PREVALÊNCIA DA TERAPIA ENDODÔNTICA NOS USUÁRIOS DE UMA CLÍNICA-ESCOLA DE ODONTOLOGIA.

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1 PREVALÊNCIA DA TERAPIA ENDODÔNTICA NOS USUÁRIOS DE UMA CLÍNICA-ESCOLA DE ODONTOLOGIA. Giovanna Bessa Rodrigues* Iara de Souza Negri * Juliana Bento Domiciano* Keysiane Jovita P. S. Gonçalves* Meirivone Castelane* Renata Furbino Coelho* Érika de Aguiar Miranda Coelho** RESUMO O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência da terapia endodôntica realizada nos usuários das clínicas das disciplinas de Endodontia da FACS/Univale, tornando possível o conhecimento da resolutividade dos casos tratados. As informações dos prontuários clínicos foram transferidas para um banco de dados criado especialmente para este estudo. Os resultados foram estatisticamente analisados através da distribuição de freqüências absolutas e relativas, e mostraram que o gênero feminino foi o que recebeu maior número de tratamentos endodônticos, sendo a faixa etária mais acometida a de 19 a 59 anos (adultos). O tratamento endodôntico foi realizado com mais freqüência nos dentes superiores, em relação aos inferiores, e a maior prevalência foi no grupo dos incisivos superiores. Mais de 50% dos dentes que receberam tratamento endodôntico, ainda se encontram com selamento coronário provisório. Faz-se necessário, então, delinear por uma equipe multidisciplinar, um fluxo de encaminhamento destes pacientes, uma vez que o tratamento endodôntico só está terminado quando o dente se encontra restaurado definitivamente. PALAVRAS CHAVES: Prevalência. Terapia endodôntica. Clínica-escola. *Alunos do 8º Período do Curso de Odontologia da FACS/UNIVALE. ** Especialista em Odontopediatria, Especialista e Mestre em Endodontia. Professora das disciplinas de Endodontia I, II e III do Curso de Odontologia da FACS/UNIVALE.

2 2 INTRODUÇÃO O tratamento endodôntico se divide em duas etapas: preparo químico-mecânico e obturação (SOUZA, 2003). O preparo químico-mecânico do canal tem dois objetivos básicos: promover a limpeza do sistema de canais e dar uma forma ao canal (INGLE et al., 1994). Embora a importância da obturação não deva ser negada, é preciso ressaltar que o sucesso do tratamento endodôntico reside na eliminação ou máxima redução possível de irritantes do sistema de canais radiculares (LOPES et al., 1996; LOPES et al., 1997). Apesar do elevado índice de sucesso que a terapia endodôntica alcança, não é raro deparar-se na clínica, com pacientes que traduzem o fracasso desta terapêutica (FRIEDMAN; STABHOLTZ, 1986). As causas que podem levar ao fracasso são várias, desde ao acesso coronário, instrumentação, até a falta de habilidade do operador e, consequentemente se não tratadas fatores microbianos podem favorecer ao aparecimento de uma reação periapical. Nessas situações, quando há necessidade de uma nova intervenção em um dente com canal tratado, sempre que possível a terapia de escolha é o retratamento (FRIEDMAN; STABHOLTZ, 1986; MANDEL; FRIEDMAN, 1992; COHENCA et al., 1996). Dados na literatura são escassos no que diz respeito à prevalência do perfil da população atendida nas faculdades de Odontologia. O conhecimento deste perfil populacional atendido nas clínicas universitárias é importante para nortear não só o delineamento das prioridades para atendimento, como para melhorar os resultados da prática endodôntica (SERENE; SPOLSKY, 1981; SAAD; CLEM, 1988).

3 3 Sendo assim, o objetivo deste estudo foi identificar a prevalência da terapia endodôntica realizada dos usuários das clínicas das disciplinas de Endodontia da Univale, tornando possível o conhecimento da resolutividade dos casos tratados, no período de maio de 2003 a junho de 2008, visando organizar, tornar funcional, armazenar e administrar dados coletados, garantindo a utilização destes dados pelos graduandos e pesquisadores. Sugerir o delineamento de um fluxo organizacional dos encaminhamentos dados aos pacientes depois de concluídos os tratamentos e/ou retratamentos endodônticos, uma vez que a terapia endodôntica só termina quando o elemento dental está restaurado definitivamente. Desta forma, tornando possível o conhecimento da resolutividade dos casos tratados nas clínicas de Endodontia do curso de Odontologia da Univale. REVISÃO DA LITERATURA Epidemiologia dos Tratamentos Endodônticos Na literatura endodôntica reporta-se avanços das técnicas e novos materiais, mas há escassez de dados epidemiológicos, sendo a epidemiologia um método tradicional para o estudo da distribuição de um problema de saúde na população, e para a investigação das raízes desta distribuição pode, também, ser empregada para a avaliação do sucesso da aplicação de medidas terapêuticas (ERIKSEN, 1991). Levantamentos epidemiológicos da freqüência e distribuição dos dentes tratados endodonticamente revelam as técnicas empregadas para realização do tratamento, bem como a sua demanda (MOLVEN, 1976). A análise de casos atendidos em universidades pode ser relevante para obtenção do diagnóstico e formulação do planejamento em determinados casos clínicos, e constitui uma fonte de conhecimento necessária, que contribui para o sucesso dos resultados da prática endodôntica (EL-SWIAH; WALTER, 1996; ÇALISKAN; PELIVAN, 1996; HEPWORTH; FRIEDMAN, 1997; SAUNDERS;

4 4 SAUNDERS, 1998). Além do mais, pesquisas para avaliar os tratamentos endodônticos realizados pelos acadêmicos dos cursos de graduação, em Odontologia, sugerem uma análise crítica na reavaliação das práticas e filosofia do ensino da Endodontia (SERENE; SPOLSKY, 1981). Informações sobre a qualidade e o prognóstico do tratamento endodôntico têm sido baseadas em estudos clínicos realizados em faculdades de Odontologia e/ou em clínicas especializadas (KEREKES; TRONSTAD, 1979; SERENE; SPOLSKY, 1981; FRIEDMAN et al., 1995). Inúmeros trabalhos prospectivos e retrospectivos têm sido realizados para avaliar os resultados dos tratamentos endodônticos, baseando nos aspectos clínicos e radiográficos, com média de sucesso variando de 48 a 96%. Essa enorme discrepância na porcentagem de sucesso é em decorrência dos diferentes tipos de tratamentos endodônticos analisados, dos critérios de avaliação utilizados, do período de observação pós-tratamento endodôntico e outras variáveis (SELTZER et al. 1963; GROSSMAN et al. 1964; GOLDMAN et al., 1972; KEREKES; TRONSTAD, 1979; BERGENHOLTZ et al., 1979; SJÖGREN et al., 1990; FRIEDMAN et al., 1995; IMURA, 2000). Os estados pré operatório da polpa e a região peri-radicular são os dois fatores mais importantes na determinação do prognóstico para o tratamento endodôntico. Confirmando o papel que o microorganismo exerce na iniciação, propagação e persistência da lesão peri-radicular, os trabalhos que analisam os percentuais de sucesso dos dentes com vitalidade mostram taxas de sucesso maiores do que nos dentes sem vitalidade, especialmente quando apresentam lesões óssea peri-radiculares (SELTZER et al. 1963; KAKEHASHI et al., 1965; GROSMANN et al., 1964; BENDER et al., 1966; SELTZER et al. 1967; BERGENHOLTZ et al., 1979; SJÖGREN et al., 1990; FRIEDMAN et al., 1995).

5 5 Nos retratamentos endodônticos por razões preventivas, protéticas ou curativas, novamente a presença da rarefação óssea peri-radicular influi decisivamente no prognóstico dessa reintervenção, apresentando percentuais de sucesso menores do que dentes sem lesão (ENGSTROM et al., 1964; BERGENHOLTZ et al., 1979; SJÖGREN et al., 1990; FRIEDMAN et al., 1995). Estudos histológicos e bacteriológicos têm demonstrado como é difícil obter uma boa desinfecção do sistema de canais radiculares em apenas uma visita, e sugerem o emprego da medicação intra-canal entre sessões para eliminação dos microorganismos. Vários trabalhos demonstram que os prognósticos clínicos dos tratamentos em relação ao número de sessão operatória são muito semelhantes, uma vez que nos casos de sessão única o índice de sucesso varia de 64 a 94,8%, e nos casos de múltiplas sessões varia de 74 a 91,6% (SJÖGREN et al., 1990; BERGER, 1991; TROPE et al., 1999). Outro fator bastante debatido nos trabalhos é o limite apical de obturação. As análises histológicas indicam que as obturações com vários milímetros aquém do ápice radicular (mais de 2 mm) são mais favoráveis ao reparo tecidual (SOUZA FILHO et al.; 1987, SOUZA FILHO et al., 1996; HOLLAND et al., 1993). Alguns trabalhos clínicoradiográficos são, também, favoráveis às obturações aquém do forame apical (menos de 2 mm) (SWARTZ et al., 1983; SJÖGREN et al., 1990), e outros nas proximidades dos limites radiográficos (IMURA, 2000; ESTRELA; FIGUEIREDO, 1999). Dados na literatura são escassos no que diz respeito à prevalência do perfil da população atendida nas faculdades de Odontologia. O conhecimento deste perfil populacional atendido nas clínicas universitárias é importante para nortear não só o delineamento das prioridades para atendimento, como para melhorar os resultados da prática endodôntica (SERENE; SPOLSKY, 1981; SAAD; CLEM, 1988).

6 6 Farrel e Burkes (1989) publicaram os dados dos tratamentos endodônticos realizados na Inglaterra e no país de Gales de 1948 a Esses registros mostraram que a quantidade de tratamento endodôntico realizado teve um aumento crescente, com pico em 1984, enquanto o número de extrações diminui. A maior incidência foi na faixa etária de 21 a 30 anos, sendo os dentes anteriores os mais acometidos. Ingle (1976) relatou uma maior prevalência de tratamento endodôntico nos dentes superiores (68%) quando comparado aos dentes inferiores (32%). Seltzer et al. (1963), Serene; Spolky (1981) mostraram que os dentes inferiores apresentaram uma maior prevalência de tratamentos endodônticos em relação aos dentes superiores. Boucher et al. (2002) relataram uma prevalência de 63% para o gênero feminino em relação a 37% para o gênero masculino. De acordo com Gonçalez (2007) nenhum outro estudo, sobre tratamentos endodônticos e saúde periapical em uma população brasileira localizada na região sudeste, foi publicado no Brasil anteriormente a este. Nesta pesquisa Gonçalez examinou 263 dentes, e relatou que os tratamentos endodônticos foram realizados com maior freqüência nos dentes superiores (53,9%) em relação aos dentes inferiores (28,1%). Apesar do percentual encontrado para os dentes superiores, o dente que mais recebeu o tratamento endodôntico foi o molar inferior (22,9%) seguido pelos incisivos superiores (22,7%). A menor incidência nos tratamentos foi no grupo dos incisivos inferiores (3,1%). O gênero feminino foi mais prevalente do que o masculino (65,4%), sendo a faixa etária mais prevalente dos 21 aos 39 anos.

7 7 Estrela (2009) relatou que o gênero feminino foi o mais prevalente, e o grupo de dentes mais acometidos foi o dos pré-molares. Considerações gerais Sobre o Sucesso e o Fracasso dos Tratamentos Endodônticos O objetivo do tratamento do sistema de canais radiculares envolve a recuperação do dente comprometido nos seus aspectos funcionais e estéticos. Para que isto ocorra são realizadas manobras de limpeza, desinfecção e modelagem do sistema endodôntico onde a sanificação e a manutenção desta, entre sessões, são de extrema importância, pois com isso ocorre a eliminação de microorganismos levando à reparação dos tecidos lesados (PAIVA; ANTONIAZZI, 1993 citados por SILVA; PEREIRA; RAMALHO, 2004). Assim, todas as fases do tratamento do canal radicular devem ser encaradas com atenção e importância, desde o conhecimento da anatomia interna até a execução de uma obturação o mais hermética possível (BYSTROM; SUNDQVIST, 1985). Para Lopes et al. (2000) a obturação de toda a extensão do sistema de canais radiculares, desde a coroa até o ápice, eliminando espaços vazios, visa perpetuar a desinfecção obtida no preparo químico-mecânico. Infelizmente, isto nem sempre é alcançado na clínica, devido às complexidades anatômicas de muitos canais radiculares e conseqüentemente limitação do acesso pelos instrumentos, irrigantes, medicamentos intra-canal e materiais obturadores. O tratamento pode falhar se o operador não identificar a presença de um canal adicional. Alterações anatômicas, como presença de sulcos radiculares, podem interferir diretamente no percentual de sucesso endodôntico.

8 8 Segundo De Deus (1992) fracassos podem ser observados em dentes indevidamente selecionados para o tratamento, mesmo utilizando-se de procedimento adequado. O primeiro passo para selecionar adequadamente o tratamento endodôntico se processa através de um exame clinico cuidadoso e bem elaborado do paciente. O sucesso do tratamento endodôntico depende das medidas lineares obtidas a partir de radiografias tomadas durante a odontometria, e do seguimento do comprimento de trabalho determinado até a obturação final (KAWAUCHI; BULLEN; CHINELLATO; 2004). A correta obturação do espaço endodôntico e a aprimorada restauração do elemento dental, evitam a proliferação e recontaminação bacteriana. Seguindo este princípio, é indiscutível a necessidade do emprego de um bom selador provisório entre sessões, pois o sistema de canais radiculares permanece vulneravel à colonização de microorganismos provenientes do meio bucal (SALAZAR - SILVA, 2000, citados por SILVA; PEREIRA; RAMALHO, 2004). Muitas variáveis biológicas, fatores do tratamento endodôntico e condições das restaurações têm sido sugeridos na literatura como relevantes para o prognóstico da terapia endodôntica (CHUGAL et al., 2001). Atualmente tem sido dada muita ênfase ao selamento coronário, temporário ou definitivo, pós tratamento endodôntico uma vez que este é responsável por impedir a penetração de fluidos e bactérias para o interior do sistema de canais radiculares (SAUNDERS; SAUNDERS, 1998). Ray; Trope (1995) avaliaram 1010 dentes e relataram que o selamento coronário é significantemente mais importante do que a qualidade da obturação do canal para a manutenção da integridade dos tecidos periapicais.

9 9 Critérios clínicos e radiográficos de avaliação do sucesso ou fracasso endodôntico foram apresentados pela Associação Americana de Endodontia (QUALITY ASSURANCE GUIDELINES, 1987). Clinicamente, dentes que apresentam sintomas subjetivos persistentes, fístula recorrente ou edema, desconforto a palpação ou percussão, evidência de uma fratura irreparável, excessiva mobilidade ou perda periodontal progressiva e a perda da função são considerados como fracasso. Radiograficamente, o insucesso é comprovado quando há aumento do espaço do ligamento periodontal, ausência de reparo ósseo ou aumento do tamanho da rarefação, falta do restabelecimento da lâmina dura, aparecimento de rarefações ósseas em áreas onde previamente não existiam, espaços não obturados visíveis no canal, e reabsorções associadas a outros sinais radiográficos de insucesso. Esta associação ressalta, ainda, a importância do acompanhamento do paciente em proservações futuras, com retornos em intervalos de acompanhamento do tratamento de 6 meses no mínimo, e anualmente até 10 anos. Para a Sociedade Européia de Endodontia (European Society of Endodontology), em 1994, a ausência de dor, tumefação, fístula, da perda de função e evidência radiográfica de espaço do ligamento periodontal normal são indicativos de sucesso. Se a radiografia revela que a lesão permanece a mesma ou somente diminui em tamanho, o tratamento não é considerado sucesso. Determinou também que a radiografia de controle deve ser tirada pelo menos após 1 ano e novos controles subseqüentes, caso necessário até 4 anos, quando é definitivamente considerado insucesso. Diagnosticado o insucesso a opção primeira de tratamento é o retratamento endodôntico que apresenta dificuldades e complicações tornando o prognóstico duvidoso e sombrio. Restaurações extensas, coroas e próteses fixas, podem cobrir totalmente a coroa dentária, aumentando as possibilidades de erro durante o preparo do acesso. Durante os esforços para remoção sempre existe certo risco de fratura para o dente (ESTRELA; FIGUEIREDO, 1999).

10 10 O retratamento consiste, então, na realização de um novo tratamento, seja porque o anterior fracassou ou, simplesmente, porque se deseja fazer um tratamento mais correto ou adequado principalmente nos casos em que surgiu a necessidade de os elementos dentários servirem de suporte a trabalhos protéticos. Basicamente, o retratamento endodôntico consiste em realizar a remoção do material obturador, a reistrumentação e reobturação do sistema de canais radiculares (LOPES; SIQUEIRA JR, 1999). Para Shilder (1974) devido as elevadas taxas de fracasso encontradas no tratamento endodôntico o futuro da endodontia será o retratamento. O retratamento endodôntico é uma área que sempre preocupou os endodontistas, já que o índice de sucesso é bem menor do que nos casos de tratamento primário bem realizado (ALLEN; NEWTON; BROW, 1989; SJÖGREN et al., 1990, citados por CUCCO; LIMONGI; HARTMANN, 2002). Tanomaru Filho et al. (1996) relataram que, quando indicado o retratamento, devem ser observados, clínica e radiograficamente, os materiais utilizados na obturação anteriormente realizada e a condição dos mesmos no canal radicular, porque os materiais obturadores apresentam uma certa resistência à remoção durante o retratameno, variando de acordo com a sua consistência, conforme demonstraram, posteriormente Tanomaru Filho et al. (1997) citados por Cucco; Limongi; Hartmenn (2002). A sanificação do canal será tão ou mais eficiente quando houver a total remoção do material obturador, pois os resíduos podem abrigar microorganismos e, ainda, bloquear túbulos dentinários que impedirão ou dificultarão a ação da medicação intracanal ( CUCCO; LIMONGI; HARTMANN, 2002).

11 11 Após a recuperação da extensão apical, os procedimentos endodônticos de rotina serão instituídos para concluir o retratatamento. Quando o diagnóstico correto tiver sido feito e todos os aspectos técnicos de retratamento forem cuidadosamente executados, o retratamento convêncional pode ter um alto índice de suscesso (COHEN; HARGREAVES, 2007). As lesões endodônticas pós-tratamento não impedem que o dente envolvido seja salvo. Na verdade, a maioria desses dentes pode ter sua saúde e função de volta ainda por um longo tempo, valendo-se dos procedimentos atuais de retratamento. Na maior parte das vezes, a opção do retratamento oferece maior vantagem ao paciente, uma vez que nenhuma substituição funciona tão bem quanto o dente natural (COHEN; HARGREAVES, 2007). MATERIAL E MÉTODO Amostra A amostra foi constituída de todos os prontuários dos usuários das clínicas de endodontia que se encontravam no banco de dados da secretaria de pacientes no período de maio de 2003 a junho de Durante o levantamento, os formulários para a coleta de dados foram checados para identificar erros e omissões, e corrigidos quando necessário.

12 12 Critérios de inclusão e exclusão Foram incluídos neste estudo 1510 prontuários clínicos de usuários na faixa etária de 10 a 60 anos ou mais. Considerou-se, adolescentes indivíduos de 10 a 18 anos, adultos de 19 a 59 anos, e idosos indivíduos de 60 anos ou mais. Foram definidos como critério de exclusão prontuários de pacientes cuja idade era inferior a 10 anos. Coleta de dados Os dados foram coletados a partir dos prontuários clínicos dos usuários das clínicas das disciplinas de endodontia. Um instrumento de coleta de dados foi desenvolvido. As variáveis incluídas foram idade, sexo e número de dentes submetidos à terapia endodôntica. Visando verificar o método de trabalho, o tempo gasto e a uniformidade na coleta dos dados foi realizado um treinamento com as seis (6) pesquisadoras. A coleta de dados se deu no período de maio a agosto de Os dados dos prontuários clínicos, devidamente codificados, foram compilados em um banco de dados especialmente criado para este estudo. Os resultados foram estatisticamente analisados através da distribuição de freqüências absolutas e relativas, pelo programa SSP for Windows.

13 13 RESULTADOS A tabela 1 destaca a distribuição dos valores obtidos em relação ao gênero e a idade. Considerou-se adolescentes indivíduos na faixa etária de 10 a 18 anos, adultos de 19 a 59 anos, e de 60 anos ou mais a faixa etária de idosos. TABELA 1. Distribuição dos pacientes que receberam tratamento endodôntico na UNIVALE. Gênero Idades n (%) Adolescentes 49 3,24 Feminino Adultos ,07 Idosos 55 3,64 Adolescentes 35 2,32 Masculino Adultos ,75 Idosos 45 2,98 Total 1510 A freqüência dos pacientes que receberam tratamento endodôntico foi maior no gênero feminino na faixa etária de 19 a 59 anos (adultos) (60,07 %) (GRÁFICO 1).

14 Incisivos Caninos Pré-molares Molares Não se aplicam Feminino Adolescentes Feminino Adultos Feminino Idosos Masculino Adolescentes Masculino Adultos Masculino Idosos GRÁFICO 1: Total do número de dentes tratados endodônticamente nas clínicas de endodontia da UNIVALE. Foram identificadas terapias endodônticas em 1510 prontuários clínicos, totalizando 2520 dentes, destes a maior prevalência foi de tratamentos endodônticos concluídos na faixa etária de 19 a 59 anos (adultos) que corresponde um percentual de 90,40%, seguindo dos tratamentos endodônticos não concluídos (8,77%) (GRÁFICO 2). GRÁFICO 2. Número percentual de tratamento endodôntico realizado na UNIVALE.

15 15 A distribuição geral do número de tratamentos endodônticos realizados por dente, nos 2520 dentes, pode ser observada na tabela 2. A maior prevalência foi para o elemento dental 36 (6,67%), seguido do 46 (5,79%) e do elemento 11 (5,71%). TABELA 2. Distribuição geral do nº de tratamentos endodônticos realizados por dente. Dente n % , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,83 Total

16 16 O gráfico 3 representa a análise descritiva do número de dentes tratados endodonticamente no arco superior e no arco inferior. Desta análise verificou-se que a maior prevalência foi no grupo dos incisivos superiores (21,15%), seguido do grupo dos molares inferiores (20,71%). Do total dos tratamentos endodônticos o percentual de molares tratados supera os pré-molares em 4,8% GRÁFICO 3. Número de dentes inferiores e superiores tratados endodonticamente. Da situação atual dos dentes tratados endodonticamente na cavidade bucal, 54,44% desses se encontram com selamento coronário provisório, 28,57% com coroa provisória e 5,0% receberam restauração metálica fundida (RMF) MOD (Tabela 3).

17 17 TABELA 3. Situação atual dos dentes com tratamentos endodônticos na cavidade bucal. Situação encontrada n % Amálgama 8 0,32 Amálgama Classe I 7 0,28 Amálgama Classe II 6 0,24 Amálgama Classe III 3 0,12 Amálgama Classe IV 3 0,12 Amálgama Classe V 2 0,08 Coroa 4\5 29 1,15 Coroa Espiga 8 0,32 Coroa Jaqueta 40 1,59 Coroa Metalo-Cerâmica 1 0,04 Coroa provisória ,57 Coroa Total Metálica 47 1,87 Coroa Venner 96 3,81 Exodontia 44 1,75 Faceta Estética 18 0,71 núcleo com fibra de vidro 2 0,08 Resina com pino 4 0,16 Resina Fotopolimerizavel 53 2,10 Resina fotopolimerizável Classe I 60 2,38 Resina fotopolimerizável Classe II 21 0,83 Resina fotopolimerizável Classe III 34 1,35 Resina fotopolimerizável Classe IV 45 1,79 Resina fotopolimerizável Classe V 15 0,60 Resina fotopolimerizável Classe VI 2 0,08 Restauração com Ionômero de Vidro 3 0,12 RMF MOD 126 5,00 RMF Onlay ou inlay 3 0,12 Selamento provisório ,44 Total 2520 DISCUSSÃO Levantamentos epidemiológicos da freqüência e distribuição dos tratamentos endodônticos demonstram as técnicas empregadas para realização do tratamento em si, bem como sua demanda (MOLVEN, 1976). Corroborando Serene; Sposlky (1981) este trabalho demonstrou que pesquisas relacionadas à terapia endodôntica realizada por alunos dos cursos de Odontologia pode

18 18 sugerir a necessidade de uma reavaliação das práticas e filosofias do ensino da Endodontia e áreas afins, uma vez que o tratamento endodôntico só termina quando o elemento dental está restaurado definitivamente. O presente estudo consistiu de um levantamento do perfil sócio-demográfico dos usuários das clínicas de Endodontia do curso de Odontologia da FACS/Univale, e não constitui uma amostra randomizada desta população. Entretanto, ofereceu dados que permitirão, principalmente, o delineamento do fluxo organizacional dos encaminhamentos dados aos pacientes depois de concluídos os tratamentos endodônticos. Portanto, nos permitiu ter conhecimento da resolutividade dos casos tratados nas clínicas de atendimento a pacientes com necessidades endodônticas. O tratamento endodôntico foi realizado com mais freqüência nos dentes superiores (60%) do que nos inferiores (39%). A diferença de aproximadamente 20% entre o número de dentes tratados na maxila e mandíbula foi maior que o esperado. Seltzer et al. (1963); Serene; Spolky (1981) mostraram que os dentes inferiores apresentaram uma maior prevalência de tratamentos endodônticos em relação aos dentes superiores. Estes achados, também, estão de acordo com Ingle (1976) que relatou uma maior prevalência de tratamento endodôntico nos dentes superiores (68%) quando comparado aos dentes inferiores (32%), e com Gonçalez et al.(2007) que reportaram uma prevalência de 56,1% para a maxila e 43,9% para a mandíbula após o exame de 263 dentes. Os incisivos superiores apresentaram uma porcentagem maior (21,15%) de tratamento endodôntico recebido em relação aos molares inferiores (20,71%). Resultados bem semelhantes foram encontrados Seltzer et al (1963), Serene; Spolky (1981), e por Gonçalez (2007) que relataram uma freqüência de 22% para os molares inferiores seguidos dos incisivos superiores (22,7%). Farrel; Burke (1989), também, relataram serem os dentes anteriores superiores os mais acometidos. Entretanto, diferem dos achados de Estrela (2009) que relatou uma maior prevalência ocorreu no grupo dos pré-molares. Nesta pesquisa a menor prevalência de tratamentos endodônticos foi

19 19 encontrada no grupo dos incisivos inferiores (3,64%) semelhante aos resultados de Gonçalez (2007) cuja prevalência encontrada foi de 3,1%. Acreditamos que, a alta incidência de tratamentos endodônticos nos molares inferiores é devido ao fato de que estes são os primeiros dentes permanentes a erupcionar na cavidade oral, e muitas vezes são confundidos com os dentes decíduos não recebendo os devidos cuidados, sendo dessa forma mais envolvidos com os processos cariosos. Os incisivos superiores, por outro lado, são mais envolvidos devido a razões estéticas. O presente estudo mostrou que a faixa etária mais acometida foi a de 19 a 59 anos, faixa etária esta incluída no grupo dos adultos. Faixas etárias aproximadas foram relatadas por Farrel; Burkes (1989), Saunders; Saunders (1988), e Gonçalez et al. (2007). Farrel; Burkes (1989) publicaram os dados dos tratamentos endodônticos realizados na Inglaterra e no país de Gales de 1948 a 1987 e registros mostraram que a maior incidência foi na faixa etária de 21 a 30 anos. Saunders; Saunders (1988) notaram uma redução de tratamentos endodônticos nos pacientes com idade menor que 25 e maior que 50 anos. Entretanto, no intervalo destas idades os autores acreditam que o aumento na realização dos tratamentos se deve à presença de restaurações com infiltração marginal, à ausência de proservação e à falta de preocupação destas pessoas com sua saúde oral. De acordo com Gonçalez et al. (2007) a faixa etária mais prevalente dos 21 aos 39 anos. A freqüência de tratamentos endodônticos realizados variou entre o gênero feminino (67,85%) e o masculino (33,05%). Estes achados corroboram com os encontrados por Boucher et al. (2002) que relataram uma prevalência de 63% para o gênero feminino em relação a 37% para o gênero masculino, e com os achados de Gonçalez et al. (2007) onde o gênero feminino (67%) foi mais prevalente do que o masculino (33%).

20 20 Ainda neste estudo um cruzamento de dados foi realizado que difere de todos os outros estudos. Em relação ao gênero, à faixa etária e aos dentes mais acometidos foi encontrado que o tratamento endodôntico é mais realizado em mulheres, na faixa etária de 19 a 59 anos (adultos) (60,07%), e o grupo de dente mais acometido é o pré-molar (21,63%). Focando somente os dados gênero e grupo de dentes, este trabalho corrobora com os achados de Estrela (2009) que relatou uma maior prevalência nas mulheres, onde os dentes mais envolvidos foram os pré-molares. Muita ênfase tem sido dada ao selamento coronário pós tratamento endodôntico uma vez que este é responsável por impedir a penetração de fluidos e bactérias para o interior do sistema de canais radiculares (SAUNDERS; SAUNDERS, 1998). Ray; Trope (1995) relataram que o selamento coronário é significantemente mais importante do que a qualidade da obturação do canal para a manutenção da integridade dos tecidos periapicais. Portanto, o ideal seria que todo dente tratado endodonticamente fosse imediatamente restaurado de forma definitiva. Entretanto, no presente estudo dos 2520 dentes que receberam o tratamento endodôntico 54,44% se encontram com selamento coronário provisório, e 18,57% com coroa provisória. CONCLUSÃO O tratamento endodôntico foi realizado com mais freqüência nos dentes superiores em relação aos inferiores; A prevalência de tratamentos endodônticos realizados foi maior no grupo dos incisivos superiores, seguido do grupo dos molares inferiores; O dente que mais recebeu tratamento endodôntico foi o molar inferior esquerdo (36), seguido do molar inferior direito (46) e do incisivo central superior direito (11); Mais de 50% dos dentes que receberam tratamento endodôntico nas clínicas das disciplinas de Endodontia, ainda, se encontram com selamento coronário provisório;

21 21 ABSTRACT PREVALENCE OF THE ENDODONTIC THERAPY OF USERS OF A CLINICAL- SCHOOL OF DENTISRY. The purpose of this study was to identify the prevalence of the endodontic therapy of the people who has a temporary use of the endodontical services of the odontological curse at the Univale, making possible the knowledge of the resolution of the treated cases. The informations of the dental charts were transferred to a bank of data specially created to this study. The results were statistically analyzed through the distributions of arbitrary (absolute) and related frequencies, and showed that the feminine gender was the one which received the biggest number of endodontical treatments, being the age limits from nineteen (19) to fifty-nine (59) years (adults). The endodontical treatment was performed more frequently in the upper teeth, in relation to the lower ones, and the highest prevalence was in the group of the upper incisors. More than 50% of the teeth which received endodontical treatment still have temporary coronal seal. It s necessary therefore, to create through a multidiciplinary crew, a flood to lead these pacient, once the endodontical treatment is only finished when the tooth is definitively restored. KEY-WORDS: Prevalence. Endodontical therapy. Clinical- School. REFERÊNCIAS BENDER, I. B. et al. Endodontic success-a reppraisal of critrria. Part II. Oral Surg., v. 22, p , 1966.

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