Eliane Fernandes Marques

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1 UN IVERSIDADE CÂN DIDO MEN DES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SEN SU IN STITUTO A VEZ DO MESTRE CON TABILIDADE GEREN CIAL ASSOCIADA AO PALAN EJAMEN TO E CON TROLE DE PRODUÇÃO (PCP) COMO FERRAMEN TA N A REDUÇÃO DE CUSTOS E DE OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS IN DUSTRIAIS Orientadora.: Ana Claudia Morrissy Eliane Fernandes Marques Rio de Janeiro 2010

2 CON TABILIDADE GEREN CIAL ASSOCIADA AO PALAN EJAMEN TO E CON TROLE DE PRODUÇÃO (PCP) COMO FERRAMEN TA N A REDUÇÃO DE CUSTOS E DE OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS IN DUSTRIAIS OBJETIVOS: Trabalho apresentado ao Instituto a Vez do Mestre pela Universidade Cândido Mendes como requisito para obtenção do certificado de Pós-Graduação em Finanças e Gestão Corporativa.

3 AGRADECIMEN TOS Aos meus pais que sempre se esforçaram para que eu pudesse dar continuidade aos meus estudos, a minha irmã que esteve lado a lado nesta jornada, ao meu irmão que me apoiou, aos meus familiares que me incentivaram a ir além, aos amigos que compreenderam a algumas renuncias, aos mestres que conduziram as aulas compartilhando seus conhecimentos e principalmente a Deus a me dar saúde, força e determinação para seguir em frente.

4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais que sempre fizeram de tudo, dispensaram todos os esforços para que eu chegasse até aqui e é por eles que eu vou além.

5 RESUMO Este estudo apresenta e descreve algumas diferentes funções executadas pela Contabilidade Gerencial associada ao planejamento e controle de produção (PCP) para apoiar os sistemas produtivos visando a redução de custos, pois a indústria tem sido muito estimulada para tornar seus processos mais eficientes. Esta demanda advém da maior competitividade imposta pelas transformações que têm afetado a ordem econômica mundial. O Brasil se enquadra também nesta tendência e tem experimentado profundas mudanças no setor produtivo no que tange a modernização de seus processos de produção, melhoria da qualidade de seus produtos e racionalização administrativa. Em um sistema industrial, toda vez que são formulados objetivos, é necessário formular planos de como atingi-lo, organizar recursos humanos, físicos e financeiros necessários para a ação, dirigir a ação dos recursos humanos sobre os recursos físicos e financeiros e controlar esta ação para a correção de eventuais desvios. No âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela função do PCP, que significa um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo com os demais setores administrativos da empresa. Resumindo, pode-se relacionar que o objetivo principal do PCP é comandar o processo produtivo, transformando informações de vários setores em ordens de produção e ordens de compra - para tanto exercendo funções de planejamento e controle - de forma a satisfazer os consumidores com produtos e serviços e os acionistas com lucros e baixos custos, pois o PCP é um elemento central na estrutura administrativa de um sistema industrial e um elemento decisivo na estratégia das empresas para enfrentar as crescentes exigências dos consumidores por melhor qualidade e entregas mais confiáveis a preços mais atraentes. Por isso, a necessidade de se buscar uma maior eficiência deste sistema. PALAVRAS-CHAVE Planejamento, Controle, Produção, Estoques, Processo e Custos.

6 SUMÁRIO Resumo...5 Palavras-Chave Introdução Desenvolvimento Contabilidade Gerencial PCP Planejamento de Compras Controle dos Tempos Produtivos e os seus Custos Gerenciamento de Processos Qualidade Prazos de Entrega Centralização e Descentralização de Estoque Flexibilidade de Produção Conclusão Bibliografia...31

7 1. IN TRODUÇÃO Este estudo vem da necessidade de mostrar possíveis soluções para os problemas no que se dizem respeito à fabricação de produtos, tais como: recursos de matérias-primas (fornecedores), estoques, custos, controle de tempos de produção, e prazo de entrega das mercadorias produzidas (clientes) em uma industria e com isso otimizar a produção, através da implantação do PCP. Visto a deficiência apresentada por empresas que não possuem este sistema de gestão industrial, este trabalho visa demonstrar a estas mesmas que, por muitas vezes, as falhas e ameaças existentes no que se diz respeito à produção acontecem por falta de um planejamento e controle dos processos produtivos, onde um processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que parte de um ou mais insumos, transforma-os e lhes agrega valor, criando um ou mais produtos para clientes. Será direcionado a Executivos, Administradores, Gerentes e Diretores Industriais, estudantes e Engenheiros de Produção, profissionais ligados ao ramo industrial. Com isso, o profissional da área administrativa e da área industrial que analisar este estudo poderá compará-lo com a realidade da empresa e identificar mudanças em busca de melhoria que poderão ser aplicadas na mesma Dificilmente se encontram, na prática, dois sistemas de Planejamento e Controle da Produção iguais. Os principais fatores responsáveis por esta diferenciação são: tipo de indústria, tamanho da empresa e diferenças entre estruturas administrativas. Na área específica do Planejamento da Produção e a Contabilidade Gerencial, juntos, têm-se verificado um aumento do uso de sistemas computacionais de apoio à decisão que buscam englobar múltiplos e complexos aspectos que intervêm nos processos de produção e, por isso mesmo, difíceis de ser analisados de forma racional por planejadores. Tais ferramentas permitem que se escolham as melhores alternativas de

8 produção com respeito aos custos envolvidos e às restrições inerentes ao processo. Dentre esses sistemas, um dos que mais tem sido utilizado é o MRP (Material Requirements Planning). Os sistemas MRP têm como um dos seus principais componentes constitutivos um problema típico de otimização que é o dimensionamento de lotes. Seu objetivo é determinar um plano de produção para componentes (itens) dentro de um horizonte de tempo determinado, procurando satisfazer as previsões de demanda para os produtos finais. O sistema MRP("Material Requirements Planning" - Planejamento das necessidades de materiais) surgiu durante a década de 60, com o objetivo de executar computacionalmente a atividade de planejamento das necessidades de materiais, permitindo assim determinar, precisa e rapidamente, às prioridades das ordens de compra e fabricação. A primeira parte deste plano de pesquisa concentra-se em desenvolver metodologias de dimensionamento de lotes com o objetivo de minorar as deficiências apontadas acima e contribuir para a criação de uma nova família de sistemas MRP. Neste sentido, o plano se reveste de um caráter bastante aplicado e em sintonia com as demandas do setor produtivo. Nosso campo de atuação é o da pesquisa desses novos sistemas. A concepção dessa nova geração é um tema de pesquisa desafiador em todo o mundo, dado a sua complexidade. Por tratarem de problemas de natureza combinatória de grande porte, faz-se necessário buscar procedimentos de otimização que sejam eficientes. Isso nos coloca na fronteira do conhecimento da otimização combinatória. É importante salientar, porém, que não é nosso objetivo desenvolver sistemas para uso prático ou comercial, mas sim apontar soluções de caráter matemático-computacional para as dificuldades que aparecerão no curso do desenvolvimento de tais sistemas para uso final. Ainda enfocando o problema de dimensionamento de lotes em sistemas de

9 manufatura, este plano pretende abordar este problema no caso de um estágio com máquinas paralelas. Em sua segunda parte, que trata dos problemas de programação da produção, o plano de pesquisa se concentra no desenvolvimento de algoritmos eficientes para solucionar uma série de problemas de scheduling (sincronização). Esta é uma extensa área de pesquisa que tem merecido grande atenção de pesquisadores devido a sua relevância na otimização dos processos produtivos e na redução dos custos. Os problemas de scheduling também têm uma natureza combinatorial complexa que faz com que os problemas encontrados no mundo real sejam geralmente tratados por métodos heurísticos. No horizonte do plano de pesquisa, pretende-se enfocar dois grupos de problemas de programação de tarefas: programação em uma máquina e programação em múltiplas máquinas. Tanto os problemas de planejamento como os de programação, objetos deste plano de pesquisa, podem ser formulados como problemas de otimização combinatória que é uma área deficiente de métodos gerais e eficientes. Existem softwares comerciais dotados de métodos de otimização gerais que não são capazes de lidar com problemas difíceis de manufatura, pois não exploram a estrutura combinatória dos mesmos. Uma dificuldade adicional é a dimensão de problemas práticos, que os torna intratáveis através de métodos de otimização exata. Estas constatações indicam a necessidade do desenvolvimento de métodos heurísticos adaptados aos problemas e que forneçam uma solução de boa qualidade, em tempo computacional coerente com as decisões a serem tomadas em manufatura. Métodos heurísticos possuem características desejáveis, tais como: possibilidade de tratamento de peculiaridades do problema real que são de difícil modelagem matemática; facilidade de serem entendidos pelo usuário e, por isso, permitirem alguma forma de interação com o mesmo.

10 2. DESEN VOLVIMEN TO O sistema MRP foi concebido a partir da formulação dos conceitos desenvolvidos por Joseph Orlicky, de que os itens em estoque podem ser divididos em duas categorias: itens de demanda dependente e itens de demanda independente. Sendo assim, os itens de produtos acabados possuem uma demanda independente que deve ser prevista com base no mercado consumidor. Os itens dos materiais que compõem o produto acabado possuem uma demanda dependente de algum outro item, podendo ser calculada com base na demanda deste. A relação entre tais itens pode ser estabelecida por uma lista de materiais que definem a quantidade de componentes que serão necessários para se produzir um determinado produto. A partir do PCP e dos lead times de obtenção dos componentes é possível calcular precisamente as datas que os mesmos serão necessários, assim como também é possível calcular as quantidades necessárias através do PCP, da lista de materiais, o custo da produção e status dos estoques (quantidades em mãos e ordens a chegar). Observa que os dados de entrada devem ser verificados e validados, pois a entrada de informações erradas resultará em ordens de fabricação e compra inválidos. O mesmo procedimento deve ser feito com relação à lista de materiais, com as mesmas refletindo o que acontece no chão-de-fábrica, tanto em quantidades quanto em precedência entre as partes componentes do produto acabado, pois caso contrário, as listas de materiais resultarão em necessidades erradas de materiais, tanto em quantidades quanto nas datas.(martins, 1993) Russomano (1995) acredita que há benefícios trazidos pelo MRP, como: redução do custo de estoque; melhoria da eficiência da emissão e da programação; redução dos custos operacionais e aumento da eficiência da fábrica. 2.1 CON TABILIDADE GEREN CIAL A Contabilidade Gerencial pode ser definida como processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação, e comunicação de informação (tanto financeira como operacional) utilizada pela administração para

11 planejamento, avaliação e controle dentro da organização e para assegurar o uso e a responsabilidade de seus recursos, focando a redução adequada dos custos e sendo uma parte integral do processo de gestão agrega valor pela investigação contínua sobre a efetividade da utilização dos recursos pelas organizações na criação de valor para acionistas, clientes e outros credores. 2.2 PCP O Planejamento e Controle de Produção (PCP) é uma técnica de ambiente fabril que também utiliza a logística, onde o objetivo é otimizar os processos produtivos como: as informações imediatas e atualizadas dos estoques, o ressuprimento das linhas/células de produção, os tempos que serão gastos para alcançar os programas pré estabelecidos, as necessidades para colocar em prática as atividades deste processo. O foco estratégico da gestão da logística e da cadeia de suprimentos prioriza o atendimento das necessidades dos clientes, em virtude do aumento da competitividade, exigindo portanto uma atuação globalizada, com vistas a disponibilizar para demandas locais e globais um nível de serviço que os satisfaçam com um custo menor possível; ou seja, os desafios, a partir da década de 1990, direcionam-se cada vez mais a oferecer produtos e serviços no lugar e no momento certo, com o menor custo de entrega ao cliente final. Este foi o motivo de muitas empresas fracassarem, por não estarem preparadas para as mudanças e as poucas que prosperaram obtiveram o crescimento de receitas, maiores lucros e valor de mercado, porque começaram a valorizar o cliente final, quando identificaram finalmente que é a fonte de seus lucros. Entende-se como Empresa Industrial, aquela que produz matérias-primas ou as transforma em produtos acabados, para posteriormente distribuir e vender estes produtos. O objetivo deste artigo é apresentar um conceito que está permitindo diversas empresas competirem eficientemente na cadeia de suprimentos, através do planejamento e controle de produção associados à gestão de estoques centralizados, de modo a minimizar o custo total para um determinado nível de serviço o posicionamento logístico de seus produtos. Atualmente existem diversos motivadores que levam a uma

12 crescente busca pela integração das operações de produção e logística, no âmbito da cadeia de suprimentos. Abaixo são relatados os recursos que possibilitam o alcance do objetivo: Necessidade de reduzir os níveis de estoque, em função dos elevados custos de oportunidade de manter estoques. Necessidade de agilizar o atendimento ao cliente, reduzindo o prazo de entrega e aumentando a disponibilidade, já que os clientes estão se tornando cada vez mais exigentes. Necessidade de oferecer para uma grande variedade de clientes, o mesmo produto. Saber o que será produzido e verificar a capacidade máxima de produção, analisando a demanda a ser atendida, para que não haja imprevistos referentes a programações indevidas que prejudiquem não somente a fábrica, mas ainda a empresa como um todo, pois assim como é grave errar uma programação para menos e gerar ociosidade de maquinários, operários, etc., também é grave programar acima da capacidade total, pois os resultados não serão totalmente alcançados. A partir de então, estudar as necessidades de matérias primas para que estas estejam na fábrica antes do início do processo de produção, a fim de que as operações industriais não sejam interrompidas por falta das mesmas, pois uma vez que as compras de matérias primas são realizadas de maneira correta, não geram um estoque indevido nem uma falta indesejável de material. Calcular os tempos de produção, pois são necessários para pré-estabelecer se algum setor necessitará de horas extras ou terá horas ociosas; disponibilidade de mais maquinário; remanejamento de funcionário; prioridades de produção. Após o planejamento, deve-se aplica-lo e fazer o controle do mesmo, pois só o acompanhamento da produção pode impedir, se não, minimizar imprevistos que ocorram durante este processo, e mesmo que não seja possível, é o controle que

13 possibilita tomadas de decisões capazes de resolver algum problema ou definir alguma mudança de melhoria. Por fim, deve-se cumprir todo o planejamento e controle. Respeitar suas ordens e prioridades para ser capaz de prometer os menores prazos possíveis de entrega aos clientes e depois, fazer cumpri-los. O planejamento é o estabelecimento antecipado de um esquema norteador relativo às ações futuras. O traçado de diretrizes, um projeto de pesquisa, a preparação de um cronograma para o lançamento de um novo produto, a elaboração de um orçamento de vendas, são exemplos de planos administrativos. O controle é a verificação da execução do plano, a fim de corrigir os desvios e atingir os objetivos pré-estabelecidos. Machline (1990, Pág. 09) Para a obtenção de bons resultados em produção e administração, é preciso reconhecer que o fator humano é preponderante, conforme foi provado através de experiências dos psicólogos Elton Mayo, F.J. Roethlisberger, W. White, e outros, a partir de 1925, pois o homem segundo eles, é muito complexo para ser considerado apenas como entidade econômica, além do lucro, ele tem muitos objetivos. O sucesso do PCP também é proveniente de uma adequada divisão de trabalho. De fato a distribuição de serviços deve ser de acordo com as aptidões naturais e o treinamento de cada um, para que uma pessoa especializada possa alcançar melhores resultados, embora atualmente, o processo industrial ocorra mais intensamente por fatores tecnológicos como máquinas, do que em massa pelo fator humano, ainda que este último seja o responsável por todo o processo. O planejamento constitui processo intelectual de previsão, em virtude do qual são estabelecidos s fatos e as vias essenciais para atingir o objetivo desejado, com o auxílio de um plano. O processo de planejamento deve ser contínuo. Em cada momento deve-se ter a noção da situação presente, a visão do futuro, os objetivos pretendidos (que podem

14 alterar-se ao longo do tempo) e o entendimento de como esses elementos afetam as decisões que se devem tomar no presente. À medida que o tempo passa, o planejador deve, periodicamente estender sua visão de futuro, de forma que o horizonte de tempo futuro sobre o qual se desenvolva a visão permaneça constante. (Gianesi, 2001; p. 37) Faz-se necessário um planejamento e controle de produção mais eficaz para tornar os sistemas produtivos mais ágeis, porém deve-se saber que a organização precisa fazer com que seu capital e sua estrutura aumentem, pois é esta a base de toda organização, mas para isso é necessário que a empresa seja competitiva, ou seja, apresente as melhores ofertas a níveis de qualidade e preço, visto que a função da empresa, como dito antes, é progredir e aumentar o seu capital. A empresa não existe para fazer bem seu planejamento e controle de produção, ou mesmo para fazer uma boa logística. A empresa, se forem observados alguns conceitos econômicos, existe para reproduzir ampliadamente seu capital. Isto se traduz em ser competitiva. Em outras palavras, como não há mercados demandantes suficientes para todos os ofertantes colocarem seus produtos, alguns conseguirão faze-lo e outros não. A diferença será a capacidade maior ou menos da cada ofertante de oferecer aos segmentos (nichos) de mercado visados o que a estes mais interessa. Baseado nisto, conceitua-se a competitividade, que consiste em ser capaz de superar a concorrências naqueles aspectos que os nichos de mercado mais valorizam. Corrêa (2001, p. 26), O planejamento e controle de produção tem, entre outros objetivos, fixar diretrizes de atuação dos processos produtivos, podendo dar à empresa assim, uma vantagem competitiva, tal vantagem pode ser determinada através da qualidade total, que significa que o produto mesmo tendo baixo custo, possui uma alta qualidade, já que passou por todo o planejamento e controle do processo produtivo, pois toda empresa existe para produzir um produto/serviço final que tenha valor para o consumidor. Assim, obter esse diferencial na fabricação e/ou na prestação de um serviço constitui o objetivo das operações da empresa.

15 Aumentando-se a qualidade, aumenta-se a produtividade (Martins, 2002, p. 390) Planejar é, portanto, função do objetivo final, que se utiliza de dados iniciais de referência obtidos por pesquisa ou por simples consulta. Para o planejamento é preciso analisar não apenas os pontos de referência, mas também o maior ou menor grau de capacidade de prever e integrar todos os elementos pertinentes a um problema. São referências básicas de planejamento: a constituição da empresa e seus objetivos, análise do mercado, previsão de vendas, edifícios, instalações e localização, planejamento do produto, processo e da fábrica, bem como os custos de produção, a organização administrativa, análise econômica dos resultados, previsão financeira, análise da mão de obra, compras e estoque. Atualmente, em busca de melhor desempenho, as empresas optam por recursos tecnológicos, como internet e softwares, a fim de se tornarem competitivas, pois na gestão de estoques existem inúmeras variáveis que interferem e contribuem para modificar os níveis de estoques, fazendo com que especialistas da área de logística desenvolvessem técnicas analíticas para definição da política de gestão, como centralizar os estoques e controlar via softwares, visto que as variáveis que interferem os níveis de estoque não permanecem totalmente estáveis, pois algumas oscilam e outras não. Para que o PCP tenha um bom desempenho, é necessário que este seja apoiado pelas funções dos departamentos auxiliares de produção, que são: Engenharia de Produtos, Controle de Produção e Materiais (Compras) JIT, Estoques e Cadeias de Suprimentos, Engenharia de Processos, Manutenção e Contabilidade de Custos. A engenharia de Produção é responsável pela pesquisa de novos produtos e pela melhoria de produtos existentes. Suas tarefas principais são: a elaboração dos desenhos

16 dos produtos na parte estilística e funcional, a determinação de tolerância das peças e suas especificações, a aplicação destes produtos, a codificação de todas as matériasprimas, a simplificação da linha de produtos, a fabricação de módulos e protótipos, a pesquisa e invenção de novos produtos, o estabelecimento de projetos de produtos. É de extrema importância e geralmente subordinada, em uma empresa industrial, ao Diretor de Produção. O controle de produção e materiais (compras) também chamado de departamento de suprimento, tem por função adquirir matérias-primas, materiais indiretos e demais suprimentos necessários à fabricação, ao melhor preço, no prazo e na qualidade especificados. Geralmente, este departamento, a partir de um programa pré-estabelecido do que será produzido, explode as necessidades materiais, confronta estas informações com o estoque, efetua a baixa dos itens constantes em estoque e dispara as compras de acordo com as ordens de prioridade para a produção ou complexidade da matéria-prima que dificulta a entrega imediata por parte do fornecedor, exigindo então uma programação de compra mais delicada. Deve-se planejar os materiais a serem comprados para que estes não cheguem nem antes, nem depois, nem em quantidades maiores ou menores do que aquelas necessárias ao atendimento da demanda. Deve-se planejar bem as compras para não causar interrupções prejudiciais ao atingimento do nível pretendido de utilização dos recursos produtivos e, por outro lado, para que a organização não arque com os custos decorrentes da eventual sobra por compras excessivas. Caon (2001, p. 23) O planejamento de controle da produção e materiais, tem como objetivo acompanhar a fabricação e compra dos itens planejados, com a finalidade de garantir que os prazos estabelecidos sejam cumpridos.

17 A atividade de Controle da Produção e Materiais também recolhe dados importantes como : quantidade trabalhadas, quantidade de refugos, quantidade de material utilizado e as horas-máquina e/ou horas-homem gastas. Caso algum desvio significativo ocorra, o Controle da Produção e Materiais deve acionar as atividades de PCP e Planejamento de Materiais para o replanejamento necessário ou acionar a atividade de Programação e Sequenciamento da Produção para reprogramação necessária. Num ambiente Just in time (JIT) o planejamento da produção se faz tão necessário quanto em qualquer outro ambiente, já que um sistema de manufatura JIT precisa saber quais os níveis necessários de materiais, mão-de-obra e equipamentos O princípio básico da filosofia JIT, no que diz respeito a produção é atender de forma rápida e flexível à variada demanda do mercado, produzindo normalmente em lotes de pequena dimensão. O planejamento e programação da produção dentro do contexto da filosofia JIT procura adequar a demanda esperada às possibilidades do sistema produtivo. Este objetivo é alcançado através da utilização da técnica de produção nivelada (Gabela, 1995). Através do conceito de produção nivelada, as linhas de produção podem produzir vários produtos diferentes a cada dia, atendendo à demanda do mercado. É fundamental para a utilização da produção nivelada que se busque a redução dos tempos envolvidos nos processos. Observa-se que a utilização do conceito de produção nivelada envolve duas fases: a programação mensal, adaptando a produção mensal às variações da demanda ao longo do ano; e a programação diária da produção, que adapta a produção diária às variações da demanda ao longo do mês. A programação mensal é efetuada a partir do planejamento mensal da produção que é baseado em previsões de demanda mensal e em um horizonte de planejamento que depende de fatores característicos da empresa, tais como : lead times de produção e

18 incertezas da demanda de produtos. Quanto menores os lead times, mais curto pode ser o horizonte de planejamento, proporcionando previsões mais seguras. Este planejamento mensal da produção resulta em um Programa Mestre de Produção (PMP) que fornece a quantidade de produtos finais a serem produzidos a cada mês e os níveis médios de produção diária de cada estágio do processo. Com um horizonte de três meses, o mix de produção pode ser sugerido com dois meses de antecedência e o plano detalhado é fixado com um mês de antecedência ao mês corrente. Os programas diários são então definidos a partir deste Programa Mestre de Produção. Já a programação diária é feita pela adaptação diária da demanda de produção usando sistemas de puxar sequencialmente a produção A filosofia JIT coloca a ênfase da gerência no fluxo de produção, procurando fazer com que os produtos fluam de forma suave e contínua através das diversas fases do processo produtivo. A ênfase prioritária do sistema JIT para as linhas de produção é a flexibilidade, ou seja, espera-se que as linhas de produção sejam balanceadas muitas vezes, para que a produção esteja ajustada às variações da demanda. A busca pela flexibilidade da produção e da redução dos tempos de preparação de equipamentos, reflete-se na ênfase dada à produção de modelos mesclados de produtos, permitindo uma produção adaptável à mudanças de curto prazo e obtendo ganhos de produtividade. Uma vez estabelecido o Plano Mestre de Produção e balanceadas as linhas de produção, é necessário "puxar" a produção dos componentes através de todos os estágios do processo produtivo para a montagem final dos produtos, ou seja, do final ao início da produção de um produto. O sistema de "puxar" consiste em retirar as peças necessárias do processo precedente, iniciando o ciclo na linha de montagem final, pois é aqui que chega a informação com exatidão de tempo e quantidades necessárias de peças para

19 satisfazer à demanda. O processo anterior, então, produz somente as peças retiradas pelo processo subseqüente, e assim, cada estágio de fabricação retira as peças necessárias dos processos anteriores ao longo da linha. O gerenciamento dos estoques e da cadeia de suprimentos almeja a sincronização entre os processos de uma empresa e os de seus fornecedores, para compatibilizar o fluxo de materiais, serviços e informações com a demanda dos clientes. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente. Novaes (2004, p.40) Possui implicações estratégicas, porque o sistema de suprimentos pode ser usado para estabelecer prioridades competitivas importantes. Uma finalidade básica do gerenciamento da cadeia de suprimentos consiste em controlar o inventário gerenciando os fluxos de materiais, pois o inventário é um estoque de matérias usado para satisfazer a demanda dos clientes ou apoiar a produção. Ritzman e Krajewski (Pág. 233) O inventário consiste de matérias-primas, materiais em processo, estoques de segurança e produtos acabados.os sistemas de produção evoluíram muito nos últimos anos. A oferta de produtos de qualidade a baixo custo, atendendo às necessidades de mercado globalizado é a tônica deste século, por isso a necessidade de uma indústria se tornar altamente competitiva, pois a demanda procura qualidade de entrega e baixo custo nos produtos. É estrategicamente fundamental o entendimento das funções de planejamento e controle dos sistemas produtivos, tais sistemas são: estoques, compras, tempos de produção, o que, como e quanto produzir, para que se possa determinar como e quando será possível atender ao cliente. Uma das funções de extrema importância é o estoque de segurança, pois é projetado para absorver as variações na demanda durante o tempo de ressuprimento, ou variações no próprio tempo de ressuprimento, dado que é apenas durante este período que o

20 estoque pode acabar e causar problema ao fluxo produtivo. A falta de um estoque pode ocasionar um atraso na produção e conseqüentemente, na entrega para o cliente. Reduzir os Leads Times produtivos: A manutenção de estoques intermediários (segurança) dentro dos sistemas produtivos permite que os prazos de entrega dos produtos possam ser reduzidos, pois ao invés de esperarmos pela produção ou compra de um item, podemos retirá-lo do estoque e usa-lo imediatamente. Dalvio Ferrari Tubino (2000, p. 107) O valor do gerenciamento da cadeia de suprimentos, tornar-se visível quando a complexidade da cadeia é reconhecida. O fluxo de materiais determina os níveis de estoque. O desempenho de numerosos fornecedores determina o fluxo de materiais que são entregues. Uma programação para as entregas de materiais é extremamente importante para que não ocorra um caos, caso os fornecedores ajam de forma independente, antecipando ou atrasando uma entrega. A engenharia de processos, também conhecida como engenharia de métodos, é o departamento responsável por racionalizar a produção, visando a aumentar a produtividade, portanto, encarregado do arranjo físico das seções da fábrica, e da disposição das máquinas nas seções, selecionando os equipamentos apropriados, desde maquinário, ferramentas e acessórios de produção mais diversos. Analisa os processos existentes e futuros, seqüência de operações, determinação de tempos. Projeta máquinas, ferramentas e dispositivos; calcula a conveniência de fazer peças ou compralas fora, como também projeta dispositivos contra acidentes. A manutenção é o departamento responsável pela lubrificação e conserto das máquinas, bem como pela conservação dos equipamentos e edifícios. Deve ser uma manutenção preventiva, porém o ideal é a corretiva, a fim de se evitar danos/quebras de equipamentos com prejudiciais conseqüências. O planejamento rigoroso da manutenção permite reduzir ao mínimo as interrupções na produção. Esta manutenção abrange verificações constantes do estado das máquinas e

21 equipamentos; preservação de todos os dados relativos a incidentes e acidentes anteriores, individualmente; compilação dos catálogos das máquinas; conservação de um estoque mínimo (de segurança) de peças sobressalentes. Este departamento pode ser dividido internamento em seções de manutenção mecânica, elétrica, pintura, limpeza, etc. A contabilidade de custos, destina-se principalmente a conhecer os custos unitários dos diversos produtos fabricados pela empresa e a compará-los com os custos padrões, a fim de determinar se os produtos dão lucros satisfatórios. A partir do estudo individual dos departamentos, é possível determinar suas fraquezas e estabelecer algumas soluções. Há várias formas de solucionar estes problemas Planejamento de compras: Através do orçamento de vendas e de produção, estabeleceu-se qual seria a necessidade de matéria prima para que este material fosse comprado antecipadamente, visto que os fornecedores também necessitam de um planejamento para o atendimento dentro do prazo desejado e com isso este material estivesse à frente da linha de produção antes de iniciar o processo produtivo. Deve-se sincronizar as compras de matérias primas com operações de produção Controle dos Tempos Produtivos e os seus Custos: Tendo o conhecimento do tempo disponível para produção em um determinado período, o tempo necessário para a fabricação de um produto e o número de funcionários capacitados a realizar esta produção, pode-se avaliar os custos desta produção e estabelecer se o planejamento poderá ser cumprido ou se haverá a necessidade da

22 aplicação de outros recursos para que sejam realizados, tais como horas extras, remanejamento de funcionário, reprogramação das quantidades a serem atendidas. Aproveitar melhor os equipamentos disponíveis e a capacidade das equipes é uma das tarefas indispensáveis para conseguir melhores resultados. A redução do tempo ocioso de máquinas e a minimização dos atrasos por falta de material resultam do maior poder de planejamento e controle das condições de operação Gerenciamento de Processos Através da seleção dos insumos, das operações, dos fluxos de trabalho e dos métodos para transformar os insumos em resultados, a seleção dos insumos tem início com a decisão de que os processos serão realizados internamente, executados externamente e adquiridos sob forma de materiais e serviços. As decisões envolvendo o processo também lidam com a combinação apropriada de aptidões humanas e equipamentos e com que partes dos processos devem ser desempenhadas por cada um. (Ritzman, p.29, 2004) Qualidade Antes a ênfase era à garantia da qualidade, não só do produto, como também dos serviços associados (entrega, atendimento pós-venda, etc.) paralelamente, e como decorrência da forte competição entre as empresas, passou-se a buscar a redução de custos em todos os níveis e de forma sistemática. As empresas que ainda não conseguiram implantar um controle de qualidade adequado, ou que vêm apresentando níveis de custo acima da prática de seu setor, dificilmente conseguirão atuar de forma integrada e com sucesso na cadeia de suprimento otmizada (Novaes, p. 191, 2005)

23 2.2.5 Prazos de Entrega: O controle de tempos de produção disponibiliza informações com as quais a empresa é capaz de prometer os menores prazos possíveis de entrega aos clientes e depois fazê-los cumprir, desde que os recursos necessários para o processo de produção estejam disponibilizados Centralização e Descentralização de Estoque A centralização dos estoques pode causar conflitos e não atingir um nível sustentável para a sua aplicação. Por isso, tem vários fatores que determinam o grau de centralização dos estoques, dentre as quais, existem fatores que devem ser analisados antes de tomar a decisão. Característica dos produtos: verificando o valor agregado que ele tem a sua margem de contribuição e também o grau de obsolescência. Um produto de alto valor agregado requer uma centralização de estoque, senão o produto além de onerar aos atacadistas e distribuidores, ocorre um aumento considerável no preço final por causa das movimentações que ocorrem nos estoques descentralizados. Características da Demanda: um produto de giro de estoque considerável tende a ter seu viés para a centralização de estoque. O Nível de exigência do mercado: o prazo de entrega e disponibilidade do produto aponta para a descentralização dos estoques, dependendo fortemente do modal de transporte escolhido. Hoje, para se diferenciar da concorrência, não basta ter um excelente produto, com preço competitivo e muito bem divulgado, por isso a necessidade de prever e planejar a produção do mesmo, para que ele esteja disponível para o cliente no lugar certo e na hora certa.

24 2.2.7 Flexibilidade de Produção Possibilidade de adiar a execução de determinadas etapas de produção até a colocação do pedido, implicando numa descentralização dos estoques de produtos semi-acabados. Em tempo de globalização, logística e internet formam uma dupla inseparável quando o assunto é e-business. Logística é um tripé formado por planejamento, operação e controle. É responsável por administrar todo o fluxo de produtos e informação, tais: controlar montagens complexas ; gerenciar recursos gargalos e ferramentas especiais; possibilitar o uso de rotas alternativas de produção e recursos preferenciais; programar a produção com lotes de diferentes tamanhos; gerenciar a disponibilidade de mão de obra por especialidade : operadores, equipe de manutenção, etc; gerenciar tempos de preparação de máquinas de acordo com a seqüência de execução.

25 3. CON CLUSÃO É de extrema importância que as tomadas de decisões sejam coerentes e sensatas em relação aos posicionamentos logísticos e produtivos. As decisões são diferenciadas de empresa para empresa conforme o custo da oportunidade de se manter ou não, estoques, devido o mesmo ser calculado com base na visão dos produtos na cadeia de Suprimentos, pois quando cada empresa faz sua auto-avaliação nas alocações de seus estoques, pode-se definir suas críticas e fundamentar um planejamento de produção de acordo com a sua realidade. Planejar e controlar permite que os resultados sejam alcançados de forma otmizada, pois a falta de planejamento acarreta na incapacidade de lidar com as adversidades. As empresas que não utilizam a técnica de PCP estão perdendo espaço o mercado industrial competitivo, pois a falta de planejamento e controle deixa brechas para falhas, custos altos, baixa qualidade produtiva, tempo dispendioso, fatores que não contribuem para o desenvolvimento e crescimento industrial. Faz-se necessário uma previsão de demanda. As análises das futuras condições de mercado e previsão da demanda futura, são da maior importância para a elaboração do Planejamento de Longo Prazo. Mesmo em indústrias que fabricam produtos sob encomenda, onde não se faz nenhum estudo formal de previsão de demanda, a alta direção pode fazer conjecturas sobre o estado da economia e o seu impacto nos negócios futuros da empresa. Segundo Buffa & Sarin (1987) as previsões de demanda podem ser classificadas em : longo prazo, médio prazo e curto prazo: Curto prazo : estão relacionadas com a Programação da Produção e decisões relativas ao controle de estoque. Médio prazo : o horizonte de planejamento varia aproximadamente

26 de seis meses a dois anos. Planos tais como : Plano Agregado de Produção e Plano Mestre de Produção se baseiam nestas previsões. Longo prazo : o horizonte de planejamento se estende aproximadamente há cinco anos ou mais. Auxilia decisões de natureza estratégica, como ampliações de capacidade, alterações na linha de produtos, desenvolvimento de novos produtos, etc... Previsões de demanda podem-se basear em dados referentes ao que foi observado no passado (previsão estatística) ou em julgamentos de uma ou mais pessoas (predição). Um bom sistema de previsão deve ter boa acuridade, simplicidade de cálculo e habilidade de rápidos ajustes frente às mudanças. As empresas devem se preparar elaborando planos de longo prazo para dimensionamento de suas capacidades futuras, através de estudos de previsão de demanda e objetivos formulados pelo planejamento estratégico feitos pela alta administração, com a finalidade de se fazer a previsão dos recursos necessários (equipamentos, mão-de-obra especializada, capital para investimentos em estoque) que geralmente não são passíveis de aquisição no curto prazo. Elabora-se com base no Planejamento de Longo Prazo, o Planejamento Agregado de Produção, cujo resultado é um plano de médio prazo que estabelece níveis de produção, dimensões da força de trabalho e níveis de estoque. O horizonte do Plano Agregado de produção pode variar de 6 a 24 meses, dependendo da atividade industrial. O planejamento é feito em termos de famílias de itens, isto é, os produtos a serem produzidos não são definidos de forma a terem uma constituição individual e completamente especificada, mas são agregados formando famílias de itens semelhantes. A atividade de planejamento agregado nem sempre é considerada de forma isolada como nesta análise acadêmica. Particularidades de cada indústria, tais como

27 previsibilidade da demanda e alto nível de repetibilidade dos produtos, fazem com que muitas vezes ela nem seja executada. Neste caso, ela tende a ser absorvida pelo Planejamento Mestre da Produção que é uma atividade subseqüente e mais detalhada. Outra necessidade é o planejamento de materiais, que significa atividade através da qual é feito o levantamento completo das necessidades de materiais para execução do plano de produção. A partir das necessidades vindas da lista de materiais, das exigências impostas pelo PMP e das informações vindas do controle de estoque (itens em estoque e itens em processo de fabricação), procura determinar quando, quanto e quais materiais devem ser fabricados e comprados. O planejamento de materiais está intimamente ligado ao gerenciamento de estoques. Os tipos de estoques são : matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados. Os estoques consomem capital de giro, exigem espaço para estocagem, requerem transporte e manuseio, deterioram, tornam-se obsoletos e requerem segurança. Por isso, a manutenção de estoques pode acarretar um custo muito alto para um sistema de manufatura. O Planejamento de Materiais deve portanto ter como objetivo reduzir os investimentos em estoques e maximizar os níveis de atendimento aos clientes e produção da indústria. O sistema de PCP requer um acompanhamento da programação e sequênciamento da produção, pois a atividade de programação determina o prazo das atividades a serem cumpridas, ocorrendo em várias fases das atividades de planejamento da produção. De posse de informações tais como : disponibilidade de equipamentos, matérias-primas, operários, processo de produção, tempos de processamento, prazos e prioridade das ordens de fabricação; as ordens de fabricação poderão ser distribuídas aos centros produtivos onde será iniciada a execução do PMP.

28 Segundo Martins (1993) os objetivos da programação e seqüenciamento da produção são: aumentar a utilização dos recursos; reduzir o estoque em processo; reduzir os atrasos no término dos trabalhos Para Resende (1989) a programação acontece em três níveis: Programação no nível de planejamento da produção - é realizada na elaboração do PMP, quando se procura encontrar as quantidades de cada tipo de produto que devem ser fabricados em períodos de tempo sucessivos. Programação no nível de Emissão de Ordens - acontece durante o processo de planejamento de materiais, onde determina, com base no PMP, quais itens devem ser reabastecidos e suas datas associadas de término de fabricação e chegada de fornecimento externo. Programação no nível de Liberação da Produção - determina para cada ordem de fabricação, quando é necessário iniciar a fabricação e quanto é preciso trabalhar em cada uma das operações planejadas. Isso é possível pelo conhecimento do tempo de passagem de cada componente, o qual contém o tempo de processamento e de montagem de cada operação, os tempos de movimentação e espera existentes entre cada operação. A escolha pelas organizações por um dos sistemas de PCP (ou por uma combinação deles) constitui-se em uma importante decisão, que deve estar de acordo com as necessidades estratégicas da organização. É importante que a empresa tenha uma visão muito clara do negócio em que está envolvida e qual é o seu foco de atuação, pois existe uma grande variedade de objetivos e políticas de marketing. Estas variedades refletem as diferenças entre os vários segmentos de mercado, que podem incluir : diferentes necessidades quanto aos tipos de produtos; variedade da linha de produtos; tamanho dos

29 pedidos dos clientes; freqüência de mudanças no projeto do produto; e introdução de novos produtos. Os diferentes segmentos de mercado vão demandar diferentes níveis de desempenho nos diferentes critérios competitivos, que são influenciados pelo sistema de manufatura; o que evidencia a importância da escolha do sistema de produção para a estratégia da empresa. Corrêa & Gianesi (2001) observam que : "... a escolha do Sistema de Administração da Produção, do tipo de tecnologia do processo produtivo e dos recursos humanos que a empresa decidiu usar para competir, deve ser coerente com a estratégia global da organização e coerente uma em relação à outra." Segundo Corrêa & Gianesi (2001) existem algumas variáveis que devem servir de referência ao se escolher um sistema de PCP. Estas variáveis são : variedade de produtos; complexidade dos roteiros; introdução de novos produtos; complexidade das estruturas; variabilidade dos lead-times; nível de controle; centralização na tomada de decisões; favorecimento de melhoria contínua e simplicidade do sistema. Deve-se observar que qualquer análise em termos de adequação ou não de um sistema de PCP a um determinado sistema produtivo não deve ser feita de forma isolada ou parcial, mas sim analisado em conjunto dentro do contexto da organização. Cada um dos sistemas de PCP apresenta seus pontos fortes e fracos. As empresas do mundo contemporâneo perceberam que não estão sob uma competição individualizada, mas sim entre conjuntos de organizações que formam cadeias de suprimento bem estruturadas. A viabilidade de uma organização depende do modo que esta é capaz de responder às necessidades e vontades do mercado consumidor e, ao mesmo tempo, permanecer enxuta, com seus custos reduzidos. As organizações começaram a entender os benefícios e a importância de uma estratégia voltada à cooperação entre seus colaboradores, ou seja, os compradores e vendedores de uma

30 mesma cadeia de suprimentos. No ambiente competitivo atual, a valorização dos processos logísticos e da cadeia de suprimentos deve ser prioridade da estratégia das empresas e não mais ser vista como um fardo ou um custo para se fazer negócios.

31 REFERÊN CIA BIBLIOGRÁFICA: BUFFA, E. S. & SARIN, R.K., Modern production/operations management. New York, John Wiley & Sons, Inc., p. CATELLI, A. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas, CORRÊA, Henrique L., GIANESI, Irineu G. N. e CAON, Mauro. Planejamento, Programação e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, GABELA,J.M.,Contribuição da informatização no sistema Kanban: critérios e exemplos de implementação.dissertação de mestrado. UFSC, Florianópolis,162p., MARTINS, Petrônio G. e LAUGENI, Fernando P..Administração da Produção. São Pailo: Saraiva, MARTINS, R. A., Flexibilidade e Integração no novo paradigma produtivo mundial: estudos de casos. Dissertação de Mestrado, EESC/USP, São Carlos,(137p.), NOVAES, Antonio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. São Paulo. Campus, 2ed. PIRES, R. I. S. Gestão da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Ed. Atlas, 2004 RESENDE, M. O., Planejamento e controle da produção : teoria e prática da indústria mecânica no Brasil. São Carlos, EESC/USP (Tese de doutorado), p. RUSSOMANO, V. H., PCP: Planejamento e Controle da Produção. São Paulo, Pioneira, 1995,320p. TUBINO, Dalvio Ferrari., Manual de Planejamento e Controle da Produção. São Pailo: Atlas, RITZMAN, Larry P. e KRAJEWSKI Lee J. Administração da Produção e Operações. Afiliada. WANKE, Peter; Gestão de estoques na cadeia de suprimentos. São Paulo: Ed Atlas, 2003.