Instrumento de captação de aforro estruturado (ICAES) e Juros de depósito
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- Anna Pietra Coradelli Lemos
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1 Instrumento de captação de aforro estruturado (ICAES) e Juros de depósito Recebeu juros de depósito nacionais ou estrangeiros ou de ICAES? Se recebeu juros de depósitos, nacionais ou estrangeiros, ou de ICAES 1, a retenção na fonte que tiver sido efectuada pelo BIG ou por outra entidade residente em território português (à taxa de 20%) tem carácter definitivo, pelo que não é obrigado a incluir esses rendimentos na sua declaração de IRS. Caso pretenda, poderá, no entanto, optar pelo englobamento dos mesmos. A opção pelo englobamento relativamente a estes rendimentos terá as seguintes consequências: Os rendimentos em causa passarão a ser tributados às taxas marginais aplicáveis à sua situação particular, em função da totalidade dos rendimentos englobados, até 42% e o imposto que tiver sido retido na fonte deverá ser deduzido ao imposto final apurado. A não ser que se encontre abrangido pelos escalões mais baixos do IRS, e tenha uma taxa efectiva de tributação inferior a 20%, não terá interesse em englobar estes rendimentos. A opção pelo englobamento destes rendimentos em concreto determina também a obrigatoriedade de englobamento de outros rendimentos também eles sujeitos a taxas de retenção na fonte com carácter definitivo, tais como: rendimentos de títulos de dívida, nominativos ou ao portador, bem como os rendimentos de operações de reporte, cessões de crédito, contas de títulos com garantias de preço ou de outras operações similares ou afins; rendimentos de valores mobiliários devidos por entidades que não tenham domicílio em Portugal, cujo pagamento tenha sido efectuado pelo BIG ou por outra entidade residente em território português; juros de depósitos à ordem ou a prazo, ou de certificados de depósito, bem como os lucros das entidades sujeitas a IRC colocados à disposição dos respectivos associados ou titulares, incluindo adiantamentos por conta de lucros e outros dividendos; valor atribuído aos associados em resultado da partilha que seja considerado rendimento de aplicação de capitais, bem como o valor atribuído aos associados na amortização de partes sociais sem redução de capital; rendimentos auferidos pelo associado na associação em participação e na associação à quota; ganhos decorrentes de operações de swaps cambiais, swaps de taxa de juro, swaps de taxa de juro e divisas e de operações cambiais a prazo; rendimentos de capitais decorrentes de seguros e operações do ramo «Vida» ou de aplicações em fundos de pensões ou em outros regimes complementares de segurança social; saldo positivo entre as mais e menos-valias, resultante da alienação onerosa de partes sociais, incluindo a sua remição e amortização com redução de capital, e de outros 1 ICAES com capital garantido. Caso os rendimentos decorram de ICAES sem capital garantido, a taxa de retenção na fonte corresponde, regra geral, a 15%, tendo a natureza de pagamento por conta do imposto devido no final, pelo que os comentários apresentados de seguida não serão aplicáveis. 1
2 valores mobiliários e, bem assim, o valor atribuído aos associados em resultado da partilha que seja considerado como mais-valia; saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias resultantes de operações relativas a instrumentos financeiros derivados; saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias resultantes de operações relativas a warrants autónomos; saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias resultantes de operações relativas a certificados que atribuam ao titular o direito a receber um valor de determinado activo subjacente. Se optar pelo englobamento, não se esqueça de solicitar ao BIG, ou a outra entidade residente, a emissão de uma declaração comprovativa dos rendimentos em causa que tenham sido pagos e das respectivas retenções na fonte efectuadas durante o ano Este documento deverá ser junto à sua declaração de IRS, devendo ainda ser acompanhado de uma declaração expressa autorizando a DGI a averiguar, junto das respectivas entidades, se, em seu nome ou em nome dos membros do seu agregado familiar, existem, relativamente ao ano de 2006, outros rendimentos da mesma natureza, sob pena de não ser considerada a opção. Se entregar a sua declaração via internet, estes documentos deverão ser remetidos para o Serviço de Finanças do seu domicílio fiscal. Se optar pelo englobamento destes rendimentos, deverá proceder da seguinte forma: Para juros de depósitos e ICAES nacionais: Deverá incluir os rendimentos em causa no Anexo E, quadro 4 B, linha 411. Caso os rendimentos decorram de ICAES sem capital garantido, o rendimento deverá ser incluído na linha 407. Em qualquer dos casos, deverá mencionar o valor dos juros ilíquidos e as retenções na fonte efectuadas pelo BIG ou por outra entidade residente em território português. 2
3 No final do quadro 4 deverá mencionar se junta os documentos acima referidos. Se a declaração for entregue via internet, os documentos deverão ser remetidos ao Serviço de Finanças da área do seu domicílio. No quadro 5 deverá efectuar a discriminação dos rendimentos e retenções, consoante o respectivo titular (A, B ou dependentes). Caso os juros respeitem a vários dependentes, deverão ser agrupados na coluna dos dependentes. Caso os rendimentos respeitem a vários dependentes, deverão ser agrupados na coluna dos dependentes. Neste quadro, nos campos 503 a 518, deverá ainda identificar as entidades que efectuaram retenções na fonte de IRS e, bem assim, os respectivos valores de IRS retidos. Note que, na identificação dos titulares devem utilizar-se os códigos pré-definidos na declaração modelo 3 de IRS (e.g., A sujeito passivo A, B - sujeito passivo B, D1 dependente não deficiente, DD1 dependente deficiente). 3
4 Para juros de depósitos estrangeiros: Os rendimentos em causa deverão ser declarados no Anexo J à sua declaração de rendimentos (rendimentos obtidos no estrangeiro). O Anexo J é individual pelo que, caso sejam vários os titulares de rendimentos obtidos no estrangeiro, deverá ser preenchido um anexo por titular. A totalidade dos rendimentos deverá ser incluída na linha 408 ou na linha 418 (neste caso, se os juros respeitarem a depósitos em contas bancárias situadas em estados/territórios abrangidos pela Directiva n.º 2003/48/CE ou Directiva da Poupança ) do quadro 4 do Anexo J. Na respectiva linha deverá incluir os rendimentos ilíquidos dos juros (ilíquidos de retenção na fonte em Portugal e/ou imposto no estrangeiro). Na mesma linha deverá incluir a retenção na fonte efectuada pelo BIG ou por outra entidade residente (imposto retido em Portugal), bem como o imposto efectivamente pago no estrangeiro (caso aplicável). 4
5 Os juros deverão ser discriminados no quadro 6 do Anexo J, em função do país da fonte (indicando-se em cada linha o código 408 ou 418, o código do país, de acordo com as instruções do Anexo J, e o respectivo valor ilíquido). Se os juros respeitarem a depósitos em contas bancárias situadas em estados/territórios abrangidos pela Directiva n.º 2003/48/CE ou Directiva da Poupança (i.e., Estados membros da UE Áustria, Luxemburgo e Bélgica, Andorra, Anguilla, Antilhas Holandesas, Aruba, Ilhas Cayman, Guernsey, Jersey, Liechtenstein, Ilha de Man, Mónaco, Monserrat, 5
6 São Marino, Suíça, Ilhas Turks e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas), deverá mencionar o imposto pago nesses países/territórios, no campo no país do agente pagador Directiva da Poupança, indicando o código do país em causa previsto nas instruções de preenchimento do Anexo J. Caso os juros não estejam abrangidos pela Directiva da Poupança, mas tenha sido pago imposto no estrangeiro deverá mencioná-lo no campo imposto pago no estrangeiro - país da fonte. Nesta situação, a coluna no país do agente pagador, Directiva da Poupança não deverá ser preenchida relativamente a estes rendimentos. Caso tenha sido pago imposto no estrangeiro e tenha havido retenção na fonte em Portugal, este apenas será considerado caso opte pelo englobamento. Neste caso, deverá juntar o documento comprovativo do rendimento e imposto pago no estrangeiro. Caso entregue a sua declaração pela Internet, deverá remeter o documento para o Serviço de Finanças da área do seu domicílio fiscal. 6
7 Quando os juros forem pagos em moeda estrangeira e liquidado em contas estrangeiras deverá efectuar-se o câmbio de acordo com as seguintes regras: Câmbio de compra na data em que a operação tenha ocorrido; Só quando não for possível comprovar a data referida no ponto anterior, deverá ser utilizado o câmbio a 31 de Dezembro do ano a que os rendimentos respeitam; Não existindo câmbio nas datas acima referidas aplica-se o da última cotação anterior a essa data. 7
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