Qimonda renasce com novo nome e garante emprego a 380 pessoas
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- Sônia Gameiro Lagos
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1 PUB Toda a actualidade em QUARTA-FEIRA, 25DENOVEMBRO2009 Nº4766 PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 1,60 EUROS DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR EXECUTIVO BRUNO PROENÇA DIRECTORA-ADJUNTA CATARINA CARVALHO SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA E PEDRO SOUSA CARVALHO Ritz Aos50anos,oprimeiro hotel de cinco estrelas português continua a marcar o luxo. P44 Gripe A Hospitais vão ter mais 50 milhões para combater custos da pandemia. P10 Os melhores advogados Proença de Carvalho é prémio carreira, Morais Leitão, melhor firma. Qimonda renasce com novo nome e garante emprego a 380 pessoas A fábrica de Vila do Conde vai chamar-se Nanium e produzir semicondutores em parceria com a alemã Infineon. A partir da assembleia de credores que terá hoje lugar em Gaia, a empresa de semicondutores passará a denominar-se Nanium, segundo adiantaram ao Diário Económico fontes próximas do processo de recuperação daquela que já foi a maior exportadora nacional. As mesmas fontes adiantaram que a fábrica de Vila do Conde vai dar emprego a 380 pessoas. Conseguimos salvar a Qimonda, disse ao Diário Económico Basílio Horta, presidente da Aicep. P24E25 Acompanhe hoje, a partir das 10h00 a assembleia de credores da Qimonda Portugal em Estradas de Portugal vai receber portagens da Mota em Lisboa O Ministério das Obras Públicas está a negociar com a Mota-Engil a transferência das portagens da concessão da Grande Lisboa para a Estradas de Portugal. O negócio ajudará a equilibrar as contas frágeis da empresa pública, mas, em troca, será paga uma compensação à concessionária. P22 REN aguarda decisão do juiz sobre José Penedos Se o DIAP de Aveiro não determinar a sua suspensão, o presidente da REN vai continuar à frente da empresa. P16 Ministério Público mantém acusação a gestores do BCP Jardim Gonçalves e outros arguidos tinham pedido a nulidade da acusação por falta de provas de associação criminosa. P32 O ministro das Finanças espera convencer a oposição a aprovar o documento com a justificação da diminuição dos impostos. Paulo Alexandre Coelho Quebra do IVA trama contas a Teixeira dos Santos O Governo entregou ontem a proposta de Orçamento rectificativo no Parlamento. A queda a pique do IVA, causada pela crise e descida dos preços, explica derrapagem das receitas fiscais. P4A6 Entrevista a Manuela Ferreira Leite P8 Este Governo não fez nada para baixar a despesa PUB Saiba quais as acções que ainda valem a pena Dados da Bloomberg indicam estagnação na bolsa. Veja que acções escapam. P30 PSI 20 IBEX 35 FTSE 100 Dow Jones Euro Brent -0,61% -0,30% -0,59% -0,16% -0,03% -1,02% 8.480, , , ,71 1, ,66
2 2 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 A NÃO PERDER SOCIEDADE ABERTA Daniel Deusdado Jornalista João Ferreira do Amaral Professor universitário CDS e BE querem adiar por um ano o código contributivo Depois de o PSD ter pedido a suspensão do código contributivo por seis meses, CDS e BE propõem o adiamento do diploma por um ano. O Governo admite ajustamentos mas continua a defender a entrada em vigor em 1 de Janeiro próximo. ECONOMIA - P12 Acordo político ganha força em vésperas da cimeira de Copenhaga A duas semanas da cimeira de Copenhaga, a UE aguarda que os EUA e a China formalizem as suas ofertas, para avançar com a proposta de redução de emissões de 30% até Mas o acordo na calha será político, gradual e diferenciado. POLÍTICA - P17 Empresa de Espinho lança T-shirt que monitoriza o ritmo cardíaco É o grande sucesso da Biodevices, a empresa de Espinho criadora da VitalJacket. Trata-se de uma T-shirt confortável que permite efectuar um electrocardiograma em contínuo, até cinco dias, de forma não invasiva. DESTAQUE - P20 Martifer vai lançar rede de abastecimento de carros eléctricos A Martifer quer ser incluída desde o início no projecto da mobilidade eléctrica em Portugal, estando a planear a criação de uma rede de abastecimento. O Governo quer postos de abastecimento de carros eléctricos em todo o país já em EMPRESAS - P26 Ministério Público diz que acusação de crime no BCP não é nula A PGR rejeita a nulidade da acusação invocada por Jardim Gonçalves, Cristopher de Beck, António Rodrigues e Castro Henriques no caso BCP. Não são os factos individuais que configuram um crime, mas sim o conjunto dos actos, diz a PGR. FINANÇAS - P32 Portugal existirá? Sim, vivemos acima das nossas possibilidades. Mas é assimemquasetodoomundoocidentaldesdeainvençãodo crédito de longo prazo. Sim, não sabemos como vamos pagar esta dívida sem um milagre de recursos naturais que nos dê a alavanca para sair desta anemia. Sim, temos muitos portugueses desqualificados e uma grande incapacidade de ousar coisas novas. E isso demora décadas a mudar. E sim, temos um pessimismo estrutural nas nossas elites que nos impede de nos focarmos sobre a saída. Samuel Brittan dizia há dias no Financial Times que o fim da recessão não se fará sem investimento público, já que o crédito disponível não chega a muitas empresas ou nos particulares, dado o elevado risco percepcionado pela banca. Ou seja, restam os Estados para tomar crédito, investir e criar emprego. Mas sabemos que os Estados estão democraticamente a caminho da falência o voto que venceéoqueprometemaisdespesa. Olhemos de frente: o que acontece realmente se Portugal falir? A União Europeia deixa à fome os nossos velhos e crianças? Teremos, antecipadamente, emigrado em número suficiente para mitigar essa desgraça? Ou estamos já a gerar sectores capazes de segurar emprego qualificado, inovação exportadora e turismo inimitável? Olhemos de frente: o que acontece realmente se Portugal falir? A União Europeia deixa à fome os nossos velhos e crianças? Défice, dívida. Estamos a falar de soberania e território. A soberania está a mudar. Ela é cada vez mais partilhada pelas grandes empresas ou banca, cujo capital é transnacional e toma a propriedade sem olhar à pátria. A globalização mitiga a soberania. É inevitável. O regresso às nações é o proteccionismo. É a antecâmara da guerra. A soberania depende do capital. Mas Portugal continuará a ser, independentemente de quem o detém, o território.éoqueficaparaalémdenós.eofuturodepende de um território capaz de gerar qualidade de vida e capacidade de atracção de gerações inteligentes. Esses serão os portugueses do futuro, seja qual for a sua nacionalidade. Talvez sejam estes os que vão segurar os custos sociais da geração que, entre o desemprego desqualificado e as pensões sociais, não tem saída. Há, no entanto, uma condição essencial: os impostos não podem ter um nível absurdo. Os governos conseguirão perceber isto? Com pouco dinheiro para investir, devíamos aplicá-lo em obras que garantam o equilíbrio entre as pessoas e o território, tendo por base a nossa história e natureza, antecipando igualmente os seres mais evoluídos que somos à medida que sobe a velocidade da informação. Transportes limpos, telecomunicações de ponta, energias renováveis, paisagem, reservas ambientais, design e cultura com formatos exportáveis, são áreas que já se percepcionam hoje como de vanguarda. É possível evitar o abismo. Jradar@faroldeideias.com AFRASE Não haverá o aumento de impostos. José Sócrates, primeiro ministro O anúncio do primeiro-ministro foi também uma conclusão. Sócrates começou por salientar que a principal preocupação da política económica do Governo é a recuperação económica e do emprego. E isso, concluiu, não é compaginável com o aumento de impostos. DESTAQUE - P8 O tempo esgotou-se A economia portuguesa está certamente a atravessar uma das suas fases mais difíceis dos últimos sessenta anos. Não se trata aqui de dramatizar mas de apelar ao realismo. A componente mais nítida desta dificuldade é a não sustentabilidade do caminho que seguimos nos últimos doze anos, cujo desenlace pode bem ocorrer num prazo não muito longo. Efectivamente, uma das poucas coisas de que poderemos ter a certeza é que os próximos doze anos (e provavelmente os próximos seis) não poderão ser iguais aos passados. Isto por uma razão óbvia: é que simplesmente não haverá financiamento externo para sustentar sequer o magro crescimento da última década, porque ninguém emprestará a bancos ou empresas de um país com 150% ou 200% do PIB de dívida externa. Se e quando este financiamento se evaporar a economia e sociedade portuguesas entrarão numa situação de que mais vale não falar, mas que fará da crise de uma brincadeira de crianças. Asituaçãoépoisdeemergência.Conseguiu-se ebem - através da política orçamental conter o colapso, a curto prazo, da economia através da sustentação da procura interna. Agora a prioridade absoluta terá de ser dada às exportações e à redução das importações. A prioridade tem de ser absoluta porque o contexto internacional continua a ser muito desfavorável. A Espanha o nosso maior cliente - permanece numa profunda crise, de que não se vê saída rápida, o valor do euro continua muito alto em relação ao dólar devido às inqualificáveis instituições monetárias da zona euro (que o Tratado Reformador teve todo o cuidado em manter intocáveis para destruir ainda mais a competitividade europeia) e o próprio comércio mundial, embora de novo em crescimento, continua anémico. Talvez ajudasse se o Governo, à semelhança do Plano Tecnológico, lançasse também um Plano de Exportações. Numcontextodestesasmedidastêmdeserde excepção: apoio claro ao sector exportador, através de discriminação positiva em termos fiscais e de crédito, reforço do seguro de crédito à exportação, melhoria de funcionamento dos portos com redução dos custos para os utilizadores (o que pode implicar uma nova intervenção dos Estado no sector), prosseguimento sem quebra de ritmo do desenvolvimento das energias renováveis, medidas de excepção de conservação energética no que respeita ao consumo de combustíveis fósseis (se necessário condicionando o uso privado do automóvel) e muitas outras que são possíveis de imaginar. Não sei se medidas deste tipo serão suficientes. Mas na ausência do instrumento cambial único verdadeiramente eficaz nestas situações -é o que se pode fazer.talvez ajudasse se o Governo à semelhança do Plano Tecnológico (que a meu ver foi um sucesso) lançasse também um Plano de Exportações. Mesmo se acontecer o pior o país saberá encontrar novos rumos. Mas se conseguirmos evitar esse cenário, pouparemos certamente muito sofrimento aos portugueses. O NÚMERO 1,5 mil milhões Foi o montante com que a General Motors reembolsou o governo de Angela Merkel, pelo crédito concedido pelo executivo de Berlim para manter a salvo a participada europeia Opel. E com isto a chanceler pôde dizer que a operação Opel não custou um centavo aos contribuintes alemães. EMPRESAS - P28
3 Quarta-feira 25 Novembro 2009 Diário Económico 3 EDITORIAL OS FACTOS Fernando Gabriel Investigador universitário Ainda Orwell Um conhecido aforismo de George Orwell resume a ambição subjacente à política das alterações climáticas: quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente, controla o passado.osdefensoresdatesedaactividadehumanacomoacausado aquecimento global controlam o presente da discussão política e pretendem controlar o futuro político da humanidade. O que não se sabia era até onde estavam dispostos a ir na tentativa de controlar o passado. Na última semana ficámos a saber, depois de hackers terem retirado cerca de s e 3000 documentos das bases da Climate Research Unit (CRU) da universidade de East Anglia. O director do CRU coordena o HadCrut, uma unidade conjunta com o Hadley Centre for Climate Prediction and Research, que é uma das quarto fontes de dados do IPCC. Os documentos extraídos do CRU mostram de forma transparente a existência de manipulações dos dados de temperatura, de forma a ocultar variações inconvenientes à tese do aquecimento global. Mostram também que há uma campanha deliberada de limitação do livre inquérito científico nesta matéria, através de ataques à reputação de cientistas com posições contrárias, do boicote à publicação de artigos e da viciação do processo de peer review. Em suma, o que transparece destes documentos é o desprezo de cientistas com um papel crucial no IPCC por princípios éticos básicos e pela honestidade intelectual, subordinando a investigação à obtenção de resultados que promovam uma causa política. O descrédito da investigação científica é o resultado da utilização do ambientalismo para a tentativa de instauração de um governo mundial. Só surpreende a ingenuidade, ou impunidade, com que estas manobras são discutidas por alguns dos intervenientes: o resto não. Nos últimos anos, pelo menos dois pedidos de cedência de dados ao abrigo da lei de liberdade de informação foram recusados pelo HadCrut, o último dos quais com a inusitada justificação que a divulgação dos dados podia causar danos às relações internacionais. Pela primeira vez, registos de temperatura ascenderam à categoria de segredo de Estado. O CRU fez tudo para evitar a divulgação dos dados e chegou mesmo a declarar que parte das séries tinha sido perdida. Agora compreendem-se melhor os motivos do pânico. Num editorial invulgarmente desonesto, o Financial Times tenta limitar os estragos e atribui aos que exigem mais transparência na investigação delírios de uma vasta conspiração. Não é vasta. A peça central da política do aquecimento global é o relatório do IPCC de 2007, em particular o capítulo 9, apresentado como o consenso de 2500 cientistas. Sucede que o capítulo crucial tem apenas 53 autores. Desses, 38% são ingleses e um quinto do total são cientistas do CRU. Dos artigos científicos aí citados, 70% têm como co-autores os 53 cientistas envolvidos: vasta conspiração ou uma rede social com grandes afinidades intelectuais e ideológicas? O potencial de descrédito para a investigação científica é o resultado da tentativa de utilização do ambientalismo para concretizar uma velha obsessão progressista: a instauração de um governo mundial, assessorado por peritos capazes de controlar o futuro e prevenir todos os males. Na cabeça dos crentes, a grandeza do propósito justifica os meios. Orwell sabia do que falava. As ameaças das agências de rating sãoparalevarasério? Os bancos nacionais, tal como a banca estrangeira, estão a enfrentar um duplo desafio. Por um lado, têm de arrumar a casa para recompor os balanços que foram bastante castigados pela queda das bolsas no ano passado e pela subida do crédito malparado. Por outro lado, têm de procurar liquidez no mercado interbancário e junto do BCE, de preferência a preços competitivos, para continuarem a dar crédito às empresaseàeconomia. Em relação ao primeiro desafio, o mais difícil está feito. Os maiores bancos reforçaram as provisões, venderam activos, fizeram aumentos de capital e emitiram dívida de muito longo prazo para reforçar a solidez e os rácios de solvabilidade. Com isto, conseguiram cumprir as exigências do Banco de Portugal de manter um rácio de solvabilidade (o Tier I) acima de 8%. Em relação ao segundo desafio, ou seja, a procura de liquidez, a banca nacional, no pico da crise, contou com a ajuda do Estado que disponibilizou 20 mil milhões, masdesdeentãotem conseguido regressar ao mercado sem recorrer às garantias estatais. É um sinal de normalidade, mas que pode ser dificultado caso a banca sofra um corte de rating. Ontem, a Moody s reiterou o outlook negativo para grande parte dos bancos nacionais, o que sinaliza a possibilidade de cortes na notação de dívida nos próximos 12 a 18 meses. Apesar das agências de notação financeira terem sido uma das grandes responsáveis pelo desencadear da crise financeira, tal como está montado o sistema financeiro, elas continuam a ser o único e o mais credível cartão de visita dos bancos para mostrar aos credores a quem vão pedir dinheiro. Como tal, é preciso queosbancoscontinuema levar a sério os avisos das agências de rating, mantendo adisciplinadecapitalea selectividade na concessão de crédito, sobretudo depois de o BCE ter avisado que as facilidades permanentes de liquidez vão ser restringidas. Incumprimento nas rendas já atinge 30% Há três anos, o anterior executivo criou o Novo Regime de Arrendamento Urbano, permitindo a actualização dos contratos de arrendamento para habitação celebrados antes de No ano passado, ao abrigo da nova lei tinham sido comunicadas actualizações de rendas. Em todo o país, há cerca de 390 mil contratos de arrendamento abrangidos pela actual lei. Refira-se ainda que idêntica permissão foi dada às rendas dos contratos de arrendamento para fins comerciais celebrados antes da entrada em vigor da lei de Agora, a Associação Nacional de Proprietários estima que cerca de 30% dos inquilinos com rendas superiores a 500 euros entraram em incumprimento. E esta foi precisamente a razão que levou os proprietários a defenderem a gestão do mercado de arrendamento por parte do Estado, através da criação de uma sociedade pública que teria como missão gerir as casas arrendadas. E estão dispostos a pagar uma comissão pelo serviço. Mas mais uma vez fica evidente que, nesta matéria como noutras, existe uma incapacidade do Estado, como dos agentes, de definirem o que é mercado e o que é apoio social. ANTÓNIO DE ALBUQUERQUE LEIA A NOTÍCIA P33 Analistas com recomendações de compra ao nível mais baixo desde 1997 No primeiro trimestre do ano, os primeiros resultados dos principais bancos, como o anúncio de lucros no Citigroup, levaram os analistas e consequentementeosinvestidoresapensarqueopiordacrisejáláiaeas principais praças norte-americanas ganharam terreno, tendo já registado uma subida de 5%, a maior dos últimos três meses. As bolsas europeias acompanharam naturalmente o movimento com um crescimento de 6%. Em Agosto, e apesar dos indicadores económicos serem fracos quanto a uma potencial saída da crise, os analistas consideravam que a crise tinha batido no fundo. A partir daqui as economias só poderiam crescer. Consequentemente, os mercados de capitais reagiram sempre positivamente, nomeadamente em Portugal. Numa altura em que os fundos de pensões estavam a aumentar a compra de acções para obter maior rentabilidade e assim valorizando os títulos. Três meses volvidos, a percentagem de recomendações de compra para todas as cotadas nacionais atingiu o seu nível mais baixoemdozeanos.defacto, as bolsas vivem muito de algumas idiossincrasias. A.A. LEIA A NOTÍCIA P30/31 BOLSA 42,23% Esta foi a percentagem mais baixa desde 1997 de recomendações de compra. Consumidores americanos pouco confiantes quanto à retoma Vai ser uma tarefa árdua. A economia americana só cresceu 2,8% no terceiro trimestre em comparação com o segundo, em vez dos inicialmente estimados 3,5%, em parte graças a um crescimento mais fraco do consumo privado. A revisão em baixa traz preocupações de que, particularmente à medida que se desvanece o efeito de medidas de curto prazo como os incentivos à troca de carro, a economia não cresça a um ritmo suficientemente forte para gerar empregos de forma significativa. As famílias americanas que ainda tenham capacidade financeira estão evidentemente preparadas para tirar vantagens das ofertas de curto prazo do governo. Mas o número da confiança dos consumidores desta terça-feira confirmou que o sentimento dominante continua pouco optimista. O ganho obtido, como se refere no High Frequency Economics, apenas compensa um quarto da queda inesperada de Outubro. A avaliação dos consumidores da sua situação actual mantém-se em níveis que não eram vistos desde o início da década de 80. E apesar da pequena melhoria nas perspectivas de curto prazo reflectir que há menos pessoas que esperam que a situação continue a deteriorar-se, também há menos consumidores com alguma confiança que o clima de negócios irá melhorar. O mercado que primeiro ruiu - residencial - pode abalar ainda mais a confiança dos consumidores. FINANCIAL TIMES Presidente Nuno Vasconcellos Vice-presidente Rafael Mora Administradores Paulo Gomes e António Costa Directora Administrativa e Financeira Elisabete Seixo Director Geral Comercial Bruno Vasconcelos Director de Operações e Controlo Pedro Ivo de Carvalho RedacçãoRua Vieira da Silva, nº45, Lisboa, Telf / Fax Delegação Porto Edifício Scala, Rua do Vilar, 235-4º, Porto, Telf Fax deconomico@economico.pt Director António Costa Director-executivo Bruno Proença Directora-adjunta Catarina Carvalho Subdirectores Francisco Ferreira da Silva epedrosousacarvalho Editores Executivos Miguel Costa Nunes e Renato Santos Editora de Fecho Gisa Martinho Grandes Repórteres Ana Maria Gonçalves, HerminiaSaraiva, Ligia Simões, Luís Rego, Maria Teixeira Alves e Nuno Miguel Silva Destaque Mónica Silvares (Editora) Economia Manuel Esteves (editor), Marta Moitinho Oliveira (coordenadora), Alexandra Ferreira, Cristina Oliveira, Denise Fernandes, Luis Reis Pires, Margarida Peixoto, Paula Cravina de Sousa e Pedro Romano Política Francisco Teixeira (editor), Mariana Adam (coordenadora), Alda Martins, Catarina Duarte,Catarina Madeira,Márcia Galrão, Susana Represas, Pedro Quedas e Tatiana Canas Empresas Filipe Alves (editor), Eduardo Melo (coordenador), Ana Baptista, Carlos Caldeira, Catia Simões, Dircia Lopes, Hugo Real, Marina Conceição e Sara Piteira Mota Finanças Tiago Freire (editor), Alexandra Brito (coordenadora), Bárbara Barroso, Catarina Melo, Maria Ana Barroso, Marta Reis, Marta Marques Silva, Rui Barroso, Sandra Almeida Simões e Tiago Figueiredo Silva Universidades Madalena Queirós (editora), Andrea Duarte, Ana Petronilho e Carla CastroFora de Série Rita Ibérico Nogueira (editora), Ana Filipa Amaro e Rita Saldanha da Gama (coordenadoras),madalena Haderer, Lurdes Ferreira (secretariado), Paulo Couto (director de arte), Inês Maia (paginação) Outlook Isabel Lucas (editora), João Pedro Oliveira (coordenador), António Sarmento, Angela Marques, Barbara Silva, Joana Moura e Cristina Borges (assistente) Projectos Especiais António de Albuquerque e Irina Marcelino (editores), Ana Cunha Almeida, Inês Queiroz e Raquel Carvalho Opinião Ricardo da Costa Nunes (editor) e Madalena Leal DE online Pedro Latoeiro (coordenador), Rogério Junior (webdesigner), Cristina Barreto, Eudora Ribeiro, Mafalda Aguilar, NunoBarreto,PedroDuarteeRitaPazMedia Eduarda Carvalho, Rebeca Venancio (estagiária) e Margarida Henriques Infografia Susana Lopes (coordenadora), Mário Malhão e Marta Carvalho Fotografia Paulo Figueiredo (editor), Cristina Bernardo, João Paulo Dias, Paula Nunes e Paulo Alexandre Coelho Assistente de Direcção Rita Rodrigues Secretariado Geral Dulce Costa RedacçãodoPortoElisabete Felismino (coordenadora), António Freitas de Sousa, Elisabete Soares, Sónia Santos Pereira e Mira Fernandes (secretária) Correspondentes Alfredo Prado (Brasil), Cristina Krippahl (Colónia) e João Francisco Pinto (Macau) Tradutores AnaPinaeCarlosSousa Departamento Gráfico Paulo Couto (director de arte), Maria de Jesus Correia, Pedro Fernandes e Rute Marcelino (coordenadores), Ana Antunes, Carla Carvalho, Jaime Ribeiro, Patricia Castro, Sandra Costa e Vanda Clemente Exclusivos Corriere della Sera, El Mundo, Expansión e Financial Times Colunistas António Carrapatoso, António Correia de Campos, António Bagão Félix, Bruno Valverde Cota, Carlos Marques de Almeida, Fernando Gabriel, João Adelino Faria, João de Almeida Santos, João Duque, João Marques de Almeida, João Paulo Guerra, João Santos Lucas, João Vieira da Cunha, Joel Hasse Ferreira, Francisco Murteira Nabo, Luís Mira Amaral, Luís Morais,Maria Manuel Leitão Marques,Miguel Castro Coelho, Miguel Mendes Pereira, Nuno Cintra Torres, Nuno Fernandes Thomaz, Nuno Sampaio, Paulo Gonçalves Marcos, Paulo Kuteev-Moreira, Paulo Lopes Marcelo, Paulo Soares de Pinho, Pedro Adão e Silva, Pedro Lomba, Rita Marques Guedes, Rui Grilo, Tiago Caiado Guerreiro, Vítor da Conceição Gonçalves, Vital Moreira, Vítor Bento e Vítor Neto; Centro de Documentação Manuela Rainho Membro da Tiragem media em Outubro Exemplares
4 4 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 DESTAQUE DESTAQUE CONTAS PÚBLICAS Quebra na receita de IVA explica 45% do rectificativo O Governo entregou ontem no Parlamento a proposta de alteração ao Orçamento. Mas não revelou o valor do défice das contas públicas. Margarida Peixoto margarida.peixoto@economico.pt O Governo entregou ontem à tarde a proposta de Orçamento rectificativo na Assembleia da República. De acordo com o documento, a queda a pique das receitas de IVA explica quase metade do endividamento adicional que o Executivo precisa que a oposição autorize,sobpenadeaacçãodoestado ficar paralisada. Segundo as contas do Governo, o Estado deverá fechar 2009 com menos 4,5 mil milhões de euros de receitas fiscais do que esperava em Janeiro, quando apresentou a primeira alteração à lei orçamental. A esta falha, somam-se 980 milhões de euros a menos em privatizações, num total de quase 5,5 mil milhões de euros. Deste montante, 45% (o equivalente a quase 2,5 mil milhões de euros) são receitas de IVA que não chegaram a ser realizadas. As contas apontam para uma quebra das receitas deste imposto de 18,9% face a A razão é bem conhecida de empresas e famílias: com a economia em crise e o desemprego em alta, os portugueses têm refreado os níveis de consumo e as vendas das empresas diminuíram. Por outro lado, a contracção acima do esperado dos preços também se reflectiu negativamente na geração de receitas fiscais, já que o IVA Tendo em conta os dados existentes ou o Executivo está, uma vez mais, a acautelar uma folga superior ao necessário, ou a folga de Janeiro já não seria suficiente em Maio. é uma percentagem do preço de venda. A estas razões somam-se mais três: o maior volume de reembolsos do Estado; o aumento do peso relativo dos bens tributados à taxa reduzida de IVA e a evolução das importações extracomunitárias significativamente abaixo da expectativa inicial, o que diminui a receita obtida nas alfândegas lêse no relatório. Somando os restantes impostos indirectos, fica explicada mais de 70% da quebradereceitaagoraestimada, quando comparada com o Orçamento suplementar de Janeiro. Ao mau comportamento deste grupo de impostos somase o fraco desempenho das receitas de IRC resultado, uma vezmais,dacrise.comoas empresas estão a facturar menos, os seus lucros caem, diminuindo assim os impostos cobrados pelo Estado em 988 milhões de euros. No final das contas, as receitas fiscais deverão sofrer um rombo de 13,2% face a 2008, talcomooministrodasfinanças avançou a semana passada, quando anunciou a necessidade de uma segunda alteração à leiorçamentaleainevitabilidade de aumentar o endividamento para efeitos de défice. A quebra das receitas fiscais será o principal argumento de Teixeira dos Santos para convencer a oposição. Mas outra justificação será o adiamento do plano de privatizações, que impediu a realização de 1,2 mil milhões de euros, dos quais 980 milhões seriam para abater à dívida. Estas receitas não contam para apurar o défice orçamental, mas mexem no montante do endividamento. Ou seja, no total há menos 5,5 mil milhões de euros que, para serem financiados, exigem o alargamento dos limites de endividamento em 4,9 mil milhões. Daqui deduz-se que existiria, de facto, alguma folga no limite autorizado em Janeiro. Mais de dois terços da quebra de receita já se conheciam em Maio As estimativas de receita fiscal apresentadas ontem no documento permitem concluir que em Maio o Governo já teria percebido 67% da quebra das receitas fiscais que só agora reconhece. Contudo, Teixeira dos Santos garantiu que a folga acautelada no limite de endividamento autorizado em Janeiro (cerca de 10,1 mil milhões de euros) seria suficiente para acomodar as perdas. O que fica por explicar, mesmo depois da apresentação do rectificativo, é por que razão uma quebra adicional inferior a 2,5 mil milhões de euros, face a Maio, justifica necessidades extradeendividamentode4,9 mil milhões agora. Tendo em conta os dados existentes, só é possível retirar uma de duas conclusões: ou o Executivo está, uma vez mais, a acautelar uma folga superior ao necessário,ouafolgadejaneirojánão seria suficiente em Maio. Além desta questão, ficou ainda por revelar o valor do défice orçamental. Os números permitem apenas verificar que o défice apurado na óptica de contabilidade pública (de caixa) representa cerca de 8,5% do PIB, assumindo aestimativadecrescimentodo Banco de Portugal. Contudo, este nãoéonúmerorelevantepara Bruxelas, já que a Comissão Europeia olha para o défice em contabilidade nacional (óptica de compromissos). com P.R. José Sócrates e Teixeira dos Santos vão ter de discutir com a oposição a proposta de Orçamento rectificativo ontem entregue na Assembleia da República onde pedem uma autorização de endividamento de ,7 milhões de euros. NÚMEROS DO NOVO ORÇAMENTO -18,9% -22,3% -3,5% -0,1% -11,1% IVA IRC IRS Despesa Corrente Juros A redução da actividade económica e o corte do Imposto sobre o Valor Acrescentado em um ponto percentual levaram à queda profunda desta rubrica. Face ao Orçamento rectificativo apresentado em Janeiro, a receita arrecadada recua quase 20%. Uma queda de peso. OImpostosobreasempresasfoi o que mais caiu face ao previsto. Isto resulta não apenas de uma contracção da actividade económica maior do que o inicialmente previsto mas também do surto de falências que se verificou nos dois últimos trimestres do ano. A receita fiscal sobre os rendimentos particulares está a cair, apesar de o fazer a um ritmo menor. Isto porque, apesar de ser ano de crise, as actualizações salariais foram bastante generosas. No entanto, este facto é atenuado pela redução do número de assalariados. A despesa corrente do Estado diminuiu ligeiramente. A redução permitiu arrecadar cerca de 60 milhões de euros, um bom resultado face ao esperado. O próprio ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, já tinha dito que o tecto para a despesa corrente não seria ultrapassado. A baixa das taxas de juro euribor, às quais está indexada uma parte da dívida pública, permitiu ao Governo poupar com o serviço da dívida. A redução face ao orçamentado em Janeiro é na ordem dos 11%, o que representa uma poupança bruta de 600 milhões de euros.
5 Quarta-feira 25 Novembro 2009 Diário Económico 5 PONTOS-CHAVE O Governo entregou ontem no Parlamento a sua proposta de segunda alteração ao Orçamento do Estado para A quebra das receitas foi a principal causa da rectificação. O primeiro-ministro garantiu ontem que não haverá aumento de impostos em Portugal e frisou que as prioridades para o OE 2010 serão oempregoeocrescimento. Manuela Ferreira Leite, em entrevista ao Diário Económico, defende que é no corte da despesa e da carga fiscal que reside a chave para resolver o problema das contas públicas. Paulo Alexandre Coelho Pensões absorvem 210 milhões do novo plano de despesa 0,0% 1,0% 920% Investimento Transferências Activos As despesas com investimento não sobem face ao inicialmente orçamentado. O que não espanta, já que foi por altura do Orçamento suplementar que o Governo apresentou a Iniciativa para o Investimento e Emprego, o pacote de investimentos anti-crise que custa aos cofres nacionais 1,3 mil milhões de euros. O Estado vai ter de transferir mais dinheiro para os outros subsectores - ou seja, Fundos e Serviços Autónomos, Segurança Social e Autarquias Locais. Os dados avançados ontem não permitem, contudo, perceber para onde vão estas transferências adicionais. A aquisição líquida de activos financeirosvaiobrigaroestadoaumesforço orçamental quase dez vezes maior do que o esperado inicialmente. Isto resulta do facto de não se terem realizado quaisquer privatizações, ao contrário do projectado em Maio, que deveriam ter gerado uma receitade1.200milhõesdeeuros. Dotação provisional e Gripe A justificam outras alterações. Pedro Romano e Margarida Peixoto pedro.romano@economico.pt O Orçamento rectificativo vai reorganizar a despesa corrente pública. O documento ontem entregue na Assembleia da República confirma as garantias dadas a semana passada pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, segundo as quais a poupança arrecadada com a diminuição dos gastos no serviço da dívida vai ser canalizada para aumentar as despesas com as pensões da Caixa Geral de Aposentações, reforçar a verba para o Serviço Nacional de Saúde e aumentar a dotação provisional. A Caixa Geral de Aposentações fica com uma fatia bem recheada, conforme já tinha sido avançado pelo Económico no último fim-de-semana. O reforço destinado ao pagamento das reformas dos funcionários públicos ascende a 210 milhões de euros. Segundo o Orçamento rectificativo, este reforço permite dar resposta ao aumento, ocorrido no final de 2008, do número de novos pensionistas face à previsão anterior. A corrida às pensões, no final do ano passado, deveu-se a uma mudança na legislação que regulamenta o acesso às reformas e que introduziu regras mais restritivas. A diferença é que, no ano passado, a idade legal da reforma era de 61,5 anos, enquanto a partir de Janeiro de 2009 passou para os 62 anos. É certo que os funcionários públicos se podem reformar mesmo não tendo atingido a idade legal, mas por cada ano em falta sofrem uma penalização de 4,5% no valor final da pensão. Os especialistas contactados pelo Económico disseram, contudo, que esta corrida seria previsívelnofinaldoanopassadoe que o Executivo deveria ter acautelado o agravamento deste tipo de despesa. Já a dotação adicional remetida ao Serviço Nacional de Saúde destina-se a assegurar recursos para o combate à Gripe A e vale 50 milhões de euros. Ontem, o presidente da associação de administradores hospitalares, Pedro Lopes, já tinha dito que o combate ao vírus H1N1 estava a pressionar os orçamentos dos hospitais públicos, sobretudo no capítulo dos recursos humanos, que tiveram de ser reforçados. (Ver págs 10 e 11) Finalmente, o Executivo reservou ainda 310 milhões para a dotação provisional. Esta rubrica permite acautelar qualquer imprevisto, agindo como uma espécie de seguro face à necessidade de dar resposta a qualquer despesa que não tenha sido inicialmente prevista. A poupança de 600 milhões, face ao previsto no orçamento suplementar de Janeiro, que permitiu financiar a despesa adicional destas três rubricas foi obtida com a rubrica juros. A política agressiva do Banco Central Europeu fez descer a taxa de referência, o que teve consequências no custo do serviço da dívida pública, que caiu a pique. A edição do Weekend Económico já avançava que a corrida inesperada às pensões na Função Pública, no final de 2008, teve um peso adicional na Caixa Geral de Aposentações, forçando assim o Executivo de José Sócrates a avançar para um segundo Orçamento rectificativo.
6 6 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 DESTAQUE CONTAS PÚBLICAS Paula Nunes Todos pelo emprego e crescimento económico Oposição concorda com Sócrates em não subir impostos e nas opções para Orçamento de Margarida Peixoto margarida.peixoto@economico.pt Recuperação económica e emprego são estas as duas prioridades do Governo para o Orçamento do Estado de 2010, garantiu ontem o primeiro-ministro. Quanto aos temas, a oposição está de acordo, mas no que toca a medidas concretas desconfia da boa vontade das palavras de José Sócrates. Está muito claro que a principal preocupação da política económicadogovernoéarecuperação económica e do emprego, disse ontem José Sócrates. Não é compaginável com isso o aumento de impostos. Por isso, não haverá o aumento de impostos no próximo Orçamento e nos próximos tempos, garantiu ainda. Perante as intenções do primeiro-ministro, Miguel Frasquilho sublinha que o PSD está inteiramentedeacordo,éa economia que deve estar em primeiro lugar e, por isso, desafiaopsa sercoerente e aprovar o plano anti-crise do PSD que será discutido na Assembleia da República, esta sexta-feira. Neste plano o PSD propõe, entre outras medidas, a redução da Taxa Social Única, a extinção do Pagamento Especial por Conta (ver última página) e a alteraçãodoregimedereembolso do IVA. Estas iniciativas já tinham sido defendidas durante a campanha eleitoral e não contaram com a concordância do PS. Também o CDS apresentou PIB CAI E DESEMPREGO SOBE Com a crise a economia nacional não escapa e entrou no vermelho. O desemprego está em níveis históricos PIB Desemprego Fonte: FMI esta semana um pacote de medidas de estímulo à economia. Mas também aqui, uma vez mais, na passagem da teoria à prática Governo e oposição entram em desacordo. O CDS propõe, por exemplo, a suspensão do Código Contributivo por um ano ideia que tem sido afastada pelo Executivo. Mais à esquerda, o Bloco de Esquerda desconfia das intenções do Governo: Tem havido sempre uma grande diferença entre as intenções e a realidade das escolhas políticas, critica o deputado José Gusmão. Além do emprego e do crescimento, o BE sublinha ainda a importância do próximo Orçamento do Estado tomar medidas no âmbito do combate à fraude, já que daqui pode ser obtida receita para ajudar a consolidar o défice, lembrou. De facto, o défice é um dos problemas do próximo Orçamento, já que o desequilíbrio das contas públicas já é elevado. Apesar da Comissão Europeia ter dado a Portugal até 2013 para retomar o caminho da consolidação, Bruxelas alerta que o défice poderá chegar a 2011 nos 8,7%. É por isso que a possibilidade de aumentar impostos tem sido levantada. O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, admitiu, segunda-feira, que vai ser necessário um aumento de impostos não em 2010, mas até 2013, mas ontem deu o dito pelo não dito e frisou que gostaria de pôr um ponto final numa falsa polémica. Não sugeri, nem defendi, nem recomendei um aumento de impostos, afirmou à SIC. O que eu fiz foi chamar a atenção para o facto de que até 2013 temos de trazer o défice do orçamento para um valor inferior a 3% e isso vai requerer novas medidas ou do lado da receita ou do lado da despesa. É claro que do lado da receita inclui impostos, se for essa a escolha, explicou o governador do Banco de Portugal. A hipótese de aumentar impostos foi rejeitada por todos os quadrantes da sociedade portuguesa. O PSD não ficou atrás. Os impostos devem baixar, disse Manuela Ferreira Leite, em entrevista ao Diário Económico, porque a carga fiscal está a um nível absolutamente insusceptível de se pensar que é possível aumentar os impostos. (ver página 8) Não sugeri, nem defendi, nem recomendei um aumento de impostos, disse ontem o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio. Portugueses pagaram o dobro dos impostos entre 2000 e 2007 As receitas fiscais per capita aumentaram para o dobro entre 2000 e 2007 de para dólares em Portugal, segundo um relatório publicado ontem pela OCDE sobre as tendências de tributação. A explicar este aumento há vários factores. Primeiro o facto de os valores serem apresentados em dólares, já que a moeda norteamericana sofreu uma desvalorização significativa nestes anos. Mas retirando este efeito, há factores fiscais que explicam o aumento do valor pago por cada contribuinte neste período de tempo. Em 2003 foi feita a reforma do património em que o IMI e o IMT substituíram a contribuição autárquicaeasisa, respectivamente. Por outro lado, houve um aumento do IVA em 2003-de17para19%-eoutro em2005-de19para21%.além disso, ainda foi criado um escalão de 42% no IRS para rendimentos mais elevados. Finalmente, há ainda que contar com o aumento da eficácia no combate à fraude e evasão fiscais, explicou o fiscalista Pedro Pais de Almeida. P.C.S. CARGA FISCAL PER CAPITA Em Portugal, cada contribuinte pagou dólares em impostos. Variação (em %) Portugal 104,1 Espanha 141,9 Alemanha 69,6 França 82,4 Reino Unido 82,2 Itália 89,9 Fonte: OCDE
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8 8 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 DESTAQUE CONTAS PÚBLICAS Paula Nunes Este Governo tem feito acordos com privados em que todo o risco passa paraoestado, acusa Ferreira Leite. ENTREVISTA MANUELA FERREIRA LEITE Líder do PSD Governo não fez qualquer redução da despesa pública PSD vai exigir ao Governo todos os elementos que justificam a revisão do actual Orçamento. Catarina Madeira catarina.madeira@economico.pt Manuela Ferreira Leite quer que o Governo justifique, com todos os elementos, a necessidade do orçamento rectificativo anunciado pelo ministro das Finanças e deixa em aberto o que pode suceder se essa documentação não for credível. No discurso sobre as grandes obras públicas, a líder do PSD não se desviou um milímetro daquilo que defendia antes das eleições. Em entrevista ao Diário Económico, reafirma que este não é o momento para fazer esses investimentos, quandoatéjásefalade aumentar impostos. Insistindo que é cortando na despesa que se consegue baixar os impostos, Ferreira Leite critica a forma como o Governo tem utilizado o modelo das parcerias público-privadas, assumindo todo o risco. O PSD defende uma baixa de impostos? Os impostos devem baixar, o objectivo sempre de qualquer política económica deve ser, do meu ponto de vista conduzida no sentido de poder dar espaço para que os impostos baixem. Percebe-se que, neste momento, dada a situação orçamental, não é viável. Mas também, mesmo que a situação orçamental seja mesmo muito grave, não há qualquer espaço para aumentar impostos. Do ponto de vista social, do ponto de vista do crescimento económico, não é possível. A carga fiscal está a um nível absolutamente insusceptível de se pensar que é possível aumentar os impostos. Não é possível perspectivar essa baixa? A baixa de impostos deve ser Mesmo que a situação orçamental seja muito grave, não há qualquer espaço para aumentar impostos. perspectivadanabasedaredução da despesa. Tem de se perspectivar que haja redução da despesa que conduza à redução de impostos. Essa redução da despesa é que ainda não foi feita, muito menos por este Governo que não fez qualquer consolidação orçamental pelo lado da despesa. Fez tudo do lado da receita. Ondeéqueépreciso,emconcreto, cortar na despesa? Os pontos em si só podem ser identificados perante o Orçamento. Em todo o caso, não tenho qualquer dúvida em dizer que toda a despesa prevista na área dos grandes investimentos públicos, que não conduzem sequer ao progresso do país, não têm nenhum motivo para serem feitos. Se eu tivesse responsabilidades de Governo, nunca deixaria essas despesas avançar. Por outro lado, existem muitas fórmulas de combater o desperdício que existe em muitos sectores. Deveria fomentar-se mais a criação de parcerias público-privadas. Mas essa política tem de ter em consideração que o Estado e as empresas privadas têm de estar em igualdade de circunstâncias. O que tem acontecido é que este Governo tem feito acordos com privados em que todo o risco passa para o Estado. Isso não é possível, então isso não éumaparceria.edeixadeter sentido a ideia da parceria público-privada. Portanto, quando muito se critica as PPP, está-se a criticar não o conceito, mas o que na prática têm sido. Na prática têm sido muito más. Mas isso não significa que o conceito em si não tenha sido muito útil, por exemplo na área da saúde, na área da educação. Mas não pode existir actividade privada na educação ou na saúde sem que ela seja regulada por entidades independentes. É uma fórmula de reduzir despesa, mas tem de ser controlada por entidades independentes. O PSD vai continuar a fazer oposição aos grandes investimentos públicos? Farei sempre oposição nessa matériaenãoésóopsdquefaz.não encontra nenhum economista credível que defenda, neste momento, a tomada de decisões na área dos grandes investimentos públicos. Sublinho neste momento, porque é efectivamente neste momento, com a actual situação do país, com o nosso nível de endividamento externo, com o nosso problema orçamental que atéjásefalaemaumentarimpostos seja susceptível entrarmos numa aventura que terá repercussões nos nossos filhos e netos. OCódigoContributivodeveentrar em vigor em Janeiro ou deve haver uma suspensão imediata? É um Código que tem efeitos muito maléficos em relação às empresas e, portanto, tem de ser ponderado quando é que deve entrar em vigor. Mais uma vez sublinho, não há condições para aumentar a carga fiscal, seja de forma directa ou encapotada. Essa é uma forma encapotada de aumentar os impostos às empresas. O PSD poderá pedir uma reavaliação das contas públicas? Não. Aquilo que nós vamos exigir é que o Governo apresente de forma transparente todos os elementos que estão subjacentes à revisão deste orçamento. Não pode chegar à Assembleia da República, simplesmente, e dizer que precisa de tanto para cobrir o défice. Se precisa tem de dizer porquê. Isso implicaria uma auditoria às contas públicas? Nãosei.ImplicaqueoGoverno entregue documentos comprovativos daquilo que está a solicitar à Assembleia da República. E, quando apresentar, logo veremos se são credíveis ou não.
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10 10 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 ECONOMIA Investimento directo no Brasil caiu 68% Os investimentos directos portugueses no Brasil caíram 68,2% de Janeiro a Outubro deste ano em comparação homóloga, para 321 milhões de dólares (214 milhões de euros), disse à Lusa fonte do Banco Central. No mês passado, os investimentos portugueses no Brasil totalizaram apenas 12 milhões de dólares (oito milhões de euros). Portugal ocupa este ano o 11º lugar no ranking dos maiores investidores directos estrangeiros no Brasil, tabela liderada pelos Países Baixos (5.060 milhões de dólares). Hospitais preparam reacçãoaoimpacto da gripe A nas contas PEREGRINAÇÃOAMECACOME O Ministério da Saúde não vai reforçar o orçamento dos hospitais para fazer frente aos custos da pandemia. Mas a gripe A já pesa nas contas. Catarina Duarte catarina.duarte@economico.pt O aumento de casos de gripe A já está a ter impacto nas contas dos hospitais e a situação tende aagravar-seàmedidaquenos aproximamos do pico da pandemia. O alerta partiu do presidente da Associação dos Administradores Hospitalares. De acordo com Pedro Lopes, para já, os hospitais estão a aguentar e não há nenhum em situação crítica, mas os custos começam a aumentar e o impacto financeiro da gripe A já se faz notar, explicou ao Diário Económico. Com a ameaça iminente de um pico da pandemia para as próximas semanas, o Ministério da Saúde ainda não sabe quanto é que as gripe A pode custar ao Estado. Em Agosto, a ministra Ana Jorge pediu aos hospitais e centros de saúde para monitorizarem a evolução da despesa com a gripe A, um acompanhamento que está a ser feito de perto, disse fonte oficial do ministério ao Diário Económico, acrescentando que, para já, não se verifica necessidade de reforço orçamental. Pedro Lopes discorda da avaliação da tutela: os hospitais podem vir a enfrentar dificuldades financeiras se não for feito um reforço orçamental. Para já, a única verba extra canalizada para a pandemia está contemplada no orçamento redistributivo (ver págs. 4 e 5), anunciado a semana passada por Teixeira dos Santos, que contempla 50 milhões de euros para reforço na prevenção e combate à gripe A, com vacinas incluídas. Até agora todos os custos da gripe A estão a ser suportados pelo orçamento anual dos hospitais.nosãojoão,noporto,por exemplo,oscustoscomapandemia já ultrapassam um milhão de euros (ver texto ao lado). No Hospital de Santa Maria, o maior do país, este valor ainda não está quantificado, mas a gripe A já levou a um reforço das equipas e dos meios, disse ao Diário EconómicoopresidentedoConselhode Administração, Adalberto Campos Fernandes. Respostas novas a uma situação que não estava O ministério de Ana Jorge vai destinar uma verba extra de 50 milhões de euros para prevenção e combate à gripe A. Se não houver reforço do orçamento, os hospitais podem vir a enfrentar dificuldades financeiras, diz Pedro Lopes. prevista exige um reforço nas contas, disse Adalberto Campos Fernandes, acrescentando que estamos a tentar adaptar os custos ao orçamento. O mesmo se passa no Hospital de Santo António, no Porto. Para já, os custos inerentes à gripe A estão a ser pagos pelo orçamento corrente do hospital, explicou ao Diário Económico Pedro Esteves, presidente do conselho de administração. O hospital está a fazer um levantamento dos gastos e Pedro Esteves admite que a factura possa vir a ser apresentada ao ministério da Saúde. Para já, o maior impacto queanovagripeestáaterno hospital de Santo António prende-se com gastos suplementares com recursos humanos e materiais. Aliás, segundo o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, é nos gastos com o reforço de médicos e enfermeiros quesevaifazersentir mais o impacto financeiro. Pedro Lopes deixou ainda outro alerta: Há portugueses com sintomas gripais a recorreremàsurgênciasdoshospitais sem necessidade, o que leva ao congestionamento dos serviços. As pessoas estão a solicitar de forma mais significativa a urgência dos hospitais para situações que não são justificáveis, o que está a causar algumas dificuldades aos hospitais, admitiu. DOENTES OBSERVADOS De acordo com o ministério da Saúde foram observadas doentes com sintomas gripais nos serviços de saúde na semana de 9 a 15 de Novembro. CASOS GRAVES 164 Na mesma semana, estiveram internados 164 doentes, dos quais 18 em unidades de cuidados intensivos. Registaram-se ainda duas mortes provocadas pelo vírus H1N1. PROGRAMAS DE VACINAÇÃO PROSSEGUEM 1 2 Cavaco Silva vacinado O Presidente da República foi ontem vacinado contra a gripe A no Palácio de Belém. Cavaco Silva pertence ao primeiro grupo considerado prioritário pelas autoridades de Saúde (grupo A), que inclui os titulares de órgãos de soberania - Presidente da República, deputados, ministros, presidente do Supremo Tribunal de Justiça e juízes do Tribunal Constitucional e profissionais com funções essenciais. Vacina não foi causa de morte A Agência Europeia do Medicamento deu como encerrado o processo que analisava uma relação causal entre a administração da vacina contra a gripe H1N1 e as mortes fetais. De acordo com uma nota de imprensa, após a análise de toda a informação disponível, a existência de uma relação causal entre a administração da vacina Pandemrix e a ocorrência de morte fetal foi considerada improvável. 3 Canadá recolhe vacinas Reacções alérgicas graves à vacina contra o H1N1 foram registadas no Canadá, obrigando à recolha de um lote de Pandemrix, a vacina da GlaxoSmithKline, que Portugal encomendou. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as autoridades canadianas estão a investigar as causas da alergia. O número de casos não foi divulgado. A OMS não mudou as recomendações quanto à vigilância das pessoas vacinadas.
11 Quarta-feira 25 Novembro 2009 Diário Económico 11 EURO face ao dólar 1,4979 PETRÓLEO valor em dólares 76,68 TAXA EURIBOR a seis meses 0,991 AGENDA DO DIA Discutidos projectos de lei contra a penalização das pensões de pessoas commaisde40anosdedescontos. Estados Unidos divulgam pedidos de subsídio de desemprego na semana passada. Alemanha publica índice GfK, que mede a confiança dos consumidores. ÇA HOJE, MARCADA PELA GRIPE A Caren Firouz/Reuters Começa hoje a peregrinação anual a Meca, cidade santa dos muçulmanos. A peregrinação deste ano fica marcada pelo receio de contágio em larga escala da gripe A (H1N1) entre as centenas de milhares de fiéis reunidos na cidade santa. Por isso, o Ministério da Saúde saudita exigiu a vacinação contra o H1N1 como condição para obter o visto para a peregrinação, bem como condição para entrar no país. São João prevê gastar 1,4 milhões até ao final do ano Paraohospital,esteéumvalor significativo que terá impacto nas suas contas. Catarina Duarte catarina.duarte@economico.pt A gripe A vai custar ao hospital de São João, no Porto, quase 1,4 milhões de euros este ano. Só os gastos adicionais com horas extra pagas a médicos equivalema6,6%doqueohospital gastou durante todo o ano passado, com a sua actividade normal.estaéaestimativaquefaz o segundo maior hospital do país e à qual o Diário Económico teve acesso. Parajá,ohospitaldeSãoJoão não recebeu qualquer reforço do orçamento por parte do ministériodasaúdeeoscustosda gripe A estão a ser suportados pelo orçamento anual do hospital. Mas um milhão de euros é um valor significativo que terá impacto nas contas, admitiu ao Diário Económico fonte oficialdohospitaldesãojoão. A maior parcela da despesa vai para o pagamento de horas extraordinárias a médicos, enfermeiros e técnicos: perto de 603 mil euros. O equivalente a 6,6% do valor pago em horas extraordinárias no ano passado, segundo os dados do Relatório de Contas do hospital referente a De acordo com as estimativas, até ao final do ano o hospital necessita de recorrer a 2232 horas extra no caso dos médicos e a 1488 no que respeita a enfermeiros. Depois dos gastos com pessoal, são os medicamentos e o material clínico e hoteleiro que mais peso têm nas contas da pandemia. Uma verba de 469 mil euros que o hospital prevê ter de gastar até ao final do ano. Aqui o peso face às mesmas despesas em 2008 não é tão significativo, representando apenas 0,5%. A gripe A levou o hospital de São João a fazer readaptações no espaço físico, criando uma nova unidade de urgências. Uma alteração que roubou ao orçamento anual 142 mil euros. GASTOS DA PANDEMIA O hospital de S. João prevê gastar 1,4 milhões com a gripe A. Serviços Gastos (mil ) Horas extraordinárias 603 Alterações do espaço 142,6 Novos equipamentos 67,2 Logística e limpeza 61,6 Transporte 44,9 Medicamentos e outros 469,6 Fonte: Diário Económico ANÁLISE IMPACTO FINANCEIRO DA GRIPE A Doença custa menos do que pode parecer PEDRO PITA BARROS Professor de Economia da Saúde na Universidade Nova de Lisboa A gripe A tem gerado procura acrescida (e desproporcionada) dos serviços de saúde. Uma preocupação é saber que custos resultam. Há-os de vária natureza. Os custos directos com a vacinação e os custos com o reforço da capacidade de resposta (centros de saúde, hospitais e atendimento telefónico). Temos depois os custos indirectos, associados com procedimentos e tratamentos adiados por redireccionamento dos recursos existentes para satisfazer o acréscimo de procura de serviços relacionado com a gripe A. Existem, por fim, os custos para a população, em tempo de doençaeesperapararesolvera sua situação. Como a maioria dos doentes não tem um quadro clínico grave, os seus custos não serão muito elevados. Os casos mais graves, e de elevado custo, são raros. Comparando com outros factores de crescimento dos custos na saúde, é de crer que a gripe A não seja muito significativa. A visibilidade pública actual não tem correspondência num crescimento de custos proporcional a essa visibilidade.
12 12 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 ECONOMIA FINANÇAS Orçamento da Madeira para 2010 reduz-se em 50 milhões para milhões de euros O secretário regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, anunciou que a proposta de Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2010 é de milhões de euros, menos 50 milhões de euros do que a de O responsável disse ainda que a região deverá registar um aumento do endividamento líquido de 178 milhões de euros em 2010, consequência de um empréstimo de 230 milhões de euros (ainda por autorizar). Deste valor, 52 milhões de euros serão para amortizar um empréstimo. Alberto João Jardim preparou mais um orçamento para a ilha da Madeira. REQUERIMENTO PCP quer saber custos de lay-off e de apoios à contratação O grupo parlamentar do PCP questionou ontem o Ministério do Trabalho sobre os custos da Segurança Social com os processos de lay-off e com as medidas do Governo de apoio à contratação. Num requerimento subscrito pelo deputado comunista Jorge Machado, o PCP pergunta ao ministério de Helena André quantas empresas recorreram ao lay-off e destas, quantas avançaram para despedimentos colectivos. E questiona ainda quanto foi gasto com pagamentos de salários nestas situações. Paulo Alexandre Coelho PARLAMENTO DISCUTE HOJE PROJECTOS QUE DEFENDEM REFORMA SEM PENALIZAÇÃO AOS 40 ANOS DE DESCONTOS O Parlamento discute hoje iniciativas do Bloco de Esquerda e PCP que pretendem dar acesso à pensão completa (sem penalizações) a trabalhadores com 40 anos de carreira. O PSD, que na anterior legislatura se absteve na votação destes diplomas, prepara-se para chumbar os projectos referindo que poria em causa a sustentabilidade do sistema. Oposição quer suspender código contributivo durante um ano CDS e Bloco de Esquerda vão propor que o diploma apenas produza efeitos a partir de Cristina Oliveira da Silva cristina.silva@economico.pt Já há dois partidos da oposição a propor o adiamento do Código Contributivo por um ano, o prazo mínimo que também já tinha sido defendido pelo patronato. Depois de o PSD ter pedido a suspensão do diploma por seis meses, CDS e Bloco de Esquerda foram mais longe e avançaram com projectos que prevêem o adiamento por um ano. Já o Governo mantémaposiçãoevoltaafrisar que podem ser discutidos ajustes ao documento mas sempre sem perder de vista a entrada em vigor já prevista (2010). Apesar da meta comum, os motivos que justificam a decisão dos grupos parlamentares são diferentes. O Bloco avançou ontem com um projecto de resolução temendo o agravamento das desigualdades sociais. E recomenda ao Governo o adiamento do diploma por um ano, bem como a divulgação de documentos que PROPOSTAS O Governo quer que o Código Contributivo entre em vigor a 1 de Janeiro, aplicando de forma gradual algumas das alterações mais profundas (caso do alargamento da base sobre a qual incidem os descontos). OPSDfoioprimeiroa apresentar uma proposta, pedindo a suspensão do diploma por seis meses. Na semana passada, deu entrada no Parlamento uma proposta do PSD que defende o adiamento do diploma por um ano. Já o Bloco propôs ontem o adiamento por um ano do mesmo documento. Ver opinião de Manuela Ferreira Leite sobre o Código na página 8. sustentem as alterações promovidasnocódigoeapromoçãode uma audição sobre as suas consequências. Já o CDS defende a suspensão do Código por um ano para evitar o impacto nos encargos das empresas e alguns grupos de trabalhadores em tempo de crise. O projecto, discutido na próxima sexta-feira, diz que só a partir de 2011 deve ser adaptado o regime de aplicação gradual da base de incidência dos descontos e os novos níveis de descontos. No entanto, tal como defende o patronato, o CDS acrescenta que a entrada em vigor deve ser precedida de consulta aos parceiros. A primeira bancada a avançar com a suspensão do código tinha sido o PSD, pedindo seis meses para analisar estudos e fundamentos do diploma que requisitou ao Governo e para avançar novas alterações. Apesar das propostas das outras bancadas parlamentares, os social-democratas dizem que, para já, não faz sentido pensar em prazos mais largos, sem antes saber quais os ajustamentos que o Governo vai realizar. De acordo com a deputada Rosário Águas, seis meses são suficientes para avançar com propostas de alteração ao documento. Nos prazos, o Executivo não cede. É nossa intenção que o Código Contributivo entre em vigor a 1 de Janeiro, disse ontem a ministra do Trabalho salientando que os ajustes ao documento estão a ser preparados e estarão prontos até ao final do ano. Helena André, que falava à margem do III Encontro Ibero-Americano de Interlocutores sociais, salientou, no entanto, que ajustes podem não ser alterações ao documento. Além disso, salientou que é necessárioverocódigodeumaforma mais ampla: não penso que seja correcto estarmos exclusivamente aolharparaoladodopesosobreas empresas, sem ter em consideração que diploma luta contra a precariedade e contra os falsos recibos verdes, disse. Pacto discutido no início de 2010 O Pacto para o Emprego vai começar a ser discutido com os parceiros no início do próximo ano e abordará questões como a organização do mercado de trabalho, políticas de rendimentos e salários e matérias relacionadas com direitos e obrigações de trabalhadores e empresas, disse ontem a ministra Helena André. Mas para o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), este pacto é apenas um conjunto de boas intenções e será insuficiente para a recuperação do mercado laboral. Helena André salientou que há matérias que podem ser adaptadas do Pacto Global para o Emprego da Organização Internacional do Trabalho. O documento integra medidas como o prolongamento do subsídio de desemprego ou transferências para os mais pobres.
13 Quarta-feira 25 Novembro 2009 Diário Económico 13 ALEMANHA Confiança dos empresários sobe em Novembro para máximo de 15 meses O índice de confiança dos empresários alemães subiu para um máximo de 15 meses em Novembro, estabelecendo-se em 93,9 pontos contra 92 em Outubro, anunciou o instituto de conjuntura Ifo. A subida foi superior às previsões dos analistas que apontavam, em média, para 92,5 pontos. O índice tinha chegado em Março a um mínimo de 26 anos, nos 82,2 pontos. Na semana passada, Governo e instituições económicas reviram em alta as estimativas, esperando que a economia alemã cresça 1,2% em Barack Obama, presidente dos EUA, recebe boas notícias. CONSUMIDORES Consumidores norte-americanos inesperadamente mais optimistas este mês O índice de confiança dos consumidores da consultora Conference Board nos Estados Unidos subiu inesperadamente em Novembro, aliviando as preocupações resultantes da ideia de que maior parte da economia iria contrair devido a meses sem emprego. O índice da Conference Board (Nova Iorque) passou para 49,5 em Novembro contra 48,7 em Outubro. As previsões dos economistas apontavam uma descida para os 47,3 pontos,apósassuasprevisõesde47,7paraomêsdeoutubro. Rendas em dívida atingem quase 30% Associação Nacional de Proprietários quer publicar nomes de inquilinos devedores. João Paulo Dias O mercado de arrendamento registou um aumento na procura, devido à crise. Paula Cravina de Sousa paula.cravina@economico.pt Quase 30% dos inquilinos com rendas acima dos 500 euros entraemsituaçãodeincumprimento. Os dados foram ontem divulgados pela Associação Nacional de Proprietários (ANP) com base num inquérito a mil proprietários com casas arrendadas e que fizeram o contrato de arrendamento nos últimos três anos, isto é, já com as regras do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU). O presidente da Associação Nacional de Proprietários, António Frias Marques, afirma que a maior parte dosfaltosostem rendas acima dos 400 euros. A ANP explica que as rendas faltosas são maioritariamente acima dos 400 euros, sendo que são poucos os casos de incumprimento nas rendas abaixo de 100 euros. Também a Associação Lisbonense de Proprietários afirma que o número de faltosos está a aumentar. O presidente da associação Menezes Leitão afirmou ao Diário Económico que tem recebido muitas queixas de proprietários com rendas em atraso. E a morosidade nos processos de despejo, que demoram em média entre seis meses a um ano, dificultam muito os proprietários, acrescentou. Portrásdesteaumentoestão factores como a crise que fez disparar o desemprego ou simplesmente inquilinos que arrendam casas por valores que não conseguem depois sustentar. No mercado dos escritórios, Miguel Bacalhau, da consultora Aguirre Newman, explica que os faltosos não têm subido. O que está a acontecer é a renegociação de contratos, para valores com rendas mais baixas, prevenindo assim o aumento do incumprimento. Associação quer lista negra dos inquilinos A Associação Nacional dos Proprietários vai enviar na próxima semana um pedido de autorização à Comissão Nacional de Protecção de Dados para publicar uma lista com os dados dos inquilinos devedores, semelhante às listas já existentes de dívidas de operadores de telemóveis, do fisco e da Segurança Social. No entanto, a Comissão da Protecção de Dados assegura que as listas já existentes estão previstas na lei, têm um fundamento legal, o que não acontece neste caso. Por outro lado, a Associação de Inquilinos Lisbonenses afirma que a medida é inconstitucional, e que podem tratar-se de dívidas que não são dos próprios e que podem dever-se a factores como o desemprego ou doença e que nada têm a ver com má fé dos inquilinos. PUB PSD quer voltar a discutir reabilitação O principal partido da oposição quer voltar a discutir no Parlamento o regime jurídico de reabilitação urbana. O PSD considera que a discussão que houve no parlamento não foi adequada, já que foi feita em Julho, carecendo por isso do exigível escrutínio parlamentar, pode ler-se no pedido de apreciação parlamentar. O regime jurídico prevê a venda forçada das casas, caso os proprietários não façam as obras de reabilitação no prazo exigível. Para o PSD, o regime não tem em conta a situação económica dos proprietários, nem os rendimentos que têm com essas casas. Por outro lado, o PSD defende que a lei também devia obrigar o Estado, municípios e outras entidades públicas a reabilitar os edifícios de que sejam donos e que estejam degradados. A Associação Lisbonense de Proprietários congratulou-se com a medida.
14 14 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 POLÍTICA Escutas a Sócrates em segredo de justiça até ao fim da Face Oculta Ontem, o vice-presidente do Conselho Superior de Magistratura, Ferreira Girão, na foto à esquerda, leu uma declaração em nome do juiz titular do processo. Juiz de Aveiro não contestou a destruição de escutas com o primeiro-ministro. Ainda assim, os documentos estão protegidos pelo segredo de justiça. Lígia Simões e Susana Represas ligia.simoes@economico.pt As escutas que envolvem o primeiro-ministro nunca poderão ser tornadas públicas enquanto durar o processo Face Oculta. Ontem, o vice-presidente do Conselho Superior de Magistratura, Ferreira Girão, considerou que o que saiu [as certidões extraídas com as escutas entre Sócrates e Vara] faz parte do processo Face Oculta, que continua em investigação e está em segredo de Justiça, o que abrange também estes documentos. A afirmação de Ferreira Girão surge após o esclarecimento, ontem divulgado em conferência de imprensa, de que é falsa a notícia veiculada pela comunicação social no passado fim-desemana, segundo a qual o juiz se teria recusado a cumprir a decisãodopresidentedosupremo no âmbito do chamado processo Face Oculta. Com o esclarecimento a pedido do juiz de instrução de Aveiro, permanece a incógnita quanto ao cumprimento da ordem de destruição das primeiras seis escutas entre Armando Vara e Sócrates. OvicedoConselhoSuperior de Magistratura alega que este órgão nãosabeenãotemdesaber qual foi, então, o destino dado às escutas que envolvem Sócrates. Ao Diário Económico, Ferreira Girão, reitera que os documentos referentes às escutas, (quer as declaradas nulas pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, quer as arquivadas pelo PGR), estão em segredo de justiça. Logo, conclui, não podem ser tornadas públicas. O penalista Paulo Saragoça da Matta concorda. As escutas ou são irrelevantes e têm de ser destruídas, ou são relevantes (para outro processo) e ficam até à eternidade protegidas pelo segredodejustiça.contudo, esta posição não é partilhada por outros juristas, que estão a Costa Andrade é livre de expressar opinião Ferreira Girão diz que Costa Andrade, membro do Conselho Superior de Magistratura, é livre de manifestar a sua opinião científica. O catedrático defendeu, num artigo publicado no Público, que não cabe ao presidente do Supremo ordenar a destruição das escutas que foram validamente autorizadas por um juiz de instrução. O catedrático de Coimbra chega mesmo a afirmar que não há no céu nem na terra, qualquer possibilidade jurídica de a converter em escuta inválida ou nula. favor da sua divulgação, já que o PGR decidiu arquivar o caso, sem previamente ter aberto um inquérito crime. O juiz de instrução de Aveiro, António Costa Gomes, enviou na segunda-feira à tarde ao órgão de gestão e disciplina da magistratura um ofício sobre a matéria, tendo este deliberado após o plenário do Conselho Superior de Magistratura fazer uma comunicação escrita. O vice-presidente deste órgão recusou-se a adiantarmaispormenoressobreas primeiras escutas, declaradas nulas pelo presidente do Supremo, a 3 de Setembro. Data em que determinou a sua destruição. São matérias jurisdicionais, cujas entidades máximas já se pronunciaram, e que o Conselho não tem de conhecer, porque estão em segredo de justiça, disse Ferreira Girão. Já sobre a competência do SupremoTribunaldeJustiça para validar as escutas, Ferreira Girão recorda que todo esse processo escapa ao Conselho Superior, acabando por ironizar que se comentasse a questão seria arriscar-se-ia a um processo disciplinar. Outros membros do CSM optaram por abandonar o encontro quando o tema das escutas foi abordado. O Diário Económico sabe que Rui Patrício, advogado de José Penedos, arguido no caso Face Oculta, o presidente do SupremoTribunaldeJustiçaeo constitucionalista Costa Andrade não estiveram na discussão. ESCUTAS TELEFÓNICAS As escutas telefónicas são requeridas pelo Ministério Público, normalmente a pedido da Polícia Judiciária, e validadas pelo juiz de instrução criminal. Quando não existe indício criminal, as conversas não são, sequer, transcritas para o papel, mas quando os indícios apontam para um crime com uma moldura penal acima de cinco anos de prisão transcrevem-se. Compete ao Supremo Tribunal de Justiça autorizar a intercepção, gravação e a transcrição de conversações ou comunicações em que intervenham o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República ou o primeiro-ministro e determinar a respectiva destruição.
15 Quarta-feira 25 Novembro 2009 Diário Económico 15 Carris não detectou irregularidades A auditoria interna desencadeada pela Carris na sequência do processo Face Oculta concluiu que os contratos celebrados com a empresa O2, de Manuel Godinho, não continham irregularidades, garante Silva Rodrigues. Segundo o presidente da CP, foram analisados contratos que incluem a venda de mais de 500 autocarros nos últimos cinco anos à O2, num valor total de 330 mil euros. O Governo quer que todos os relatórios a empresas públicas estejam concluídos até ao final do ano. AGENDA DO DIA Divisão da carreira arranca as negociações com os sindicatos no ministério da Educação. Parlamento celebra o Dia Internacional para Eliminação da Violência Contra as Mulheres. ONU apresenta metas para a Cimeira do Clima de Copenhaga. Paula Nunes TRÊS PERGUNTAS A... PAULA TEIXEIRA DA CRUZ Militante do PSD, advogada e ex-membro do Conselho Superior de Magistratura Deveria haver uma comissão de inquérito ao caso Para Paula Teixeira da Cruz, é insuportável ter um primeiroministro constantemente sob suspeita. Para que tudo se esclareça, a advogada defende que o Parlamento tome uma atitude. Que posição defende sobre o destino que deve ser dado às escutasemqueéouvidojosé Socrates? Sobre a questão jurídica revejo-me na posição que é defendida pelo Costa Andrade. Admito que é uma questão complexa, mas a justiça tem as suas válvulas de escape para corrigir os erros. Mas há neste caso há uma questão política: é insuportável ter o Governo constantemente sob suspeita, justa ou injustamente. Considera que o primeiroministro devia esclarecer as dúvidas sobre este caso? Não compete ao primeiro-ministro divulgar as escutas, mas devia explicar ao país o que se passa, e o Parlamento deve exercer a sua acção fiscalizadora. De que forma? Através de uma comissão de inquérito? Deveria haver uma comissão de inquérito, naturalmente. Eu desejo que isto seja tudo um equivoco, mas o Parlamento devia ter uma atitude de maturidade democrática, tomando a iniciativa de exigir que tudo fique esclarecido. S.R. TRÊS PERGUNTAS A... deve esclarecer o país sobre o conteúdo das escutas em que foi gravado? O primeiro-ministro não deve nenhuma explicação ao país, mas compreendo que o engenheiro José Sócrates sinta vontade de o fazer, porque tem esse direito. PAULO PEDROSO Ex-porta-voz do PS e ex-ministro do Trabalho de António Guterres O primeiro-ministro não deve nenhuma explicação ao país Segundo o ex-ministro socialista, o primeiro-ministro não tem o deverdeesclareceroconteúdo das escutas, mas pode fazê-lo, para evitar especulações. Acha que o primeiro-ministro Tendo em conta o que já foi divulgado, é legitimo que os cidadãos tenham dúvidas... O que temos assistido é à fuga selectiva de informações, visando um resultado político inaceitável. Mas este caso contribui para desgastaraimagemdochefedo Governo? Estas notícias provocam desgaste, mas não sei qual a extensão que isso pode ter juntos dos eleitores. Ao longo dos anos ele tem sido massacrado, estes casos têm sido usados pela imprensa, e todos se verificaram infundados. S.R. Infografia: Mário Malhão mario.malhao@economico.pt
16 16 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 POLÍTICA ASSOCIAÇÃO PARA O PLANEAMENTO DA FAMÍLIA Educação sexual nas escolas é uma decisão que não tem tido implementação As escolas com educação sexual são uma minoria porque os professores não têm disponibilidade para os projectos e falta apoio técnico, afirma a Associação para o Planeamento da Família. A situação é agravada pelo facto de nem todos os professores se sentirem preparados para abordar estas questões. Para combater este problema, a Escola Secundária Campos Melo, na Covilhã, tem utilizado alunos do 12º ano de Biologia e Psicologia para sessões de esclarecimento sobre o tema. Apesar de ser ministra da Educação, Isabel Alçada vai lançar um novo livro. LIVRO Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães preparam novas aventuras Apesar de ter começado recentemente uma nova etapa da sua carreira profissional, a ministra da Educação Isabel Alçada não abdica da sua carreira literária. Presente na antestreia da adaptação para o cinema do livro Uma Aventura na Casa Assombrada, Isabel Alçada anunciou que já começou, juntamente com a sua companheira de escrita Ana Maria Magalhães de há 30 anos, a trabalhar num novo volume da colecção que a popularizou junto dos leitores mais jovens. CASO FACE OCULTA PSD DIZ QUE CONVERSAS DE SÓCRATES DEVEM SER ESCRUTINADAS Paulo Alexandre Coelho COLUNA VERTEBRAL Escuta JOÃO PAULO GUERRA Ontem, no final das jornadas parlamentares do PSD, o líder parlamentar Aguiar-Branco deixou duas ideias: uma comissão de acompanhamento da corrupção e a exigência indirecta de que Sócrates deve explicações sobre a Face Oculta - Ninguém é obrigado a aceitar um cargo político. Quando o aceitamos, aceitamos o escrutínio das nossas palavras, das nossas conversas. Somos moralmente obrigados a prestar contas a quem nos elegeu. Futuro de Penedos na REN é decidido hoje no tribunal O presidente da REN, que será hoje ouvido em tribunal, deverá manter-se no cargo até ao final do mandato, a menos que o juíz lhe suspenda as funções. Filipe Alves filipe.alves@economico.pt O dia de hoje será decisivo para opresidentedaredesenergéticas Nacionais (REN), José Penedos. O gestor, que é um dos arguidos do processo Face Oculta, vai ser novamente ouvido pelo juíz de instrução do Tribunal de Aveiro, levando consigo um poderoso argumento para a sua defesa: o relatório da auditoria realizada pela Deloitte, que concluiu que não existiram crimes públicos na relação entre a REN e a empresa O2, de Manuel Godinho. Todavia, se por um lado o relatório da Deloitte conclui que não existiram crimes públicos nos contratos celebrados com o cérebro da rede tentacular que está na origem do caso Face Penedos vai apresentar-se perante o juíz munido do relatório da Deloitte, que concluiu não terem existido crimes públicos. Oculta, por outro refere a existência de falhas nos processos de decisão interna da REN, bem como no que toca aos critérios de selecção das modalidades de adjudicação. Recorde-se que Penedos foi constituído arguido por suspeitas de ter beneficiado a empresa de Manuel Godinho em contratos com a REN, de forma conivente com o alegado tráfico de influências por parte do seu filho, o advogado Paulo Penedos.OpresidentedaREN tem, contudo, reiterado a sua inocência. Resta saber, entre outros aspectos, se o Ministério Público terá o mesmo entendimento da Deloitte a respeito da inexistência de crimes públicos nas transacções com Godinho. E, ainda, se as falhas detectadas, embora não sendo crimes públicos, violam o código de conduta da REN, que José Penedos tem de cumprir. Nestas circunstâncias, ao que o Diário Económico apurou junto de fontes do núcleo accionista da REN, José Penedos deverá permanecer à frente dos destinos da empresaatéàpróximaassembleia geral (em Março), concluindo desta forma o seu mandato. A menos que o juíz considere que existem razões para suspender as suas funções, tal como sucedeu, de resto, com outros arguidos no caso Face Oculta. Nesse caso, o conselho de administração tem poderes para escolher um novo presidente, que dirija a empresa até Março. Contactada pelo Diário Económico, a Parpública, que é a principal accionista da REN (46%) não quis comentar. com A.M.G. Desde o célebre caso do microfone, descoberto no gabinete de Procurador-geral Cunha Rodrigues, em 1994, Portugal vive à escuta da sua História contemporânea. Por escutas ao Metro do Porto, em 1994, descobriu-se o Apito Dourado: processos em cascata. E em 1997, um ano após o golpedeestado nacasado Sino, escutas encontradas nos gabinetes da direcção da Universidade Moderna deram origem a inquéritos. Em 2003, a confirmação da existência de escutas aos dirigentes partidárioslevoumanuelalegreaproclamar que não fizemos o 25 de Abril para agora vivermos num país onde se fazem escutas telefónicas arbitrárias. Legais, respondeu o PGR. As pistas fornecidas em 2003 pelas escutas telefónicas às irregularidades na administração fiscal não chegaram para sustentar uma acusação de corrupçãoactivanaformatentadae consumada. Também vem de 2004 o caso da mala que demorou cinco anos a chegar à gaveta. Nesse ano, a polícia terá escutado a conversa a avisar Fátima Felgueiras da prisão preventiva iminente. Ainda em 2004, o Diário de Notícias noticiava que cerca de 12 mil portugueses estavam sob escuta telefónica policial. Dois anos mais tarde, o Ministério Público não sabia em quantos processos requerera a realização de escutas telefónicas. Em 2006 o país ficou a saber que altas individualidades do Estado, entre as quais o Presidente da República, tinham sido alvo de registos de chamadas guardados num tal envelope 9 nos anos horríveis para as liberdades de 2002 a Nos anos seguintes, pelas escutas passaram Isaltino e sobrinho, o Bragaparques, o Furacão, o Mensalão, a Máfia dos Bingos, o Freeport, a própria cooperação estratégica, a Face Oculta. Quem escuta, de si ouve, diz um provérbio português. joaopaulo.guerra@economico.pt
17 Quarta-feira 25 Novembro 2009 Diário Económico 17 JUSTIÇA Fernanda Palma e Rui Alarcão no Conselho Superior do Ministério Público Os professores catedráticos Fernanda Palma e Rui Alarcão foram os nomes escolhidos pelo ministro da Justiça, Alberto Martins, para integrarem o Conselho Superior do Ministério Público. Entretanto, a exdirectora do Centro de Estudos Judiciários Anabela Rodrigues e o exministro da Cultura Pinto Ribeiro figuram nas listas conjuntas PS/PSD para a eleição pelo Parlamento de representantes nos Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público. Ontem Mário Soares escreveu ainda queopsdprecisadeserajudado. EUROPA Mário Soares e Felipe González querem Europa a falar a uma só voz A União Europeia precisa de vontade de agir na prática resolver os seus problemas. Foi isto que defendeu Felipe González, presidente do grupo de reflexão para o futuro da Europeu, na sua intervenção no seminário Portugal e Espanha: o que fazer em conjunto na Europa?, que decorreu hoje, em Lisboa. No debate com o espanhol esteve Mário Soares, que concordou e acrescentou que os líderes europeus, que estão de costas voltadas para o povo. Não há política de comunicação. Acordo político ganha força para Copenhaga Vincent Kessler/Reuters UE pressiona EUA e China para avançarem com redução de 30% de emissões em Luís Rego, em Copenhaga luis.rego@economico.pt O optimismo parece estar de volta às negociações ambientais para curar o planeta do aquecimento global. Vários responsáveis europeus deram ontem conta de alguns sinais ténues de convergência entre os principais poluidores. Mas o acordo na calha será meramente político, gradual entre e diferenciado entre blocos regionais. A duas semanas de arrancar a cimeira de Copenhaga, a UE aguarda apenas que os EUA e a China formalizem as suas ofertas para avançar com a proposta de redução de emissões de 30% até Achavedeumacordoestátotalmente na mão dos EUA, disse ontem a um grupo de jornalistas Timo Makela, Director Geral do desenvolvimento sustentável da Comissão, um dos responsáveis europeus pelas negociações em Copenhaga. Em Estrasburgo, Andreas Calgren, ministro sueco, que detém a presidência do Conselho da UE, admitiu que os EUA, como vão começar mais tarde a inverter as emissões, visto que não ratificaram Quioto, poderão compensar esse atraso acentuando a redução a partir de AQUECIMENTO GLOBAL sete graus Um grupo de 24 cientistas internacionais alertou ontem que a temperatura global deverá aumentar sete graus até 2100, pelo que são necessárias medidas rápidas e eficazes para travar o aquecimento climatérico. O alerta consta de um relatório divulgado pelo Instituto de Investigação sobre os Impactos do Clima, com sede em Potsdam, na Alemanha É um levantar do véu sobre uma fórmula possível de acordo em que se fixam objectivos políticos, uns até 2020, outros 2030, por exemplo, e com trajectórias diferentes por bloco. Os EUA querem evitar o erro de [Bill] Clinton de assinar [o Tratado de] Quioto antes de o passar [no Congresso], diz Makela. E por enquanto Barack Obama ainda tem apenas o apoio da Casa dos Representantes para uma redução de 17% de emissões em 2020 em relação a 2005, o que equivale a 4% face a 1990, que éabasede referência usada no resto do mundo e que assistiu Quioto. A China, explica Makela, anunciou um aumento de 50% da intensidade de carbono na sua economia, um indicador de maior eficiência energética. É um sinal mas não é suficiente, advertiu. No resto do mundo, parece haver um convergência de vários actores em torno de 25% de redução, com o Japão, Rússia e Austrália a mencionar essas metas, frisou. Há um movimento de países importantescomoachinaeaíndia, bem como do Brasil, que juntamente com a Rússia somam um terço das emissões globais. Outracontrovérsiaéomontante de ajuda para que economias sub-industrializadas adaptemosseusprocessosprodutivos a novas tecnologias ambientais. A UE fala de uma oferta de 100 mil milhões de euros por ano até 2020, um quinto do que pede o G77, que reúne as vozes dos países em vias de desenvolvimento. Numa cidade que se prepara paraoembatedamaiorcimeira de sempre, o ministro do ambiente dinamarquês, Troels Lund Poulsen, que será anfitrião em Copenhaga disse ontem acreditar num acordo político mas que será apenas o principio de um processo para traduzir compromissos numa forma legal. Isso fica para outra cidade. O jornalista viajou a convite da Comissão Europeia Durão Barroso ontem fazendo umafestaaumavacadurante uma visita à feira da Sonnenhof Foundation em Estrasburgo. Barroso II aumenta número de comissárias Durão Barroso viu ontem a equipa finalmente completa para formar o seu governo para os próximos cinco anos na Comissão, incluindo um número de mulheres - nove - superior ao registado no mandato anterior (oito). Isto só foi possível porque o governo holandês decidiu designar ontem a actual comissária da Concorrência Neelie Kroes, a troco de uma pasta de grande relevo económico. E também porque o governo dinamarquês enviou para Bruxelas Connie Hedegaard, a ministra que está a liderar as negociações da cimeira global de Copenhaga, e que deverá ficar com essa pasta na equipa de Barroso. Só hoje é que recebi a lista completa de comissários, disse Barroso em Estrasburgo e já estou satisfeito com a situação a que chegámos porque há uma semana só tínhamos três mulheres. O português foi incessante na busca de mulheres, oferecendo em troco a oportunidade de pastas mais relevantes. Além destas duas novas aquisições, Barroso contará com Androula Vassiliou (Chipre), Cecilia Malmstrom (Suécia), Rumiana Jeleva (Bulgária), Maria Damanaki (Grécia), Marie Geogegan Quinn (Irlanda), Vivianne Reding (Luxemburgo) e Catherine Ashton (Reino Unido), que será a cara da UE no mundo. L.R.
18 18 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 DESTAQUE 1 ESPECIAL XI FÓRUM DA INDÚSTRIA TÊXTIL Inovação é uma arma contra a globalização AS EMPRESAS PORTUGUESAS ESTÃO A GANHAR PONTOS NA O XI Fórum da Indústria Têxtil mostra hoje os exemplos de empreendedorismo da Biodevices e da SIX London. Carlos Caldeira carlos.caldeira@economico.pt PALAVRA-CHAVE Exportações O sector têxtil e vestuário gerou uma produção de milhões de euros e um volume de negócios de milhões em 2008, segundo as estimativas da ATP. No total foram exportados produtos no valorde3.985milhõesdeeuros, uma quebra face os milhões registados em O sector empregava no final do ano passado pessoas. A indústria têxtil e de vestuário é uma das mais importantes indústrias para a economia portuguesa. Representa 11% do total das exportações nacionais, 22% do emprego e 8% do volume de negócios da indústria transformadora e 7% da produção da mesma indústria. Portugal tem cerca de sete mil empresas laborando em todos os sub-sectores da indústria têxtil e do vestuário, algumas das quais são unidades verticais, embora na sua maioria sejam pequenas e médias empresas, todas bem conhecidas pela sua flexibilidade e resposta rápida, know-how e inovação, realça a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. As empresas do sector localizam-se maioritariamente no Norte de Portugal (Porto, Braga, Guimarães e Famalicão), mas também se encontram algumas na Covilhã dedicadas aos produtos de lã. É dada a importância do sectorquetemhojelugaro XIFó- rum da Indústria Têxtil Empreendedorismo. As Oportunidades Depois da Crise, em Famalicão, nas instalações do Citeve Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal. Referência mundial Paulo Vaz, director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, organizadora do evento, realça que Portugal é hoje um país de referência global no domínio da excelência produtiva e no desenvolvimento do produto têxtil. E realça o caso da Petratex, com a tecnologia inovadora de montagem de peças por termocolagem, sem recurso a costuras, ou o desenvolvimentodofatodebanhodo campeão olímpico Michael Phelps. O XI Fórum da Indústria Têxtil conta entre os seus oradores com nomes como Mira Amaral, antigo ministro de Cavaco Silva, e Daniel Bessa, presidente da Cotec. O evento será encerrado pelo ministro da Economia e Inovação, Vieira da Silva. ENTREVISTA PAULO VAZ director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal Sector têxtil está a realizar uma impor As empresas diminuiram as vendas, tiveram que se reestruturar, diversificar produtos, segurar os mer Carlos Caldeira carlos.caldeira@economico.pt O consumo de produtos de moda decresceu, de uma forma geral em todo o mundo e em todos os segmentos de mercado. A realidade da crise económica levou a que, segundo Paulo Vaz, director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), as empresas à necessidade de se reestruturarem, produtivamente e nos seus quadros de pessoal, cortar todasasgorduraspossíveis, diversificar produtos e serviços, procurar segurar os mercados tradicionais e buscar novos destinos para exportar, além de terem de inovar nos produtos e nos serviços. Comoestáosectortêxtilaultrapassar a crise económica mundial? O sector têxtil e vestuário português está a realizar uma importante reestruturação no sentido de se adaptar às novas condições de mercado, nacional e internacional, que se caracterizam por uma forte diminuição da procura. O consumo de produtos de moda decresceu, de uma forma geral em todo o mundo e em todos os segmentos de mercado, o que Paulo Vaz Director-geral da ATP Estimamos, para o ano em curso, uma diminuição de trabalhadores no sector entre a face a determinaamontantedacadeia de valor, em especial na cadeia produtiva, que se adaptem as capacidades instaladas a essa nova realidade. Quais os efeitos dessa realidade? Significa isto que as empresas que, na generalidade viram diminuir o seu volume de negócios cerca de 20% a 30%, tiveram que se reestruturar, produtivamente e nos seus quadros de pessoal, cortar todas as gorduras possíveis, diversificar produtos e serviços, procurar segurar os mercados tradicionais e buscar novos destinos para exportar, inovar nos produtos e nos serviços, para se diferenciaremdaconcorrênciaemanterem-se no mercado. Muitas estão a conseguir realizar essa transformação, outras infelizmente vivem mais dificuldades neste processo e outras haverão que não terão outra alternativa do que encerrar. Verificaram-se muitas falências nos últimos meses? Não temos números definitivos para avaliar. Há, contudo, a convicção que as falências de empresas aumentaram em 2009 face a anos anteriores, mas em linha com outros sectores de actividade económica
19 Quarta-feira 25 Novembro 2009 Diário Económico 19 PONTOS-CHAVE As falências de empresas aumentaram em 2009 face a anos anteriores, mas em linha com outros sectores de actividade económica do País, diz Paulo Vaz. O director-geral da ATP estima para 2009 uma diminuição de cerca de a trabalhadores face a 2008, no sector do têxtil e vestuário. A maioria das empresas do sector localiza-se no Norte (Porto, Braga, Guimarães e Famalicão), mas também há algumas na Covilhã dedicadas aos produtos de lã. MODA MUNDIAL tante reestruturação cados tradicionais e buscar novos destinos para exportar. do País e mesmo à escala internacional. Não serão contudo números dramáticos. Há também, por outro lado, encerramentos de empresas que não passam por processos de falência, mas pela simples decisão dos seus proprietários ou accionistas, os quais decidem fechar o negócio, salvar os seus passivos, alienar os activos e indemnizar os trabalhadores, porque, pura e simplesmente, se entendeu que o negócio tal como estava não teria futuro e não existia vontade em o relançar ou investir nele. Todos estes fenómenos, no sector têxtil e vestuário, passam-se nas regiões onde a sua localização é histórica, como é o caso do Vale doaveedovaledocávado,a Norte, onde está situada cerca de 75% de toda a indústria em Portugal. Quantos são os desempregados saídos do sector este ano? Os números do desemprego não estão ainda fechados para o corrente ano, pelo que qualquer informação seria pura especulação, naturalmente sujeita a errar. O que podemos dizer é que o sector têxtil e vestuário português está a contrair o seu capital humano desde o início da década de 90, período em Nacho Doce/Reuters As principais empresas portuguesas do sector do têxtil e vestuário contribuem com a sua diversificação, inovação e tecnologia para o trabalho de estilistas nacionais de renome, como Ana Salazar, Augustos, António Tenente, Nuno Gama ou Fátima Lopes, mas também muitos outros estrangeiros. Por isso, a Associação Selectiva Moda criou um site para aproximar as empresas portuguesas do mundo (selectivamoda.com). A Selectiva Moda, com o apoio do QREN, promove e apoia financeiramente os empresários nacionais para participarem em várias feiras de moda especializadas e direccionadas para o negócio das empresas portuguesas. que contava 350 mil efectivos ao serviço. Hoje, podemos fixar-nos em trabalhadores directos. Mas o número de trabalhadores diminui em 2009? Estimamos para 2009 uma diminuição de cerca de a trabalhadores face a 2008, os quais não são necessariamente desempregados, mas quadros que rescindiram contratos, no âmbito das indispensáveis reestruturações empresariais, e passaram para outras actividades ou, pura e simplesmente, por força da idade, se reformaram. Sem o PADIM as empresas estariam mais frágeis Carlos Caldeira carlos.caldeira@economico.pt O director-geral da ATP, Paulo Vaz, relembra que, em conjunto com a APICCAPS Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, desenharam as principais medidas do PADIM ProgramadeApoioao Desenvolvimento das Indústrias de Moda, em colaboração com o Ministério da Economia. Quais os principais problemas comquesedebatemasempresas do sector? Os principais problemas das empresas do sector são, por esta ordem, a quebra da procura por parte dos principais clientes nacionais e internacionais, a recusa dos seguros de crédito em cobrirem o risco nas exportações, o acesso ao crédito e ao crédito a custos razoáveis e o aumento dos custos produtivos, em que se incluemossalários,aenergiaeo ambiente. O que pode fazer o Estado? Pode ajudar intervindo directa e corajosamente em todos os domínios atrás referidos. As empresas precisam de liquidez para aguentar este período de conjuntura dificílima, seja pela via do crédito mais facilitado e mais barato, seja pela redução de custos de contexto, seja pelo acesso flexibilizado aos sistemas de incentivos, como o QREN, ou trocando património por liquidez, como é o caso do recurso ao fundo imobiliário gerido pelo Estado. Aliás, estaseoutrasmedidasforamdesenhadas pela ATP e a APICCAPS, em conjunto com o Ministério da Economia, no início do ano passado, tendo sido subsumidas num programa denominado PA- DIM (Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Indústrias de Moda). Este programa de contingência, foi concebido e aplicado em tempo recorde, e compõemse de 23 medidas. Quais são as principais medidas? Destaco as relativas ao acesso ao crédito bancário (PME Investe), ao seguro de risco nas operações de exportação (PME Segura) e as referentes ao estímulo ao redimensionamento das empresas, por via das fusões e aquisições (a PME Consolida). Isto sem esquecer a diminuição do prazo efectivo do reembolso do IVA, o reforço dos programas de internacionalização das empresas, a flexibilização do acesso aos programas do QREN e o aumento para mil euros na regra de minimes, a alteração do regime do crédito fiscal ao investimento em internacionalização, entre outras de carácter mais social, destinadas à manutenção de postos de trabalho e incentivo ao emprego. Eessasmedidastiveramêxito? Nem todas as medidas tiveram igual êxito e nem beneficiaram todas as empresas, contudo, o sector estaria certamente muito mais frágil e muitas empresas em maiores dificuldades ou encerradas, se este programa não tivesse surgido. A União Europeia também devia apoiar mais? Infelizmente a União Europeia poderia fazer, e muito pelo sector, se alterasse as suas políticas comerciais, excessivamente liberais. O que assistimos, pelo contrário,équeaeuropaseconverte no vazadouro de todas exportações globais, não impondo barreiras e praticamente nenhuns direitos, não controlando as importações, menos ainda as condições em que alguns parceiros comerciais operam, completamente à revelia dos mais elementares princípios do livre e justo comércio e que deviam inspirar as trocas internacionais. Está a falar da China? Enãosó.Oquevemoséquea ChinaeaÍndia,entremuitosoutros países terceiros, podem vender tudo à Europa sem restrições ou controlo, mas a Europa praticamente nada lhes pode vender, comobemilustramosnúmeros de comércio externo, pois as desproporções são superiores de 10 para um. Nem todas as medidas tiveram igual êxito e nem beneficiaram todas as empresas, disse Paulo Vaz.
20 20 Diário Económico Quarta-feira 25 Novembro 2009 ESPECIAL XI FÓRUM DA INDÚSTRIA TÊXTIL Adam Berry/Bloomberg Moda portuguesa nos quatro cantos do Mundo Uma t-shirt que monitoriza o ritmo cardíaco A Biodevices, empresa de Espinho, conseguiu diversificar no sector do vestuário através da inovação tecnológica. Carlos Caldeira carlos.caldeira@economico.pt A Biodevices, liderada pelo professor Luís Meireles, foi constituída com base num spin-off do Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática (IEE- TA) da Universidade de Aveiro e temcomomissãoodesenvolvimento, comercialização e exportação de soluções de engenharia biomédica para suporte ao diagnóstico médico. O seu grande sucesso passa pela criação da VitalJacket, uma Tshirt confortável que permite efectuar um electrocardiograma (ECG) em contínuo até cinco dias, de uma forma não invasiva.oprodutoécompostopor uma camisola e uma pequena caixa de hardware que se coloca num bolso. O conceito foi criado com base na experiência e tradição em instrumentação biomédica e telemedicina do grupo de I&D do IEETA, diz fonte institucional da empresa. O VitalJacket é um sistema capaz de adquirir, armazenar e analisar ( online e offline ) ECG e a frequência cardíaca. Esses sinais são enviados para análise em tempo real para um PDA usando tecnologia sem fios, ou gravadas para posterior análise através de um software de análise, o Vital- Jacket Desktop Pro. Aquele software permite abrir os registos armazenados num cartão SD após o uso do VitalJacket, possuindo um conjunto de ferramentas que facilitam a análise de longos períodos de ECG, detecta automaticamente arritmias e permite conferir os eventos marcados pelos utilizadores, diz a mesma fonte. Na verdade, o VitalJacket é um sistema de monitorização de VITALJACKET Trata-se de uma T-shirt confortável que permite efectuar um electrocardiograma (ECG) em contínuo até cinco dias. Os tecidos e o calçado portugueses são cada vez mais apreciados pelos estrangeiros. sinais vitais incorporado na roupa que junta a componente têxtil com micro-eletrónica. Este sistema foi desenhado e desenvolvido para uma abordagem pragmática em diversos contextos clínicos, hospitais, em casa e em movimento, para pacientes saudáveis ou que necessitam de um acompanhamento contínuo e frequente dos sinais vitais com alta qualidade. Tecnologia para a saúde A equipa da Biodevices é constituída por especialistas da área de engenharia electrotécnica, saúde e biotecnologia, sendo que a sólida relação existente entreaempresaeoieeta,permite atingir índices tecnológicos extremamente elevados bem como dar continuidade ao desenvolvimento de produtos, refere a empresa. Segundo a mesma fonte institucional, a Biodevices pretende ser um interlocutor na identificação de novas necessidades dos clientes e desenvolvimento de novas soluções tecnológicas e economicamente viáveis. Desta forma a Biodevices apresenta um núcleo de I&D fortemente vocacionado para problemas concretos e reais na área da saúde. ASixestásedeadaem Guimarães, mas já tem uma sucursal em Londres onde desenvolve o design. Carlos Caldeira carlos.caldeira@economico.pt A Six é uma empresa que detém um portfolio de marcas próprias e licenciadas, abrangendo calçado e vestuário, a nível internacional. Na sede, em Guimarães, faz o desenvolvimento dos produtos e o controle de qualidade e produção, totalmente nacional, frisa Luís Meireles, CEO da Six. É na sede que estão também concentradas as funções administrativa e financeira e o serviço ao cliente. Mas, o sucesso da empresa levou-a para os caminhos da internacionalização, contando já com uma sucursal no Reino Unido, em Londres, que se dedica ao design, tendo um showroom de vendas, duas lojas bandeira (Savile Row e Carnaby Street) e três concessões (Selfridges, Dover Stret e Bluebird). A empresa que utiliza O comércio electrónico como canal de posicionamento e distribuição saiu vencedora do British Fashion Award 2006, contando com marcas como a B Store um dos desfiles do Calendário Oficial da London Fashion Week, S***R, Opening Ceremony, Surface 2 Air, e Ksubi. Segundo Luís Meireles, a empresatemcercade600clientes, espalhados pela Europa (como a Harvey Nichols, a Selfridges, a Dover Street Market, a 10 Corso Commo,aColetteeaPrintemps), nos Estados Unidos (Barneys, Bergdorf Goodman, ou a Saks), no Extremo Oriente (HN Hong Kong, Isetan e I.T) e na Austrália como a David Jones, INCU, ou a General Pants. Aposta num portal de moda mundial Mas, é na farfetch.com que a Six faz uma grande aposta. Trata-se de um portal de moda que agrega 40 retalhistas de cinco países (da Europa e Estados Unidos), com uma audiência global, contando com 400 marcas, como a Gucci, Armani, Dior, Chloé, Fendi, Balenciaga, Lanvin ou Givenchy. Através deste portal, as marcas da SIX são vendidas ao lado dos melhores designers do mundo, diz Luís Meireles, realçando que o farfetch.com tem uma média de visitantes por mês e um volume de vendas anual de 10 milhões de euros. A Six deu o início das operações em Outubro de 2008, com imediato reconhecimento internacional, afirma Luís Meireles. A Six lançou este mês uma joint-venture nos Estados Unidos, com o nome revolveclothing.com e prevê lançar a sua marca no Brasil no próximo dia 30 de Novembro de Lojas para clientes exigentes Segundo fonte institucional da Six London, a estratégia da B Store assenta no alto nível das marcas de calçado, com o objectivo de atrair os clientes mais exigentes. Para isso, a Six tem uma equipa interna de designers de calçado, liderada por Isabel Ramirez, para mulheres (antes na Georgina Goodman Adele Clark) e Ryan Lovering para homens, que estava anteriormentenapuma. A mesma fonte realça que a B Store apenas vende calçado de couro da melhor qualidade e integra as formas clássicas com elementos contemporâneos.o design vanguardista, juntamente com materiais exclusivos, levam a Six a terem entre os seus clientes, na B Store, personalidades como Kate Moss, Kirsten Dunst, Jo Renolds, Kelly Osbourne, Neil Tennant (Pet Shop Boys), Judy Blame e Bjork. A Six lançou este mês uma joint-venture nos Estados Unidos e prevê lançar a sua marca no Brasil no próximo dia 30 de Novembro de 2009.
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