POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (PNATER)
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- Benedita de Andrade
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1 UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Câmpus de Ilha Solteira Departamento de Fitotecnia, Tec. Alimentos e Sócio-Economia A POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (PNATER) Antonio Lázaro Sant Ana (Unesp Ilha Solteira) Novembro 2017
2 1. ANTECEDENTES Revolução Verde e os pacotes tecnológicos; Concepção bancária de educação; Revisão crítica da extensão rural (após 1980); Constituição de 1988: garantia a extensão rural; Desmonte do SIBRATER; Emergência da proposta agroecológica; PRONAF em 1995; Discussão da necessidade de outras políticas dirigidas à agricultura familiar.
3 2. Construção da PNATER de 2003 Seminários regionais que culminaram em um seminário nacional, em 2003; resultou de amplo processo de consulta a organizações sociais, extensionistas e representações de agricultores; elegeu os agricultores familiares como público prioritário para a ação extensionista; propunha gratuidade, universalidade e caráter público dos serviços; Concepções, métodos e princípios baseados na agroecologia.
4 3. Lei de ATER: a PNATER de 2010 Governo enviou proposta de uma Lei de ATER ao Congresso em 2009, sem mesmo discuti-la no CONDRAF (Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável); Após algumas mudanças, que corrigiram parte de suas lacunas, foi aprovada a Lei nº /2010; Nesta Lei de ATER é instituído o PRONATER Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural; Em seguida o Decreto Nº 7.215, de 15/6/2010 regulamentou o PRONATER.
5 4. Características da PNATER de 2010 DEFINIÇÃO DE ATER: serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais (Artigo 2, Lei /2010).
6 4. Características da PNATER de 2010 PRINCÍPIOS: I - Desenvolvimento rural sustentável II - Gratuidade, qualidade e acessibilidade aos serviços de ATER; III - adoção de metodologia participativa, com enfoque multi e interdisciplinar e intercultural; IV - adoção dos princípios da agricultura de base ecológica, de forma preferencial; V - Equidade nas relações de gênero, geração e etnia VI - contribuir para a segurança e soberania alimentar e nutricional.
7 4. Características da PNATER de 2010 OBJETIVOS: I - promover o desenvolvimento rural sustentável; II - apoiar iniciativas econômicas que promovam as potencialidades e vocações regionais e locais; III - aumentar a produção, a qualidade e a produtividade das atividades e serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive agroextrativistas, florestais e artesanais; IV - promover a melhoria da qualidade de vida de seus beneficiários;
8 4. Características da PNATER de 2010 OBJETIVOS: V - assessorar a gestão e a organização da produção, da inserção no mercado e do abastecimento; VI - desenvolver ações voltadas ao uso, manejo, proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais, dos agroecossistemas e da biodiversidade; VII - construir sistemas de produção sustentáveis a partir do conhecimento científico, empírico e tradicional; VIII - aumentar a renda do público beneficiário e agregar valor a sua produção;
9 4. Características da PNATER de 2010 OBJETIVOS: IX - apoiar o associativismo e o cooperativismo, bem como a formação de agentes de ATER; X - promover o desenvolvimento e a apropriação de inovações tecnológicas e organizativas adequadas ao público beneficiário e a integração ao mercado; XI - promover a integração da Ater com a pesquisa; e XII - contribuir para a expansão do aprendizado e da qualificação profissional e diversificada, apropriada à realidade do meio rural brasileiro.
10 No texto da Conferência de ATER de 2012 ficou definido que toda vez que se tratar da agricultura familiar e/ou dos povos e comunidades tradicionais, e/ou das mulheres do campo, da floresta e das águas, compreende-se como sendo a diversidade dos seguintes segmentos: agricultura familiar tradicional, camponeses, acampados, assentados da reforma agrária, povos indígenas, povos de terreiro e ciganos/as, quilombolas, açorianos, atingidos por barragens, mineradoras e hidrelétricas, extrativistas, seringueiros/as, quebradeiras de coco, fundos de pasto, faxinalenses, pescadores/as artesanais, ribeirinhos/as, aquicultores familiares, caiçaras, marisqueiros/as, retireiros/as, torrãozeiros/as, geraizeiros/as, vazanteiros/as, pomeranos/as, pantaneiros/as, caatingueiros/as, dentre outros/as.
11 5. OS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA PNATER EXIGEM QUE O EXTENSIONISTA TENHA: Habilidades para trabalhar com planejamento participativo e em equipe; Capacidade de atuar como Animador - Articulador - Conciliador em trabalhos com grupos; Capacidade de análise e síntese; Habilidade e conhecimento para contribuir na sua área de formação técnico-profissional; Habilidade para incentivar e apoiar a construção de novos conhecimentos; Visão holística e enfoque sistêmico.
12 6. DESAFIOS PARA IMPLANTAÇÃO DA PNATER Dispor de recursos financeiros e humanos em quantidade suficiente para universalizar os serviços; Mudança substancial das chamadas públicas, visando adequá-las à proposta metodológica do trabalho de ATER previsto na PNATER; Formação continuada e crítica dos agentes de ATER;
13 6. DESAFIOS PARA IMPLANTAÇÃO DA PNATER Mudanças na formação básica dos agentes de ATER, especialmente na área de ciências agrárias; Valorização do trabalho extensionista; Remodelar a pesquisa em ciências agrárias; Organização dos extensionistas e do público beneficiário para exigir estas mudanças.
14 7. DESAFIOS DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL A - Desenvolver um trabalho com agricultores familiares de forma planejada, com regularidade ao longo dos anos e adaptado às condições locais/regionais e socioculturais dos produtores; B - Construir com os agricultores alternativas tecnológicas e políticas que viabilizem uma maior autonomia dos mesmos, menores impactos ao meio ambiente e a produção de alimentos na quantidade e qualidade desejada pela sociedade;
15 7. DESAFIOS DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL C - Formar profissionais que tenham uma visão crítica da questão agrária brasileira, conheçam a realidade dos agricultores familiares e estejam capacitados para trabalhar com metodologias participativas e inovadoras que permitam a construção do conhecimento e soluções conjuntas entre agricultores e técnicos; D - Desenvolver pesquisas que auxiliem os profissionais de ATER a escolher os métodos, opções técnicas e de mobilização social mais viáveis para a realidade dos agricultores familiares;
16 7. DESAFIOS DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL E - Organizar equipes interdisciplinares que possam trabalhar com os múltiplos aspectos da produção familiar que envolvem questões agronômicas, sociais, culturais, ambientais, econômicas e políticas; F - Contribuir (mas não impor ou liderar) para estimular a organização dos produtores e famílias rurais de acordo com seus legítimos interesses;
17 7. DESAFIOS DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL G - Organização dos profissionais da extensão rural de modo a lutar pela valorização da profissão e do público que atendem, buscando mais recursos, melhores condições de trabalho e maior qualidade dos serviços. Em suma, é necessário romper com a concepção difusionista de extensão rural e, junto com os agricultores familiares, buscar contribuir para a construção de processos que levem ao desenvolvimento sustentável em uma perspectiva territorial, atendendo a proposição que já se encontra fundamentada na atual PNATER.
18 7. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA BRASIL. Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária - PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária PRONATER. Brasília: MDA, CAPORAL, F. R. Lei de Ater: Exclusão da Agroecologia e outras armadilhas. Cadernos de Agroecologia, v. 6, n. 2, p.01-07, dez 2011.
19 MUITO OBRIGADO!!
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