CAPÍTULO 5 A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE. Maria da Piedade Araújo
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- Matilde Antunes Cordeiro
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1 CAPÍTULO 5 A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE Maria da Piedade Araújo
2 INTRODUÇÃO Este capítulo tem por objetivo apresentar um comparativo da Mesorregião Oeste do Paraná em relação ao Estado. As variáveis aqui tratadas referem-se à contagem da população, taxa de mortalidade, distribuição da renda familiar, distribuição setorial da mão-de-obra empregada, valor adicionado por setor e produção agrícola. Não foi possível ter uma série histórica de todas as variáveis. Uma variável de fundamental importância para diagnósticos regionais diz respeito ao comportamento populacional. A última contagem populacional feita pelo IBGE data de Acredita-se que os objetivos, inicialmente propostos, foram alcançados. É possível ter um comparativo significativo da Mesorregião em relação ao Estado. Na fase do prognóstico e, com a implementação do Banco de Dados, será possível o melhoramento da análise e até a colocação de outras variáveis. Os principais resultados desde diagnóstico mostram que a Mesorregião Oeste do Paraná teve um comportamento semelhante ao Estado, no que se refere ao movimento populacional. Há uma elevada taxa de urbanização, não só na Mesorregião como um todo, bem como nas distintas microrregiões. Este comportamento é corroborado pelo desempenho do setor agrícola que liberou um contingente significativo de mão-de-obra para o meio urbano. Outro destaque neste diagnóstico é o comportamento da taxa de mortalidade que teve uma queda considerável de 1978 até Com relação à renda média familiar, pode-se dizer que ela é relativamente baixa não só na Mesorregião como para o Estado como um todo, refletindo desta forma numa elevada desigualdade de renda. Com relação ao setor agrícola, pode-se confirmar a relativa importância que ele desempenha na Mesorregião em termos de produção agrícola e como setor absorvedor de novas tecnologias. Apesar de uma redução na área cultivada com algumas culturas selecionadas a um aumento de produtividade que reflete a moderna agricultura extensiva da região oeste do Paraná.
3 ANÁLISE COMPARATIVA DA MESORREGIÃO OESTE DO PARANÁ EM RELAÇÃO AO ESTADO Inicialmente faz-se importante mostrar a representatividade do tamanho da Mesorregião em relação ao número de municípios. Segundo o censo demográfico de 2000, o Estado do Paraná está dividido política e administrativamente em 399 municípios. A Mesorregião Oeste do Paraná representa 12,5% do total dos municípios do Estado com 50 municípios, conforme pode-se observar no Mapa 5.1. MAPA5.1 DETERMINAÇÃO DA MESORREGIÃO OESTE DO PARANÁ FONTE: ATLAS HISTÓRICO DO PARANÁ
4 ANÁLISE DE VARIÁVEIS SÓCIO-ECONÔMICAS Outros dados de relativa importância e que se faz necessário demonstrar são os dados com relação à população rural e urbana, densidade demográfica, taxa de mortalidade e natalidade infantil e empregados por atividade econômica. De acordo com o Quadro 5.1, a população da Mesorregião Oeste do Paraná representava em 1970 e 2000, 10,86% e 11,90% do total da população do Estado, respectivamente. Enquanto a população total do Estado elevou-se em 37,93% neste período, a população oeste do Paraná cresceu 51,18%. Ao se analisar o crescimento populacional dentro da Mesorregião, o que se tem é um aumento significativo da população total da Microrregião de Foz do Iguaçu (aumento de 189%), seguido da Microrregião de Cascavel com um aumento populacional de 66%. Já a Microrregião de Toledo, apresentou um decréscimo populacional neste período, na ordem de 8,74%. As cidades da região oeste que possuem o maior número de habitantes são Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, cidades pólos de cada Microrregião, que são de extrema importância em relação às demais. QUADRO 5.1 COMPARATIVO POPULACIONAL - PERÍODO 1970 E 2000 PARANÁ MESORREGIÃO CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU TOLEDO Ano Zona Urbana Rural População Total FONTE: IPARDES Base de Dados/ Internet A distribuição populacional do Estado do Paraná em 1970 era de 63,9% de população rural e 36,1% de população urbana. O quadro reverte-se totalmente em 2000, quando a população urbana passa a representar 81,42% e a população rural 18,58%. Na Mesorregião Oeste do Paraná este panorama não é diferente. Em 1970 a população rural representava
5 173 apenas 19,87% e a urbana 80,13%. Em termos de taxa de urbanização, a Mesorregião acompanhou o desempenho do estado, apresentando em 2000 um percentual de população urbana de 81,61% e rural de 18,39%. Por estes dados pode-se observar praticamente uma inversão na distribuição populacional urbana e rural, no Estado do Paraná, tendo a Mesorregião oeste do Estado acompanhado este comportamento. Este rápido processo de urbanização da Mesorregião Oeste do Paraná provavelmente é reflexo de uma acelerada modernização da agricultura, que liberou mão-de-obra para o setor urbano. É importante ressaltar também, que a construção da Hidrelétrica Itaipu/Binacional, pode também ter corroborado com este resultado, uma vez que houve um movimento populacional em decorrência da formação do Lago de Itaipu. Fazendo uma análise dentro da Mesorregião Oeste do Paraná, verifica-se que a Microrregião que sofreu o maior impacto da urbanização foi Foz do Iguaçu. A população urbana em 1970, representava 26% do total nesta Microrregião, passando a representar 89% em A Microrregião de Cascavel também teve forte urbanização; em 1970 a população urbana representava 21% do total, chegando em 2000 com 80%. A Microrregião de Toledo, apesar da elevada taxa de urbanização, é a menos representativa dentre as três Microrregiões no que diz respeito ao grau de urbanização. Em 1970, a população urbana representava 17% do total, passando a representar em 2000, 74%. Ao analisar a densidade demográfica (hab/km 2 ) no período de , da Mesorregião em relação ao Estado do Paraná identifica-se os seguintes fatos: o crescimento da densidade demográfica da Mesorregião de 1991 a 1995 foi de 6%, passando de 44,52 hab/km 2 para 46,79 hab/km 2. A distribuição da população na Mesorregião e no Estado é homogênea, pois no Estado a densidade em 1991 que era de 42,54 hab/km 2 passou para 44,57 hab/km 2, sendo portanto um índice muito próximo ao da Mesorregião oeste do Estado. Em 1996, a taxa média anual de crescimento urbano na Mesorregião Oeste do Paraná foi de 0,04% e a rural era de 0,04%. Nas microrregiões a taxa anual de crescimento urbano e rural foi de 0,05% e 0,03% respectivamente na Microrregião de Cascavel, 0,07% e -0,04% na Microrregião de Foz do Iguaçu e 0,01% e 0,04% na Microrregião de Toledo.
6 174 A variação média da densidade demográfica do período de 1991 a 1995 para a Mesorregião é de 1,234% e para o Paraná é de 1,16%, isto significa que na Mesorregião entre 1991 e 1995, houve um crescimento médio anual em torno de 1,23% e no Estado de 1,16%. Uma diferença pouco significativa. Fazendo uma análise da taxa de mortalidade infantil da Mesorregião em relação ao Estado, nota-se que em 1976 de cada mil nascidos vivos 64 morriam. Já para o Estado do Paraná este número era superior; 78 por mil nascidos vivos. Em 1994, a situação tanto do estado como da Mesorregião Oeste apresentam uma melhora significativa, mostrando um desenvolvimento sócio-econômico em termos desta variável. Para o Estado do Paraná em 1994, para cada mil nascidos vivos, apenas 29 morriam e para a Mesorregião Oeste este valor passou para 25. Já com relação a alguns aspectos da condição de vida da população, como ligações de água, esgoto e energia elétrica, em 1996, a distribuição participativa de cada Microrregião no total da Mesorregião é o que se apresenta no Quadro 5.2. QUADRO5.2 - PARTICIPAÇÃO DOS ASPECTOS URBANOS DAS MICRORREGIÕES NA MESORREGIÃO Microrregiões ÁGUA ESGOTO ENERGIA ELÉTRICA Cascavel 33,08% 43,43% 31,05% Foz do Iguaçu 41,05% 34,88% 35,07% Toledo 25,87% 21,70% 33,88% FONTE: PARANACIDADE http/www/celepar.pr.gov.br Além dos aspectos de condição de vida já citados, mostra-se importante também analisar a renda familiar per capita. A renda familiar per capita no Paraná, na Mesorregião Oeste e nas Microrregiões de Cascavel, de Foz do Iguaçu e de Toledo, nos anos de 1980 e 1991, indica a grande desigualdade existente na distribuição da mesma no Estado do Paraná como um todo e a Mesorregião Oeste e as suas Microrregiões especificamente. Pelo Quadro 5.3, pode se fazer esta análise, além de se ter o grau de desigualdade e o percentual de pessoas com renda insuficiente.
7 175 QUADRO5.3 COMPARATIVO DA RENDA E DO GRAU DE DESIGUALDADE, EM 1980 E 1991 Renda familiar per capita (em salário mínimo) Grau de desigualdade Pessoas com renda insuficiente ( %) Paraná ,28 0,6 39, ,29 0,66 41,13 Mesorregião ,66 0,24 18, ,62 0,42 38,86 Micro de Cascavel ,91 0,22 19, ,65 0,48 50,58 Micro de Foz ,55 0,25 18, ,79 0,42 30,13 Micro de Toledo ,54 0,24 17, ,61 0,37 35,87 FONTE: IPARDES Base de Dados/ Internet Antes de se fazer a análise é necessário ressaltar que em 1980 faltam os dados referentes aos seguintes municípios da Microrregião de Cascavel: Boa Vista da Aparecida, Braganey, Cafelândia do Oeste, Campo Bonito, Diamante do Sul, Ibema, Iguatu, Lindoeste, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste. Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Iracema do Oeste, Jesuítas, Maripá, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, São José das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu, Tupãssi da Microrregião de Toledo; e Itaipulândia, Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, Serranópolis do Iguaçu e Vera Cruz do Oeste da Microrregião de Foz do Iguaçu. Em 1991 faltam os dados referentes aos municípios de Diamante do Sul, Iguatu, Santa Lúcia da Microrregião de Cascavel; Entre Rios do Oeste, Iracema do oeste, Maripá, Pato Bragado, Quatro pontes, São Pedro do Iguaçu, na Microrregião de Toledo; e Cafelândia, Ramilândia, Serranópolis do Iguaçu na Microrregião de Foz do Iguaçu. Apesar dos dados das Microrregiões não representarem a média total, é possível verificar a baixa renda da região oeste comparada ao Estado. Por outro lado, verifica-se que o grau de desigualdade da Mesorregião é significativamente menor que a do Estado. Cabendo lembrar, que quanto mais próximo de 1, maior o grau de desigualdade. As cidades da Microrregião de Cascavel que possuíam a maior renda familiar per capita, em 1991 eram Cafelândia do Oeste (1,77) e Cascavel (1,53). Na Microrregião de Toledo eram Palotina (1,32) e Toledo (1,30), na Microrregião de Foz do Iguaçu eram Foz do Iguaçu (1,64) e Medianeira (1,22). Já as que possuíam o maior grau de desigualdade na
8 176 Microrregião de Cascavel eram Cafelândia do Oeste (0,82), Catanduvas (0,75) e Três Barras do Paraná (0,74), na Microrregião de Toledo eram Ouro Verde do Oeste (0,65), Palotina (0,64) e Formosa do Oeste (0,63) e na Microrregião de Foz do Iguaçu eram Missal (0,71), Vera Cruz do Oeste (0,67) e Foz do Iguaçu (0,58). E as cidades que possuíam o maior número de pessoas com renda insuficiente na Micro de Cascavel eram Lindoeste (78,08), Guaraniaçu (73,88) e Campo Bonito (72,62), na Micro de Toledo eram Diamante do Oeste (83,10), Ouro Verde do Oeste (65,68) e Terra Roxa do Oeste (63,43) e na Micro de Foz do Iguaçu eram Vera Cruz do Oeste (62,80) e Matelândia (52,66). Já as cidades com menor renda familiar per capita, em 1991, na Microrregião de Cascavel eram Boa Vista da Aparecida (0,40) e Lindoeste (0,50), na Micro Toledo eram Diamante do Oeste (0,39) e Toledo (0,58), na Micro de Foz do Iguaçu eram Vera Cruz do Oeste (0,84) e Matelândia (0,79). As cidades com menor grau de desigualdade na Micro de Cascavel eram Anahy (0,41), Santa Tereza do Oeste (0,44) e Nova Aurora (0,46), na Micro de Toledo eram Diamante do Oeste (0,45), Terra Roxa do Oeste (0,50) e São José das Palmeiras (0,51), e na Micro de Foz do Iguaçu eram Matelândia (0,49), Céu Azul (0,53) e Santa Terezinha de Itaipu (0,53). E as cidades com menor número de pessoas com renda insuficiente na Micro de Cascavel eram Cascavel (30,79), Cafelândia do Oeste (33,96) e Anahy (47,38), na Micro de Toledo eram Toledo (37,27), Palotina (39,27) e Marechal Cândido Rondon (40,35), e na Micro de Foz do Iguaçu eram Foz do Iguaçu (28,03) e Medianeira (37,83). Outra variável de suma importância em estudos que desejam fazer diagnóstico e prognóstico de uma região, é a distribuição da mão-de-obra por ramo de atividade. Em 1996 os empregados por atividade econômica (RAIS) da Mesorregião Oeste, representava 8,76% do total do estado. Analisando a Mesorregião intrinsecamente, como pode-se observar na distribuição que segue, observa-se que a Mesorregião caracteriza-se por atividades preponderantemente ligadas ao setor urbano. Estes dados vêm corroborar com a forte taxa de urbanização da Mesorregião Oeste do Paraná. Apesar do setor agropecuário ser representativo nas três Microrregiões que a compõem, a distribuição por ramo de atividade é praticamente homogênea. Isto pode estar
9 177 mostrando a modernização do meio rural, que provocou um deslocamento significativo da população para o meio urbano. Indústria extrativa mineral 7,44% Indústria de transformação 6,81% Serviços de utilidade pública 9,26% Construção civil 9,44% Comércio 12,44% Serviços 9,08% Administração pública 7,17% Agropecuária 9,42% Outras atividades 7,17% Os dados que ilustram com fidelidade a importância dessa distribuição setorial na Mesorregião Oeste do Paraná, são os dados relacionados ao valor adicionado por setor de atividade e o valor adicionado total da Mesorregião. Analisando tal situação tem-se os seguintes percentuais, dispostos no Quadro 5.4, para cada setor nos anos de 1974, 1990 e QUADRO5.4 PERCENTUAL DO VALOR ADICIONADO POR SETOR EM RELAÇÃO AO TOTAL DO VALOR ADICIONADO DA MESORREGIÃO OESTE DO PARANA SETOR PRIMÁRIO 64,22 17,81 27,4 SECUNDÁRIO 12,16 50,21 46,46 COMERCIAL 21,18 25,54 17,95 SERVIÇOS 2,44 6,44 8,19 FONTE: IPARDES Base de Dados/ Internet O valor adicionado do setor primário, em 1974, representava 64,22% do total do valor adicionado da Mesorregião. Em 1990, o setor primário passou a representar apenas 17,81% do total do valor adicionado da Mesorregião, mas o setor secundário representava então 50,21%. Já em 1996, essa participação modificou-se novamente, porém o setor secundário ainda era muito representativo, com 46,46% do total do valor adicionado. O setor de serviços cresceu lentamente ao longo do período analisado. O valor adicionado aqui analisado, é obtido pela diferença entre os valores das operações de saídas de mercadorias em relação aos de entrada, consideradas as variações de estoque, incluindo o consumo intermediário de serviços e despesas diversas, diferindo do conceito básico da Contabilidade Social.
10 178 Na avaliação do setor primário não estão deduzidos os insumos utilizados pelo setor, tratando-se, portanto, do conceito de valor de produção primária comercializada, não incluindo a parcela retirada para o autoconsumo. O valor adicionado no setor secundário e na atividade comercial é a diferença entre os valores das operações de saída de mercadorias em relação aos de entrada, consideradas as variações de estoques. Acha-se incluído, portanto, no valor adicionado o consumo intermediário de serviços como transportes, energia elétrica, combustíveis e lubrificantes e despesas diversas. Assim, do ponto de vista da abrangência estão incluídas não só as operações tributadas, como aquelas imunes, isentas ou ao abrigo do diferimento, bem como operações classificadas como entradas e/ou saídas de mercadorias e serviços não registradas. Todavia, não estão incluídas aquelas operações enquadradas no conceito jurídico de não incidência, por fugirem ao campo de abrangência do ICMS. A participação percentual média da Mesorregião Oeste do Estado no valor adicionado total do Paraná no período de foi de 12,06%. O setor primário, a indústria e o comércio tiveram uma representatividade no percentual médio do valor adicionado do Estado de 20,94%, 4,06%, 13,25% no período citado. O valor adicionado da Mesorregião em relação ao valor adicionado do estado em 1990 representava 14,43%, no entanto permaneceu quase que inalterado nos anos posteriores. Em 1996, representatividade era de 14,87% no total do valor adicionado do estado. Ao se comparar setorialmente os percentuais de participação da Mesorregião Oeste em relação ao estado, observa-se que houve uma grande variação no decorrer do período (Quadro 5.5), mas o setor que vem demonstrando domínio no Extremo Oeste Paranaense é o setor primário, ressaltando a significativa importância das atividades agropecuárias. O setor secundário que se apresentava no início do período em último lugar na participação do valor adicionado passou a ser o segundo setor de maior participação, devido à movimentação gerada pela instalação das agroindústrias na região. Com relação aos setores comercial e de
11 179 serviços, observa-se que este último vem ganhando espaço, sendo que no final do período analisado conseguiu passar à frente do setor comercial. Mas apesar das modificações participativas dos setores, as variações são pouco significativas. QUADRO 5.5 PERCENTUAL DO VALOR ADICIONADO DA MESORREGIÃO OESTE EM RELAÇÃO AO ESTADO, POR SETOR EM PERÍODOS SELECIONADOS SETOR PRIMÁRIO 20,66 21,01 20,64 16,18 19,87 21,75 SECUNDÁRIO 5,73 3,13 4,49 14,68 14,84 13,83 COMERCIAL 12,00 14,32 12,27 13,27 11,35 11,75 SERVIÇOS 9,79 6,62 17,44 13,25 12,12 12,23 FONTE: IPARDES Base de Dados/ Internet A mecanização das lavouras, a construção de rede de armazéns e silos em pontos estratégicos, o estudo e pesquisa de técnicas agrícolas mais eficientes pode fazer com que o valor adicionado representado pela agricultura tenha um visível aumento no decorrer dos anos, sendo um reflexo decorrente de tais inovações. 5.3 PRODUÇÃO AGRÍCOLA De extrema importância para esta análise são os dados relacionados à produção agrícola da mesorregião oeste do Paraná. Neste item, far-se-á um comparativo da área colhida, quantidade produzida, o rendimento médio (kg/ha) e o valor (R$) da produção de alguns produtos agrícolas da Mesorregião Oeste e do Estado do Paraná. A análise de tais culturas se faz importante por serem as mais significativas no Estado. A produção agrícola de algodão herbáceo era quase inexpressiva na Mesorregião em 1976 e 1980, pois representava 2,48% e 6,89% do total produzido no Paraná, mas em 1985 e 1996 passou a representar 15,24% e 20,56% respectivamente do total produzido no Estado. Já a área colhida, representou 2,88%; 5,57%; 14,97% e 19,15% respectivamente para os anos de 1976, 1980, 1985 e O destaque dentro da Mesorregião é para a Microrregião de Toledo. Até 1996 devido à industrialização das fibras e do caroço do algodão, foi incrementado o plantio do algodão, mas depois desse período houve uma expressiva redução para menos de um terço da área
12 180 cultivada devido ao preço do produto no mercado que inviabiliza a produção, sendo necessária a importação da Argentina. Em relação à área colhida de café, a Mesorregião Oeste em 1980, 1985 e 1996 colheu 8,91%; 5,35% e 3,94% respectivamente do total da área colhida no Estado. A quantidade produzida representou 8,11%; 3,16% e 2,82% respectivamente do total produzido no Paraná, com destaque para a Microrregião de Toledo. Nas últimas décadas a área cultivada foi reduzida para menos da metade, em decorrência da erradicação dos cafezais, motivados por fatores sócio-econômico-financeiro. Além de a Mesorregião Oeste apresentar um clima bem menos ameno do que as demais regiões, surgindo assim barreiras ao cultivo de produtos tropicais. Ao analisar a área colhida de cana-de-açúcar em 1976, 1980, 1985 e 1996 conclui-se que a mesorregião oeste representava 4,94%; 1,26%; 0,93%; 0,63% respectivamente do total da área colhida no Estado e a quantidade produzida representava 3,47%; 0,67%; 0,67%; 0,34% respectivamente do total do Estado. Apesar da cana-de-açúcar ainda hoje ter uma certa representatividade para o Estado, o mesmo não acontece em relação à Mesorregião. Os produtores paranaenses de 1976 a 1996, quadruplicaram a área destinada à cultura da cana-de-açúcar. Já a área colhida de feijão representava em 1976, 1980, 1985, 1996 para a mesorregião cerca de 10,94%; 8,68%; 6,4%; 4,85% respectivamente do total da área colhida no Paraná. A quantidade produzida de feijão representou cerca de 14,62%; 8,03%; 6,16%; 5,56% respectivamente do total do Estado. O comportamento em termos de área destinada ao cultivo do feijão da Mesorregião Oeste, segue o caminho trilhado pelo Estado; a área destinada ao feijão em 1996 é apenas 73% da área cultivada no Estado em Cabendo salientar, que houve um aumento significativo da produtividade. A cana-de-açúcar e o feijão são produzidos em sua maioria em pequenas propriedades, sendo a maior parte da produção para subsistência e somente o excedente vendido no mercado. No caso da cana, é utilizada para o consumo animal, fabricação de melado, rapaduras e aguardente. Pode observar-se também a ausência de usinas na região oeste do
13 181 Paraná. Esses são os principais motivos da inexpressiva produção desse produto na Mesorregião Oeste em relação ao Paraná. QUADRO COMPARATIVO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DA MESORREGIÃO COM O PARANÁ, ALGODÃO HERBÁCEO MESORREGIÃO PARANÁ Área colhida Quant. Produzida Rendimento médio (kg/ha) Correntes Área colhida Quant. Produzida Rendimento médio (kg/ha) correntes , , , , , , CAFÉ MESORREGIÃO PARANÁ Quant. Rendimento Área colhida Quantidade Rendimento Produzida médio Correntes Produzida médio (kg/ha) (kg/ha) Área colhida correntes , , , , Área colhida CANA-DE-AÇÚCAR MESORREGIÃO PARANÁ Quant. Rendimento Área colhida Quantidade Rendimento Produzida médio Correntes Produzida médio (kg/ha) correntes (kg/ha) , , , , , , FEIJÃO MESORREGIÃO PARANÁ Área colhida Quant. Produzida Rendimento médio (kg/ha) Correntes Área colhida Quantidade Produzida Rendimento médio (kg/ha) correntes , , , , , , Continuação Tabela 6 MANDIOCA MESORREGIÃO PARANÁ Área colhida Quant. Produzida Rendimento médio (kg/ha) Correntes Área colhida Quantidade Produzida Rendimento médio (kg/ha) correntes , , , , , , Área colhida MILHO MESORREGIÃO PARANÁ Quant. Rendimento Área colhida Quantidade Rendimento Produzida médio correntes Produzida médio (kg/ha) corrente (kg/ha) , , , , ,
14 182 Área colhida SOJA MESORREGIÃO PARANÁ Quant. Rendimento Área colhida Quantidade Rendimento Produzida médio correntes Produzida médio (kg/ha) (kg/ha) correntes , , , , , , TRIGO MESORREGIÃO PARANÁ Área colhida Quant. Produzida Rendimento médio (kg/ha) correntes Área colhida Quantidade Produzida Rendimento médio (kg/ha) correntes , , , , , , FONTE: IPARDES Base de Dados/ Internet Na Mesorregião oeste do Estado, a cultura de mandioca tinha em 1976, 1980, 1985, 1996 uma área colhida que representava respectivamente 18,99%; 27,9%; 26%; 27,56% do total colhido no Estado e a sua quantidade produzida representava 21,38%; 33,59%; 31,89%; 33,59% respectivamente do total do Paraná. Com um considerável destaque para a Microrregião de Toledo. Essa cultura encontra-se em franco desenvolvimento, em decorrência da instalação de várias fábricas, destinadas ao processamento do amido para utilização nas indústrias químicas, farmacêuticas, bélicas, dentre outras. A área colhida de milho na Mesorregião em 1976 foi de 15,56%, em 1980 de 15,53%, em 1985 de 19,79% e em 1996 de 18,4%, comparado com a área colhida no Estado e a quantidade produzida representou respectivamente 18,89%; 14,09%; 26,17%; 21,65% do total produzido no Paraná nos períodos acima citados. A produção não só se destaca pela quantidade como pela qualidade, em decorrência de ser utilizada na cultura uma tecnologia bastante avançada. A expressiva produção de milho da mesorregião oeste do Estado, faz com que a mesma também tenha destaque na produção agroindustrial de carnes. O milho, juntamente com o farelo de soja, são os mais importantes ingredientes do fabrico de ração para alimentação animal. Assim sendo, há uma produção significativa de carnes e derivados nesta região. Outra cultura que coloca o Estado do Paraná entre os mais importantes do país e a Mesorregião Oeste em destaque é a soja. A área colhida de soja na Mesorregião Oeste
15 183 registrou respectivamente em 1976, 1980, 1985, 1996 índices de 37,14%; 36,15%; 33,64%; 29,04% do total da área colhida no Paraná e a quantidade produzida também representou grande parte do total do Estado, sendo respectivamente 40,55%; 39,43%; 32,35% e 29,97%. A soja é uma cultura mecanizada por excelência, voltada essencialmente para exportação, sendo vendida na forma de óleo, farelo e ração. Sendo estes produtos processados na região e o excedente comercializado para outras regiões e exterior. A soja é a grande responsável pelo desempenho da Mesorregião Oeste no que diz respeito à produção de proteína animal. O trigo é outra cultura que sempre se destacou no Estado e principalmente na Mesorregião do Estado. Quanto a área colhida de trigo na Mesorregião em 1976, 1980, 1985, 1996 representava 38,99%; 44,04%; 36,68%; 28,14% do total da área colhida no Paraná e a quantidade produzida representava 37,8%; 41,98%; 39,66%; 31,55% respectivamente. A área cultivada reduz-se ano a ano devido aos crescentes custos de produção e ainda devido a imprevisibilidade do clima, sendo corroborado ainda pela falta de incentivo à cultura, sendo muitas vezes o preço do produto importado menor que o nacional. Do exposto neste item, pode-se salientar a relativa importância da Mesorregião Oeste em relação ao Estado do Paraná no que se refere ao setor agrícola. Apesar da diminuição da área plantada para a maioria das culturas, observa-se um aumento de produtividade decorrente da modernização do setor agrícola. Observando de forma mais atenta os dados, pode-se inferir que a construção da hidrelétrica de Itaipu pode ter sido responsável pela queda da área disponível para a agricultura. Como por outro lado, o setor agrícola desta região sofreu um franco processo de modernização, como poderá ser observado no capítulo 11, o impacto do alagamento pode ter sido amenizado por esta modernização. De maneira geral, os dados analisados neste capítulo, demonstram um grau de desenvolvimento sócio-econômico da Mesorregião ao se ter variações significativas em todas as variáveis. Cabe salientar, que o diagnóstico aqui descrito com a inclusão de novas variáveis
16 184 a partir do banco de dados, proporcionará um prognóstico satisfatório para a Mesorregião Oeste do Paraná.
17 185 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Sistema de Base de Dados. Ambiente UNIX PARANACIDADE.
Estrutura Produtiva BOLETIM. Ribeirão Preto/SP. Prof. Dr. Luciano Nakabashi Rafael Lima
O presente boletim trata da evolução da estrutura produtiva de regiões selecionadas, entre 2002 e 2014, a partir dos dados de empregos formais da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro
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