CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

Transcrição

1 Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação PARECER Referência: /201-0 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Cidadão solicita acesso a processo administrativo e informações diversas a respeito de consulta a povos indígenas Interesse social Informação já entregue Acata-se a argumentação do recorrido Não conhecimento Recomendações. Garantir que a Autoridade responsável por decidir o recurso de primeira instância seja diferente e hierarquicamente superior ao responsável pela elaboração da resposta inicial. Secretaria-Geral da Presidência da República SG-PR R.M.O. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº 12.27/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 24/03/201 Resposta Inicial 24/04/201 Gostaria de solicitar cópia digitalizada do(s) processo(s) administrativo(s) que acompanham, no âmbito da Secretaria-Geral da Presidência, a consulta ao povo indígena Munduruku e outros povos e comunidades tradicionais potencialmente afetados pelas Usinas Hidrelétricas de São Luiz do Tapajós e Jatobá. Prezado Senhor R. M. de O., em atenção ao pedido de Informação NUP /201-0, esclarecemos a Vossa Senhoria que, o diálogo para construção do procedimento de consulta entre o Governo Federal e as lideranças indígenas do Povo Munduruku, foi coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República - SG/PR em articulação com outros Ministérios e Órgãos de Governo Federal, quais sejam: Advocacia geral da União - AGU, Ministério da Justiça - MJ, Fundação Nacional do Índio - FFUNAI, Ministério do Planejamento

2 Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima 24/04/201 04/0/201 0/0/201 Orçamento e Gestão - MPOG e Ministério de Minas e Energia - MME. Até o momento não foi possível concluir um processo de pactuação dos procedimentos, de forma a garantir que os indígenas sejam consultados sobre os possíveis aproveitamentos hídricos da Bacia do Tapajós. No entanto, o Governo Federal continua empenhado na promoção do diálogo para a realização da consulta. Em razão do exposto, não dispomos de um processo administrativo conforme solicitado, contudo em anexo, arquivo PDF, consta a memória do processo de diálogo entre o Governo Federal e as lideranças Munduruku. Informamos que, de acordo com a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.27/12) e com o Decreto nº 7.724/12, há a possibilidade de recurso no prazo de 10 (dez) dias, nas formas e condições estabelecidas. Com informações da Secretaria-Geral da Presidência da República. Atenciosamente, Serviço de Informações ao Cidadão do Palácio do Planalto Segundo a informação prestada, não há processo/procedimento administrativo que acompanhe o caso no âmbito da Secretaria Geral da Presidência da República. Foi enviada a mim a memória das reuniões de diálogo do governo com os Munduruku, o que não é suficiente para minha análise de pesquisa. Gostaria de solicitar qualquer procedimento que albergue os documentos sobre o diálogo no caso, como ofícios, memorandos, atas de reuniões etc. Prezado senhor R. M. de O., em resposta ao recurso apresentado referente ao pedido de informação de NUP /201-0, seguem arquivos anexos. Diante de limitação do sistema para quantitativos de arquivos anexos, informamos que será enviado ao endereço registrado no referido sistema o total de arquivos identificados pelo sistema de protocolo existentes nesta Secretaria Geral. Informamos, ainda, que, de acordo com a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.27/12) e com o Decreto nº 7.724/12, há a possibilidade de recurso no prazo de 10 (dez) dias, nas formas e condições estabelecidas pelos artigos 1 e 21, parágrafo único, da Lei e do Decreto, respectivamente. Gostaria de ter acesso a cópia digitalizada de todos os procedimentos administrativos, no âmbito da SGP, que acompanham o diálogo com os Munduruku referente aos projetos das UHE's no Tapajós. Os Ofícios enviados não correspondem à totalidade dos documentos. Gostaria de ter acesso aos procedimentos que alberguem todos os documentos que tratam da 2

3 Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 11/0/201 questão. Caso não tenha qualquer procedimento em trâmite da SGP, favor informar qual órgão ou ente do governo conduz estes procedimentos. Prezado Senhor R. M. de O., em atendimento ao recurso de 2ª instância referente ao pedido de informação NUP /201-0, reiteramos que na resposta anterior foram encaminhados todos os documentos pertinentes ao assunto registrados nesta Secretaria Geral. A construção da UHE Tapajós está em fase de ações preparatórias, que envolve uma série de atividades relativas ao planejamento da futura obra. Na medida em que o projeto for se efetivando, um dos procedimentos adotados será a realização da Consulta Prévia ao povo Munduruku, com base na Convenção OIT 169, da qual o Brasil é signatário. O Governo Federal já recebeu cópia da carta pública elaborada pelos Mundurukus, em que eles estabelecem a forma como querem que seja realizada a consulta. Entretanto, até o momento, não temos cronograma fechado a respeito dos procedimentos para a consulta. Colocamo-nos à disposição para sanar dúvidas que ainda persistirem. Caso seja de seu interesse, sugerimos agendamento de data e horário junto à equipe da Secretaria Nacional de Articulação Social (SNAS) desta Secretaria Geral para tratar do assunto, pelo telefone (61) Sugerimos, também, buscar informações em outros órgãos envolvidos com o assunto, como Funai e Ministério da Justiça. Informamos, ainda, que, de acordo com a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.27/12) e com o Decreto nº 7.724/12, há a possibilidade de recurso à Controladoria-Geral da União no prazo de 10 (dez) dias, nas formas e condições estabelecidas pelos artigos 16 e 23 da Lei e do Decreto, respectivamente. Este recurso foi respondido pelo Ministro da Secretaria- Geral da Presidência da República. Atenciosamente, Serviço de Informações ao Cidadão do Palácio do Planalto 3

4 Recurso à 13/0/201 Solicitei cópia digitalizada do procedimento administrativo que acompanha, no âmbito da Secretaria Geral da Presidência da República, a consulta prévia ao povo Munduruku diante do projeto da Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. Fui informado da inexistência deste procedimento. Recorri e em segunda instância enviaram alguns Ofícios trocados entre a SGP e o povo Munduruku. Estes ofícios não esgotam a totalidade dos documentos. Por isso, recorri novamente. Recebi uma ligação do departamento de e- Sic da SGP pedindo que detalhasse mais o meu pedido e assim o fiz. No entanto, como resposta foi dito que os únicos documentos disponíveis eram os Ofícios já enviados. Este recurso que agora interponho reitera os pedidos anteriores: i) Cópia digitalizada e integral do procedimento/processo administrativo que acompanha a consulta prévia aos Munduruku no âmbito da SGP. Ora, a SGP é a responsável pela condução do processo de consulta, que se iniciou em 2013 e perdura até os dias de hoje. Como é possível que não exista procedimento ou autos reunindo os documentos do caso? Onde são organizados os ofícios, despachos e atas das reuniões? Mesmo assim, foi alegada a inexistência de procedimento. Foram enviados a mim 18 ofícios trocados apenas entre a SGP e o povo Munduruku. Pergunto: onde estes ofícios estavam reunidos? Eles ficam espalhados pela Secretaria? Onde estão os despachos que ordenam os Ofícios? Por força da Constituição Federal e da Lei 9.784, todos os processos administrativos são públicos, excetuadas as hipóteses de sigilo que não atendem ao caso em discussão. Os ofícios a mim enviados não correspondem à integralidade do meu 4

5 pedido. Reitero a necessidade de ser enviada cópia digitalizada integral de procedimento/pasta/autos que acompanhem o consulta no âmbito da SGP. O caso está judicializado. Em 18 de abril de 2013, a União foi condenada a consultar o povo Munduruku por decisão do Presidente do STJ, Ministro Felix Fisher, no bojo da Suspensão de Liminar nº 1.74/PA, associada à Ação Civil Pública nº Como cabe à SGP o cumprimento da decisão, não é crível que inexista procedimento interno para tratar do caso. II) Na improvável hipótese de não existir qualquer pasta ou procedimento administrativo acompanhando ao caso, solicito todos os documentos relacionados, como despachos, atas, memorandos, ofícios, relatórios etc. Com toda certeza, não foram trocados ofícios somente entre a SGP e os Munduruku, mas também entre a SGP e Ministério de Minas e Energia, Ministério da Justiça, Presidência da República, Funai, etc. Outro modo de localizar os documentos, é fazer a busca associada ao cumprimento da decisão na Suspensão de Liminar nº 1.74/PA relacionada à Ação Civil Pública nº Foram solicitados esclarecimentos adicionais ao órgão recorrido em 22/0/201. As respostas foram recebidas em 0/06/201, nos seguintes termos: a) Considerando que o processo de diálogo com as comunidades indígenas teve início em decorrência de decisão judicial proferida no âmbito da Ação Civil Pública nº (Suspensão de Liminar nº 1,74/PA) há processo administrativo formalizado nessa

6 Secretaria que agrupa os documentos relativos ao assunto? Não há registro de processo formalizado na Secretaria Geral da Presidência da República referente à decisão judicial que estabelece a consulta prévia aos povos indígenas e demais povos tradicionais localizados na área de influência da UHE São Luiz do Tapajós. A Secretaria Geral atuou na articulação dos entes públicos que estarão envolvidos quando da realização da consulta e tratou das discussões iniciais a esse respeito, desde antes da referida decisão judicial. Foram organizadas agendas de diálogo sobre o modelo de consulta, conforme documentos já disponibilizados ao cidadão requerente. Em setembro de 2014, representantes do governo federal apresentaram a lideranças do povo indígena Munduruku, em Itaituba/Pará, uma proposta de plano de consulta com a previsão de realização de quatro etapas de trabalho: planejamento, informação, diálogo e comunicação dos resultados. Esse histórico está explicitado no documento identificado como Memória do Processo de Diálogo com Lideranças Munduruku, já enviado ao requerente. Em janeiro de 201, foi realizada agenda entre o Ministro Miguel Rosseto e lideranças do Povo Munduruku no Gabinete da Secretaria Geral da Presidência, quando o ministro recebeu cópia da Carta Pública elaborada pelos Mundurukus contendo sua proposta sobre a consulta. Finalmente, como informado ao requerente, a construção da UHE Tapajós está em fase de ações preparatórias e a consulta prévia, parte fundamental para a finalização do licenciamento ambiental do empreendimento, ainda está em fase de discussão junto aos órgãos envolvidos. b) Haja vista o conteúdo da Súmula nº 2 da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, é possível a essa Secretaria verificar junto ao órgão de assessoramento jurídico da Presidência da República se foi aberto processo administrativo para o acompanhamento da mencionada sentença judicial? Conforme mencionado acima, não há registro de processo administrativo formalizado na Secretaria Geral da Presidência da República acerca da questão. Ressalte-se que a Secretaria Geral da Presidência não figura com o ré na referida Ação Civil Pública. A Secretaria Nacional de Articulação Social, desta Secretaria Geral da Presidência da República, enviou consulta formal à Advocacia Geral da União indagando sobre a existência de processo administrativo de acompanhamento da sentença judicial naquele órgão. Assim que houver o retorno, complementaremos este expediente. c) Foram trocados ofícios entre essa Secretaria e outros órgãos/ entidades do Poder Público acerca do assunto? Caso a resposta seja positiva, é possível franqueá-los ao cidadão? Foram disponibilizados ao requerente 13 ofícios identificados com o tema, todos relacionados a discussão sobre a consulta publica promovida pela Secretaria Geral da Presidência. Além desses expedientes, não localizamos documento adicional sobre a questão. Por fim, reiteramos a sugestão feita ao requerente quanto a dirigir consultas aos demais órgãos envolvidos no empreendimento UHE Tapajós. 6

7 3. Em 26/06/21, a resposta à pergunta b foi complementada com as seguintes informações: Em complemento às informações prestadas em resposta ao Ofício nº 11982/201/OGU/-PR, informamos que, após respostas recebidas das consultas feitas à Subchefia de Assuntos Jurídicos- SAJ/ Casa Civil e Advocacia Geral da União-AGU, não foi localizado processo administrativo no âmbito da Secretaria Geral da Presidência a respeito de consulta prévia aos povos Mundurukus, objeto da Ação Civil Pública nº Ainda a título de complementação da resposta, a Procuradoria-Geral Federal apresentou os esclarecimentos abaixo a respeito da Ação Civil Pública : A demanda formulada pelo Sr. R.M.O. (objeto do NUP n /201-0) guarda pertinência com a Ação Civil Pública (ACP) n /PA, a qual cumpre tecer breve explanação a respeito. A mencionada ACP foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a UNIÃO, a ELETROBRAS (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) e a ELETRONORTE (Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.), junto à 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Santarém/PA, objetivando a suspensão do licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica (UHE) de São Luiz do Tapajós até que sejam realizadas a Avaliação Ambiental Integrada (AAI) e a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) na bacia dos rios Tapajós e Jamanxim, bem como a consulta aos indígenas e populações tradicionais localizados na área de influência da referida UHE (com supedâneo na Convenção n 169 da Organização Internacional do Trabalho OIT). O Juízo de primeiro grau, por sua vez, na aludida ACP, deferiu medida liminar determinando: 1) a realização da AAI em toda a bacia dos rios Tapajós e Jamanxim; 2) a consulta às comunidades indígenas afetadas (com base no art. 231, 3º, da Constituição Federal e na Convenção n 169/OIT) ou a demonstração de que os índios frustraram ou recusaram tal consulta; 3) a proibição de emissão da Licença Prévia (LP) relativa à UHE São Luiz do Tapajós até o cumprimento dos itens 1 e 2 ; e 4) com relação à consulta indígena, que o MPF apresentasse, em 60 dias, a forma, os locais e as datas da realização, bem assim os representantes das comunidades indígenas afetadas. Contra essa decisão, foram opostos embargos de declaração pela UNIÃO, IBAMA, ANEEL e MPF, os quais foram rejeitados pelo magistrado singular. Em desfavor dessa decisão liminar, foram interpostos agravos de instrumento (AI) pela ELETROBRAS (AI n /PA), pela UNIÃO (AI n /PA), pela ANEEL (AI /PA) e pelo IBAMA (AI /PA), todos ainda pendentes de julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Do mesmo modo, o MPF também apresentou agravo de instrumento (AI /PA) contra a referida liminar, tendo o Desembargador Federal Relator no TRF1 deferido o pedido de antecipação de tutela recursal para determinar a 7

8 suspensão imediata do processo de licenciamento ambiental da UHE São Luiz do Tapajós e, pois, de qualquer ato visando ao empreendimento, até o julgamento do mérito da ação. Contra esta decisão do TRF1, UNIÃO e ANEEL ajuizaram pedido de suspensão de liminar no Superior Tribunal de Justiça (SLS n 1.74/PA STJ), tendo o STJ julgado procedente a SLS em tela para suspender a decisão de antecipação de tutela recursal prolatada pelo TRF1. E, contra esta decisão do STJ em sede de SLS, o MPF ajuizou reclamação no mesmo STJ (Rcl n /PA), a qual foi julgada improcedente. Por último, insta registrar, ainda com relação à ACP em destaque, que: i) a União peticionou informando que a consulta não foi realizada por resistência dos índios; ii) a ELETROBRAS comunicou que a AAI foi feita e concluída com recursos do empreendedor; iii) houve decisão de declínio de competência do Juízo da 2ª Vara Federal de Santarém em favor da Vara Federal de Itaituba/PA, em razão do dano se limitar ao local Itaituba/Trairão-PA, tendo esta abrangência local do dano da UHE sido confirmada pelo IBAMA; e iv) os autos estão conclusos para sentença. Consoante se verifica da explanação acima, atualmente se encontra em vigor a decisão liminar proferida pelo Juízo de primeiro grau, que, repita-se, determinou: a proibição de emissão da LP referente à UHE Tapajós até que sejam realizadas (a) a AAI em toda a bacia dos rios Tapajós e Jamanxim e (b) a consulta às comunidades indígenas afetadas ou a demonstração de que os índios frustraram ou recusaram tal consulta; e ao MPF, no que concerne à consulta indígena, que apresentasse, em 60 dias, a forma, os locais e as datas da realização, bem assim os representantes das comunidades indígenas afetadas. Quanto à indagação acerca dos subsídios encaminhados ao Departamento de Contencioso da Procuradoria-Geral Federal para a representação judicial das autarquias federais envolvidas no caso (ANEEL e IBAMA), remeto os documentos anexados, que são os únicos que esta unidade dispõe.. Esses esclarecimentos foram encaminhados pelo órgão recorrido ao cidadão em 02/07/201, a fim de complementar as informações que lhe foram entregues durante a tramitação do pedido de acesso na SG-PR, nos seguintes termos: Prezado Senhor R., Em referência ao pedido de informação NUP , remetido à Secretaria Geral da Presidência, enviamos mensagem abaixo, que responde a consulta desta Secretaria formulada à Advocacia Geral da União, quanto a existência de documento eventualmente enviado pela Secretaria Geral da Presidência àquele órgão, no âmbito da ACP n /PA. Assim, em complemento às informações prestadas anteriormente, salientamos que os documentos da Secretaria Geral enviados pela AGU são pequena parte do conjunto de documentos já enviados ao senhor, bem como reiteramos que não foi localizado nenhum processo administrativo referente à consulta pública ao povo Munduruku e à ACP n /PA, nesta Secretaria Geral da Presidência. Estamos à disposição para outros esclarecimentos, bem como, conforme mencionado anteriormente, convidamos o senhor, caso 8

9 É o relatório. necessário, a marcar data e horário para encontro com a área responsável pelo assunto. Análise 6. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.27/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº 12.27/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de (cinco) dias se: (...) 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 7. Em relação ao cumprimento do artigo 21 do Decreto nº 7.724/2012, não consta na resposta ao recurso de primeira instância a identificação da autoridade respondente. A não identificação da autoridade responsável pela análise do recurso caracteriza descumprimento do art. 21 do Decreto 7.724/12 e prejudica a instrução do recurso de terceira instância na medida em que a deixa de conhecer o posicionamento da autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão a respeito da solicitação do cidadão. 8. Inicialmente, cabe esclarecer que os recursos sobre os quais a tem competência para se pronunciar devem guardar aderência com uma das hipóteses descritas no art. 16 da LAI, que assim dispõe: Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à 9

10 Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. (...) 9. No caso em análise, o cidadão solicitou cópia de procedimento administrativo, em trâmite na Secretaria Geral, referente à consulta ao povo indígena Munduruku e outros povos e comunidades tradicionais potencialmente afetados pelas usinas hidroelétricas de São Luiz do Tapajós e Jatobá. Durante a tramitação do pedido, o cidadão foi informado que não foi autuado, no âmbito da SG-PR, processo administrativo para tratar do tema. Apesar disso, os documentos existentes sobre o tema, produzidos ou custodiados pela SG, foram enviados ao solicitante. 10. No período de instrução do recurso de terceira instância, questionado novamente a respeito da abertura de processo administrativo para o tratamento do assunto, o órgão recorrido reiterou que os documentos produzidos não foram autuados em processo, e que não foram localizados outros documentos sobre a questão, exceto por aqueles já entregues ao cidadão. A declaração do órgão goza de presunção de veracidade. Nesse contexto, há que se reconhecer que não houve negativa de acesso à informação, pois as informações já entregues correspondem àquelas existentes no âmbito da Secretaria-Geral. 11. Não obstante, por solicitação da, a Secretaria-Geral consultou a Advocacia-Geral da União (AGU) a respeito da eventual existência de processo administrativo autuado naquele órgão sobre o tema. A Procuradoria-Geral Federal, integrante da AGU, apresentou um relato a respeito da Ação Civil Pública /PA, no âmbito da qual foi determinada a realização da consulta aos povos indígenas, e encaminhou à SG os documentos referentes ao tema existentes naquele órgão. 1 0

11 Conclusão 12. De todo o exposto, opino pelo não conhecimento do recurso interposto, visto que as informações existentes no âmbito da Secretaria-Geral relativas à promoção de consulta aos povos indígenas afetados pela construção das UHE São Luiz do Tapajós e Jatobá foram entregues ao solicitante. Não houve, portanto, negativa de acesso à informação. 13. Por fim, observa-se que o órgão recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Dessa forma, recomenda-se orientar a Autoridade de Monitoramento que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei de Acesso à Informação, em especial recomendase: que a Autoridade responsável por decidir o recurso de primeira instância seja diferente e hierarquicamente superior ao responsável pela elaboração da resposta inicial. MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº /201-0, direcionado à Secretaria-Geral da Presidência da República SG-PR LUÍS HENRIQUE FANAN 1 1

12 Ouvidor-Geral da União 1 2

13 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 2031 de 10/07/201 Referência: PROCESSO nº /201-0 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 10/07/201 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 10/07/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 331fc0_8d2891ed6bfa96e