Termos de Referência do Plano de Pormenor da Costa de Lavos
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1 MUNICIPIO DA FIGUEIRA DA FOZ CÂMARA MUNICIPAL Divisão de Ordenamento do Território Termos de Referência do Plano de Pormenor da Costa de Lavos Os Técnicos Superiores de Planeamento Regional e Urbano Victor Sousa Ana Rita Dias 09/Fevereiro/2010
2 Índice Oportunidade da elaboração do Plano de Pormenor e adequabilidade com os instrumentos de gestão territorial...3 Enquadramento da área de intervenção...3 Enquadramento legal do Plano...3 Objecto do Plano e Objectivos do Plano...4 Conteúdo material do Plano...4 Conteúdo documental do Plano...4 Enquadramento nos instrumentos de gestão territorial e demais programas e projectos com incidência na área de intervenção do Plano...5 Base programática para o desenvolvimento da solução urbanística...7 Prazo para a elaboração do Plano...8 Anexos Planta 1 Localização...9 Planta 2 Situação existente...10 Planta 3 Ortofotomapa...10 Planta 4 Enquadramento com a planta de ordenamento do PDM...11 Planta 5 Enquadramento com a planta de servidões do PDM
3 Oportunidade da elaboração do Plano de Pormenor e adequabilidade com os instrumentos de gestão territorial O presente documento constitui a síntese dos fundamentos justificativos para a elaboração de um Plano de Pormenor para a zona da Costa de Lavos, bem como dos respectivos objectivos. De acordo com a alteração ao regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial operada pelo D.L. n.º 46/2009 de 20 de Fevereiro definem-se os respectivos termos de referência, submetendo à Câmara Municipal para respectiva apreciação e deliberação. A oportunidade de elaboração do Plano de Pormenor surge pela necessidade da protecção deste aglomerado em resposta ao avanço do mar que se tem feito sentir nos últimos anos. Esta situação criada pela erosão costeira em praticamente todo o país tem levado à diminuição da praia, o que para além de por em risco a população aí residente e que há muito se tem manifestado pela resolução deste problema, também tem feito com que o areal desapareça. Nesse sentido é particularmente importante acautelar a defesa da zona norte do aglomerado, onde as actuais cotas do arruamento, de tão baixas, põem em risco galgamentos marítimos particularmente se forem confirmadas as previsões de subidas do nível do mar. Esta é uma zona a ser estudada com particular atenção do ponto de vista técnico, até porque, um pouco a norte, existe uma linha de água classificada em zona de Reserva Ecológica Nacional (REN). Para além da urgência da intervenção na defesa da orla costeira é importante dotar esta zona de espaços públicos de qualidade bem como ordenar o seu desenvolvimento de forma a evitar a descaracterização deste núcleo, sendo essencial que o Plano incuta a valorização dos edifícios e a harmonização entre as construções futuras e as existentes. Espera-se ainda que o Plano incentive a criação de espaços de recreio e lazer de modo a melhorar substancialmente a qualidade de vida dos cidadãos e a imagem do aglomerado. Enquadramento da área de intervenção O aglomerado objecto do Plano de Pormenor localiza-se na freguesia de Lavos, na zona Sudoeste do Concelho da Figueira da Foz, junto à costa com ligação através da EM 625 até à EN 109. A área de intervenção proposta para o Plano de Pormenor da Costa de Lavos abrange uma área de intervenção de 18,7 ha correspondente ao perímetro definido em Plano Director Municipal para a classe de espaços Espaço Urbano potencialmente Reestruturável-R, conforme indicado na planta 4. Este aglomerado teve a sua génese na actividade piscatória estando hoje ainda bem patente esta actividade pese embora nas últimas décadas ter desenvolvido actividade balnear significativa. Tem também uma componente residencial importante apoiada nas indústrias existentes na freguesia. Esta cresceu com uma estruturação algo desorganizada sendo hoje uma zona a necessitar de requalificação urbana apesar da acção do Plano Director Municipal desde Enquadramento legal da elaboração do Plano de Pormenor A elaboração do Plano de Pormenor da Costa de Lavos rege-se pelo disposto no D.L. n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção dada pelo D.L. n.º 46/2009 de 20 de Fevereiro, e restantes disposições legais aplicáveis, nomeadamente a delimitação do Domínio Publico Marítimo publicada no DR nº 185, de 11 de Agosto de
4 Objecto do Plano e Objectivos do Plano De acordo com o disposto no Artigo 90º do D.L. n.º 46/2009 de 20 de Fevereiro, o presente Plano de Pormenor terá por objecto o desenvolvimento e concretização de propostas de ocupação espacial, estabelecendo regras sobre a implantação das infra-estruturas e o desenho dos espaços de utilização colectiva, a forma de edificação e a disciplina da sua integração na paisagem, a localização e inserção urbanística dos equipamentos de utilização colectiva e a organização espacial das demais actividades de interesse geral. O Plano tem por Objectivos Gerais, na concretização da proposta: Salvaguarda e valorização dos recursos e valores naturais através da definição de parâmetros de ocupação e de utilização do solo adequados; A definição de medidas que condicionem a ocupação e a utilização do solo, assegurando e compatibilizando as funções actuais com as necessárias ao correcto desenvolvimento do espaço; A definição de novos alinhamentos, da distribuição volumétrica, da distribuição de funções e a definição de parâmetros e indicadores urbanísticos; A definição de espaços de transição entre o edificado e a área de intervenção e a envolvente; Harmonização dos diferentes espaços através de zonas verdes, de percursos pedonais e da implantação de áreas de uso colectivo e de comércio, contribuindo desta forma para a redução do seu estado de isolamento relativamente à sede do Concelho; Melhorar as condições dos equipamentos existentes. Conteúdo material do Plano De acordo com o disposto no Artigo 91º do D.L. n.º 46/2009 de 20 de Fevereiro, o conteúdo material do Plano de Pormenor deverá estabelecer: A definição e caracterização da área de intervenção identificando, quando se justifique, os valores culturais e naturais a proteger; As operações de transformação fundiária necessárias e a definição das regras relativas às obras de urbanização; O desenho urbano, exprimindo a definição dos espaços públicos, de circulação viária e pedonal, de estacionamento bem como do respectivo tratamento, alinhamentos, implantações, modelação do terreno, distribuição volumétrica, bem como a localização dos equipamentos e zonas verdes; A distribuição de funções e a definição de parâmetros urbanísticos, designadamente índices, densidade de fogos, número de pisos e cérceas; Indicadores relativos às cores e materiais a utilizar; As operações de demolição, conservação e reabilitação das construções existentes; As regras para a ocupação e gestão dos espaços públicos; A implantação das redes de infraestruturas, com delimitação objectiva das áreas a elas afectas; Os critérios de inserção urbanística e o dimensionamento dos equipamentos de utilização colectiva e a respectiva localização no caso dos equipamentos públicos; A identificação dos sistemas de execução do plano e a programação dos investimentos públicos associados, bem como a sua articulação com os investimentos privados; A estruturação das acções de perequação compensatória. Conteúdo documental do Plano De acordo com o Artigo 92º, do supra citado Decreto-lei, o Plano de Pormenor é constituído por: a) Regulamento; 4
5 b) Planta de implantação, que representa o regime de uso, ocupação e transformação da área de intervenção; c) Planta de condicionantes que identifica as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento. É ainda acompanhado por: a) Relatório, contendo a fundamentação técnica das soluções propostas no plano, suportada na identificação da área de intervenção e na avaliação das condições económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua execução; b) Relatório ambiental, que identifica, descreve e avalia os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação territorial respectivos; c) Peças escritas e desenhadas que suportem as operações de transformação fundiária previstas, nomeadamente para efeitos de registo predial; d) Programa de execução das acções previstas e respectivo plano de financiamento. Enquadramento nos instrumentos de gestão territorial e demais programas e projectos com incidência na área de intervenção do Plano Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território - RCM n.º 41/2006, de 27 de Abril A implementação do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território deverá ter tradução nos diversos instrumentos de gestão territorial identificados na Lei de Bases da Política do Ordenamento do Território e do Urbanismo. De acordo com este instrumento de planeamento as suas orientações para o âmbito municipal em conjunto com as de âmbito regional, consubstanciam o quadro de referência a considerar na elaboração dos planos municipais de ordenamento do território (número 2 do artigo 7.º da Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro), traduzidas no programa de acção um conjunto de medidas prioritárias para cada tipo de IGT, nomeadamente para os PMOT. Relativamente à região do Centro Litoral aponta como opções para o desenvolvimento do território, entre outras as seguintes: Valorizar as acessibilidades; Promover a estrutura policêntrica dos sistemas urbanos do litoral; Promover a cooperação interurbana de proximidade; Compatibilizar o modelo de urbanização e valorização do potencial do turismo com a salvaguarda dos valores ambientais, patrimoniais e paisagísticos; As orientações estabelecidas para o planeamento municipal tem como objectivo definir o regime do uso do solo e a respectiva programação, enquadradas em directrizes de âmbito nacional e regional. Plano de Ordenamento da Orla Costeira Ovar-Marinha Grande RCM n.º 142/2000, de 20 de Outubro Área urbana e urbanizável (planta de síntese e planta de condicionantes) sujeita ao disposto no artº 32º do regulamento: Os planos municipais de ordenamento do território (PMOT) devem conformar-se com os objectivos e disposições do POOC, nomeadamente quanto aos perímetros urbanos delimitados na planta de síntese e às disposições do presente Regulamento. Serão observadas as seguintes regras de ocupação do solo: a) As áreas livres em estado de abandono ou sem uso específico relevante existentes no interior das áreas urbanas serão consideradas de ocupação prioritária; b) Os sectores urbanos degradados serão recuperados, renovados ou reconvertidos; 5
6 c) A ocupação urbana deve ser desenvolvida em forma de cunha, ou seja, estreitando na proximidade da costa e alargando para o interior do território; d) O desenvolvimento construtivo deve realizar-se de forma perpendicular à linha de costa e com altura crescente do litoral para o interior nas áreas urbanas não consolidadas ou nas urbanizáveis; e) Será garantida a integração paisagística das novas edificações ou dos conjuntos de edificações previstas; f) Será garantida a criação de áreas de estacionamento automóvel para apoio aos utentes das praias marítimas, de acordo com o dimensionamento estipulado nos artigos 15º e 16º e nos respectivos planos de praia. Nos terrenos do domínio público hídrico não são permitidas obras de construção, reconstrução ou ampliação, sendo apenas admitidas obras de beneficiação. Nas parcelas do domínio público hídrico reconhecidas e delimitadas como privadas não são permitidas obras de construção ou de ampliação, sendo apenas admitidas obras de reconstrução ou beneficiação, com excepção das seguintes situações: a) Zonas de utilização colectiva delimitadas nas UOPG, desde que os respectivos regulamentos se encontrem em vigor; b) Instalações associadas aos apoios de praia, equipamentos e núcleos de educação ambiental e piscatórios definidos no âmbito do POOC. Como não se trata de área abrangida por UOPG, devem ser mantidos os usos, indicadores e parâmetros urbanísticos definidos nos respectivos PMOT em vigor, nomeadamente o PDM. Plano da Bacia Hidrográfica do Mondego - DR n.º 9/2002 de 1 de Março A área geográfica abrangida pelo PBH do Mondego engloba totalmente o Concelho da Figueira da Foz. O Plano tem a natureza de regulamento administrativo e constitui o instrumento orientador da gestão dos recursos hídricos, no entanto os planos de ordenamento do território devem conformar-se com o Plano que vincula todas as entidades públicas, bem como entidades particulares no exercício da função administrativa, que lhe tenha sido concessionada ou delegada. De acordo com o artigo 6º do regulamento deste plano, constituem objectivos gerais no que se refere à valorização social e económica dos recursos hídricos a promoção da identificação dos locais para o uso balnear ou prática de actividades de recreio, para a pesca ou navegação, e outras actividades desde que não provoquem a degradação das condições ambientais, bem como a promoção da valorização económica dos recursos hídricos, privilegiando os empreendimentos de fins múltiplos. Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral - DR n.º 11/2006, de 21 de Julho Segundo este plano a área de intervenção fica abrangida por corredores ecológicos delimitados pelo mapa síntese deste plano. De acordo com o artigo 6º do regulamento do PROF CL, as normas constantes deste vinculam todas as entidades públicas e enquadram todos os projectos e acções a desenvolver nos espaços florestais públicos e privados, no entanto na área definida para o Plano de Pormenor da Costa de Lavos não foram contempladas áreas florestais. Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro Em elaboração. Plano Director Municipal RCM n.º 42/94, de 18 de Junho A área do Plano de Pormenor insere-se em Espaço Urbano potencialmente Reestruturável - R, de acordo com a planta de ordenamento. De acordo com o regulamento os espaços urbanos, delimitados na planta de ordenamento, são constituídos por malhas urbanas em que a maioria dos lotes se encontra edificada, os 6
7 alinhamentos estão definidos e existem infra-estruturas urbanísticas. Destinam-se a uma ocupação com fins predominantemente habitacionais, podendo integrar outras funções, como actividades terciárias, indústria ou turismo, desde que, pelas suas características, sejam compatíveis com a função habitacional. Nesta classe de espaço o loteamento ou a construção deverão ser precedidos de estudos de conjunto abrangendo uma área de influência com 100m de raio. É permitido o loteamento destinado a habitação, comércio, serviços e equipamentos, desde que de acordo com os seguintes parâmetros: densidade entre 20 fogos/ha e 40 fogos/ha índice de utilização bruto máximo tipologia em banda, isolada ou geminada infraestruturas água obrigatoriamente ligada à rede publica saneamento obrigatoriamente ligado ou com possibilidade de ligação à rede publica logo que construída É permitida a construção em parcelas constituídas ou em parcelas resultantes de destaque destinada a habitação, comércio, serviço e equipamentos desde que de acordo com os seguintes parâmetros frente mínima da parcela - 7m índice de utilização líquido máximo 0.8 aplicável a uma profundidade máxima de 30m tipologia em banda, isolada ou geminada alinhamento pelas construções existentes ou que venha a ser fixado pela Câmara Municipal infraestruturas água obrigatoriamente ligada à rede publica saneamento obrigatoriamente ligado ou com possibilidade de ligação à rede publica logo que construída Toda a zona envolvente ao espaço urbano é solo de REN, estando o uso e ocupação sujeitos ao disposto no respectivo regime jurídico (Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto). Base programática para o desenvolvimento da solução urbanística O estabelecimento de medidas e acções com vista à protecção da população e suas habitações nomeadamente através de intervenções costeiras apropriadas, que ao mesmo tempo valorizem a praia como elemento caracterizador da paisagem e de ligação do aglomerado com a orla marítima. Reordenamento da área de intervenção, através do estabelecimento duma estrutura coerente que articule os diversos valores em presença. Reconversão das áreas habitacionais obsoletas e vazios urbanos existentes, através da criação de uma nova malha urbana, que confira uma imagem de modernidade à área e garanta a sua sustentabilidade ambiental. Melhoria das ligações ao mar, assegurando uma maior permeabilidade entre a área de intervenção e a frente marítima. Estabelecer regras de intervenção no edificado visando a sua salvaguarda e a reversão de dissonâncias entretanto ocorridas. Garantir a inexistência/eliminação de barreiras arquitectónicas. 7
8 Incremento dos níveis de acessibilidade, com a melhoria da qualidade das infra-estruturas existentes e criação de novas infra-estruturas. Ordenar o estacionamento de superfície e criar oferta de estacionamento ajustado às necessidades e uma rede viária que estabeleça circuitos de atravessamento, favoreça a disponibilização e fruição do espaço público e seja compatível com as principais ligações pedonais. Requalificar a frente edificada marítima e a sua relação espacial com a praia, em articulação com o projectado no plano de praia do POOC Ovar-Marinha Grande. Prazo para a elaboração do Plano O prazo previsto para os procedimentos de elaboração até à aprovação do Plano de Pormenor é de 18 meses. 8
9 ANEXOS Planta 1 Localização DIVISÃO DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
10 Planta 2 Situação existente Planta 3 Ortofotomapa 10
11 Planta 4 Enquadramento com a planta de ordenamento do PDM Planta 5 Enquadramento com a planta de servidões do PDM 11
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