A ESTRUTURA DE SANEAMENTO E ENDEMIAS NO BRASIL: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA DENGUE. Área: Ciências Econômicas
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- Vagner Cordeiro Gabeira
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1 A ESTRUTURA DE SANEAMENTO E ENDEMIAS NO BRASIL: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA DENGUE Área: Ciências Econômicas Deivyd Allan Aguiar Sebben Rua Marechal Candido Rondon, n. 4822, Bairro Canadá CEP sebben_economia@yahoo.com.br Emerson Fernandes UNIOESTE Rua Cambará, n. 350 CEP emersoneconomia@hotmail.com Valdir Bilhan Rua Cassiano Jorge Fernandes, n V. Tolentino Cascavel PR vrbilhan@hotmail.com Mariângela Alice Pieruccini Souza UNIOESTE Av. Brasil, 7201, Centro CEP mpieruccini27@hotmail.com Resumo: Os serviços de saneamento que englobam coleta de lixo, água tratada e esgotamento sanitário exercem forte impacto sobre a saúde da população e o meio ambiente. No Brasil, verifica-se um elevado déficit desses serviços, causando diminuição da produtividade do trabalho, perda de produto da economia e aumento da proliferação de endemias como a Dengue. O objetivo deste artigo é apresentar um possível vínculo existente entre a epidemia de Dengue e a causa da precária abrangência dos serviços de saneamento no Brasil. Neste sentido foram utilizados dados referentes à infestação do Aedes aegypti durante a década de 1990, mapas temáticos contendo a situação epidemiológica referente aos sorotipos circulantes no país e ainda mapas que correlacionam a abrangência dos serviços de saneamento nas regiões do país com os casos notificados da doença. Os resultados da pesquisa realizada demonstraram uma estreita relação entre o problema da precária infraestrutura em saneamento no Brasil ligada ao aumento da epidemia de Dengue. Também outros fatores como a ação governamental e a valorização do setor saneamento por parte da população são variáveis que podem explicar o agravamento do problema.
2 Palavras-chave: Saneamento, Dengue, Ação Governamental 1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento sócio-econômico implica uma análise de diversos fatores, motivo de discussão por parte de economistas, pensadores, órgãos mundiais e nacionais. A promoção da saúde está diretamente vinculada a estruturas de desenvolvimento e crescimento, promovidos pela sociedade, que busca melhores condições de saneamento e atendimento à população. Vale acrescentar que desenvolvimento significa modernização, e modernização significa transformação de seres humanos. Desenvolvimento como objetivo e desenvolvimento como processo compreendem, ambos, uma mudança nas atitudes fundamentais em relação à vida e ao trabalho e nas instituições sociais, culturais e políticas. (Streeten 1972, p.30 apud Colman 1981, p.21) Nessas várias dimensões há que ser ressaltar que os vários níveis de vida estão associados à nutrição, saúde, educação, atitudes em relação ao trabalho devido às instituições e às políticas do governo. Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. No Brasil a partir da década de 1980 verifica-se o encadeamento de doenças relacionadas à falta de estrutura básica de saneamento e atendimento à saúde. Portanto, o foco principal da discussão neste artigo está pautado na grande epidemia de Dengue no país, abrindo a questão da falta de ação governamental, com o objetivo de comparar a situação das regiões brasileiras considerando, portanto, a epidemia de dengue a partir de 1990 até os dias de hoje 1. Todavia, podemos evidenciar alguma correlação possível entre a epidemia de dengue e os problemas de saneamento no Brasil? Como podem alguns estados brasileiros apresentarem índices de controle de infestação muito elevados em relação ao resto do país? 1 Preocupação governamental no âmbito Municipal relacionando a preocupação da comunidade no combate a doença. Uma visão Estadual a fim de proporcionar estrutura e condições para o processo de erradicação da endemia e por fim uma escala Federal que capte a melhor forma aplicada de melhorar os índices de qualidade de vida e saúde nos estados Brasileiros.
3 A estruturação proposta para a discussão dessas questões volta-se, num primeiro momento à questão relacionada ao desenvolvimento em suas noções introdutórias, considerando de modo particular as dimensões relativas à saúde e infra-estrutura em saneamento. Na seqüência, são apresentadas informações relativas ao contexto da epidemia Dengue. Num terceiro momento, são apresentados aspectos relativos à infra-estrutura de saneamento no Brasil/ 2. DESENVOLVIMENTO, SANEAMENTO E O CONTEXTO DA EPIDEMIA DENGUE NO BRASIL 2.1 OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO A falta de infra-estrutura em saneamento, a dificuldade de acesso a cuidados médicos, a precariedade das habitações na região amazônica são os principais empecilhos para que o Brasil cumpra as quatro metas dos Objetivos do Milênio ligadas à saúde pública. A avaliação é de relatório da Coleção de Estudos Temáticos sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio elaborado pela UFPA (Universidade Federal do Pará), sob encomenda do PNUD. No cerne do problema está a ausência do Estado e a incapacidade econômica da população de supri-la 2. Todos os projetos do PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano no país visam contribuir para o progresso e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O foco do trabalho do PNUD-Brasil está sendo diversificado para abranger cada vez mais o desenvolvimento de capacidades, o fortalecimento e a modernização institucionais de estados e municípios, com uma crescente participação do setor privado e da sociedade civil nos projetos. Até 2015, todos os Estados-membros das Nações Unidas assumiram o compromisso de erradicar a extrema pobreza e a fome, atingir o ensino básico universal, promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças, garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento. Os oito objetivos de desenvolvimento do milênio são subdivididos em 18 metas e 48 indicadores. Duas metas dizem respeito diretamente a saneamento e habitação. A meta de número 10 prevê reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável à água potável e a melhores serviços de saneamento. No caso do Brasil é de 24% para 12% a proporção da população sem acesso à rede de esgoto. 2 Comentário disponível:
4 2.2 HISTÓRICO DA DENGUE Pode-se constatar que a incidência de dengue em todo o mundo tem aumentado nas últimas décadas. Hoje, a doença ocorre em mais de 100 países. O Aedes aegypti, vetor da dengue, é uma espécie de mosquito hematófago originário da África. Acredita-se que tenha aportado no continente americano junto com os navios negreiros na época da colonização (século XVI). Já o vírus da dengue é proveniente da Ásia e só chegou depois à América. (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Os primeiros surtos de dengue foram reportados no final do século XVIII, em Java (sudoeste asiático), na Filadélfia (Estados Unidos) e no Cairo e Alexandria (Egito). No século seguinte, quatro grandes epidemias assolaram o Caribe e o sul dos Estados Unidos. Havia longos intervalos entre as epidemias, provavelmente devido à dificuldade de introdução de novos sorotipos do vírus causador da doença em decorrência do lento transporte marítimo. A incidência das epidemias, como se pôde constatar ao longo da história, geralmente está associada à introdução de novos sorotipos. Uma pandemia de dengue clássica tomou o sudeste asiático depois da Segunda Guerra Mundial. Já os primeiros casos de dengue hemorrágica de que se tem notícia aconteceram na década de 1950, nas Filipinas e na Tailândia. A síndrome do choque, por sua vez, teve seu primeiro registro epidêmico na Tailândia, em Uma segunda expansão da dengue na Ásia começou nos anos 80, quando o Sri Lanka, a Índia e as Ilhas Maldivas tiveram suas primeiras epidemias de dengue hemorrágica. Desde então, epidemias de dengue causadas pelos quatro sorotipos também se intensificaram na África. 2.3 A DENGUE NO BRASIL No Brasil, há referências de epidemias de dengue desde 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói, no Rio de Janeiro, sem comprovação laboratorial. No começo do século XX, o Rio de Janeiro vivia uma crise de febre amarela, doença também transmitida pelo Aedes aegypti. Oswaldo Cruz iniciou então uma campanha para a erradicação do mosquito. Apesar de ter sua população reduzida drasticamente, ele não chegou a ser erradicado e voltou a se espalhar, provocando nova epidemia na década de 20. Nas décadas de 1930 e 1940, a Fundação Rockefeller incentivou intensas campanhas de erradicação do Aedes aegypti nas Américas. Já em 1947, a Organização Pan-Americana da Saúde passou a coordenar campanhas com a mesma finalidade. Em 1955, o Brasil conseguiu eliminar seu último criadouro do mosquito e, três anos depois, o vetor foi declarado erradicado no país. Em 1962, 18 países continentais e várias ilhas do Caribe tinham obtido êxito na tarefa. Contudo, o mosquito permaneceu em alguns países e conseguiu, aos poucos, reinfestar o
5 continente. Em 1967, confirmou-se a reintrodução do Aedes aegypti no Brasil. Mosquitos foram encontrados no Pará e, dois anos depois, também no Maranhão. Novos esforços conseguiram que, em 1973, o vetor fosse considerado erradicado novamente do território brasileiro. Devido às falhas na vigilância epidemiológica e à urbanização acelerada, o mosquito retornou ao Brasil já em Foram confirmadas reinfestações no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro. Entretanto, não foram registrados casos de dengue. Nos anos seguintes, o mosquito se espalhou pelo país até que, em 1995, a distribuição geográfica do Aedes aegypti já era similar à verificada antes dos programas de erradicação do mosquito. Em 1986, com a chegada do sorotipo 1 ao Rio de Janeiro, houve uma epidemia. Logo o vírus espalhou-se para a região nordeste (Alagoas e Ceará). Entre esse ano e 1990, as epidemias de dengue se restringiram a alguns estados do sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais) e nordeste (Pernambuco, Alagoas, Ceará e Bahia). Nesse ano de 1990, também no Rio de Janeiro, ocorreu a introdução do sorotipo 2. Registrou-se, então, o primeiro surto de dengue hemorrágica do Brasil. A partir de 1994, o Aedes aegypti se dispersou rapidamente, levando o vírus para um maior número de estados e provocando um aumento dos casos da dengue, que teve uma terceira onda epidêmica em A entrada do tipo 3 no Brasil também aconteceu pelo Rio de Janeiro, em O vírus teve rápida dispersão para todos os estados do país. Atualmente, discute-se se o sorotipo 4 já chegou ao Brasil, ou quando isso deve acontecer.
6 3. O QUADRO DA EPIDEMIA DE DENGUE NO BRASIL De acordo com o histograma os dados obtidos através do Ministério da Saúde, revelam os casos notificados e hospitalizados no período de 1986 a 2007, podendo se verificar a presença dos sorotipos 1,2 e 3. Casos notificados e Hospitalizados Brasil, * Casos notificados Casos notificados Hospitalizações DENV Hospitalizações DENV1 DENV Ondas epidêmicas em áreas localizadas *Dados de Hospitalizações até Novembro/2007 Endêmico/EpidêmicoCirculação do vírus em todas regiões Com base nesses dados obtidos através do Ministério da Saúde pode-se observar que a maior incidência de casos são vistas nos anos de 1998 e 2002 apresentando um alto índice de proliferação da doença no país. A partir de 2004 há um novo crescimento da proliferação da doença passando da casa dos 100mil casos e atingindo em 2007 os mais de 550 mil notificados. Na Figura 1 Sorotipos Circulantes, pode se observar os sorotipos circulantes no Brasil. Os tipos de dengue se alteram com o passar dos anos, podendo observar no ano de 2001 a predominância dos sorotipos 1 e 2 e o tipo 3 é encontrado somente no Rio de Janeiro, entretanto no ano de 2006 observa-se que os três tipos em conjunto atuam no território, com exceção do sul, especificamente os estados de SC e RS, os quais não apresentam notificações.
7 Segundo a DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) em 2007, até 31 de julho, foram registrados no país casos de dengue, 926 casos de Febre Hemorrágica do Dengue - FHD, com 98 óbitos. Se comparado ao mesmo período de 2006, observa-se um aumento considerado no número de casos notificados, num total de Os estados mais atingidos são: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. Pode se observar no mapa 1 e 2 que o estado de Santa Catarina apresenta o menor índice de infestação do Aedes aegypti e o menor número de casos autóctones registrados, os apresentados são importados. Segundo divulgação da DIVE o Programa de Controle da Dengue em Santa Catarina vem conseguindo cumprir seu principal objetivo, qual seja impedir a circulação viral mantendo a vigilância do Aedes aegypti no seu território. Entretanto, tal situação tende a não se manter, considerando o aumento do número de focos do mosquito em Em 2006, foram detectados 386 focos do mosquito transmissor. Até 27 de julho, já foram detectados 903 focos. No mesmo período de 2006 foram 347 focos, representando um aumento de 260%. Sorotipos circulantes Sorotipos Circulantes, Brasil, Múltiplas infecções Nenhum DEN 1 DEN 1 e 2 DEN 1, e 3 DEN 1, 2 e Na Figura 2, abaixo, se visualiza a infestação dos municípios pelo Aedes aegypti uma comparação entre os anos de 1996 e 2006, percebendo uma duplicação dos municípios infestados pelo mosquito, passando de 1753 municípios em 1996 para 3970 municípios em 2006.
8 Municípios Infestados por Aedes aegypti municípios municípios duplicação de municípios infestados Fonte: SES FIGURA 2- Municípios infestado por Aedes aegypti 4. INFRA-ESTRUTURA EM SANEAMENTO E A QUESTÃO DA SAÚDE Segundo artigo disponibilizado pela Anpec, os serviços de abastecimento básico que incluem os serviços de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo estão ainda muito longe de atender, no Brasil, a totalidade da população. Apesar do aumento significativo verificado na oferta dos serviços nas últimas décadas, persiste uma demanda possivelmente não atendida, especialmente nos extratos sociais de renda mais baixa, localizados nas periferias de grandes cidades, nos menores municípios, nas pequenas localidades e na área rural....no cerne do problema está a ausência do Estado e a incapacidade econômica da população de supri-la. A convivência próxima de inúmeras pessoas com o esgoto, em muitos lugares lançado a céu aberto, traz como conseqüência imediata à proliferação de doenças infecto-contagiosas, que são responsáveis por grande parte dos índices de mortalidade infantil crianças que morrem antes de completar cinco anos de idade. É consenso entre os especialistas que o saneamento requer investimentos elevados e que os resultados só são perceptíveis no médio prazo. Esse alto custo das obras no setor às vezes é apontado como justificativa para os déficits de cobertura no Brasil. Paralelamente a isso, no cenário político-eleitoral, o saneamento quase nunca aparece como prioridade nos
9 planos de governo, como foi a fome e, mais recentemente, a educação... (Infante 2005, apud PNUD) Segundo Infante (2005) ainda se nota a responsabilidade da população na desatenção ao setor. Se por um lado não há priorização por parte dos governos para o saneamento, por outro a população também colabora para essa situação, quando não compreende a importância do setor e não o valoriza. Esse cenário obviamente não permite que o Brasil tenha um desempenho satisfatório em relação aos Objetivos do Milênio. No estado do Rio de Janeiro, o qual apresenta o quadro mais problemático acerca da endemia, pode-se inferir que há relação entre a precária estrutura de saneamento e a falta de investimentos neste setor de planejamento. Quanto a isso, as autoridades da cidade, dos estados e do governo federal, deveriam ficar com muita vergonha por deixarem, em pleno século XXI, as pessoas, principalmente as crianças assim expostas a tanta sujeira e contaminação. Se não houver ações que produzam saneamento tanto no Rio de Janeiro como nas grandes cidades brasileiras, as epidemias como essa, irão ocorrer sempre, após as épocas das chuvas, quando a sujeira espalha mais e aparece 3. Na Figura 3, na seqüência, está disposta a abrangência do serviço de saneamento básico frente aos números de casos notificados no ano de 2006 em todo o território nacional. Analisando e comparando o mapa temático da abrangência do serviço de saneamento no Brasil em relação ao número de casos notificados da Dengue, pode se inferir que há uma causalidade da doença com a precariedade do sistema de saneamento. Uma análise mais detalhada do mapa revela que a região sul já detinha maior abrangência do sistema de saneamento em comparação às outras regiões do país, muito embora estima-se que grande parte dos municípios do interior da região Sul do Brasil apresentem deficiências no que tange ao atendimento de rede de esgoto. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE o desleixo e a falta de investimentos no setor de saneamento no Brasil, principalmente nas áreas urbanas, tem comprometido a qualidade de vida da população e do meio ambiente. Situações desagradáveis como vivenciar enchentes, lixo espalhado pelas ruas e galerias fluviais, contaminando os mananciais, água sem tratamento e doenças decorrentes dessa precária estrutura do serviço básico à saúde tem uma relação estreita à ocorrência de Diarréias, dengue, febre tifóide e malária, que resultam em milhares de mortes anuais, especialmente de crianças. São transmitidas por água contaminada com esgotos humanos, dejetos animais e lixo. 3 Comentário disponível:
10 FIGURA 3- Abrangência do serviço de saneamento básico De acordo com PNUD os estados e municípios que tiverem os melhores desempenhos na prevenção e combate a epidemias vão receber recursos adicionais para a saúde. A medida está prevista no Vigisus II um projeto do Ministério da Saúde com o Banco Mundial que visa o fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, e seu objetivo é uma forma de incentivar os governos locais a trabalhar pela melhoria do controle epidemiológico de suas regiões. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Há algumas décadas, o Brasil tem se deparado com a dengue, e desde 1986 com a introdução do sorotipo 1 no Rio de Janeiro que é considerado hoje o estado com maior índice de proliferação do mosquito e casos notificados da doença. No entanto, em todos esses anos o quadro da
11 doença no país tem-se agravado continuamente chegando hoje a ser uma grande preocupação para o país que sofre com esse problema, problema esse considerado um mal de países subdesenvolvidos. Com as devidas pesquisas e com os dados coletados acerca da estrutura do serviço de saneamento no Brasil, pode-se inferir que a proliferação da dengue tende a se estender por muito tempo assolando a população de todos os estados brasileiros. Os casos de dengue aumentaram nos últimos anos como observado no histórico da dengue, principalmente a dengue hemorrágica, devido a uma relativa despreocupação do poder público (uma grande falta de vontade política governamental) somada à falta de atitude da sociedade frente ao problema, o país se depara com uma grande epidemia. A discussão esta pautada no que diz respeito ao investimento no setor de saneamento. Analisando o histórico da dengue, em seus períodos de alta e baixa proliferação, e relacionando esses dados aos de desenvolvimento da estrutura de saneamento no Brasil, pode-se observar que a curto prazo é possível apenas fazer controles no que diz respeito aos infectados. Porém, na medida em que se depare novamente com a questão da vontade política, seria possível modificar substancialmente o quadro em questão. O saneamento e os cuidados com a dengue não são visíveis como as praças, porém são essenciais para o bem-estar da sociedade. O que se observa, entretanto é que a praça, aos olhos das lideranças políticas, é muito mais viável na condição de obtenção de votos. Espera-se, contudo, que essa evolução do quadro endêmico, que se estendeu a índices extremamente altos para um país em desenvolvimento, tenha, pelo menos, um lado positivo, que é o de atrair atenção da administração pública para o problema. Na medida em que a sociedade perceba que desenvolvimento e qualidade de vida são construídos com participação ativa e compreensão dos direitos e deveres dos cidadãos, será possível modificar esse quadro que tanto contribui para a perpetuação do subdesenvolvimento brasileiro. 6. REFERENCIAS SOUZA, N. de, Desenvolvimento Econômico. Atlas, São Paulo,1997. ARQUIVOS ACERCA CONTROLE DE DOENÇAS. Disponível: Acesso em 5 de maio de HISTÓRICO DA DENGUE NO BRASIL E NO MUNDO. Disponível: Acesso em 5 de maio de EPIDEMIA UMA QUESTÃO DE SANEAMENTO? Disponível: Acesso em 30 de abril de 2008.
12 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL. Disponível: Acesso em 30 de abril de HISTÓRICO DA DENGUE NO BRASIL. Disponível: Acesso em 25 de abril de OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILENIO: Disponível: Acesso em 20 de abril de PROBLEMAS SOCIAIS FREIAM AVANÇO NA SAÚDE. Disponível: Acesso em 30 de abril de ARTIGO ACERCA DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO. Disponível: arttext&tlng=pt: Acesso em 30 de abril de DEMANDA POR SANEAMENTO NO BRASIL. Disponível: Acesso em 5 de maio de SITUAÇÃO DA DENGUE NO BRASIL E EM SANTA CATARINA. Disponível: na_2007.pdf: Acesso em 5 de maio de SANEAMENTO NO BRASIL. Disponível: Acesso em 5 de maio de
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