Metodologia. Método de recolha de dados
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- Izabel Martinho Campos
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1 Amigas dos Idosos Entidade Promotora/co-financiadora Entidades Co-Financiadoras Metodologia Método de recolha de dados O processo de recolha de dados que foi desenvolvido no âmbito do projeto cidades envolveu a utilização de um inquérito por questionário, elaborado a partir da check-list da OMS para as cidades amigas do idoso e estruturado a partir de uma metodologia de identificação de presença/ausência de atributos. A opção pela utilização de um modelo baseado na identificação de presença/ausência foi, até certo ponto, influenciada pelas metodologias de trabalho utilizadas na investigação sobre ambientes no campo da ecologia. Neste tipo de metodologia, o que está em causa não é a avaliação dos atributos mas tão somente a identificação da sua presença (ou ausência). Os dados assim recolhidos permitem estimar com alguma fiabilidade taxas de incidência assim como tendem a revelar, amiúde de forma surpreendente, falhas que, uma vez conhecidas, podem ser importantes para o desenho de orientações para a intervenção. A abordagem metodológica, porém, não representa uma medição efetiva da presença/ausência de atributos, antes uma medição da forma como os indivíduos da população de interesse representa e experiencia essa presença/ausência. Nesse sentido, as análises desenvolvidas só podem ser interpretadas como reflexo da forma como os indivíduos se apropriam e vivem as cidades sobre as quais de pronunciaram. Esta metodologia de inquirição contrasta, em certa medida, com algumas abordagens que têm marcado a utilização da check-list da OMS, a qual, em registos extensivo, tem envolvido mais frequentemente o recurso a escalas ordinais de valoração/opinião. Sendo certo que essa é uma metodologia com claras vantagens na identificação de gradientes, apresenta uma performance mais limitada se o objetivo é o mapeamento dos fenómenos de interesse. Adicionalmente, tende a apresentar níveis de dispersão maiores, e frequentemente multicolineares de variáveis relevantes, que na metodologia de presença/ausência são mais facilmente controláveis na forma como se especificam os modelos estatísticos. Plano amostral O plano amostral que se operacionalizou neste estudo envolveu uma estratégia mista. Se, por um lado, se utilizaram processos de seleção aleatória na representação
2 territorial, foi necessário recorrer a processos intencionais na angariação de respondentes. Num primeiro momento, e na decorrência do objetivo de inclusão no estudo de uma amostra representativa dos municípios portugueses, definiram-se como critérios de representação amostral os seguintes: - NUTs II - Densidade populacional do território municipal - Índice de envelhecimento do território municipal Utilizaram-se como dados para constituição da base de sondagem os dados oficiais do INE, relativos ao ano 2009, para a densidade populacional e o índice de envelhecimento. As classificações por estratos das variáveis Densidade Populacional e Índice de Envelhecimento foram, igualmente, as utilizadas pelo INE: Densidade populacional (Número médio de indivíduos por Km 2 ) A - < 21,76 B > 21,76 e < 50,65 C - > 50,65 e < 103,37 D > 103,37 e < 215,82 E - > 215,82 Índice de envelhecimento (Relação entre a população idosa e a população em idade activa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (expressa habitualmente por 100 (10^2 ) pessoas com anos) A 67,8 a 80,5 B 80,5 a 114,8 C 114,8 a 153,8 D 153,8 a 195,8 E 195,8 a 254,7
3 A estrutura final de municípios era a que se apresenta na tabela 1 abaixo. Tabela 1. Número de municípios por estrato de classificação amostral NUT_II NORTE CENTRO LISBOA ALENTEJO ALGARVE AÇORES MADEIRA NÚMERO DE CONCELHOS NA POPULAÇÃO ÍNDICE DE DENSIDADE POPULACIONAL ENVELHECIMENTO A B C D E Total A B C D E Total B C D E Total B C D Total B C D E Total A B C D E Total A B C D E Total A B C D Total
4 Foram selecionados pelo método de seleção aleatória estratificada, com reposição, 172 municípios, com uma distribuição como se segue na tabela 2 abaixo. Tabela 2. Distribuição dos municípios selecionados para a amostra NUT_II NORTE CENTRO LISBOA ALENTEJO ALGARVE AÇORES MADEIRA NÚMERO DE CONCELHOS NA AMOSTRA INDICE DE DENSIDADE ENVELHECIMENTO A B C D E Total A B C D E Total B C D E Total B C D Total B C D E Total A B C D E Total A B C D E Total A B C D Total A seleção dos municípios a incluir na amostra seguiu o método aleatório de tipo lotaria com reposição. A seleção foi feita dentro de cada estrato, ou seja, dentro da lista de municípios que foram classificados em cada célula combinada dos três critérios amostrais.
5 O mapa abaixo descreve a mancha efetiva de municípios que vieram a integrar o estudo nacional. A estratégia metodológica adoptada quando confrontados com a recusa de participação no estudo por parte dos intervenientes locais (autarquias) foi a da substituição por município equivalente nos três critérios amostrais, mais uma vez selecionado aleatoriamente. Persistiram algumas dificuldades que inviabilizaram a reresentação amostral desejada para algumas regiões no Norte de Portugal e, sobretudo, para a região de Lisboa. (inserir mapa) A amostra final de inquiridos projetada previa a seleção de 1500 indivíduos com idades superiores a 55 anos, não institucionalizados e residentes no território nacional, continente e ilhas incluídos. A amostra final incluiria, ainda, um contingente de indivíduos que se auto-classificam como técnicos e especialistas em áreas de intervenção ligadas ao apoio e intervenção junto à população idosa, com idades inferiores a 55 anos. Estes 1500 indivíduos foram distribuídos de forma proporcional pelos municípios selecionados tendo em linha de conta o peso de cada município no total da população com idade acima dos 55 anos na repetiva região (NUTs II). Uma vez identificado o contingente de questionários a aplicar em cada município aderente, a seleção efetiva de respondentes seguiu um método não aleatório intencional e foi conduzida pelos técnicos locais envolvidos no processo e designados pelos interlocutores locais. O trabalho de terreno envolveu uma metodologia mista de recolha de dados, tendo o questionário sido adaptado para cada uma das estratégias desenvolvidas: administração em papel por entrevistador; auto-administração em plataforma virtual.
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