AVA MOTIVANDO E ENSINANDO A MATEMÁTICA EM REDE
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- Lídia Cordeiro Andrade
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1 AVA MOTIVANDO E ENSINANDO A MATEMÁTICA EM REDE Clecio Souto da Silva - UECE cleciotutormat@gmail.com Maria Joselma de Souza UFPB mjosouza@hotmail.com Agnaldo Ferreira de Melo UNAVIDA afm.matsimples@gmail.com Antônio de Pádua Santos Medeiros UNAVIDA antoniomedeiros4@hotmail.com RESUMO Nossa intenção, neste trabalho, é favorecer uma maior apropriação do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), no sentido de promover um novo olhar às constantes mudanças no ensino da Matemática, aos processos que motivem os alunos à compreensão e apropriação de conceitos matemáticos. Aqui, portanto, o AVA discutido no sentido de favorecer no aluno, a oportunidade de adequação aos ambientes virtuais de aprendizagem, e na utilização de todos os seus recursos promovidos por ele, enquanto instrumento de apoio pedagógico às aulas, numa nova proposta, uma vez que esse dispositivo não é comumente utilizado no Ensino Fundamental, sobretudo em escolas da rede pública. Partimos, assim, da realidade de uma escola da rede municipal de ensino, da cidade de João Pessoa, na Paraíba, que, por motivos de falta de motivação e interesses dos alunos, tomou-se uma nova postura ao ensino da Matemática, com a utilização do AVA como eixo de interação social e de inclusão digital. Dentro deste universo on-line, mostraremos algumas ferramentas que podem ser utilizadas como apoio às pesquisas e experimentos dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental II. Palavras-Chave: Educação a Distância; Ambiente Virtual de Aprendizagem; Motivação.
2 1 INTRODUÇÃO O propósito central desse trabalho é apresentar o que entendemos como um novo olhar, uma nova apropriação do uso das TICs como apoio metodológico às aulas que ainda tendem ao regime tradicional, para assim, motivar e inovar o que antes se encontrava estagnado. Para nós, a escola atual deve caminhar para as tendências tecnológicas, traçando assim um elo virtual entre teorias e práticas. Uma escola que balize sua proposta pedagógica no intuito de atender às necessidades de seus alunos, sobretudo os alunos do Ensino Fundamental II, que clamam por mudanças na estrutura acadêmica curricular, pois ela continua sendo o principal acesso ao saber e ao conhecimento de muitas pessoas que, além desse acesso, vêem na escola a possibilidade de crescer como ser social. No modelo de sociedade atual a quantidade de informações não pára de crescer e nos desafia a nos posicionarmos criticamente frente a elas e aos contextos para nós relevantes e, assim, a escola deve atuar como possibilidade de conscientização e emancipação de classes e/ou grupos menos favorecidos se propondo a explicitar as possibilidades de acesso destes aos bens e serviços da sociedade, reafirmando o seu duplo papel social: transmitir cultura e transformar as estruturas sociais, adequando seu trabalho às reais necessidades do aluno. Ou seja, deve contemplar uma prática pedagógica que incentive a aprendizagem personalizada a partir do interesse de cada um e que, paralelamente, viabilize a aprendizagem coletiva. Dessa forma, nosso trabalho trará o relato de uma experiência que tem surtido efeito apesar de inovadora em séries iniciais do Ensino Fundamental II, de uma escola da rede municipal de ensino, da cidade de João Pessoa, na Paraíba, e que, trará contribuições para futuras pesquisas voltadas para o trabalho colaborativo bem como, a construção de comunidades de aprendizagem em ambientes virtuais. 2 EAD: ROMPENDO BARREIRAS CULTURAIS No ensino de Matemática, estudiosos buscam metodologias que alterem, aprimorem e melhorem o processo de ensino-aprendizagem da disciplina tida ainda como difícil, ainda rejeitada pelos alunos: pela dificuldade na apreensão dos conceitos ou pelo
3 discurso comum de que esta se assemelha a um amontoado de fórmulas complicadas. A realidade do nosso cenário educacional sinaliza que a desmotivação para aprender e apreender o conteúdo tem sido um dos grandes entraves para o sucesso escolar. Assim, buscamos lançar um olhar para uma nova proposta na dinamização de nossas aulas, nas séries iniciais, do Ensino Fundamental II, com a utilização de um novo recurso pedagógico que tem sido utilizado basicamente nos cursos de nível superior, por entendermos que a proposta da EAD também pode ser incorporada a outros níveis de ensino, pois, uma de suas características fundamentais é a utilização de tecnologias para mediar o contato alunoprofessor, aluno-instituição, aluno-conteúdo e, na maioria das vezes, aluno-aluno. As tecnologias baseadas na Internet tornam possível que a EAD aumente a qualidade dos seus modelos, com novas oportunidades de interação, comunicação e colaboração entre alunos e professores, aluno-aluno e aluno-instituição (SCHRUM, 1998, apud PAZ, 2006). Para Harasim (1990, apud PAZ, 2006), os cursos online têm como características a independência de tempo e lugar, comunicação de muitos para muitos, e aprendizagem colaborativa e a dependência na comunicação textual. A natureza assíncrona, textual da mídia permite controle de tempo, lugar, ritmo e natureza da interação, oferecendo ao usuário a opção de responder imediatamente ou refletir e pesquisar antes de se pronunciar. Alunos em um universo online, em cursos a distância têm demonstrado maior controle e responsabilidade no processo de aprendizagem. A adição de um componente de comunicação online, num curso tradicional, aumenta as possibilidades de comunicação entre aluno e professores, aumentando assim a interatividade (SCHRUM, 1995). A comunicação eletrônica tem características que contribuem na colaboração e interação entre grupos diferentes. Apesar de seu uso se encontrar, hoje, amplamente difundido, o desenvolvimento de ambientes educacionais baseados na Internet não pode ser considerado uma tarefa fácil (NEA, 2000). Alguns desafios são apontados por Wiesenberg & Hultton (1996): o aumento do tempo do planejamento até a oferta de cursos; e a necessidade de criação de uma comunidade virtual, para a qual é preciso que o ambiente encoraje os alunos a serem aprendizes independentes e capazes de buscar ajuda, em diferentes fontes. Para Matuzawa (2001), as comunidades virtuais apresentam-se como uma possibilidade derivada da evolução no campo tecnológico num contexto que engloba o digital. Para ela,
4 essa é uma nova forma de comunidade, na qual as pessoas passam a ter outras maneiras de se integrar, de se comunicar e de se expressar. Para tanto, necessita-se de uma apropriação e reconstrução dessa tecnologia para a EAD, para que esta facilite a comunicação interativa entre os diferentes agentes envolvidos. O aluno, o professor, o monitor, o tutor e os administradores devem sentir-se confortáveis para criar e trocar conhecimento. 3 AVA: UM NOVO OLHAR AO ENSINO DE MATEMÁTICA As novas concepções do ensino apontam à inadequação de métodos unicamente expositivos, que reduzem os papéis do professor e do aluno a meros transmissores e receptores de conteúdos. As dificuldades atuais do ensino de Matemática têm resquícios históricos de uma educação verticalizada e fundamentada num processo de memorização, onde residia a idéia de que o sucesso em Matemática representava igual sucesso em outras áreas do conhecimento, além da idéia utilitarista: a Matemática deveria ser apreendida de modo que o indivíduo pudesse utilizá-la no seu cotidiano como uma ferramenta de auxílio aos estudos das outras ciências (AZEREDO, 2003). A Matemática não se limita à resolução de problemas e à utilização de algoritmos, sobretudo quando consideramos que os alunos são detentores de saberes. Estes não têm ido à escola para o aprendizado puro e simplesmente da sua aplicação direta, mas sim, para relacionar esses conhecimentos nas questões da vida. (CARRAHER et al, 1998). Os moldes atuais do ensino têm exigido uma nova postura dos professores em relação à sua prática. As TICs têm propiciado mudanças em diversas instâncias sociais, ampliando o uso dos dispositivos tecnológicos para fins de gestão da produção, comércio, cultura, entretenimento e educação, o que caracteriza o acesso à informação na sociedade contemporânea. As inovações tecnológicas constituem-se, paralelamente, em desafio e em oportunidade ao mundo da educação; em desafio porque o universo de conhecimentos está sendo revolucionado profundamente; em oportunidade, na medida em que o conhecimento passa a ser o recurso estratégico do desenvolvimento moderno (DOWBOR, 2001). Exigese, portanto, um novo perfil de profissional para o mercado e para a cultura que cada vez mais se expressa no mundo virtual. O advento das tecnologias computacionais e da internet altera os modos de pensar e agir dos indivíduos, pois essa nova cultura requer a aquisição
5 de hábitos intelectuais de simbolização, de formalização do conhecimento, de manejo de signos e de representações (MORAES, 1997). Hoje, nossas crianças e jovens têm um amplo acesso aos diversos dispositivos tecnológicos, inclusive aos atrelados à rede, o que vem mudando a sua forma de pensar e atuar no mundo, e isso sinaliza uma maior exigência à apropriação desses recursos por parte dos sujeitos da escola. O uso dessas ferramentas favorece o trabalho em equipe, a tomada de decisão, o trabalho colaborativo e a construção de novos conceitos. Em escolas que fazem esse uso notadamente percebe-se alunos motivados, envolvidos com as práticas escolares, pontualidade na entrega das atividades propostas e baixo índice de evasão escolar ou seja, uma forma de aliar teoria e prática. Assim, pensamos que uma vez que as TICs exercem um fascínio nos alunos estas também poderiam nos subsidiar nas aulas de Matemática para torná-las mais dinâmicas, desafiadoras, quebrando a barreira do ensino tradicional. Dessa forma, as atividades que vêm sendo desenvolvidas em nossa escola com o uso do AVA, enquanto apoio pedagógico às aulas de Matemática, têm priorizado o conceito de trabalho em equipe, a valorização da tomada de decisão e o favorecimento do pensamento lógico. No primeiro momento, mostramos aos alunos um projeto piloto que vimos desenvolvendo em outras instituições, com tais ferramentas, mostrando como a aprendizagem colaborativa pode contribuir para o aprendizado em rede. Com uma aceitação quase que unânime começamos a agregar os conteúdos a estas ferramentas. O AVA nos permite trabalhar em tempo e espaços diferentes que vão além da sala de aula, que atravessam conceitos em que o ensino tradicional nunca poderia chegar, com atividades assíncronas e síncronas, onde o aluno é o protagonista do seu próprio aprendizado e o constrói com o auxílio do professor enquanto mediador do seu conhecimento. Temos trabalhado, em sala de aula, buscando no AVA e em suas várias possibilidades, promover a participação de fóruns de debate na resolução de problemas, utilizando o raciocínio lógico, visando a não priorização de fórmulas matemáticas; a construção de um glossário tendo como tema gerador o trabalho em equipe; a motivação, enquanto agente transformador, fornecendo aos alunos as várias possibilidades de resolução e postagem de suas produções fóruns, chats, glossário, envio de arquivo único,
6 blogs, questionários, perguntas e respostas. Dessa forma, notadamente, o AVA tem dinamizado nossas aulas, uma vez que os alunos têm se mostrado mais motivados, interagem com maior frequência e participam de forma mais significativa nas discussões mediadas pelo professor. A aprendizagem colaborativa é uma atividade na qual os participantes constroem cooperativamente um modelo explícito de conhecimento (PAZ, 2001). É neste sentido que nosso trabalho permite a troca de incentivos e construção de uma aprendizagem que se faz individual, mas também coletiva. Recorrendo a Libâneo (2004), vivemos numa sociedade que exige maior competência reflexiva, interação crítica, conjunção da escola com outros universos culturais, além da capacidade de diálogo. Há que se apontar para um quadro de carência praticamente generalizado no contexto educacional brasileiro: a necessidade de repensar a educação Matemática no sentido de uma orientação pedagógica que possa conduzir o aluno a uma assimilação compreensiva dos conceitos fundamentais e de uma contextualização da aprendizagem matemática. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Seja na condição de aluno, seja na condição de professor, somos sujeitos da experiência e, por isso, portadores de angústias e expectativas. E, por mais que nossas realidades sejam distintas, encontramos sempre um ponto em comum: a exclusão a que a Matemática acaba submetendo os indivíduos, independente do seu grau de escolaridade e a despeito das crescentes discussões entre os profissionais da área e do surgimento de novas propostas educacionais nesse campo. Há que se ponderar que as mudanças nas práticas escolares só se consolidarão, portanto, quando o grupo constituído na escola tiver consciência da necessidade de mudança. O que mobiliza o grupo envolvido na renovação da prática pedagógica é o interesse pela transformação. A tomada de decisão pela tentativa de mudança buscará formas de superação das defasagens de formação através da leitura e reflexão sobre a prática docente, bem como do intercâmbio com outros grupos constituídos em outras instâncias, especialmente das universidades. Os estudantes têm que aprender a aprender, a transformar criativamente conhecimento em novos conhecimentos e a trabalhar em grupo. Verificamos que
7 qualificação profissional não é mais restrita ao conhecimento necessário para exercer a profissão. Flexibilidade, iniciativa, intuição, colaboração, resolução de conflitos e aptidão para as TICs são cada vez mais exigidas. Trabalhar com essas tecnologias exige mutuamente esforços voltados para novas práticas e pesquisas exigidas no cenário mundial. REFERENCIAS AZEREDO, Maria Alves. A mediação pedagógica na resolução de problemas matemáticos. João Pessoa: UFPB, (Dissertação de Mestrado). CARRAHER, David & outros. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez, DOWBOR, Ladislau. Tecnologias do conhecimento: os desafios da educação. Petrópolis/RJ: Vozes, LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, MATUZAWA, Flavia Lumi. O conceito da comunidade virtual auxiliando o desenvolvimento da pesquisa científica na educação a distância. Dissertação e mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFC. Defendida em novembro/ MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. 4. ed. Campinas/SP: Papirus, NEA(2000) A survey of traditional and distance lwarnig higher education members. National Education. Association (retrieved April 2001 http: PAZ, Carolina Rodrigues. Aprendizagem de adultos em ambiente virtuais. Online. In: Anais do Congresso Brasileiro Educação de Jovens e Adultos, Florianópolis, [online] PAZ, Carolina Rodrigues et al. Monitoria online em educação a distância: o caso LED/UFSC. In: SILVA, Marcos (Org.). Educação online. 2. ed. São Paulo: Loyola, SCHRUM, Lynne Educators and the Internet: A case study of professonal development. Computers and Education, 24 (3), (1995), WIESEMBERG, F., HUTTON, S. teaching a graduate program using computer-mediated conferencing sofware, Journal of Distance Education, 11 (1), (1996),
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