O RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA, RESULTANTE DA POSSE DO ESTADO DE FILHO, APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 RESUMO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "O RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA, RESULTANTE DA POSSE DO ESTADO DE FILHO, APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 RESUMO"

Transcrição

1 O RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA, RESULTANTE DA POSSE DO ESTADO DE FILHO, APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Marcos Costa Salomão 1 Noli Bernardo Hahn 2 RESUMO O presente artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica normativa, doutrinária e jurisprudencial que analisa, através do método dedutivo, o instituto da filiação e as formas do seu reconhecimento espontâneo após a Constituição Federal de 1988, com ênfase sobre a paternidade socioafetiva resultante da posse do estado de filho. Na sequência serão apresentados os provimentos das Egrégias Corregedorias Gerais de Justiça dos estados do Ceará, Pernambuco e Maranhão que preveem o reconhecimento da paternidade socioafetiva diretamente no cartório do registro civil, sem necessidade de chancela judicial, o que acaba criando uma dúvida em relação ao restante do país sobre a possibilidade deste procedimento, eis que os outros estados não possuem regulamentação específica sobre o tema. Esta é a problemática desta pesquisa. Como resposta ao problema será demonstrado que o Superior Tribunal de Justiça aceita o reconhecimento de filiação socioafetiva perante o notário, através de escritura pública, desde o ano de 2009, o que foi corroborado com a publicação do Provimento 16/2012 do Conselho Nacional de Justiça que 1 Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Especialista em Direito Notarial e Registral pela Universidade de Passo Fundo (UPF), Mestrando em Direito pela Universidade Regional Integrada das Missões-URI/Santo Ângelo/RS, Professor do Curso de Direito das Faculdades Integradas Machado de Assis, Oficial de Registros Públicos e Tabelião na Comarca de Três de Maio/RS. marcos@ssalomao.com.br 2 Doutor em Ciências da Religião, pela UMESP. Graduado em Filosofia e Teologia. Professor Tempo Integral da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Santo Ângelo, RS. Integra o Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Direito, no qual ministra a disciplina Direito, Cultura e Religião. Participa do Grupo de Pesquisa Novos Direitos na Sociedade Globalizada. nolihahn@santoangelo.uri.br

2 abordou o reconhecimento de paternidade diretamente nos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais sem mencionar que a norma seria aplicada exclusivamente a paternidade biológica. Justifica-se a presente pesquisa como forma de colaborar com os serviços registrais e notariais do Brasil, esclarecendo que é possível o reconhecimento extrajudicial da paternidade socioafetiva como forma de contribuir com a regularização de situações fáticas existentes em diversos lares, onde a formação familiar é baseada no afeto e não apenas o critério biológico. Palavras-Chaves: Reconhecimento de filiação - Filiação Socioafetiva Registro Civil - Escritura Pública- Posse de estado de filho - Conselho Nacional de Justiça INTRODUÇÃO A Constituição Federal de 1988 passou a tratar todos os filhos de forma igualitária. Está vedada toda e qualquer discriminação entre filhos, sejam eles frutos de uma relação de união estável, matrimonial, adúltera, concubinária ou eventual. Todos possuem os mesmos direitos. Ocorre que muitos filhos não são reconhecidos por seus pais, sendo registrados apenas com o nome da mãe. Mais tarde, passados os motivos que não levaram o pai a reconhecer o seu filho quando do seu nascimento, surge a vontade espontânea de reconhecer a paternidade, oferecendo a lei, diversas formas. Sob esta ótica, sabemos que a lei sempre buscou a paternidade biológica como princípio básico da filiação. Porém, modernamente, passou-se a considerar também a paternidade baseada no afeto, sem vínculo biológico, em razão das mais variadas formações familiares, amparadas pelo princípio norteador da pluralidade das famílias. Assim, o judiciário passou a ser a porta de entrada na busca pelo reconhecimento da paternidade socioafetiva, eis que a lei civil não prevê esta modalidade de forma expressa. Foi a jurisprudência que criou, com o apoio da

3 doutrina, a ideia de que pai é quem cria e assume os deveres constitucionais previstos no artigo 227 da Carta Magna. Eis aí o problema a ser estudado. Seria possível o reconhecimento extrajudicial, via cartório, da paternidade socioafetiva? Os estados do Ceara, Pernambuco e Maranhão se anteciparam e, no ano de 2013, editaram provimentos permitindo esta prática. O restante do país não se posicionou a respeito. A dúvida, então, é latente nos serviços registrais e notariais quanto ao tema, que requer ser estudado como forma de contribuir com a atividade cartorária e com o desenvolvimento uniforme de uma sociedade mais justa e fraterna. Neste artigo abordaremos, pelo método hipotético dedutivo, as espécies de filiação e as suas formas de reconhecimento, através de pesquisa teórica bibliográfica normativa, doutrinária e jurisprudencial, demonstrando que é possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva na via extrajudicial, conforme entendimento expresso do Superior Tribunal de Justiça e tácito do Conselho Nacional de Justiça. 1- Da Filiação Neste item abordaremos a igualdade constitucional entre os filhos e as espécies de filiação, tratando da filiação natural, da resultante de reprodução assistida, da adotiva e da socioafetiva baseada na posse do estado de filho, a qual nos aprofundaremos um pouco mais, por ser o objeto deste estudo Considerações gerais A Constituição Federal de 1988 encerrou com a discriminação legal que existia em relação aos filhos que não eram fruto do casamento, comparando-os, de forma igualitária, aos filhos nascidos na constância do matrimonio. Os filhos adotivos

4 também receberam o mesmo tratamento. Agora, todos são iguais e possuem os mesmos direitos. Nestes termos, preceitua o 6º do artigo 227 da Carta Magna (BRASIL, 1988) que Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 3 É importante frisar que, quando a Constituição Federal se refere a designações discriminatórias, está se referindo aos dados constantes nos registros de nascimento, lavrados e arquivados nos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais, sendo este o primeiro documento público do recém nascido, e que servirá como fonte para todos os outros documentos que ele terá durante a sua vida civil. Ao lavrar o registro de nascimento do infante, o oficial registrador não poderá mencionar o estado civil dos seus pais, nem tampouco se aquele registro deriva de mandado judicial de adoção ou de qualquer outro ato que possa diferencia-lo dos demais, como, por exemplo, um reconhecimento tardio da paternidade. Como ensina Pablo Stolze Gagliano (2013, pág.618) Ser filho de alguém independe de vínculo conjugal válido, união estável, concubinato ou mesmo relacionamento amoroso adulterino, devendo todos os filhos ser tratados da mesma forma. O texto constitucional trata da filiação biológica e da filiação adotiva, equiparando-as. Posteriormente, a lei /2002, que instituiu o Código Civil trouxe a possibilidade da filiação surgir de outra origem, conforme o artigo 1593, que diz: O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.(brasil, 2002) Neste sentido, o enunciado 103 do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (NEGRÃO, 2012) interpretou o artigo 1593 desta forma: Enunciado 103: O Código Civil reconhece, no artigo 1593, outras espécies de parentesco civil além daquele decorrente da adoção, acolhendo assim, a noção de que há um parentesco civil no vínculo parental, proveniente quer das técnicas de reprodução assistida heteróloga, relativamente ao pai (ou 3 A lei de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o Código Civil repetiu o texto constitucional em seu artigo 1596.

5 mãe) que não contribuiu com seu material fecundante, quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse do estado de filho. Eis a grande novidade: a paternidade resultante do afeto, sem vínculo biológico e sem passar por um processo de adoção. A paternidade que nasce do sentimento e da emoção. Como ensina Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus Maluf (2012, pág. 29) A afetividade pode ser entendida como a relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém íntimo ou querido. É um estado psicológico que permite ao ser humano demonstrar os sentimentos e emoções a outrem. Assim, quando falamos em filiação devemos entender que ela pode ocorrer na forma biológica, civil ou socioafetiva. Convém, agora, conceituar filiação, com base na doutrina brasileira. Para Jorge Shiguemitsu Fujita (2011, pág.10) Filiação é, no nosso entender, o vínculo que se estabelece entre pais e filhos, decorrente da fecundação natural ou da técnica de reprodução assistida homóloga (sêmem do marido ou do companheiro: óvulo da mulher ou companheira) ou heteróloga (sêmem de outro homem, porém com o consentimento do esposo ou companheiro; ou óvulo de outra mulher, com anuência da esposa ou companheira), assim como em virtude da adoção ou de uma relação socioafetiva resultante da posse do estado do filho. Do conceito se extrai que a filiação pode ser natural, assistida, adotiva ou socioafetiva resultante da posse do estado de filho, ais quais veremos de forma sucinta no próximo tópico Das formas de filiação Conforme abordado no tópico anterior, a filiação pode ser natural, assistida, adotiva ou socioafetiva resultante da posse do estado de filho. É importante ressaltar que toda a paternidade é socioafetiva, pois é possuidora de afeto. Como ensina Paulo Luis Neto Lobo (2006, pág. 16) Toda paternidade é necessariamente socioafetiva, podendo ter origem biológica ou não; ou seja, a paternidade socioafetiva é gênero do qual são espécies a paternidade biológica e a não-

6 biológica. Assim, dividiremos a paternidade 4 socioafetiva em lato sensu (biológica, assistida e adotiva) e stricto sensu (resultante da posso do estado de filho). Veremos agora, separadamente, cada uma destas espécies Filiação Natural Por natural, entende-se como aquela proveniente da relação sexual entre o homem e a mulher sem qualquer assistência médica. Trata-se do exercício normal da natureza na busca pela preservação da espécie. Pode ser fruto de pessoas casadas ou não, bem como pode ocorrer de forma intencional ou acidental. A lei (BRASIL, 2002) quando trata da filiação natural, fruto do casamento, determina presunções em relação a paternidade natural nos incisos I e II do artigo 1597 Art Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I-nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II- nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação de casamento; Assim, se nascidos cento e oitenta dias após o casamento, o filho da mulher, presume-se do seu marido. Também presume-se do marido o filho nascido em até trezentos dias depois do divórcio, viuvez ou anulação do casamento Reprodução Assistida Já a reprodução assistida 5 é aquela que depende de assistência médica especializada e está prevista nos incisos III, IV e V do artigo da lei 4 É importante distinguir pai de genitor. Genitor é quem gera. Pai é quem cria, quem assume os deveres de realização dos direitos fundamentais da pessoa em formação, elencados no artigo 227 da Constituição Federal, constituindo uma relação afetiva com o filho. O pai que assume estes deveres, não é necessariamente o genitor. (LOBO, 2006, pág. 16)

7 10.406/2002 e regulamentada pela resolução 2013/2013 do Conselho Federal de Medicina. Ela pode ser homóloga ou heteróloga. Como ensina Rolf Madaleno (2010, pág. 59): A constante evolução da medicina genética permite a fecundação fora do corpo da mulher e sem a realização da cópula, fecundando in vitro um óvulo extraído de uma mulher, com sêmem do marido ou da pessoa que com ela viva em união estável, ou pode decorrer da doação de material genético de uma terceira pessoa. Por reprodução assistida homóloga entende-se aquela em que é utilizado o sêmem do marido ou companheiro e o óvulo da esposa ou companheira. Por reprodução assistida heteróloga entende-se aquela em que o sêmem do homem ou o óvulo da mulher pertence a um doador (a) anônimo. A lei /2002 também se preocupa com os embriões excedentários (aqueles que não foram utilizados e sobraram), decorrentes de concepção artificial homóloga. Eles serão criopreservados em um local especial, podendo ser reutilizados a qualquer tempo, dependendo da vontade das partes, que deverão expressá-la no momento inicial de todo o processo de reprodução assistida Filiação Adotiva 5 Enunciado 105 do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal: As expressões fecundação artificial, concepção artificial e inseminação artificial constantes, respectivamente, dos incisos III, IV e V do art devem ser interpretadas como técnica de reprodução assistida (NEGRÃO, 2012). 6 Artigo Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I-... II-... III- Havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido. IV- Havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga. V- Havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. 7 Resolução 2013/2013 do Conselho Federal de Medicina, inc. V n. 4 : No momento da criopreservação os pacientes devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao destino que será dado aos embriões criopreservados, quer em caso de divórcio, doenças graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam doá-los. Disponível em: < Acesso em 02 dez.2014.

8 A filiação adotiva é aquela que decorre de um processo judicial. Como ensina Renata Barbosa de Almeida (2012, pág. 368) É a forma mais conhecida, porque mais antiga, de filiação socioafetiva. Consiste em, por escolha, tornar-se pai e/ou mãe de alguém com quem, geralmente não se mantém vínculo biológico algum. A autora fala em socioafetividade, eis que o afeto que surgirá entre o adotante e o adotado, é que criará o vínculo sentimental da paternidade e filiação, originandose de uma sentença judicial de adoção. Como ensina Carlos Alberto Dabus Maluf (2013, pág. 561) Adoção é o negócio jurídico pelo qual se promove, mediante sentença judicial constitutiva, o ingresso de um indivíduo, maior ou menor de idade, capaz ou incapaz, em família substituta, a família adotante, passando o adotado a dispor de todos os direitos e deveres inerentes a filiação biológica. O filho adotivo, mesmo que não possuindo vínculo biológico com o adotante, gozará dos mesmos direitos de um filho natural, sendo equiparado a este Filiação Socioafetiva resultante da posse do estado de filho Por fim, temos a filiação socioafetiva, decorrente da posse de estado de filho que, modernamente, vem sendo sustentada pela jurisprudência e estudada pela doutrina 8-9. Importante, antes de explicar o estado de filho, e compreender como ocorre a posse deste estado, é preciso conceituar o estado de família, que é o gênero do qual 8 Belmiro Pedro Welter ao escrever sobre o filho de criação ensina que A afetividade se corporifica naqueles casos em que, mesmo não havendo vínculo biológico, alguém educa um ser humano por mera opção, por modo de ser-em-família, amor, afeto e solidariedade humana, abrigando-o em seu lar, cumprindo com o princípio da convivência da família (artigo 227, cabeço, da Constituição do País) (2010, pág.100). 9 Leonardo Barreto Moreira Alves ao falar sobre paternidade socioafetiva diz: Segundo tal ideia, pai não é necessariamente o marido da mulher que concebe o filho ou aquele que procria (mero genitor), mas sim quem cria, quem diariamente preta afeto, cuidado e amor. [...] É que nesta espécie de paternidade, em regra, não há entre pai e filho nenhum vínculo jurídico (paternidade jurídica) ou biológico (paternidade biológica), mas meramente fático, voluntário, constituído, portanto, pela livre manifestação dos envolvidos, que não eram obrigados a constituir uma relação afetiva, mas ainda assim constituíram. (2010, pág. 172)

9 o outro é espécie. Assim, como ensina Sílvio de Salvo Venosa (2003, pág. 18) Estado de família é a posição e a qualidade que a pessoa ocupa na entidade familiar. Ou seja, é onde a pessoa está localizada naquela família, sendo ela filho, pai, avô, genro, neto, etc. Entre estas posições, está a posição de filho. Assim, dentro do estado de família temos o estado de filho, que é ocupado por que está na linha reta, descendente, em primeiro grau. Como ensina Lobo (2006, pág. 16) Outra categoria importante é a do estado de filiação, compreendido como o que se estabelece entre o filho e quem assume os deveres de paternidade, correspondentes aos direitos mencionados no art. 227 da Constituição. O estado de filiação é a qualificação jurídica dessa relação de parentesco, abrangendo um complexo de direitos e deveres reciprocamente considerados. O filho é titular do estado de filiação, da mesma forma que o pai é titular do estado de paternidade em relação a ele. É importante ressaltar que, se alguém está ocupando uma posição na família, que não é sua, pode ocorrer o fenômeno da posse de estado. Como ensina Maria Berenice Dias (2011, pág. 371) quando as pessoas desfrutam de uma situação jurídica que não corresponde a verdade, detém o que se chama de posse de estado. Assim, se alguém é criado por outro como se filho fosse, desfruta da posse do estado de filho. Como ensina Fujita (2011, pág. 78) A filiação socioafetiva decorrente da posse do estado de filho é aquela em que se verifica uma relação paterno-filial, ou materno-filial, ou paternomaterno-filial, em que se destacam o tratamento existente entre os pais e o filho, de caráter afetivo, amoroso e duradouro, e a reputação ou fama na qualidade de filho perante terceiros. Portanto, aquele que não é filho biológico de alguém, nem passou pelo processo de adoção, mas ocupa posição pública na família, como se filho fosse, está na posse de estado de filho. Esta, então, é a filiação socioafetiva baseada na posse do estado de filho, baseada no afeto.

10 2. Do Reconhecimento da Filiação Reconhecer um filho é um ato de grandeza. A lei civil traz várias formas de alcançar este fim. Apresentaremos de forma sucinta cada uma destas espécies e ao final abordamos com maior profundidade o reconhecimento extrajudicial da filiação socioafetiva baseada na posse de estado de filho, objeto deste trabalho. 2.1 Do reconhecimento no ato do registro de nascimento Quando a mãe não é casada, ou, se casada o nascimento do seu filho ocorreu antes do casamento completar 180 dias 10, é necessário que o pai da criança compareça, junto com a mãe, ao cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais para declarar a paternidade e assinar o registro de nascimento. Trata-se de ato de reconhecimento de filho no ato do registro de nascimento, com a concordância da mãe Do reconhecimento de filho tardio Quando a mãe registra o nascimento do seu filho somente em seu nome poderá o pai, posteriormente, reconhecer a paternidade. Este reconhecimento poderá ocorrer, conforme prevê o artigo 1609, incisos II, III e IV do Código Civil, através de escritura pública em tabelionato de notas, por instrumento particular diretamente no cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, por testamento ou por manifestação direta e expressa perante um juiz de direito, independente do tipo do processo que as partes estejam envolvidas. 10 Artigo 1597, inciso I do Código Civil. 11 Artigo 1609, inciso I do Código Civil.

11 Após o reconhecimento da paternidade, será realizada uma averbação no registro de nascimento da criança, inserindo no termo os dados do pai e dos avós paternos. Ao ser extraída nova certidão de nascimento, não constará que o reconhecimento de paternidade ocorreu posteriormente ao registro, como forma de evitar discriminação ao registrado. A nova certidão de nascimento será expedida da mesma forma que é expedida uma certidão de nascimento de uma criança que sempre teve o nome do pai em seu registro. Não haverá diferença. É importante lembrar que a mãe deve concordar com o reconhecimento de paternidade, assinando o documento competente. Se o filho já tiver alcançado a maioridade, este será chamado para consentir com o reconhecimento Do reconhecimento judicial da filiação socioafetiva resultante da posse do estado de filho A jurisprudência vem consolidando a possibilidade de reconhecimento de filho não biológico, mas socioafetivo, quando evidente a posse do estado de filho. Diversos tribunais de país entendem que o nome do pai afetivo deve ser inserido no registro de nascimento da criança, preenchendo, assim, a lacuna deixada pelo pai biológico que não reconheceu a paternidade. Trata-se de um avanço na área do Direito de Família, que vem buscando regularizar situações de fato existentes, baseadas no afeto, trazendo segurança e bem estar aos integrantes de uma entidade familiar. Por ser uma novidade, não prevista no ordenamento jurídico, mas construída pela doutrina e pela jurisprudência, a busca pela sua efetivação vem ocorrendo através de processo judicial. Após a sentença que defere a filiação socioafetiva, é expedido um mandado judicial de averbação para o cartório de Registro Civil das 12 Artigo 1614 do Código Civil.

12 Pessoas Naturais onde se encontra o registro daquele que não possui o nome do pai no seu assento. A necessidade de intervenção judicial para apreciação deste reconhecimento espontâneo de paternidade acaba, naturalmente, dificultando a sua realização. Apesar de ser um pedido simples, com a concordância da mãe ou do filho maior, o processo soma-se a outros tantos que tramitam nas varas de família. Existem, ainda, os inúmeros casos que não chegam ao judiciário por desconhecimento do procedimento ou por questões culturais. A possibilidade de um reconhecimento de filiação socioafetiva diretamente em cartório, seria uma opção prática para as famílias que se encontram nesta situação, o que já vem ocorrendo em três estados brasileiros de forma inovadora Do Pioneirismo dos estados de Pernambuco, Ceará e Maranhão em relação ao reconhecimento extrajudicial da paternidade socioafetiva resultante da posse do estado de filho Enquanto na maior parte do país o reconhecimento de filiação socioafetiva resultante da posse do estado de filho ocorre somente de forma judicial, uma novidade surge na região nordeste do país, com a possibilidade deste reconhecimento ocorrer diretamente na via extrajudicial. É o que prevê o provimento 09/2013 de 02 de dezembro de 2013 da Corregedoria Geral de Justiça do estado de Pernambuco, o provimento 15/2013 de 17 de dezembro de 2013 da Corregedoria Geral de Justiça do estado do Ceará e o provimento 21/2012 de 19 de dezembro de 2013 da Corregedoria Geral de Justiça do estado do Maranhão. As novas normas preveem que a paternidade socioafetiva seja reconhecida diretamente ao oficial do cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais, sem entraves burocráticos.

13 O pai socioafetivo comparece ao cartório e declara que reconhece como seu filho a pessoa ali registrada, com base no afeto existente entre os dois. A mãe é chamada para consentir. Se o registrado for maior de idade, ele é que será chamado para dar o seu consentimento. Publicados no mês de dezembro de 2013, os provimentos são semelhantes em seu teor, diferenciando-se o provimento do estado do Maranhão em relação aos outros, onde este permite o reconhecimento perante qualquer oficial do registro civil do estado, enquanto no Ceará e em Pernambuco o reconhecimento deve ocorrer diretamente no cartório que encontra-se registrado o filho. 3- Da possibilidade de reconhecimento de filho socioafetivo por escritura pública ou escrito particular nos demais estados brasileiros Enquanto Ceará, Pernambuco e Maranhão caminham a passos largos em busca da desburocratização do reconhecimento da filiação socioafetiva, confiando na fé pública do oficial registrador do cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, os outros estados brasileiros ainda dependem, em regra, da chancela judicial para o ato. Este é o entendimento natural que se possui acerca do procedimento, eis que não existe previsão legal no ordenamento jurídico nacional e, em razão disso, muitos tabelionatos evitam lavrar escrituras públicas de reconhecimento de filiação socioafetiva, procedimento também evitado pelos cartórios de Registro Civil em relação a possibilidade de reconhecimento por instrumento particular. Porém, deve-se compreender que a lei civil brasileira, embora não descreva expressamente a possibilidade de realização deste ato, também não o proíbe. Aliás, cabe aqui desenvolver um raciocínio sobre o reconhecimento extrajudicial de filiação, como forma de averiguar se é possível a sua aplicação na esfera socioafetiva.

14 3.1- Da evolução legislativa sobre o reconhecimento extrajudicial de paternidade após a Constituição Federal de 1988 Com a chegada da igualdade constitucional entre irmãos, o legislador brasileiro procurou facilitar os procedimentos para o reconhecimento de filho. Neste raciocínio, a lei 8069 (BRASIL, 1990) 13 trouxe em seu artigo 26 a possibilidade de reconhecimento de filho por escritura pública, nestes termos: Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação. Importante dispositivo já trazia a expressão qualquer que seja a origem da filiação, deixando aberta uma porta para o futuro, eis que naquela época pouco se falava em filiação socioafetiva. Com a chegada da lei em 29 de dezembro de 1992 o reconhecimento extrajudicial de filho foi novamente descrito como possível através de escritura pública, surgindo agora, também, a possibilidade de reconhecimento por instrumento particular, a ser arquivado em cartório, conforme previsto no inciso II do artigo 1ª. desta norma 14. Em 2002 com a chegada do novo Código Civil através da lei , novamente o legislador reforçou a ideia de reconhecimento de filho por escritura pública ou por instrumento particular (arquivado em cartório), através do artigo 1609, inciso II 15 e determinou, em seu artigo 10, inciso II, a necessidade do ato ser averbado no registro público competente Estatuto da Criança e do Adolescente. 14 Art. 1 O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: I -... II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; 15 Art O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: I-... II- por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório.

15 Sobre a diferenciação entre paternidade biológica e socioafetiva, o legislador não se manifestou. Foi a jurisprudência que começou a construir a ideia da filiação baseada no afeto, interpretando os dispositivos legais para adapta-los a uma nova realidade Do Posicionamento do Superior Tribunal de Justiça sobre o reconhecimento extrajudicial de filiação socioafetiva. Sem normas expressas que regulassem o reconhecimento de filho socioafetivo, em 2009, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Jusitça decidiu no REsp /MS, Relator Ministro João Otávio de Noronha, sobre a validade do ato por escritura pública, nestes termos: REGISTRO CIVIL. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE VIA ESCRITURA PÚBLICA. INTENÇAO LIVRE E CONSCIENTE. ASSENTO DE NASCIMENTO DE FILHO NAO BIOLÓGICO. RETIFICAÇAO PRETENDIDA POR FILHA DO DE CUJUS. ART DO CÓDIGO CIVIL. AUSÊNCIA DE VÍCIOS DE CONSENTIMENTO. VÍNCULO SOCIOAFETIVO. ATO DE REGISTRO DA FILIAÇAO. REVOGAÇAO. DESCABIMENTO. ARTS E DO CÓDIGO CIVIL. 1- [...] 2-.Não há que se falar em erro ou falsidade se o registro de nascimento de filho não biológico efetivou-se em decorrência do reconhecimento de paternidade, via escritura pública, de forma espontânea, quando inteirado o pretenso pai de que o menor não era seu filho; porém, materializa-se sua vontade, em condições normais de discernimento, movido pelo vínculo socioafetivo e sentimento de nobreza. Com esta decisão, encerra-se a discussão sobre a possibilidade de reconhecimento de filho socioafetivo por escritura pública, eis que o próprio judiciário entende como válido e legal o ato, ampliando a interpretação das normas existentes e sepultando a tese de que se aplicariam somente a paternidade biológica. 16 Art. 10. Far-se-á a averbação em registro público: I-... II- dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação.

16 3.3- Do Provimento 16/2012 do Conselho Nacional de Justiça Finalmente em 17 de fevereiro de 2012 o Conselho Nacional de Justiça publicou o Provimento n. 16/ tratando do reconhecimento de paternidade a ser realizado diretamente nos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais. O assunto foi tratado no artigo 6ª., nestes termos: Art. 6ª. Sem prejuízo das demais modalidades legalmente previstas, o reconhecimento espontâneo de filho poderá ser feito perante o Oficial de Registro de Pessoas Naturais, a qualquer tempo, por escrito particular, que será arquivado em cartório (BRASIL, 2012) A nova norma do Conselho Nacional de Justiça facilitou o reconhecimento espontâneo da filiação, pois agora o pai pode comparecer diretamente a qualquer cartório de Registro Civil do país, independentemente de onde esteja o registro, e declarar a paternidade 18. O provimento não disse que a paternidade a ser declarada é exclusivamente a biológica. Falou apenas em reconhecimento espontâneo de filho, o que deixou margem para dupla interpretação, em razão dos estudos já realizados sobre filiação socioafetiva. Corroborando neste raciocínio, encontramos na página do Conselho Nacional de Justiça ( a publicação de três notícias informando à 17 Disponível em < > Acesso em 02 dez Art. 6º. Sem prejuízo das demais modalidades legalmente previstas, o reconhecimento espontâneo de filho poderá ser feito perante Oficial de Registro de Pessoas Naturais, a qualquer tempo, por escrito particular, que será arquivado em cartório. 1º. Para tal finalidade, a pessoa interessada poderá optar pela utilização de termo, cujo preenchimento será providenciado pelo Oficial, conforme modelo anexo a este Provimento, o qual será assinado por ambos. 2º. A fim de efetuar o reconhecimento, o interessado poderá, facultativamente, comparecer a Ofício de Registro de Pessoas Naturais diverso daquele em que lavrado o assento natalício do filho, apresentando cópia da certidão de nascimento deste, ou informando em qual serventia foi realizado o respectivo registro e fornecendo dados para induvidosa identificação do registrado. 3º. No caso do parágrafo precedente, o Oficial perante o qual houver comparecido o interessado remeterá, ao registrador da serventia em que realizado o registro natalício do reconhecido, o documento escrito e assinado em que consubstanciado o reconhecimento, com a qualificação completa da pessoa que reconheceu o filho e com a cópia, se apresentada, da certidão de nascimento. 19 Dia 05 de dezembro de Ato da Corregedoria autoriza pais a reconhecer filho socioafetivo, referindo-se ao estado do Ceará. Pode ser acessado em

17 sociedade brasileira sobre os provimentos de reconhecimento de paternidade socioafetiva nos estados de Pernambuco, Ceará e Maranhão, já descritos neste trabalho. Isso nos leva a crer que, se o próprio Conselho Nacional de Justiça divulga a existência destes provimentos, é porque não se opõe ao procedimento e nem proíbe o seu exercício, consentindo de forma tácita. Assim, é possível traçar um histórico sobre o sobre o reconhecimento extrajudicial da filiação, a partir de 1988 da seguinte forma: - o artigo 227 6ª. da Constituição Federal de 1988: - o artigo 26 da lei 8069/90; - o artigo 1ª. inciso II da lei 8.560/92; - os artigos 10, inciso II e 1609 inciso II da lei /2002; -Jurisprudência do STJ em Provimento 12/2012 do Conselho Nacional de Justiça. - Provimentos do nordeste em 2013 com divulgação pelo próprio Conselho Nacional de Justiça. Diante disso, podemos afirmar que o reconhecimento extrajudicial espontâneo da paternidade socioafetiva resultante da posse do estado de filho pode ser realizado através de escritura pública, perante o notário ou através de instrumento particular, a ser arquivado em cartório, perante o oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais, com anuência da mãe, se o filho for menor de dezoito anos, ou com o consentimento do próprio filho, se maior de idade. 20 Dia 20 de dezembro de Provimento autoriza reconhecimento de paternidade socioafetiva, referindo-se ao estado do Maranhão. Pode ser acessado em provimento-autoriza-reconhecimento-de-paternidade-socioafetiva 21 Dia 27 de dezembro de Corregedoria autoriza reconhecimento de paternidade socioafetiva referindo-se ao estado do Ceará. Pode ser acessado em corregedoria-autoriza-reconhecimento-de-paternidade-socioafetiva

18 CONCLUSÃO Muito tem se discutido acerca da filiação socioafetiva e suas formas de reconhecimento. A filiação baseada no afeto, conhecida como filho de criação é uma modalidade não prevista expressamente na lei civil, mas amplamente aceita pela doutrina e jurisprudência. Seu reconhecimento sempre esteve atrelado à chancela judicial, até que as Corregedorias Gerais de Justiça dos estados do Ceará, Pernambuco e Maranhão editaram provimentos regulando o seu reconhecimento extrajudicial de forma direta, perante o cartório de registro civil das pessoas naturais. Entendimento semelhante já tinha o STJ no ano de 2009 ao reconhecer como válido o reconhecimento da filiação socioafetiva por escritura pública perante o notário. Analisar e interpretar as normas que tratam o tema é dever dos operadores do direito, que não podem se furtar de reconhecer que o direito está em constante evolução e que a sociedade merece caminhos menos burocráticos para regularizar situações já existentes. O reconhecimento extrajudicial da filiação socioafetiva, resultante da posse do estado de filho é tacitamente reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça que buscou facilitar o reconhecimento de paternidade através do Provimento 16/2012, sem limita-lo a paternidade biológica, e divulgou em seu saite os provimentos das Corregedorias estaduais do nordeste do país que tratam do assunto. O notário, bem como o oficial do registro civil são detentores de fé pública e estão à disposição da sociedade para prestar o público serviço de solucionar demandas, antes que venham bater as portas do judiciário. A falta de uma regulamentação expressa sobre o tema acaba inibindo a realização destes procedimentos nos serviços registrais e notariais. A presente pesquisa demonstra que é possível o reconhecimento da filiação socioafetiva de forma direta nos cartórios de notas ou de registro civil, sem a

19 chancela judicial, o que contribui significativamente para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e fraterna. Aconselha-se, ainda, a edição de uma norma nacional expressa sobre o tema, a ser editada pelo Conselho Nacional de Justiça, com a finalidade de tranquilizar a classe de notários e registradores. Ressalva-se, porém, que o procedimento já possui amparo jurisprudencial e normativo, conforme demonstramos no presente trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Renata Barbosa de; JÚNIOR, Walsir Edson Rodrigues. Direito Civil/ Famílias. 2ª. ed. São Paulo: Editora Atlas ALVES, Leonardo Barreto Moreira. Direito de Família Mínimo/ A possibilidade de Aplicação e o Campo da incidência da Autonomia Privada no Direito de Família. Rio de Janeiro: Lumen Juris BRASIL. Constituição Federal de Disponível em: Acesso em 02 dez BRASIL. Lei 8069 de 13 de julho de Disponível em: < Acesso em: 02 dez Lei de 10 de janeiro de Disponível em : < Acesso em: 02 dez Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial /MS da Quarta Turma, Rel. Ministro João Otávio de Noronha. Brasília, 05 nov DJe 23 nov CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução n. 2013, 16 abril 2013, Brasília, DF. Disponível em < Acesso em 02 dez CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Provimento n. 16 de 17 de fevereiro de Disponível em < provimento-n-16-de-17-de-fevereiro-de-2012 > Acesso em 02 dez DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8ª. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais 2011.

20 FUJITA, Jorge Shiguemitsu. Filiação. 2ª. ed. São Paulo: Editora Atlas GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, volume 6: Direito de Família- As famílias em perspectiva constitucional. 3ª ed. São Paulo: Saraiva LOBO, Paulo Luiz Netto. A Paternidade Socioafetiva e a Verdade Real. Revista CEJ, Brasília, n.34, p.15-21, jul/set MADALENO, Rolf. Novos Horizontes no Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense MALUF, Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus. Direito das Famílias/Amor e bioética. Rio de Janeiro: Elsevier MALUF, Carlos Alberto Dabus; MALUF, Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus. Curso de Direito de Família. São Paulo: Saraiva NEGRÃO, Theotonio. Et al. Código Civil e Legislação Civil em Vigor. 31ª. ed. São Paulo: Saraiva VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil/ Direito de Família. 3ª. ed. São Paulo: Editora Atlas WELTER, Belmiro Pedro. Coisa Julgada na Investigação de Paternidade. 3ª. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora 2010.

Pernambuco. O DESEMBARGADOR JONES FIGUEIRÊDO ALVES, CORREGEDOR GERAL. DA JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO, EM EXERCÍCIO, no uso de

Pernambuco. O DESEMBARGADOR JONES FIGUEIRÊDO ALVES, CORREGEDOR GERAL. DA JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO, EM EXERCÍCIO, no uso de PROVIMENTO Nº 009/2013 Dispõe sobre o reconhecimento voluntário de paternidade socioafetiva perante os Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado de Pernambuco. O DESEMBARGADOR JONES FIGUEIRÊDO

Leia mais

Conselho Nacional de Justiça Corregedoria PROVIMENTO Nº 12

Conselho Nacional de Justiça Corregedoria PROVIMENTO Nº 12 Conselho Nacional de Justiça Corregedoria PROVIMENTO Nº 12 O Corregedor Nacional de Justiça, Ministro Gilson Dipp, no uso de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que durante as inspeções

Leia mais

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC)

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) DO CONCEITO A ADOÇÃO É UM ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO, CUJA EFICACIA É DEPENDENTE DA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. NESSE CASO, CRIA UM VÍNCULO FICTÍCIO DE PATERNIDADE-

Leia mais

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões.

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões. No Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais são regis- trados os atos mais importantes da vida de uma pessoa, como o nascimento, o casamento e o óbito, além da emancipação, da interdição, da ausência

Leia mais

PROVIMENTO Nº 09/2012/CGJUS/TO. A CORREGEDORA-GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DO TOCANTINS, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

PROVIMENTO Nº 09/2012/CGJUS/TO. A CORREGEDORA-GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DO TOCANTINS, no uso de suas atribuições legais e regimentais, PROVIMENTO Nº 09/2012/CGJUS/TO Dispõe sobre a recepção, pelos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, de indicações de supostos pais de pessoas registradas sem paternidade estabelecida, bem como

Leia mais

Dispõe sobre a recepção, pelos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, de indicações

Dispõe sobre a recepção, pelos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, de indicações PROVIMENTO N.º 16 Dispõe sobre a recepção, pelos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, de indicações de supostos pais de pessoas que já se acharem registradas sem paternidade estabelecida, bem

Leia mais

ARPEN - SP ASSOCIAÇÃO DOS REGISTRADORES DE PESSOAS NATURAIS DE SÃO PAULO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA

ARPEN - SP ASSOCIAÇÃO DOS REGISTRADORES DE PESSOAS NATURAIS DE SÃO PAULO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA ARPEN - SP ASSOCIAÇÃO DOS REGISTRADORES DE PESSOAS NATURAIS DE SÃO PAULO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA Espécies de parentesco e contagem de graus Parentesco CÓDIGO CIVIL/2002,

Leia mais

Estatuto das Familias

Estatuto das Familias Estatuto das Familias Princípios: a dignidade da pessoa humana, a solidariedade familiar, a igualdade de gêneros, de filhos e das entidades familiares, a convivência familiar, o melhor interesse da criança

Leia mais

Direito de familia. Separação judicial (?) e divórcio. Arts. 1.571 a 1.582, CC. Art. 226, 6º, CF (nova redação).

Direito de familia. Separação judicial (?) e divórcio. Arts. 1.571 a 1.582, CC. Art. 226, 6º, CF (nova redação). Direito de familia Separação judicial (?) e divórcio. Arts. 1.571 a 1.582, CC. Art. 226, 6º, CF (nova redação). 1 EC nº 66/2010: Nova redação do art. 226, 6º da CF: O casamento civil pode ser dissolvido

Leia mais

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Quanto à fonte: a) Alimentos legais: fixados pela lei, fundamentados no direito de família, decorrentes do casamento, ou união estável ou da relação de parentesco

Leia mais

O oficial deve declarar no registro o número da DNV e arquivar essa via no cartório.

O oficial deve declarar no registro o número da DNV e arquivar essa via no cartório. Registro Civil das Pessoas Naturais temas práticos parte 2 Temas práticos de registro civil das pessoas naturais Priscila de Paula, registradora civil em Cajamar Vamos tratar de alguns aspectos relacionados

Leia mais

O DÍVORCIO E A SEPARAÇÃO JUDICIAL NO BRASIL ATUAL: FACILIDADES E PROBLEMAS RESUMO

O DÍVORCIO E A SEPARAÇÃO JUDICIAL NO BRASIL ATUAL: FACILIDADES E PROBLEMAS RESUMO O DÍVORCIO E A SEPARAÇÃO JUDICIAL NO BRASIL ATUAL: FACILIDADES E PROBLEMAS Fábio Roberto Caldin 1 Rodrigo Pessoni Teófilo de Carvalho 1 Vinicius Leonam Pires Kusumota 1 Vitor Turci de Souza 1 RESUMO O

Leia mais

Professor Álvaro Villaça Azevedo Titular da Faculdade de Direito da USP

Professor Álvaro Villaça Azevedo Titular da Faculdade de Direito da USP Indicação nol2812011 SC-43812011 Comissão de Direito de Família AUTOR DA INDICAÇÃO: ADVOGADO MARCOS NUNES CILOS EMENTA PAI SOCIOAFETIVO: ART. 1.593 E 1.595, AMBOS DO CC/2002. NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO TÉCNICA

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China CONVENÇÃO SOBRE A JURISDIÇÃO, LEI APLICÁVEL E RECONHECIMENTO DE DECISÕES EM MATÉRIA DE ADOÇÃO (Concluída em 15 de novembro de 1965) (Conforme o seu artigo 23, esta Convenção teve vigência limitada até

Leia mais

TODAS AS INFORMAÇÕES SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES!!! CASAMENTO CIVIL (Brasileiros)

TODAS AS INFORMAÇÕES SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES!!! CASAMENTO CIVIL (Brasileiros) TODAS AS INFORMAÇÕES SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES!!! CASAMENTO CIVIL (Brasileiros) PREENCHER O FORMULÁRIO - MEMORIAL - DE CASAMENTO (MODELOS NAS FL 4, 5 E 6), ASSINAR E RECONHECER FIRMA DAS ASSINATURAS

Leia mais

No Tabelionato de Notas são lavradas escrituras públicas em geral, como inventários, divórcios, declaratórias de união estável, procurações,

No Tabelionato de Notas são lavradas escrituras públicas em geral, como inventários, divórcios, declaratórias de união estável, procurações, No Tabelionato de Notas são lavradas escrituras públicas em geral, como inventários, divórcios, declaratórias de união estável, procurações, testamentos, entre outras. Também são lavradas atas notariais,

Leia mais

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas 18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando facilitar o reconhecimento de divórcios e separações de pessoas obtidos

Leia mais

Contratos em língua estrangeira

Contratos em língua estrangeira BuscaLegis.ccj.ufsc.br Contratos em língua estrangeira Marcelo Camargo de Brito advogado em São Paulo (SP), atuante nas áreas cível e empresarial, pós-graduando em Direito Tributário pela UNAMA/LFG/IOB/UVB

Leia mais

Conselho Nacional de Justiça

Conselho Nacional de Justiça Poder Judiciário Conselho Nacional de Justiça PROVIMENTO Nº 37 Dispõe sobre o registro de união estável, no Livro "E", por Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais. O CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA

Leia mais

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA RESOLUÇÃO CFM nº 1.957/2010 (Publicada no D.O.U. de 06 de janeiro de 2011, Seção I, p.79) A Resolução CFM nº 1.358/92, após 18 anos de vigência, recebeu modificações relativas

Leia mais

Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal

Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal Capítulo 3 Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal Leia a lei: arts. 1.571 a 1.582 CC. Como se trata de uma relação de base contratual, o casamento

Leia mais

CARTILHA JUSTIÇA E FAMÍLIA

CARTILHA JUSTIÇA E FAMÍLIA CARTILHA JUSTIÇA E FAMÍLIA Orientação aos acadêmicos que atuarão em ações comunitárias relacionadas ao Direito da Família. Em caso de dúvida sobre a orientação jurídica e ser repassada, o aluno deverá

Leia mais

DEBATE SOBRE HOMOAFETIVIDADE. Ms. Raquel Schöning; Ms Anna Lúcia Mattoso Camargo; Ms. Gislaine Carpena e Ms. Adriana Bina da Silveira.

DEBATE SOBRE HOMOAFETIVIDADE. Ms. Raquel Schöning; Ms Anna Lúcia Mattoso Camargo; Ms. Gislaine Carpena e Ms. Adriana Bina da Silveira. DEBATE SOBRE HOMOAFETIVIDADE Ms. Raquel Schöning; Ms Anna Lúcia Mattoso Camargo; Ms. Gislaine Carpena e Ms. Adriana Bina da Silveira. Temáticas: Casamento União estável: efeitos (Bina); Novas famílias

Leia mais

Professora Alessandra Vieira

Professora Alessandra Vieira Sucessão Legítima Conceito: A sucessão legítima ou ab intestato, é a que se opera por força de lei e ocorre quando o de cujus tem herdeiros necessários que, de pleno direito, fazem jus a recolher a cota

Leia mais

PARECER Nº, DE 2015. RELATOR: Senador WALDEMIR MOKA I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2015. RELATOR: Senador WALDEMIR MOKA I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2015 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS, em decisão terminativa, sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 44, de 2012 (Projeto de Lei nº 4.097, de 2004, na Casa de origem), do Deputado Zenaldo Coutinho,

Leia mais

PATERNIDADE SOCIOAFETIVA X PATERNIDADE BIOLÓGICA

PATERNIDADE SOCIOAFETIVA X PATERNIDADE BIOLÓGICA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA X PATERNIDADE BIOLÓGICA Renata Martins Sena Advogada Pós-graduada em Direito Constitucional As inúmeras mudanças sociais ocorridas nos últimos tempos têm refletido sobremaneira

Leia mais

HERANÇA. Danilo Santana

HERANÇA. Danilo Santana A RELAÇÃO HERANÇA Danilo Santana HOMOSSEXUAL PODE GERAR SOCIEDADE E NÃO A RELAÇÃO HOMOSSEXUAL PODE GERAR SOCIEDADE E NÃO HERANÇA Danilo Santana Advogado, graduado em Direito pela PUC-MG, membro efetivo

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

Julio Cesar Brandão. I - Introdução

Julio Cesar Brandão. I - Introdução DOAÇÃO: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A DOAÇÃO E AS CLÁUSULAS RESTRITIVAS DE INCOMUNICABILIDADE, INALIENABILIDADE E IMPENHORABILIDADE À LUZ DO NOVO CÓDIGO CIVIL Julio Cesar Brandão SUMÁRIO: I - Introdução.

Leia mais

REGISTRO DE CASAMENTO DE MORTO

REGISTRO DE CASAMENTO DE MORTO REGISTRO DE CASAMENTO DE MORTO Elaborado em Anderson Evangelista Pós-graduado em Direito Privado pela UGF/CEPAD Bacharel em Direito pela UNESA Professor e palestrante de Direito de Família Colunista do

Leia mais

SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL NÃO MAIS NECESSITA SER HOMOLOGADA PELO STJ APÓS NOVO CPC

SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL NÃO MAIS NECESSITA SER HOMOLOGADA PELO STJ APÓS NOVO CPC SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL NÃO MAIS NECESSITA SER HOMOLOGADA PELO STJ APÓS NOVO CPC INTRODUÇÃO *Letícia Franco Maculan Assumpção **Isabela Franco Maculan Assumpção O Novo Código de Processo

Leia mais

ANEXO 1 - MODELO DE ESCRITURA DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL SEM PARTILHA DE BENS

ANEXO 1 - MODELO DE ESCRITURA DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL SEM PARTILHA DE BENS ANEXO 1 - MODELO DE ESCRITURA DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL SEM PARTILHA DE BENS Livro... Folha... ESCRITURA PÚBLICA DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL que fazem, como outorgantes e reciprocamente outorgados NOME e NOME,

Leia mais

3. SERVIÇOS ATENDIMENTO JURISDICIONAL

3. SERVIÇOS ATENDIMENTO JURISDICIONAL ATENDIMENTO JURISDICIONAL DOCUMENTOS PARA O ATENDIMENTO Documento de identificação pessoal (identidade ou certidão de nascimento) Certidão de casamento (se for casado) CPF Comprovante de renda de até 3

Leia mais

ENUNCIADOS DAS I, III E IV JORNADAS DE DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES

ENUNCIADOS DAS I, III E IV JORNADAS DE DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES As Jornadas de Direito Civil são uma realização do Conselho da Justiça Federal - CJF e do Centro de Estudos Jurídicos do CJF. Nestas jornadas, compostas por especialistas e convidados do mais notório saber

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 3.638-C, DE 1993. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 3.638-C, DE 1993. O CONGRESSO NACIONAL decreta: COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 3.638-C, DE 1993 Institui normas para a utilização de técnicas de reprodução assistida. O CONGRESSO NACIONAL decreta: CAPÍTULO

Leia mais

USUFRUTO. 1) Conceito:

USUFRUTO. 1) Conceito: USUFRUTO 1) Conceito: O usufruto é um dos chamados direitos reais sobre coisa alheia. Para Sílvio de Salvo Venosa 1 usufruto é um direito real transitório que concede a seu titular o poder de usar e gozar

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A competência nos pedidos de adoção, guarda e tutela Rogério Medeiros Garcia de Lima* 1. INTRODUÇÃO A vigência do novel Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei federal 8.069, de

Leia mais

Notas técnicas. Introdução

Notas técnicas. Introdução Notas técnicas Introdução As Estatísticas do Registro Civil são publicadas desde 1974 e fornecem um elenco de informações relativas aos fatos vitais, casamentos, separações e divórcios ocorridos no País.

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China 26. CONVENÇÃO SOBRE A CELEBRAÇÃO E O RECONHECIMENTO DA VALIDADE DOS CASAMENTOS (concluída em 14 de março de 1978) Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando facilitar a celebração de casamentos

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Decisão sobre Repercussão Geral Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 29/11/2012 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 692.186 PARAÍBA RELATOR RECTE.(S) RECTE.(S) RECTE.(S)

Leia mais

A Guarda Compartilhada

A Guarda Compartilhada A Guarda Compartilhada Maria Carolina Santos Massafera Aluna do curso de pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil na Fundação Aprender Varginha, em convênio com o Centro Universitário Newton Paiva.

Leia mais

Adoção por Casal Homoafetivo

Adoção por Casal Homoafetivo Assunto Especial - Doutrina União Homoafetiva - Alimentos e Adoção Adoção por Casal Homoafetivo DOUGLAS PHILLIPS FREITAS 1 Advogado, Psicopedagogo, Presidente do IBDFAM/SC, Professor da AASP - Associação

Leia mais

FEVEREIRO 2015 BRASÍLIA 1ª EDIÇÃO

FEVEREIRO 2015 BRASÍLIA 1ª EDIÇÃO Secretaria de Políticas Públicas de Emprego Departamento de Emprego e Salário Coordenação-Geral do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e Identificação Profissional SEGURO-DESEMPREGO E ABONO SALARIAL NOVAS

Leia mais

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR 1 - A autorização para que crianças e adolescentes passem as festas de final de

Leia mais

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Autarquia Federal Lei nº 3.268/57

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Autarquia Federal Lei nº 3.268/57 Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Autarquia Federal Lei nº 3.268/57 CONSULTA nº 110.469/11 Assunto: paciente menor, genitores separados, fornecimento prontuário Relator: Laide Helena

Leia mais

PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA:

PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA: PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA: Vejam quais são as principais questões que envolvem o Novo Regime de Tributação e esclareçam suas dúvidas. 1) Como era o tratamento tributário

Leia mais

MATRICULA CASOS ESPECIAIS

MATRICULA CASOS ESPECIAIS MATRICULA Atitude do registrador Constatada oficialmente a existência de uma rádio, revista ou qualquer outro meio de comunicação previsto na legislação, sem a competente matrícula no Registro Civil das

Leia mais

CONCORRÊNCIA AA 03/2015 QUESTIONAMENTO 12. Pergunta: No que tange ao Anexo II Critérios de elaboração e julgamento da proposta técnica:

CONCORRÊNCIA AA 03/2015 QUESTIONAMENTO 12. Pergunta: No que tange ao Anexo II Critérios de elaboração e julgamento da proposta técnica: CONCORRÊNCIA AA 03/2015 QUESTIONAMENTO 12 Pergunta: No que tange ao Anexo II Critérios de elaboração e julgamento da proposta técnica: Item A.I.c: Poderá a apresentação também se dar em pen drive (com

Leia mais

DOCUMENTOS E ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA TRANSPLANTES COM DOADOR VIVO EM RELAÇÃO A CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ

DOCUMENTOS E ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA TRANSPLANTES COM DOADOR VIVO EM RELAÇÃO A CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ DOCUMENTOS E ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA TRANSPLANTES COM DOADOR VIVO EM RELAÇÃO A CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ Através do presente sintetizamos as exigências legais previstas

Leia mais

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA. RESOLUÇÃO Nº 12, de 11 de março de 2015

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA. RESOLUÇÃO Nº 12, de 11 de março de 2015 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA RESOLUÇÃO Nº 12, de 11 de março de 2015 Disciplina o procedimento de consulta previsto nos 4º e 5º do art. 9º da Lei n. 12.529/2011. O

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Dois pais e uma mãe: É possível registrar? Rafael D'Ávila Barros Pereira * No dia 09/04/08, no capítulo da novela "Duas Caras", da Rede Globo, foi apresentada uma situação, se não

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China 25. CONVENÇÃO SOBRE A LEI APLICÁVEL PARA REGIMES DE BENS MATRIMONIAIS (celebrada em 14 de março de 1978) Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando estabelecer previsões comuns concernente

Leia mais

Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul Corregedoria-Geral de Justiça

Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul Corregedoria-Geral de Justiça Autos n.º 126.152.0025/2007 PARECER N.º 091/2007 PEDIDO DE PROVIDÊNCIA EXTENSÃO DO PROJETO MEU PAI NO PAPEL A OUTRAS COMARCAS PRÁTICA ADOTADA INICIALMENTE COMARCA DE CASSILÂNDIA OBJETIVO REDUZIR O ÍNDICE

Leia mais

DIREITO CIVIL ALIMENTOS

DIREITO CIVIL ALIMENTOS DIREITO CIVIL ALIMENTOS Atualizado em 27/10/2015 Direito Civil Aula Professor André Barros 1 União Estável: 1. Conceito: Art. 1.723, CC: É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem

Leia mais

DIREÇÃO DO FORO DA COMARCA DE BELO HORIZONTE PORTARIA N 001/2011

DIREÇÃO DO FORO DA COMARCA DE BELO HORIZONTE PORTARIA N 001/2011 DJe de 29/09/2011 (cópia sem assinatura digital) DIREÇÃO DO FORO DA COMARCA DE BELO HORIZONTE PORTARIA N 001/2011 Esclarece quanto ao procedimento de ajuizamento da ação de adoção, diretamente pelos requerentes

Leia mais

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de constitucionalidade Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: há diversas modalidades de controle de constitucionalidade previstas no direito brasileiro.

Leia mais

Divisão de Atos Internacionais

Divisão de Atos Internacionais Divisão de Atos Internacionais Âmbito de AplicaçãoConvenção Interamericana Sobre Obrigação Alimentar (Adotada no Plenário da Quarta Conferência Especializada Interamericana sobre Direito Internacional

Leia mais

GRUPO III ESPELHO DE CORREÇÃO CRITÉRIO GERAL:

GRUPO III ESPELHO DE CORREÇÃO CRITÉRIO GERAL: GRUPO III ESPELHO DE CORREÇÃO CRITÉRIO GERAL: Nos termos do art. 20 do Regulamento do Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público, na correção da prova escrita levar-se-á em conta o saber

Leia mais

Traslados e Certidões.

Traslados e Certidões. Traslados e Certidões. Ementa: Noções sobre traslados e certidões, suas distinções, possibilidades, capacidade para expedição, finalidades, validade jurídica e efeitos. Noções Gerais Nesta aula abordaremos

Leia mais

ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLECENTE PROF. GUILHERME MADEIRA DATA 30.07.2009 AULA 01 e 02

ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLECENTE PROF. GUILHERME MADEIRA DATA 30.07.2009 AULA 01 e 02 TEMAS TRATADOS EM SALA ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PARTE CIVIL 1) Objeto art. 2º do ECA: a) Criança = 12 anos incompletos. b) Adolescente = 12 e 18 anos. Atenção: Pode o ECA ser aplicado à

Leia mais

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno PARECER Nº 037/07 ENTIDADE SOLICITANTE: CPD FINALIDADE: Manifestação

Leia mais

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s) Programa de DIREITO CIVIL VII 9º período: 3h/s Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito de família. Parentesco. Alimentos. Filiação. Guarda, da tutela e da curatela. Casamento. União estável. Dissolução

Leia mais

A TRANSFORMAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES EM FUNDAÇÕES Kelly Schmitz * RESUMO

A TRANSFORMAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES EM FUNDAÇÕES Kelly Schmitz * RESUMO A TRANSFORMAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES EM FUNDAÇÕES Kelly Schmitz * RESUMO A pessoa jurídica de direito público está exposta na parte geral do Novo Código Civil, que entrou em vigor em janeiro de 2002. As pessoas

Leia mais

INTER E PR P ET E A T Ç A Ã Ç O Ã O D A D A LE L I E

INTER E PR P ET E A T Ç A Ã Ç O Ã O D A D A LE L I E INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL ART. 3º DO CPP INTERPRETAÇÃO É a atividade mental realizada com objetivo de extrair a norma legal o seu conteúdo, estabelecendo seu âmbito de incidência e exato sentido.

Leia mais

KÇc^iáema Q/Vacío^cUae Qjuótíca

KÇc^iáema Q/Vacío^cUae Qjuótíca mâwlibtfo Poder Judiciário KÇc^iáema Q/Vacío^cUae Qjuótíca RESOLUÇÃO N 155, DE 16 DE JULHO DE 2012 Dispõe sobre traslado de certidões de registro civil de pessoas naturais emitidas no exterior. O PRESIDENTE

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Os Negócios Jurídicos Da União Estável E Terceiros De Boa-fé Maíta Ponciano Os Casais que vivem união estável DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS DA UNIÃO ESTÁVEL E TERCEIROS DE BOA-FÉ. Desde

Leia mais

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO .1. CONSULTA Nº 156.454/11 Assunto: Entrega de Prontuários ou Relatórios Médicos Relator: Osvaldo Pires Simonelli - Departamento Jurídico CREMESP NETTO. PARECER SUBSCRITO PELO CONSELHEIRO ADAMO LUI Ementa:

Leia mais

1º Anexo a estas Normas haverá um conjunto de Resoluções de caráter transitório que legislarão sobre assuntos específicos do Programa em Astronomia.

1º Anexo a estas Normas haverá um conjunto de Resoluções de caráter transitório que legislarão sobre assuntos específicos do Programa em Astronomia. NORMAS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ASTRONOMIA DO ON Capítulo 1 Das disposições gerais Capítulo 2 Da constituição do Corpo Docente Capítulo 3 Da orientação do aluno Capítulo 4 Da admissão e matrícula

Leia mais

Pº C.Co.36/2012 SJC-CT

Pº C.Co.36/2012 SJC-CT Pº C.Co.36/2012 SJC-CT Consulente: Registo Nacional de Pessoas Coletivas. Sumário: Publicação das alterações de estatutos das fundações com natureza de Instituições Particulares de Solidariedade Social(IPSS)

Leia mais

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolesecente Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I -

Leia mais

A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial

A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial Por Maria Angélica Jobim de Oliveira À luz do artigo 1.336, inciso I, do Código Civil,

Leia mais

PROCESSO DE ADOÇÃO. 1. Desenvolvimento

PROCESSO DE ADOÇÃO. 1. Desenvolvimento PROCESSO DE ADOÇÃO * Ricardo Peixoto Teixeira ** Vânia Maria Bemfica Guimarães Pinto Coelho 1 Resumo A adoção é tradicionalmente considerada como instituto de direito de família, que tem por finalidades

Leia mais

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação:

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação: O NOVO AGRAVO CONTRA DESPACHO DENEGATÓRIO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 2011-06-15 Alexandre Poletti A Lei nº 12.322/2010, que alterou os artigos 544 e 545 do CPC, acabou com o tão conhecido e utilizado

Leia mais

Prática de Direito de Família. Paternidade. Oswaldo Peregrina Rodrigues Promotor de Justiça em São Paulo Professor Universitário (PUC/SP)

Prática de Direito de Família. Paternidade. Oswaldo Peregrina Rodrigues Promotor de Justiça em São Paulo Professor Universitário (PUC/SP) Paternidade Oswaldo Peregrina Rodrigues Promotor de Justiça em São Paulo Professor Universitário (PUC/SP) 10.4.2015 Poder Familiar -> Sujeitos: Pais (Pai e Mãe) E Filhos Menores! -> Objetivo: Exercício

Leia mais

Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões.

Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões. Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões. Para o autor do nosso livro-texto, o Direito de família consiste num complexo de normas que regulam a celebração do casamento e o reconhecimento

Leia mais

PROVIMENTO N 001/2003 CGJ

PROVIMENTO N 001/2003 CGJ PROVIMENTO N 001/2003 CGJ Estabelece normas de serviço acerca dos Procedimentos de Registro de Nascimento, Casamento e Óbito de Brasileiros ocorridos em País Estrangeiro, bem como o traslado das certidões

Leia mais

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum 11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas As sociedades não-personificadas são sociedades que não tem personalidade jurídica própria, classificada em: sociedade em comum e sociedade

Leia mais

Gestação de Substituição ASPECTOS PSICOLÓGICOS II Simpósio de Direito Biomédico OAB Cássia Cançado Avelar Psicóloga Centro Pró-Criar Gestação de Substituição Esse tratamento é indicado para pacientes que

Leia mais

Regime de Bens no Casamento. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Regime de Bens no Casamento. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Regime de Bens no Casamento Regime de Bens no Casamento Regime de bens é o conjunto de determinações legais ou convencionais, obrigatórios e alteráveis, que regem as relações patrimoniais entre o casal,

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 3.405, DE 1997 (apensados os de nºs 2.204/1999, 3.503/2008 e 5.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 3.405, DE 1997 (apensados os de nºs 2.204/1999, 3.503/2008 e 5. Autor: Dep. Celso Russomanno Relator: Dep. Ricardo Tripoli COMPLEMENTAÇÃO DE VOTO EM SEPARADO Li, com bastante atenção, o bem elaborado voto do Relator, Dep. RICARDO TRÍPOLI, que buscou dar ao tema tratado

Leia mais

Perguntas Frequentes Registro Empresarial. 1. Qual a documentação necessária para se fazer o registro de uma empresa?

Perguntas Frequentes Registro Empresarial. 1. Qual a documentação necessária para se fazer o registro de uma empresa? Perguntas Frequentes Registro Empresarial 1. Qual a documentação necessária para se fazer o registro de uma empresa? Empresário: a) Capa de Processo (gerada pelo sistema Integrar disponível no link http://portalservicos.jucepi.pi.gov.br/portal/login.jsp);

Leia mais

CARTILHA CONTROLE ELETRÔNICO DA SITUAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

CARTILHA CONTROLE ELETRÔNICO DA SITUAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE CARTILHA CONTROLE ELETRÔNICO DA SITUAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Aracaju-SE, junho de 2015 1 SUMÁRIO I - APRESENTAÇÃO... 3 II - PROCEDIMENTO NO SISTEMA INFORMATIZADO... 3 III - DO REGISTRO DA SITUAÇÃO

Leia mais

PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS

PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS 1 - O que é Beneficiário Indicado? Qualquer pessoa física indicada pelo Participante conforme definido no regulamento do Plano. 2 - O que

Leia mais

Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana

Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO Registro: 2016.0000079316 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0057625-38.2012.8.26.0562, da Comarca de Santos, em que é apelante FABIO LUIS DE ABREU (JUSTIÇA GRATUITA), é

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China 15. CONVENÇÃO SOBRE A ESCOLHA DO FORO (celebrada em 25 de novembro de 1965) Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando estabelecer previsões comuns sobre a validade e efeitos de acordos sobre

Leia mais

NOTA RESUMO SOBRE A OBRIGATORIEDADE DE INSCRIÇÃO NO CNPJ DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO- SCP

NOTA RESUMO SOBRE A OBRIGATORIEDADE DE INSCRIÇÃO NO CNPJ DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO- SCP NOTA RESUMO SOBRE A OBRIGATORIEDADE DE INSCRIÇÃO NO CNPJ DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO- SCP I INTRODUÇÃO 1. A Sociedade em Conta de Participação-SCP é um tipo societário existente há muitos anos,

Leia mais

APFN - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE FAMÍLIAS NUMEROSAS

APFN - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE FAMÍLIAS NUMEROSAS Excelentíssimo Senhor Provedor de Justiça A Associação Portuguesa das Famílias Numerosas, com sede Rua 3A à Urbanização da Ameixoeira, Área 3, Lote 1, Loja A, Lisboa, vem, nos termos do artigo 23º, n.º

Leia mais

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida.

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida. Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 04 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva Personalidade (continuação) 3. Extinção da personalidade:

Leia mais

REGULAMENTO DE PREMIAÇÃO

REGULAMENTO DE PREMIAÇÃO A Odebrecht Realizações Imobiliárias e Participações S/A, estabelecida na Avenida A, número 4165, sala 101 Torre 4, no bairro da Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho-PE, CEP 54.522-005, inscrita no

Leia mais

União estável e a separação obrigatória de bens

União estável e a separação obrigatória de bens União estável e a separação obrigatória de bens Quando um casal desenvolve uma relação afetiva contínua e duradoura, conhecida publicamente e estabelece a vontade de constituir uma família, essa relação

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010.

RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010. RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010. Dispõe sobre a divulgação de dados processuais eletrônicos na rede mundial de computadores, expedição de certidões judiciais e dá outras providências. O PRESIDENTE DO CONSELHO

Leia mais

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ANÁLISE APÓS ÚLTIMO DESPACHO NO MOV. 2304

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ANÁLISE APÓS ÚLTIMO DESPACHO NO MOV. 2304 DECISÃO INTERLOCUTÓRIA HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL 2379] ANÁLISE APÓS ÚLTIMO DESPACHO NO MOV. 2304 1. PETIÇÃO DA CREDORA AUNDE BRASIL S/A. [mov. Considerando que não há previsão legal

Leia mais

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF)

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) Prof. Alberto Alves www.editoraferreira.com.br O art. 149, caput, da Lei Maior prescreve a possibilidade de a União instituir Contribuições

Leia mais

TRASLADO DE CERTIDÕES DE REGISTRO CIVIL EMITIDAS NO EXTERIOR

TRASLADO DE CERTIDÕES DE REGISTRO CIVIL EMITIDAS NO EXTERIOR TRASLADO DE CERTIDÕES DE REGISTRO CIVIL EMITIDAS NO EXTERIOR DISPOSIÇÕES GERAIS Édison Renato Kirsten Registrador Santo Antônio da Patrulha/RS Conforme artigo 32 da Lei 6015/73, os assentos de nascimento,

Leia mais

INFORMATIVO DA SUBGERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL SOBRE MUDANÇAS NO PLANSERV

INFORMATIVO DA SUBGERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL SOBRE MUDANÇAS NO PLANSERV Universidade Estadual de Feira de Santana Autorizada pelo Decreto Federal n.º 77.496 de 27/04/76 Reconhecida pela Portaria Ministerial n.º 874/86 de 19/12/86 INFORMATIVO DA SUBGERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO

Leia mais

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Civil (Parte Geral) / Aula 05 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: II) Ausência: Sucessão Definitiva. III)Capacidade: Espécies de Capacidade

Leia mais

Teoria Geral do Processo II Matrícula: 11/0115791 Vallisney de Souza Oliveira O ÔNUS DA PROVA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Teoria Geral do Processo II Matrícula: 11/0115791 Vallisney de Souza Oliveira O ÔNUS DA PROVA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Aluno: Endrigo Araldi Teoria Geral do Processo II Matrícula: 11/0115791 Vallisney de Souza Oliveira O ÔNUS DA PROVA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Brasília, 30 de Maio de 2013

Leia mais