CAPÍTULO I RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CAPÍTULO I RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL"

Transcrição

1 CAPÍTULO I RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 1.1 Breve Histórico da Responsabilidade Civil Primeiramente, conceituamos responsabilidade como o dever de reparar um determinado dano oriundo da violação ou inobservância de um dever jurídico. A norma jurídica estabelece deveres que constituem obrigações aos indivíduos. Caso essas obrigações não sejam observadas e respeitadas, restará consumado um dano, que criará, ao indivíduo-transgressor, um novo dever jurídico, que é o de reparar o dano. A idéia de responsabilidade civil está ausente do direito romano, que se caracterizava pela chamada justiça pelas próprias mãos. Posteriormente, com a evolução do direito romano e do Estado romano, modifica-se a forma de aplicação, passando os conflitos, portanto, a serem solucionados no domínio jurídico, fazendo-se o uso de regulamentações, legalizando e estabelecendo valores devidos pelo sujeito responsável pela conduta danosa. Seguindo com a evolução da responsabilidade em âmbito jurídico, vêm a Lei das XII Tábuas, que estabelece a valoração devida pelo agressor de forma prévia. Nasce, então, a Lei Aquília, importantíssima na evolução da responsabilidade civil, pois instituiu que para haver o direito de reparação pelo dano ocorrido, faz-se necessário que se configure o elemento culpa. Na era moderna, fundamental mencionarmos o Código Civil francês, inspirador para nossa Constituição Federal, bem como para inúmeros outros dispositivos legais no direito brasileiro. Instituiu, o Código Civil francês, com fundamento na culpa comprovada, uma cláusula geral de responsabilidade civil.

2 E nosso Código Civil de 1916, em seu artigo 159, com base na legislação francesa, tipificou a responsabilidade civil subjetiva. 1 Porém, com a evolução da responsabilidade civil, o direito brasileiro consagrou a responsabilidade civil objetiva, que é aquela cujo indivíduo responderá mesmo sem que exista consumada sua culpa, bastando estar presente o nexo de causalidade. Sobre esses elementos trataremos melhor no segundo capítulo deste trabalho monográfico. O importante neste momento é citarmos a Lei n 6.938/81, denominada Política Nacional do Meio Ambiente, que instituiu para os agentes responsáveis por dano ecológico a responsabilidade civil objetiva. O Código Civil de 2002 legislou sobre a matéria em seu artigo 927, ao criar a responsabilidade objetiva para atividades de risco, o que explicaremos ainda neste capítulo. 1.2 A Responsabilidade com o Meio Ambiente Tamanha é a importância do assunto em questão, que os legisladores instituíram o tema como matéria constitucional, inserida no artigo 225, parágrafo 3, da Constituição Federal de Segundo MACHADO: [...] a responsabilidade no campo civil é concretizada em cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer e no pagamento de condenação em dinheiro. Em geral, manifesta-se na aplicação desse dinheiro em atividade ou obra de prevenção ou de reparação do prejuízo. 3 1 Art. 159 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. 2 Art. 225, 3 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos. 3 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2010, 18ª Ed., p. 355.

3 Tal procedimento se faz necessário em obediência ao caput do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, uma vez que o ambiente equilibrado é essencial à sadia qualidade de vida e, para garantir essa qualidade de vida, bem como o desenvolvimento sustentável para a nossa e as futuras gerações, o Direito tem um papel fundamental, estabelecendo as tarefas do Estado e da sociedade na proteção ambiental. Desenvolveram-se, para tanto, normas visando a preservação e a proteção do ambiente, considerado como um macrobem jurídico, dotado de valor intrínseco. 4 Assim, entendemos que, na intervenção humana que origina dano ao ambiente seja degradando-o, modificando-o, poluindo-o ou destruindo-o haverá responsabilidade. O instituto da responsabilidade abrange pessoas físicas e jurídicas, sujeitandoas a responder nas esferas penal, civil e administrativa, desde que identificados os sujeitos da relação obrigacional, a existência do dano e a demonstração do nexo de causalidade. 1.3 A Responsabilidade Civil Objetiva A Lei 6.938/81, no seu artigo 14, parágrafo 1, definiu que a responsabilidade do autor do dano ecológico será objetiva, ou seja, independe de culpa. 5 Conforme ANTUNES: A responsabilidade civil fundada em culpa, do ponto de vista da estrutura econômica, corresponde a uma determinada etapa do desenvolvimento capitalista, na qual a produção industrial em grande escala, a máquina a vapor, as comunicações por telégrafo e as vias férreas trouxeram uma grande modificação na escala produtiva. 4 Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 5 Art. 14, 1 Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.

4 Este conjunto de fatos implicaram profundas transformações no Direito em geral. No tema responsabilidade, estas transformações foram marcantes, pois significaram uma verdadeira revolução na ordem jurídica vigente, com o afastamento da culpa como fundamento da responsabilidade. 6 Logo, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, que originou qualquer dano que prejudique o ambiente, terá o dever jurídico de repará-lo, não sendo necessário que se tome conhecimento do porquê do dano haver se configurado, tampouco de qual tipo de atividade deu causa ao mesmo, bastando que haja relação entre o dano efetivo e a conduta causadora. A reparação tem o intuito de fazer com que o lesado, homem ou ambiente, retorne ao status quo ante. Aqui vemos que a responsabilidade está atrelada ao princípio do poluidorpagador. E, por este princípio, aquele que deu causa à poluição, direta ou indiretamente, deverá arcar com as despesas de prevenção, reparação e repressão da poluição, sendo o responsável principal pelas conseqüências de sua ação ou omissão. O princípio do poluidor-pagador é a internalização da externalidade negativa, ou seja, que o poluidor pague pela parte negativa, que são os danos ao ambiente. Assim, impede-se que o produdor-poluidor tenha somente os lucros originados de sua atividade, enquanto a parte negativa de sua produção resíduos, emissões, efluentes, calor, ruído, etc fique para a sociedade. Neste teor, MACHADO se posiciona da seguinte forma: A atividade poluente acaba sendo uma apropriação pelo poluidor dos direitos de outrem, pois na realidade a 6 ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., pp

5 emissão poluente representa um confisco do direito de alguém em respirar ar puro, beber água saudável e viver com tranqüilidade. Por isso, é imperioso que se analisem oportunamente as modalidades de reparação do dano ecológico, pois muitas vezes não basta indenizar, mas fazer cessar a causa do mal, pois um carrinho de dinheiro não substitui o sono recuperador, a saúde dos brônquios, ou a boa formação do feto. 7 Para se verificar a responsabilidade civil objetiva, não é imprescindível que seja comprovada a prática de um ato ilícito. O necessário é restar provada a existência do dano, assim como o vínculo com a atividade perigosa que deu causa ao mesmo. Isso ocorre porque a licitude de uma atividade não é uma excludente de responsabilidade, já que ocasionou algum tipo de dano ao ambiente Responsabilidade Civil Objetiva por Atividade de Risco Com o advento do Código Civil de 2002, a responsabilidade civil objetiva teve uma novidade na sua composição. Isto porque, o artigo 927, parágrafo único, introduziu, ao instituto, o elemento risco. 8 Esse novo entendimento reporta-se às atividades que apresentam um grau de risco elevado em razão do que efetivamente fazem, como, por exemplo, atividades nucleares. Trouxe, dessa forma, duas principais conseqüências, a saber: não se faz mais necessário a existência da culpa ou do dolo para que haja o dever de reparar o dano e não se aceitam mais as causas excludentes da responsabilidade civil, ou seja, caso fortuito, força maior ou fato exclusivo de terceiros. 7 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2010, 18ª Ed., p Art. 927, par. único Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

6 Observamos a existência do princípio da prevenção aqui. Tal princípio tem por escopo evitar danos ecológicos irreparáveis nos casos em que se tenha a certeza do mesmo. Encontra-se implícito no artigo 225, parágrafo 1, incisos III, IV e V e parágrafo 6, da Constituição Federal de É com base no princípio da prevenção, que podem ser realizados mecanismos como o licenciamento ambiental, o estudo de impacto ambiental, auditorias etc. Todos com o objetivo de evitar, mitigar, compensar, ressarcir ou reparar o dano ecológico. A nossa doutrina divide a responsabilidade objetiva por atividade de risco em três modalidades: teoria do risco proveito, teoria do risco criado e teoria do risco integral. A teoria do risco proveito praticamente não tem defensores doutrinários. Argumenta ela que somente responderá pelas conseqüências danosas aquele que é beneficiário da atividade de risco. Entenda-se como beneficiário aquele que aferiu lucro ou proveito com a exploração da atividade de risco. Já a segunda teoria, a do risco criado, diz que a pessoa, física ou jurídica, que exerce uma atividade de risco deverá responder pelas suas externalidades negativas. Admite, porém, excludentes de responsabilidade, que, como já foi dito anteriormente, são o caso fortuito, de força maior e ação de terceiros. Dessa forma, pelos defensores dessa teoria, ações da natureza, como raios, furacões ou inundações, afastariam a responsabilidade do responsável. MACHADO, entretanto, posiciona-se contrário à essa teoria: 9 Art. 225, 1, III definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 6 - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

7 [...] aponto que há equívoco em se fazer atuar o fato da Natureza como diretamente excludente da responsabilidade, deixando-se de analisar os efeitos do fato da Natureza, para verificar se os mesmos poderiam ou não ser evitados ou impedidos. 10 Para tanto, MACHADO baseia-se no parágrafo único, do artigo 393, do Código Civil de A última teoria, chamada de teoria do risco integral, ao contrário da teoria do risco criado, não admite as excludentes de responsabilidade. Alegam seus seguidores que o bem maior protegido é o meio ambiente, e sua reparação é mais importante que qualquer indenização pecuniária, logo, considerando-se as excludentes como válidas, haveria uma restrição imensa no rol dos sujeitos responsáveis, culminando na ausência de reparação de grande parte dos danos ecológicos. Essa teoria admite apenas uma excludente, que se dá quando o responsável pela atividade avaliou previamente todas as possibilidades de ocorrerem fatos alheios à sua vontade e, então, tomou todas as providências necessárias para evitar os danos, todavia, mesmo assim, houve o caso fortuito ou de força maior, motivando o dano. Nesta hipótese, cabe ao responsável pela atividade produzir prova demonstrando que era impossível evitar ou impedir que o dano realmente nascesse. O Superior Tribunal de Justiça determinou, nesse diapasão, que: [...] a eventual exoneração do recorrente por culpa de terceiro, pode ser aferida em ação regressiva, inter partes, posto que somente pela efetiva aplicação da teoria da responsabilidade objetiva sob a modalidade do risco integral é que se poderá garantir o direito ao meio 10 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2010, 18ª Ed., p Art. 393, par. único o caso fortuito ou a força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

8 ambiente ecologicamente equilibrado essencial à sadia qualidade de vida, consoante o cânone do art. 225 da Carta Maior. 12 Referente à matéria, ANTUNES também posiciona-se: Penso ser importante chamar a atenção para o fato de que a responsabilidade por risco integral não pode ser confundida com a responsabilidade derivada da só existência da atividade. Explico-me melhor: não se pode admitir que um empreendimento que tenha sido vitimado por fato de terceiro passe a responder por danos causados por esse terceiro, como se lhes houvesse dado causa. Responsabilidade por risco integral não pode ser confundida com responsabilidade por fato de terceiro, que somente tem acolhida em nosso Direito quando expressamente prevista em lei. 13 A teoria do risco integral recebe, ainda, o direito à ação regressiva. Este ocorrerá quando um poluidor tiver direito de regresso contra outro poluidor, que deu causa real ao dano Poluidor Indireto Surge outra questão quando nos referimos à responsabilidade civil objetiva, que passaremos a analisar agora. Estamos nos referindo ao poluidor indireto. ANTUNES estabelece uma crítica quando diz que A definição de poluidor indireto é um dos temas mais controversos do DA brasileiro e, seguramente, não há um consenso doutrinário ou jurisprudencial quanto à extensão do conceito. Existem algumas decisões judiciais emanadas pelo STJ que, em meu entendimento, dão ao 12 STJ REsp n RS, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., pp

9 conceito de poluidor indireto uma abrangência bastante grande. 14 Como bem menciona ANTUNES, vejamos o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça: RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. POLUIÇÃO AMBIENTAL. EMPRESAS MINERADORAS. CARVÃO MINERAL. ESTADO DE SANTA CATARINA. REPARAÇÃO. RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR OMISSÃO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. [...] 4. Havendo mais de um causador de um mesmo dano ambiental, todos respondem solidariamente pela reparação, na forma do art. 942 do Código Civil. De outro lado, se diversos forem os causadores da degradação ocorrida em diferentes locais, ainda que contíguos, não há como atribuir-se a responsabilidade solidária adotando-se apenas o critério geográfico, por falta de nexo causal entre o dano ocorrido em um determinado lugar por atividade poluidora realizada em outro local. 15 O artigo 3, inciso IV, da Lei 6.938/81 dispõe sobre a matéria, inserindo o caráter de responsabilidade também no poluidor indireto. 16 Embora não tenha um consenso quanto à sua definição, o Código Civil de 2002, através de seu artigo 258, estabelece a indivisibilidade da obrigação quando o objeto da prestação não for passível de divisão ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p STJ REsp n SC, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ Art. 3 - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: IV poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; 17 Art. 258 A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivos de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.

10 Isso significa que, nos casos em que houver dois ou mais agentes poluidores, cada um será responsável pelo total da dívida e não pela parte que ele julgar ser responsável. Então, resumindo, pode-se cobrar a dívida na sua totalidade de apenas um único agente e, a este, caberá o direito de regresso em face dos demais agentes poluidores. O que podemos verificar no caso em tela é que, seguramente, será responsabilizada a empresa possuidora de maior capital em oposição daquela menor e com recursos econômicos menos atraentes, o que acarreta em uma falha na legislação, já que, nas palavras de ANTUNES, a excessiva ampliação do conceito de poluidor indireto pode implicar uma verdadeira indução à não responsabilização dos proprietários de atividades poluentes que, de uma forma ou de outra, se encontrem vinculados a cadeias produtivas maiores. 18 Terminamos este primeiro capítulo analisando o papel do Estado na proteção ambiental. Conforme já estudamos, o caput do artigo 225, da Constituição Federal de 1988, determina que o Estado tem o dever não somente de preservar, como também de defender o ambiente. Em outras palavras, atribui o poder de polícia ambiental para regulamentar e fiscalizar a matéria em questão. É, portanto, dever do Estado, no que concerne a defesa ao ambiente, punir aquele que causar dano ao mesmo, mesmo que no rol de culpados esteja presente algum ente federativo que prejudique o ambiente direta ou indiretamente. Assim, com base na teoria do risco integral, que analisamos anteriormente, o Estado possui responsabilidade civil objetiva por dano ambiental, pois a atividade estatal pode gerar risco a terceiros, que, por sua vez, terão direito a acionar o ente estatal, exigindo uma compensação pelo dano ocasionado, 18 ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p. 222.

11 necessitando, para tal, comprovar que houve o nexo de causalidade entre a ação ou omissão do Estado que resultou no dano efetivo. CAPÍTULO II ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL 2.1 Dano Ecológico Conceito Primeiramente torna-se necessário conceituarmos dano, para depois entendermos o que vem a ser o dano ecológico ou dano ambiental e toda a complexidade deste tema. ANTUNES define o dano como sendo o prejuízo causado a alguém por um terceiro que se vê obrigado ao ressarcimento. 19 Portanto, para haver dano, é indispensável haver ação ou omissão oriunda de um terceiro. Caso o dano seja ocasionado pelo próprio prejudicado, o ato será juridicamente irrelevante. Toda atividade humana que intervenha de forma negativa no ambiente ocasionará uma degradação do mesmo, porém esta alteração ambiental pode não ser desfavorável. Para que o dano se configure, tem que existir um prejuízo. Não há dano se as condições foram modificadas para melhor. Afirma ANTUNES ser a variação, moral ou material, negativa que deverá ser, na medida do possível, mensurada de forma que se possa efetivar o ressarcimento. 20 Para CAVALIERI FILHO, o dano é a subtração ou diminuição de um bem jurídico, qualquer que seja a sua natureza, quer se trate de um bem patrimonial, quer se trate de um bem integrante da própria 19 ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p. 247.

12 personalidade da vítima, como sua honra, a imagem, a liberdade etc. 21 Como podemos observar, a noção de dano está profundamente ligada a um conteúdo patrimonial/econômico, porém, como veremos a seguir, isso é muito mais complicado de mensurar no dano ecológico. Se dano é um prejuízo que um terceiro causa a alguém, é correto afirmarmos que o dano ecológico é o prejuízo que um terceiro causa ao ambiente. Conforme SILVA, dano ecológico é qualquer lesão ao meio ambiente causada por condutas ou atividades de uma pessoa física ou jurídica de Direito Público ou Privado. 22 Mas o que vem a ser ambiente? A resposta, segundo ANTUNES, é cultural. Entende o ilustre doutrinador que é a ação criativa do ser humano que vai determinar aquilo que deve e o que não deve ser entendido como meio ambiente. 23 Continua ANTUNES: Meio ambiente é, portanto, uma res communes omnium. Uma coisa comum a todos, que pode ser composta por bens pertencentes ao domínio público ou ao domínio privado. A propriedade do bem jurídico meio ambiente, quando se tratar de coisa apropriável, pode ser pública ou privada. A fruição do bem jurídico meio ambiente é sempre de todos, da sociedade. Por outro lado, o dever jurídico de proteger o meio ambiente é de toda a coletividade e pode ser exercido por um cidadão, pelas associações, pelo Ministério Público ou pelo próprio 21 CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. São Paulo: Malheiros, 2002, 3ª Ed., p SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2009, 7ª Ed., p ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p. 247.

13 Estado contra o proprietário dos bens ambientais que sejam propriedade de alguém. 24 Na realidade, no ordenamento jurídico brasileiro não há uma definição expressa de dano ecológico, mas, apenas, algumas expressões e denominações, tais como degradação ambiental e poluição, contidos na Lei n 6.938/81, no artigo 3, incisos II 25 e III 26. Subtende-se daí, por conseguinte, que o dano ecológico seria uma deterioração, alteração ou destruição dos recursos naturais, de forma parcial ou total, de forma que agredisse o ambiente Prova do Dano O enorme obstáculo do tema dano ecológico é a dificuldade em se produzir provas plenas. Os Tribunais brasileiros exigem que haja dano real e não somente o dano potencial. A respeito do tema, ANTUNES se manifesta contrário à essa postura, pois ao exigirem que o autor faça prova do dano real, os Tribunais, de fato, impõem todo o ônus da prova judicial para os autores, enfraquecendo a responsabilidade objetiva do poluidor. 27 Ainda, no que concerne o dano ecológico, existe também outro conflito. Como o direito ambiental abraça não somente as gerações presentes, como igualmente as gerações futuras, nos deparamos com uma situação de difícil solução, que é o chamado dano futuro. É comum haver uma grande distância temporal entre o momento no qual o dano foi gerado e sua efetiva manifestação. Isto é: imaginemos um caso no qual uma fábrica de produtos de beleza exerceu suas atividades. Durante anos, 24 ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p II degradação da quantidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; 26 III poluição, a degradação da quantidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 27 ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p. 249.

14 esta indústria enterrou produtos químicos no solo, todavia o dano permaneceu oculto, não se manifestando os seus efeitos negativos. Posteriormente, a dita fábrica encerrou suas atividades. Algum tempo depois, o terreno foi adquirido por outro empreendimento, digamos, uma farmácia laboratorial. Obviamente houve uma irregularidade da primeira empresa, contudo é uma situação complicada para se comprovar a causa e a autoria do dano existente, dado o estado latente do dano. Neste exemplo, a complexidade do problema tornará necessário que se realize uma perícia ambiental técnica e científica para que conheçamos a extensão do dano Reparação do Dano Ambiental Toda vez que um dano ao ambiente resultar em prejuízos ao patrimônio pessoal, individual ou coletivo, haverá dever de restituir, reparar ou indenizar o bem lesado. O artigo 225, parágrafo 3, da Constituição Federal de 1988 tutelou sobre o tema. 28 Esta reparação se dá, normalmente, de forma pecuniária, dada as dificuldades de reparação natural na prática. A reparação do dano ecológico é outra matéria de complicada solução, uma vez que, no dano ambiental é difícil se estipular uma valoração. Afinal, quanto vale a restituição de um rio poluído ou de uma floresta danificada ao seu status quo ante? Todavia, mesmo havendo todo esse entrave, o que não se pode jamais é se basear nisso para se justificar a irreparabilidade do meio ambiente. A respeito da reparação, conclui MIRRA: Uma vez consumada uma degradação ao meio ambiente, a sua reparação é sempre incerta e, quando possível, excessivamente onerosa. Daí a necessidade de 28 3 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas independentemente da obrigação de reparar o dano.

15 atuação preventiva para que se consiga evitar os danos ambientais. 29 O dano ecológico pode ser patrimonial ou extrapatrimonial. Neste particular, o primeiro, o dano patrimonial, diz respeito ao patrimônio do lesado, portanto, passível de valoração pecuniária. O segundo, por sua vez, refere-se a valores de ordem pessoal, ideal ou moral, logo não possui caráter indenizatório, mas sim compensatório e poderá receber uma valoração contraditória. É neste último que surge a maioria dos conflitos. O dano extrapatrimonial reporta-se aos direitos personalíssimos do ser humano, assegurados pelo artigo 5, inciso X, da Constituição Federal de 1988, que são a honra, a liberdade, a saúde e a integridade psicológica. E, ainda, nas hipóteses em que exista a redução de um bem jurídico não patrimonial, configurando-se prejuízos não apenas individuais como também coletivos, já que ambiente, enquanto macrobem, é provido de natureza difusa, logo possuindo o dever de indenizar toda a coletividade. No dano extrapatrimonial é ainda mais árduo estabelecer a valoração, por serem bens que não têm valor de mercado. O Judiciário deverá estipular, baseado em casos concretos, métodos razoáveis e proporcionais, estabelecendo, assim, valores coerentes. Infelizmente, não é o que vemos na prática, pois não há parâmetros de reparação pré-estabelecidos. O Decreto n 1.306, de 1994 regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, que tem o intuito de administrar os valores advindos de indenizações por danos ambientais, utilizando-os para recuperar bens lesados. No nosso objeto de estudo, ou seja, o direito ambiental, o dano extrapatrimonial está descrito no artigo 84 da Lei n 8.884/ MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Princípios Fundamentais do Direito Ambiental. In Revista de Direito Ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1996, vol 2, p Art. 1 Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: I ao meio ambiente;

16 No tocante ao assunto em tela, podemos citar o famoso episódio da chuva de pó branco, que faz alusão ao pó branco catalisador da Refinaria de Duque de Caxias, pertencente à Petrobrás, no Estado do Rio de Janeiro. O TJRJ condenou a refinaria ao ressarcimento por dano moral às vítimas do referido dano ambiental. RESPONSABILIDADE CIVIL. PETROBRÁS. DANO AMBIENTAL. VAZAMENTO DE PÓ BRANCO CATALISADOR DA REDUC REFINARIA DE DUQUE DE CAXIAS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO AGENTE POLUIDOR (ART. 14, 1 DA LEI N 6938/81). DANO MORAL CONFIGURADO. É incontroverso o fato dos problemas que ocorreram em 14 de julho de 2001 na REDUC, refinaria pertencente à Petrobrás. O evento que restou intitulado a chuva de pó branco foi amplamente noticiado pela mídia escrita e falada, sendo, pois, público e notório. Embora tenha a parte autora desistido da prova pericial, junta receituário médico (fls. 21) que demonstra ter sofrido os desconfortos com o contato da substância lançada na atmosfera, sendo certo que para que se tenha lugar a compensação por dano moral em casos como o que deu origem ao presente feito, é desnecessário o efetivo dano à saúde. É razoável e justo supor que cento e quarenta toneladas de pó branco industrial caindo do céu, sem qualquer aviso, em uma noite de sábado, tenham causado sentimentos de surpresa, perplexidade, medo, pânico e angústia àqueles que residiam ou transitavam nas áreas afetadas. De fato, mesmo as complicações mais simples, como dor de cabeça, alergias, irritação de olhos, da pele e das vias respiratórias, potencializaram o sentimento de preocupação, angústia e medo de que algo mais sério e imprevisível pudesse acontecer. A incerteza que pairava

17 sobre os reais riscos à saúde certamente inclui-se no terreno dos danos morais. 31 Ainda, levando-se em consideração a teoria da reparação integral dos prejuízos causados, ocorrendo o dano extrapatrimonial, a recomposição das perdas será apenas parcial, visto que só logrou-se êxito quanto aos prejuízos de ordem material. Finalmente, cabe-nos explicar que a reparação só é devida quando restar configurado o dano, advindo de atividade lícita ou ilícita, ao ambiente. Um exemplo clássico que podemos citar é o de uma indústria que foi licenciada pelo Órgão Ambiental competente, porém que esteja causando, em razão de suas atividades, degradação ao ambiente, poluindo-o. O simples fato de estar devidamente licenciada não lhe dá direito a gerar dano ambiental de qualquer natureza. Importante notarmos também que, na hipótese de alguém causar dano ecológico em uma área que já tenha sofrido degradação, este não ficará impune, respondendo solidariamente com os que o antecederam no dano. Deixemos, para reflexão, o ensinamento de ANTUNES: O que se percebe, de fato, é que qualquer critério de reparação do dano ambiental é sempre falho e insuficiente. Fundamentalmente, a atividade ambiental deve ser regida pelos critérios preventivos. A prevenção, contudo, implica ataque a diversos interesses econômicos bastante fortes, seja daqueles que pretendam promover a degradação ambiental, seja daqueles que atuam na própria indústria da recuperação do meio ambiente (venda de equipamentos antipoluição etc.). 32 E, por último, cabe-nos ressaltar que a indenização pecuniária só será devida quando for impossível restaurar-se o status quo ante. 31 TJRJ Apelação , Des. RENATA COTTA, Nona Câmara Cível, DO ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, 12ª Ed., p. 254.

18 2.2 Como Identificar os Sujeitos da Relação Jurídica Obrigacional das Vítimas MIRRA alerta que os danos devem ser pessoais para fins de reparação, condição que o dano ao meio ambiente não preenche, dado seu caráter essencialmente coletivo e difuso. 33 Portanto, MIRRA expõe toda a complicação na solução de danos difusos, ou para identificar uma vítima que passou a ter algum problema de saúde oriundo de algum dano ecológico ou, por exemplo, para quantificar a perda da biota terrestre, vítima de dano. E são, realmente, muitas as dificuldades para se identificar e quantificar as vítimas de um dano ecológico. Isto se deve, principalmente, porque existe uma série de danos diferentes de natureza ambiental, seja atrelado ao dano ambiental, seja de natureza pessoal, seja no tocante a algum dano patrimonial ou, então, um dano de natureza extrapatrimonial. Cabe salientar que, de forma indireta, a maior vítima de um dano ecológico será sempre a coletividade, que, em alusão ao caput artigo 225, como já vimos anteriormente, é o titular do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. E de forma direta, quem é o maior prejudicado? Obviamente é o próprio ambiente. Vemos, assim, uma característica ímpar do dano ecológico e um grande desafio para legisladores, que é a proteção de um ente jurídico autônomo sem personalidade jurídica dos Autores 33 MIRRA, Álvaro Luiz Valery. A ação civil pública e a reparação do dano ao meio ambiente. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2004, 2ª ed., pp

19 Assim como outros temas estudados no decorrer deste trabalho, trata-se de uma matéria complexa, dado a dificuldade de se identificar o responsável pelo dano ecológico. Comecemos, então, citando a chamada poluição histórica, que é aquela que ocorre em um microbem ambiental, ao longo dos anos, de excessivas e diversas formas, geradas, também, por excessivos e diversos agentes poluidores, conhecidos ou não. Assim sendo, resta configurada uma enorme dificuldade em se demonstrar e comprovar a parcela de contribuição que cada agente poluidor deu para que ocorresse o dano ecológico. Afinal, como identificaremos os autores do dano ecológico em casos tão longevos? Lembrando ainda que, observado o espaço temporal, por muitas vezes, a atividade podia nem ser considerada lesiva ou perigosa na época da sua feitura. O entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça é o de que a responsabilização será solidária dos agentes envolvidos. Um único agente poluidor poderá responder pela totalidade do dano aferido ao ambiente, cabendo a este entrar com uma ação de regresso em face dos demais agentes poluidores, com o intuito de que todos respondam na medida de sua contribuição ao dano ecológico. A tese recursal não prospera, tendo em vista que a responsabilidade por danos ambientais é solidária entre o poluidor direto e o indireto, o que permite que a ação seja ajuizada contra qualquer um deles, sendo facultativo o litisconsórcio. Precedentes do STJ STJ REsp n SC, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ

20 Esse entendimento do STJ encontra fundamentação no artigo 3, inciso IV, da Lei n 6.938/81 35 e a sua combinação com o artigo 942 do Código Civil de Nexo de Causalidade Nas palavras do ilustre jurisconsulto CAVALIERI FILHO, o nexo de causalidade estabelece o vínculo entre um determinado comportamento e um evento, permitindo concluir, com base nas leis naturais, se a ação ou omissão do agente foi ou não causa do dano. 37 Em outras palavras, o nexo de causalidade é a relação que existe entre a conduta do agente e o resultado danoso. Para que haja a responsabilidade do sujeito pela conduta que culminou no dano, é fundamental que se evidencie o nexo de causalidade. Como vimos no primeiro capítulo deste trabalho monográfico, com a teoria do risco, não há mais a necessidade de se debater o aspecto culpa do agente poluidor, então, atualmente, o papel que o nexo de causalidade é de maior destaque ainda. A complexidade da matéria está presente, especialmente, nos casos de causalidade múltipla, ou seja, quando existem diversas condições que contribuem para a criação de uma determinada conseqüência. Podemos exemplificar esta assertiva: uma empresa que vende pinto matriz contaminado à uma cliente. Esta faz o cruzamento deles, fecundando uma segunda geração. Posteriormente, vende para um supermercado, que coloca o frango à disposição da população. Um comprador ingere o produto e passa mal. E agora, qual é o sujeito que deu causa ao dano? 35 Art. 3, IV poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. 36 Art. 942 os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 37 CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. São Paulo: Malheiros, 2003, 4ª ed., p. 66.

21 Este assunto introduz duas dificuldades: a primeira é comprovar-se a existência do dano e a segunda é como se identificar o autor do mesmo. Para solucionar o problema do nexo de causalidade, surgiram três teorias. Analisemos, portanto, essas teorias, lembrando sempre que, por se tratar de teorias, devem apenas servir para a orientação dos magistrados na busca de uma solução plausível. A primeira teoria, a da equivalência, não tem sido aplicada pela jurisprudência. Conforme PEREIRA, [...] todos os elementos que, de alguma maneira concorreram para a sua realização, consideram-se como causa, sem a necessidade de determinar, no encadeamento dos fatos que antecederam o evento danoso, qual deles pode ser apontado como sendo o que de modo imediato provocou a efetivação do prejuízo. 38 Portanto, como podemos ver, na teoria da equivalência não cabe análise em diferentes graus, razão pela qual sofre pesadas críticas. A teoria da causalidade adequada é exatamente oposta à teoria da equivalência, à proporção que ela procura individualizar as condições, analisando as probabilidades de produção do dano, para assim alcançar àquela que pode realmente constituí-lo. Visto que ocorre, eventualmente, imprecisão nos resultados das análises apresentadas pela teoria da causalidade adequada, ela é, assim como a primeira, objeto de críticas, porém, pelo menos quando nos referimos à esfera civil, ela é a teoria predominante. Por último, pela teoria da causalidade direta e imediata, para haver o nexo de causalidade, tem que ter dado causa ao dano, o que significa produzir direta ou imediatamente o resultado danoso. 38 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 78.

22 O artigo 403 do Código Civil de 2002 dá base à essa teoria. 39 Ainda, para a teoria da causalidade direta ou imediata, o responsável pela causa primitiva só responderá até a interrupção desta. Logo, podemos observar que, mesmo quando a causa é distante, havendo o nexo de causalidade, será passível de responsabilização. A verdade é que há uma confusão acerca das teorias e o próprio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro não faz distinção entre a teoria da causa adequada e a teoria da causa direta e imediata: [...] Em síntese, o problema relativo à poluição das águas da Baía de Sepetiba não decorre de um fato simples, ao contrário, fato complexo, originado de causalidade múltipla; uma sucessão de condições ou de várias situações concorrendo para a destruição da vegetação marinha e de seus peixes, crustáceos, etc, de modo a tornar necessário precisar dentre todas as causas qual delas é a eficiente para o resultado, ou se todas formam um bloco sólido e determinante da devastação criminosa de peixes e crustáceos na região marinha. Com efeito, tendo em vista que o nosso direito, em sede de responsabilidade civil, adota a teoria da causa adequada, também chamada de causa direta e imediata por força de referência que lhe faz o artigo 1060 do Código Civil, o concurso de causa não acarreta necessariamente a solidariedade de todos os agentes, sendo preciso verificar em que medida cada qual concorreu para o resultado. (grifo nosso) Art. 403 Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor,as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. 40 TJRJ Apelação Cível n 6393/2002, 2ª Câmara Cível, Rel. Des. Sérgio Cavalieri, DO

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL O ordenamento jurídico pátrio, em matéria ambiental, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, prevista tanto no art. 14, parágrafo 1º da Lei 6.938/81

Leia mais

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA C O N T E Ú D O : N O Ç Õ E S D E D I R E I T O : I N T R O D U Ç Ã O A O E S T U D O D O D I R E I T O A M B I E N T A L C A R A C T E R Í S T I C A S D A L E G I S L

Leia mais

A EFETIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA PROTEÇÃO AMBIENTAL

A EFETIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA PROTEÇÃO AMBIENTAL A EFETIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA PROTEÇÃO AMBIENTAL FERNANDO REVERENDO VIDAL AKAOUI XIV Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente - ABRAMPA RESPONSABILIDADE DO ESTADO PELA PROTEÇÃO

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado Conceito Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de responsabilidade extracontratual

Leia mais

O Dano Moral no Direito do Trabalho

O Dano Moral no Direito do Trabalho 1 O Dano Moral no Direito do Trabalho 1 - O Dano moral no Direito do Trabalho 1.1 Introdução 1.2 Objetivo 1.3 - O Dano moral nas relações de trabalho 1.4 - A competência para julgamento 1.5 - Fundamentação

Leia mais

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 Marcela Furtado Calixto 1 Resumo: O presente artigo visa discutir a teoria

Leia mais

Conflitos entre o Processo Penal E o Processo Administrativo sob O ponto de vista do médico. Dr. Eduardo Luiz Bin Conselheiro do CREMESP

Conflitos entre o Processo Penal E o Processo Administrativo sob O ponto de vista do médico. Dr. Eduardo Luiz Bin Conselheiro do CREMESP Conflitos entre o Processo Penal E o Processo Administrativo sob O ponto de vista do médico Dr. Eduardo Luiz Bin Conselheiro do CREMESP PRÁTICA MÉDICA A prática médica se baseia na relação médicopaciente,

Leia mais

Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades Administrador Administrador é a pessoa a quem se comete a direção ou gerência de qualquer negócio ou serviço, seja de caráter público ou privado,

Leia mais

7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil. Tópicos Especiais em Direito Civil

7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil. Tópicos Especiais em Direito Civil 7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil Tópicos Especiais em Direito Civil Introdução A Responsabilidade Civil surge em face de um descumprimento obrigacional pela desobediência de uma regra estabelecida

Leia mais

A RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO AMBIENTAL NO DIREITO BRASILEIRO E A QUESTÃO DA REPARAÇÃO MATERIAL E MORAL

A RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO AMBIENTAL NO DIREITO BRASILEIRO E A QUESTÃO DA REPARAÇÃO MATERIAL E MORAL A RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO AMBIENTAL NO DIREITO BRASILEIRO E A QUESTÃO DA REPARAÇÃO MATERIAL E MORAL I CONGRESSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL Mariza Giacomin Lozer Patrício Advogada (FESV).

Leia mais

O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO P NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE

O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO P NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO P NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS RELATIVAS ÀS FUNÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I- promover,

Leia mais

Copyright Proibida Reprodução.

Copyright Proibida Reprodução. RESPONSABILDADE CIVIL DO DANO AMBIENTAL Prof. Éder Responsabilidade Clementino dos civil Santos INTRODUÇÃO Evolução da sociedade: séc. XX (novas tecnologias x modelo de vida); Inércia do Estado: auto-tutela;

Leia mais

LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO VISUAL URBANA

LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO VISUAL URBANA LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO VISUAL URBANA JOSÉ DE SENA PEREIRA JR. Consultor Legislativo da Área XI Meio Ambiente e Direito Ambiental, Organização Territorial, Desenvolvimento Urbano e Regional JANEIRO/2002

Leia mais

Responsabilidade dos bancos por riscos/danos ambientais Demarest & Almeida Advogados Associados

Responsabilidade dos bancos por riscos/danos ambientais Demarest & Almeida Advogados Associados Responsabilidade dos bancos por riscos/danos ambientais Demarest & Almeida Advogados Associados São Paulo, 17 de maio de 2012 I. Apresentação II. Legislação Federal Básica III. Responsabilidade Ambiental

Leia mais

Atribuições estaduais e municipais na fiscalização ambiental

Atribuições estaduais e municipais na fiscalização ambiental Atribuições estaduais e municipais na fiscalização ambiental Rodolfo Torres Advogado Assessor Jurídico do INEA Especialista em Direito Ambiental pela PUC/RJ Fiscalização: noções gerais Manifestação do

Leia mais

Excludentes de Responsabilidade Civil e sua aplicação no fornecimento de energia elétrica.

Excludentes de Responsabilidade Civil e sua aplicação no fornecimento de energia elétrica. Excludentes de Responsabilidade Civil e sua aplicação no fornecimento de energia elétrica. Art. 14, parágrafo 3º, II do Código de Defesa do Consumidor e art. 5º da Resolução ANEEL nº 61. Responsabilidade

Leia mais

DANO AMBIENTAL AUTOR: RILDO BARROS FERREIRA RESUMO

DANO AMBIENTAL AUTOR: RILDO BARROS FERREIRA RESUMO DANO AMBIENTAL AUTOR: RILDO BARROS FERREIRA RESUMO A proteção ao meio ambiente passou a ser uma preocupação nos últimos tempos. Atualmente a defesa do meio ambiente tem como escopo a conservação dos recursos

Leia mais

ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO I. EMPREGADOR 1. Conceito A definição celetista de empregador é a seguinte: CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual

Leia mais

A RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO NOVO CÓDIGO CIVIL

A RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO NOVO CÓDIGO CIVIL A RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO NOVO CÓDIGO CIVIL SÍLVIO DE SALVO VENOSA 1 Para a caracterização do dever de indenizar devem estar presentes os requisitos clássicos: ação ou omissão voluntária, relação

Leia mais

RESPONSABILIDADE DOS BANCOS POR RISCOS/DANOS AMBIENTAIS. Erika Bechara 17.05.2012

RESPONSABILIDADE DOS BANCOS POR RISCOS/DANOS AMBIENTAIS. Erika Bechara 17.05.2012 RESPONSABILIDADE DOS BANCOS POR RISCOS/DANOS AMBIENTAIS Erika Bechara 17.05.2012 POR QUE ULTIMAMENTE SE TEM FALADO TANTO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL SOLIDÁRIA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS? 1. Não houve

Leia mais

EDUARDO RAFAEL WICHINHEVSKI A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA UNIVERSALIDADE E DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO NA SEGURIDADE SOCIAL

EDUARDO RAFAEL WICHINHEVSKI A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA UNIVERSALIDADE E DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO NA SEGURIDADE SOCIAL EDUARDO RAFAEL WICHINHEVSKI A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA UNIVERSALIDADE E DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO NA SEGURIDADE SOCIAL CURITIBA 2013 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 3 2UNIVERSALIDADE DE COBERTURA

Leia mais

Responsabilidade Civil e Criminal em Acidentes de Trabalho. M. J. Sealy

Responsabilidade Civil e Criminal em Acidentes de Trabalho. M. J. Sealy Responsabilidade Civil e Criminal em Acidentes de Trabalho O Conceito de Acidente de Trabalho (de acordo com a Lei 8.213/91 Art. 19) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço

Leia mais

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito.

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito. DOS FATOS JURÍDICOS CICLO VITAL: O direito nasce, desenvolve-se e extingue-se. Essas fases ou os chamados momentos decorrem de fatos, denominados de fatos jurídicos, exatamente por produzirem efeitos jurídicos.

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Aplicação das medidas de compensação patrimoniais previstas em compromissos de ajustamento de condutas destinados à reparação do meio ambiente Luciano Trierweiler Naschenweng* O

Leia mais

A SEGURADORA GLOBAL DE CONFIANÇA

A SEGURADORA GLOBAL DE CONFIANÇA A SEGURADORA GLOBAL DE CONFIANÇA RESPONSABILIDADE CIVIL Principais Características ÍNDICE O que é RC Riscos Excluídos Forma de Contratação e Prescrição O que é a Responsabilidade Civil Responsabilidade

Leia mais

Regulamentação e Licenciamento Ambiental. Oscar Graça Couto Lobo & Ibeas

Regulamentação e Licenciamento Ambiental. Oscar Graça Couto Lobo & Ibeas Regulamentação e Licenciamento Ambiental Oscar Graça Couto Lobo & Ibeas Matriz Constitucional "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

Leia mais

OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior

OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. RESPONSABILIDADE CIVIL É A OBRIGAÇÃO QUE INCUMBE A ALGUÉM DE

Leia mais

Responsabilidade Civil de Provedores

Responsabilidade Civil de Provedores Responsabilidade Civil de Provedores Impactos do Marco Civil da Internet (Lei Nº 12.965, de 23 abril de 2014) Fabio Ferreira Kujawski Modalidades de Provedores Provedores de backbone Entidades que transportam

Leia mais

RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS

RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS SEGURANÇA DE BARRAGENS DE REJEITOS RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS SIMEXMIN OURO PRETO 18.05.2016 SERGIO JACQUES DE MORAES ADVOGADO DAS PESSOAS DAS PESSOAS NATURAIS A vida é vivida por

Leia mais

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO PROJETO DE LEI N o 3.847, DE 2012 (Apensados os PLs nº 5.158, de 2013, e nº 6.925, de 2013) Institui a obrigatoriedade de as montadoras de veículos,

Leia mais

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome Sociedade Limitada I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome II a limitação refere-se aos sócios 2. Responsabilidade dos Sócios I - Decreto 3.708/19 (sociedade

Leia mais

Gestão e Legislação Ambiental

Gestão e Legislação Ambiental UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE TECNOLOGIA Mestrado em Recursos Hídricos H e Saneamento Disciplina: Gestão e Legislação Ambiental Professora: Selêude Wanderley da NóbregaN Legislação Ambiental

Leia mais

36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público federal:

36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público federal: Hoje, continuaremos com os comentários ao simulado da 2ª Feira do Concurso. 36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria da República no Município de Corumbá/MS. RECOMENDAÇÃO nº 007/2011

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria da República no Município de Corumbá/MS. RECOMENDAÇÃO nº 007/2011 Procuradoria da República no Município de Corumbá/MS RECOMENDAÇÃO nº 007/2011 Renováveis (Ibama), Ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Procurador

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

Questão 1. Sobre a ação de responsabilidade prevista no art. 159 da Lei das Sociedades Anônimas e sobre a Teoria da Aparência:

Questão 1. Sobre a ação de responsabilidade prevista no art. 159 da Lei das Sociedades Anônimas e sobre a Teoria da Aparência: PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO EMPRESARIAL P á g i n a 1 Questão 1. Sobre a ação de responsabilidade prevista no art. 159 da Lei das Sociedades Anônimas e sobre a Teoria da Aparência: I. A ação

Leia mais

AÇÕES REGRESSIVAS INSS

AÇÕES REGRESSIVAS INSS AÇÕES REGRESSIVAS INSS Salim Jorge Curiati São Paulo, 28 de outubro de 2008 Com fundamento no quanto disposto nos artigos 120 e 121 da 8.213/91 (Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social

Leia mais

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem obriga

Leia mais

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, reafirmando

Leia mais

GESTÃO AMBIENTAL. Profª: Cristiane M. Zanini

GESTÃO AMBIENTAL. Profª: Cristiane M. Zanini GESTÃO AMBIENTAL Profª: Cristiane M. Zanini Afinal, O que é Gestão Ambiental? A novíssima área de conhecimento e trabalho intitulada "Gestão Ambiental" vem causando muita confusão entre os especialistas

Leia mais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Convidado para Diretor Sem Fronteiras Dr. Lodi Maurino Sodré Comissão indicou para os Grupos de Trabalhos e demais Comissões. A questão está na aplicação

Leia mais

29 a 30 de maio de 2008 RESPONSABILIDADE CIVIL E RELAÇÕES TRABALHISTAS. Fraiburgo Santa Catarina

29 a 30 de maio de 2008 RESPONSABILIDADE CIVIL E RELAÇÕES TRABALHISTAS. Fraiburgo Santa Catarina 29 a 30 de maio de 2008 RESPONSABILIDADE CIVIL E RELAÇÕES TRABALHISTAS Fraiburgo Santa Catarina A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar o dano moral ou patrimonial

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO DE CRISES Técnicas e Recomendações Práticas Para Preparação das Organizações para o Enfrentamento de Momentos Críticos

ADMINISTRAÇÃO DE CRISES Técnicas e Recomendações Práticas Para Preparação das Organizações para o Enfrentamento de Momentos Críticos Técnicas e Recomendações Práticas Para Preparação das Organizações para o Enfrentamento de Momentos Críticos C W M C O M U N I C A Ç Ã O WALTEMIR DE MELO ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ASPECTOS CRÍTICOS

Leia mais

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Com a edição da Lei nº 6.938/81 o país passou a ter formalmente uma Política Nacional do Meio Ambiente, uma espécie de marco legal para todas as políticas públicas de

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL NA SUPERVISÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO. Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2015

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL NA SUPERVISÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO. Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2015 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL NA SUPERVISÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2015 1 RESPONSABILIDADES TRIPARTITES RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA RESPONSABILIDADE CIVIL

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE 2003

PROJETO DE LEI Nº, DE 2003 PROJETO DE LEI Nº, DE 2003 (Do Sr. MAURO PASSOS) Dispõe sobre o assédio moral nas relações de trabalho. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º É proibido o assédio moral nas relações de trabalho. Art. 2º

Leia mais

Ação Monitória. Ana Carolina Fucks Anderson Palheiro 1

Ação Monitória. Ana Carolina Fucks Anderson Palheiro 1 16 Série Aperfeiçoamento de Magistrados 10 Curso: Processo Civil - Procedimentos Especiais Ação Monitória Ana Carolina Fucks Anderson Palheiro 1 A ação monitória foi introduzida no CPC no final do título

Leia mais

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Legislação Federal LEI N 7.804, de 18 de julho de 1989 Altera a Lei n 6.938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação

Leia mais

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil Interpretação do art. 966 do novo Código Civil A TEORIA DA EMPRESA NO NOVO CÓDIGO CIVIL E A INTERPRETAÇÃO DO ART. 966: OS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DEVERÃO TER REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL? Bruno

Leia mais

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 02ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CURITIBA PARANÁ. AUTOS N. 0002845-50.2015.8.16.0004 AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ RÉU: BROOKFIELD SUL EMPREENDIMENTOS

Leia mais

Perícia contábil em Ação Civil Pública, relativa a ato de improbidade administrativa e enriquecimento sem causa de Servidor Público.

Perícia contábil em Ação Civil Pública, relativa a ato de improbidade administrativa e enriquecimento sem causa de Servidor Público. Perícia contábil em Ação Civil Pública, relativa a ato de improbidade administrativa e enriquecimento sem causa de Servidor Público. Prof. MSc. Wilson Alberto Zappa Hoog i Resumo: Apresentamos uma breve

Leia mais

GUIA DE ESTUDOS INSS NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO FÁBIO RAMOS BARBOSA

GUIA DE ESTUDOS INSS NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO FÁBIO RAMOS BARBOSA DIREITO ADMINISTRATIVO Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios. Organização

Leia mais

A atividade contábil e o ISS

A atividade contábil e o ISS A atividade contábil e o ISS Janeiro de 2014. A prática da atividade de contabilista pode ser exercida por profissional autônomo, sociedade empresária e sociedade simples. Para tanto, o responsável tem

Leia mais

CONTRATUAL Obrigação de meio X Obrigação de Resultado. EXTRACONTRATUAL (ex. direito de vizinhança, passagem, águas, etc)

CONTRATUAL Obrigação de meio X Obrigação de Resultado. EXTRACONTRATUAL (ex. direito de vizinhança, passagem, águas, etc) Artigo 186, do Código Civil: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. CONTRATUAL

Leia mais

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum 11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas As sociedades não-personificadas são sociedades que não tem personalidade jurídica própria, classificada em: sociedade em comum e sociedade

Leia mais

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Apelação Cível nº 0059871-12.2007.8.19.0001 Apelante: JONETES TERESINHA BOARETTO Apelado: GRANDE HOTEL CANADÁ LTDA. Relator: DES. CUSTÓDIO TOSTES DECISÃO MONOCRÁTICA

Leia mais

A responsabilidade civil do engenheiro eletricista na atualidade

A responsabilidade civil do engenheiro eletricista na atualidade A responsabilidade civil do engenheiro eletricista na atualidade Acimarney Correia Silva Freitas¹, Celton Ribeiro Barbosa², Rafael Santos Andrade 3, Hortência G. de Brito Souza 4 ¹Orientador deste Artigo

Leia mais

O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA

O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA 1. INTRODUÇÃO A previdência social no Brasil pode ser divida em dois grandes segmentos, a saber: Regime Geral de Previdência Social (RGPS):

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS Cácito Augusto Advogado I INTRODUÇÃO Após quatro anos de vigência do Novo Código Civil brasileiro, que

Leia mais

RESUMO. Um problema que esse enfrenta nesta modalidade de obrigação é a escolha do objeto.

RESUMO. Um problema que esse enfrenta nesta modalidade de obrigação é a escolha do objeto. RESUMO I - Obrigações Alternativas São aquelas que têm objeto múltiplo, de maneira que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas. Nasce com objeto múltiplo. Ex.: A se obriga a pagar a B objeto X

Leia mais

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N o 2.602, DE 2010 Susta os efeitos do Decreto nº 7.154, de 9 de abril de 2010. Autora: Deputado SARNEY FILHO Relator:

Leia mais

RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE

RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE compilações doutrinais RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE Carlos Barbosa Ribeiro ADVOGADO (BRASIL) VERBOJURIDICO VERBOJURIDICO

Leia mais

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR É possível um finalismo corrigido? Saymon Mamede Várias teorias sobre o fato típico e a conduta surgiram no Direito Penal, desde o final do século XIX até hodiernamente. A pretensão deste artigo é expor

Leia mais

Terceiro Setor, ONGs e Institutos

Terceiro Setor, ONGs e Institutos Terceiro Setor, ONGs e Institutos Tomáz de Aquino Resende Promotor de Justiça. Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Tutela de Fundações de Minas Gerais. Usualmente é chamado de

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br A responsabilidade administrativa no Direito Ambiental por Carolina Yassim Saddi * Uma data que merece reflexão foi comemorada no dia 5 de junho do corrente ano: Dia Mundial do Meio

Leia mais

Breves Considerações sobre o Superendividamento

Breves Considerações sobre o Superendividamento 116 Breves Considerações sobre o Superendividamento Luiz Eduardo de Castro Neves 1 O empréstimo de valores é realizado com a cobrança de juros, de forma a permitir uma remuneração pelo valor emprestado.

Leia mais

PARECER Nº, DE 2011. RELATOR: Senador JOÃO DURVAL. RELATOR AD HOC : Senador PAULO PAIM I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2011. RELATOR: Senador JOÃO DURVAL. RELATOR AD HOC : Senador PAULO PAIM I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2011 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS, sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 304, de 2009 (Projeto de Lei nº 5.391, de 2005, na origem), do Deputado Gilmar Machado, que dispõe sobre as medidas

Leia mais

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Controle de Ponto do Trabalhador terceirizado

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Controle de Ponto do Trabalhador terceirizado Controle de Ponto do Trabalhador terceirizado 13/11/2013 Sumário Título do documento 1. Questão... 3 2. Normas apresentadas pelo cliente... 3 3. Análise da Legislação... 3 4. Conclusão... 5 5. Informações

Leia mais

CONSULENTE: CONSELHO DE REPRESENTANTES DA FECOMBUSTÍVEIS ATRAVÉS DO PRESIDENTE DO SINDICATO DO PARÁ, SR. OVÍDIO GASPARETTO PARECER

CONSULENTE: CONSELHO DE REPRESENTANTES DA FECOMBUSTÍVEIS ATRAVÉS DO PRESIDENTE DO SINDICATO DO PARÁ, SR. OVÍDIO GASPARETTO PARECER CONSULTA SOBRE A RESPONSABILIDADE CIVIL DO POSTO DE COMBUSTÍVEIS POR ASSALTO A CLIENTE QUE SACOU DINHEIRO EM CAIXA ELETRÔNICO INSTALADO NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO CONSULENTE: CONSELHO DE REPRESENTANTES

Leia mais

Dano Moral no Direito do Consumidor. HÉCTOR VALVERDE SANTANA hvs jur@ho tm ail.c o m

Dano Moral no Direito do Consumidor. HÉCTOR VALVERDE SANTANA hvs jur@ho tm ail.c o m Dano Moral no Direito do Consumidor HÉCTOR VALVERDE SANTANA hvs jur@ho tm ail.c o m RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO Consumidor padrão ou standard : art. 2º, caput Consumidor por equiparação: arts. 2º, parágrafo

Leia mais

05 DE JUNHO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

05 DE JUNHO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE D I R E T O R I A D E S A Ú D E 05 DE JUNHO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE Em 05 de Junho, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente e nesse ano o foco está voltado para as Mudanças Climáticas com o tema

Leia mais

TEORIA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

TEORIA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL TEORIA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Prof. MSc. Wilson Alberto Zappa Hoog i Resumo: Apresentamos uma breve análise sobre a teoria do estabelecimento empresarial, considerando o seu teorema e axiomas,

Leia mais

Meio Ambiente do Trabalho Saudável como Direito Fundamental

Meio Ambiente do Trabalho Saudável como Direito Fundamental XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Meio Ambiente do Trabalho Saudável como Direito Fundamental João Pedro Ignácio Marsillac (apresentador), Denise Pires Fincato (orientadora) Faculdade de Direito -

Leia mais

Responsabilidade Civil nas Atividades Empresariais. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Responsabilidade Civil nas Atividades Empresariais. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Responsabilidade Civil nas Atividades Empresariais Para Reflexão Ao indivíduo é dado agir, em sentido amplo, da forma como melhor lhe indicar o próprio discernimento, em juízo de vontade que extrapola

Leia mais

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas.

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O que é o dever de Consulta Prévia? O dever de consulta prévia é a obrigação do Estado (tanto do Poder Executivo, como do Poder Legislativo)

Leia mais

O que são Direitos Humanos?

O que são Direitos Humanos? O que são Direitos Humanos? Por Carlos ley Noção e Significados A expressão direitos humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Sem esses direitos a pessoa não

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 3.966, DE 2004 Modifica a Lei nº 9.609, de 1998, que dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador. Autor:

Leia mais

O EXERCÍCIO OBRIGATÓRIO DO DIREITO DE REGRESSO

O EXERCÍCIO OBRIGATÓRIO DO DIREITO DE REGRESSO Novos Temas da Responsabilidade Civil Extracontratual das Entidades Públicas O EXERCÍCIO OBRIGATÓRIO DO DIREITO DE REGRESSO Instituto de Ciências Jurídico-Políticas Faculdade de Direito da Universidade

Leia mais

LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO SONORA URBANA

LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO SONORA URBANA LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO SONORA URBANA JOSÉ DE SENA PEREIRA JR. Consultor Legislativo da Área XI Meio Ambiente e Direito Ambiental, Organização Territorial, Desenvolvimento Urbano e Regional JANEIRO/2002

Leia mais

FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL NAS VIAS DE TRÂNSITO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL NAS VIAS DE TRÂNSITO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS Revisão 00 Setembro/ 2015 Sindicarga FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL NAS VIAS DE TRÂNSITO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS Palestrante: FRANCESCO CUPELLO Presidente INTRODUÇÃO O Transporte Rodoviário

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Registro: 2014.000079XXXX ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº XXXXXX-XX.2011.8.26.0309, da Comarca de Jundiaí, em que é apelante VASSOURAL EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.

Leia mais

BACIAS HIDROGRÁFICAS E O MEIO AMBIENTE Profa Dra Lilza Mara Boschesi Mazuqui

BACIAS HIDROGRÁFICAS E O MEIO AMBIENTE Profa Dra Lilza Mara Boschesi Mazuqui BACIAS HIDROGRÁFICAS E O MEIO AMBIENTE Profa Dra Lilza Mara Boschesi Mazuqui OQUE É IMPACTO AMBIENTAL???? IMPACTO AMBIENTAL Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,

Leia mais

EMBARGOS INFRINGENTES EM APELAÇÃO CÍVEL nº 551137/RN (2007.84.02.000434-2/01)

EMBARGOS INFRINGENTES EM APELAÇÃO CÍVEL nº 551137/RN (2007.84.02.000434-2/01) EMBTE : DNIT - DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES REPTE : PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL - 5ª REGIÃO EMBDO : SILDILON MAIA THOMAZ DO NASCIMENTO ADV/PROC : SILDILON MAIA THOMAZ DO NASCIMENTO

Leia mais

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO PROJETO DE LEI N o 2.586, DE 2015 Altera o art. 52 da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, para permitir que o juiz tenha mais discricionariedade

Leia mais

UMA SUSCINTA ANÁLISE DA EFICÁCIA DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

UMA SUSCINTA ANÁLISE DA EFICÁCIA DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO UMA SUSCINTA ANÁLISE DA EFICÁCIA DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Anne Karoline ÁVILA 1 RESUMO: A autora visa no presente trabalho analisar o instituto da consignação em pagamento e sua eficácia. Desta

Leia mais

ANEXO 5 TERMO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO

ANEXO 5 TERMO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO ANEXO 5 TERMO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO Termo de Constituição de Consórcio 1 As Partes: A empresa (Nome da Empresa)..., com sede na cidade de..., (Endereço)..., com CNPJ n o..., Inscrição Estadual...,

Leia mais

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. RESOLUÇÃO Nº 306, DE 5 DE JULHO DE 2002 Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências

Leia mais

Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC

Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC 2014) QUESTÃO 54 Analise as seguintes assertivas sobre as causas de exclusão de ilicitude no Direito Civil: I. A legítima defesa de terceiro não atua como

Leia mais

A LOGÍSTICA REVERSA DENTRO DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Cristiane Tomaz

A LOGÍSTICA REVERSA DENTRO DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Cristiane Tomaz A LOGÍSTICA REVERSA DENTRO DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Cristiane Tomaz A logística reversa é importante instrumento de desenvolvimento econômico e social previsto na Política Nacional de Resíduos

Leia mais

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART 225 - Todos tem o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder

Leia mais

14/05/2010. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Niro Afonso Pieper. Diretor Geral - SEMA

14/05/2010. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Niro Afonso Pieper. Diretor Geral - SEMA 14/05/2010 Niro Afonso Pieper Diretor Geral - SEMA 1 O Sistema Integrado de Gestão Ambiental no Rio Grande do Sul Concepção e Histórico Requisitos para a Habilitação Princípio da Melhoria Contínua Enfoque

Leia mais

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO PARECER N, DE 2009 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, em decisão terminativa, sobre o PLS n 260, de 2003, de autoria do Senador Arthur Virgílio, que altera art. 13 da Lei nº 8.620, de 5

Leia mais

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PROJETO DE LEI N o 266, DE 2007 (Apensos: PLs n os 453/2007, 701/2007, 6.519/2009 e 3.729/2012) Altera a Lei nº 9.985, de 2000, que regulamenta o

Leia mais

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE É sabido - e isso está a dispensar considerações complementares - que a pessoa jurídica tem vida distinta da dos seus sócios e administradores.

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2011

PROJETO DE LEI Nº DE 2011 PROJETO DE LEI Nº DE 2011 Altera a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, a Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 e a Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º O art. 4º

Leia mais