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1 FINANCIAR O DESENVOLVIMENTO: UM IMPERATIVO DO NOVO SÉCULO Reunião Ministerial da ONU em 2002 Avaliará Recomendações e Tomará Decisões sobre Todos os Aspectos deste Financiamento Em Dezembro de 1999, ao decidir levar a cabo a iniciativa Financiar o Desenvolvimento, a Assembleia Geral da ONU concordou em estabelecer uma colaboração sem precedentes entre as Nações Unidas, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), a fim de encontrar maneiras inovadoras de enfrentar as muitas questões que afectam o financiamento do desenvolvimento. Serão avaliadas recomendações e tomadas decisões numa reunião intergovernamental a nível ministerial, que se realizará no início de O acontecimento debruçar-se-á sobre questões nacionais, internacionais e sistémicas relacionadas com o financiamento do desenvolvimento, de uma forma multi-sectorial, inserindo-as no contexto da globalização e da interdependência. Constituirá uma oportunidade histórica para abordar o desenvolvimento numa óptica financeira, bem como na da mobilização dos recursos financeiros necessários para a plena execução dos planos de acção acordados nas grandes conferências das Nações Unidas na década de 90. Quem participará Os governos As Nações Unidas, as Instituições de Bretton Woods (Banco Mundial e FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e outros intervenientes oficiais; A sociedade civil; A comunidade empresarial. Uma equipa de secretariado formada por elementos do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da própria ONU, nomeadamente do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) e das comissões regionais, prestará apoio funcional. Outras organizações internacionais estão também a colaborar. As recomendações sobre políticas estão sendo analisadas pelos governos num Comité Preparatório intergovernamental, constituído por todos os membros da Assembleia Geral, que realiza debates no período anterior ao acontecimento de Os preparativos também incluem a recolha de contribuições de outros órgãos oficiais intergovernamentais, como os bancos regionais e sub-regionais de desenvolvimento, bem como de outras entidades da sociedade civil e da comunidade empresarial. O que será tratado A ordem de trabalhos provisória inclui seis temas principais: Mobilizar os recursos financeiros internos para o desenvolvimento; Mobilizar o investimento directo estrangeiro e outros fluxos de capitais privados; Comércio internacional; Cooperação financeira internacional e Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) e fontes novas e inovadoras de mobilização de recursos; Redução da dívida externa; Pág. 1 / 5

2 Procurar resolver questões sistémicas como aumentar a coerência e compatibilidade dos sistemas monetários, financeiros e comerciais, a nível internacional, no apoio ao desenvolvimento. A intenção é, juntando todos os aspectos do financiamento do desenvolvimento, procurar encontrar soluções para a situação como um todo coerente e integrado, e identificar as lacunas das políticas e as estratégias para as preencher. O texto integral da ordem de trabalhos bem como todos os relatórios de informação estão disponíveis na Internet em: Quando O acontecimento final de alto nível está previsto para 2002, em data e local a fixar. A segunda sessão do Comité Preparatório realizar-se-á de 13 a 23 de Fevereiro de 2001 e a terceira sessão decorrerá de 30 de Abril a 11 de Maio de Antes destas reuniões, a Mesa do Comité Preparatório, constituída por 15 membros, iniciou discussões com o Conselho de Administração do Banco Mundial e também com o FMI e a OMC. Realizaram-se cinco reuniões regionais na segunda metade de As reuniões, organizadas pelas comissões regionais da ONU em cooperação com a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (CNUCED) foram as seguintes: - Ásia e Pacífico: Jacarta, Indonésia (4-6 de Agosto de 2000); - África: Adis Abeba, Etiópia (21-23 de Novembro de 2000); - América Latina e Caraíbas: Colômbia (9-10 de Novembro de 2000); - Ásia Ocidental: Beirute, Líbano (23-24 de Novembro de 2000); - Europa: Genebra, Suíça (6-7 de Dezembro de 2000). Realizaram-se duas séries de audiências : com a sociedade civil (6-7 de Novembro de 2000) e com a comunidade empresarial (11-12 de Dezembro de 2000). Nesta última, directores de bancos de investimento, de empresas de gestão, de empresas multinacionais e de pequenas empresas dos países do Norte e do Sul informaram o Comité Preparatório sobre factores que influenciam a mobilização de fluxos financeiros internos e internacionais destinados aos países com mercados emergentes e aos países pobres. Estas reuniões, juntamente com os diversos grupos de trabalho inter-organismos constituídos por elementos das principais organizações internacionais, ajudaram o Secretário-Geral a preparar um relatório que contém um conjunto de propostas que deverão ser examinadas sob os auspícios do processo do evento Financiar o Desenvolvimento. Este relatório será divulgado em Janeiro de Mesa do Comité Preparatório O Comité Preparatório designou uma Mesa com 15 membros, seleccionados com base na representação geográfica. Os Representantes Permanentes da Dinamarca e da Tailândia, Embaixador Jρrgen Bρjer e Embaixador Asda Jayanama, respectivamente, são co- Presidentes do Comité Preparatório e da Mesa. A Mesa e o Conselho de Administração do Banco Mundial adoptaram uma modalidade tripartida para as consultas periódicas entre eles. Secretariado Coordenador Pág. 2 / 5

3 O Secretariado Coordenador do evento Financiar o Desenvolvimento faz parte do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU (DESA) e é chefiado por um Coordenador Executivo. Entre os membros do Secretariado Coordenador figuram o pessoal do DESA e funcionários apoiados pelo Banco Mundial, o FMI e a CNUCED. Por outro lado, a OMC, o PNUD, a OIT e outros organismos da ONU designaram funcionários para participar nos grupos de trabalho sobre questões específicas no âmbito do secretariado, os quais foram criados para ajudar a preparar a documentação de fundo do Comité Preparatório. Grupo de Alto Nível sobre Financiamento do Desenvolvimento Em Dezembro de 2000, o Secretário-Geral Kofi Annan nomeou o ex-presidente do México Ernesto Zedillo para presidir a um grupo encarregado de aconselhar o Secretário- Geral sobre medidas que pode vir a recomendar, tendo em vista satisfazer as necessidades financeiras dos países em desenvolvimento. Foram também nomeados os seguintes elementos do Grupo: Abdulatif Al-Hammad, Presidente do Fundo Árabe para o Desenvolvimento Económico, Koweit; David Bryer, Director da OXFAM, Reino Unido; Mary Chinery-Hess, ex-directora Geral Adjunta da Organização Internacional do Trabalho, Gana; Jacques Delors, ex-ministro de França e ex- Presidente da Comunidade Europeia; Rebeca Grynspan, ex-vice-presidente da Costa Rica; Majid Osman, ex-ministro das Finanças de Moçambique, que está agora à frente de um banco comercial; Robert Rubin, ex-secretário do Tesouro, Estados Unidos; e Manmohan Singh, ex- Ministro das Finanças da Índia; Masayoshi Son, Presidente do Conselho de Administração da Softbank Corporation, Japão; e Aleksander Livshitz, Presidente do Conselho de Administração do Russian Credit Bank. O Grupo de Alto Nível recomendará ao Secretário-Geral acções viáveis que possam vir a ser levadas a cabo pelos governos, empresas, sociedade civil e instituições internacionais nas áreas do comércio, ajuda, redução da dívida, investimento, mobilização dos recursos internos e tomada de decisões a nível mundial sobre assuntos financeiros bem como sobre novas maneiras de mobilizar fundos para o desenvolvimento. A formação do Grupo é uma resposta à Declaração do Milénio da ONU, aprovada pelos dirigentes mundiais, em Nova Iorque, no início de Setembro de O desenvolvimento e a erradicação da pobreza figuram entre as grandes prioridades estabelecidas na Declaração. ANTECEDENTES Na era da economia global, há um sentimento de frustração pelo facto de, num mundo inundado por uma vaga de trocas financeiras, apenas uma pequena parte chegar à maioria dos países em desenvolvimento e de os países mais pobres não serem praticamente abrangidos. Graças ao crescimento exponencial do comércio e do investimento, nas duas últimas décadas, a economia mundial sofreu uma transformação que mudou profundamente as possibilidades e a dinâmica do desenvolvimento. Enquanto, no início da década de 1990, a ajuda ao desenvolvimento desempenhava o papel mais importante nesse campo, o investimento privado é agora considerado o principal motor do desenvolvimento, o que reduziu a importância da ajuda internacional. Na verdade, os fluxos de capitais internacionais para os chamados países emergentes (240 mil milhões de dólares por ano) excedem o total da ajuda pública internacional (40 mil milhões de dólares) a uma razão de aproximadamente seis para um. Pág. 3 / 5

4 Cerca de 7,5 biliões de dólares terão sido investidos ou poupados em A maior parte do investimento foi financiada a nível interno. Todavia, registou-se uma transferência líquida de cerca 450 milhões de dólares dos países exportadores de capitais para os países importadores. Os Estados Unidos absorvem cerca de três quartos desta quantia. Cerca de 1,5 biliões de dólares mudam de mãos todos os dias nos mercados cambiais. Estima-se que o valor dos mercados financeiros do mundo no que se refere a acções, obrigações e títulos de crédito exceda os 50 biliões de dólares em activo. Estima-se que a capitalização do mercado de acções mundial exceda no total os 37 biliões de dólares. A maior parte desta actividade nunca atinge, porém, os países em desenvolvimento, onde vive a maior parte dos 6 mil milhões de habitantes do planeta. A parte do investimento global que corresponde aos países em desenvolvimento representa cerca de 23%, elevando-se a 1,7 biliões de dólares; no entanto, a maior parte dessa percentagem corresponde a apenas uns quantos países. Mais de 40% da capitalização do mercado de acções global verifica-se nos Estados Unidos; menos de 20% regista-se na União Europeia e menos de 10% nas economias emergentes. A parte do investimento directo estrangeiro canalizada para os países em desenvolvimento diminuiu, nos últimos três anos. Investimento Directo Estrangeiro A liberalização do comércio e no campo financeiro, ocorrida durante a última década, proporcionou um grande número de novas oportunidades de investimento de capitais. As entradas de investimento directo estrangeiro (IDE) alcançaram o seu nível mais elevado (1,1 biliões de dólares) em 2000, o que representa um aumento de 14% em relação a Este aumento significa que o IDE duplicou, em apenas três anos. Há apenas uma década, o montante total de IDE era de 200 mil milhões de dólares. Mais de quatro quintos dos fluxos de IDE destinaram-se, em 2000, aos países desenvolvidos. As entradas totais de IDE nos países em desenvolvimento estagnaram, mantendo-se ao nível de 190 mil milhões de dólares; contudo, a parte do total mundial correspondente aos países em desenvolvimento desceu 17%. Entre 1993 e 1998, 20 países recebiam mais de 70% do total de fluxos de IDE para os países em desenvolvimento. Os países menos desenvolvidos, enquanto grupo, receberam apenas 0,5% do total mundial de entradas de IDE, em Ajuda Pública ao Desenvolvimento Outrora a principal componente do financiamento do desenvolvimento, a ajuda pública ao desenvolvimento ou ajuda externa desceu, durante a última década. Tendo representado 56% do total de fluxos financeiros para os países e economias em desenvolvimento, em 1990, fornece agora apenas 18% desses fluxos. Todavia, continua ainda a representar cerca de 84% do total de recursos destinados aos 48 países menos desenvolvidos do mundo. Em conferências da ONU, todos os países doadores, com excepção dos Estados Unidos, concordaram em que envidariam esforços para vir a canalizar pelo menos 0,7% do seu produto nacional bruto para a ajuda pública ao desenvolvimento (APD). No entanto, só Pág. 4 / 5

5 quatro países a Dinamarca, os Países Baixos, a Noruega e a Suécia atingiram sistematicamente esse limiar. Comércio O comércio continua a ser um elemento essencial do financiamento do desenvolvimento. Em 1985, o total das exportações mundiais elevava-se a 1,6 biliões de dólares; em 1998, atingira os 5,4 biliões. Os países desenvolvidos representavam 1,02 biliões de dólares, em 1985; em 1998, as suas exportações foram avaliadas em 3,06 biliões de dólares. Os países em desenvolvimento também assistiram a um grande crescimento das suas exportações. De 495 mil milhões de dólares, em 1985, elas passaram para 1,5 biliões de dólares, em Nos países menos desenvolvidos, porém, o aumento das exportações não foi significativo: de 24 mil milhões de dólares, em 1985, subiram para 26 mil milhões, em Um problema muito importante que os países em desenvolvimento enfrentam são as pesadas barreiras impostas pelos países desenvolvidos aos produtos que eles podem produzir em condições mais competitivas, especialmente no sector dos têxteis e da agricultura. Estima-se que o custo dessas medidas para os países em desenvolvimento exceda a ajuda que recebem. Segundo as estimativas, os prejuízos que essas tarifas elevadas acarretam para os países em desenvolvimento situam-se entre 100 a 150 mil milhões de dólares. COMO PARTICIPAR Ligar as actividades e esforços na área do desenvolvimento ao processo preparatório que antecede o acontecimento de alto nível Financiar o Desenvolvimento ajudará a aumentar o impacte das opiniões e experiências ao nível da formulação de políticas, no plano regional e internacional. As entidades interessadas podem: Dar contribuições de fundo para o trabalho de análise levado a cabo pelo Secretariado; Solicitar o estatuto consultivo ad hoc no Comité Preparatório, se não tiverem já estatuto consultivo junto do Conselho Económico e Social, contactando o Secretário Coordenador do evento Financiar o Desenvolvimento ; Assistir às reuniões previstas do Comité Preparatório e contribuir com ideias inovadoras sobre políticas. Contacto para informação adicional: Secretário Coordenador do evento Financiar o Desenvolvimento Two United Nations Plaza, Room DC Telefone: Fax: Web site: À atenção de: Oscar de Rojas, Coordenador Executivo Pág. 5 / 5