MONITORAMENTO DO NÍVEL ESTÁTICO E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - UHE SÃO DOMINGOS 5º RELATÓRIO RELATÓRIO FINAL

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1 MONITORAMENTO DO NÍVEL ESTÁTICO E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - UHE SÃO DOMINGOS 5º RELATÓRIO RELATÓRIO FINAL Março/2014

2 APRESENTAÇÃO Em cumprimento ao contrato nº , a CONAGUA AMBIENTAL apresenta o (5º Relatório), referente às campanhas de monitoramento de nível estático e qualidade das águas subterrâneas, realizadas conforme o Programa de Monitoramento das Águas Subterrâneas, sendo parte integrante do Projeto Básico Ambiental (PBA) da UHE São Domingos. Este documento reúne os dados físicos levantados nas campanhas e a descrição das principais características encontradas nas estações de coletas, no momento da amostragem, inclusive as condições climáticas e meteorológicas, além de outras informações pertinentes a avaliação deste programa ambiental. 2

3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO OBJETIVOS MATERIAIS E MÉTODOS ÁREA DE ESTUDO REDE DE MONITORAMENTO METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM METODOLOGIA DE LABORATÓRIO RESULTADOS MONITORAMENTO DO NÍVEL ESTÁTICO DOS POÇOS Nível Estático nos Pontos Amostrais MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Parâmetros Físico-químicos e Biológicos Dados Físicos Dados Biológicos COMPARAÇÃO ENTRE AS CAMPANHAS REALIZADAS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS RESPONSÁVEIS PELO RELATÓRIO ANEXOS 3

4 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa da rede de monitoramento... 9 Figura 2 Medição do nível d água Figura 3 - Distância entre os poços de monitoramento. Fonte: Google Earth Figura 4- Retirada de água no poço de monitoramento Figura 5 Medição de nível do poço Figura 6 - Cercado do poço Figura 7 - Poço Figura 8 Descida da sonda para medição do nível Figura 9 Poço LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Resultados das medições de nível estático dos poços em todas as campanhas de monitoramento Tabela 2 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas - dezembro de 2010 e maio de 2012 fase pré-enchimento Tabela 3 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas - outubro e dezembro de 2012 fase enchimento Tabela 4 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas março e junho de 2013 fase pós-enchimento Tabela 5 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas setembro e dezembro de 2013 fase pós-enchimento

5 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Descrição dos Poços de Monitoramento Quadro 2 - Campanhas de monitoramento na UHE São Domingos Quadro 3 - Parâmetros analisados nas amostras de água e seus indicadores LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Medições de nível estático no Poço Gráfico 2 - Medições de nível estático no Poço Gráfico 3 - Medições de nível estático do Poço Gráfico 4 - Medições de nível estático no Poço Gráfico 5 - Medições de nível estático no Poço Gráfico 6 - Medição de nível estático no Poço Gráfico 7 - Medição de nível estático no Poço Gráfico 8 - Valores de turbidez obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 9 - Valores de sólidos totais dissolvidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 10 - Valores de condutividade elétrica nas campanhas de monitoramento Gráfico 11 - Valores de ph obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 12 - Valores de nitrogênio amoniacal total nas campanhas de monitoramento Gráfico 13 - Valores de nitritos obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 14 - Valores de nitrato obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 15 - Valores de OD obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 16 - Valores de DBO obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 17 - Valores de Ferro obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 18 - Valores de Fósforo obtidos nas campanhas de monitoramento

6 Gráfico 19 - Valores de Zinco obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 20 - Valores de coliformes totais obtidos nas campanhas de monitoramento.. 42 Gráfico 21 Valores de coliformes termotolerantes obtidos nas campanhas de monitoramento Gráfico 22 Comparação do comportamento dos níveis d água medido em todas as campanhas do monitoramento

7 1. INTRODUÇÃO Este Relatório apresenta o Monitoramento do Nível Estático e Qualidade das águas Subterrâneas na área de influência da UHE São Domingos e contempla todas as fases do enchimento do reservatório (pré-enchimento, enchimento e pós-enchimento). A Usina Hidrelétrica São Domingos está situada no Estado de Mato Grosso do Sul entre os municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo. Na fase pós-enchimento, ocorreram 14 campanhas para a medição de nível e quatro para a determinação da qualidade da água subterrânea após o enchimento. Durante o enchimento do reservatório aconteceram duas campanhas (outubro e dezembro de 2012) tanto de medição do nível quanto de qualidade das águas. Antes do enchimento do empreendimento (fase pré-enchimento) foram realizadas quatro campanhas de monitoramento do nível estático, sendo em novembro de 2010, fevereiro, maio e agosto de 2011, e duas campanhas de monitoramento da qualidade da água subterrânea, sendo em novembro de 2010 e maio de 2011 (vide Quadro 2). Todos os dados obtidos são avaliados em conjunto com os dados levantados na fase reservatório. Para a identificação de possíveis processos de modificações do meio natural é necessário um acompanhamento sazonal, com medidas periódicas, que pode ser definido como monitoramento. O monitoramento de águas subterrâneas representa uma ferramenta essencial para a compreensão da dinâmica dos sistemas aquíferos, podendo ser qualitativo e/ou quantitativo. Um conjunto de poços, onde se realizam medições periódicas, representa uma rede de monitoramento de águas subterrâneas. (VASCONCELOS, et al, 2010). A implementação de programas de monitoramento contribuem para um melhor planejamento, desenvolvimento, proteção e manejo das águas subterrâneas (LÓPEZ- VERA, 2006 apud VASCONCELOS, et al, 2010). 7

8 Sendo assim, através do monitoramento, é possível avaliar a qualidade das águas subterrâneas, verificar se há variações nos níveis de água, permitindo identificar as possíveis modificações do ambiente com a implantação do empreendimento. 2. OBJETIVOS Acompanhar a qualidade e o comportamento do nível do lençol freático antes, durante e após o enchimento do reservatório, permitindo uma avaliação das possíveis modificações a montante e a jusante da barragem, como auxílio na tomada de decisões relacionadas a possíveis impactos. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. ÁREA DE ESTUDO A Usina Hidrelétrica de São Domingos (UHSD) é o primeiro empreendimento da Eletrosul, na área de geração de energia no Mato Grosso Sul desde 1980, ano em que a empresa iniciou as atividades no Estado, direcionadas para a transmissão de energia em alta tensão. A Usina Hidrelétrica São Domingos tem uma potência instalada de 48 MW e energia assegurada de 36,9 MW médios. Com esta potência é capaz de gerar anualmente 323,25 GWh, e segundo cálculos da empresa, a energia assegurada de 36,9 MW, é capaz de alimentar uma cidade de até 210 mil domicílios ou, atender em média, 700 mil pessoas. Localizada a 268 quilômetros da cidade de Campo Grande, a Usina Hidrelétrica de São Domingos está situada na confluência dos rios Verde e São Domingos, na divisa dos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo (região leste do MS), com acesso pela BR- 262, em Água Clara. 8

9 A UHE São Domingos é uma usina com característica de fio d água, ou seja, seu reservatório tem somente a função de manter o desnível necessário para a geração de energia. A usina será constituída de uma barragem que utilizará um canal de adução para conduzir a água até a casa de força, de forma a aproveitar a queda natural do rio Verde REDE DE MONITORAMENTO A Figura 1 representa o mapa com os pontos de monitoramento, que seguem em anexo (Anexo I) com melhor resolução para visualização da área. Figura 1 - Mapa da rede de monitoramento. 9

10 A área de estudo compreende sete poços de monitoramento distribuídos da seguinte forma: Dois poços localizados a jusante da barragem (P1 e P2); Um poço localizado lateralmente à ombreira da barragem (P3); Um poço localizado um pouco à montante da ombreira da barragem (P4); Dois poços à montante da barragem (P5 e P6); Um poço à montante, entre os dois rios que constituem o empreendimento (P7). O Quadro 1 apresenta a descrição realizada dos poços de monitoramento (coordenadas, tipo, profundidade, localidade, bombeamento e fotos). Quadro 1 - Descrição dos Poços de Monitoramento. Poço Coordenadas Profundidade (m) Tipo Bombeamento Localidade Foto 1 E N Semiartesiano Há necessidade de bombeamento Fazenda Sabatache 2 E N Fazenda São José 3 E N Semiartesiano Há necessidade de bombeamento Fazenda Novo Mundo 4 E N Semiartesiano Há necessidade de bombeamento Fazenda Cachoeira Branca Canteiro de Obras 10

11 Poço Coordenadas Profundidade (m) Tipo Bombeamento Localidade Foto 5 E N Semiartesiano Há necessidade de bombeamento Fazenda Maria Júlia 6 E N Fazenda Cândido Ottoni 7 E N Semiartesiano Há necessidade de bombeamento Fazenda Zenith 3.3. METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM As medições de nível aconteceram em 20 campanhas distribuídas entre os anos de 2010 e No mesmo período, foram realizadas oito campanhas de coletas de água subterrânea para determinação da qualidade das águas, conforme se pode verificar no Quadro 2 abaixo. 11

12 Quadro 2 - Campanhas de monitoramento na UHE São Domingos. TOTAL DE CAMPANHAS CAMPANHAS MEDIÇÃO DE NÍVEL ESTÁTICO QUALIDADE DAS ÁGUAS FASE PRÉ-ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO 1ª 1ª 12/11/ /11/2010 2ª 2ª 06/02/2011 _ 3ª 3ª 08/05/ /05/2011 4ª 4ª 14/08/2011 _ FASE ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO 5ª 1ª 18 e 19/10/ e 19/10/2012 6ª 2ª 12 e 13/12/ e 13/12/2012 FASE PÓS-ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO 7ª 1ª 23/01/2013 _ 8ª 2ª 27/02/2013 _ 9ª 3ª 26/03/ /03/ ª 4ª 24/04/2013 _ 11ª 5ª 31/05/2013 _ 12ª 6ª 26 e 27/06/ e 27/06/ ª 7ª 31/07/2013 _ 14ª 8ª 27/08/2013 _ 15ª 9ª 27/09/ /09/ ª 10ª 31/10/2013 _ 17ª 11ª 26/11/2013 _ 18ª 12ª 18/12/ /12/ ª 13ª 29/01/2014 _ 20ª 14ª 14/02/2014 _ O monitoramento do nível estático dos poços foi iniciado antes do enchimento do reservatório, buscando, desta forma, avaliar a interferência na variação do nível do lençol freático na região de influência direta da implantação da UHE São Domingos. O nível estático foi medido com o equipamento medidor elétrico analógico de nível de água, marca HS (Figura 2). O medidor elétrico analógico de nível de água funciona com a introdução da sonda no interior do poço de monitoramento. Quando a sonda atinge o 12

13 nível d água os sinais luminosos e sonoros são acionados, e a leitura da profundidade é feita diretamente no cabo. Figura 2 Medição do nível d água. As amostras foram retiradas das saídas das torneiras localizadas em cada poço de coleta. As amostras para análises físico-químicas foram coletadas em frascos de polietileno. Para as amostras destinadas ao exame bacteriológico foram usados materiais descartáveis. As alíquotas representaram as características da água no momento da coleta. Resguardando as exigências do contrato nº , as amostras foram devidamente preservadas e acondicionadas em gelo embalado em sacos plásticos e transportadas em baixa temperatura até o laboratório para análises seguindo recomendações das NORMAS TÉCNICAS: NBR9897 e NBR9898, corroborando ao preconizado no Standard Methods 22ª ed.(2012), e descrito na IT referente ao Plano de amostragem de águas e efluentes da Conagua Ambiental. 13

14 3.4. METODOLOGIA DE LABORATÓRIO As amostras chegaram ao laboratório em condições adequadas de armazenamento e sob refrigeração. Foram analisadas por procedimentos analíticos recomendados no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (2012), sob os princípios de CQA (Controle de Qualidade Analítica) e seguindo os demais critérios adotados pela Norma ISO/IEC 17025:2005 (ABNT). O Quadro 3 a seguir apresenta os parâmetros determinados em laboratório. Quadro 3 - Parâmetros analisados nas amostras de água e seus indicadores. PARÂMETROS UNIDADES INDICADORES Condutividade a 25 C µs/cm Através da condutividade elétrica pode-se calcular a salinidade da água DBO 5 a 20ºC Ferro Total Fósforo Total Nitratos Nitritos Nitrogênio amoniacal total Oxigênio dissolvido mg/l O2 mg/l Fe mg/l P mg/l N-NO3 mg/l N-NO2 mg/l N-NH3 mg/l O2 ph a 25 C - Sólidos Totais Dissolvidos Turbidez mg/l NTU Parâmetro traçador de presença de contaminação por matéria orgânica As águas ferruginosas permitem o desenvolvimento das chamadas ferro-bactérias, as quais, desde o início do seu desenvolvimento, até a morte, transmitem à água odores fétidos e cores avermelhadas, verde-escuro ou negra; Causa Eutrofização acelerada, com concomitante aumento de odores e gosto na água. Toxicidade sobre todos os organismos aquáticos especialmente peixes Indicador de contaminação por fertilizantes Indicador de contaminação por fertilizantes Indicador de contaminação por fertilizantes Parâmetro traçador de presença de contaminação por matéria orgânica Indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água Afetam a dureza da água e aumentam o grau de poluição A turbidez representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, conferindo uma aparência turva à mesma. É conferida por sólidos em suspensão 14

15 Zinco Coliformes totais Coliformes fecais DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio NTU: Unidade Nefelométrica de Turbidez NMP: Número Mais Provável mg/l Zn NMP/100mL NMP/100mL O zinco é um microelemento necessário ao desenvolvimento e crescimento de plantas e animais, ocorrendo em todas as águas naturais que suportem vida aquática Indicador de contaminação de efluentes sanitários Indicador de contaminação de efluentes sanitários Para a determinação do índice de bactérias coliformes totais e bactérias termotolerantes foi adotada a técnica dos tubos múltiplos, onde < 1,1 NMP/100 ml e (menor que) < 1,8 NMP/100 ml correspondem ao valor de expressão para ausência de bactérias na amostra examinada. A caracterização físico-químico-bacteriológica das águas subterrâneas foi registrada na forma de tabelas e gráficos, que são apresentados como elementos para a análise crítica dos dados. Os resultados foram avaliados segundo recomendações da Resolução CONAMA Nº 396 de 03 de Abril de 2008, que enquadra as águas subterrâneas em classes, segundo os usos preponderantes. As águas subterrâneas no momento do uso deverão atender os seguintes Padrões: Consumo humano, Recreação, Irrigação e dessedentação de animais. O CONAMA 396/08 classifica as águas subterrâneas para usos preponderantes em função do controle das fontes pontuais e difusas de poluição localizadas principalmente nas áreas de recarga de aquífero. Além disso, considera se a qualidade das águas subterrâneas apresenta-se em condições apropriadas para uso in natura e somente em escala pontual apresenta-se com desconformidades; Na referida Resolução (segue Art. 4º) é apresentada lista de parâmetros com maior probabilidade de ocorrência em águas subterrâneas e seus respectivos valores máximos permitidos para cada um dos usos considerados. 15

16 Art. 4º. Os Valores Máximos Permitidos - VMP para o respectivo uso das águas subterrâneas deverão ser observados quando da sua utilização, com ou sem tratamento, independentemente da classe de enquadramento. 4. RESULTADOS 4.1. MONITORAMENTO DO NÍVEL ESTÁTICO DOS POÇOS Os resultados de nível estático registrados nos poços encontram-se na Tabela 1. O Item apresenta a comparação dos resultados com as campanhas anteriores, representados através de gráficos. Tabela 1 - Resultados das medições de nível estático dos poços em todas as campanhas de monitoramento. Campanhas Pré-enchimento Enchimento Pós-enchimento 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª 16ª 17ª 18ª 19ª 20ª POÇO 1 * 13,73 11,6 12,04 13,14 14,11 14,11 14,12 26,1 14,37 14,29 13,83 14,12 14,35 14,11 14,32 13,28 14,84 15,15 15,3 POÇO 2 * 21,61 19,13 19,74 23,34 23,9 22,2 22,26 22,38 36,4 36,1 21,9 22,0 21,93 22,4 22,2 22,35 22,42 22,6 22,4 POÇO 3 16,98 17,2 14,67 15,38 23,96 24,12 25,4 26,83 * * * * * * 12,82 12,65 13,48 13,19 13,0 12,77 P0ÇO 4 11,33 8,62 6,75 9,77 31,0 25,08 28,3 37,21 11,3 14,91 14,96 * 13,84 13,88 13,67 13,29 13,7 14,18 13,79 12,42 POÇO 5 * 5,71 4,98 5,98 6,89 8,01 6,56 6,82 6,64 6,55 6,56 6,66 6,9 7,05 6,6 6,45 6,57 6,93 6,81 6,69 POÇO 6 30,92 31,26 29,98 29,87 31,33 32,7 32,5 31,73 * 31,43 31,56 31,11 31,0 31,07 30,9 30,75 31,9 31,49 31,1 31,05 POÇO 7 * 21,3 19,12 19,44 14,5 14,9 14,5 7,88 11,97 7,32 7,38 7,13 8,5 7,8 6,7 6,6 6,55 6,9 7,05 7,10 * POÇO OBSTRUÍDO 16

17 Nível Estático nos Pontos Amostrais A seguir apresentamos as datas das campanhas de medição de nível estático realizadas e a referência para comparação entre elas, sendo as fases pré-enchimento do reservatório, enchimento e pós-enchimento do reservatório. Fase pré-enchimento: 1ª campanha (nov/10), 2ª campanha (fev/11), 3ª campanha (mai/11) e 4ª campanha (ago/11); Fase de enchimento: duas campanhas, sendo a 1ª campanha em out/12 e 2ª campanha em dez/12; Fase pós-enchimento: 1ª (jan/13), 2ª (fev/13) e 3ª (mar/13) de 2013; Fase pós-enchimento: 4 ª (abr/13), 5ª (mai/13) e 6ª (jun/13) de 2013; Fase pós-enchimento: 7ª (jul/13), 8ª (ago/13) e 9ª (set/13); Fase pós-enchimento: 10ª (out/13), 11ª (nov/13) e 12ª (dez/13). Fase pós-enchimento: 13ª (jan/14) e 14ª (fev/14). A Figura 3 abaixo apresenta a localização dos poços e a distância entre eles e entre os corpos hídricos. Figura 3 - Distância entre os poços de monitoramento. Fonte: Google Earth. 17

18 POÇO 1: Na 3ª campanha pós-enchimento a água apresentou um rebaixamento de 12 m, porém não existe correlação com nenhum fenômeno, sendo considerado um erro de medição, que foi corrigido no gráfico gerado. Na campanha seguinte (4ª) o nível medido retornou ao nível anterior ao rebaixamento, e manteve-se praticamente estável nas campanhas posteriores, com pequenas variações (Gráfico 1). Gráfico 1 - Medições de nível estático no Poço 1. Durante todo o período de monitoramento percebem-se pequenas oscilações no nível da água desse poço, e não se percebem interferências sazonais no nível, o que pode ter relação com permeabilidade do solo e/ou a velocidade de recarga do lençol freático. POÇO 2: Esse poço não apresentou grandes alterações de nível durante as campanhas de préenchimento e enchimento. Somente nas 4ª e 5ª campanhas de pós-enchimento o nível apresentou um grande rebaixamento em torno de 14 m. Na 6ª campanha o nível voltou a 18

19 subir, e nas campanhas posteriores apresentou pequenas variações mantendo-se praticamente estável, como se verifica no Gráfico 2. Obs.: Poço lacrado na 1ª campanha pré-enchimento. Gráfico 2 - Medições de nível estático no Poço 2. O monitoramento apresentou pequenas alterações. Após o enchimento, nas 4ª e 5ª campanhas, o nível mostrou rebaixamento, e logo no mês seguinte o nível voltou ao valor medido nas campanhas anteriores, estabilizando-se. POÇO 3: Nas campanhas de enchimento o nível d água baixou em comparação às campanhas realizadas antes do enchimento. Não há dados para comparação da 3ª até a 8ª campanha, sendo estimado o nível no gráfico gerado. Verifica-se que o nível apresenta leve elevação e da 9ª campanha em diante o nível mostra estabilidade (Gráfico 3). Obs.: Da 3ª até a 6ª campanha pós-enchimento o poço esteve lacrado. 19

20 Gráfico 3 - Medições de nível estático do Poço 03. Nesse poço foi verificado um rebaixamento em torno de 8,0 metros a partir da 1ª campanha enchimento. Da 3ª a 8ª campanha pós-enchimento o nível não foi medido, voltando a ser medido a partir da 9ª campanha. POÇO 4: Nas campanhas de pré-enchimento o nível mais elevado atingiu 6,75 m. Nas campanhas de enchimento (out e dez/12) o nível atingiu 25,08 m. A partir da 4ª campanha pósenchimento o nível mostrou-se estável (Gráfico 4). O poço 4 está situado bem próximo a barragem e ao lago formado com o enchimento (reservatório), e por isso seria esperado que o nível elevasse, o que não ocorreu. Isso pode ter relação com a vazão de recarga do lençol freático. Obs.: Na 6ª campanha o poço se encontrava obstruído. 20

21 Gráfico 4 - Medições de nível estático no Poço 04. O poço 4 apresentou rebaixamento nas campanhas relativas ao enchimento. Após a 2ª campanha pós-enchimento o nível voltou a subir, e manteve-se estável. POÇO 5: O poço 5 está localizado a montante do reservatório. Não são percebidas grandes variações no nível d água nesse poço. Observou-se que após o enchimento do reservatório o nível da água mostrou pequenas oscilações. A água encontra-se bem próxima da superfície, sendo um poço raso (Figura 5). Obs.: Na 1ª campanha pré-enchimento esse poço esteve lacrado. 21

22 Gráfico 5 - Medições de nível estático no Poço 05. O comportamento do poço 5 apresentou poucas oscilações, com um rebaixamento mais considerável de 1,12 metros na 2ª campanha realizada durante o enchimento do reservatório, voltando a subir na 1ª campanha realizada após o enchimento e se estabilizando nas campanhas seguintes. POÇO 06: Durante todas as campanhas, a medição do nível da água apresentou variação pequena na faixa de 2,83 m, sendo pouco significativa. Percebe-se que esse poço é mais profundo que os demais, com rebaixamento mínimo da água de 29,87 metros registrado em agosto/11 e máximo de 32,7 metros em dezembro/12 (Gráfico 6). Obs.: O nível não foi medido na 3ª campanha pós-enchimento devido o poço estar obstruído. 22

23 Gráfico 6 - Medição de nível estático no Poço 06. Esse poço não registrou nenhuma alteração significativa em seu nível durante as campanhas de medição realizadas. Na 3ª campanha realizada após o enchimento o nível não foi medido, porém na campanha seguinte o nível continuou sem alterações, mantendo-se estável nas demais campanhas. POÇO 7: Esse poço mostrou muitas oscilações entre as campanhas. O nível foi se elevando no decorrer das campanhas, sendo verificado nas últimas campanhas que o nível se estabilizou, chegando a sete (7,0) metros, conforme mostra o Gráfico 7. A localização do poço é a montante, entre os dois rios que constituem o empreendimento, sendo eles o rio São Domingos e o rio Verde. Obs.: Na 1ª campanha pré-enchimento o poço estava obstruído. 23

24 Gráfico 7 - Medição de nível estático no Poço 07. Desde o começo do monitoramento, esse poço vem apresentando elevação no nível d água, estando situado à montante entre os dois rios que constituem o empreendimento. Nas Figuras 4 a 9 a seguir estão dispostos registros fotográficos de coletas realizadas nos poços localizados na área de influência da UHE São Domingos durante as campanhas de monitoramento. Figura 4- Retirada de água no poço de monitoramento. Figura 5 Medição de nível do poço

25 Figura 6 - Cercado do poço 04. Figura 7 - Poço 03. Figura 8 Descida da sonda para medição do nível. Figura 9 Poço MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Parâmetros Físico-químicos e Biológicos As Tabelas 2, 3, 4 e 5 contemplam os resultados de qualidade das águas obtidos em oito campanhas de monitoramento, em comparação aos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 396/08 que estabelece classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas. 25

26 Tabela 2 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas - dezembro de 2010 e maio de 2012 fase pré-enchimento. Parâmetros LQ CONAMA 396/08 VMP P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 Dez/10 Mai/12 Dez/10 Mai/12 Dez/10 Mai/12 Dez/10 Mai/12 Dez/10 Mai/12 Dez/10 Mai/12 Dez/10 Mai/12 Condutividade (µs/cm) Demanda bioquímica de oxigênio (mg/l O2) Ferro total (mg/l Fe) Fósforo total (mg/l P) Nitratos (mg/l N-NO3) Nitritos (mg/l N-NO2) Nitrogênio amoniacal total (mg/l N-NH3) 0,7 NR 28 22, ,6 56,1 20, ,3 26,9 23 8, ,6 0,2 NR 3,2 2,0 1,3 1,1 1,1 1,0 1,4 1,3 2,4 1,0 3,2 2,5 1,6 1,2 0,04 0,3 < LQ 0,092 < LQ < LQ < LQ 0,11 < LQ 0,06 0,077 0,17 0,299 0,05 < LQ < LQ 0,004 NR 0,163 < LQ 0,017 < LQ 0,007 < LQ 0,032 < LQ 0,286 < LQ 0,089 < LQ 0,059 < LQ 0,01 10,0 0,02 < LQ 0,02 < LQ 0,12 < LQ 0,02 < LQ 0,05 < LQ 0,02 < LQ 0,92 < LQ 0,001 1,0 < LQ 0,02 < LQ 0,02 < LQ 0,13 < LQ 0,01 < LQ 0,04 0,01 0,01 < LQ 0,43 0,01 NR 0,05 < LQ 0,02 < LQ 0,02 0,22 0,03 < LQ 0,04 < LQ 0,02 < LQ 0,08 0,57 Oxigênio dissolvido 0,1 NR 8,0 5,8 7,0 6,2 7,4 7,1 7,4 7,7 4,0 2,5 9,2 8,3 8,3 6,6 (mg/l O2) ph a 25 C - NR 6,71 7,55 6,43 5,61 6,1 6,18 7,41 6,68 5,8 6,45 6,56 7,35 6,71 6,5 Sólidos totais dissolvidos (mg/l) 0, ,0 15,4 12,43 49,5 23,98 30,85 11,27 123,2 105,05 11,71 14,79 12,65 4,59 30,8 33,33 Turbidez (NTU) 0,21 NR 0,37 0,49 0,36 < LQ 0,43 0,41 0,25 0,22 0,34 0,25 0,74 < LQ < LQ 0,25 Zinco (mg/l Zn) 0,007 5,0 0,018 0,25 < LQ 0,25 < LQ 0,27 < LQ 0,6 < LQ 0,09 < LQ 0,26 0,108 < LQ Índice de coliformes totais (NMP/100 ml) - NR Ausente 7,8x10 1 4,5x10 1 Ausente 2,0x10 1 1,3x10 1 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Índice de coliformes - Ausência Ausente Ausente 2,0x10 1 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente termotolerantes (NMP/100 LQ: Limite ml) de Quantificação; NR: Não há referência na legislação; NMP: Número mais provável; VMP: Valor máximo permitido. 26

27 Tabela 3 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas - outubro e dezembro de 2012 fase enchimento. Parâmetros LQ CONAMA 396/08 VMP P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 Out/12 Dez/12 Out/12 Dez/12 Out/12 Dez/12 Out/12 Dez/12 Out/12 Dez/12 Out/12 Dez/12 Out/12 Dez/12 Condutividade (µs/cm) 0,7 NR 11,0 15,56 40,0 44,7 18,0 16,0 171,0 187,1 18,0 112,8 11,0 9,25 74,0 19,2 Demanda bioquímica de oxigênio (mg/l O2) 0,2 NR 0,4 2,0 1,2 2,8 0,7 1,8 0,2 1,5 0,6 2,3 0,6 2,5 0,4 2,1 Ferro total (mg/l Fe) 0,04 0,3 0,05 0,058 0,033 0,034 0,028 0,036 0,032 0,052 0,047 0,042 0,30 0,045 0,039 < LQ Fósforo total (mg/l P) 0,004 NR < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ Nitratos (mg/l N-NO3) 0,01 10,0 0,01 < LQ 0,01 < LQ 0,01 0,13 0,01 0,01 0,01 < LQ 0,01 < LQ 0,01 < LQ Nitritos (mg/l N-NO2) 0,001 1,0 < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ Nitrogênio amoniacal total (mg/l N-NH3) 0,01 NR 0,01 < LQ 0,01 < LQ 0,01 < LQ 0,01 0,01 0,01 < LQ 0,01 < LQ 0,01 < LQ Oxigênio dissolvido 0,1 NR 3,71 4,98 4,37 6,26 4,99 7,2 5,63 7,0 3,56 6,8 5,38 7,3 6,85 5,75 (mg/l O2) ph a 25 C - NR 5,71 5,40 6,70 5,69 5,77 5,03 8,61 7,74 6,43 6,52 5,36 5,14 7,03 5,99 Sólidos totais dissolvidos (mg/l) 0, ,0 7,0 8,56 26,0 54,84 11,0 8,81 111,0 102,91 12,0 62,04 7,0 5,09 48,0 10,58 Turbidez (NTU) 0,21 NR 5,41 1,40 1,80 0,36 0,63 0,56 0,46 0,42 0,17 0,47 0,81 3,60 1,89 0,51 Zinco (mg/l Zn) 0,007 5,0 0,008 0,002 0,011 0,004 0,008 0,005 0,011 0,004 0,011 0,013 0,018 0,001 0,014 0,006 Índice de coliformes totais (NMP/100 ml) Índice de coliformes termotolerantes (NMP/100 ml) - NR 4,5 2,3x10 1,3x10 1 Ausente 4,5 2,3x10 2 Ausente Ausente Ausente 4,5 1,3x10 1 Ausente 1,3x10 2 Ausente - Ausência 2,0 Ausente 2,0 Ausente Ausente 7,8x10 Ausente Ausente Ausente 2,0 2,0 Ausente Ausente Ausente LQ: Limite de Quantificação; NR: Não há referência na legislação; NMP: Número mais provável; VMP: Valor máximo permitido. 27

28 Parâmetros Condutividade a 25 C (µs/cm) Demanda bioquímica de oxigênio (mg/l O2) Tabela 4 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas março e junho de 2013 fase pós-enchimento. CONAMA 396/08 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 LQ 0,7 VMP NR Mar/13 21,0 Jun/13 10,14 Mar/13 40,0 Jun/13 40,0 Mar/1 3 14,0 Jun/13 11,34 Mar/13 178,0 Jun/13 181,9 Mar/13 18,0 Jun/13 17,87 Mar/13 11,0 Jun/13 16,0 Mar/13 135,0 Jun/13 42,0 0,2 NR 2,0 1,4 0,9 2,1 0,9 1,8 0,1 2,0 2,1 1,6 0,1 2,0 0,2 1,6 Ferro total (mg/l Fe) 0,04 0,3 0,127 0,121 0,199 0,04 0,046 0,04 < LQ 0,04 0,242 0,04 0,228 0,04 < LQ O,04 Fósforo total (mg/l P) 0,004 NR < LQ 0,092 < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ 0,033 < LQ < LQ Nitratos (mg/l N-NO3) 0,01 10,0 0,01 0,4 0,01 0,4 < LQ 0,9 < LQ 0,4 < LQ 0,3 0,01 0,3 0,06 1,8 Nitritos (mg/l N-NO2) 0,001 1,0 < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ 0,004 0,004 < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ Nitrogênio amoniacal total (mg/l N-NH3) 0,01 NR 0,01 < LQ 0,01 < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ 0,01 < LQ < LQ < LQ Oxigênio dissolvido 0,1 NR 3,78 3,95 4,85 4,85 6,61 5,5 4,85 4,6 2,96 3,9 5,94 5,0 5,19 4,5 (mg/l O2) ph a 25 C - NR 5,60 5,62 6,06 6,08 5,27 5,83 7,70 6,02 5,75 5,75 5,66 5,36 6,96 6,63 Sólidos totais dissolvidos (mg/l) 0, ,0 11,55 5,57 22,0 22,0 7,7 6,24 97,8 100,45 9,9 9,82 8,81 8,80 74,25 23,1 Turbidez (NTU) 0,21 NR 7,25 2,25 0,24 0,35 0,58 0,39 0,26 0,24 5,89 0,28 0,28 0,33 0,95 0,46 Zinco (mg/l Zn) 0,007 5,0 < LQ 0,075 < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ 0,009 < LQ 0,007 < LQ < LQ < LQ Índice de coliformes totais (NMP/100 ml) Índice de coliformes termotolerantes (NMP/100 ml) - NR 3,9x10 2,3x10 1,7x10 Ausente 1,6x10 3 2,3x10 2 9,2x10 2 Ausente 1,7x10 4,5 Ausente Ausente Ausente Ausente - Ausência 6,8 Ausente 7,8 2,0 1,4x10 Ausente 1,7x10 Ausente 4,5 Ausente Ausente 2,0 Ausente Ausente LQ: Limite de Quantificação; NR: Não há referência na legislação; NMP: Número mais provável; VMP: Valor máximo permitido. 28

29 Tabela 5 - Resultados das campanhas de monitoramento de águas subterrâneas setembro e dezembro de 2013 fase pós-enchimento. PARÂMETROS LQ CONAMA 396/08 VMP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 Set/13 Dez/13 Set/13 Dez/13 Set/13 Dez/13 Set/13 Dez/13 Set/13 Dez/13 Set/13 Dez/13 Set/13 Dez/13 Condutividade a 25 C (µs/cm) Demanda bioquímica de oxigênio (mg/l O2) Ferro total (mg/l Fe) Fósforo total (mg/l P) Nitratos (mg/l N-NO3) Nitritos (mg/l N-NO2) Nitrogênio amoniacal total (mg/l N-NH3) 0,7 NR 11,52 20,5 43,0 *NÃO COLETADO 11,45 5,1 187,7 180,9 18,43 16,7 6,04 11,1 156,6 0,2 NR 0,1 1,7 0,1 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,7 0,8 0,04 0,3 0,08 0,075 < LQ < LQ 0,114 < LQ 0,065 < LQ 0,101 < LQ 0,095 < LQ 0,004 NR < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ 0,862 0,01 10,0 0,1 < LQ 0,2 0,5 < LQ 0,1 < LQ 0,3 < LQ 0,1 < LQ 1,4 0,001 1,0 < LQ 0,002 < LQ < LQ 0,001 < LQ 0,001 < LQ 0,002 < LQ < LQ < LQ 0,01 NR < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ < LQ Oxigênio dissolvido 0,1 NR 5,3 4,7 6,7 4,9 6,4 5,8 6,0 5,3 5,9 5,8 5,1 4,5 (mg/l O2) ph a 25 C - NR 5,59 7,70 6,22 5,17 6,80 7,79 6,20 6,39 6,25 5,27 5,76 7,02 Sólidos totais 0, ,0 6,33 11,3 23,65 6,29 2,80 103,23 99,5 10,13 9,18 3,32 6,10 86,13 dissolvidos (mg/l) Turbidez (NTU) 0,21 NR 1,81 1,72 0,60 0,83 0,71 0,70 0,94 0,73 0,72 0,74 0,50 0,64 *NÃO COLETADO Zinco (mg/l Zn) 0,007 5,0 0,038 0,043 0,031 0,048 0,131 0,037 0,299 0,04 0,036 0,049 0,207 0,058 Índice de coliformes totais (NMP/100 ml) Índice de coliformes termotolerantes (NMP/100 ml) - NR Ausente Ausente 2,4x10 2 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 4,5 Ausente Ausente - Ausência Ausente Ausente 2,0 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 2,0 Ausente Ausente LQ: Limite de Quantificação; NR: Não há referência na legislação; NMP: Número mais provável; VMP: Valor máximo permitido. *O poço 02 e 07 não estavam funcionando. 29

30 Dados Físicos Segundo BRANCO (1978), a turbidez da água é devida à dispersão dos raios luminosos causada pela presença de partículas em suspensão na água. A turbidez das águas subterrâneas esteve baixa. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o limite máximo de turbidez em água potável deve ser 5 UNT. As águas subterrâneas normalmente não apresentam problemas devido ao excesso de turbidez. Em alguns casos, águas ricas em íons Fe, podem apresentar uma elevação de sua turbidez quando entram em contato com o oxigênio do ar (CORREIA et al, 2008). O Gráfico 8 ilustra os valores de turbidez nos pontos amostrais. A turbidez esteve baixa em todos os pontos, com exceção dos pontos P1 (1ª campanha enchimento e 1ª campanha pós-enchimento) e P5 (1ª campanha pós-enchimento). Embora esses valores sejam bem próximos aos recomendados pela Portaria 2914/11 MS para consumo humano, é possível que tenham relação com eventos chuvosos. Gráfico 8 - Valores de turbidez obtidos nas campanhas de monitoramento. 4º Relatório de Monitoramento do Nível Estático e Qualidade das Águas Subterrâneas Fase Pós-enchimento - UHE São Domingos 30

31 Os valores para sólidos totais dissolvidos verificados em todas as campanhas estiveram bem abaixo do valor máximo permitido pela legislação CONAMA 396/08 que é de mg/l (Gráfico 9). O poço 4 apresentou os valores mais elevados, corroborando aos valores de condutividade medidos nesse poço. Gráfico 9 - Valores de sólidos totais dissolvidos nas campanhas de monitoramento. A condutividade também fornece boa indicação das modificações na composição de uma água, especialmente na sua concentração mineral. A condutividade da água aumenta à medida que mais sólidos dissolvidos são adicionados. Altos valores podem indicar características corrosivas da água (CETESB, 2010). A condutividade elétrica apresentou-se mais elevada no poço 4 durante todo o monitoramento, mesmo antes da instalação da UHE São Domingos, conforme verificamos no Gráfico 10, sendo considerada essa elevada condutividade uma característica própria da água nesse local. Segundo JUNIOR et al (2006) este parâmetro está intrinsecamente correlacionado à geologia de cada local, ou seja, o arcabouço de rochas, minerais e sedimentos que 31

32 constituem uma determinada região, os quais influenciam diretamente os íons que compõem as águas superficiais e subterrâneas. Gráfico 10 - Valores de condutividade elétrica nas campanhas de monitoramento. O ph mostrou oscilações durante as campanhas, variando de um poço a outro (Gráfico 11). O poço 4 mostrou valores de ph mais elevados (neutro), porém a média apresentou o ph com caráter mais ácido em todos os poços monitorados. De acordo com MORAES et al, 2006 apud SANTOS, 2000, a maioria das águas subterrâneas tem ph entre 5,5 e 8,5. O ph na maior parte das águas subterrâneas é controlado pelo teor de dióxido de carbono dissolvido e carbonatos, variações nesses valores normalmente estão associadas ao uso e ocupação do solo e a efeitos sazonais (CARMO, 2007). 32

33 Gráfico 11 - Valores de ph obtidos nas campanhas de monitoramento. Em geral, as concentrações dos nutrientes presentes nas águas subterrâneas são mais elevadas do que as encontradas em rios, lagos e estuários, compensando assim o menor fluxo das águas subterrâneas com relação ao escoamento superficial (ANDRADE et al, 2011). No meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado nas seguintes formas: nitrogênio molecular (N2) escapando para a atmosfera, nitrogênio orgânico (dissolvido e em suspensão), amônia (livre NH3 e ionizada NH4 + ), nitrito (NO2 - ) e nitrato (NO3 - ) (VON SPERLING, 2005). Os registros de nitrogênio amoniacal total durante as campanhas de monitoramento apresentaram-se em grande parte abaixo do limite de quantificação do método (< 0,01 mg/l) (Gráfico 12), e foram considerados pouco significantes, não apresentando contaminação por esse composto. A legislação não faz referência a esse parâmetro. 33

34 Gráfico 12 - Valores de nitrogênio amoniacal total nas campanhas de monitoramento. Nas águas subterrâneas, os diferentes compostos nitrogenados ocorrem em teores em geral abaixo de 5 mg/l, e as formas de nitritos e amônia normalmente são ausentes, devido serem rapidamente convertidos a nitrato pelas bactérias (CARMO, 2007). As variações dos teores de compostos nitrogenados na água subterrânea conforme CARMO (2007) pode resultar da penetração direta da água de superfície ou da infiltração de água enriquecida através das camadas sobrejacentes do solo. O nitrito registrou valores bem abaixo do recomendado pela legislação (1,0 mg/l N) em todos os poços, sendo que em algumas campanhas esteve abaixo de LQ (Limite de quantificação do método). Todos os pontos atendem ao valor máximo permitido na legislação (1,0 mg/l), conforme demonstra o Gráfico

35 Gráfico 13 - Valores de nitritos obtidos nas campanhas de monitoramento. Segundo PACHECO et al (2002) o poluente inorgânico mais comum identificado nas águas subterrâneas é o nitrogênio dissolvido na forma de nitrato, sendo mais estável, e em concentrações indesejáveis (maiores do que 45,0 mg/l) pode ser potencialmente perigoso em sistemas aquíferos (FREEZE& CHERRY, 1979 apud PACHECO et al, 2002). Embora o nitrato seja a principal forma pela qual o nitrogênio é encontrado na água, as águas subterrâneas também podem apresentar esse composto sob a forma de amônio, amônia, nitritos, óxido nitroso e nitrogênio orgânico, incorporados às substâncias orgânicas. CARMO (2007) afirma que o NO-3 é a principal forma de N lixiviado às águas subterrâneas, pois sendo um íon negativamente carregado, é repelido pelas partículas do solo e pode ser carreado com a água que percola. Para o nitrato, os valores estiveram abaixo de LQ (0,1 mg/l NO3) em grande parte das campanhas (Gráfico 14), estando dentro dos padrões recomendados pela legislação CONAMA 396/08 para consumo humano (mais restritivo) que é de 10 mg/l N-NO3. 35

36 Gráfico 14 - Valores de nitrato obtidos nas campanhas de monitoramento. O oxigênio é um dos mais importantes elementos na dinâmica e caracterização de ecossistemas aquáticos, embora não seja um parâmetro tão significativo em água subterrânea. A maior parte do ar dissolvido na água que infiltra no solo é consumido na oxidação da matéria orgânica durante a percolação da água na zona de aeração (FEITOSA & FILHO, 2000). Com relação ao Oxigênio Dissolvido (OD), a maioria das amostras esteve dentro do valor normalmente encontrado em águas subterrâneas que vai de zero a 5 mg/l, segundo FEITOSA & FILHO (2000) (ver Gráfico 15). Esse parâmetro não é referenciado na legislação, portanto não há limites para oxigênio dissolvido em águas subterrâneas. Vital para os organismos aeróbios presentes na água, o oxigênio livre presente na água vem do contato desta com a atmosfera ou produzido por processos fotossintéticos. Nas águas subterrâneas pode estar em pequena quantidade, já que maior parte do ar dissolvido é consumido na oxidação da matéria orgânica durante a percolação da água na zona de aeração. 36

37 Gráfico 15 - Valores de OD obtidos nas campanhas de monitoramento. A DBO corresponde à quantidade de oxigênio que é consumida pelos microrganismos, na oxidação biológica, quando mantida a uma dada temperatura por um espaço de tempo determinado (BRANCO, 1978), sendo considerado um parâmetro indicador de contaminação orgânica. Como não há limite de DBO na legislação em águas subterrâneas, se tomarmos como referência o limite estipulado para águas superficiais (5,0 mg/l O2), podemos dizer que os valores registrados nos poços estiveram baixos, com o maior registro de 3,2 mg/l O2 medido nos poços P1 e P6 na 1ª campanha pré-enchimento, demonstrando baixa carga orgânica (Gráfico 16). A percolação de águas de chuva nas camadas de solo e subsolo produzem transferência de parte da matéria orgânica do solo para as águas subterrâneas (CUSTODIO & LLAMAS, 1976 apud DIAS & LIMA, 2004). 37

38 Gráfico 16 - Valores de DBO obtidos nas campanhas de monitoramento. O Ferro pode estar presente com baixos teores em quase todas as águas, e aparece principalmente em águas subterrâneas devido à dissolução do minério pelo gás carbônico da água. Embora não constitua um elemento tóxico, pode trazer diversos problemas para o abastecimento público de água. Confere cor e sabor à água, provocando manchas em roupas e utensílios sanitários. Também traz o problema do desenvolvimento de depósitos em canalizações e de ferro-bactérias, provocando a contaminação biológica da água na própria rede de distribuição. Por estes motivos, o ferro constitui-se em padrão de potabilidade, estabelecendo-se a concentração limite de 0,3 mg/l pela Portaria 2914/04 do Ministério da Saúde. Foi verificado que no poço P6 na 1ª campanha pré-enchimento e 1ª campanha enchimento o ferro esteve no limite do recomendado para consumo humano, apresentando diminuição na campanha seguinte. Todos os poços atenderam a legislação (Gráfico 17). 38

39 Gráfico 17 - Valores de Ferro obtidos nas campanhas de monitoramento. O Fósforo não apresenta risco para a saúde quando ocorre na água potável. Todavia, tem importante significado ambiental. Isto porque a sua presença em corpos de água superficial produz crescimento acelerado de algas e vegetação aquática, produzindo assim eutrofização do sistema aquático. A sua ocorrência nas águas subterrâneas é importante em situações onde existem conexões dos aquíferos com as águas superficiais (FEITOSA& FILHO, 2000). Os resultados de Fósforo não foram representativos, e em grande parte do monitoramento estiveram abaixo do LQ (0,004) em vários poços, conforme demonstra o Gráfico

40 Gráfico 18 - Valores de Fósforo obtidos nas campanhas de monitoramento. O zinco é um elemento necessário para o organismo em pequenas quantidades. No entanto, o consumo de grandes quantidades do metal, seja por água, alimentos ou suplementos nutricionais, pode afetar a saúde. Entre os metais pesados é o mais solúvel. A sua concentração geralmente é inferior a 10 µg/l nas águas subterrâneas (MATHEUS, 1973 apud FEITOSA & FILHO, 2000). Todos os poços de monitoramento de água subterrânea, situados na área de influência da UHSD, atendem ao preconizado na legislação CONAMA 396/08 para o consumo humano (5,0 mg/l), sendo esse o uso mais restritivo da legislação. O maior valor de zinco foi registrado no poço P4 (0,6 mg/l Zn) na 2ª campanha pré-enchimento (Gráfico 19). 40

41 Gráfico 19 - Valores de Zinco obtidos nas campanhas de monitoramento Dados Biológicos De acordo com BASTOS et al (2000), na avaliação da qualidade de águas naturais, os coliformes totais têm valor sanitário limitado. Sua aplicação restringe-se praticamente à avaliação da qualidade da água tratada, onde sua presença pode indicar falhas no tratamento, uma possível contaminação após o tratamento ou, ainda a presença de nutrientes em excesso, por exemplo, nos reservatórios ou nas redes de distribuição. Ainda segundo esse autor, a presença de coliformes totais em baixas densidades pode ser desprovida de qualquer significado sanitário. Em algumas campanhas os coliformes totais não foram registrados. Os maiores valores de coliformes totais foram detectados no poço P3 (Gráfico 20), porém a legislação CONAMA 396/08 só faz referência a esse parâmetro em águas subterrâneas para consumo humano, onde a recomendação é que estejam ausentes. 41

42 Gráfico 20 - Valores de coliformes totais obtidos nas campanhas de monitoramento. CAPPI, 2002 apud AYACH et al, 2009 salienta que as fontes de contaminação das águas subterrâneas são diversas e podem originar compostos químicos, orgânicos e inorgânicos, como bactérias do grupo coliformes, sendo estas indicadoras da qualidade higiênicosanitária, destacando-se os coliformes fecais. Os coliformes termotolerantes (fecais) são um grupo de bactérias indicadoras de organismos originários predominantemente do trato intestinal humano e de outros animais (VON SPERLING, 1996). Os coliformes termotolerantes foram detectados nas campanhas 1ª campanha préenchimento (P2), 1ª campanha enchimento (P1, P2 e P6), 1ª campanha pós-enchimento (P1, P2, P3, P4 e P5), 2ª campanha pós-enchimento (P3 e P5) e 3ª campanha pósenchimento (P2 e P6). Na 4ª campanha pós-enchimento, nos poços P2 e P7, não houve coleta, pois a bomba dos poços estava estragada (Gráfico 21). A legislação CONAMA 396/08 recomenda ausência de coliformes termotolerantes para o consumo humano da água. Sendo assim, os poços atendem a legislação apenas para outros usos preponderantes, que não consumo humano. 42

43 Gráfico 21 Valores de coliformes termotolerantes obtidos nas campanhas de monitoramento. 5. COMPARAÇÃO ENTRE AS CAMPANHAS REALIZADAS MONITORAMENTO QUANTITATIVO O Gráfico 22 apresenta o comportamento do nível dos poços no período de novembro de 2010 até fevereiro de 2014, totalizando 20 campanhas de monitoramento do nível d'água nos poços localizados na área de influência da UHSD. Vale ressaltar que as primeiras campanhas, referentes ao pré-enchimento, aconteceram em intervalo longo (um ano) das campanhas de enchimento. Esse intervalo pode interferir nos resultados, e não representar a real situação dos poços durante o período. Do enchimento em diante, as campanhas aconteceram mensalmente. 43

44 Gráfico 22 Comparação do comportamento dos níveis d água medido em todas as campanhas do monitoramento. Os poços 3, 4, 5 e 7 estão localizados todos a montante da barragem, próximos aos limites do reservatório, e o poço 6 distante dos limites. Já os poços 1, 2 estão a jusante da barragem, porém um pouco afastados dos limites do reservatório. Nas últimas campanhas pós-enchimento o nível da água nos poços vem apresentando uma tendência à estabilidade, com pequenas e eventuais oscilações, que podem estar relacionadas a períodos de sazonalidade (seca e chuva), porém essas interferências não são muito representativas, e percebe-se que a recarga do lençol é lenta. Os poços 3 e 4 apresentaram decaimento do nível no período de enchimento do reservatório, porém no P3 a água já voltou ao nível normal medido no início do monitoramento (pré-enchimento), e no P4 o nível apresenta-se menor (± 13 m) que no período do pré-enchimento (± 7 m). O poço 7 apresentou uma progressão no nível da água, elevando esse nível de 19 metros medidos anteriormente ao enchimento para 7 metros, sendo o único dos poços monitorados que demonstra alteração significativa. Esse 44

45 poço se localiza entre os dois rios que formam o reservatório, a montante da barragem, e pode estar sofrendo interferência com o enchimento. Segundo REBOUÇAS et al., 2002 as maiores taxas de recarga ocorrem nas regiões planas, bem arborizadas, e nos aquíferos livres. Nas regiões de relevo acidentado, sem cobertura vegetal, sujeitas a práticas de uso e ocupação que favorecem as enxurradas, a recarga ocorre mais lentamente e de maneira limitada. No geral, o nível d água nos poços tende a estabilizar, e na maioria dos poços de monitoramento já apresenta certa estabilidade. MONITORAMENTO QUALITATIVO As águas subterrâneas monitoradas na área de influência da UHE São Domingos não apresentaram alterações, não evidenciando assim modificações nos ambientes estudados, considerando dois cenários, antes e após o enchimento. De maneira geral, o ph medido nos poços apresentou caráter mais ácido. A DBO esteve baixa em todas as campanhas, demonstrando baixa carga orgânica na água dos poços estudados. O Ferro mostrou valores mais elevados nas campanhas de períodos chuvosos, porém os valores não ultrapassaram a legislação em nenhuma das campanhas, atendendo assim ao recomendado pelo CONAMA 396/08. Quanto ao Zinco, todos os poços do monitoramento apresentaram-se em conformidade com a Resolução CONAMA 396/08, na qual não deve exceder 5,0 mg/l Zn para o consumo humano. A série nitrogenada apresentou-se pouco representativa, com valores baixos e atendendo ao recomendado na legislação durante todo o monitoramento, não evidenciando contaminação por esses compostos. 45

46 A condutividade elétrica esteve alta no poço P4 em todas as campanhas, indicando maior concentração iônica na água desse poço, e consequentemente, os sólidos totais dissolvidos foram maiores, já que são diretamente proporcionais. O poço P4 é o mais profundo de todos, apresentando 280 metros de profundidade. Nos demais poços a água apresentou condutividade moderada. Nos poços 2 e 7 não foram realizadas análises da água na campanha de dezembro de 2013, porque não foi possível coletar a água em virtude das bombas dos poços estarem estragadas. O grupo dos coliformes totais e fecais inclui espécies de origem não-exclusivamente fecal, e segundo a OMS (1995) podem ocorrer naturalmente no solo, na água e em plantas. Em algumas campanhas esses organismos foram registrados. O poço 3 foi o que evidenciou maior índices de coliformes. O que se percebe é que há uma contaminação, porém não há ocorrência dela em todas as campanhas. A primeira campanha pós-enchimento apresentou coliformes em 71% dos poços. Em junho de 2013 os coliformes estiveram ausentes nas amostras. Em setembro de 2013 houve registro nos poços 2 e 6. Na campanha de dezembro de 2013 nenhum poço registrou contaminação por coliformes termotolerantes, e os coliformes totais foram registrados apenas no poço 4. 46

47 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O nível estático, na maioria dos poços monitorados no período estudado (2010 a 2014) apresenta durante as últimas campanhas tendência a estabilidade. As pequenas oscilações percebidas podem estar relacionadas a precipitações, porém no geral, a recarga do lençol freático é lenta. De acordo com ALBUQUERQUE FILHO et al (2010), um barramento em um curso d água, por menor que seja, resultará em introdução de stress no ciclo hidrológico e, como decorrência, alterará o equilíbrio estabelecido, induzindo rearranjos na busca da retomada da estabilização, ainda que em situação distinta da original. Geralmente as águas subterrâneas apresentam uma qualidade superior às águas superficiais, mas não necessariamente são potáveis, também acabam requerendo análises periódicas e sistemas de tratamento adequados para sua posterior utilização, em função da qualidade requerida para as diferentes finalidades. O enquadramento das águas subterrâneas dar-se-á de acordo com as normas e procedimentos definidos na Resolução do CNRH nº 91 observadas as seguintes diretrizes ambientais: As classes serão estabelecidas com base nos usos preponderantes mais restritivos atuais ou pretendidos, exceto para a classe 4, para a qual deverá prevalecer o uso menos restritivo. Será realizado por aquífero, na profundidade onde estão ocorrendo as captações para os usos preponderantes, devendo ser considerados no mínimo: I. A caracterização hidrogeológica e hidrogeoquímica; II. A caracterização da vulnerabilidade e dos riscos de poluição; III. O cadastramento de poços existentes e em operação; IV. O uso e a ocupação do solo e seu histórico; V. A viabilidade técnica e econômica do enquadramento; VI. A localização das fontes potenciais de poluição; 47