Indicadores de Desempenho Setembro de 2014

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1 Setembro de 2014 Fatos Relevantes Setembro/2014 Vendas Industriais A indústria de material de transportes teve a maior elevação na variável vendas, com a variação positiva de 189,31%. Custo das Operações Industriais A indústria mecânica segue o mês de setembro com a segunda maior variação do COI do ano (1.098,91%) em razão do início da safra açucareira. Pessoal Empregado Em setembro, o emprego industrial apresenta a maior variação do ano em decorrência da alta do setor sucroenergético. Remunerações Pagas De forma diferente ao mês de agosto, a massa salarial recuou com certa intensidade. Horas Trabalhadas A variável horas trabalhadas na produção apresentou uma retração de (-12,88%) em setembro, na comparação com agosto. Utilização da Capacidade Instalada A utilização da Capacidade Instalada segue regular em setembro de 2014, quando comparado ao mesmo período de RESUMO EXECUTIVO Variação de vendas na indústria alagoana apresenta crescimento frente ao mês de agosto do ano corrente. A variação de vendas apresentou nível de crescimento de (13,44%), excluso o setor sucroenergético, representando valores de R$ ,05 no mês. Parte desse aumento, além da sazonalidade açucareira no Estado é resultado do aquecimento da indústria que no cenário nacional de janeiro a setembro teve expansão de 0,2% frente ao mesmo período do ano passado e do efeito do aumento de 0,9% das intenções de Consumo das Famílias (ICF) na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de 3,4% em relação a setembro de Os meses de julho, agosto e setembro refletem uma estabilidade do índice, após quedas seguidas desde janeiro de Destaca-se que ocorreu aumento não apenas na variável vendas industriais, mas na variável emprego industrial com aumento de 14,88% frente a julho. Considerando os dados do CAGED/ MT, o Estado alcançou o segundo maior acréscimo de empregos entre os estados brasileiros, principalmente devido a sua característica de picos sazonais relacionados às atividades vinculadas à cana de açúcar, ou seja, as contratações da indústria do açúcar. Segundo a base, em termos relativos, essa elevação alcançou 4,08% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês de agosto. Como tal, o setor da indústria foi o que mais agregou na variável e representou novos empregos formais no período. Em seguida, o setor de serviços se destaca com cômputo de 985 novos empregos formais. Ademais, o setor do comércio com apenas 424 novos empregos, que pode ser analisado como uma previsão de aquecimento das vendas de fim de ano, justificada pelas contratações temporárias. Por outro lado, o setor da construção civil, continuou aquecido pelos programas e incentivos governamentais para a habitação com 109 postos de trabalho. Embora o setor sucroenergético nessa safra de 2014/2015 tenha aumentado a sua estimativa de crescimento, a perda de competitividade do etanol nos últimos anos, bem como os impactos dos baixos indicies pluviométricos desde 2012 refletem negativamente no cenário atual à medida que a cotação do açúcar continua em queda e boa parte das usinas encontram-se estagnadas e sem acesso a novos financiamentos. Além de não contar, ainda, com a subvenção do governo federal para o etanol e da cana- -de-açúcar. Ressalta-se que algumas usinas só deverão iniciar a safra em outubro ou novembro em razão desse panorama. Por outro lado, em setembro de 2014 foi anunciado como novo investimento pela Usina Caeté a sua associação à Duratex, por meio da sua subsidiária Duratex Florestal com a finalidade de plantar florestas de eucalipto em Alagoas. Estima-se a totalidade do plantio em torno de hectares até 2019 em áreas arrendadas e com investimento previsto para os próximos seis anos de R$ 12 milhões anuais. Ainda no mês, a GranBio começou a operar a primeira planta em escala comercial de etanol de segunda geração (2G) do Hemisfério Sul, sendo a fábrica - batizada de Bioflex 1. A produção de nove usinas em setembro já representa o processamento de 1,1 milhão de toneladas de cana. Todavia, a diferença em comparação a igual período do ciclo 13/14, quando foram esmagadas 624 mil toneladas de cana, foi de 76,9%. A produção de Informativo da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas 1

2 Vendas Industriais açúcar também teve variação positiva com alta de 90,5%. Até o momento foram produzidas 80,2 mil toneladas de açúcar, enquanto na safra passada a produção acumulada no período era de apenas 42 mil toneladas. O Sindaçúcar-AL divulgou o primeiro boletim quinzenal do ciclo 14/15 em que o levantamento apontou um crescimento na quantidade de cana esmagada superior a 355% em comparação a igual período da safra passada. No que tange ao comércio internacional em Alagoas, ainda que apresentando índices com retração de 10,2% comparado com setembro de 2013, a exportação da indústria, segundo os dados do Ministério da Indústria e Comércio alcançou cifra de US$ 19,617 bilhões. Em comparação ao mês anterior as exportações representaram queda de 8,5%. As importações totalizaram US$ 20,556 bilhões, valor recorde para meses de setembro. Sobre igual período do ano anterior, as importações registraram crescimento de 4,0%, e de 1,7% sobre agosto de 2014, pela média diária. De acordo com dados do IBGE, a Produção Industrial caiu em setembro, à falta de chuva começou a afetar a indústria, a produção caiu 0,2% em relação ao mês anterior. Ainda que com crescimento nas vendas, a indústria alagoana apresenta baixo crescimento comparado ao mesmo período do ano anterior, essa conjuntura é decorrente da situação econômica nacional, períodos de retração, recessão técnica e dos altos índices inflacionários que contribuem para esse cenário. A indústria química no mês apresentou o melhor resultado do ano com aumento de 36,39% frente a agosto. Mesmo em um cenário de câmbio valorizado, energia elétrica e gás natural com preços elevados, logística inadequada e falta de incentivos para inovação conduzindo a uma elevação de custos internos e de uma concorrência cada vez maior de produtos importados, a maior indústria do segmento em Alagoas apresenta tendência de alta e o acumulado do segmento no ano alcança 43,47%. Um dado relevante é que no momento a indústria química e petroquímica dos Estados Unidos ganha relevância com o baixo preço do gás de xisto, redirecionando a maior parte dos investimentos internacionais para o país. Embora o cenário do final de ano permita apresentar condições sazonais ao estímulo da demanda, alguns fatores ajudam a explicar a interrupção da trajetória da expansão registrada nos trimestres anteriores nos segmentos Têxtil, Produtos Alimentares e Bebidas, Material de Transporte, Editorial Gráfica, Papel, Papelão e Celulose, Produtos de Matérias Plásticas e Borracha, Metalúrgicas e Siderúrgicas e Indústrias Diversas e Mobiliário. Assim, a magnitude da inflexão de crescimento no ano desses setores pode ser explicada pela suspensão de políticas anticíclicas adotadas pelo governo, bem como de uma possível antecipação das decisões de consumo geradas nos meses anteriores pela Copa do Mundo no Brasil. Segundo Pesquisa Mensal do Comércio as vendas no comércio varejistas de Alagoas tiveram crescimento de 2,4% em setembro, sendo o desempenho do estado o oitavo melhor do País. Destaca-se que há uma década as taxas do varejo em Alagoas se mantêm positivas, reflexo do crescimento em número das classes A e B e do aumento de renda da classe C. Outro aspecto importante no retrato do cenário atual pode ser explicado pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,59% entre julho e setembro sobre o segundo trimestre. Só em setembro, o indicador subiu 0,40% sobre agosto, quando havia subido 0,20% sobre o mês anterior. Em setembro de 2014, as vendas elevaram, em termos reais, (8,93%) sobre agosto. O custo das operações industriais recuou (-4,07%) no mês na comparação com agosto. Por sua vez, o emprego industrial mostrou uma expansão de (14,88%) quando analisado a agosto. A variável horas trabalhadas registrou queda de (-12,88%), frente a agosto. A massa salarial industrial apresentou uma redução de (-19,73%) no mês de setembro em relação ao mês anterior. Vendas voltam a crescer em agosto, com índices de 13,44%, excluso setor sucroenergético. Mesmo que a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) de Alagoas no terceiro trimestre de 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponte uma retração de 0,1% de janeiro a setembro, a indústria alagoana teve uma expansão de 8,93% frente ao mês anterior. Os indicadores de vendas da indústria já apresentam uma evolução de 13,44%, quando exclusos os dados do setor sucroenergético. A indústria de material de transportes teve a maior elevação nas vendas, com a variação positiva de 189,31% comparado com o mês anterior. Na sequência, a construção civil alcançou a alta de 61,38% de expansão nas vendas no mês de setembro. Mesmo que no cenário brasileiro a indústria mecânica registre recuperação com a expansão de 1,7% de julho a setembro, o melhor resultado entre os setores produtivos na comparação com o período imediatamente anterior, o setor em relação ao terceiro trimestre do ano passado, ainda amarga queda, de 1,5%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na indústria de Alagoas, o segmento apresentou no mês um recuo nas vendas de (-22,21%). De acordo com os dados do Sindicato de Açúcar e Álcool do Estado de Alagoas nesse mês foram beneficiadas até a primeira quinzena de setembro, 293 mil toneladas de cana. Enquanto isso, em igual período da moagem anterior, haviam sido beneficiadas pouco mais de 64 mil toneladas de cana. Todavia a maior parte das usinas só iniciou seu ciclo esse mês, o que levou a uma variação negativa nas vendas no período de setembro de (-22,29%). De forma geral a indústria em Alagoas vive um melhor momento nas vendas do que o mesmo período do ano anterior. 2 3

3 Nível de Emprego Industrial Horas Trabalhadas Em setembro, o emprego industrial apresenta a maior variação do ano. Segundo os dados da pesquisa de indicadores de desempenho, no mês de setembro de 2014, foram geradas mais de vagas de empregos em Alagoas. Tal condição é resultado das contratações do setor sucroenergético que alcançou um aumento de (16,12%) frente a agosto de Em termos relativos, essa elevação representa a maior taxa de crescimento verificada no ano, com expansão de (14,88%) em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior em toda a indústria de Alagoas. O setor de atividade que mais contribuiu em termos de elevação para este resultado foi a Construção civil com 54,84% de crescimento comparado com o mês anterior. Em outra base de comparação, percebe-se uma pequena variação negativa de (-0,22%) relativamente à indústria geral quando comparado com o ano anterior. Tais números demonstram que de forma geral os indicadores de trabalho evoluíram de modo bastante favorável, no processo da recuperação do nível da atividade econômica. O comportamento positivo na criação de empregos com carteira assinada registrou variação positiva no acumulado do ano, repetindo no trimestre o patamar dos meses de agosto e julho, e permaneceu com o comportamento de maior dinamismo. De forma geral, apenas os setores Minerais Não-Metálicos, Editorial e Gráfica e Madeira não apresentaram um desempenho satisfatório no mês de agosto. Entre os segmentos com expansão em destaque, a indústria mecânica apresentou altos índices de vendas no período anterior, aproveitando a boa fase para investir em novas contratações, o que culminou com que sua variação alcançasse nível de 41,38% de expansão. Diante da redução da utilização da capacidade instalada, as horas trabalhadas seguiram a tendência de recuo. Considerando que a indústria, em geral, apresentou ociosidade comparativamente a 2013, a utilização da capacidade instalada segue abaixo do mesmo nível do ano anterior. Assim, a variável horas trabalhadas na produção vem acompanhando tendência e apresentou uma retração de (-12,88%) em setembro, na comparação com agosto. Tal cenário é bem diferente do ano de 2013 em decorrência da condição do setor sucroenergético não iniciar a moagem em todas as suas unidades em setembro. Assim, as horas trabalhadas retraem mesmo com alta do emprego no mês. Por sua vez, na análise setorial, percebe-se que o genêro Editorial e Gráfico sofre a maior queda nas horas trabalhadas do ano e computa retração de (-47,58%). Tal resultado é reflexo de uma contínua redução nas vendas e contratações que já vem ocorrendo há alguns meses no setor. Como tal, o indicador de horas trabalhadas é o que mais reflete a a lenta recuperação da atividade industrial nessa base de comparação. Os setores que apresentaram no mês alta variação de horas trabalhadas, foram material de transporte com (250,78%) e indústria mecânica (38,50%), sendo altas justificadas pela movimentação de estoques para atender a demanda sucroenergética. Ademais, a principal alta atribuída ao setor de Material de transportes, alcançou elevação de horas trabalhadas. Esse valor apesar de alto e comparado ao mês anterior, apresenta estável ao ser comparado ao segundo trimestre do ano. De forma geral, há contramão no componente das horas trabalhadas na produção e no nível de Utilização da Capacidade Instalada. Os indicadores do produção confirmam o retardo no início da moagem de cana. 4 5

4 Remunerações Brutas Custo de Operações Industriais Remunerações brutas recuaram (-19,73%), indicador relacionado com o nível de atividade. As remunerações brutas passaram no mês a apresentar uma condução errática, sem uma clara tendência de direção, enquanto o emprego continuou crescendo, mesmo que em ritmo mais lento. A título de demonstração, o gráfico ao lado apresenta uma grande variação frente ao mesmo mês do ano anterior. Assim, a análise setorial da indústria aponta que a maioria dos setores registrou queda da massa salarial no período. Dos quinze segmentos analisados, oito registraram queda no mês frente o mês anterior. Contrariando a situação de declínio, a indústria mecânica continua apresentando recuperação, representado por 607,99% de variação positiva, acompanhando também dos altos índices de contratações no período pesquisado. Analisando todas as categorias verifica-se que há unanimidade de retração na indústria geral, contudo ao excluir o setor sucroenergético, percebe-se uma, apesar de tímida uma expansão nos custos com salários. Apesar do indicador sempre crescer no terceiro trimestre, pode-se notar pelo gráfico que este indicador apresentou uma curva anormal de recuo para a série em Destaca-se que a indústria de Diversos e Mobiliário apresentou alta variação salarial no período, com 122,41% de crescimento comparado ao mês anterior, acumulando no ano a expansão de 86,44%. No mês, a Indústria Mecânica segue com a segunda maior variação do COI do ano, computando (1.098,91%). De uma forma geral, o comportamento da variável custo de operações industriais apresenta desde o segundo trimestre de 2014 uma estabilidade, com leve flutuação ou tendência de inversão. Logo, em setembro sua variação foi positiva quando excluso o setor sucroenergético, sendo o aumento nos custos de produção de (3,69%). Ressalta-se que a perda de participação de mercado coincide com a alta de custos, principalmente da matéria- -prima em alguns setores, reflexo da baixa capacidade instalada. Até setembro, a variável acumulou recuo de (-16,43%), ante ao apurado no mesmo período do ano passado. Por sua vez, os resultados do COI no mês de setembro, incluso o setor açucareiro, apresentaram uma queda da ordem de (-4,07%) frente ao mês de agosto. Informações divulgadas pela CNI apontam uma redução média dos custos industriais na indústria brasileira em função das medidas adotadas pelo governo em torno de 14% em Na análise do mês, verifica-se que acompanha redução do índice de custos a indústria de Minerais Não-Metálicos com, (-54,08%), resultado de uma baixa utilização na capacidade instalada. Ademais, a anterior elevação dos salários aliada a estagnação da produtividade do trabalho na indústria alagoana levou a um aumento do custo unitário do trabalho, que pode minimizar com a possível utilização de capacidade instalada. No recorte setorial, observa-se também que o setor sucroenergético apresenta as maiores variações do COI, resultado do início da safra em algumas usinas. É importante ressaltar que esse cenário de recuo dos custos em outros setores pode ser decorrente do patamar elevado da inflação brasileira, principalmente, da alta generalizada dos itens que não sofrem concorrência dos produtos importados, os chamados bens não comercializáveis. 6 7

5 Capacitada Instalada Expansão da capacidade instalada, quando incluso setor sucoenergético, é justificada pelo início da safra das usinas de no Estado. Em setembro, o nível médio de Utilização da Capacidade Instalada situou em 61,81%, inferior ao mesmo período de 2013 que foi de 80,76%, entretando quando incluso o setor sucroenergético, a indústria já demonstra perspectiva de retomada de crescimento da variável, após a acentuada queda ocorrida em agosto. Com a retomada das vendas e aproximação do período do final do ano e do aumento de encomendas, a indústria amplia a sua produção e aumenta sua capacidade em 32% quando comparada com o mês anterior. No recorte setorial, por um lado, o setor sucroenergético amplia em mais de 100% a utilização da capacidade instalada, visto que no mês anterior utilizava apenas 4% de sua capacidade. Assim, esse aumento sintetiza a evolução geral da industria, ainda que nem todas as usinas tenham inciado as suas atividade de moagem da cana-de açúcar. Ressalta-se que essa utilização é representada por 52% da capacidade instalada e diante disso percebe-se uma expectativa de expansão para os próximos meses.por outro lado, com a maior utilização da capacidade instalada, a indústria de Papel, Papelão e Celulose conduz as suas atividades industriais em setembro com 93,9% de utilização. No cenário da economia brasileira, a utilização da capacidade instalada na indústria brasileira ficou em 81,3 por cento em setembro, apresentando 0,8% de crescimento sobre agosto, conforme dados dessazonalizados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Publicação mensal da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Presidente José Carlos Lyra de Andrade 1º Vice-presidente (supervisão) José da Silva Nogueira Filho Unidade Técnica UNITEC/FIEA Coordenador Helvio Vilas Boas Elaboração Núcleo de Pesquisas do IEL/AL Coordenadora Eliana Sá Informações Técnicas Reynaldo Rubem Ferreira Júnior l Luciana Santa Rita l Diagramação Unidade Corporativa de Relações com o Mercado - UCRM Coordenação de Publicidade Endereço: Av. Fernandes Lima, Farol Ed. Casa da Indústria Napoleão Barbosa 6º andar - CEP: Ano 5 - nº 34 - Setembro de