Educação: Horizontes Possíveis: Desafios Imediatos UENP Centro de Ciências Humanas e da Educação Centro de Letras Comunicação e Artes
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- William Correia Madureira
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1 LEITURAS DA LITERATURA INFANTO JUVENIL: EXPERIÊNCIAS DE LEITURAS Ananda Mariene Cristina MILANESI Renata Pires GAVIÃO ( G UEN P - B o lsista da Fundação Ar aucár ia) renata_gaviao@hotmail.com Penha Lucilda de Souza Silvestre (Orientadora-UENP/UNESP-ASSIS) penhasilvestre@uol.com.br RESUM O Esta comunicação pretende discutir a importância do grupo de pesquisa na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), denominado Metodologias de Ensino de Literatura e Propostas Pedagógicas para o Professor, projeto idealizado pela professora Dra. Hiudéa Tempesta Rodrigues Boberg, desde o ano de 2003 quando organizou o grupo com alunos da graduação, com o intuito de atuar, de forma efetiva, na formação de alunos e professores, tal como apresentar caminhos consistentes de uma prática pedagógica fundamentada em bases sólidas, tanto teórica quanto metodologicamente. Desse modo, a presente comunicação tem como objetivo discorrer sobre a linha de pesquisa Leituras da Literatura Infanto-juvenil, parte desse projeto maior, coordenado pela professora MS.Penha Lucilda de Souza Silvestre com a intenção de compartilhar as pesquisas que vem sendo realizadas no grupo, sobretudo sobre literatura infanto-juvenil, tal como refletir sobre a impo r tância e ne ce ssidade de tais ativi dade s no e spaço acadê mico. Palavras chave: Pesquisas da literatura infanto juvenil. Formação do leitor. Abordagem crítica INTRODUÇÃO Quando se pensa em literatura infanto juvenil, talvez para algumas pessoas perpasse a idéia de ler ou estudar livrinhos, substantivo usado no diminutivo, sutilmente com um tom pejorativo. Por isso, o não conhecimento do objeto, de suas especificidades e a não desmistificação dos livros infanto-juvenis podem e geram idéias despropositadas e preconceituosas como essa. Disso, surge a necessidade de se ampliar os 1
2 horizontes em torno da literatura infantil, e necessariamente, a formação de uma postura crítica que deve emanar-se principalmente do espaço acadêmico, nos cursos de graduação e pós, onde estão surgindo cada vez mais pesquisadores preocupados em avaliar e atribuir qualidade estética nas obras. O grupo Leituras da literatura infanto-juvenil é parte do projeto de pesquisa intitulado Metodologias de Ensino de Literatura e propostas pedagógicas para o professor, projeto idealizado pela professora Dra. Hiudéa Tempesta Rodrigues Boberg, desde o ano de 2003 que tem como intuito de atuar, de forma efetiva, na formação de alunos e professores, tal como apresentar caminhos consistentes de uma prática pedagógica fundamentada em bases sólidas, tanto teórica quanto metodologicamente. Desse modo, este sub grupo tem como objetivo refletir sobre a gênese e a crítica da literatura infanto juvenil e também realizar análise e recepção crítica de narrativas de boa qualidade literária, em especial as premiadas. Além disso, aborda também os estudos voltados para a formação do leitor com a intenção de auxiliar o professor do ensino fundamental nos critérios de seleção de livros infanto-juvenis. É sabido que a literatura infanto-juvenil brasileira na maior parte de sua breve história, veio atrelada a um caráter pedagógico e moralizante, trouxe consigo a idéia de ensinar, isto fez com que ela fosse vista durante muito tempo como um objeto menor, fato que não condiz com a verdade. Face a esta questão, a renomada escritora e pesquisadora Nelly Novaes Coelho diz que : A Literatura Infantil é antes de tudo, Literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e sua vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização... (2000, p. 27). A partir desses pressupostos, o presente estudo objetiva discorrer sobre a linha de pesquisa Leituras da Literatura Infanto-juvenil, coordenado pela professora MS.Penha Lucilda de Souza Silvestre com a intenção de compartilhar as pesquisas que vem sendo realizadas no grupo, sobretudo sobre literatura infanto-juvenil, tal como refletir sobre a impo r tância e ne ce ssidade de tais ativi dade s no e spaço acadê mico. 2
3 ASPECTOS GERAIS DA LITERATURA INFANTIL Inúmeros estudos já registraram o poder da obra de arte, seja a pintura, a escultura, o teatro, a música e a literatura. A arte transforma e humaniza o homem, visto pelo seu caráter estético e artístico. Isso nos leva a refletir sobre o papel e a função de que a literatura exerce em nossas vidas. Segundo Antonio Candido, ninguém vive sem ficção e fantasia, pois não se pode passar um dia sem consumi-la. Nesse sentido, a literatura é uma das fontes mais ricas de ficção e cumpre seu papel. Portanto, ela forma opiniões, transforma concepções de mundo e colabora para com a emancipação do leitor. Dessa maneira, a literatura infantojuvenil oferece aos jovens leitores o prazer intelectual e emocional, possibilita a aquisição de novos conhecimentos e novas idéias. O despontar da literatura infantil no século XVIII está intimamente ligada ao novo olhar dirigido a criança, uma vez que resulta, neste período, da decorrência de uma nova organização social e familiar e do nascimento de instituições escolares e filantrópicas. Nesse sentido, a pedagogia inclui-se como um dos pilares de sustentação deste gênero. As observações em relação a gênese do aparecimento da literatura infantil no Brasil indicam que o gênero, do ponto de vista histórico, baseou-se na literatura de leitura escolar, portanto, marcada inicialmente pelas traduções. No Brasil até a década de 1920, a literatura infantil era desprovida de textos literários comprometidos com a emancipação do leitor, sendo restrita a tradução de textos europeus e manuscritos pedagógicos. Enfim, faltava uma essência, um toque natural, algo que suscitasse a imaginação fazendo nascer nas crianças um brilho no olhar. Todavia, foi justamente no ano de 1920 que todo este quadro entraria em intensa transformação, pois o revolucionário Monteiro Lobato publica seu primeiro livro e traz ares de inovação a literatura infantil brasileira. Contudo da década de 40 até meados da década de 70 nota-se um marasmo, com poucas produções relevantes, somente na década 80, que vive-se o boom da literatura infantil brasileira, manifestado através de uma venda sem precedentes de livros para criança e a inclusão de cursos de literatura infantil na programação de algumas universidades. Além de seminários e congressos a respeito deste assunto. Neste período, há 3
4 escritores comprometidos com a busca de padrões estéticos, apresentando diálo go e ntre o te xto ver bal co m a ilustr ação. ESPA ÇOS DA PESQUI SA E DA CRI TI CA Devido a tantas mudanças, torna-se indispensável a presença de uma crítica que avalie não só as novidades que surgem constantemente no mercado editorial, como também livros publicados a mais tempo, em destaque os premiados, e livros as quais, os professores e os alunos das esco las, pr incipa lme nte públicas te nham ace sso. Maria Zaira Turchi em seu texto Espaços da critica da literatura infantil e juvenil, ao abordar a questão sobre a critica direcionada a literatura infantil diz que: A critica precisou alargar os horizontes impedindo que a literatura infantil e juvenil fosse avaliada por um viés didático e pedagogizante, mas fosse ao mesmo reconhecida na sua dimensão ética e no seu poder de humanização e formação. Dessa forma por se caracterizar como objeto estético e pelo seu valor emancipatório a literatura infanto juvenil passou a ter um espaço na critica literária geral, e por isso surge a necessidade de buscar ampliar as vozes em torno dessa. É justamente nesse sentido que se observa a importância do grupo Leituras da Literatura Infanto Juvenil na UENP, já que este proporciona a analise e reflexão dos textos destinados a criança e ao jovem, e também tem a intenção de subsidiar o professor do ensino fundame ntal. E para tal aborda os estudos realizados por Leonardo Arroyo, Antonio Candido, principalmente no que se refere ao poder humanizador e transformador da literatura, Estudiosas e pesquisadoras renomadas da área como Regina Zilberman, Marisa Lajolo, Nely Novaes Coelho. Além disso, se pauta também nos conceitos da Estética da Recepção, a qual coloca o leitor como figura determinante na geração de sentido de um texto, dentre outros nomes relevantes no campo da literatura infantil. 4
5 Vale ressaltar que um dos objetivos específicos do grupo é fomentar a realização de pesquisas e trabalhos científicos e com isso auxiliar na ampliação de uma po stur a cr ítica. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na linha de pesquisa Leituras da Literatura Infanto-juvenil pretendemos, portanto evidenciar a qualidade dos textos literários infantis e juvenis, para oferecer obras de qualidade aos alunos. A importância da ficção em livros para qualquer idade é fundamental para a formação de leitores críticos, não apenas no sentido de escolherem bons livros, mas sim críticos como seres humanos, pessoas que entendam sua importância na sociedade e que exerçam sua cidadania de forma consciente, e como cita Gustavo Bernardo O processo que o livro promove, de perspectivação da realidade, e portanto de (re)conhecimento da realidade, acontece a cada leitura, forçando-nos a reformatar o mundo e a reorganizar o pensávamos sobre o mundo (BERNARDO, 2005)). Por este motivo tornamse imprescindíveis estudos que evidenciem o valor de obras literárias voltadas para o público jovem. REFERÊNCIAS LAJOLO, Mariza; ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil Brasileira: História e Histó r ias. 5. e d. São Paulo: Ática, BERNARDO, Gustavo. A Qualidade Da Invenção IN: OLIVEIRA, I. (Org) O que é qualidade em Literatura Infantil e Juvenil? Com a Palavra o escritor. São Paulo: DCL, ZILBERMAN, Regina; CADERMATORI, Ligia. O estatuto da literatura infantil IN: Literatura Infantil: Autoritarismo e emancipação. São Paulo: Ática, 1987(p.3-18). CECCANTINI, João Luís (ORG). Leitura e literatura infanto juvenil: memória de Gramado. Assis: Cultura Acadêmica,
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