SEMINÁRIO INTERNACIONAL - MECANISMOS FINANCEIROS E O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS TECNOLÓGICOS
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- Victoria Gorjão Ventura
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1 SEMINÁRIO INTERNACIONAL - MECANISMOS FINANCEIROS E O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS TECNOLÓGICOS Tema III: A vinculação acadêmico-empresarial no processo de desenvolvimento tecnológico nacional: - dimensão financeira da relação universidades-centros de pesquisa empresariais Expositor: José Carlos Moreira da Silva - IBICT/CNPq/MCT Poderíamos até resumir a expressão deste Tema no simples binômio Integração universidade-empresa, pois nos círculos acadêmicos, científicos e governamentais brasileiros, esta é a síntese de um permanente objetivo, extremamente relevante, desejado e prioritário, em todos os níveis e instâncias dos agentes responsáveis pela Política de Ciência e Tecnologia do País. Entretanto, apesar de toda a preocupação e relevância atribuída ao assunto, a sociedade está sempre insatisfeita com os níveis de realização que vão sendo alcançados no escopo deste objetivo e podemos convir inclusive, não fosse o esforço e idealismo desenvolvido pelo terceiro agente, isto é, o governo, os níveis desta integração seriam ainda bem menores no Brasil. A dificuldade é até bastante compreensível, na medida em que analisarmos o contexto auto-contido de cada um desses três segmentos, o acadêmicocientífico, o produtivo e o governamental: Cada um deles vivencia o seu próprio gigantismo e objetivos imediatos do seu próprio modus-vivendi, observando o problema sempre a partir da própria ótica e não através de uma visão conjunta e integrada. Para resumir, pode-se considerar que: O governo considera que os dois segmentos, Acadêmico-Científico e Produtivo devem se procurar sempre em demanda de um sempre evolutivo processo produtivo básico (PPB) para a indústria, cujos produtos e serviços devem sempre incorporar maior valor agregado em conquistas tecnológicas. Dentro desta visão, seria irrefutável o interesse do segmento produtivo e, por outro lado, interesse equivalente deveria haver no segmento acadêmico-científico, posto que, além do seu engajamento na vida profissional, ver os resultados de seus estudos e pesquisas convertidos em utilidades prática para a sociedade, constitui seu fundamento e lugar comum.
2 Mas se é tudo assim tão lógico e convergente, porque na prática a coisa não funciona, ou pelo menos deixa a desejar? - A resposta está certamente nas palavras competitividade, qualidade e produtividade, não no seu conteúdo de simples idealismo, mas na necessidade incoercível imposta pela própria sobrevivência. - É precisamente este momento da vida econômica e social que caracteriza as sociedades do 1º mundo e é preciso também convir que países como o Brasil e outros da América Latina são emergentes de uma economia eminentemente doméstica, que até aqui têm vivido em berço esplêndido no casulo do mercado interno e na proteção alfandegária. Na verdade a necessidade vem primeiro e a solução depois. Portanto, sem as pressões da competitividade exarada da nivelação das barreiras alfandegária, tão comum nos blocos econômicos emergentes, essa pressão maior de peso internacional que parece estuprar no bom sentido as economias mais bucólicas do nosso terceiro mundo, estão certamente despertando o nosso empresariado e inevitavelmente levando-o a optar pela parceria com o conhecimento, com a ciência e com a tecnologia. Por outro lado, o graduando, mestrando ou doutorando, não pode mais viver exclusivamente do academicismo do seu próprio contexto. Há que mentalizar permanentemente o cabimento produtivo da sua aplicação, já respirando desde as arcadas, a conscientização e o pensamento produtivoempresarial. Concluindo estas considerações, podemos parabenizar agora todos aqueles setores governamentais ligados à administração e ao fomento da ciência e da tecnologia: - seus esforços não terão sido em vão! - Eles agora vicejarão, pois passam a ter um grande aliado, - a evolução dos tempos, o encurtamento das distâncias, - a integração mundial, - a própria necessidade. =========== \\ =========== O CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, representa indubitavelmente um dos baluartes do Sistema de Ciência e
3 Tecnologia (C&T) brasileiro. A sua Diretoria de Unidades de Pesquisa coordena 10 institutos de pesquisa, dentre eles o IBICT, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, e a sua Diretoria de Programas Especiais - DPE, desenvolveu e está operacionalizando 9 programas temáticos, dentre os quais, cinco foram concebidos e estão totalmente comprometidos com a essência do nosso Tema, ou seja, com a INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE-EMPRESA, A SABER: PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA O DESEN VOLVIMENTO TECNOLÓGICO RHAE 1. O QUE É O RHAE VISA CONSOLIDAR A COMPETÊNCIA TECNOLÓGICA NAS INSTITUIÇÕES, PELA CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HU- P/ O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO-INDUSTRIAL EM ÁREAS ESTRATÉGICAS, FAVORECENDO A GERAÇÃO ABSORÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRODUTOS, PRO- CESSOS, METODOLOGIAS, GESTÃO E INFRA-ESTRUTU- RA DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS. 2. PÚBLICO ÁLVO ATENDE PROJETOS APRESENTADOS POR: EMPRESAS, CENTROS DE P&D E UNIVERSIDADES, EM COOPERAÇÃO. ENTIDADES PÚBLICAS, TÉCNICAS OU DE CLASSE COM PROJETOS DE INTERESSE P/ SETORES PRIORITÁRIOS. 3. INSTRUMENTOS: BOLSAS DE FOMENTO TECNOLÓGICO
4 PROGRAMA TEMÁTICO MULTI- INSTITUCIONAL EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO - ProTem-CC OBJETIVO: VISA APROXIMAR O SEGMENTO CIENTÍFI- CO E A INDÚSTRIA DE INFORMÁTICA, INDUZINDO A COOPERAÇÃO DA ACADEMIA NO ESFORÇO INDUSTRIAL DE P&D, ESTIMULANDO A PARCERIA ENTRE EMPRSAS, UNIV. E CENTROS DE PESQUISA. CRIA TAMBÉM PRO- GRAMAS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO P/ SUPRIR AS NECESSIDADES DO SETOR INDUSTRIAL. ACESSO DA COMUNIDADE: PROJETOS COOPERATIVOS QUE ATENDAM A EDITAIS CONVOCATÓRIOS EM UMA DAS 13 ÁREAS PRIORITÁRIAS DO PROGRAMA. INSTRUMENTOS UTILIZADOS: BOLSAS DE FOMENTO TECNOLÓGICO E AUXÍLIOS A PROJETOS DE PESQUISA
5 PROGRAMA BIOTECNOLÓGICO DE APOIO À COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL DA AGRICUL TURA BRASILEIRA - BIOEX OBJETIVO: APOIAR SETORES DA AGRICULTURA PARA VIABILIZAR SUAS COMPETITIVIDADES, DESENVOLVEN DO BIOTECNOLOGIA QUE BUSQUE A MELHORIA DA QUALIDADE, REDUÇÃO DE CUSTOS E A CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS, ALÉM DE CONTRIBUIR P/ A DEFI NIÇÃO DE UMA POLÍTICA EXPLÍCITA, FORMAL, ORGÂ NICA E ARTICULADA P/ A BIOTECNOLOGIA AGRÍCOLA. PÚBLICO ALVO: PROGRs. COOPERATIVOS ESTRATÉGI COS DE UNIV.. E CENTROS PÚBLICOS DE P&D; ENTIDA DES TECNOLÓGICAS SETORIAIS E ESFORÇOS EM BIO TECNOLOGIA DE PONTA. SUBPROGRs. VERTICAIS: CACAU, CAFÉ, CITROS, CANA, FRUTICULTURA, MAÇÃ, SOJA E REFLORESTAMENTO. SUBPROGRs. HORIZONTAIS: MUDAS MICROPROPAGA DAS, INOCULANTES E DEFENSIVOS BIOLÓGICOS.
6 PROGRAMA DE APOIO À COMPETITIVIDADE E DIFU SÃO TECNOLÓGICA - PCDT 1. OBJETIVO: BUSCA INSERIR O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NO PROCESSO DA EVOLU ÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO PAÍS, DENTRO DE PA DRÕES DE QUALIDADE E COMPETITIVIDADE EM SETO RES PRIORITÁRIOS P/ A POLÍTICA INDUSTRIAL E DE CO MÉRCIO EXTERIOR, EM PARTICULAR OS PRECONIZADOS PELO PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E PRODU TIVIDADE PBPQ E PELO PROGRAMA DE APOIO À CAPA CITAÇÃO TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA - PACTI. 2. PÚBLICO-ALVO: EMPRESAS, CENTROS DE P&D E UNI VERSIDADES, ISOLADAMENTE OU EM COOPERAÇÃO; INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E ENTIDADES TÉCNICAS OU DE CLASSE C/ PROJETOS DE INTERESSE ESTRATÉGICO.
7 PROGRAMA NACIONAL DE SOFTWARE PARA EXPOR- TAÇÃO - SOFTEX 2000 OBJETIVO: VISA TRANFORMAR O BRASIL NUM PAÍS EXPORTADOR DE SOFTWARE, EM PARCERIA C/ O SE TOR ACADÊMICO, ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS FACILITANDO, P/ EMPRESAS NACIONAIS, A CONQUIS TA DE 1% DO MERCADO MUNDIAL ATÉ O ANO DESCENTRALIZAÇÃO: ENTIDADES INTERESSADAS A GREGAM-SE A UM DOS 18 NÚCLEOS DE DESENVOLVI MENTO, DISTRIBUIDOS EM 18 CIDADES, QUE DISPÕEM: ACESSO A SERVIÇOS DO ESCRITÓRIO NOS E.U.A.; BOLSAS P/ ESTÁGIO EM MARKETING NO EXTERIOR; BOLSAS P/ PESSOAL DE DESENV. E ESPEC.VISITANTE INCUBADORA P/ EMPRESAS NOVAS E NASCENTES; PLENA CONEXÃO EM REDE VIA INTERNET E R.N.P.; ESTAÇÕES DE TRAB. UNIX E REDE NOVELL C/ FERRA MENTAS DE DESENVOLVIMENTO E TESTE. OS INCENTIVOS FISCAIS
8 Um importante instrumento no esforço do governo para promover a integração universidade-empresa é representado pelos incentivos fiscais ao investimento do empresariado em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) conjuntos, com centros de pesquisa e laboratórios universitários. Entretanto, na operacionalização desses incentivos, isto é, isenção de impostos concedida na aquisição no mercado nacional ou importação de bens e serviços de interesse das empresas beneficiárias, quando, como contrapartida à concessão desses incentivos, o governo exigia o investimento em projetos conjuntos de P&D, via-se boa parte do empresariado com imensa dificuldade de, não só se interessar mas também sem qualquer idéia ou iniciativa quanto a objetos de investimento. Como exemplo, na época da reserva de mercado para a indústria de informática, quando o empresariado do Setor devería mais do que nunca aproveitar o imenso benefício da reserva e ainda por cima incentivos fiscais em seus projetos de desenvolvimento e de fabricação, mesmo assim não se envolvia com ambições de conquistas tecnológicas aproximando-se do segmento acadêmico-científico. O empresariado do Setor aceitava de bom grado, é lógico a renúncia fiscal concedida. Mas na hora de, em contrapartida submeter projetos conjuntos de P&D, negligenciava ou memo vinha solicitar ao pessoal da extinta SEI (Secretaria Especial de Informática), que lhes sugerisse quais projetos poderia pensar em desenvolver e com quais centros de pesquisa e/ou universidades. E foi exatamente através do órgão sucedâneo à SEI, a SEPIN, Secretaria de Política de Informática e Automação, que surgiu a idéia da MOBILIZAÇÃO ESTRATÉGICA, isto é, Já que é obrigação da empresa beneficiária dos incentivos concedidos, apresentar como contrapartida projetos conjuntos de pesquisa cujo valor devería corresponder a um percentual sobre o montante dos incentivos, e se ela não queria ou não dispunha de uma idéia de projeto a ser desenvolvido, que associase-se então a um dos Programas Temáticos.
9 OS INCENTIVOS FISCAIS, OS PROGRAMAS TEMÁTICOS E A MOBILIZAÇÃO ESTRATÉGICA LEI 8010/90 LEI 8032/90 EM CONTRAPARTIDA AOS INCENTIVOS RECEBIDOS, OS BENEFICIÁRIOS OBRI- GAM-SE A INVESTIR EM P&D. NÃO TENDO PROJETO PRÓ PRIO ASSOCIAM-SE AOS PROGRAMAS TEMÁTICOS LEI 8248/91 LEI 8661/93 OUTRAS LEIS DE INCENT.
10 HOME PAGE DO CNPq BOLSAS HOME PAGE DO CNPq OUTROS CUS- TEIO HOME PAGE DO CNPq GUIA DE FONTES FINANCEI RAS HOME PAGE DO CNPq
11 A MISSÃO DO IBICT Promover condições para o desen volvimento continuado da oferta competitiva, em nível internacio nal, de produtos e serviços oriun dos da indústria nacional de infor mação, que satisfaçam as necessi dades dos usuários de informação em ciência e tecnologia.
Ana Lúcia Vitale Torkomian. Secretária Adjunta de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia
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