UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PROJETO VEZ DO MESTRE
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1 8 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PROJETO VEZ DO MESTRE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: UM AUXÍLIO NA APRENDIZAGEM MICHELLE ARANDA STORTTI Orientador: Mario Luiz Rio de Janeiro 2005
2 9 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PROJETO VEZ DO MESTRE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: UM AUXÍLIO NA APRENDIZAGEM Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro 2005
3 10 AGRADECIMENTOS Ao orientador, pela sua ajuda durante o desenvolvimento desse trabalho. Aos colegas de turma e amigos que contribuíram para a confecção desse trabalho acadêmico.
4 11 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho aos meus pais e meu irmão, pela força e carinho que sempre me deram em todos os momentos, por sempre me apoiarem e me ajudarem durante esse curso, e principalmente durante a confecção desse trabalho.
5 12 EPÍGRAFE Educar também é dar-se à oportunidade de mudar, de renovar; é construção e desconstrução não-linear, caminhar sem medo de, às vezes ter que retornar. Nilda Alves
6 13 RESUMO Esse trabalho visa demonstrar que o computador é mais uma ferramenta de auxílio na construção do conhecimento, pois as escolas não estão utilizando a melhor forma, todos os recursos que o computador tem a oferecer para a aprendizagem. Procurando explicar esse problema, realizamos uma pesquisa bibliográfica, a partir de referências teóricas, constando na bibliografia. A partir da análise desses documentos, podemos considerar que a introdução da informática na educação exigirá da escola repensar o significado da aprendizagem na construção do conhecimento, pois a informática não pode ser utilizada como a ferramenta que mudará a qualidade da educação em nosso país.
7 14 METODOLOGIA Segundo Tobar & Yalour (2001), pesquisa é um processo de se colocar a indagação inicial de um problema passando pela formulação da maneira de vê-lo e resolvê-lo e transmitir aos seus pares todos os achados identificados no transcurso desse caminho investigativo. Dentro desse processo, faz-se necessário à utilização de um método para nos conduzir na construção do conhecimento científico, porém não podemos ficar presos a um monismo metodológico, pois cada pesquisa admite um conjunto de alternativas para promover a captação e o processamento dos dados, convertendo-os em informações úteis. Goldenberg (1999) amplia esse sentido citando que a pesquisa auxilia a refletir e propiciar um novo olhar sobre o mundo: um olhar científico, curioso, indagador e criativo. Neste trabalho realizou-se uma pesquisa bibliográfica a partir de referências teóricas publicadas em diversos tipos de documentos e a Internet. Esse tipo de pesquisa é meio de formação por excelência e constitui o procedimento básico para os estudos monográficos, pelos quais se busca o domínio do estado da arte sobre determinado tema. Para este tipo de pesquisa foram abordados os temas ligados às áreas de Educação e Informática.
8 15 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...08 CAPÍTULO I HISTÓRIA DA INFORMÁTICA EDUCATIVA...10 CAPÍTULO II INFORMÁTICA: FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM...12 CAPÍTULO III CAPACITAÇÃO DOCENTE PARA A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA...15 CAPÍTULO IV USO DAS FERRAMENTAS DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA...18 CONCLUSÃO...21 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...23
9 16 INTRODUÇÃO A educação, influenciada pela globalização, impulsiona o desenvolvimento dos indivíduos a partir das novas tecnologias, como a Internet, além disso, forçam a adaptação ao meio e ao ambiente social. O professor se torna um elo de conhecimento dessas tecnologias inovadoras, transformando o processo de aprendizagem. A informática educativa introduz um novo tipo de aprendizado, dinâmico e facilitado, possibilitando ao aluno aprender criando. Mas, para isso o computador precisa ser visto como uma ferramenta de ensino, assim como giz e o livro didático, e não um substituto do próprio professor. Segundo Valente (2002), o computador assume o papel de máquina de ensinar e a abordagem pedagógica é a instrução auxiliada por ele. Com isso, surge o questionamento do verdadeiro papel da escola, não apenas para ensinar, mas, principalmente, para criar condições de aprendizagem. O Professor, em sua função de mediador da aprendizagem, não pode negar a presença das mídias no cotidiano dos alunos por que as informações são constantes, já que, nesse sentido a escola acaba deixando de ser o único transmissor de conhecimento. A informática veio para estimular a construção do saber, auxiliar na prática pedagógica, ajudar a romper a relação distante entre alunos e professores na sala de aula tradicional. A informática deve ser interpretada como um processo de aprendizagem e construção de conhecimento. Os softwares educativos possibilitam a problematização de situações e criam soluções a partir de hipóteses, favorecendo a aprendizagem cooperativa. A utilização da informática na educação aumentou o senso crítico e participativo do aluno na sociedade, preparando-o para a utilização das novas tecnologias; auxiliou no aprendizado de conceitos abstratos; aumentou a sua percepção auditiva e visual, auxiliando a desenvolver o raciocínio lógico, a coordenação motora, a criatividade e a inteligência.
10 17 O computador tornou-se um dos mais eficientes mediadores do aprendizado e do desenvolvimento de crianças e adolescentes e, em mãos de professores dedicados e habilidosos, transforma-se em instrumento de profundo valor para contribuir na disseminação das informações. Esse trabalho é composto por quatro capítulos, sendo que o primeiro capítulo relata a história da informática na educação. O segundo capítulo trata da informática como ferramenta da aprendizagem, auxiliando os professores na transmissão do conhecimento a seus alunos. O terceiro capítulo trata da capacitação docente para a utilização da informática, pois o professor precisa ter conhecimento sobre as possibilidades dos recursos tecnológicos. E por fim, o quarto capítulo é sobre o uso das ferramentas do computador em sala de aula, mostrando como os recursos tecnológicos podem ser utilizados no processo ensino-aprendizagem.
11 18 CAPÍTULO I HISTÓRIA DA INFORMÁTICA EDUCATIVA Segundo Valente (1995), a introdução do computador na educação tem provocado uma verdadeira revolução na nossa concepção de ensino e de aprendizagem. A quantidade de programas educacionais e as diferentes modalidades de uso do computador mostram que esta tecnologia pode ser bastante útil no processo de ensino-aprendizado. Valente (1991) elucida: O ensino através da informática tem suas raízes no ensino através das máquinas. Esta idéia foi usada por Dr. Sidney Pressey em 1924, que inventou uma máquina para corrigir testes de múltipla escolha. Esta idéia foi posteriormente elaborada por B. F. Skinner, que no início de 1950, como professor de Harvard, propôs uma máquina para ensinar usando o conceito de instrução programada. (p.19) Essa instrução programada era organizada em módulos, onde o aluno aprenderia de forma gradual, de acordo com o seu ritmo, retornando ao módulo anterior quando necessário ou podendo observar os próximos módulos. Essa idéia não ficou popular, por que era difíceis a produção do material instrucional e os materiais existentes não possuíam nenhuma padronização, dificultando a sua propagação. Com o advento do computador, notou-se que os módulos do material instrucional poderiam ser apresentados pelo computador com grande flexibilidade. Assim, vários programas de instrução programada foram implementados no computador e nascia a Instrução Auxiliada por Computador ("computer-aided instruction - CAI). Na versão brasileira, esses programas eram conhecidos como Programas Educacionais por Computadores.
12 19 A utilização da Instrução Auxiliada por Computador na educação realizou-se através dos microcomputadores, com a produção de cursos e com a variedade de tipos de instruções. Ao término de cada apresentação, o aluno passa por várias perguntas e caso não consiga alcançar o objetivo especificado do programa, ele tem que voltar ao módulo anterior e não poderá prosseguir. Dessa forma, o computador passa a ser um novo tipo de veiculação do conteúdo. Os sistemas de Instrução Auxiliada por Computador evoluíram e passaram a utilizar técnicas e métodos de Inteligência Artificial para representar o conhecimento, auxiliando no processo ensino-aprendizagem e na interação do estudante. Os sistemas continuaram sua evolução com o surgimento de novas tecnologias e novas técnicas de Inteligência Artificial. Atualmente, tais sistemas são conhecidos como Tutores Inteligentes e outras pesquisas e desenvolvimento continuam acontecendo nesse tipo de sistemas. De acordo com Valente (2002): [...] o computador passou a assumir um papel fundamental de complementação, de aperfeiçoamento e de possível mudança na qualidade da educação, possibilitando a criação e o enriquecimento de ambientes de aprendizagem. (p.7) Com isso, o computador passa a ser uma ferramenta educacional, auxiliando no processo ensino-aprendizagem. Os estudantes começam a buscar e selecionar informações e a resolver problemas através do computador.
13 20 CAPÍTULO II INFORMÁTICA: FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM O uso da informática pode auxiliar os professores na sua tarefa de transmitir o conhecimento, através de uma maneira mais criativa, dinâmica e contribuir para os alunos na motivação de sua aprendizagem, sendo um apoio no processo ensino-aprendizagem. A sociedade exige novas formas de experiências que requerem novos tipos de habilidades, fazendo com que as famílias procurem escolas que utilizem computadores no processo de ensino. A escola utilizando computadores passará a ser um lugar mais atraente para os alunos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999): As competências e habilidades a serem desenvolvidas em informática são: Representação e Comunicação, reconhecendo a informática como ferramenta para novas estratégias de aprendizagem, capaz de contribuir de forma significativa para o processo de construção de conhecimento, nas diversas áreas; Investigação e Compreensão, compreendendo as funções básicas dos principais produtos da automação da microinformática e identificar os principais modelos de informática, reconhecendo-os de acordo com suas características, funções e modelos, e Contextualização Sócio-Cultural, conhecer a Internet que teria a finalidade de incentivar a pesquisa e investigação graças às formas digitais e possibilitar o conhecimento de outras realidades, experiências e culturas dos locais ou corporativas, compreender conceitos computacionais, que facilitem a incorporação de ferramentas específicas nas atividades profissionais e reconhecer o papel da informática na organização da vida sócio-cultural e na compreensão da realidade, relacionando o manuseio do computador a casos reais, seja no mundo do trabalho ou na vida privada. (p.121) Desta forma, a escola criará ambientes interativos e passará a transformar e criar novas idéias com seus alunos e professores. Ela deverá
14 21 ter uma proposta pedagógica consistente e estruturada, onde o computador possa ser um auxiliar para o aluno. Segundo Sancho (1998): O ritmo acelerado de inovações tecnológicas exige um sistema educacional capaz de estimular nos estudantes o interesse pela aprendizagem. E que esse interesse diante de novos conhecimentos e técnicas seja mantido ao longo da sua vida profissional, que, provavelmente, tenderá a se realizar em áreas diversas de uma atividade produtiva cada vez mais sujeita ao impacto das novas tecnologias. (p.41) A informática quando aplicada no ensino, une as teorias e as práticas, onde os alunos aprendem e sabem como, por que, onde e quando eles aprendem. Ela deve ser vista como um elemento a mais, a contribuir na construção de uma escola que pode desenvolver mecanismos que contribuam na superação de suas limitações. Deve contribuir no currículo da escola, na elaboração e realização de projetos, no trabalho com disciplinas (matemática, física, português, história e etc) e também capacitando alunos e professores no uso técnico dos computadores. Pode auxiliar os educadores na prática pedagógica e aos alunos como fonte de pesquisa, tornando possível o intercâmbio de conhecimentos e aumentando a eficiência da escola. Através da informática educativa os alunos podem adquirir uma maneira melhor de refletir, questionar, construir, pesquisar, desenvolver atenção, raciocínio e criatividade nas atividades curriculares. Os softwares educativos e a Internet também são poderosos instrumentos da informática para o processo educativo das escolas, tornando-se um excelente recurso pedagógico, onde o professor poderá utilizá-los para auxiliar nos seus objetivos educativos. Os ambientes de aprendizagem utilizando a informática poderão promover a construção do conhecimento através da interação homemtecnologia, tornando-se facilitador de uma aprendizagem com maior qualidade e permitindo um avanço pedagógico da escola.
15 22 A utilização da informática não deve estar dissociada do currículo que o professor pretende implementar. É importante que as atividades realizadas com o apoio da informática sejam um complemento das atividades gerais praticadas nas escolas. O professor é um importante elemento no processo de interação da informática com a educação, pois deve estar apto tanto para a parte pedagógica como para a utilização da parte técnica e, desta forma, ajudará o aluno a receber novos conhecimentos e, a saber, utilizar essa nova tecnologia para usos afins. O computador deve ser utilizado como ferramenta auxiliar do professor, cuja postura passará a de detentor do saber a mediador do processo de apreensão, produção e difusão do conhecimento. A presença do aparato tecnológico na sala de aula, não garante mudança na forma de ensinar e aprender. A informática deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. Com a enorme quantidade de informação produzida pela humanidade, a escola deve preparar uma nova relação com o saber, pois os alunos deverão aprender a utilizar essas informações, construindo um pensamento crítico, que servirá para sua vida fora da escola.
16 23 CAPÍTULO III CAPACITAÇÃO DOCENTE PARA A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA Educar, para a era da informação, não significa apenas preparar o indivíduo para a apropriação da tecnologia e sua aplicação para melhorar o ensino. [...] É uma educação que deverá estar centrada no sujeito coletivo, na intersubjetividade das interações que ocorrem entre os diferentes sujeitos, a partir da compreensão das diferentes interfaces existentes entre as pessoas, e entre as pessoas e as tecnologias intelectuais. (Moraes, 1997:23) As novas tecnologias podem exercer um impacto no papel dos professores por causa da formação constante recebida pela Internet, em termos de conteúdos, métodos e uso da tecnologia, apoiando um modelo de ensino que visa um estudante como participante ativo do processo de aprendizagem e não como receptor passivo de informações. Sendo assim, incentiva os professores a reformularem suas aulas e encoraja os alunos a participarem de novas experiências. Tendo acesso a essas novas tecnologias da informação, os alunos passam a ser agentes de mudança nos diversos setores que utilizam essas tecnologias e estimula o desenvolvimento de habilidades sociais, a capacidade de comunicar, permitindo autonomia e criatividade. A formação de professores em novas tecnologias permite que cada professor perceba, desde sua própria realidade, interesses e expectativas e como as tecnologias podem ser úteis a ele. A capacitação dos professores é um dos fatores mais importantes na utilização da informática na educação. Ele deve perceber como efetuar a integração da tecnologia com sua proposta de ensino, sendo o facilitador e coordenador do processo de ensino-aprendizagem e estar apto a lidar com rápidas mudanças, ser dinâmico e flexível.
17 24 É muito importante que o professor tenha conhecimento sobre as possibilidades dos recursos tecnológicos, para poder utilizá-los como instrumentos para a aprendizagem. É necessário que ele conheça as potencialidades das ferramentas e saiba utilizá-las durante a prática da sala de aula. A formação dos professores é um alicerce fundamental para a melhoria da qualidade do ensino. Os professores não podem pensar que as máquinas que ensinam vão substituí-los, pois o que existe é uma complementação. O educador que adota as novas tecnologias passa a ser o mediador da aprendizagem, pois passa a dirigir as pesquisas, apontar caminhos e propor projetos. Para que ocorra a interação do aluno com a máquina, o professor precisa ser preparado para desempenhar o importante papel de mediador do conhecimento do aluno, não mais se restringindo à sua função de transmissor de informações e conhecimentos. As novas tecnologias da informação se bem utilizadas por professores capacitados poderão abrir um caminho de oportunidades como uma melhor atuação dos alunos, uma maior facilidade de obtenção de materiais para aulas. Segundo Valente (1996): Se a função do computador não for bem compreendida e ele for implementado na escola, como um virador de páginas de um livro eletrônico, ou um recurso para fixar conteúdo, corremos o risco de informatizar uma educação obsoleta, fossilizando-a definitivamente. (p.368) Sendo assim, o professor precisa adquirir habilidades técnicas e pedagógicas através de um treinamento na formação inicial e um acompanhamento da prática pedagógica na escola, pois a tecnologia nunca se esgota e novos recursos estão aparecendo a cada dia. É necessário que o professor tenha conhecimentos básicos de informática, como Windows, Word, Excel, PowerPoint; conhecimento pedagógico, integração de tecnologia com as propostas pedagógicas e
18 25 formas de gerenciamento da sala de aula com os novos recursos tecnológicos. Na sua capacitação, o professor precisa conhecer também softwares educativos relacionados aos conteúdos curriculares. Poucos professores estão preparados para integrar esses diferentes domínios na sua prática pedagógica e sua formação deve dar condições à ele de construir conhecimento sobre os aspectos computacionais; compreender as perspectivas educacionais que estão nos softwares em uso, isto é, as noções de ensino-aprendizagem e conhecimento implícitos no softwares; e entender porque e como integrar o computador na sua prática pedagógica. Os professores devem superar o medo da utilização da informática na educação, trabalhar para o processo de democratização do acesso às informações e para a universalização da produção do conhecimento. Eles devem se inserir num projeto, mais amplo, onde a sala de aula deve ser um local de criação e recriação da cultura e da cidadania.
19 26 CAPÍTULO IV USO DAS FERRAMENTAS DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA No campo da educação, o importante não é que uma máquina possa resolver equações, simular um fenômeno complexo ou permitir o acesso a um enorme volume de documentos multimídia. O principal problema, depois de garantir um mínimo de ordem social, é a construção de significados, a aprendizagem autônoma, a adotação de sentido, a compreensão e o aprender a aprender. (Sancho,1999:45) Com as tecnologias da informação e da comunicação, pode-se aprender de forma diferente, desenvolver habilidades distintas, articular o conteúdo curricular de outro modo. Utilizando os recursos tecnológicos no processo ensino-aprendizagem ocorrem contribuições tanto para alunos quanto para professores. Sancho (1999) afirma que: o papel do computador no ensino não apenas pode ser o mais variado, mas também pode adaptar-se a qualquer método ou perspectiva pedagógicos. (p.45) Muitos programas em multimídia dão mais importância a atividades de percepção com muitos estímulos como sons, desenhos, movimentos, deixando de lado processos cognitivos mais complexos. O professor deve traçar os objetivos que deseja atingir e escolher o software de acordo com a faixa etária e a maturidade da criança. Este software precisa oferecer condições para que os alunos participem de forma ativa do processo criativo que vem do produto, havendo uma interação entre a criança e o software. Para Coscarelli (1998): Os programas devem: fornecer suporte para a reflexão; encorajar a flexibilidade no uso de estratégias e criar oportunidades para considerar idéias de muitas
20 27 perspectivas; fornecer feedback rico e explicativo; explorar erros como oportunidades para desenvolver a aprendizagem; explorar diferenças individuais de interesse, conhecimento e habilidade; e fornecer medidas significativas de avaliação. (p.36) O software educativo deve aplicar os resultados das ciências cognitivas, interagir com o currículo existente e a sua manipulação deve ser direcionada para área disciplinar a que o software diz respeito. Para Cano (1998): o software educativo é um conjunto de recursos informáticos projetados com a intenção de serem usados em contexto de ensino de aprendizagem. (p.169) Os softwares abrangem diversas finalidades, como: Tutoriais: são softwares que apresentam conceitos e instruções para realizar tarefas específicas e não permitem a interatividade. Eles apresentam estímulos a respostas já prontas, inibindo a criatividade dos alunos. É de fácil uso e o manuseio é auto-instrutivo. Simulação: são softwares que permitem criar situações da realidade na tela do computador, como os simuladores de vôos, gerenciadores de cidades, laboratórios e etc. Eles são atrativos para os alunos e podem ser utilizados como recurso de aprendizagem. Autoria: possibilita que o aluno torne-se autor, produza e apresente a sua produção utilizando-se diversos recursos de multimídia. Exercitação: softwares que permitem atividades interativas através de respostas às questões apresentadas. O professor pode ensinar os conceitos em sala de aula e depois exercitar tais conceitos no computador. Jogos: são programas de entretenimento que podem ser utilizados como ferramentas para ministrar aulas mais atrativas com a finalidade educativa. Abertos: softwares com várias ferramentas que podem ser relacionadas de acordo com o objetivo que o professor deseja atingir na sua aula, como as planilhas eletrônicas, os editores de textos, os bancos de dados, programas gráficos, etc.
21 28 Outro recurso é a utilização da Internet como instrumento de pesquisa e de produção de conhecimento. As principais ferramentas da Internet (correio eletrônico, world wide web, lista de discussão, chat, ftp) possuem aplicações pedagógicas. Ela pode permitir a comunicação e o compartilhamento de recursos e dados com pessoas do nosso país ou ao redor do mundo, possibilitando acesso a uma enorme quantidade de informações. Falzetta (1998), faz um alerta: No começo, entrar na Internet parece mágica. O mundo inteiro está li, à frente dos olhos. Pesquisar qualquer assunto parece fácil. Mas, o excesso das informações pode ser o maior defeito da Internet. As principais armadilhas: a Internet tem muito lixo, muita informação repetida, banalidades e muito marketing; muitos alunos têm o costume de tirar cópias de qualquer informação que apareça, deixando de lado a avaliação do que estão pesquisando; e na Internet qualquer informação pode entrar no computador do usuário, mesmo se estiver totalmente incorreta. (p.12) Devido a isso, é necessário que o professor oriente os alunos a selecionar e contextualizar o que é relevante nas informações disponíveis.
22 29 CONCLUSÃO Ao término desse trabalho acadêmico, podemos considerar que a introdução da informática na educação fará com que a escola repense a aprendizagem na construção do conhecimento, pois a informática pode ser usada como uma ferramenta para auxiliar na construção do conhecimento, mas não para mudar a qualidade da educação. Sendo utilizada como ferramenta pode ser usada nos ambientes educativos, por meio de projetos educacionais, por enfoques disciplinares e pela utilização restrita da própria informática. Isso acontece através de softwares educativos direcionados para os objetivos traçados pelo professor. Este deve perceber que a informática na educação é um elemento a mais para contribuir no processo ensino-aprendizagem e não como o seu substituto. É necessário que o professor adquira habilidades técnicas e pedagógicas para que possa efetuar a integração da tecnologia com a sua proposta de ensino, tornando-se o facilitador na aprendizagem. Ainda é necessário mais pesquisas para aprofundar esse assunto, por causa da sua aplicabilidade no contexto educacional.
23 ANEXO 30
24 31 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental: 5º a 8º séries, CANO, Cristina Alonso. Os recursos da informática e os contextos de ensino e aprendizagem. In: SANCHO, Juan M. Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: ArtMed, CARNEIRO, Raquel. Informática na educação: representações sociais do cotidiano. São Paulo: Cortes, COSCARELLI, Carla Viana. O uso da informática como instrumento de ensino-aprendizagem. Presença Pedagógica, COX, Kenia Kodel. Informática na educação escolar. Campinas, SP: Autores Associados, FALZETTA, Ricardo. A didática nunca mais será a mesma. Revista Nova Escola, São Paulo: Editora Abril, GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, MORAES, Maria Cândida. As Novas Tecnologias da Informação e a Capacitação de Professores. Washington/DC, SANCHO, Juan M. Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: ArtMed, A caixa de surpresas: possibilidades educativas da informática. Pátio revista pedagógica, TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. São Paulo: Érica, TOBAR, Frederico; YALOUR, Margot Romano. Como fazer teses em saúde pública: conselhos e idéias para formular projetos e redigir teses e informes de pesquisas. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2001.
25 32 VALENTE José Armando. Informática na educação: uma questão técnica ou pedagógica? Pátio revista pedagógica, Computadores e conhecimento: repensando a educação. São Paulo: Gráfica Central da Unicamp, O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: Nied, Liberando a mente Computadores na Educação Especial. São Paulo: Gráfica Central da Unicamp, 1991.
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