PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU ESTADO DE SÃO PAULO Secretaria Municipal do Bem-Estar Social
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- Angélica Monteiro Amaro
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1 Padrão Normativo da Rede de Proteção Social Especial de Média Complexidade Programa de Prestação de Assistência Jurídica ao Usuário do PAEFI Administração: Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça Secretária do Bem Estar Social: Darlene Martin Tendolo Diretora Depto. Proteção Especial: Maria Cristina de Souza Diretora Div. Proteção Especial: Simone Reis Escoura de Souza Diretora Div. Planejamento e Avaliação: Maria Cezarina Brás Bittencourt Equipe Responsável pela elaboração: Assistentes Sociais do Departamento de Proteção Social Especial e da Divisão de Planejamento e Avaliação
2 1. Nome: Programa de Prestação de Assistência Jurídica ao Usuário do PAEFI 2. Unidade: Unidade Referenciada ao CREAS 3. Descrição: A Proteção Social Especial (PSE) organiza a oferta de serviços, programas e projetos de caráter especializado, que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, o fortalecimento de potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, tais como: violência física, psicológica, negligência, abandono, violência sexual (abuso e exploração), situação de rua, trabalho infantil, práticas de ato infracional, fragilização ou rompimento de vínculos, afastamento do convívio familiar, dentre outras. Alguns grupos são particularmente vulneráveis à vivência destas situações, tais como crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, populações LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), mulheres e suas famílias. As ações desenvolvidas na Proteção Social Especial devem ter centralidade na família e como pressuposto o fortalecimento e o resgate de vínculos familiares e comunitários, ou a construção de novas referências, quando for o caso. A centralidade na família pauta-se no seu reconhecimento como um lócus privilegiado de atenção, cuidado e solidariedade, nos quais seus integrantes encontram apoio contra as vicissitudes e inseguranças da existência (PEREIRA- PEREIRA, 2006). Para tanto, a heterogeneidade da família deve ser compreendida a partir da variedade de formas e arranjos observados na realidade da sociedade contemporânea, bem como do contexto socioeconômico e cultural que imprime tensões variadas nas dinâmicas das relações entre seus membros e entre estes e o contexto social, seja no campo objetivo e/ou subjetivo. Frente a isso, para a PSE, a definição e a organização dos serviços, programas e projetos devem considerar a incidência dos riscos pessoais e sociais, por violação de direitos,assim como as especificidades do público atingido como, por exemplo, os ciclos de vida das famílias e indivíduos que necessitem de sua atenção. Estes serviços, programas e projetos requerem, portanto, organização técnica e 2
3 operacional específica e especializadas, por atenderem situações heterogêneas e complexas que demandam atendimentos e acompanhamentos personalizados. A PSE de Média Complexidade organiza a oferta de serviços, programas e projetos de caráter especializado que requerem maior estruturação técnica e operativa, com competências e atribuições definidas, destinados ao atendimento a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos. Devido à natureza e ao agravamento destas situações, implica acompanhamento especializado, individualizado, continuado e articulado com a rede. No âmbito de atuação da PSE de Média Complexidade, constituem unidades de referência para a oferta de serviços: Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS): Unidade pública e estatal de abrangência municipal ou regional. Oferta, obrigatoriamente, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI). Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP): Unidade pública e estatal de abrangência municipal. Oferta, obrigatoriamente, o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua. O trabalho social no PAEFI se pauta por eixos norteadores baseados nos princípios e diretrizes da PNAS e conceitos e parâmetros do SUAS. É um Serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social. Pressupõe escuta qualificada e compreensão da situação vivenciada por cada família/indivíduo, considerando seu contexto de vida familiar, social, histórico, econômico e cultural. A construção de projetos de vida e de novas possibilidades de relacionamento, com superação das situações adversas vivenciadas; a perspectiva do trabalho em rede para a atenção integral e o acesso a direitos; o desenvolvimento de potencialidades; e a ressignificação de vivências orientadas e nortear por um Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar. 3
4 O presente Padrão Normativo está fundamentado na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais e tem por finalidade estabelecer e regulamentar os princípios e ações que serão adotados pela Secretaria do Bem Estar Social de Bauru em relação à execução destes serviços no âmbito do município, sejam este o executados pelo poder público ou através de parcerias, conforme as normativas que regulam a Política de Assistência Social. 4. Usuários: Famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos por ocorrência de: Violência física, psicológica e negligência; Violência sexual: abuso e/ou exploração sexual; Afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa ou medida de proteção; Tráfico de pessoas; Situação de rua e mendicância; Vivência de trabalho infantil; Discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou raça/etnia; Outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações/submissões a situações que provocam danos e agravos a sua condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem estar. 5. Objetivos: Contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de sua função protetiva; Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos, conforme necessidades; Contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos usuários; Contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior da família; Contribuir para a reparação de danos e da incidência de violação de direitos; Prevenir a reincidência de violações de direitos. 4
5 6. Meta: Referenciada ao Financiamento Período de Funcionamento: Período mínimo de 5 (cinco) dias por semana, 8 (oito) horas diárias, com possibilidade de operar em feriados e finais de semana. 8. Formas de Acesso: CREAS/PAEFI; 9. Operacionalização: O Programa de Prestação de Assistência Jurídica ao Usuário do PAEFI se desenvolverá junto ao serviço da Proteção Social Especial de Média - PAEFI referenciado ao CREAS, na perspectiva de que o acesso à justiça é um direito fundamental, inerente a todas as pessoas. O Direito está presente na Política da Assistência Social, em sua essência, desde o início da sua história, quando olhamos as pessoas que eram atendidas com o olhar do direito violado. A presença do advogado na Política de Assistência Social somente passou a ser solicitada com a Constituição Federal de 88 e com a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), sendo essa a principal porta de atuação dos advogados nessa política. Com a implantação do SUAS, o advogado passou a fazer parte da equipe de referência do Creas conforme a NOB/RH e a Portaria N. 843, de 28 de dezembro de 2010, que dispõe a composição da equipe de referência do PAEFI, sendo o advogado componente da equipe. Por se tratar de um serviço que trabalha diretamente com o sistema de garantia de direito perante o Poder Judiciário, o Ministério Público e outros órgãos de proteção, torna-se essencial à perspectiva do profissional do direito nos atendimentos realizados no serviço PAEFI. O advogado, como membro dessa equipe de profissionais, tem a missão de enfrentamento de situações de ameaça ou violação de direitos. Ele deve trazer para a prática a visão do Direito e a visão de um técnico social que não somente busca a punição ou as providências legais, mas também tem a responsabilidade de trabalhar 5
6 esse indivíduo ou família para interromper o ciclo de violência existente ou que possa surgir, cabendo, portanto ao advogado a Orientação jurídico-social. Apesar de ser uma atividade exclusiva do advogado, a Orientação jurídico-social deve preceder de discução com a equipe interdisciplinar do Programa e do PAEFI sobre as orientações e intervenções jurídicas destinadas a cada caso, respeitando o direito à informação da família ou indivíduo. Dentre as suas atribuições atenderá a diversas situações de violência contra crianças e adolescentes, mulheres, idosos, famílias, indivíduos e até mesmo situações de violência contra comunidades ou grupos, através de propositura da ação. Nesse sentido, é de extrema importância que o advogado do Programa de Prestação de Assistência Jurídica ao Usuário do PAEFI conheça as modalidades de violência possíveis e suas vítimas para possibilitar um efetivo atendimento: Abuso sexual contra crianças e adolescentes; Violência doméstica, contra crianças, adolescentes, idosos, mulheres e homens; Violência psicológica ocorrida dentro das casas; Abandono de incapaz e abandono de vulnerável; Trabalho infantil; Isolamento social; Trabalho escravo; Violência contra o idoso. Também deverá ter conhecimento dos Órgãos de Defesa existentes no município, assim como as ações intersetoriais criadas para defesa das pessoas: Sistemas de Garantias de Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA, Conselho Tutelar, Vara da Infância e Juventude, Ministério Público, demais órgãos de proteção); Sistemas de Garantia de Direitos do Idoso (Conselho do Idoso, Delegacias Especializadas no Idoso, Ministério Publico, CCIs); Sistemas de Garantia de Direitos da Mulher Vítima de Violência (Conselho da Mulher, Delegacia da Mulher, Rede de serviços sócio assistencial, Judiciário, Ministério Público). 6
7 CREAS, que faz parte de todos esses sistemas de garantias. A ação do advogado se fará através da propositura e acompanhamento da ação, que consistente na elaboração da peça formal fundamentada em estudos e pesquisas doutrinárias e jurisprudenciais, acompanhada dos necessários elementos probatórios que o caso concreto requer. Sua atuação se dará nas seguintes áreas: Área de Família, envolvendo, sobretudo ação de alimentos, execução de alimentos, divórcio, conversão de separação em divórcio, anulação de casamento, investigação de paternidade, guarda, regulamentação de visitas, revisional de alimentos, reconhecimento e dissolução de sociedade de união estável, emancipação judicial outorgada e consentimento, tutela, curatela, cautelares e pedido de alvará. Área Cível, atuando em questões cíveis, principalmente em ações de ritos ordinários e sumários, execução, embargos ao devedor, impugnação à execução, consignação em pagamento, declaratórias, mandado de segurança, obrigação de fazer, embargos de terceiros, possessórias, cautelares, revisional de aluguel, despejo, procedimento especial de jurisdição voluntário-contenciosa. A elaboração do Plano de Acompanhamento junto com as famílias e indivíduos é essencial para guiar o trabalho social bem como para delinear, junto aos usuários, a construção de novas perspectivas de vida. O desenvolvimento do Plano de Acompanhamento implica na realização de atendimentos continuados, que podem ser realizados em formatos diversos (individual, familiar, em grupo, com grupos de famílias) - considerando as situações vivenciadas e as singularidades de cada família/indivíduo em acompanhamento, além de ações que oportunizem o fortalecimento da autonomia e o acesso a direitos. Implica, portanto, na realização de encaminhamentos e na articulação de processos de trabalho em rede para a atenção integral das famílias/indivíduos. 7
8 9.1. Trabalho Social Essencial ao Programa: Acolhida/Recepção; Escuta; Estudo social; Orientações e encaminhamentos sobre/para a rede de serviços locais com resolutividade; Orientações sócias familiares; Acompanhamento e monitoramento dos encaminhamentos realizados; Referência e contra referência; Elaboração de relatórios; Elaboração de prontuários; Elaboração do Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar Trabalho interdisciplinar; Diagnóstico socioeconômico; Informação, comunicação e defesa de direitos; Atividades de convívio e de organização da vida cotidiana; Estímulo ao convívio familiar, grupal, e social; Mobilização para o exercício da cidadania; Articulação da rede de serviços socioassistenciais; Articulação com serviços das demais políticas públicas setoriais e defesa de direitos; Articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; Monitoramento e avaliação do Programa; Organização de banco de dados e informações sobre o Programa, sobre a organização/entidade e sobre o Sistema de Garantia de Direitos Articulação Intersetorial: Serviços socioassistenciais da proteção social básica e proteção social especial; Serviços de políticas públicas setoriais; Demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; 8
9 Conselhos de políticas públicas e de defesa de direitos de segmentos específicos; Serviços, programas e projetos de instituições não governamentais e comunitárias Aquisições dos Usuários: Segurança de Acolhida Ser acolhido em condições de dignidade em ambiente favorecedor da expressão e do diálogo; Ser estimulado a expressar necessidades e interesses; Ter reparados ou minimizados os danos por vivências de violações e riscos sociais; Ter sua identidade, integridade e história de vida preservadas; Ser orientado e ter garantida efetividade nos encaminhamentos. Segurança de Convívio Familiar ou Vivência Familiar, Comunitária e Social Ter assegurado o convívio familiar, comunitário e social; Ter acesso a serviços de outras políticas públicas setoriais, conforme necessidades. Segurança de Desenvolvimento de Autonomia Individual, Familiar e Social Ter vivência de ações pautadas pelo respeito a si próprio e aos outros, fundamentadas em princípios éticos de justiça e cidadania; Ter oportunidades de superar padrões violadores de relacionamento; Poder construir projetos pessoais e sociais e desenvolver a autoestima; Ter acesso à documentação civil; Ser ouvido para expressar necessidades e interesses; Poder avaliar as atenções recebidas, expressar opiniões e reivindicações; Alcançar autonomia, independência e condições de bem estar; Ser informado sobre seus direitos e como acessá-los; 9
10 Ter ampliada a capacidade protetiva da família e a superação das situações de violação de direitos; Vivenciar experiências que oportunize relacionar-se e conviver em grupo, administrar conflitos por meio do diálogo, compartilhando modos não violentos de pensar, agir e atuar; Ter acesso a experiências que possibilitem lidar de forma construtiva com potencialidades e limites. 10. Impacto Social Esperado: Indicadores Identificação de situações de violação de direitos socioassistenciais; Redução das violações dos direitos socioassistenciais, seus agravamentos ou reincidência; Orientação e proteção social a Famílias e indivíduos; Acesso a serviços socioassistenciais e das políticas públicas setoriais; Melhoria da qualidade de vida das famílias. Redução dos agravos decorrentes de situações violadoras de direitos; Instrumentais Documentação; Entrevista; Visita domiciliar; Observação; Diálogo; Reunião; Encaminhamento; Relatório de atividades. 11. Provisões: Energia elétrica; Computador; Água; Telefone; Combustível; Materiais de higiene e limpeza; Materiais de escritório. 10
11 12. Equipe de Referência: Profissionais Qtde Jornada Semanal Advogados 03 * Assistente Social 01 30h Auxiliar Administrativo 01 40h *Deverá apresentar ao CREAS/PAEFI cronograma mensal contendo dia e hora do atendimento a ser prestado. Referências Bibliográficas BRASIL. Lei , 6 de julho de Altera a Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social. acesso em 06/06/12. CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Ratifica a equipe de referência definida pela Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do sistema Único de Assistência Social NOB-RH/SUAS e reconhece as categorias profissionais de nível superior para atender as especificidades dos serviços socioassistenciais e das funções essenciais de gestão do Sistema Único de Assistência Social SUAS. Resolução nº 17 de 20 de junho de DOU 21/06/2005. CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Sistema Único de Assistência Social NORMA OPERACIONAL BÁSICA NOB/SUAS. Resolução nº 130 de 15 de julho de DOU 27/07/2005. CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Aprova NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS - Sistema Único de Assistência Social NOB/RH SUAS. Resolução nº 269 de 13/12/2006. DOU 26/12/2006. BRASIL, RESOLUÇÃO Nº 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. BRASIL, RESOLUÇÃO Nº 09 do CNAS, de 15 de abril de
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