FACULDADES SUDAMÉRICA BACHARELADO EM FISIOTERAPIA. Mariana Mendes Garonce Marina Mendes Garonce
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1 FACULDADES SUDAMÉRICA BACHARELADO EM FISIOTERAPIA Mariana Mendes Garonce Marina Mendes Garonce AVALIAÇÃO FOTOGRAMÉTRICA DA COLUNA VERTEBRAL DE ADOLESCENTES SAUDÁVEIS CURSANDO O ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL MARIETA SOARES TEIXEIRA DE CATAGUASES MINAS GERAIS Cataguases - MG 2010
2 Mariana Mendes Garonce Marina Mendes Garonce Avaliação fotogramétrica da coluna vertebral de adolescentes saudáveis cursando o ensino fundamental da Escola Estadual Marieta Soares Teixeira de Cataguases Minas Gerais. Trabalho de conclusão do curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharelado em Fisioterapia pelo Curso de Fisioterapia da Faculdades Sudamérica Orientadora: Fabíola de Oliveira Ramos Cataguases - MG 2010
3 FACULDADES SUDAMÉRICA BACHARELADO EM FISIOTERAPIA Mariana Mendes Garonce Marina Mendes Garonce Avaliação fotogramétrica da coluna vertebral de adolescentes saudáveis cursando o ensino fundamental da Escola Estadual Marieta Soares Teixeira de Cataguases Minas Gerais. Trabalho de conclusão do curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharelado em Fisioterapia pelo Curso de Fisioterapia da Faculdades Sudamérica Orientadora: Fabíola de Oliveira Ramos Aprovado em / / BANCA EXAMINADORA Componente da Banca Examinadora Instituição a que pertence Componente da Banca Examinadora Instituição a que pertence Componente da Banca Examinadora Instituição a que pertence
4 AGRADECIMENTO Agradecemos à direção, equipe pedagógica, professores e demais funcionários da EE Marieta Soares Teixeira pela colaboração e espaço concedidos. Agradecemos também aos alunos e pais que concordaram em participar. Em especial a nossa orientadora Fabíola Ramos, e ao professor Daniel Basile.
5 RESUMO O objetivo do estudo foi Avaliar alterações posturais em adolescentes saudáveis cursando o ensino fundamental da Escola Estadual Marieta Soares Teixeira de Cataguases, Minas Gerais. Trata-se de um estudo transversal. Foram estudados 42 adolescentes saudáveis, 20 meninos e 22 meninas, na faixa etária de 11 a 14 anos. Utilizou-se uma máquina fotográfica digital 6.0 M.P DSC-S600, posicionada sobre uma bancada com altura de 75 cm, a uma distância de 200 cm da criança. Os pontos anatômicos de interesse foram marcados com adesivos coloridos dispostos sobre esferas de isopor de 20mm de diâmetro. Cada registro fotográfico foi analisado por meio do Software de Avaliação Postural (Sapo). Os resultados mostram que as avaliações fotogramétricas apresentaram as seguintes incidências de alterações posturais: 15,23% apresentaram desnível de ombro para direita enquanto que 52% desnível para esquerda; 40,47% apresentaram inclinação pélvica para direita e 54,76% para esquerda. Apenas 2,38% apresentaram valgismo de joelho e 7,14% varismo; 26,19% apresentaram o joelho flexo e 28,57% joelho hiperestendido; 21,42% dos alunos apresentaram desnível na patela para direita e 82,60 % para esquerda; 38,19% apresentaram desnível de escápula para direita enquanto que 52,38% para esquerda. 71,42% apresentaram a cabeça anteriorizada, 35,71% ombro protuso. 9,52% apresentaram quadril anterovertido e 28,57 % quadril retrovertido. A prevalência de escoliose foi de 97,61%. Do total de curvaturas 11 (36,67%) aumento da cifose, 18 (60%) aumento da lordose, e 1 (3,33% com dupla curvatura, enquanto 12 (28,57%) não apresentaram alterações. Conclui-se que a alteração mais presente foi a escoliose. Variáveis como idade, raça, sexo, peso e altura não apresentaram associações com as alterações apresentadas, sugerindo que estas alterações tem relação com hábitos posturais inapropriados. Palavras- chave: Adolescentes, Fotogrametria, Alteração Postural
6 SUMÁRIO 1-INTRODUÇÃO OBJETIVO PRINCIPAL OBJETIVO ESPECIFICO JUSTIFICATIVA METODOLOGIA RESULTADOS DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS... 24
7 7 INTRODUÇÃO A Academia Americana de Ortopedia define postura como o estado de equilíbrio dos músculos e ossos com a capacidade para proteger as demais estruturas do corpo de traumatismos seja na posição de pé, sentada ou deitada. O desequilíbrio muscular, por sua vez, é definido como uma desordem do sistema músculo- esquelético. Os movimentos corporais resultam de cadeias musculares e, quando há alterações posturais, o organismo se reorganiza em cadeias de compensações procurando uma resposta adaptativa a esta desarmonia (JAYME N.J, ET. AL, 2004). Segundo SANTOS I.C.N, ET. AL, 2007 a postura humana é a relação cinemática entre as posições dos complexos articulares do corpo em um dado momento. Em um alinhamento esquelético ideal, espera-se que os músculos, articulações e suas estruturas esqueléticas encontram-se em estado de equilíbrio dinâmico, gerando uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga. Conduzindo a uma eficiência, ótima para o aparelho locomotor. Muitos problemas posturais, em especial aqueles relacionados com a coluna vertebral, têm sua origem no período de crescimento e desenvolvimento corporais, ou seja, na infância e na adolescência. Além disso, durante essas fases, os indivíduos estão sujeitos a comportamento de risco para a coluna, principalmente aqueles relacionados à utilização de mochilas e à postura sentada. Tais comportamentos podem acarretar alterações posturais tanto laterais como Antero posteriores (CÍNTIA D, ET. AL, 2007). Na postura padrão, a coluna apresenta curvaturas normais e os ossos dos membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação de peso. A posição neutra da pelve conduz ao bom alinhamento do abdome, do tronco e dos membros inferiores. O tórax e a coluna superior se posicionam de forma que a função ideal dos órgãos respiratórios seja favorecida. A cabeça fica ereta, bem equilibrada, mixando a sobrecarga sobre a musculatura cervical (SANTOS C.I, ET. AL, 2009). Considera-se a postura anormal como o fator etiológico principal de condições dolorosas e incapacitantes. Todavia, os indivíduos principalmente na fase de crescimento, podem apresentar uma postura anormal, mas devido à boa flexibilidade não apresentam condições dolorosas. Por outro lado, há relatos de que pode haver
8 8 indivíduos com boa postura aparente, mas como limitação anátomo- funcional e presença de condições dolorosas (Raquel C.N, ET. AL, 2006). Segundo Iunes D.H, ET. AL, 2009 a avaliação postural clássica, ou seja, aprendida no ensino de graduação e, normalmente, realizada pelos fisioterapeutas, baseia-se inicialmente na análise visual por meio da observação qualitativa das curvaturas da coluna vertebral e por assimetrias corporais no plano sagital e frontal anterior e posterior. O uso da fotografia como registro postural tem sido defendido pela simplicidade do sistema, o baixo custo, a possibilidade de gerar bancos de dados, acompanhar a evolução postural e, assim, permitir a observação de transformações sutis. Outros argumentos favoráveis ao emprego da fotografia são apresentados porvan N.S.M, ET AL; que analisaram a postura sentada de adolescentes, comparando com Rx de baixa dosagem (LODOX). Não foram obtidos diferenças estatísticas nas análises, o que sugere que a fotografia pode ser considerada padrão ouro para estimar esse tipo de postura (SANTOS, M.M, ET. AL, 2009). Com o grande desenvolvimento da informática, tem sido estudada a utilização de fotos obtidas analógica ou digitalmente para avaliação postural, definida como fotogrametria ou bioestriometria (IUNES D.H, ET. AL, 2009).
9 9 OBJETIVO PRINCIPAL Avaliar alterações posturais em adolescentes saudáveis cursando o ensino fundamental da Escola Estadual Marieta Soares Teixeira de Cataguases, Minas Gerais.
10 10 OBJETIVO ESPECIFICO: Realizar um levantamento das alterações posturais de adolescentes e encaminhá-los ao médico especialista, em seguida, ao tratamento fisioterápico adequado.
11 11 JUSTIFICATIVA Muitos problemas posturais, em especial aqueles relacionados com a coluna vertebral, têm sua origem no período de crescimento e desenvolvimento corporais, ou seja, na infância e na adolescência. Além disso, durante essas fases, os indivíduos estão sujeitos a comportamentos de risco para a coluna. Assim, a identificação dos padrões posturais de crianças e adolescentes passa a ser preponderante para a prevenção das alterações na postura corporal.
12 12 METODOLOGIA Foi realizado um estudo transversal envolvendo uma amostragem de 42 adolescentes saudáveis, 20 meninos e 22 meninas, na faixa etária de 11 a 14 anos, cursando o Ensino Fundamental, na Escola Estadual Marieta Soares Teixeira localizada na cidade de Cataguases, interior de Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada no período de Outubro a Novembro de Um termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 1) foi encaminhado aos pais e/ou responsáveis e devidamente preenchido e assinado. Após este ser devidamente preenchido e assinado, cada aluno passou por uma pequena entrevista. A avaliação postural e aquisição dos dados foram realizadas mediante a utilização de uma máquina fotográfica digital Sony 6.0 Mega Pixels DSC-S600, posicionada sobre uma bancada a uma altura de 75 cm do solo e a uma distância de 200 cm da criança. As fotos foram obtidas com os voluntários em trajes de banho, em posição ortostática, nos planos : Frontal anterior, posterior e sagital esquerda e direita. Pontos anatômicos específicos serão marcados com adesivos coloridos dispostos sobre esferas de isopor de 20 mm de diâmetro e fixados com fita adesiva. Os pontos anatômicos marcados foram: glabela, acrômio, processo espinhoso C7, ângulo inferior da escápula, espinha ilíaca antero- superior, espinha ilíaca póstero- superior, linha articular do joelho, tuberosidade da tíbia, maléolo lateral, maléolo medial, ponto sobre o tendão calcâneo na altura dos maléolos, calcâneo e ponto entre a cabeça do segundo e terceiro metatarso. O fio de prumo indicará a referência vertical sendo fixado no teto a uma distancia de 10 cm do paciente avaliado. Os adolescentes foram submetidos a uma analise postural mediante registros fotográficos sendo analisados por meio do software de análise postural SAPO (anexo 2). Os examinadores foram instruídos a calibrar a referência vertical da fotografia no programa SAPO em 100% de visualização e adotar a medida de 10 cm sobre o fio de prumo previamente marcado. A analise das avaliações foram feitas mediante descrição em tabelas e gráficos.
13 13 RESULTADOS Foram analisados 42 escolares, 22 do sexo feminino e 20 do sexo masculino. A idade dos adolescentes variou de 11 a 14 anos, sendo 40,47% com 11 anos; 45,23% com 12 anos; 11,90 % com 13 anos e apenas 2,4 % com idade de 14 anos. Com uma média de idade de 11,46 anos. A frequência e o percentual de alunos por idade são apresentados na tabela 1. Tabela 1: Frequência de alunos por idade Idade Freqüência Porcentagem (%) 11 anos 17 40,47 12 anos 19 45,23 13 anos 5 11,90 14 anos 1 2,40 Total Quanto à raça 19% (8) eram consideradas negras, 57% (24) caucasiana, 3% (1) amarela, 21% (9) parda. Na análise do IMC (índice de massa corpórea), foi observado que 64,28 % (27) estavam abaixo do peso; 30,95% (13) no peso ideal e 4,77% (2) acima do peso, como mostra o gráfico 1. O peso ideal é entre 18,5 kg e 25 kg.
14 14 Gráfico 1: IMC IMC Abaixo do peso Peso ideal Acima do Peso Quando indagados sobre a dor, 23,80% (10) dos alunos relataram que apresentavam algum tipo de dor e 76,20% ( 32) relataram que não apresentavam dor, como mostra o gráfico 2. Gráfico 2: Dor Dor Apresentavam dor Não apresentavam Na análise dos desvios posturais, observou-se que 45,23 % apresentaram desnível de ombro pra direita e 52,52% desnível para esquerda; 40,47 % apresentaram inclinação pélvica para direita e 54,76 % para esquerda. Apenas 2,38% apresentaram valgismo de joelho e 7,17% varismo de joelho; 26,19%
15 15 apresentaram o joelho flexo e 28,57% joelho estendido. 21,42% dos alunos apresentaram desnível de patela para direita e 82,60% desnível para esquerda; 38,09% apresentaram desnível de escapula para direita e 52,38% para esquerda; 71,42% apresentaram a cabeça anteriorizada, 35,71% ombro protuso; 9,52% apresentaram quadril anterovertido enquanto que 28,57% quadril retrovertido. (Tabela 2) Tabela 2: Frequência das alterações posturais Alterações Posturais Freqüência Porcentagem (%) Desnível de ombro Direita 19 45,23 Esquerda 25 25,52 Inclinação pélvica Direita 16 40,47 Esquerda 23 54,76 Valgismo de joelho 1 2,38 Varismo de joelho 3 7,14 Joelho flexo 11 26,19 Joelho estendido 12 28,57 Desnível de patela Direita 9 21,42 Esquerda 19 82,60 Desnível de escapula Direita 16 38,09 Esquerda 22 52,38 Cabeça anteriorizada 30 71,42 Ombro Protuso 15 35,71
16 16 Quadril anterovertido 4 9,52 Quadril retrovertido 12 28,57 Na analise da frequência dos desvios posturais, 100% apresentou algum tipo de alteração. A prevalência de escoliose foi de 97,61% (41/42). Dos 42 alunos, 30 apresentaram curvaturas que variam entre: aumento da cifose, aumento da lordose e dupla curvatura. Do total de curvaturas, 11 (36,67%) aumento da cifose, 18 (60%) aumento da lordose e 1 (3,33%) com dupla curvatura, enquanto 12 (28,57%) não apresentaram curvaturas como mostrado no gráfico 3. Gráfico 3: Prevalência de Curvaturas Curvaturas Aumento da Lordose Aumento da Cifose Dupla Curvatura Não apresentou alterações
17 17 DISCUSSÃO Os dados deste trabalho demonstram que a avaliação por intermédio da fotogrametria é capaz de detectar assimetrias. O trabalho de IUNES D.H, ET. AL, 2009, mostrou que a fotogrametria é um método mais concordante entre examinadores diferentes, quando se compara a avaliação postural visual. Este trabalho não apresentou associação das alterações posturais em relação à idade, raça, sexo, peso e altura. Contrariando o trabalho de CÍNTIA D, ET. AL, 2007, que demonstra associação das alterações Antero- posteriores com o peso, as alunas com sobrepeso ou obesidade tiveram maiores prevalências de alterações Antero- posteriores do que as alunas com peso normal. A alteração desnível de ombros esteve muito presente em nosso trabalho. Segundo SACCO, ET. AL, 2003, a assimetria de ombro esta relacionada ao suporte de mochilas escolares de maneira inadequada, lembrando que ajustes posturais e ações compensatórias surgem diante da aplicação dessas cargas assimétricas. O modo como cada indivíduo carrega a sua carga pode ser determinado por fatores como o peso, o tamanho e a forma do utensílio escolar, o tempo de transporte, o terreno, o clima, a características e a constituição física do indivíduo. Os desequilíbrios posturais gerados nessas situações são agravados pelo fato de o peso carregado ser frequentemente desproporcional ao peso do próprio corpo e pelo uso inadequado da mochila, como no caso do apoio em um único ombro ( SACCO, ET. AL, 2003). Essa sobrecarga acarreta depressão de um dos ombros, podendo trazer consequências para a musculatura local. Ao deprimir o ombro, músculos como o elevador da escápula, fibras superiores do músculo trapézio e rombóides estão sendo alongados de maneira abrupta, mas a tendência é que trabalhem no sentido de modular tal depressão para que se protejam as articulações da cintura escapular por meio da contração muscular. Prova disso é a tendência a elevar o ombro durante a contração muscular excessiva causada pelo uso prolongado de mochilas escolares de peso inadequado. Tais músculos estariam realizando um trabalho isométrico para estabilizar o ombro ( SACCO, ET. AL, 2003).
18 18 Com relação à protrusão de ombro, presente em 35,71% existe relativo consenso em considerá-la uma alteração fisiológica, parte do desenvolvimento muscular infantil. Pra TANAKA e FARAH, 1997, a protrusão de ombro está associada à abdução escapular e é impulsionada pela ação de grupos musculares. A ação predominante do Músculo serrátil anterior do peitoral maior sobre o rombóide, trapézio médio e superior proporcionam uma rotação medial do úmero e uma tração anterior do complexo do ombro. PINI, 1978 relata que essa protrusão tende a diminuir progressivamente após os dez anos de idade, afirmando que tal alteração faz parte do desenvolvimento normal da criança, o que discorda do nosso trabalho onde esta alteração esteve presente em adolescentes de 11 a 14 anos de idade. O aumento do ângulo valgo de joelho foi identificado em 2,38 e o aumento do varismo de joelho foi identificado em 7,14% dos alunos avaliados. LINCOLN T.L, ET. AL, 2003 relatam que o recém- nascido inicia seu ciclo vital com rotação medial de tíbia e rotação lateral de fêmur, caracterizando um valgo de joelho. Os autores afirmam que, após o nascimento, esse processo inicia-se lentamente para que, entre oito e dez anos, a rotação de tíbia esteja presente entre 15º e 25º de rotação externa, diminuindo a angulação do valgo de joelho. Lapierre, 1982 e Asher, 1976, afirmam que cerca de 80% das crianças de uma população geral apresentam joelho valgo/varo durante a fase do desenvolvimento e que tal alteração aparece dos três aos seis anos de idade, desaparecendo em seguida. Os resultados desse estudo mostraram incidência dessas alterações em faixa etária superior (11-14 anos), em concordância com os resultados de OLIVEIRA ET. AL, Segundo JASSI F.J, ET. AL, 2004 o processo de instalação de um desequilíbrio muscular em geral não é perceptível ao indivíduo até que suas consequências comecem a se manifestar, em geral na forma de quadros álgicos e deformidades. Levando-se em consideração a estrutura de cadeias musculares que compõem o corpo humano, o processo será seguido de uma série de compensações locais e à distância, transformando o problema inicial em um complexo processo que necessitará de reabilitação postural. Concordando com o presente estudo onde 23,80% (10) dos alunos relataram sentir algum tipo de dor. O índice de escoliose deste trabalho foi de 97,61% correspondendo a valores acima dos encontrados na literatura. JASSI F.J, ET. AL, 2004 Realizou estudo com
19 19 escolares de 7 a 12 anos em uma escola pública de São Paulo, constatou-se a prevalência de escoliose em 23,8%. PENHA P.J, ET. AL, 2005, avaliaram um grupo de 132 crianças do sexo feminino entre sete e dez anos de idade com fotografias em planos frontal e sagital e observaram a presença de escoliose em 36 % das crianças com sete anos, 45% nas de oito anos, 52% nas de nove anos e 48% nas de dez anos. FERRIANI, ET. AL, 2008 investigaram as alterações posturais em 378 escolares na faixa etária dos seis aos 14 anos e detectaram 23,5% de casos suspeitos de escoliose, mesurados pelo teste de Adams. JASSI F.J, ET. AL, 2004 realizou estudo com escolares de 7 a 12 anos em uma escola pública de São Paulo, constatou-se a prevalência de hiperlordose lombar em 73,8 % valor acima no encontrado nesse trabalho que foi de 60% e a prevalência de aumento da cifose em 9,5% valor abaixo do encontrado em nossa pesquisa que foi de 36,67%. O número elevado de crianças com possíveis desvios posturais encontrados neste estudo, pode ter sido uma conseqüência de alterações fisiológicas naturais do crescimento e desenvolvimento humano. No entanto, alterações estruturais podem ser provocadas pela utilização inadequada dos mobiliários (carteiras escolares), vícios posturais, como, por exemplo, a forma de carregar mochilas, de calçados inadequados entre outros (OLIVEIRA C, ET. AL, 2003). Entendendo-se que a identificação precoce das alterações da postura corporal pode ser uma ação preventiva na área de saúde coletiva, justificando-se a inclusão de rotinas de avaliação postural na escola, uma vez que isso pode fornecer um diagnóstico inicial de alterações da coluna vertebral, sendo hoje um problema de saúde pública e uma das principais causas de afastamento do trabalho ( ALEXANDRE N.M.C, ET. AL, 2002).
20 20 CONCLUSÃO Pode-se concluir que a alteração postural que mais prevaleceu foi a escoliose. Variáveis como a idade, raça, sexo, peso e altura não apresentou associação, com as alterações apresentadas pelos adolescentes, sugerindo que estas alterações têm relação com hábitos posturais inapropriados. Preocupa-se a alta prevalência de alterações na postura dos adolescentes, uma vez que essas alterações podem gerar problemas posturais a médio e longo prazo. Sendo assim, considera-se importante que os profissionais da área da saúde, estejam aptos a realizar avaliações da postura, e que essas avaliações comecem a fazer parte do cronograma escolar. Com a inserção desse procedimento no âmbito escolar, alterações e patologias da coluna vertebral poderão ser identificadas precocemente.
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24 24 ANEXOS 1-TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu,, Portador do documento de Identidade fui informado (a) dos objetivos do estudo Avaliação fotogramétrica da coluna vertebral de adolescentes saudáveis cursando o 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Marieta Soares Teixeira de Cataguases, Minas Gerais, de maneira clara e detalhada, tive a oportunidade de esclarecer minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro que concordo em participar desse estudo. Cataguases, de de 2010 Nome Assinatura participante ou responsável Data Nome Assinatura pesquisador Data Nome Assinatura pesquisador Data Nome Assinatura testemunha Data Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o Comitê de ética em Pesquisa/ Sudamérica
25 25 2-SOFTWARE DE ANÁLISE POSTURAL SAPO O SAPO, Software para Avaliação Postural, em desenvolvimento, é um programa de computador gratuito para avaliação postural com banco de dados e fundamentação científica com integral acesso pela internet. A avaliação postural é uma ferramenta fundamental no diagnóstico do alinhamento dos segmentos corporais de um indivíduo e é amplamente utilizada pelos profissionais de saúde, constituindo-se como um passo inicial e de acompanhamento para a avaliação e tratamento fisioterapêutico e prescrição de atividade física. Com o SAPO são digitalizadas posições de certos pontos em fotografias (espacialmente calibradas) do sujeito sob avaliação; estes pontos tipicamente correspondem a referências anatômicas sobre o corpo do sujeito. A partir dos pontos digitalizados, o SAPO fornece automaticamente uma série de medidas relevantes para avaliação postural. Também é possível medir distâncias e ângulos livremente. No entanto, o SAPO não pretende substituir exames, como por exemplo, raiox ou análise dinâmica da marcha. O SAPO pode ser utilizado por um profissional habilitado como uma ferramenta auxiliar na avaliação do indivíduo.
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