Cenário Macroeconômico 2019
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- Guilherme Esteves
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1 Cenário Macroeconômico 2019
2 CENÁRIO INTERNACIONAL A ECONOMIA GLOBAL SUGERE UM CRESCIMENTO MAIS FRACO PARA OS PRÓXIMOS ANOS, COM PEQUENA CHANCE DE RECESSÃO.
3 A alta sustentável do PIB global depende da produtividade. A produtividade do trabalho recuou nas economias desenvolvidas e emergentes na última década. A manutenção da produtividade do trabalho em patamar baixo sugere que a sustentação do crescimento global por um período prolongado está ameaçada.
4 Desaceleração global Sinais de moderação de crescimento na Europa e na China, e indícios que o mesmo possa estar ocorrendo nos EUA, onde os dados para o quarto trimestre sugerem algum esfriamento. Embora o consumo norte-americano venha se mantendo robusto amparado no mercado de trabalho, os investimentos residencial e não residencial sinalizam desaceleração. Apreensão aos sinais de moderação do crescimento, no contexto em que o processo de normalização da política monetária já avançou substancialmente.
5 Política Monetária expansionista entre os principais Bancos Centrais contribuiu para um quadro de abundante liquidez. A moderação do crescimento mundial, num contexto de inflação controlada, tende a manter o processo de normalização monetária nas economias centrais em ritmo bastante gradual, sem causar movimentos bruscos e duradouros de repique da aversão global ao risco.
6 Aumentaram as preocupações com a sustentação de taxas expressivas de crescimento global, situação que se refletiu na correção moderada nos preços dos ativos mundiais, sobretudo de commodities e ações; e a taxa média de risco dos emergentes têm oscilado para cima, permanecendo em patamar claramente superior ao observado no começo do ano.
7 As autoridades monetárias mundiais tem revelado alguma apreensão com os recentes sinais de moderação do crescimento. Com isso, as taxas de juros praticadas nos mercados internacionais sofreram algum refluxo, contribuindo com a moderação de aversão global ao risco.
8 CENÁRIO DOMÉSTICO A FOTOGRAFIA DA SITUAÇÃO ATUAL É SABIDA, DEMANDA DOMÉSTICA AINDA FRACA, DESEMPREGO EM ALTA E RENDA REAL EM QUEDA, FATORES QUE AINDA CONTRIBUEM PARA A MANUTENÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA. A CONFIANÇA DAS FAMÍLIAS E DOS EMPRESÁRIOS, ACOMODOU-SE EM PATAMAR BAIXO, E CONTINUA MOSTRANDO-SE COMO UMA RESTRIÇÃO RELEVANTE AO CRESCIMENTO ECONÔMICO. A EVOLUÇÃO TAMBÉM FICA LIMITADA ÀS AÇÕES DO NOVO GOVERNO.
9 A lua-de-mel com Bolsonaro na reta final do 1º turno das eleições contribuiu com a melhora dos ativos domésticos. O diferencial favorável do risco-brasil em relação à taxa média de risco das economias emergentes aumentou; a moeda brasileira se apreciou; e a bolsa de valores local registrou relevante valorização, na contramão do comportamento negativo das principais bolsas internacionais.
10 O desfecho das eleições tem animado o mercado financeiro, mas resultados e expectativas favoráveis ainda não têm aparecido de maneira clara no setor real.
11 Os indicadores de confiança privada (empresarial e pessoal) parecem vir se estabilizando, mas ainda estão bem abaixo do "pico" observado no começo deste ano.
12 Um aceleração do crescimento doméstico tende a ser amparada pelas condições monetárias favoráveis, agora com a perspectiva de uma recuperação na confiança dos agentes após a eleição.
13 A expectativa de retomada da agenda de ajustes fiscais, tendem a reforçar a confiança privada, sobretudo dos empresários. A recuperação da economia foi muito lenta e a retomada do trabalho foi muito concentrada no trabalho informal. Um ambiente de melhora da confiança é compatível com um cenário de retomada mais consistente das contratações ao longo de 2019.
14 A lenta recuperação econômica contribuirá para uma inflação de preços livres controlada. Um fechamento lento do hiato do produto e a fraqueza do mercado de trabalho resultam num comportamento favorável da inflação de serviços e de bens industriais, além da menor inércia inflacionária.
15 Os preços administrados sofreram revisão baixista e a principal contribuição veio da estimativa para o preços da gasolina, seguindo a queda nos preços nas refinarias. Energia elétrica pode sofrer alteração da bandeira tarifária de amarela para verde em dezembro, permanecendo até abril de 2019.
16 O refluxo cambial e a acomodação das expectativas inflacionárias conferem ao Banco Central alguma liberdade para manter a política monetária no terreno estimulativo por mais tempo.
17 O Governo deve contar novamente com receitas extraordinárias para o cumprimento da meta. A moderação da recuperação da atividade econômica acaba sendo compensada pelo aumento de receitas discricionária.
18 Reforma nos gastos obrigatórios, uma vez que o espaço para reduzir gastos discricionários já está bem próximo de um nível que geraria um shutdown.
19
20 Importância da Reforma da Previdência
21 GANHO FISCAL DE DIFERENTES PONTOS DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA Ano Regra atual Idade mínima Regra 85/95 Desindex. SM. Acum. Benef. Após. Profs ,7% 7,7% 7,7% 7,7% 7,7% 7,7% ,1% 13,9% 9,8% 9,7% 8,9% 9,3% ,2% 11,6% 12,6% 12,3% 11,6% 12,4% ,8% 12,7% 13,9% 13,6% 13,0% 13,9% ,8% 14,1% 15,7% 15,7% 14,7% 15,8% ,0% 14,5% 16,6% 16,0% 15,8% 16,9% ,0% 14,7% 17,4% 16,6% 16,7% 17,8% ,2% 14,5% 17,4% 16,6% 16,9% 18,0% ,2% 14,2% 17,2% 16,4% 16,8% 18,0% ,8% 13,5% 16,7% 16,8% 17,3% 17,6% IMPACTO ESTIMADO -27,9% -11,3% -10,6% -8,1% -6,1% FONTE: INSTITUTO FISCAL INDEPENDENTE E PAULO TAFNER ELABORAÇÃO: INSTITUTO FISCAL INDEPENDENTE E PAULO TAFNER
22 Medidas que precisam engrenar : O poder Executivo tem de assumir o seu protagonismo e sugerir ao Congresso as mudanças estruturais necessárias: a. enfrentar o problema da Previdência; b. enfrentar o problema das vinculações dos gastos; c. enfrentar o problema das indexações ao salário mínimo; d. fim de alguns programas (abono salarial), a redução de renúncias tributárias e subsídios, em particular daquelas com custos nitidamente bem superiores aos benefícios para a sociedade. Mesmo que provisoriamente, o governo precisará pensar no aumento da carga tributária. Para um crescimento sustentável, o governo também precisará avançar na implementação de uma agenda microeconômica, visando elevar a produtividade da economia e, portanto, o crescimento potencial do País.
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