A INDÚSTRIA DO ESTADO DO MARANHÃO. Estrutura

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1 A INDÚSTRIA DO ESTADO DO MARANHÃO Estrutura A indústria de transformação maranhense tem mantido, ao longo dos últimos anos, participação pouco significativa no total da indústria nacional, conforme atestam dados recentes do IBGE 1. Com um dos menores parques industriais do país, o Maranhão apresentou, no período de 1995 a 1998, Valor Adicionado Bruto de apenas 0,4% do total brasileiro nesse setor de atividade 2. As informações levantadas pela Pesquisa da Atividade Econômica Regional (Paer) em unidades locais com mais de 20 funcionários mostram que a atividade industrial se concentra em poucos segmentos, essencialmente na produção de bens intermediários (em torno de 60% do total das unidades e 66% das pessoas ocupadas). Os segmentos do setor bens de consumo não duráveis aparecem em segundo lugar, enquanto os de bens de capital e de consumo duráveis estão modestamente representados. As principais divisões da indústria do estado são as de minerais não metálicos, demais produtoras de bens intermediários e de alimentação e bebidas, cujas participações, somadas, chegam a aproximadamente 59% do total de unidades locais e 71% dos empregados. Nota-se, também, que as estruturas produtivas da aglomeração urbana de São Luís e das demais regiões do Estado são bastante semelhantes, com predomínio das produtoras de bens intermediários, seguidas pelo setor de não duráveis e com ínfima participação dos bens de capital e de consumo duráveis. As instalações do parque industrial maranhense, entretanto, encontram-se predominantemente nas demais regiões do Estado, onde estão 66% das unidades e cerca de 60% dos empregados. Nessa região estão estabelecidas a maior parte do setor de bens intermediários (a totalidade das indústrias de madeira e a maioria dos outros segmentos); a metade das unidades de bens não duráveis (com predomínio dos fabricantes de móveis) e parcela equivalente à metade das fabricantes de bens de capital (com cerca de 70% do pessoal ocupado no setor). 1 IBGE Contas Regionais do Brasil, 1998 série "Contas Nacionais", nº. 5, Rio de Janeiro, Em 1998, a indústria do Maranhão ocupava a 19 ª posição no total nacional, à frente de estados como Rio Grande do Norte, Piauí, Rondônia, Tocantins, Acre, Roraima, Amapá e Distrito Federal. SEADE 74

2 Tabela 29 Unidades Locais e Respectivo Pessoal Ocupado, segundo Categorias de Uso e Atividades Selecionadas, Aglomeração Urbana de São Luís e Demais Regiões do Estado Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Estado São Luís Demais Regiões UL PO UL PO UL PO Total Grupo I - Bens de Consumo Não-Duráveis Alimentação e bebidas Móveis Demais Grupo II - Bens Intermediários Madeira Minerais não-metálicos Química e combustíveis Demais Grupo III - Bens de Capital e de Consumo Duráveis 4 Fonte: Pesquisa da Atividade Econômica Regional - Paer No Maranhão, especialmente nas categorias de bens de consumo nãoduráveis e intermediários, predominam as unidades de pequeno porte (com menos de 100 funcionários), na proporção de 81% do total. Já nos setores de alimentos e bebidas e demais bens intermediários (que incluem as metalúrgicas do interior do Estado), aparece razoável número de empresas de médio porte (de 100 a 499 funcionários), situação similar à da metade das unidades do setor de bens de capital e de consumo duráveis. Apenas nos casos das demais produtoras de bens intermediários constatou-se a existência de unidades de grande porte, que empregam mais de mil pessoas. A participação das unidades de médio porte no total do emprego industrial mostra-se significativa, em particular nas indústrias de bens duráveis (exceto nas de móveis, em sua totalidade unidades de pequeno porte) e de capital (cujos resultados devem ser relativizados, em face do escasso número de unidades). As demais indústrias de intermediários ocupam mais de 80% do total de funcionários nas unidades de médio e grande porte. SEADE 75

3 Quanto ao porte das unidades, porém, as estruturas regionais diferem. Para a aglomeração de São Luís, a participação das médias indústrias no setor de não-duráveis supera a das demais regiões do Estado, situação que se inverte no segmento de intermediários. As unidades de grande porte, por sua vez, localizam-se exclusivamente na região de São Luís. Em todos os segmentos analisados, o número de empresas com uma única localização é muito maior: aproximadamente 85% do total das unidades industriais do Estado, que empregam mais de 64% do pessoal. Ocorre, porém, de empresas multilocais terem expressiva parcela de postos de trabalho, como é o caso dos setores de bens de capital e de consumo duráveis, e da indústria da madeira e das demais de bens intermediários. Não se nota significativa diferença na distribuição das unidades entre as regiões do Estado, valendo apenas registrar que, na área de São Luís, o número de trabalhadores de empresas unilocais não chega à metade do total. A distribuição de unidades de empresas multilocais revela a predominância de unidades exclusivamente produtivas, ocupando a maior parte do pessoal. Tais resultados são, contudo, influenciados pela maior participação do setor de intermediários no cômputo total, uma vez que se mostra expressivo, em algumas divisões, o número de unidades que conjugam sede e atividade produtiva (ocupando, por vezes, a maior parcela de empregados). Novamente, ocorrem variações de acordo com a região analisada. Enquanto na aglomeração de São Luís a maioria das unidades é exclusivamente produtiva e concentra a maior parcela de empregados, em todos os segmentos, nas demais regiões do Estado as unidades que preponderam combinam sede e unidade produtiva, são em maior número e agregam a maior parte do pessoal para o conjunto da indústria. Já no segmento de móveis e madeira, a maioria das unidades localizadas na região tem atividade exclusivamente produtiva, com grande número de trabalhadores. No caso das demais indústrias de intermediários ali presentes, todas as unidades são produtivas, e, portanto, a totalidade do pessoal ocupa postos nãoadministrativos. A maioria das unidades industriais estabelecidas no estado do Maranhão pertence ao empresariado local, com reduzida participação de grupos com sede em outros estados da federação. Estão presentes na região empresas SEADE 76

4 sediadas em São Paulo, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, Goiás e Rio de Janeiro que, juntas, possuem pouco mais de 7% do total das unidades, distribuídas pelos setores de bens de consumo não duráveis e de intermediários. Por sua vez, as indústrias de bens de capital e de consumo duráveis pertencem exclusivamente ao capital local. Embora com participação reduzida em número de unidades, as empresas com sede fora do estado apresentam significativo percentual do pessoal ocupado, especialmente nas indústrias de bens intermediários, nas quais o índice é de 22% do total. As informações referentes ao período de início de operação das unidades revelam o desenvolvimento recente da indústria maranhense, concentrado nas décadas de 80 e 90. Excetuando-se o setor de bens de capital e de consumo duráveis, que teve a maior parcela de indústrias instaladas na década de 70, os demais iniciaram as atividades da maioria das unidades nas duas últimas décadas, empregando o maior contingente de mão-de-obra industrial. Nas áreas classificadas como "demais regiões do Estado" verificou-se maior percentual de empresas instaladas nas décadas de 80 e 90. Além disso, como o número de unidades estabelecidas nesse período ultrapassa o registrado na região de São Luís nos últimos anos, conclui-se que os investimentos são preferencialmente direcionado a esses locais. A participação do capital estrangeiro na indústria maranhense é pouco expresiva. Ainda assim, mesmo representando aproximadamente 1% do total das unidades e tendo atuação limitada à produção de bens intermediários, emprega um número significativo de trabalhadores (cerca de 15% do total). O controle de empresas pelo capital nacional privado é predominante, com mais de 98% do total das unidades e perto de 85% do pessoal ocupado. A participação de empresas de capital público é irrisória. Exceção feita a poucos segmentos, a produção industrial maranhense tem como característica uma certa domesticidade, visto que a maior parte de sua receita bruta provém de vendas realizadas dentro do próprio Estado e, por vezes, na própria região onde estão localizadas as unidades. Parcelas maiores de receitas resultantes de vendas a outras unidades da federação são observadas nos segmentos de madeira e química e combustíveis. Do total de recita bruta industrial do Estado, 6% provém de vendas a outros países SEADE 77

5 (incluindo-se os do Mercosul), que decorrem principalmente da participação mais ativa das demais indústrias produtoras de bens intermediários nesses mercados (destaque-se a produção de ferro-gusa, voltada à exportação). As vendas às outras unidades da federação e ao mercado externo são relativamente mais importantes para as indústrias localizadas nas demais regiões do Estado. No período de 1996 a 1998, o movimento de recebimento ou transferências de atividades industriais dentro das empresas foi inexpressivo, envolvendo poucas unidades de reduzido número de segmentos. Nos casos em que ocorreram recebimentos de atividades, as operações foram provenientes, na maior parte, de outras unidades existentes na própria região ou em outros estados. Por outro lado, o número de transferências destinadas a unidades de outras regiões do Estado e/ou outras unidades da federação foi ainda mais reduzido. Investimentos Nos próximos anos, a indústria maranhense deverá sofrer razoável expansão de sua atividade, conforme revelam os dados relativos aos investimentos. Cerca de 63% das unidades atualmente estabelecidas pertencem a empresas que manifestaram interesse em realizar investimentos na mesma atividade que desempenham, no período , com números ainda mais expressivos para segmentos como os de alimentação e bebidas; demais indústrias de bens de consumo não-duráveis e demais produtoras de bens intermediários. Em todos os setores, esses investimentos deverão privilegiar o próprio município onde se encontram as unidades e somente nos segmentos de bens intermediários a proporção de investimentos em outros municípios aumenta, superando os 11%. São bastante semelhantes os tipos e objetivos de investimentos nas regiões pesquisadas. Em ordem de importância, os principais investimentos a serem realizados nos mesmos municípios serão feitos em programas de treinamento e capacitação de mão-de-obra; aquisição de máquinas e equipamentos; implantação de novas formas de organização de trabalho e da produção; SEADE 78

6 aquisição de equipamentos de informática e telecomunicações; e, por fim, contratação de serviços tecnológicos. A ampliação do espaço físico da planta, embora com significativo número de respostas, foi o tópico menos citado. Esses investimentos relacionam-se à busca de soluções que possibilitem aumentos de produtividade; melhoria da qualidade dos produtos; ampliação da capacidade de produção; o aperfeiçoamento gerencial/organizacional; e, em menor escala, lançamento de novos produtos. Os recursos destinados a outras localidades deverão contemplar a abertura ou ampliação de outras plantas; aquisição de máquinas e equipamentos; realização de programas de treinamento e capacitação de mão-de-obra; e, por fim, aquisição de equipamentos de informática e telecomunicações e contratação de serviços tecnológicos. Os investimentos voltam-se, fundamentalmente, à ampliação da capacidade produtiva, à melhoria da qualidade dos produtos e ao aumento da eficiência. Na maior parte das unidades que farão investimentos, haverá impacto positivo sobre o pessoal ocupado, com aumento da demanda de determinadas ocupações. Somente na indústria química o percentual foi inferior a 50%. Em alguns segmentos, porém, também serão sentidos impactos negativos, como nos casos das demais indústrias de bens de consumo não-duráveis e móveis. Nos setores de minerais não-metálicos e de alimentos e bebidas também ocorrerá dispensa de funcionários em determinadas ocupações, embora em menor número. Como decorrência dos novos investimentos, foram citadas principalmente demandas por pessoal de ocupações técnicas ligadas ao processo produtivo, além de operadores em geral, para as indústrias de minerais não-metálicos e de móveis. As funções ligadas ao setor administrativo tiveram menor número de menções. Por fim, cabe destacar que não se nota interesse significativo em investir em setores de atividades distintos, independentemente da região analisada. Caracterização Tecnológica O tem uma indústria eminentemente concentrada na produção de bens intermediários minerais não-metálicos, celulose, siderurgia, química e combustíveis e, em menor escala, de consumo não-duráveis SEADE 79

7 bebidas, alimentos e móveis. Os indicadores de difusão tecnológica apresentados nas tabelas a seguir ratificam o nível intermediário de desenvolvimento e diversificação da estrutura industrial da região. Tecnologias de Informação As taxas de difusão de tecnologias de informação (TI) nas unidades industriais do Maranhão são ligeiramente inferiores às de outros estados mais industrializados investigados pela Paer. O uso de computadores, por exemplo, atinge pouco mais de 80% do total das unidades, sendo que somente 20% delas estão integradas em redes de longa distância. Por outro lado, o fato de uma parcela considerável das unidades usuárias de computadores terem acesso à Internet (58%) e disporem de micros com processadores de alta velocidade (83% dos computadores pertencem à família Pentium I e II) indica que a indústria da região vem tentando acompanhar o ritmo acelerado de modernização das TIs mais amplamente difundidas, como a Internet e os novos microprocessadores. Os resultados mostram ainda que o aglomerado urbano de São Luís é o principal responsável pela elevação da média dos indicadores de TI. A região concentra indústrias com índices mais altos de adoção de computadores, redes e Internet, em comparação com as demais regiões do Estado. Chama atenção a maior densidade de computadores nas empresas da categoria de bens de consumo não-duráveis, sobretudo na região urbana de São Luís. Por outro lado, o índice reduzido de pessoas ocupadas usuárias de computadores nas indústrias de bens de capital e de consumo duráveis - que, de modo geral, utilizam intensamente a informática - explica-se pela presença tímida de unidades dessa categoria no Maranhão. Tabela 30 Difusão de Tecnologias de Informação por Regiões, segundo Tipo de Indicador Tipo de Indicador Total do Estado Região Urbana de São Luis Regiões Demais Regiões Unidades Usuárias de Computadores (%) 83,4 94,0 78,1 Microcomputadores Pentium (I e II) (%) 82,9 83,2 82,5 Densidade de Computadores (Micro por Empregado) SEADE 80

8 Bens de Consumo Não-Duráveis 0,17 0,24 0,08 Bens Intermediários 0,05 0,03 0,05 Bens de Capital e de Consumo Duráveis 0,02 0,02 0,02 Unidades Integradas em Rede (%) 40,0 55,1 32,6 Unidades com Acesso à Internet (%) 58,3 75,5 49,8 Unidades com Rede de Longa Distância (%) 19,5 20,4 19,0 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. Estratégias de Gestão da Produção O processo de globalização vem impondo novos padrões de concorrência às empresas, que, para garantir competitividade no mercado, precisam redefinir estratégias e elevar a produtividade, principalmente com adoção de novos métodos de organização do trabalho, aumento da escala de produção, ampliação do número de produtos comercializados e incremento do nível da automação industrial. Segundo os dados da Paer, essas têm sido as práticas mais utilizadas pelas empresas na busca de maiores vantagens e fortalecimento de posição no mercado. Tal tendência se confirma no Estado do Maranhão: das estratégias de gestão citadas na pesquisa, a mais difundida entre as unidades industriais é a adoção de novos métodos de organização do trabalho e da produção (64%), vindo em seguida aumento da escala da produção (57%), ampliação do número de produtos (52%) e incremento da automação industrial (43%). O percentual pouco expressivo de unidades que substituíram parte de sua produção local por produtos importados (5%), em contraste com as que aumentaram o grau de nacionalização de seus produtos e componentes (28%), sugere que o processo de reestruturação da indústria da região vem se desenvolvendo mais a partir do aproveitamento e da otimização dos recursos locais do que de produtos, matérias-primas ou componentes importados. Além disso, a pequena parcela de unidades que desativaram linhas de produção (12%) indica que estratégias de racionalização da atividade produtiva continuam sendo práticas pouco difundidas no setor. SEADE 81

9 Tabela 31 Unidades Locais que Adotam Estratégias de Gestão e Respectivo Pessoal Ocupado, segundo Tipo de Estratégia Adoção de Estratégias de Tipo de Estratégia Gestão Unidade Local Pessoal Ocupado Novos Métodos de Organização do 64,1 74,3 Trabalho/Produção Aumento da Escala de Produção 57,2 62,2 Ampliação do Número de Produtos 52,1 58,0 Crescimento da Automação Industrial 42,6 52,8 Nacionalização de Produtos e Componentes 28,8 23,8 Crescimento da Importação de 20,0 27,1 Insumos/Componentes Redução do Número de Fornecedores 19,8 16,1 Redução do Número de Produtos 18,6 15,6 Diminuição da Escala de Produção 18,0 14,9 Desativação de Linhas de Produção 12,0 9,4 Substituição da Parte Produção Local por 5,4 3,6 Importados Outro 0,0 0,0 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. A estrutura industrial da região, concentrada na produção de bens intermediários, tem importância significativa na definição dos principais programas de qualidade e produtividade implementados pelas unidades. Nesse sentido, observa-se que as técnicas mais difundidas são a manutenção preventiva total (TPM) método de controle de qualidade da produção, para reduzir ou eliminar as paradas de máquinas para manutenção e aquelas voltadas à melhoria da qualidade do produto e dos serviços (inspeção final, indicadores de qualidade, gestão e auditoria da qualidade). É importante mencionar que, em geral, esses programas exigem menores esforços de reorganização da produção e do trabalho e menores recursos para implementação, se comparados aos novos métodos de gestão da produção e aumento da produtividade como just-in-time, kaizen e uso de minifábricas. SEADE 82

10 Tabela 32 Unidades Locais que Utilizam Algum Programa/Método/Técnica de Produção ou de Qualidade e Respectivo Pessoal Ocupado, segundo Tipos de Programas/Métodos/Técnicas Utilizados Adoção de Programa de Qualidade e Produtividade por Tipo de Programa Unidade Local Pessoal Ocupad o Adoção de Programa(s) de Qualidade e Produtividade 28,0 41,8 Manutenção Preventiva Total (TPM) 21,9 36,0 Indicadores da Qualidade 20,6 31,5 Inspeção Final 19,9 31,1 Gestão da Qualidade Total 18,5 31,4 Auditoria da Qualidade 17,2 30,9 Outros Métodos de Organização do 16,9 26,7 Trabalho/Produção Controle Estatístico do Processo (CEP) 14,5 27,8 Kaisen (Grupos de Melhoria) 12,2 16,9 Fabricação Just in Time Interno 8,8 15,5 Uso de Minifábricas 5,4 4,8 Fabricação Just in Time Externo 4,7 6,6 Outros Métodos e Técnicas de Qualidade 2,0 1,6 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. A distribuição dos serviços mais terceirizados pela indústria do Maranhão segue um comportamento semelhante ao observado nos outros Estados investigados pela Paer. Os serviços de assessoria jurídica, manutenção e conserto de computadores, contabilidade, desenvolvimento de softwares e transporte de cargas são os mais terceirizados. Esses dados sugerem que a contratação de terceiros concentra-se em serviços especializados ligados, sobretudo, a atividades jurídicas e de informática. Tarefas que requerem pessoal semiqualificado, como movimentação interna de cargas e limpeza e conservação predial, ou mesmo atividades de suporte à área de recursos humanos, como seleção de mão-de-obra, são as que apresentam menor índice de terceirização. SEADE 83

11 Tabela 33 Unidades Locais que Terceirizaram Serviços, e Respectivo Pessoal Ocupado, segundo Tipo de Serviço Terceirizado Em Porcentagem Tipo de Serviço Terceirizado Unidade Local Pessoal Ocupad o Assessoria Jurídica 80,7 82,4 Manutenção e Conserto de Computadores 77,4 83,0 Contabilidade 71,7 46,7 Desenvolvimento de Softwares 61,4 62,0 Transporte de Carga 44,4 53,0 Desenvolvimento/Gerenciamento de Projetos de 40,6 43,7 Engenharia Manutenção de Máquinas/Equipamentos 35,1 19,8 Alimentação/Restaurante para Funcionários 31,5 46,5 Ensaios de Materiais e de Produtos 30,4 30,9 Treinamento de Recursos Humanos 29,4 30,9 Transporte de Funcionários 23,6 42,6 Cobrança 19,0 13,2 Movimentação Interna de Cargas 14,0 11,8 Processamento de Dados 12,2 11,3 Seleção de Mão-de-Obra 11,8 26,2 Portaria, Vigilância, Sistemas de Segurança 10,8 23,7 Limpeza/Conservação Predial 9,2 26,5 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. A indústria do Maranhão tem nível considerável de automação industrial: ao todo, 40% das plantas informaram ter utilizado, no ano de, ao menos um equipamento de automação de manufatura ou de controle de processos. Acompanhando a tendência observada nos outros estados, os equipamentos mais utilizados pela indústria da região são as máquinas-ferramenta com controle numérico (MFCN) convencionais, empregadas em cerca de 29% das plantas, e, em menor medida, as MFCN computadorizadas (16%). É preciso ressaltar que, embora ambos os tipos de MFCN indiquem determinado nível de automação industrial na planta, a máquina-ferramenta com controle numérico computadorizado, por adicionar ao equipamento um ou mais processadores e permitir que a programação seja feita diretamente painel de comando, confere maior flexibilidade e sofisticação tecnológica à programação do que a versão convencional. Nesse último caso, a programação é feita externamente (em geral em microcomputadores), sem a SEADE 84

12 intervenção do operador e o processo gera uma fita ou disquete que é lido pelo equipamento de controle numérico. Nesse sentido, o número de MFCNs convencionais nas plantas do Estado, em comparação com o número de MFCNs computadorizadas, confirma o baixo nível de modernização tecnológica da indústria do Maranhão. Tabela 34 Unidades Locais que Utilizam Equipamentos de Automação Industrial e Respectivo Pessoal Ocupado, segundo Tipo de Equipamento Adoção de Equipamento de Automação Industrial por Tipo de Equipamento Uso de Equipamentos Automatizados Unidade Local Pessoal Ocupad o Adoção de Equipamento(s) de Automação Industrial por Tipo de Equipamento 40,0 49,1 Máquina-Ferramenta de Controle Numérico Convencional 29,0 39,9 Máquina-Ferramenta de Controle Numérico. 16,3 30,0 Computadorizado Computador de Processo Manufatura 12,2 23,0 Computador de Processo 12,2 23,5 Máquina-Ferramenta Retrofitada de Controle Numérico 10,4 11,4 CLP - Controlador Lógico Programável 9,7 20,2 Armazém (Estoque) Automatizado 8,8 11,1 Centro de Usinagem de Controle Numérico 8,1 8,0 Analisador Digital 7,5 20,4 Sistema CAD/CAE 6,1 9,4 Sistema Digital de Controle Distribuído 5,4 15,0 Robô Industrial 4,7 4,4 Sistema de Transporte Automatizado de Controle Eletrônico Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. Estratégias Voltadas ao Meio Ambiente 4,1 10,6 A indústria do Maranhão assume comportamento semelhante ao dos demais estados já investigados pela Paer com relação à difusão de estratégias voltadas ao meio ambiente. As atividades ligadas à produção de bens intermediários como extração de minerais não-metálicos e fabricação de produtos da madeira são as que mais criam oportunidades de negócios decorrentes do desenvolvimento de produtos e processos não agressivos ao SEADE 85

13 meio ambiente. Ao mesmo tempo, são as que mais elevam os custos, devido aos prejuízos que sua atividade causa na natureza. Os resultados sugerem, ainda, que, para todas as categorias industriais, os danos ambientais causados pela atividade são minimizados com investimentos em reutilização e tratamento de resíduos e, em menor medida, em substituição de insumos contaminantes. SEADE 86

14 Tabela 35 Unidades Locais e suas Relações com o Meio Ambiente, por Categorias de Atividades Industriais, segundo Tipo de Relação Tipo de Relação da Unidade com o Meio Ambiente Desenvolvimento de Produtos e Processos Não-Agressivos ao Meio Ambiente que Constituem Oportunidade de Negócio para a Empresa Categorias de Atividades Industriais Bens de Consumo Não- Duráveis Bens Intermediári os Bens de Capital e de Consumo Duráveis 62,5 74,4 25,0 Impacto Negativo nos Negócios devido aos Prejuízos causados por sua Atividade sobre o Meio Ambiente: Elevação dos Custos 17,9 34,2 0,0 Perda de Mercados Internos e/ou Externos 17,9 11,5 25,0 Degradação da Imagem Institucional 23,2 23,4 25,0 Investimentos para Reduzir os Problemas Ambientais Causados pela Atividade: Certificação ISO ,8 3,4 0,0 Substituição de Insumos Contaminantes 26,8 18,5 0,0 Reutilização/Tratamento de Resíduos 44,6 49,0 25,0 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. Emprego e Recursos Humanos O total de pessoal ocupado distribui-se entre assalariados (ligados ou não à produção) e não-assalariados (proprietários, sócios, etc.). No, a maior parcela é constituída de assalariados ligados à produção (81%). O percentual, apesar de alto, não destoa do verificado em outras regiões do país. A participação desses profissionais é maior na categoria de bens de consumo duráveis (91%) e menor na de bens de consumo não duráveis (75%). Os assalariados não ligados à produção correspondem a 16% do total, percentual que varia de 8% a 23% entre as categorias de uso. Os nãoassalariados (proprietários, sócios, etc.) representam 3% do pessoal ocupado. SEADE 87

15 Tabela 36 Pessoal Ocupado Assalariado ou Não, por Tipo de Inserção na Unidade, segundo Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Ligados à Produção Assalariados Não- Ligados à Produção Total Não- Assalariados Total Bens de Consumo Não Duráveis Alimentação e Bebidas Móveis Demais Bens Intermediários Madeira Minerais Não-metálicos Química e Combustíveis Demais Bens de Capital e de Consumo Duráveis Fonte : Fundação Seade. Pesquisa de Atividade Econômica Regional - Paer. Nota: A soma das parcelas pode não coincidir com o total, devido a arredondamentos na imputação. Tabela 37 Distribuição do Pessoal Ocupado Assalariado ou Não, por Tipo de Inserção na Unidade, segundo Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Ligados à Produção Assalariados Não- Ligados à Produção Total Não- Assalariados Total 81,4 15,9 97,3 2,7 100,0 Bens de Consumo Não Duráveis 75,4 20,4 95,8 4,2 100,0 Alimentação e Bebidas 80,0 16,9 96,9 3,1 100,0 Móveis 77,7 18,3 96,1 3,9 100,0 Demais 62,3 30,7 93,0 7,0 100,0 Bens Intermediários 83,6 14,3 97,9 2,1 100,0 Madeira 82,5 14,5 96,9 3,1 100,0 Minerais Não-metálicos 84,6 12,5 97,1 2,9 100,0 Química e Combustíveis 74,4 22,6 97,0 3,0 100,0 Demais 84,5 14,1 98,6 1,4 100,0 Bens de Capital e de Consumo Duráveis 90,7 8,0 98,7 1,3 100,0 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa de Atividade Econômica Regional - Paer. Nota: A soma das parcelas pode não coincidir com o total, devido a arredondamentos na imputação. Total Total SEADE 88

16 O conjunto de trabalhadores ligados à produção e às atividades administrativas e gerenciais foi dividido por categorias ocupacionais de qualificação. Os trabalhadores envolvidos diretamente na atividade principal da indústria (produção), foram distribuídos conforme o grau de qualificação: braçais, semiqualificados, qualificados e técnicos de nível médio e superior (a definição de cada uma das categorias de classificação encontra-se em documento anexo). A maioria dos trabalhadores ligados à produção pertence à categoria de semiqualificados (58%), tendência verificada na maioria dos estados. A segunda categoria mais numerosa é composta por profissionais qualificados (26%). Os técnicos de nível médio (7%) e superior (3%), por sua vez, têm participação modesta. Tal distribuição não sofre modificações tão significativas quando se analisam separadamente os segmentos de atividade. Todas as categorias de uso apresentam maior proporção de trabalhadores semiqualificados e menor de técnicos de nível médio e superior. No caso de bens intermediários, no entanto, a participação de técnicos de nível médio e superior ultrapassa a média total da indústria. Tabela 38 Pessoal Ocupado Assalariado, Ligado à Atividade Principal, por Categoria de Qualificação Ocupacional, segundo Categoria de Uso e Atividades Selecionadas Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Braçais e de Menor Qualificação Pessoal Ocupado Ligado à Produção Técnico de Qualificado Nível Médio Semiqualifi cado Nível Superior Total Bens de Consumo Não-Duráveis Alimentação e Bebidas Móveis Demais Bens Intermediários Madeira Minerais Não-metálicos Química e Combustíveis Demais Total SEADE 89

17 Bens de Capital e de Consumo Duráveis Fonte: Fundação Seade. Pesquisa de Atividade Econômica Regional Paer Nota: A soma das parcelas pode não coincidir com o total, devido a arredondamentos na imputação. SEADE 90

18 Tabela 39 Distribuição do Pessoal Ocupado Assalariado, Ligado à Atividade Principal, por Categoria de Qualificação Ocupacional, segundo Categoria de Uso e Atividades Selecionadas Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Braçais e de Menor Qualificação Pessoal Ocupado Ligado à Produção Técnico Qualificado de Nível Médio Semiqualifi cado Nível Superior Total 6,5 57,7 26,4 6,7 2,8 100,0 Bens de Consumo Não-Duráveis 8,1 51,7 27,7 8,7 3,8 100,0 Alimentação e Bebidas 8,4 58,9 22,1 8,2 2,4 100,0 Móveis 10,3 55,7 27,1 6,3 0,6 100,0 Demais 4,9 25,3 45,7 12,6 11,5 100,0 Bens Intermediários 4,8 60,8 25,7 6,3 2,5 100,0 Madeira 5,7 77,5 13,8 2,8 0,1 100,0 Minerais Nãometálicos 10,1 75,3 10,9 3,3 0,5 100,0 Química e Combustíveis 7,4 58,3 16,3 15,0 3,1 100,0 Demais 1,3 49,1 37,9 7,7 4,0 100,0 Bens de Capital e de Consumo Duráveis 23,9 46,3 29,4 0,2 0,2 100,0 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa de Atividade Econômica Regional - Paer. Nota: A soma das parcelas pode não coincidir com o total, devido a arredondamentos na imputação. O pessoal não-ligado à produção foi distribuído nas categorias "administrativo" e "outros" (manutenção, limpeza, segurança, etc.); o pessoal administrativo foi agrupado em categorias conforme o grau de qualificação: básico, técnico de nível médio e profissionais de nível superior. No, as categorias "administrativo básico" (29%) e "técnicos de nível médio" (29%) são as mais numerosas, seguidas por manutenção e limpeza (25%) e profissionais de nível superior (16%). Em todos os estados investigados o pessoal não ligado à produção apresenta grau de qualificação superior ao do que atua na produção, com participação expressiva de técnicos de nível médio e superior. A distribuição das ocupações por categoria de uso mostra predomínio de trabalhadores de nível básico e técnicos de nível médio. Para o grupo de bens de capital e de consumo duráveis registra-se maior participação de técnicos de nível médio da indústria (38%). No grupo de bens de consumo não-duráveis, verifica-se elevada participação das ocupações básicas, enquanto que, na Total SEADE 91

19 categoria de bens intermediários nota-se participação relativa dos cargos de nível superior (21%) acima da média da indústria. SEADE 92

20 Tabela 40 Pessoal Ocupado Assalariado, Não Ligado à Atividade Principal, por Categoria de Qualificação, segundo Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Pessoal Ocupado Assalariado, Não-Ligado à Produção Administrativo Outros Técnico (Manut., Nível Total Básico de Nível Limpeza, Superior Médio Segurança) Total Bens de Consumo Não- Duráveis Alimentação e Bebidas Móveis Demais Bens Intermediários Madeira Minerais Não-metálicos Química e Combustíveis Demais Bens de Capital e de Consumo Duráveis Fonte : Fundação Seade. Pesquisa de Atividade Econômica Regional - Paer. Nota: A soma das parcelas pode não coincidir com o total, devido a arredondamentos na imputação. Tabela 41 Distribuição do Pessoal Ocupado Assalariado, Não Ligado à Atividade Principal, por Categoria de Qualificação, Segundo Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Categorias de Uso e Atividades Selecionadas Pessoal Ocupado Assalariado Não-Ligado à Produção Administrativo Outros Técnico (Manut., Nível Total Básico de Nível Limpeza, Superior Médio Segurança) Total 29,5 28,6 16,5 25,5 100,0 Bens de Consumo Não- Duráveis 34,3 28,1 10,4 27,3 100,0 Alimentação e Bebidas 38,1 27,8 14,7 19,4 100,0 Móveis 30,2 18,1 5,4 46,3 100,0 Demais 31,4 33,5 7,2 27,9 100,0 Bens Intermediários 26,5 28,6 20,7 24,2 100,0 Madeira 37,3 17,3 9,3 36,0 100,0 Minerais Não-metálicos 30,5 26,0 5,5 38,1 100,0 Química e Combustíveis 42,7 31,6 5,2 20,6 100,0 Demais 18,4 32,0 34,5 15,2 100,0 Bens de Capital e de Consumo Duráveis 24,3 37,8 10,8 27,0 100,0 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa de Atividade Econômica Regional - Paer. Nota: A soma das parcelas pode não coincidir com o total, devido a arredondamentos na imputação. SEADE 93

21 A Paer pesquisou os requisitos de escolaridade para a contratação de funcionários nas unidades industriais do. No caso do pessoal semiqualificado ligado à produção, os mais importantes são a 4 a série do ensino fundamental (46%) e o ensino fundamental completo (37%), destacando-se o fato de 46% das unidades locais da indústria contratarem empregados sem nenhuma escolaridade. As exigências de escolaridade aumentam de acordo com a qualificação da categoria ocupacional. Para o pessoal qualificado ligado à produção, 39% das unidades que empregam 61% do pessoal ocupado na categoria exigem ensino médio completo, e 26% o fundamental, completo. Para o pessoal administrativo básico, os requisitos de escolaridade são ainda mais rigorosos que no caso do pessoal ligado à produção: o ensino médio completo é exigido por 72% das unidades industriais, que empregam 72% desses trabalhadores. Tabela 42 Distribuição das Unidades Locais e do Respectivo Pessoal Ocupado (1), por Categoria de Qualificação Ocupacional, segundo Nível de Escolaridade Exigido para a Contratação da Maior Parte dos Empregados Nível de Escolaridade Pessoal Ligado à Produção Semiqualificado Categorias de Qualificação Ocupacional Pessoal Ligado à Produção Qualificado Administrativo Básico UL PO UL PO UL PO Nenhum 45,8 38,9 13,8 10,0 0,8 1,6 4 ª Série do Ensino Fundamental 37,0 42,3 20,9 12,6 6,5 6,8 Ensino Fundamental Completo 10,8 9,1 26,4 16,3 21,0 19,5 Ensino Médio Completo 6,5 9,7 38,9 61,1 71,7 72,1 Ensino Superior Incompleto 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Ensino Superior Completo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. (1) Refere-se ao pessoal ocupado em cada categoria de qualificação ocupacional das unidades que exigem determinada escolaridade para contratação da maior parte dos empregados, e não ao número de empregados com tal escolaridade. Nota: Percentual de respostas afirmativas em relação ao total de unidades locais em que existe a categoria de qualificação ocupacional. A exigência de cursos profissionalizantes para contratação também auxilia na caracterização da mão-de-obra local. A categoria para a qual as empresas mais requerem cursos é a dos técnicos de nível médio, para os quais são necessários: habilitação técnica de nível médio e cursos livres de curta SEADE 94

22 duração. Entre os profissionais de nível superior, os mais exigidos são os cursos de curta duração, em 62% das unidades, onde atuam 46% desses profissionais. Para os profissionais semiqualificados, a exigência de cursos é uma prática menos difundida, sendo os de nível básico os mais requisitados em 13% das unidades. Quando se trata da categoria de qualificados, embora a exigência seja maior, permanecem como condição de contratação os cursos de nível básico (33%) e os de curta duração (26%). Tabela 43 Unidades Locais que Exigem Cursos Profissionalizantes para Contratação do Pessoal Ligado à Atividade Principal e de Pessoal Ocupado (1) em Unidades, por Categoria de Qualificação, segundo Tipos de Curso Tipos de Curso Profissionalizante Categorias de Qualificação Ocupacional Semiqualificado Qualificado Técnico de Nível Nível Superior Médio UL PO UL PO UL PO UL PO Curta Duração (Cursos Livres) 2,9 0,9 26,3 21,5 33,7 32,4 62,5 45,8 Nível Básico 12,9 5,7 32,9 20,3 19,4 21,6 22,8 9,6 Habilitação Técnica de Nível Médio 2,9 1,6 15,6 42,3 57,5 58,0 30,9 11,2 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. (1) Refere-se ao pessoal ocupado, em cada categoria de qualificação ocupacional, das unidades que exigem determinado curso profissionalizante para contratação, e não ao número de empregados com tal curso. Nota: Percentual de respostas afirmativas em relação ao total de unidades locais em que existe a categoria de qualificação ocupacional. Cursos profissionalizantes são mais requisitados para contratação de pessoal administrativo do que para contratação de pessoal ligado à produção. Para o administrativo básico, 46% das unidades industriais que empregam esses profissionais dão preferência aos trabalhadores com cursos de curta duração, em seguida àqueles com curso de nível básico (51% das unidades) e curso de habilitação técnica de nível médio (18%). Para os técnicos administrativos de nível médio, os cursos de habilitação técnica de nível básico são exigidos por 40% das unidades industriais; os cursos de de habilitação técnica de nível médio são exigidos por 61% das empresas; os de curta duração, por fim, por 24% das unidades locais. Para a contratação dos profissionais de nível superior, as unidades valorizam cursos de curta duração. SEADE 95

23 Tabela 44 Unidades Locais que Exigem Cursos Profissionalizantes para Contratação do Pessoal Não Ligado à Atividade Principal -Administrativo e Respectivo Pessoal Ocupado (1), por Categoria de Qualificação Ocupacional, segundo Tipos de Curso Profissionalizante Tipos de Curso Profissionalizante Categorias de Qualificação Ocupacional Técnico de Nível Básico Médio Nível Superior UL PO UL PO UL PO Curta Duração (Cursos Livres) 45,8 49,4 40,0 42,3 66,4 30,4 Nível Básico 51,5 53,1 23,6 19,7 18,6 7,4 Habilitação Técnica de Nível Médio 18,5 12,7 60,9 47,8 23,1 9,5 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. (1) Refere-se ao pessoal ocupado, em cada categoria de qualificação ocupacional, das unidades que exigem determinado curso profissionalizante para contratação, e não ao número de empregados com tal curso. Nota: Percentual de respostas afirmativas em relação ao total de unidades locais em que existe a categoria de qualificação ocupacional. Nas empresas observadas, a Paer levantou as habilidades necessárias ao exercício das funções em cada categoria ocupacional, informação indispensável para definir os cursos mais requisitados em cada região. As exigências quanto às habilidades na rotina de trabalho vão aumentando à medida que se eleva a qualificação do posto de trabalho. Os técnicos de nível médio e, principalmente, os de nível superior, utilizam praticamente todas as habilidades constantes nas descrições de cargo, característica também observada em outros estados. Mesmo assim é possível separar as rotinas em dois grupos, de acordo com o cotidiano de trabalho de determinadas categorias ocupacionais. No primeiro, composto por técnicos de nível médio e superior, exige-se familiaridade com o uso de microcomputador, conhecimento tecnológico atualizado e domínio de cálculos matemáticos básicos. No segundo, que abrange profissionais de todas as categorias de qualificação, presentes na maioria das unidades, as habilidades postas em prática referem-se a técnicas de qualidade, expressão e comunicação verbais e trabalho em equipe. Embora em graus menores, redação básica e contato com clientes fazem parte de rotinas das unidades pesquisadas. Em todas as categorias de qualificação, nota-se que o uso de língua estrangeira é menos freqüente, exceção feita apenas aos casos de postos ocupados por profissionais de nível superior. SEADE 96

24 Tabela 45 Unidades Locais em que a Rotina de Trabalho é Executada pela Maioria dos Empregados e Respectivo Pessoal Ocupado (1), por Categoria de Qualificação Ocupacional do Pessoal Ligado à Atividade Principal, segundo Tipos de Rotina Tipos de Rotina Categorias de Qualificação Ocupacional Técnico de Nível Semiqualificado Qualificado Nível Superior Médio UL PO UL PO UL PO UL PO Uso de Microcomputador 0,0 0,0 22,4 17,2 46,8 53,3 81,6 94,1 Uso de Língua Estrangeira 0,7 0,1 0,0 0,0 3,3 2,7 19,8 59,3 Uso de Conhecimento Tecnológico Atualizado 16,0 9,5 41,4 38,6 67,7 79,6 77,2 81,6 Uso de Técnicas de Qualidade 48,9 56,1 71,2 86,2 91,9 92,9 95,6 99,0 Uso de Redação Básica 2,9 9,9 18,3 43,3 34,8 41,1 71,3 92,6 Expressão e Comunicação Verbais 31,1 43,2 53,8 68,2 68,8 77,9 89,0 85,1 Uso de Matemática Básica 26,8 33,1 46,2 58,5 61,6 65,0 64,7 36,0 Contato com Clientes 10,3 7,5 35,5 21,6 49,8 43,5 73,5 83,8 Trabalho em Equipe 91,1 92,6 94,5 96,2 89,7 90,1 91,2 98,3 Outros 1,7 0,9 0,8 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. (1) Refere-se ao pessoal ocupado, em cada categoria de qualificação ocupacional, das unidades em que a rotina de trabalho é realizada pela maioria dos empregados, e não ao número de empregados que realizam tais rotinas. Nota: Percentual de respostas afirmativas em relação ao total de unidades locais em que existe a categoria de qualificação ocupacional. Para o pessoal de nível administrativo básico, as rotinas são mais diversificadas do que para os níveis qualificado e semiqualificado ligado à produção. Além disso, quanto mais alto é o grau de qualificação, maior o número de habilidades postas em prática no cotidiano. Em todas as categorias de qualificação observadas, são o uso de microcomputador, aplicação de técnicas de qualidade, redação básica, expressão e comunicação verbal, contato com clientes, trabalho em equipe e uso de matemática básica. A aplicação de conhecimento tecnológico atualizado aparece em patamar intermediário. A habilidade menos utilizada por pessoal administrativo de todas as categorias de qualificação ocupacional é o uso de língua estrangeira, embora haja variação de acordo com a hierarquia. SEADE 97

25 Tabela 46 Unidades Locais em que a Rotina de Trabalho é Executada pela Maioria dos Empregados e Respectivo Pessoal Ocupado (1), por Categoria de Qualificação Ocupacional do Pessoal Não Ligado à Atividade Principal - Administrativo, segundo Tipos de Rotina Tipos de Rotina Categorias de Qualificação Ocupacional Técnico de Nível Básico Nível Superior Médio UL PO UL PO UL PO Uso de Microcomputador 73,5 83,2 78,4 90,6 89,5 96,0 Uso de Língua Estrangeira 2,4 2,1 3,6 7,5 25,2 72,8 Uso de Conhecimento Tecnológico Atualizado 37,5 45,5 59,1 74,0 81,9 92,5 Uso de Técnicas de Qualidade 56,3 59,2 75,7 87,0 97,0 99,1 Uso de Redação Básica 65,7 61,8 67,9 77,2 72,9 91,9 Expressão e Comunicação Verbais 82,5 87,2 85,2 85,2 94,0 96,2 Uso de Matemática Básica 61,3 59,9 74,6 81,5 69,4 35,8 Contato com Clientes 82,5 84,6 85,5 85,5 91,0 93,9 Trabalho em Equipe 92,9 96,8 90,3 96,5 93,4 98,2 Outros 0,0 0,0 0,9 6,7 1,5 0,6 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. (1) Refere-se ao pessoal ocupado, em cada categoria de qualificação ocupacional, das unidades em que a rotina de trabalho é realizada pela maioria dos empregados, e não ao número de empregados que realizam tais rotinas. Nota: Percentual de respostas afirmativas em relação ao total de unidades locais em que existe a categoria de qualificação ocupacional. As altas taxas de desemprego, associadas ao processo de modernização produtiva, além dos investimentos em novas plantas na década de 90, determinam a necessidade de qualificação constante da mão-de-obra, uma vez que parte das rotinas de trabalho se torna obsoleta, enquanto outra, cada vez mais complexa, leva o empregado à defasagem, impedindo a sua inclusão em novas formas de produção. A implementação de programas de educação básica e qualificação específica contribui para o aumento da empregabilidade. Com isso, a possibilidade de inserção e reinserção da força de trabalho é ampliada. A identificação das carências de qualificação prejudicam o desempenho dos empregados e torna-se um poderoso instrumento no processo de reforma da educação profissional. Os profissionais mais carentes de qualificação são justamente os envolvidos com a produção (e, portanto, os qualificados e semiqualificados). Vale lembrar que tal situação difere bastante da verificada com os técnicos de nível médio e superior, mais afetados pelas rotinas de trabalho. O fator mais limitante ao desempenho dos empregados de todas as categorias ocupacionais é a falta de conhecimentos específicos da ocupação. SEADE 98

26 Já a dificuldade de aprender novas habilidades, trabalhar em equipe, expressar-se e comunicar-se verbalmente relacionam-se tanto a falhas na educação básica quanto na formação específica. Tabela 47 Unidades Locais em que Existem Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional da Maioria dos Empregados, por Categoria de Qualificação Ocupacional, segundo Tipos de Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional do Pessoal Ligado à Atividade Principal Tipos de Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional Semi- Qualificado Categorias de Qualificação Ocupacional Técnico de Qualificado Nível Médio Nível Superior Falta de Conhecimentos Específicos da Ocupação 54,9 49,6 48,4 31,7 Falta de Conhecimento de Informática 7,9 16,7 27,5 30,9 Dificuldade de Expressão e Comunicação Verbais 44,3 41,0 30,0 27,3 Falta de Conhecimento de Matemática Básica 22,1 36,0 22,3 31,7 Falta de Habilidade para Lidar com Clientes 29,2 32,8 27,8 27,3 Falta de Capacidade de Comunic. Por Escrito 35,4 32,1 26,7 29,5 Dificuldade de Trabalho em Equipe 56,8 57,2 44,3 44,9 Dificuldade de Aprender Novas Habil. e Funções 60,2 57,2 43,9 36,1 Falta de Noções Básicas de Língua Estrangeira 7,2 8,6 7,7 24,3 Outros 0,7 0,8 1,1 2,2 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. Nota: Percentual de respostas afirmativas em relação ao total de unidades locais em que existe a categoria de qualificação ocupacional. Tabela 48 Pessoal Ocupado em Unidades Locais em que Existem Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional da Maioria dos Empregados, por Categoria de Qualificação Ocupacional, segundo Tipos de Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional do Pessoal Ligado à Atividade Principal Tipos de Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional Semi- Qualificado Categorias de Qualificação Ocupacional Técnico de Qualificado Nível Médio Nível Superior Falta de Conhecimentos Específicos da Ocupação 53,4 29,2 37,8 23,8 Falta de Conhecimento de Informática 4,8 11,5 20,7 17,3 Dificuldade de Expressão e Comunicação Verbais 40,6 30,1 33,1 23,1 Falta de Conhecimento de Matemática Básica 18,0 25,9 18,9 23,8 Falta de Habilidade para Lidar com Clientes 24,2 21,1 20,0 27,9 Falta de Capacidade de Comunic. Por Escrito 33,3 24,7 28,0 23,5 Dificuldade de Trabalho em Equipe 55,6 38,6 38,5 41,1 Dificuldade de Aprender Novas Habil. e Funções 63,1 39,4 36,6 27,2 Falta de Noções Básicas de Língua Estrangeira 6,2 4,7 5,2 35,6 Outros 0,8 1,2 6,0 1,0 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. Nota: Refere-se ao pessoal ocupado, em cada categoria de qualificação ocupacional, das unidades em que existem fatores prejudiciais ao desempenho profissional da maioria dos empregados, e não ao número de empregados que apresentam tais fatores. SEADE 99

27 De acordo com a análise realizada, na maioria dos casos as carências do pessoal administrativo prejudicam mais o desempenho do pessoal administrativo básico e dos técnicos de nível médio, sendo menor o impacto das carências na categoria de profissionais de nível superior. As principais deficiências que afetam o desempenho estão relacionadas a falta de conhecimentos específicos da ocupação, dificuldade de trabalhar em equipe e de aprender novas habilidades e funções. Tabela 49 Unidades Locais em que Existem Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional da Maioria dos Empregados e Respectivo Pessoal Ocupado (1), por Categoria de Qualificação Ocupacional, segundo Tipos de Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional do Pessoal Não Ligado à Atividade Principal - Administrativo Tipos de Fatores Prejudiciais ao Desempenho Profissional Básico Pessoal Administrativo Técnico de Nível Nível Superior Médio UL PO UL PO UL PO Falta de Conhecimentos Específicos da Ocupação 46,3 49,8 37,3 33,1 23,1 12,0 Falta de Conhecimento de Informática 33,2 43,1 29,7 30,7 24,1 13,3 Dificuldade de Expressão e Comunicação Verbais 36,8 40,0 28,5 29,5 22,6 12,7 Falta de Conhecimento de Matemática Básica 30,3 31,7 26,4 25,4 19,6 11,0 Falta de Habilidade para Lidar com Clientes 36,8 43,7 29,4 26,9 19,6 9,6 Falta de Capacidade de Comunic. por Escrito 30,8 34,1 29,4 25,3 19,6 11,0 Dificuldade de Trabalho em Equipe 40,1 45,5 30,3 31,9 27,1 16,8 Dificuldade de Aprender Novas Habil. e Funções 38,6 46,2 30,0 29,2 24,1 13,6 Falta de Noções Básicas de Língua Estrangeira 13,6 13,5 12,7 10,9 24,1 15,3 Outros 0,8 3,4 0,9 3,3 0,0 0,0 Fonte : Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Regional Paer. (1) Refere-se ao pessoal ocupado, em cada categoria de qualificação ocupacional, das unidades em que existem fatores prejudiciais ao desempenho profissional da maioria dos empregados, e não ao número de empregados que apresentam tais fatores. Nota: Percentual de respostas afirmativas em relação ao total de unidades locais em que existe a categoria de qualificação ocupacional. Segundo o levantamento da Paer, os instrumentos de seleção mais utilizados na contratação de empregados de todas as categorias de qualificação ocupacional são a análise de currículo e a entrevista com o contratante, que possibilitam avaliar a postura do candidato e algumas de suas qualificações técnicas. A análise de currículo torna-se particularmente relevante para as ocupações qualificadas de nível mais elevado. Os testes de conhecimento prático e de conhecimento teórico também são amplamente utilizados, principalmente para os níveis hierárquicos mais SEADE 100