chineses foram além da manutenção dos objetivos anteriores, manter um ambiente internacional pacífico para se buscar as Quatro Modernizações; e promover o estabelecimento de uma nova ordem econômica e política mundial, na qual a China jogasse com papel de destaque. Portanto, na época de Mao, a política exterior estratégica da China era guiada por uma lógica de segurança, na qual a preocupação com a sobrevivência da China era uma constante. No entanto, como resultado das políticas estratégicas adotadas por Mao, a China acabou isolada política e economicamente. Com a mudança na orientação das políticas estratégicas tirar vantagens da oposição entre as duas superpotências - iniciadas por Mao e levadas adiante por Deng, a China começou a se inserir na economia política internacional. Por sua vez, a política exterior estratégica da China sob o comando de Deng era guiada por uma lógica pragmática, que além de considerar a dimensão militar, considerava também as dimensões políticas e econômicas sob a óptica da política de modernização. Ou seja, buscava os caminhos que propiciariam à China uma melhor inserção política e econômica na economia política internacional. Apesar da morte de Deng Xiaoping em fevereiro de 1997, a condução da política exterior estratégica chinesa manteve a continuidade da Era Deng. A política de abertura para o mundo exterior tem sido aprofundada, os meios pragmáticos têm sido colocados em prática e os fins têm sido alcançados: a China tem crescido em prestígio político e econômico na arena internacional no século XXI. O feito chinês em conseguir manter um crescimento expressivo no mercado global por mais de duas décadas tem sido objeto de inúmeras reflexões. As Teses Sobre o Sucesso do Modelo Chinês. O modelo de desenvolvimento chinês após a reforma econômica iniciada em 1978 vem sendo analisado exaustivamente. Durante a década de 1980, as reformas foram implantadas em termos graduais, tendo como foco a gestão harmônica entre as forças de mercado e a existência da planificação de origem estatal. Pode-se afirmar que foram privilegiados dois setores: o setor agrícola, passando por uma Disponível em: 17

18 reforma na distribuição das terras e na modernização do processo de produção e o setor industrial, concentrado nas reformas da gestão das empresas públicas, e posterior privatização de algumas destas empresas e o concomitante lançamento das TVE s pequenas e médias empresas que possuem gerenciamento local. Já na década de 1990 cabe destacar que sua base de sustentação econômica tem fundamento no volume de investimentos efetivos em estrutura - sejam investimentos estrangeiros sejam investimentos públicos nacionais - e na elevação constante do coeficiente de exportação do país 28. Uma particularidade do caso chinês, que pode facilmente ser observada na análise dos dados divulgados por Instituições Internacionais 29, é que os resultados positivos das exportações têm elevada correlação com a presença de capital estrangeiro naquele país. A participação de empresas chinesas, perante os dados de empresas de capital estrangeiro, é secundária, quando dispostos em ordem de importância. Daí surge uma variável de relevância anteriormente avaliada, a saber: o processo de inserção internacional da China. Cabe destacar que o crescimento observado nos últimos dez anos, além da base de sustentação supracitada, tem como característica a super-utilização dos fatores de produção disponíveis, com notável evolução de dois dados relevantes: a evolução do capital humano e a melhoria nos níveis educacionais e de qualificação de mão-de-obra 30. Quando se verifica o arcabouço teórico que sustenta as análises do sucesso chinês, chega-se a três grandes grupos de analistas: os institucionalistas, os ortodoxos, e os internacionalistas. O primeiro grupo de autores, atualmente capitaneado por Stiglitz e Singh 31, que poderiam, seguindo um critério de linha de pensamento, serem denominados de institucionalistas, argumentam que a atual posição chinesa deve-se, sobretudo, a um sistema gradual, planejado e contínuo de reformas que transmutaram suas instituições em fator decisivo para seu salto para 28 Os investimentos totais realizados na China chegaram, no período de 2000 a 2004, ao nível de 45 % do PIB. Os dados de comércio exterior podem ser visualizados na tabela Tais dados podem ser encontrados nos sites do Fundo Monetário Internacional ( do Centro de Informação na Internet da China China Internet Information Center ( e do Banco Mundial ( 30 Neves, Estes autores seguem um argumento sustentado na existência de um mercado de informações imperfeitas, incerteza e custos de transação (Ronald Coase). Para o caso da China, o ponto a ser acrescentado é a necessidade de se completar o processo de reforma de mercado iniciado nos anos Disponível em: 18

19 frente. O argumento sustenta-se na idéia de que a China realizou um processo planejado de adaptação das inovações institucionais à sua peculiaridade históricopolítico. Tal argumentação enfatiza a presença e o importante papel de coordenação e planejamento exercido pelo PCCh. Sem a existência deste, a hierarquização e, posterior, coordenação das ações planejadas para o desenvolvimento chinês seriam inviáveis, principalmente, frente ao ambiente internacional de elevada concorrência entre os principais players globais. Já autores mais ortodoxos 32, que avaliam o crescimento de economias menos desenvolvidas sustentam o argumento de que as condições internas chineses eram favoráveis a um crescimento elevado. Isto se deve a tendência natural de crescimento de uma economia com baixo nível de renda, com excedente de mãode-obra, especialmente no meio rural e distribuída de maneira desigual ao longo de seu território. Economias com estas características, quando submetidas a um choque de acumulação de capital, tendem a apresentar um ritmo de crescimento ascendente com inclinação superior às demais economias que já se encontravam em fases posteriores do processo de desenvolvimento. Na década de 60 do século XX, um conjunto de modelos de crescimento de cunho ortodoxo teve grande aceitação no meio acadêmico. Modelos como o proposto por Solow, Shaw, Mankiw, entre outros, demonstravam que qualquer alteração estrutural na economia destes países causaria uma alteração na inclinação das suas curvas de crescimento, colocando-os em uma nova posição entre os demais países em desenvolvimento. Por fim, mas não menos importante, cabe citar a tese defendida pelos internacionalistas. Estes preferem analisar o processo de crescimento chinês e, sua posterior inserção na economia globalizada, por intermédio da sua posição como um importante locus geopolítico mundial. Segundo estes autores, a transformação chinesa deve-se a três vetores, todos ligados a uma posição estratégica dos EUA para enfraquecer seus potenciais competidores pelo poder, seja político, seja econômico, no cenário mundial 33 : a estratégia de isolamento da ex-urss como forma de reduzir a zona de influência do socialismo, a transformação da China em um novo pólo produtor na Ásia, fazendo com que o Japão encontrasse um 32 Basicamente, estão contidos neste secundo grupo, autores ligados aos FMI e ao Banco Mundial, com argumento baseado na liberalização dos mercados. 33 Medeiros, Disponível em: 19

20 concorrente comercial regional e, por último, a estratégia da China em construir um sistema forte que desse sustentação à posição soberana do Estado, possibilitando assim uma estratégia planejada de condução da população e do seu território com fins explícitos de atingir níveis superiores de desenvolvimento econômico. Os internacionalistas apóiam suas análises na definição estratégica de políticas exteriores adotadas pela China descritas em tópico anterior. Uma crítica que deve ser adicionada a este modelo é a posição central dos EUA em detrimento do papel da economia asiática. Esta crítica é bem visualizada quando se toma como referência o livro de Giovanni Arrighi Adam Smith em Pequim. Independentemente da corrente analítica, todas apontam características singulares da China como responsáveis pelo crescimento extraordinário alcançado no final do século XX. No entanto, apontam elementos que não podem ser facilmente copiados por outros países em desenvolvimento, como i) a forte intervenção estatal na coordenação e planejamento econômico facilitado enormemente pela existência de um governo autoritário e déspota -; ii) a existência de um grande excedente de mão-de-obra, inclusive rural, que combinado com um choque acumulação de capital promove as alterações estruturais que levam ao crescimento; iii) o posicionamento chinês no tabuleiro geopolítico americano; iv) a relevância da China dentro do cenário político e econômico asiático; e v) a adoção de um modelo próprio que não seguia, conforme visto em citação anterior de Arrighi (2008), as determinações do mainstream economics e o caráter gradual de suas ações. Embora as interpretações para o crescimento sejam muitas, o resultado é apenas um: só a China tem conseguido sustentar uma taxa média de crescimento anual altíssima desde Os Fatores Internos que Sustentam o Crescimento Chinês Os dados recentes da economia chinesa são surpreendentes. Sua economia apresentou uma taxa média de crescimento no período 1978 a 2004 de 9,5% ao ano. Seus dados de comércio externo são ainda mais impressionantes: neste mesmo período, seu fluxo de comércio externo cresceu 30 vezes. Em termos de volume do fluxo de comércio, a China obteve no ano de 1978 o montante de U$ 20,6 bilhões como resultado. Em 2003, o valor passou para U$ 851,2 bilhões, em 2005 Disponível em: 20

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil 10º FÓRUM DE ECONOMIA Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil Eliane Araújo São Paulo, 01 de outubro de2013 Objetivos Geral:

Leia mais

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2ª PROVA PARCIAL DE GEOGRAFIA Aluno(a): Nº Ano: 8º Turma: Data: 04/06/2011 Nota: Professor: Edvaldo Valor da Prova: 40 pontos Assinatura do responsável: Orientações

Leia mais

Exercícios sobre Tigres Asiáticos

Exercícios sobre Tigres Asiáticos Exercícios sobre Tigres Asiáticos Material de apoio do Extensivo 1. (UNITAU) Apesar das críticas, nos últimos tempos, alguns países superaram o subdesenvolvimento. São os NIC (Newly Industrialized Countries),

Leia mais

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Parte V Financiamento do Desenvolvimento Parte V Financiamento do Desenvolvimento CAPÍTULO 9. O PAPEL DOS BANCOS PÚBLICOS CAPÍTULO 10. REFORMAS FINANCEIRAS PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO. Questão central: Quais as dificuldades do financiamento

Leia mais

Figura 01 - Evolução das exportações de suínos de Santa Catarina no período de 2010 a 2014 - US$ Milhões.

Figura 01 - Evolução das exportações de suínos de Santa Catarina no período de 2010 a 2014 - US$ Milhões. Crise na Ucrânia: dificuldades e potencialidades para o setor de carne suína e milho em Santa Catarina Glaucia Padrão, Dr.ª Analista de Economia, Epagri/Cepa Reney Dorow, Msc. Analista de Mercado, Epagri/Cepa

Leia mais

Ensino Fundamental II

Ensino Fundamental II Ensino Fundamental II Valor do trabalho: 2.0 Nota: Data: /dezembro/2014 Professora: Angela Disciplina: Geografia Nome: n o : Ano: 8º Trabalho de Recuperação Final de Geografia ORIENTAÇÕES: Leia atentamente

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas Análise Economia e Comércio / Desenvolvimento Carolina Dantas Nogueira 20 de abril de 2006 O processo de abertura comercial da China:

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Senado Federal Comissão de Relações Exteriores Maio/2011. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Universidade Estadual da Paraíba

Senado Federal Comissão de Relações Exteriores Maio/2011. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Universidade Estadual da Paraíba A INFLUÊNCIA DA CHINA NA ÁFRICA SETENTRIONAL E MERIDIONAL Senado Federal Comissão de Relações Exteriores Maio/2011 Henrique Altemani de Oliveira Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Universidade

Leia mais

Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes.

Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes. A ECONOMIA GLOBAL Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes. O século XX marcou o momento em que hábitos culturais, passaram a ser ditados pelas grandes

Leia mais

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A O capitalismo teve origem na Europa, nos séculos XV e XVI, e se expandiu para outros lugares do mundo ( Ásia, África,

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO 1 O sucesso do Plano Real na economia brasileira Denis de Paula * RESUMO Esse artigo tem por objetivo evidenciar a busca pelo controle inflacionário no final da década de 1980 e início da década de 1990,

Leia mais

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO Internacionalização de empresas brasileiras: em busca da competitividade Luis Afonso Lima Pedro Augusto Godeguez da Silva Revista Brasileira do Comércio Exterior Outubro/Dezembro 2011 MOTIVAÇÕES PARA A

Leia mais

Alguns dados sobre a China

Alguns dados sobre a China CHINA "...de que país a China é colônia? É colônia de cada país com quem firmou um tratado, e todos os países que têm um tratado com a China são seus donos. Assim, a China não é somente escrava de uma

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

Capitalismo na China é negócio de Estado e no Brasil é negócio de governo*

Capitalismo na China é negócio de Estado e no Brasil é negócio de governo* Capitalismo na China é negócio de Estado e no Brasil é negócio de governo* Carlos Sidnei Coutinho** Cenário Mundial na primeira década do século XXI Os Estados soberanos se destacam como garantidores,

Leia mais

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev. Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.1, 2011 Estrutura da apresentação Antecedentes Principais características

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno.

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno. 1. ASPECTOS GERAIS Comércio é um conceito que possui como significado prático, trocas, venda e compra de determinado produto. No início do desenvolvimento econômico, o comércio era efetuado através da

Leia mais

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914 ESTUDO DE CASO MÓDULO XI Sistema Monetário Internacional Padrão Ouro 1870 1914 Durante muito tempo o ouro desempenhou o papel de moeda internacional, principalmente por sua aceitabilidade e confiança.

Leia mais

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou nesta terça-feira os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos,

Leia mais

Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição 2013. Por Roberto Vertamatti*

Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição 2013. Por Roberto Vertamatti* Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição 2013 Por Roberto Vertamatti* Brasil recua novamente para a 15ª posição por não melhorar índices de saúde, educação e renda e piorar em relação a pobreza e desigualdade

Leia mais

Indicadores Anefac dos países do G-20

Indicadores Anefac dos países do G-20 Indicadores Anefac dos países do G-20 O Indicador Anefac dos países do G-20 é um conjunto de resultantes de indicadores da ONU publicados pelos países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina,

Leia mais

Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais

Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais João Carlos Ferraz BNDES 31 de agosto de 2008 Guia Contexto macroeconômico Políticas públicas Perpectivas do investimento

Leia mais

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais Uma política econômica de combate às desigualdades sociais Os oito anos do Plano Real mudaram o Brasil. Os desafios do País continuam imensos, mas estamos em condições muito melhores para enfrentálos.

Leia mais

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em * (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em desenvolvimento) A atual crise financeira é constantemente descrita

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema 1. Introdução 1.1 Contextualização do problema e questão-problema A indústria de seguros no mundo é considerada uma das mais importantes tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista social.

Leia mais

ANO % do PIB (Aproximadamente) 2003 9% do PIB mundial 2009 14% do PIB mundial 2010 18% do PIB mundial 2013/2014 25% do PIB mundial

ANO % do PIB (Aproximadamente) 2003 9% do PIB mundial 2009 14% do PIB mundial 2010 18% do PIB mundial 2013/2014 25% do PIB mundial ANO % do PIB (Aproximadamente) 2003 9% do PIB mundial 2009 14% do PIB mundial 2010 18% do PIB mundial 2013/2014 25% do PIB mundial ANO Os BRICS EUA União Europeia PIB 2013 (aproximadamente) US$ 19 trilhões

Leia mais

Índice. 1. A educação e a teoria do capital humano...3. Grupo 7.2 - Módulo 7

Índice. 1. A educação e a teoria do capital humano...3. Grupo 7.2 - Módulo 7 GRUPO 7.2 MÓDULO 7 Índice 1. A educação e a teoria do capital humano...3 2 1. A EDUCAÇÃO E A TEORIA DO CAPITAL HUMANO Para Becker (1993), quando se emprega o termo capital, em geral, o associa à ideia

Leia mais

A REORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO IBGC 26/3/2015

A REORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO IBGC 26/3/2015 A REORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO IBGC 26/3/2015 1 A Situação Industrial A etapa muito negativa que a indústria brasileira está atravessando vem desde a crise mundial. A produção

Leia mais

AGRICULTURA NA RÚSSIA SOCIALISTA E NA CHINA

AGRICULTURA NA RÚSSIA SOCIALISTA E NA CHINA Espaço Agrário Rússia/China 1 AGRICULTURA NA RÚSSIA SOCIALISTA E NA CHINA! Ambos os países passaram por uma revolução socialista, ou seja, com a revolução a Terra passa a ser propriedade do Estado (propriedade

Leia mais

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015 RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Abril 2015 Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Superintendente: Lauro Modesto Santos Jr. Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Fernando

Leia mais

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos Como as taxas de juros dos Estados Unidos afetam os mercados financeiros das economias emergentes 15 de maio de 2014 Alexander Klemm, Andre Meier e Sebastián Sosa Os governos da maioria das economias emergentes,

Leia mais

O Mundo em 2030: Desafios para o Brasil

O Mundo em 2030: Desafios para o Brasil O Mundo em 2030: Desafios para o Brasil Davi Almeida e Rodrigo Ventura Macroplan - Prospectiva, Estratégia & Gestão Artigo Publicado em: Sidney Rezende Notícias - www.srzd.com Junho de 2007 Após duas décadas

Leia mais

Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil

Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil 1 Comunicado da Presidência nº 5 Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil Realização: Marcio Pochmann, presidente; Marcio Wohlers, diretor de Estudos Setoriais (Diset)

Leia mais

Japão, Tigres asiáticos e China

Japão, Tigres asiáticos e China Japão, Tigres asiáticos e China Revisão Geral Prof. Josevaldo Aspectos socioeconômicos do Japão e dos Tigres Asiáticos Japão A partir do final da Segunda Guerra Mundial Transformou-se em exemplo de crescimento

Leia mais

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 NOTAS CEMEC 01/2015 REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 Carlos A. Rocca Lauro Modesto Santos Jr. Fevereiro de 2015 1 1. Introdução No Estudo Especial CEMEC de novembro

Leia mais

Rumo à abertura de capital

Rumo à abertura de capital Rumo à abertura de capital Percepções das empresas emergentes sobre os entraves e benefícios 15º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais 4 de julho de 2013 Pontos de partida

Leia mais

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp)

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp) O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp) Objetivo Qual padrão de especialização comercial brasileiro? Ainda fortemente

Leia mais

Exportação de Serviços

Exportação de Serviços Exportação de Serviços 1. Ementa O objetivo deste trabalho é dar uma maior visibilidade do setor a partir da apresentação de algumas informações sobre o comércio exterior de serviços brasileiro. 2. Introdução

Leia mais

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS I. INTRODUÇÃO O Governo apresentou ao Conselho Económico e Social o Projecto de Grandes Opções do Plano 2008 (GOP 2008) para que este Órgão, de acordo com

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas na Alemanha. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas na Alemanha. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas na Alemanha Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios A definição na Alemanha é a adotada pela União Europeia e pelo Institut für Mittelstandsforschung

Leia mais

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Indicadores CNI INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Momento difícil da indústria se reflete nos investimentos Intenção de investimento para 2015 é a menor da pesquisa Em 2014, 71,8% das empresas investiram 7,9

Leia mais

Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB

Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB Brasília (DF), 06 de outubro de 2015 1 Diretoria Estratégia da Marca Gerência de Assessoramento Econômico Economia Internacional

Leia mais

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 1 SUMÁRIO 1. Economia Mundial e Impactos sobre o Brasil 2. Política Econômica Desastrosa do Primeiro Mandato 2.1. Resultados

Leia mais

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS Jorge Luis Nicolas Audy * A Universidade vem sendo desafiada pela Sociedade em termos de uma maior aproximação e alinhamento com as demandas geradas pelo

Leia mais

A Importância do CRM nas Grandes Organizações Brasileiras

A Importância do CRM nas Grandes Organizações Brasileiras A Importância do CRM nas Grandes Organizações Brasileiras Por Marcelo Bandeira Leite Santos 13/07/2009 Resumo: Este artigo tem como tema o Customer Relationship Management (CRM) e sua importância como

Leia mais

Fernanda de Paula Ramos Conte Lílian Santos Marques Severino RESUMO:

Fernanda de Paula Ramos Conte Lílian Santos Marques Severino RESUMO: O Brasil e suas políticas sociais: características e consequências para com o desenvolvimento do país e para os agrupamentos sociais de nível de renda mais baixo nas duas últimas décadas RESUMO: Fernanda

Leia mais

MARKETING INTERNACIONAL

MARKETING INTERNACIONAL MARKETING INTERNACIONAL Produtos Ecologicamente Corretos Introdução: Mercado Global O Mercado Global está cada dia mais atraente ás empresas como um todo. A dinâmica do comércio e as novas práticas decorrentes

Leia mais

Os desafios para a inovação no Brasil. Maximiliano Selistre Carlomagno

Os desafios para a inovação no Brasil. Maximiliano Selistre Carlomagno Os desafios para a inovação no Brasil Maximiliano Selistre Carlomagno Sobre a Pesquisa A pesquisa foi realizada em parceria pelo IEL/RS e empresa Innoscience Consultoria em Gestão da Inovação durante

Leia mais

Negócios Internacionais

Negócios Internacionais International Business 10e Daniels/Radebaugh/Sullivan Negócios Internacionais Capítulo 3.2 Influencia Governamental no Comércio 2004 Prentice Hall, Inc Objectivos do Capítulo Compreender a racionalidade

Leia mais

TEMA: CONTRASTES DE DESENVOLVIMENTO. 1ª parte -Países desenvolvidos vs Países em desenvolvimento

TEMA: CONTRASTES DE DESENVOLVIMENTO. 1ª parte -Países desenvolvidos vs Países em desenvolvimento TEMA: CONTRASTES DE DESENVOLVIMENTO 1ª parte -Países desenvolvidos vs Países em desenvolvimento Questões de partida 1. Podemos medir os níveis de Desenvolvimento? Como? 2. Como se distribuem os valores

Leia mais

IMF Survey. África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais

IMF Survey. África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais IMF Survey PERSPECTIVAS ECONÓMICAS REGIONAIS África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais Por Jesus Gonzalez-Garcia e Juan Treviño Departamento da África, FMI 24 de Abril de 2014

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

BRICS e o Mundo Emergente

BRICS e o Mundo Emergente BRICS e o Mundo Emergente 1. Apresente dois argumentos favoráveis à decisão dos países integrantes da Aliança do Pacífico de formarem um bloco regional de comércio. Em seguida, justifique a situação vantajosa

Leia mais

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Palma, G. (2002). The Three routes to financial crises In: Eatwell, J; Taylor, L. (orgs.). International Capital Markets: systems in transition. Oxford

Leia mais

Bruna Niehues Byatriz Santana Alves Mayara Bellettini Mirela Souza

Bruna Niehues Byatriz Santana Alves Mayara Bellettini Mirela Souza Equipe: Bruna Niehues Byatriz Santana Alves Mayara Bellettini Mirela Souza Contexto global Segundo (CARNEIRO, 1999): A globalização nova ordem econômica A mobilidade dos capitais o elemento central Contexto

Leia mais

ANEXO I QUADRO COMPARATIVO DOS GOVERNOS LULA E fhc

ANEXO I QUADRO COMPARATIVO DOS GOVERNOS LULA E fhc ANEXO I QUADRO COMPARATIVO DOS GOVERNOS LULA E fhc Mercadante_ANEXOS.indd 225 10/4/2006 12:00:02 Mercadante_ANEXOS.indd 226 10/4/2006 12:00:02 QUADRO COMPARATIVO POLÍTICA EXTERNA Fortalecimento e expansão

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS 11) China, Japão e Índia são três dos principais países asiáticos. Sobre sua História, cultura e relações com o Ocidente, analise as afirmações a seguir. l A China passou por um forte processo de modernização

Leia mais

MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO A QGEP Participações iniciou o ano de 2011 com uma sólida posição financeira. Concluímos com sucesso a nossa oferta pública inicial de ações em fevereiro, com uma captação líquida

Leia mais

Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR

Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR : mudanças na estrutura produtiva e no mercado de trabalho no período 1991/2010 Paulo Delgado Liana Carleial Curitiba, 17

Leia mais

Perspectivas da Economia Brasileira

Perspectivas da Economia Brasileira Perspectivas da Economia Brasileira Márcio Holland Secretário de Política Econômica Ministério da Fazenda Caxias do Sul, RG 03 de dezembro de 2012 1 O Cenário Internacional Economias avançadas: baixo crescimento

Leia mais

Introdução da Responsabilidade Social na Empresa

Introdução da Responsabilidade Social na Empresa Introdução da Responsabilidade Social na Empresa Vitor Seravalli Diretoria Responsabilidade Social do CIESP Sorocaba 26 de Maio de 2009 Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é uma forma de conduzir

Leia mais

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA Agosto de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões de compra

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA FACTORES CRÍTICOS DE SUCESSO DE UMA POLÍTICA DE INTENSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO EMPRESARIAL EM PORTUGAL E POTENCIAÇÃO DOS SEUS RESULTADOS 0. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Leia mais

Pesquisa Mensal de Emprego

Pesquisa Mensal de Emprego Pesquisa Mensal de Emprego EVOLUÇÃO DO EMPREGO COM CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA 2003-2012 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 2 Pesquisa Mensal de Emprego - PME I - Introdução A Pesquisa

Leia mais

OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2

OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2 OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2 1. Apresentação Este artigo discute as oportunidades e riscos que se abrem para a

Leia mais

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE BRASÍLIA PÚBLICA

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE BRASÍLIA PÚBLICA SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE BRASÍLIA PÚBLICA 2 Caixa, patrimônio dos brasileiros. Caixa 100% pública! O processo de abertura do capital da Caixa Econômica Federal não interessa aos trabalhadores e à população

Leia mais

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012 RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO Junho de 2012 Riscos e oportunidades para a indústria de bens de consumo A evolução dos últimos anos, do: Saldo da balança comercial da indústria

Leia mais

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O mercado de trabalho é fonte de indicadores muito importantes à condução da política monetária como, por exemplo, a taxa de desemprego, os níveis de salários

Leia mais

1. INTRODUÇÃO CONCEITUAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO ECONÔMICO

1. INTRODUÇÃO CONCEITUAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO ECONÔMICO 1. INTRODUÇÃO CONCEITUAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO ECONÔMICO A análise da evolução temporal (ou dinâmica) da economia constitui o objeto de atenção fundamental do desenvolvimento econômico,

Leia mais

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural O ano de 2011 foi marcado pela alternância entre crescimento,

Leia mais

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997 DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997 Reunidos na cidade de Quebec de 18 a 22 de setembro de 1997, na Conferência Parlamentar das Américas, nós, parlamentares das Américas, Considerando que o

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

ESTRATÉGIAS CORPORATIVAS COMPARADAS CMI-CEIC

ESTRATÉGIAS CORPORATIVAS COMPARADAS CMI-CEIC ESTRATÉGIAS CORPORATIVAS COMPARADAS CMI-CEIC 1 Sumário Executivo 1 - A China em África 1.1 - Comércio China África 2 - A China em Angola 2.1 - Financiamentos 2.2 - Relações Comerciais 3 - Características

Leia mais

DIÁLOGOS SOBRE O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO NO BRASIL. (Pesquisa qualitativa -- RESUMO)

DIÁLOGOS SOBRE O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO NO BRASIL. (Pesquisa qualitativa -- RESUMO) DIÁLOGOS SOBRE O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO NO BRASIL (Pesquisa qualitativa -- RESUMO) Realização: Ibase, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) Objetivos da Pesquisa: Os Diálogos sobre

Leia mais

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO 18 de Agosto de 2006 Demian Fiocca Presidente do BNDES www.bndes.gov.br 1 BRASIL: NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO Um novo ciclo de desenvolvimento teve início em 2004.

Leia mais

www.fgvsp.br/cia/ned 5 ª EDIÇÃO MARÇO DE 2003 RESUMO *

www.fgvsp.br/cia/ned 5 ª EDIÇÃO MARÇO DE 2003 RESUMO * CENTRO DE INFORMÁTICA APLICADA PROGRAMA DE EXCELÊNCIA DE NEGÓCIOS NA ERA DIGITAL PESQUISA FGV COMÉRCIO ELETRÔNICO NO MERCADO BRASILEIRO www.fgvsp.br/cia/ned 5 ª EDIÇÃO MARÇO DE 2003 RESUMO * COORDENADOR:

Leia mais

China: a. Professor Zé Soares. potência do século XXI

China: a. Professor Zé Soares. potência do século XXI China: a Professor Zé Soares potência do século XXI China: o país do espetáculo do crescimento e os problemas atuais Desenvolvimento da nova China; Problemas atuais; Olimpíadas de Pequim; A questão do

Leia mais

Boletim informativo: Brasil em Foco

Boletim informativo: Brasil em Foco mar/02 dez/02 set/03 jun/04 mar/05 dez/05 set/06 jun/07 mar/08 dez/08 set/09 jun/10 mar/02 dez/02 set/03 jun/04 mar/05 dez/05 set/06 jun/07 mar/08 dez/08 set/09 jun/10 Edição 3 Boletim informativo: Brasil

Leia mais

Gestão de Pequenas e Medias Empresas

Gestão de Pequenas e Medias Empresas Gestão de Pequenas e Medias Empresas Os pequenos negócios são definidos por critérios variados ao redor do mundo. Para o Sebrae, eles podem ser divididos em quatro segmentos por faixa de faturamento, com

Leia mais

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006 DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006 Conteúdo 1. O Sistema SEBRAE; 2. Brasil Caracterização da MPE; 3. MPE

Leia mais

MANUTENÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS

MANUTENÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS 45º SEMINÁRIO DE ACIARIA -ABM PRIMARIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS Cléverson Stocco Moreira PORTO ALEGRE - MAIO/2014 CONCEITO DE MANUTENÇÃO: INTRODUÇÃO Garantir a confiabilidade e a disponibilidade

Leia mais

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR?

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? FERNANDO B. MENEGUIN 1 O FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, regido pela Lei nº 8.036, de 11/05/90, foi instituído, em 1966, em substituição à estabilidade

Leia mais

Como organizar um processo de planejamento estratégico

Como organizar um processo de planejamento estratégico Como organizar um processo de planejamento estratégico Introdução Planejamento estratégico é o processo que fixa as grandes orientações que permitem às empresas modificar, melhorar ou fortalecer a sua

Leia mais

EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI. Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista.

EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI. Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista. EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI Questão 1 Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista. a) Os preços das mercadorias variam de acordo com a procura por

Leia mais

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal Brasília, 22 de maio de 2012 1 A situação da economia internacional

Leia mais

Ser grande não significa ser mais rico, e ter relevância em um dos indicadores não confere a cada país primazia em comparação a outro.

Ser grande não significa ser mais rico, e ter relevância em um dos indicadores não confere a cada país primazia em comparação a outro. ASSUNTO em pauta O BRIC em números P o r Sérgio Pio Bernardes Ser grande não significa ser mais rico, e ter relevância em um dos indicadores não confere a cada país primazia em comparação a outro. É Smuito

Leia mais

Inovação nas Médias Empresas Brasileiras

Inovação nas Médias Empresas Brasileiras Inovação nas Médias Empresas Brasileiras Prof. Fabian Salum 2012 Com o intuito de auxiliar no desenvolvimento estratégico e na compreensão da importância da inovação como um dos possíveis diferenciais

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

GLOBALIZAÇÃO DEFINIÇÃO

GLOBALIZAÇÃO DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO O termo globalização surgiu no início dos anos 80, nas grandes escolas de administração de empresas dos Estados Unidos (Harvard, Columbia, Stanford, etc.), como referência às oportunidades de

Leia mais

Welcome Call em Financeiras. Categoria Setor de Mercado Seguros

Welcome Call em Financeiras. Categoria Setor de Mercado Seguros Categoria Setor de Mercado Seguros 1 Apresentação da empresa e sua contextualização no cenário competitivo A Icatu Seguros é líder entre as seguradoras independentes (não ligadas a bancos de varejo) no

Leia mais

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito 3 ago 2006 Nº 7 O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito Por Ernani Teixeira Torres Filho Superintendente da SAE Nas crises, sistema bancário contrai o crédito. BNDES atua em sentido contrário e sua

Leia mais

Proposta de Programa- Quadro de Ciência, Tecnologia e Inovação 2014-2018. L RECyT, 8.11.13

Proposta de Programa- Quadro de Ciência, Tecnologia e Inovação 2014-2018. L RECyT, 8.11.13 Proposta de Programa- Quadro de Ciência, Tecnologia e Inovação 2014-2018 L RECyT, 8.11.13 Delineamento do Programa - Quadro Fundamentação Geral Programa público, plurianual, voltado para o fortalecimento

Leia mais