ESTRUTURA DO SETOR DE SAÚDE BRASILEIRO
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1 ESTRUTURA DO SETOR DE SAÚDE BRASILEIRO Paula Freitas Monteiro de Castro Economista Residente em Gestão Hospitalar HU-UFJF/Ebserh
2 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE OMS: é uma agência, com sede em Genebra, especializada em saúde, fundada em 1948 e atua subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU) Função: desenvolver ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos Monitoramento; Apoio Técnico; Normatização; Regulamentação; Políticas Públicas; Indicadores, etc
3 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE Conceito de saúde: Saúde é o completo estado de bem estar físico, mental e social e não meramente a ausência da doença AMBIENTAIS SANEAMENTO BÁSICO ECONÔMICOS PSICOLÓGICOS SAÚDE CULTURAIS BIOLÓGICOS NUTRICIONAIS SOCIAIS EDUCACIONAIS
4 CENÁRIO DA SAÚDE NO BRASIL Sistema de saúde pluralista (híbrido) em termos institucionais, de fontes de financiamento e de modalidades de atenção à saúde. Neste sistema, existem basicamente quatro vias de acesso: 1. Sistema Único de Saúde (SUS): de acesso universal, gratuito e financiado exclusivamente com recursos públicos (impostos e contribuições sociais); 2. Planos e seguros privados de saúde: de vinculação eletiva, financiado com recursos das famílias e/ou dos empregadores, composto por operadoras de planos de assistência médicohospitalar e 424 de planos exclusivamente odontológicos (BRASIL, ANS, 2012); 3. Segmento de atenção aos servidores públicos: civis, militares e seus dependentes, de acesso restrito a essa clientela, financiado com recursos públicos e dos próprios beneficiários, em geral atendidos na rede privada; 4. Segmento de provedores privados autônomos de saúde: de acesso direto mediante pagamento no ato (RIBEIRO et al, 2005)
5 ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO As evidências internacionais mostram que todos os países que estruturaram sistemas universais de saúde, apresentam uma estrutura de financiamento em que os gastos em saúde são, no mínimo, 70% dos gastos totais em saúde: 85,5% 77,6% 84,8% 76,8% 83,2% 71,1%
6 ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO No Brasil, o gasto público como percentual do gasto total em saúde é de apenas 47%, inferior aos 53% que constituem o percentual de gastos privados em saúde Em geral, a segmentação dos sistemas de saúde se dá quando os gastos públicos são inferiores a 50% dos gastos totais em saúde Nos Estados Unidos, país emblemático do sistema segmentado, esse valor é de 48,2%, bem próximo ao gasto público brasileiro
7 ELEVAÇÃO DOS GASTOS COM SAÚDE Há no mundo uma tendência no aumento dos gastos com saúde. Esse fenômeno é consequência, entre outro motivos, da elevação do padrão de vida da sociedade e da introdução de novas e melhores técnicas médicas. A elevação do padrão de vida da sociedade implica o envelhecimento populacional que leva ao aumento da frequência de utilização dos serviços médicos normalmente de maior complexidade. As novas técnicas médicas geram demanda por serviços que não existiam no passado e a possibilidade de tratamento de males antes intratáveis. Ambos levam a elevação das despesas médicohospitalares. (CECHIN, 2008, p.46)
8 ELEVAÇÃO DOS GASTOS COM SAÚDE NOVAS TECNOLOGIAS ASSIMETRIA DE INFORMAÇÕES USO IRRACIONAL (sl.10) TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA GASTOS COM SAÚDE AUMENTO DA DEMANDA PROBLEMAS ESTRUTURAIS ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO (sl.9) REGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL
9 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
10 USO IRRACIONAL O uso irracional dos serviços de saúde deriva tanto do comportamento do médico quanto do comportamento do usuário. Essas distorções levam ao aumento dos gastos e à perda de eficiência das políticas de saúde Neste contexto, um dos princípios básicos da economia da saúde é o de adotar medidas racionalizadoras que propiciem redução de custos sem que ocorram impactos negativos nos níveis de saúde Algumas medidas racionalizadoras: forma de pagamento dos médicos, taxas moderadoras, co-pagamento, pré-pagamento, etc.
11 ECONOMIA - DEFINIÇÃO SAMUELSON ECONOMIA É O ESTUDO DE COMO OS HOMENS E A SOCIEDADE DECIDEM EMPREGAR RECURSOS PRODUTIVOS ESCASSOS QUE PODERIAM TER APLICAÇÕES ALTERNATIVAS PARA PRODUZIR BENS/SERVIÇOS.
12 ECONOMIA DA SAÚDE - DEFINIÇÃO A ECONOMIA DA SAÚDE É O GRANDE ENCONTRO DAS ÁREAS PROFISSIONAIS ECONOMIA E SAÚDE. É A APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO ECONÔMICO AO CAMPO DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE, NO INTUITO DE OTIMIZAR AS AÇÕES EM SAÚDE, OU SEJA, A BUSCA POR CONDIÇÕES ÓTIMAS DE ALOCAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS PARA PROPORCIONAR À POPULAÇÃO A MELHOR ASSISTÊNCIA À SAÚDE E O MELHOR ESTADO DE SAÚDE POSSÍVEIS LEVANDO EM CONTA RECURSOS ESCASSOS PARA ATENDER À NECESSIDADES LIMITADAS.
13 CONFLITOS ECONOMIA x SAÚDE CIÊNCIAS DA SAÚDE CONCENTRA-SE FUNDAMENTALMENTE NA ÉTICA INDIVIDUALISTA, SEGUNDO A QUAL A SAÚDE NÃO TEM PREÇO E UMA VIDA JUSTIFICA QUALQUER ESFORÇO ECONOMIA DA SAÚDE FIXA-SE NA ÉTICA SOCIAL E DO BEM COMUM
14 CONFLITOS ECONOMIA x SAÚDE Os economistas, ao estudarem e trabalharem no campo da saúde, precisam compreender as peculiaridades apresentadas no campo da assistência a saúde. Unidades de saúde não são apenas organizações distribuidoras de bens e serviços. Assistência à saúde abrange auxiliar seres humanos a ultrapassar dificuldades e inconvenientes da vida, o que é quase impossível traduzir em números
15 A ECO DA SAÚDE BUSCA RESPOSTAS É possível diminuir o custo dos serviços e manter a qualidade dos mesmos? Como é o comportamento da demanda e oferta de serviços em saúde? Como financiar os gastos com saúde? Quanto um país deve gastar com saúde? Quais as necessidades de saúde da população?
16 A ECO DA SAÚDE BUSCA RESPOSTAS Quais as necessidades regionais de saúde? Quais são as prioridades? Quando é melhor investir em prevenção? Quando e onde deve ser construído um hospital? Qual é a melhor combinação de pessoal/tecnologia para produzir o melhor serviço?
17 A ECONOMIA DA SAÚDE ECONOMIA DA SAÚDE Gastar bem o pouco que se tem EFICIÊNCIA
18 ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS DE SAÚDE
19 ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE São Unidades de diferentes densidades tecnológicas, prestadoras de ações e serviços de saúde que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade da assistência à saúde da população.
20 ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da Saúde, 2010 portaria nº 4.279, de 30/12/2010). A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS. Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam ser considerados: economia de escala, qualidade, suficiência, acesso e disponibilidade de recursos.
21 ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE NÍVEL PRIMÁRIO NÍVEL SECUNDÁRIO NÍVEL TERCIÁRIO UBS UPA HOSPITAIS GRANDE PORTE
22 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - UBS
23 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - UBS As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma característica da RAS é ter a Atenção Primária à Saúde como centro de comunicação de toda a rede Nível de atenção: PRIMÁRIA Objetivo: atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para hospitais (desafogar hospitais = + vagas) Resolubilidade: 80% (opera em custos baixos) Custos UBS: Pessoal; Materiais diversos; Serviços diversos; Medicamentos; etc. Acesso: grande quantidade; geograficamente estratégicas; proximidade com as residências
24 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE ACOMPANHAMENTO / EDUCAÇÃO -> PSF É recomendável que a equipe de uma unidade de Saúde da Família seja composta, no mínimo, por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Outros profissionais de saúde poderão ser incorporados a estas unidades básicas, de acordo com as demandas e características da organização dos serviços de saúde locais, devendo estar identificados com uma proposta de trabalho
25 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE ACOMPANHAMENTO / EDUCAÇÃO -> PSF Cada equipe do programa é capacitada para conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; identificar os principais problemas de saúde e situações de risco aos quais a população que ela atende está exposta; elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para enfrentar os determinantes do processo saúde/doença; prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, etc São quatro portes de UBS: UBS I abriga, no mínimo, uma equipe de Saúde da Família. UBS II abriga, no mínimo, duas equipes de Saúde da Família. UBS III abriga, no mínimo, três equipes de Saúde da Família. UBS IV abriga, no mínimo, quatro equipes de Saúde da Família
26 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE ACOMPANHAMENTO / EDUCAÇÃO -> PSF Vacinação; Consultas; Curativos; Medicação básica; Procedimentos de enfermagem; Coleta de exames laboratoriais; Entrega de exames; Saúde bucal Marcação de consultas com especialistas, se necessário; Encaminhamento para outros níveis de atenção à saúde, se necessário.
27 NÍVEL SECUNDÁRIO Nível secundário: Unidades de Pronto Atendimento; hospitais e outras unidades de atendimento especializado ou de média complexidade
28 UPA Unidade de Pronto Atendimento ATENDIMENTO: Pressão; Febre Alta; Infarto Fraturas; Cortes; Derrame; Etc. Funcionam 24h por dia, 7 dias na semana Diminuem as filas em prontos socorros nos hospitais Resolubilidade: 97% dos casos encaminhados Porte I: tem o mínimo de 7 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de 150 pacientes por dia. População na área de abrangência de 50 mil a 100 mil habitantes. Porte II: tem o mínimo de 11 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de 250 pacientes por dia. População na área de abrangência de 100 mil a 200 mil habitantes. Porte III: tem o mínimo de 15 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de 350 pacientes por dia. População na área de abrangência de 200 mil a 300 mil habitantes.
29 UPA Unidade de Pronto Atendimento ORGANIZAÇÃO DO FLUXO -> TRIAGEM PROTOCOLO DE MANCHESTER (gravidade/tempo de espera) Vermelho Imediato Laranja 10 minutos Amarelo 60 minutos Verde 2 horas Azul 4 horas
30 NÍVEL TERCIÁRIO - HOSPITAIS
31 NÍVEL TERCIÁRIO - HOSPITAIS A atenção à saúde de nível terciário é integrada pelos serviços ambulatoriais e hospitalares especializados. Ela é constituída por grandes hospitais gerais e especializados que concentram tecnologia de complexidade e devem oferecer à população atendimento de excelência, servindo de referência para outros serviços, sistemas e programas em saúde ESPECIALIDADES DIVERSAS, EQUIPAMENTOS, TECNOLOGIAS DE VANGUARDA INSTITUIÇÕES DE ALTO CUSTO
32 NÍVEL TERCIÁRIO - HOSPITAIS SERVIÇOS OFERECIDOS: Cardiologia; Oncologia; Medicina Nuclear; Transplantes; Parto de alto risco; Terapias renais substitutivas; Cirurgia bariátrica; Cirurgia reparadora; Cirurgia reprodutiva; Medicamentos; excepcionais; Etc.
33 NÍVEL TERCIÁRIO - HOSPITAIS HOSPITAIS DE ENSINO São estabelecimentos destinados ao diagnóstico e tratamento de doenças, onde são praticados também a investigação e o ensino. ENSINO, PESQUISA E ASSISTÊNCIA
34 DADOS HU-UFJF (Ebserh) MISSÃO: Formar Recursos Humanos, gerar conhecimentos e prestar assistência de qualidade na área de saúde à comunidade e região. Área de abrangência: 90 municípios Equipe multiprofissional altamente qualificada: docentes; acadêmicos; técnico-administrativo; residentes; voluntários; etc. CAPACIDADE: 156 leitos consultas/mês 230 internações/mês
35 HOSPITAIS DE ENSINO Saúde; Hotelaria; Nutrição; Lavanderia; Farmácia; Laboratório; Limpeza; Administrativo/financeiro; Engenharia Clínica; Etc. MULTIPROFISSIONAIS
36 HOSPITAIS DE ENSINO MULTIPROFISSIONAIS - SINERGIA Interação compartilhamento de conhecimentos, experiências Foco: assistência
37 HOSPITAIS DE ENSINO TELEMEDICINA Transferência online de conhecimentos médicos de um grande centro especializado para unidades de saúde em zonas remotas Impactos: - Expressiva redução de custos com deslocamentos - Vidas salvas devido à agilidade infarto do miocárdio, septicemia, traumas acidentais ACESSO QUALIDADE AGILIDADE
38 HOSPITAIS DE ENSINO TELEMEDICINA AÇÕES: Consultas online; Manipulação de imagens médicas;diagnósticos/laudos; Encaminhamentos ágeis; Visita para pacientes graves câmera; Permutação de conhecimentos médicos; Valorização paciente atendido por vários especialistas
39 HOSPITAIS DE ENSINO TELEMEDICINA BAIXO INVESTIMENTO REDUÇÃO DE CUSTOS E ACESSO
40 REFERÊNCIAS PIOLA, Sérgio Francisco, VIANNA, Solon Magalhães (orgs.) Economia da Saúde: Conceitos e contribuição para a gestão da saúde. Brasília: IPEA, 1995 NUNES, André. O envelhecimento populacional e as despesas do Sistema Único de Saúde. Os novos idosos brasileiros: muito além dos, v. 60, n. 2, p , KUSCHNIR, Rosana; CHORNY, Adolfo Horácio. Redes de atenção à saúde: contextualizando o debate. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p , 2010.
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