Tempo-memória: estudos comparativos de literatura e linguagens
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- Thais Chaplin Santos
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1 Tempo-memória: estudos comparativos de literatura e linguagens Linha de Pesquisa: LINHA DE PESQUISA E DE INTERVENÇÃO METODOLOGIAS DA APRENDIZAGEM E PRÁTICAS DE ENSINO (LIMAPE) Área de Concentração: GESTÃO E PRÁTICAS EDUCACIONAIS DESCRIÇÃO A problemática principal, a partir do momento que optamos por ingressar no universo da pesquisa e iniciamos nosso curso de mestrado (Bolsa CNPq), em 1989, sob a orientação da Profa. Dra. Ana Maria Alfonso Goldfarb, foi a investigação de processos relacionados ao tempo e à memória na literatura de Graciliano Ramos. Entretanto, necessitávamos, desde o início, de uma fundamentação teórica que nos desse um suporte além do estritamente literário aos estudos. Nossa dissertação de mestrado foi um recorte no conjunto de obras do escritor alagoano Graciliano Ramos, conforme sabido, parte de uma geração da década de trinta do século XX denominada regionalista, na contextualização da literatura brasileira. O nosso doutorado (Bolsa CNPq), também sob a orientação da Profa.Dra.Ana Maria Alfonso-Goldfarb, foi centrado na literatura ficcional e nas memórias de Graciliano Ramos, especialmente em dois pólos: um deles com questões concernentes ao tempo na física. O segundo polo buscou uma fundamentação epistemológica, a respeito das diversas correntes teóricas que tratam do tempo e da memória que mantiveram diálogo com a literatura de Graciliano Ramos. As exigências de aprofundamento da nossa pesquisa nos levou a estudar a concepção de memória da Grécia, na literatura de Homero e nos pré-socráticos, especialmente Heráclito, ao mesmo tempo, já apontando
2 para os escritores contemporâneos buscando os primeiros elementos de comparação de maneira mais fecunda. Guiados por tais reflexões estivemos na Grécia, durante o mês de julho do ano de 2003, para um contato inicial com a cultura, literatura, enfim com o universo grego contemporâneo. Nessa medida, demos início a um primeiro contato com a literatura grega contemporânea e elegemos um escritor que julgamos estar no contexto de nossos propósitos: o poeta Giorgos Seféris ( ). Apresentamos algumas pesquisas que foram publicadas e apresentadas em diferentes espaços. Posteriormente, sentimos a necessidade de aumentar nosso conhecimento da língua grega moderna. Há muitos anos iniciamos nossos estudos de língua grega moderna com a supervisão de alguns professores de grego. Esta pesquisa deu continuidade a uma investigação iniciada em nosso pós-doutoramento e, posteriormente, à nossa pesquisa docente inicial apresentada na UNINOVE Universidade Nove de Julho, como líder de grupo de pesquisa, via CNPQ, e docente da disciplina do curso de Letras/Tradutor Intérprete de Cultura Clássica Greco-Latina. Entretanto, foi bem mais abrangente, visto que aprofundamos nossas análises não somente em relação aos elementos de contexto que cercaram Graciliano Ramos e Giórgos Seféris, assim como tecemos, investigamos e comparamos de maneira detalhada e fundamentada, via epistemologia, concepções de tempomemória propostas pelos dois escritores. Houve várias publicações e apresentação de trabalhos a respeito do assunto, como por exemplo, o livro Mar, mares, memórias (vide bibliografia). Houve publicações, em especial, na área da Educação, visto que a pesquisa abarcou, inclusive, concepções de cognição, memória, leitura dentre outras da área educacional (vide bibliografia). Contudo, as transformações, especialmente em relação aos gêneros literários, nunca foi tão profunda. Romances históricos, biografias, diários, memórias, autobiografias, somente para ficar com a literatura impressa, têm sido alvo de leitura e de análises, especialmente dos anos 80 para cá. Pretendemos, nesta pesquisa, investigarmos a fixação das linguagem desde a Antiguidade Grega, assim como penetrar no universo da leitura e literatura produzidos ao longo das grandes etapas da História. Sem dúvida, a Internet revolucionou as formas de leitura,
3 literatura e escrita. A contemporaneidade exige outras formas de leitura e literatura. JUSTIFICATIVA A natureza do tempo e da memória, assim como seus diversos desdobramentos, têm sido alvo, nas últimas décadas, de diversas áreas do conhecimento, destacadamente, na área da Literatura e Educação. Contudo, segundo levantamento bibliográfico realizado por nós, a maioria das pesquisas concretizadas discutem tempo e memória sem as reflexões de nível epistemológico e historiográfico aos quais se propõe esta pesquisa. Esta pesquisa pretende responder a questões propostas pela literatura com substrato teórico que permita fundamentar, a partir de uma investigação epistemológica, modelos de tempo-memória que possam ser interpretados e comparados com vários modelos de historiografia. Nessa medida, compreender melhor os mecanismos que rodeiam a literatura e a leitura, assim como as novas linguagens e suportes de fixação. METODOLOGIA A fundamentação teórica que sustentará boa parte de nossas hipóteses será por intermédio de algumas obras platônicas, especialmente, o Timeo, na excelente tradução coordenada por Benedito Nunes. O texto em grego da mesma obra será o de Basilis Kálfas, que faz uma verdadeira tradução do grego clássico para o moderno, além de uma análise profunda e detalhada da cosmologia platônica, incluindo, naturalmente, questões importantes a respeito do tempo e da memória, além de outros textos de Platão que dizem respeito a questões de reminiscências e memória (vide bibliografia). Uma bibliografia secundária a respeito do assunto deverá complementar a fundamentação teórica. As obras de Henri Bergson, Gilles Deleuze e Paul Ricoeur direcionadas a questões de tempo-memória também farão parte da sustentação teórica. Esta metodologia está considerando uma abordagem mais geral sob uma perspectiva não presentista em relação às análises que deverão ser realizadas. Ou seja, os autores, historiadores e as discussões da Física a
4 respeito do assunto emergem de uma mesma época. Desta forma, evita-se tratar de conceitos produzidos no século XX com equívocos. Bergson, Bachelard, Seféris, Graciliano e outros autores, escritores, epistemólogos citados estão num mesmo contexto para que se chegue a conclusões mais lúcidas a respeito do assunto tratado. Contudo, não faltarão reflexões produzidas por teóricos e escritores de outras épocas, para efeito de fundamentação e as devidas comparações. Bibliografia (síntese) BIBLIOGRAFIA A Century of Greek Poetry Bilingual Edition. Seleção e edição de Peter Bien, Peter Constantine, Edmund Keeley e Karen Van Dyck. Grécia: Cosmos Publishing, Universidade de São Paulo, BACHELARD, Gaston. Ensaio sobre o conhecimento aproximado. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, A formação do espírito científico.tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, A intuição do instante. Tradução de Antonio de Pádua Danesi. Campinas: Verus Editora, O direito de sonhar. Tradução de José Américo Motta Pessanha, Jacqueline Raas, Maria Lúcia de Carvalho Monteiro e Maria Isabel Raposo. São Paulo: Difel, Lisboa: Edições 70 Ltda, BAPTISTA, Ana Maria Haddad. Tempo-memória no romance. São Paulo: Catálise Editora, Bifurcações do tempo-memória na literatura. São Paulo: Catálise Editora, Mnemosine, Musas: uma gênese da memória e seus possíveis desdobramentos. Revista Lumen, 26 (2005): 11-21, Tempo-memória. São Paulo: Arké Editora, Georges Seféris: mar, mares, memórias. São Paulo: Arte- Livros Editora, Introdução à Cultura Grega. São Paulo: Arte-Livros Editora, BAPTISTA, Ana Maria Haddad; ROGGERO, Rosemary (org.). Tempo- Memória na Educação. São Paulo: BT Acadêmica, BAPTISTA, Ana Maria
5 Haddad; MAFRA, Jason Ferreira (org.). Reflexão Crítica, Memória e Intervenção na Prática Pedagógica. São Paulo: BT Acadêmica, BAPTISTA, Ana Maria Haddad; FUSARO, Márcia (org.) Educação, Interdisciplinaridade e Linguagens. São Paulo: BT Acadêmica, BAPTISTA, Ana Maria Haddad. Educação & Leituras: esferas de conceito-poeticidade. São Paulo: BT Acadêmica, Editora, [s.d.]. BONNARD, André. A Civilização Grega. Tradução de José Saramago. Lisboa: Edições 70, Cia das Letras, DAVIES, Paul. Os três últimos minutos. Tradução de André Luis de Carvalho. Rio de Janeiros: Rocco, Rio de Janeiro: Ediouro, DELEUZE, Gilles. Proust et les signes. Paris: Quadrige, Le bergsonisme. Paris: Quadrige, Diferença e Repetição. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado. Lisboa: Relógio D Água Editores, A Imagem-Tempo. Tradução de Eloísa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, DELEUZE, Gilles. A Imagem-Movimento. Tradução de Rafael Godinho. Lisboa: Assírio & Alvim, DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Editora 34, DELEUZE, Gilles. Crítica e Clínica. Tradução de Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro: Editora 34, DETIENNE, Marcel. Los maestros de verdad em la Grecia arcaica. Tradução de Juan José Herrera. México: Sextopiso Editorial, Les Grecs et nous. Paris: Perrin, EINSTEIN, Albert. Notas autobiográficas. Tradução de Aulyde Soares Rodrigues. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, A Teoria da Relatividade Especial e Geral. Tradução do original alemão de Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto, ELYTIS, Odysseus. Journal of an unseen April. Edição bilíngüe grego-inglês. Atenas: Editora Ypsilon Books, [s.d.]. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 14 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, O tecido do cosmo. Tradução de José Viegas Filho. São Paulo, Cia das Letras, 2005.
Duração: 8 meses Carga Horária: 360 horas. Os cursos de Pós-Graduação estão estruturados de acordo com as exigências da Resolução CNE/CES nº 01/2007.
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