A TUTORIA PRESENCIAL EM APARECIDA DE GOIÂNIA

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1 A TUTORIA PRESENCIAL EM APARECIDA DE GOIÂNIA Larissa Santos Pereira, CEPAE/UFG 1 Alessandra R. Astrol de Araujo, aleastrol@gmail.com, CEPAE/UFG 2 Resumo Este artigo descreve o resultado das análises das principais funções desenvolvidas pelo tutor presencial no polo UAB da cidade de Aparecida de Goiânia. A pesquisa foi realizada através de um questionário aplicado a sete tutores do polo. O objetivo foi verificar as principais dificuldades encontradas pelos tutores presenciais em sua prática, contrapondo-se a preparação que eles tiveram no curso de formação de tutores. Palavras-chave: Tutor presencial; Educação a Distância; Aparecida de Goiânia. Abstract This article describes the results of analysis of the main functions developed by the tutor at the UAB pole in Aparecida de Goiania city. The research was performed by a questionnaire with seven tutors polo. The objective was to check out the main tutors difficulties on their practice, in opposition on their preparing for the tutors course. Keywords: Tutor, Distance Education, Aparecida de Goiânia. Introdução Educação a distância (EaD) é uma modalidade de ensino na qual professores e estudantes estão separados física e temporalmente, comunicando-se através do uso das tecnologias. Sendo assim, esta modalidade atende um público maior de estudantes sem a necessidade de ausentarem de suas casas e/ou cidades e com a mesma eficiência de um curso presencial. No Brasil a Educação a Distância surgiu em 1904 através da mídia impressa, com cursos pagos oferecidos por instituições privadas. Em 1941 o 1 Tutora presencial do curso de Especialização em Metodologia do Ensino fundamental, CEPAE/UFG. 2 Tutora a distância do curso de Especialização em Metodologia do Ensino fundamental, CEPAE/UFG.

2 conhecido Instituto Universal Brasileiro começa a oferecer cursos de iniciação profissionalizante por correspondência. A Universidade Aberta do Brasil (UAB), criada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em 2005, integra instituições públicas de ensino superior na oferta de vários cursos. Com isso foi inaugurado em 2007, na cidade de Aparecida de Goiânia, o Centro Municipal de Educação Profissional (CMEP), que com a parceria da Universidade Federal de Goiás (UFG), ofertava os cursos de Licenciatura em Artes Visuais e a Especialização em Metodologia do Ensino Fundamental. Na ocasião desta pesquisa já estavam em andamento três graduações em licenciatura e uma especialização, em parceria com a UFG e Universidade Estadual de Goiás (UEG). A interação entre estudantes e professores é fundamental para o processo ensino-aprendizagem, independente da modalidade de ensino. Na EaD, o tutor presencial acompanha o grupo de estudantes durante todo o curso e é o responsável por atender os cursistas em suas dúvidas, esclarecer questionamentos e mediar a comunicação entre o conhecimento e os demais envolvidos. Possui um horário de atendimento pré-estabelecido que soma 20 horas semanais, procurando atender melhor o alunado. O tutor presencial seria propriamente o parceiro do cursista. Segundo Ferreira (2000, p.693) tutor significa indivíduo legalmente encarregado de tutelar alguém, protetor. Por manter este contato direto com o aluno, o tutor presencial acaba criando vínculos, e acompanha falhas e sucessos de cada etapa do cursista, o que permite retirar-se a ideia de que o aluno em EaD age sozinho, autônomo. O tutor presencial torna o processo menos solitário e mais comunitário, colocando a presença humana no processo da aprendizagem (MASUDA, 2003). Segundo a Resolução nº 26/2009 (BRASIL, 2009, p ) é função do tutor a mediação da comunicação entre professores e cursistas; o acompanhamento das atividades de acordo com o cronograma da instituição; o acesso frequente e regular ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA); a participação do processo de avaliação discente e do curso e; o apoio à coordenação nos encontros e avaliações presenciais. Sua função está

3 estreitamente ligada ao tutor a distância de cada disciplina, módulo ou eixo, motivando e mediando a comunicação entre os envolvidos. Nesta perspectiva, o presente artigo pretende investigar o trabalho dos tutores presenciais atuantes no polo de apoio presencial UAB do município de Aparecida de Goiânia, buscando identificar as principais dificuldades destes profissionais em relação ao desempenho das funções estabelecidas em seus respectivos cursos de formação. Metodologia O presente artigo teve por objetivo geral pesquisar as dificuldades encontradas na realização das funções do tutor presencial no polo UAB do município de Aparecida de Goiânia, bem como, apartir de seus relatos, avaliar se o trabalho cotidiano de tutoria é condizente com a preparação que obtiveram com o curso de formação de tutores oferecido pela instituição que representam. Para a realização desta pesquisa, elaborou-se um questionário composto por questões abertas. As questões tiveram enfoque nas atividades básicas da tutoria presencial e na relação destas com as atribuições exigidas pela instituição. O espaço amostral da pesquisa, composto por 07 tutores presenciais, corresponde a 87,5% dos tutores presenciais do polo UAB de Aparecida de Goiânia. Destes, 01 representa a UFG e 06 a UEG. Os participantes da pesquisa responderam o questionário através do correio eletrônico. Resultados Os dados foram coletados a partir das respostas dos questionários aplicados a sete tutores presenciais do polo de apoio presencial de Aparecida de Goiânia. Dentre os entrevistados, 85,80% dos tutores afirmaram ter participado de algum curso para formação em tutoria, sendo que 16,7% destes realizaram o curso fora da instituição que representam. A metade dos tutores entrevistados relatou que as demandas exigidas se diferem das apresentadas durante a formação de tutoria. Em relação à comunicação, 28,6% dos tutores afirmaram apresentar problemas para estabelecer contato com os discentes, sobretudo pela falta de

4 acesso ao e AVA por parte dos cursistas. Dentre os entrevistados, apenas 14,3% afirmaram dificuldades no diálogo com os demais integrantes da equipe de trabalho, especificamente, com o tutor a distância. Quanto às atividades e conteúdos, 85,7% dos tutores presenciais entrevistados realizam atividades de correção e orientação de conteúdo. Destes, 66,7% afirmaram possuir dificuldade na execução desta tarefa e 83,3% admitiram que têm problemas com o conteúdo de algumas disciplinas e aulas presenciais. A baixa frequência dos alunos, presencialmente, no polo foi alegada por 100% dos entrevistados. As orientações ocorrem, na maioria das vezes por meio de outras mídias. Todos os entrevistados acreditam na importância da sua função, mas apenas 42,8% reconhecem a importância da mesma para o processo de ensino-aprendizagem e apreensão do conteúdo por parte do aluno. Conclusão: A busca da descrição do trabalho do tutor presencial no polo UAB de Aparecida de Goiânia conduziu à realização desta pesquisa. Diante dos dados obtidos, observa-se que a maioria dos tutores estava preparada para o exercício da função antes de assumí-la. Passaram por um treinamento, uma formação prévia, porém, nota-se que, em metade dos casos, a prática é divergente da teoria apresentada. Assim, a análise das práticas para nortear o planejamento dos cursos de formação em tutoria, poderia minimizar as frustrações e possível evasão da classe. Os alunos não frequentam o polo periodicamente, mas a comunicação entre os tutores presenciais e os discentes ocorre também a distância, com o uso de mídias como telefone, correio eletrônico, AVA e outros. A dificuldade de comunicação entre os tutores presenciais e os demais envolvidos tutores a distância, aluno, coordenação não é um problema da maioria, mas é um número preocupante em se tratando da modalidade a distância, que depende desta mediação para efetivação da aprendizagem significativa. O tutor presencial acompanha continuamente a turma. Dentre os tutores que orientam e corrigem as atividades on line e presenciais, a grande maioria possui dificuldade com os conteúdos, isso porque abordam diferentes

5 áreas do conhecimento, que nem sempre são de domínio dos mesmos. O trabalho em equipe, em casos assim, é primordial, pois possibilita a estruturação de conhecimentos multidisciplinares para o atendimento às exigências de todo o curso/disciplina. Todos os tutores presenciais entrevistados acreditam na sua importância como apoio técnico (em relação ao AVA) e motivacional, mas um número considerável deles não se reconhece como parte significativamente importante para o processo de ensino-aprendizagem. Diante das constatações deste estudo, deve-se propor a implantação de cursos de formação inicial e continuada aos tutores presenciais, atendendo às necessidades cotidianas da função, pois através da análise dos resultados, foi possível perceber a desmotivação dos mesmos diante das dificuldades apresentadas. Referências BRASIL, Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação. Resolução n.26, 5 de junho de Brasília. Ministério da Educação e Cultura, 2009, p FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 4.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, p. MASUDA, M. O. O sistema de tutoria nos cursos do Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ). Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: 16 maio