AS EXPERIÊNCIAS DO PIBID-FÍSICA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL, CAMPUS BENTO GONÇALVES (IFRS)

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1 AS EXPERIÊNCIAS DO PIBID-FÍSICA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL, CAMPUS BENTO GONÇALVES (IFRS) Camila Paese [camilapaese@gmail.com] Fernanda Endrizzi [fernandaendrizzi@hotmail.com] Sirlene Lazzarini [sirlenelazarini@hotmail.com] Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande Do Sul IFRS Campus Bento Gonçalves, , Bento Gonçalves, RS Brasil. Resumo Este artigo tem como objetivo relatar o desenvolvimento do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande Do Sul, buscando verificar suas possíveis implicações na Escola Estadual DONA ISABEL, da cidade de Bento Gonçalves, Rio Grande Do Sul. São relatadas as experiências vividas pelos bolsistas, destacando as atividades utilizando instrumentos de baixo custo no laboratório de física e a mostra técnica de ciências. Os resultados mostram: a importância dos espaços formativos da universidade e da Escola; o papel dos professores supervisores nesse processo e o desenvolvimento profissional dos vários envolvidos Palavras-chave: Pibid, formação de professores, ensino de Física. INTRODUÇÃO Conforme a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação do Ministério da Educação (MEC), o PIBID é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. O programa concede bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. Os objetivos do PIBID são incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica, contribuir para a valorização do magistério, elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID, sem dúvida, constitui-se numa das alternativas potenciais para fortalecer a formação inicial, considerando as conexões entre os saberes que se constroem na universidade e os saberes que cotidianamente são produzidos e se entrecruzam nas unidades escolares. A experiência real do professor em exercício na educação básica é relevante por enriquecer a formação inicial e profissional dos licenciandos, bolsistas do programa, 1

2 uma vez que estes entram em contato direto com a realidade vivenciada diariamente pelos professores de ensino fundamental e de ensino médio. (SARTORI, 2009, p. 2). O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) que vem, através da CAPES, a fomentar os graduandos das Licenciaturas com maiores deficiência na prática docente em escolas públicas do ensino médio. Implantado pelo IFRS na Escola Estadual DONA ISABEL, município de Bento Gonçalves, Rio Grande Do Sul. Os bolsista do PIBID com o subprojeto de Física vem atuando nesta escola realizando diversas atividades educacionais, como monitorias, gincanas educativas, mostra de ciências, afim de promover aos alunos um interesse maior pela disciplina de Física. No período compreendido entre 2014 e 2015, o subprojeto PIBID-Física, realizou diversas atividades com os alunos do Colégio Dona Isabel, destacando a atividade utilizando instrumentos de baixo custo no laboratório de física e a mostra técnica de ciências. ESPAÇOS DE ENSINO APRENDIZAGEM O subprojeto PIBID-Física são desenvolvidos em dois espaços formais: O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande Do Sul, campus Bento Gonçalves e a escola Dona Isabel. No IFRS são realizados planejamentos das atividades, que ocorre durante as reuniões semanais, a serem desenvolvidas na escola, com a participação de todos os envolvidos. Na escola os bolsistas desenvolvem suas atividades que foram previamente planejadas a partir de observações previamente realizadas sobre o ambiente escolar, principalmente o desenvolvimento das atividades realizadas na sala de aula, tendo a orientação do professor supervisor. Além disso, no PIBID há a participação de professores da rede pública de ensino que são professores regentes de sala de aula e que auxiliam na formação inicial dos bolsistas. Esses professores são chamados de professores supervisores. Eles participam ativamente no planejamento das atividades, contribuindo com sugestões e suas experiências em sala de aula. INSTRUMENTO DE BAIXO CUSTO NO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS Por melhor que o laboratório esteja equipado, é o aluno que determina se o resultado será satisfatório ou não, visto que um trabalho experimental requer muita atenção e concentração. Na maior parte das vezes, esse tipo de trabalho envolve manipulação de instrumentos, conversas com colegas, movimentação constante, o que deve servir para tornar a atividade ainda mais interessante e desvinculada do cotidiano de sala de aula. O saber de experiência se dá na relação entre o conhecimento e a vida humana, ou seja, a experiência é em primeiro lugar um encontro ou uma relação com algo que se experimenta, que se prova. Se a experiência é o que nos acontece e se o saber da experiência tem a ver com a elaboração do sentido ou do sem-sentido do que nos acontece, trata-se de um saber finito, ligado à existência de um indivíduo ou de uma comunidade humana particular; ou, de um modo ainda mais explícito, trata-se de um saber que revela ao homem concreto e singular, entendido individual ou coletivamente, o sentido ou o sem-sentido de sua própria existência, de sua própria finitude. (BONDÍA, 2002, p. 27). 2

3 Com o intuito de buscar um maior interesse do aluno pelas aulas de física, os bolsistas do Pibid confeccionaram experimentos com material reciclado/material de baixo custo para a exploração de temas abordados nas aulas de física. O primeiro experimento foi à câmera escura, onde o objetivo do mesmo é demonstrar a formação de imagens nos instrumentos ópticos, no qual consiste em um objeto totalmente fechado (lata de tinta) com um pequeno orifício em uma das faces, conforme figura 1. Figura 01 Câmara escura O segundo experimento consiste em um espelho infinito, onde se podem visualizar as luzes de natal se refletir nos espelhos, fazendo esses reflexos se multiplicarem, conforme figura 2. O material utilizado foram luzes de natal, espelhos e papel reciclado (papelão). 3

4 Figura 02 Espelho infinito O terceiro experimento foi o braço hidráulico, onde é possível a demonstração das teorias de Steven e do principio de Pascal, representando de forma simples e dinâmica o funcionamento dos equipamentos hidráulicos que utilizamos no nosso dia-a-dia, tais como: direção hidráulica, freio hidráulico, prensa hidráulica, elevador hidráulico. Os materiais utilizados foram: seringas, pedaços de madeira, água, mangueiras e dobradiças, mostradas na figura 3. Figura 03 Braço hidráulico Conforme Kasseboehmer (2008) o que se pretende em atividades de prática de ensino é proporcionar bagagem ao licenciando. Na vivência de distintas situações-problema de ensino, com metodologias de atuação sob diferentes perspectivas, o aluno poderá adquirir não um modelo teórico único que dê conta de todas as situações de ensino, mas sim escolhas e atitudes alternativas para lidar com diversos tempos de aprendizagem e comportamentos dos alunos. MOSTRA DE CIÊNCIAS Na maioria das esferas de atividades, a melhor maneira de aprender é fazendo. Os livros, revistas, aulas teóricas, palestras, seminários e conferências fornecem uma sólida base, porém assimilamos verdadeiramente os conhecimentos quando colocamos em prática as teorias. A maior vantagem que podemos obter pela realização de um experimento científico é a melhor compreensão de um ramo específico da ciência. Os melhores projetos científicos criam hábitos de planificação eficaz, de atenção aos detalhes, cuidado no trabalho, aperfeiçoamento de manuseio e adoção de critérios muito rígidos que nos serão úteis durante toda a vida. 4

5 O grupo do PIBID-Física auxiliou os alunos do Colégio Estadual Dona Isabel na Mostra de Ciências 2015, que aconteceu no dia 16 de maio de 2015, no próprio colégio com o envolvimento dos alunos do ensino médio politécnico. A Mostra de Ciências faz parte do projeto da área das ciências da Natureza junto com a área da Matemática. Os bolsistas auxiliaram na preparação das atividades propostas para a mostra com monitorias e a elaboração de cartazes para a divulgação da mesma, no qual toda a população estava convidada. Nos dias 15 à noite e 16 pela manhã, ocorreu a Mostra de Ciências, no qual os bolsistas auxiliaram os avaliadores (figura 4). Cada avaliador recebeu uma ficha de avaliação de cada turma, onde a supervisora havia escolhido três turmas para cada avaliador. Cada turma tinha um horário especifico para a visitação e apresentação dos trabalhos. Além da demonstração do experimento, os alunos tinham que entregar um trabalho teórico sobre o tema estipulado para cada grupo e a confecção de cartazes para ser observado no dia da apresentação (figura 5). Nas figuras 4, 5, e 6, é possível perceber o entusiasmos dos alunos em apresentar seu próprio experimento. Figura 04 CONSIDERAÇÕES FINAIS Obtivemos resultados expressivos, que ultrapassaram nossas expectativas, notamos que após esse trabalho com os alunos, os mesmos começaram a visualizar a física, de modo geral, de maneira diferenciada, inclusive melhorando o comportamento deles dentro da sala de aula; conseguimos mostrar que a física tem muito à oferecer quando deixamos as salas de aulas e livros didáticos e utilizamos problemas relacionados com o cotidiano do alunos. 5

6 De uma forma geral os alunos da escola Dona Isabel tem se mostrado mais receptivos as metodologias e práticas de ensino desenvolvidas pelos bolsistas, destacam principalmente os métodos não tradicionais de ensino. Fica evidente a função dos professores supervisores, que tem ocupado o papel de formador de professores nos Subprojetos. Entende-se que o PIBID é um programa que está se consolidando com o passar dos anos como uma política educacional de formação de professores, mas que ainda está em construção, este programa tem contribuído com as escolas e com o ensino, por isso, há a necessidade de seu aprimoramento. Temos que formar mentes que possam ser críticas, que possam verificar. Temos de ser capazes de resistir individualmente, de criticar, de distinguir entre o que foi provado e o que não foi. Portanto, precisamos de alunos que sejam ativos, que aprendam cedo a descobrir por si próprios. A utilização de experimentos de Física permite uma maior visualização, interação, percepção, questionamento, abstração e análise, possibilitando uma melhor compreensão dos conceitos abordados no conteúdo curricular. A implementação de um laboratório de Física, em muitos casos, por vários motivos, é muito custosa. Além disto, a maioria das escolas não dispõe de espaço físico para tal. Diante destas dificuldades para se implementar um laboratório de Física, a construção de experimentos usando materiais de baixo custo, mostra-se viável economicamente e permite a realização daqueles objetivos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, M. S. T ; ABIB, M. L. V. S. Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. In: Rev. Bras. Ensino Fís. Vol.25 n 2. São Paulo, Junho BONDÍA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n.19, jan/fev/mar/abr, CAPES, Pibid - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Disponível em Acesso em 07 de jul CARVALHO, A.M.P., Pérez D.G.. Formação de Professores de Ciências. 2ª; edição KASSEBOEHMER, A. C.; Formação Inicial de Professores: Uma Análise dos Cursos de Licenciatura em Química das Universidades Públicas do Estado de São Paulo, Dissertação de Mestrado em Educação, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos SARTORI, J. Formação de professores: conexões entre saberes da universidade e fazeres na educação básica. In Anais do II Encontro Institucional do PIBID UFRGS/Porto Alegre, 01 e 02 de março de SOUZA, Maria Helena Soares; Guia pratico para cursos de laboratório: do material à elaboração dos relatórios / Maria Helena Soares de Souza, Walter Spinelli São Paulo : Scipione,