PRIMEIRA AVENTURA DO DETETIVE ALYRIO COBRA

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2 PAISAGENS NOTURNAS PRIMEIRA AVENTURA DO DETETIVE ALYRIO COBRA Vera Carvalho Assumpção O que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há de novo debaixo do sol. LIVRO DO ECLESIASTE 2

3 1. - Nós, detetives particulares, somos os termômetros da moral estabelecida. Como representante da classe, afirmo que nossa sociedade está esfacelada, podre. Não acredita em mais nada além de grana! - As palavras rolaram pela sala junto com a fumaça das últimas tragadas que Alyrio Cobra dava em seu cigarro. George abriu os braços num gesto que lhe dava razão, não só porque soubesse que o amigo estava bêbado, mas também porque passava as noites solitário e estava sempre disposto a se deixar fisgar por assuntos que ocupassem muitas horas. - Nosso trabalho anda fraquíssimo! - Alyrio tomou novo fôlego. - Aliás, o meu, porque você que investiga golpes nas companhias de seguro está sempre na ativa. A vida do país transformou-se em planejar e executar golpes! A começar pelos senadores da república e magistrados, ninguém pensa em outra coisa que não sejam golpes para conseguir mais grana! - Como você falou, é a moral estabelecida! - George se empolgava. - Os mais altos cargos do país se criaram exatamente para planejar golpes e enriquecer sem nenhum constrangimento diante da miséria e da violência que deixam no seu rastro. - No caso de um detetive como eu, já não há pais procurando filhas desaparecidas. Nenhum corno querendo a prova do adultério. Será que as mulheres não corneiam seus maridos? Será que as meninas não somem de casa, não se mudam para a casa de sujeitos imprestáveis? - Alyrio esmagou o cigarro no cinzeiro. - Corneiam, trepam e se drogam mais do que nunca! Mas hoje os maridos e pais não querem nem saber! Desde que não amolem e não tirem a concentração do ganhar dinheiro, deixam que trepem e desmoralizem seus lares! Hoje, ver a própria esposa, com o corpo nu exposto em bancas de jornal transformou-se em motivo de orgulho. 3

4 Os valores fundamentais estão perdidos! George ia dizer alguma coisa que confirmasse o discurso de seu amigo e vizinho de escritório, mas percebeu que Alyrio não falava com ele. Interrogava as paredes amareladas. No afã de encontrar respostas adequadas para todas aquelas questões, os dois levantaram seus cálices de vinho tinto numa forma de brinde e os esvaziaram de um gole. George reencheu os copos e os dois mais uma vez os esvaziaram, brindando a penumbra que adentrava pela janela. - Como a agência Cobra de detetives está devagar, vamos tomar um pouco de ar e comprar queijo e pão para que o estômago tenha algo com que se divertir além do vinho. Os dois saíram do escritório e caminharam pelo corredor. No patamar, o piso era de mármore e as escadas dignas de um palácio. O elevador funcionava como uma gaiola móvel no poço da escadaria. Enquanto o esperavam, deixaram-se invadir por ruídos e odores do antigo prédio. O elevador parou lotado. O ascensorista fez um sinal e Alyrio se espremeu entre os outros ocupantes. George sentou-se num degrau da suntuosa escada de mármore e acenou com um falso desânimo. Alyrio sabia que o amigo ficaria feliz observando a última claridade do dia que adentrava por um vitral que ali se mantinha por algum milagre indecifrável e criava uma luminosidade colorida no piso de mármore claro. O vinho exacerbava a veia poética de George, acentuando-lhe a capacidade de ficar por horas observando aqueles detalhes de cores inacreditáveis refletidas no chão. Em prédios antigos do centro de São Paulo ainda se viam tais aberrações. E era ali, com o olhar perdido naquele mosaico colorido oscilante ao sabor da caminhada do sol, que ele decifrava o emaranhado de confusões que envolviam as seguradoras e conjeturava sobre os bons tempos em que São Paulo era uma cidade mais humana. 4

5 Alyrio saiu do elevador empurrado pela energia do álcool. O fim de inverno naquele entardecer de agosto trazia um ventinho gelado. Alguns passos e respirações profundas ajudaram seu cérebro embotado e o fígado intoxicado. A rua Sete de Abril estava enlouquecida. Camelôs enchiam as calçadas tornando quase impossível caminhar por elas. O som alucinado das lojas de CDs se melava nos cheiros de pastéis, Macdonalds, hot dogs e churrascos gregos. Ele seguiu para o meio da rua onde uma multidão, que terminava a jornada de trabalho, caminhava em retorno ao lar. Era uma multidão de gente com o visível cansaço do final do dia, intercaladas de assaltantes e assassinos. Alguns agiriam ali, pegando o dinheiro de um distraído que trabalhara o dia todo para ganhá-lo. Era a crise. Não tanto econômica como moral. Deixando-se levar naquela maré de gente, conseguiu entrar na única padaria decente que restava no meio daquelas fábricas de fast-food. De acordo com o próprio gosto, mas especialmente pelas manias gastronômicas de George, escolheu alguns queijos importados, o balconista trouxe um pão quentinho, cortou a mortadela de sempre e o salame. Alyrio saiu com o pacote de comida e mais três garrafas de vinho chileno para beber à vontade e uma de um vinho português, muito especial, caso houvesse algum momento mais intenso em que era preciso algo um pouco mais etéreo. Quando Alyrio inaugurou a agência Cobra de detetives, George já possuía o escritório no mesmo corredor do prédio e era viúvo. Atento aos rumores que corriam pelo edifício, Alyrio soube que sua esposa, em vida, havia sido uma megera. Sabia também que, depois de viúvo, nos dias mais frios, George gostava de beber vinho tinto e ia recriando a mulher com quem estivera casado por trinta anos como se fosse a criatura mais terna e adorável deste mundo. Talvez sua dor tenha sido tão grande pelos destratos que ele preferia desabar para a fantasia. E era quando a idealizava em noites de amor que jamais existiram, que precisava de um vinho mais 5

6 etéreo para que o fígado não desmascarasse seus sonhos. Ao retornar, encontrou George no exato degrau da escada em que o deixara. Só que já não havia reflexos coloridos no mármore do chão. George se apressou em pegar o pacote e os dois entraram no escritório. A secretária eletrônica estava piscando. Havia uma voz ditando um número de telefone a ser chamado com urgência mesmo após o horário comercial, e em nome dele abriram mais uma garrafa. Depois do brinde e de sentir o rascante do vinho determinar cada centímetro do tubo digestivo até o estômago, Alyrio respondeu ao chamado. Uma secretária e o tempo de espera deram a medida da distância e da importância do interlocutor. Finalmente entrou na linha uma voz com o porte de lorde inglês e um sotaque afetado. - É um assunto muito delicado. Temos de tratá-lo pessoalmente. - Amanhã às nove estarei aí. Alyrio anotou o endereço, dobrou e enfiou no bolso o papel. Em seguida reencheu os cálices. George estava organizando os petiscos. Apesar de mais um período de crise financeira pela qual passava o país e seus habitantes, ele fazia questão de refeições com requinte, mesmo que fosse um simples petisco. Alyrio mantinha uma minúscula cozinha em seu escritório, onde tinha pratos, cálices e talheres apropriados para qualquer eventualidade. Em pouco tempo a escrivaninha estava coberta por uma toalha, sobreposta de tábuas e pratos necessários. Brindaram à perspectiva de um novo caso a ser solucionado e da grana que geraria. Quando abriam a segunda garrafa de chileno, depois das habituais duas leves batidas na porta, entrou Jéferson. George sorriu e imediatamente providenciou outro cálice. Jéferson franziu o nariz. - Se me permitem... 6

7 Depositando o capacete e a mochila sobre uma cadeira, Jéferson foi até a mini cozinha e retornou emborcando uma lata de cerveja. - Depois de mais um dia de trânsito infernal, precisava molhar a goela! - Falou depois de vários goles e um suspiro de satisfação. - Acho que hoje ninguém vai querer saber das novidades! - continuou percebendo que os dois já haviam bebido o suficiente para não se interessarem pelas fofocas frescas sobre os outros escritórios do prédio. - Se você teve notícias da nova advogada do quinto andar... - Alyrio levantou o copo. - Hoje não vi a doutora. - Jéferson coçou a cabeça e foi buscar mais uma lata de cerveja. Ao retornar fez um sanduíche de tudo o que havia, especialmente mortadela. George balançou a cabeça. Jamais iria fazer aquele motoqueiro aprender a apreciar iguarias e comê-las nas devidas combinações. Mas ninguém era perfeito. A presteza e a eficiência com que ele resolvia todos os problemas superavam sua ignorância sobre a boa mesa. Com certeza, em sua mochila estavam todos os recibos e documentos de que fora incumbido. Pensando nisso George levantou seu cálice e os três seguiram bebendo e conjeturando sobre as sucessivas crises do país e as possibilidades de solucioná-las. 7

8 2. Gastão Ferraz Bastos trajava um terno com colete e abotoaduras de ouro fixadas em punhos engomados. Era impecável até na cabeleira grisalha aparada e tratada pelo melhor coifeur da cidade. Após as apresentações, indicou a cadeira onde Alyrio deveria se sentar e ele foi para a poltrona atrás da escrivaninha de aço escovado, aonde não se via um único papel além da pasta de couro. Atrás dele, um vidro fumê deixava entrever os contornos da cidade um pouco borrados pela névoa da manhã associada à poluição. - Já ouviu falar em Rita Bastos? - O nome me diz algo... - Alyrio tentou ativar a memória, repassando no cérebro as páginas policiais. Ao sentir que as imagens se aclaravam, estalou os dedos. - A professora encontrada assassinada e violentada nos arredores da escola em que trabalhava! - Era minha irmã. Sua voz saiu pesarosa enquanto abria uma pasta e expunha uma série de reportagens de jornal: Professora de periferia é encontrada morta. Detido de 18 anos afirma que matou por vingança. Professora perseguiu e expulsou traficantes da escola. Antes que Alyrio expressasse a pergunta que lhe vinha à mente: Como uma professora de periferia era irmã de um ricaço como ele, Gastão resumiu a situação juntando as pontas dos dedos de mãos muito bem tratadas. - Minha irmã sempre foi uma desequilibrada! Ele franziu a testa. - Tinha uma crença inabalável de que viera ao mundo com a missão de ensinar alguma coisa às novas gerações. Começou dando aulas em boas escolas. Nos últimos anos achou que sua missão ia um pouco além e era preciso se embrenhar por escolas de crianças e adolescentes remelentos, pois eram exatamente eles que necessitavam de 8

9 sua ajuda. Vivia lendo histórias de santos e mártires que sacrificavam a vida em prol dos carentes. Sua boca se retorceu mostrando o quanto aquilo tudo lhe causava nojo.depois de um profundo suspiro, ele continuou: - Ela queria abandonar tudo, ou seja, as idéias, não o dinheiro da família, e partir para uma missão onde se doava por inteiro. Eu e meu irmão fizemos de tudo para que ela trabalhasse em uma de nossas empresas. Claro que num determinado momento paramos de nos preocupar, ou simplesmente desistimos de remar contra a maré. - Com um suspiro que revolveu o ar da sala, concluiu: - Bem, aí está tudo o que foi publicado sobre o caso. Alyrio debruçou-se sobre a mesa e observou: Dois rapazes de dezoito e dezenove anos, ou seja, maiores, haviam confessado o crime. Ali estavam os culpados. Havia um motivo: a professora estava forçando a expulsão de ambos da escola por participarem da distribuição de maconha na própria escola. Estuprá-la ia por conta da onda de violência que assolava o mundo. - O caso não é tão simples como parece. A voz de Gastão era soturna. - Como já disse, minha irmã era uma desequilibrada. No entanto, sua intenção era boa, e uma pessoa nesse estado é presa fácil para qualquer um! Logo após sua morte, alguém entrou no seu apartamento e revistou-o minuciosamente. Alguém está procurando algo que ela possuía e eu não faço idéia do que seja. Só posso afirmar que esta pessoa tem a chave do apartamento, pois não há sinal de arrombamento. Não tenho a menor idéia de quem seja, nem mesmo quantas pessoas são! Como não sei o que procuravam, naturalmente não faço idéia se encontraram. Alyrio estava tentando entender quando o indicador de Gastão pousou sobre um dos recortes. - Observe esta menina, Melanie! Foi acusada de saber mais do que informou à polícia e em seguida os dois pivetes confessaram o crime e ela saiu de cena. 9

10 Ele voltou a bater o indicador sobre a foto da menina. - Esta menina, de alguma forma, está envolvida, e é por ela que você tem de chegar às pistas e descobrir quem está por trás deste crime. Ela era amicíssima da minha irmã. Amiga demais! Estavam o tempo todo juntas! - Ele suspirou, seus olhos demonstraram a impotência da maioria das pessoas diante de mistérios. - Tenho certeza de que não foi mais um destes assassinatos que tem ocorrido com freqüência nas escolas. Violência pelo controle do tráfego de drogas que minha irmã tentava obstruir. - Já tentou a polícia? - Alyrio perguntou o óbvio. - Tudo o que eles fizeram está nos jornais. O caso está encerrado. Prenderam os supostos assassinos. Eles tinham um motivo muito forte. Sua testa enrugou e ele piscou com vagar. - Não pretendem reabrir o caso por que eu, irmão da vítima, não estou satisfeito com a conclusão mais do que óbvia! - Existe dinheiro envolvido? Alguma herança? Mais uma vez Gastão suspirou: - Não! - Seus olhos pousaram na parede atrás de Alyrio. - Tudo o que era dela está retornando para mim e meu irmão, dois únicos herdeiros, uma vez que ela não era casada e não tinha filhos. Nossos pais estão mortos. A parte dela que está retornando é uma questão de formalidade. Nós já administrávamos tudo. Aliás, se quiséssemos suas ações das nossas empresas, não precisaríamos matá-la, bastariam algumas manobras administrativas! Enquanto Alyrio tentava entender, Gastão Ferraz Bastos reafirmou: - Existe alguma coisa por trás disso tudo. Além de uma intuição fortíssima, existem algumas pontas soltas. Estou contratando a agência Cobra porque preciso desvendar o mistério. Preciso saber quem revistou o apartamento dela de uma forma que não deixou uma gaveta sem que o fundo fosse retirado, uma caixa de 10

11 eletricidade que não estivesse com a tampa solta. Foi uma trabalheira para pôr ordem naquilo. Aliás, foi a menina Melanie quem sabia o lugar das coisas e recompôs o local de modo que não se percebe que foi revistado. Segundo ela, não levaram coisa alguma. Jurou que não sabia o que estavam procurando. Minha intuição diz que é mentira. Desta vez foi Alyrio quem suspirou. Afinal nem tudo estava perdido! Alguém se preocupava, queria saber, desvendar os meandros do crime. - Bem, vou começar por Melanie, mas também gostaria de conhecer o local onde vivia sua irmã. Gastão abriu uma gaveta, pegou um molho de chaves. - Ela morava num apartamento em Higienópolis. Apertando um botão, falou com a secretária. Pediu que escrevesse uma carta ao zelador para que permitisse a entrada de Alyrio. - Bem... Quanto aos meus honorários... - Se estou contratando a sua agência é porque tive informações de que o senhor é competente. Dinheiro não é problema, minha secretária fará o cheque. Quero soluções! Alyrio sentiu que suas palavras eram uma ordem. Despediu-se com um sorriso e um aperto de mão. Enquanto esperava que a secretária digitasse e imprimisse a carta, abriu seu micro e digitou os tópicos da conversa. Gostava de anotar tudo no calor da hora. Pegou a carta para o zelador e o primeiro cheque e seguiu para a delegacia que atendeu a ocorrência. Talvez os assassinos ainda estivessem lá ou seria informado para onde haviam sido transferidos. Era preciso interrogá-los, no mínimo ouvir suas versões. 11

12 3. - É a coisa mais comum que existe! - os olhos cansados do delegado levantaram-se por trás dos óculos. Seus cabelos eram abundantes e ele os usava muito curtos, a camisa sem gravata e mangas arregaçadas, o paletó pendurado no encosto da cadeira. Suas mãos esfregavam-se e abriram-se para demonstrar o quanto era impotente. - A população em volta das delegacias vive apavorada com os motins e os presos que fogem. Em todas as delegacias e cadeias ocorrem fugas! Os problemas são os mesmos: celas superlotadas, local inadequado. Hoje em dia ocorre com muita freqüência dos presos serem resgatados por bandos fortemente armados! - Quer dizer que um dos assassinos da professora se enforcou na cela com um par de meias amarrado na grade de ferro e o outro desapareceu! - Alyrio tentou sua melhor cara de indignação. - É o que diz o relatório! - O delegado tirou os óculos, recolocou-os, revirou alguns papéis. - Morte por enforcamento. Suicídio! - E isto numa cela superlotada! - Não é bem assim. - O delegado desculpava-se num suspiro impotente. - Os presos haviam saído para o pátio, ao retornarem encontraram o cara enforcado. Ninguém viu como ele se matou ou se alguém o matou! As testemunhas ouvidas confirmaram o suicídio. É muito difícil um preso acusar outro! - E quanto ao desaparecido? - Durante um motim, alguns escaparam. Foi dada a ordem de prisão. Qualquer hora ele aparece. O mais comum é ser pego em outro delito. Alyrio abriu o micro, anotou o nome dos rapazes e o endereço de quem reclamou o corpo do enforcado. Pediu ao delegado que o informassem caso o fujão 12

13 fosse recapturado, agradeceu e saiu. Gastão Ferraz Bastos tinha razão! Aquela história encobria mistérios e, não fosse sua curiosidade, a coisa iria se perder. Aliás, já estava perdida, com a professora enterrada, um dos assassinos confessos enforcado e o outro desaparecido. 13

14 4. Alyrio estacionou o carro, atravessou a rua em direção ao prédio aonde residira a professora assassinada. Ainda era inverno e fazia frio, mas o sol brilhava e o céu estava azul. Após a delegacia malcheirosa, a chegada a um belo edifício no bairro de Higienópolis foi uma agradável mudança! O zelador uniformizado leu a carta como se precisasse decifrar cada letra e depois perguntou se ele estava com as chaves. Alyrio levantou o molho e balançou-o. - Nós aqui não temos a chave dos apartamentos. É uma norma. - O zelador informou enquanto encaminhava Alyrio ao elevador e apertava o botão para chamá-lo. - Sempre desaparecem coisas e os empregados levam a culpa! - A voz do zelador estava mais para uma advertência. - Soube que o apartamento de dona Rita foi revistado sem que ninguém notasse gente estranha no prédio! - O olhar de Alyrio caiu no zelador como uma intimidação. - Isto realmente ocorreu, mas a pessoa tinha a chave. - O zelador pigarreou, coçou a cabeça. - Logo depois deste fato o síndico resolveu instalar câmaras de TV. E já estão funcionando! - Sua voz denotava orgulho. Alyrio fechou a porta do elevador encerrando a conversa. Usou a chave e entrou. Se o prédio não condizia com uma professora de periferia, o apartamento estava mais para um seqüestro que exigisse um resgate de alguns milhões! À primeira vista, não se notava que alguém revistara o apartamento. Tudo parecia em perfeita ordem. Era uma primeira visita e ele não tinha elementos para descobrir o que procuravam ali. Queria simplesmente saber um pouco sobre a vida da finada. A decoração, os quadros, os livros, as roupas, as músicas que ouvia. 14

15 Atravessou a sala e começou pelo escritório. Examinou os livros. Havia de tudo, uma biblioteca eclética, mais voltada para as idéias de esquerda. Havia também muita poesia dos românticos do século dezenove. Nas prateleiras, afixados por percevejos, havia recortes de jornal. Alguns eram novidades literárias resenhadas. Outros eram notícias curiosas. Por exemplo, as declarações de Fidel Castro quando o Papa visitou Cuba ou notícias da vida da princesa Diana até fotos de sua morte. Aqui e ali, espetados nas prateleiras, cartões postais com estampas das maiores cidades do globo. Melanie fizera um trabalho excelente recolocando cada recorte em seu local sem que se visse um único furo que não estivesse preenchido por seu respectivo percevejo. Sobre uma escrivaninha de um estilo que Alyrio não conseguiu decifrar, mas podia afirmar que os antiquários a disputariam com altos cacifes, muito material escolar: borrachas de diversas formas, lápis e canetas esferográficas de todas as cores e formatos, pincéis, bicos de pena, lapiseiras. Tudo separado e organizado. Nas poucas gavetas, muitos recortes de jornal ou revista, a maioria deles com poemas em que alguns versos estavam demarcados com cores hidrográficas. No quarto onde Rita dormia havia uma cama de casal de ferro dourado e o colchão, sem roupas de cama. Nas gavetas laterais, mais versos e alguns livros de auto-ajuda. Na penteadeira vários tipos de cremes e escovas para cabelo. Alyrio sentou-se na banqueta e abriu a gaveta. Contas pagas organizadas em pequenos maços. Andou até o armário e abriu a porta. O roçar das roupas penduradas deixou escapar um odor que evocava outras buscas, outras vítimas, outros quartos. Por uns momentos, ele voltou o olhar para a claridade da janela a fim de impedir a entrada de pensamentos sombrios. Remexeu as roupas e o cheiro de bolor se dissipou em seguida, ou talvez tivesse sido somente uma lembrança de outras buscas em locais 15

16 mais sórdidos. Ali tudo denotava dinheiro e cheirava bem. A roupa que havia era de grife. Mesmo os jeans e as camisetas possuíam etiquetas caras. Alyrio não encontrou nada além de uma personalidade que gostava de vestir roupas caras sem conotações de perua. Na cozinha, a geladeira estava funcionando, porém vazia. O que fez com que ele imediatamente começasse a sentir fome. Abriu os armários sobre a pia e constatou estarem também vazios. Com certeza, quem pôs ordem no apartamento aproveitou para jogar a comida fora. Ele fez uma leve massagem sobre o estômago e foi para a sala. Examinou os aparelhos audiovisuais. Som de alta fidelidade e potência. Um televisor grande e moderno com som estéreo. Uma secretária eletrônica com fax acoplado. Nenhum fax recebido, nenhuma mensagem na secretária. Examinou os CDs de música clássica e de músicas brasileiras derivadas do MPB. Nenhuma pista. Num dos armários encontrou um bar bem servido. Pelo menos a finada gostava de boas bebidas! Pegou um cálice e abriu uma garrafa de vinho do Porto dez anos. Deixou-se afundar num sofá e degustou a bebida com vagar. Enquanto o vinho descia de uma forma muito agradável por seu tubo digestivo, Alyrio conjeturou que o caso estava tomando o rumo que apreciava. Pontas soltas sem pista alguma. Ninguém sabia quem revistara o apartamento e muito menos o que buscavam. Os assassinos haviam desaparecido. Correu os olhos pela mobília e tentou relembrar as primeiras lições de sua formação de detetive: conheça a vítima! Toda vítima morre devido a quem ela é, o que ela é, onde ela está em determinado momento. Quanto mais se sabe sobre a vítima, mais perto se está do assassino. Havia deixado o micro no carro, mas tentou gravar na mente tudo o que via enquanto esforçava-se por formar uma idéia da vítima associando a imagem de suas fotos com a decoração do apartamento. Rastreou as paredes e gravou os quadros e alguns dos pintores. Havia uma paisagem mais escura que lhe chamou a atenção. 16

17 Firmando melhor os olhos conseguiu identificar a assinatura no canto do quadro: Domitila. No meio do fluxo mental a que este caso o conduzia, deparar-se com um quadro de Domitila era surpreendente. Levantou-se reencheu o cálice e mais uma vez deixou-se afundar no sofá. Domitila era uma pintora que conhecera há pouco e que lhe dissera coisas incríveis. Uma delas foi a explanação sobre as coincidências que regiam nossa vida. Ele, que não punha muita fé nestas idéias, estava diante de uma coincidência de tirar o fôlego. Degustou o resto do vinho divagando sobre o fato de encontrar aquele quadro exatamente ali, naquela sala. Quando terminou a bebida, levantou-se, guardou a garrafa e fechou o bar. Repassou mais uma vez cada cômodo. Era preciso saber mais sobre o caso e então talvez encontrasse objetos que fizessem sentido. Com certeza voltaria para conhecer um pouco mais da vítima e, claro, para mais umas doses de Porto dez anos. Antes de sair, lavou o cálice e guardou-o para a próxima visita. 17

18 5. Depois de dirigir por um trânsito bem pesado até a zona sul da cidade, Alyrio parou o carro em frente à escola em que Rita lecionara. Era um muro de blocos cinzentos tão pichados que já não se distinguia desenho algum. No portão, os mesmos hieróglifos indecifráveis de um presente de insatisfações e revoltas. Por um instante, ele viu-se criança, num tempo em que freqüentava a escola primária. Era inegável que o mundo mudara. Estudara numa escola pública em que os muros eram baixos, mostrando plantas que floriam. A diretora e as professoras se vestiam decentemente e eram respeitadíssimas. Era de um tempo em que a limpeza da escola e a ordem entre os alunos eram muito bem cuidadas. Embora houvesse insatisfações, elas não transbordavam numa agressão tão escandalosa ao mundo inteiro. Empurrou o portão e entrou. Alguém próximo tomou tal susto que fez com que Alyrio se assustasse com o susto do outro. Custou a acalmar o porteiro informando que estava ali somente para conversar com a diretora. Não era assaltante nem baderneiro! Por fim atravessou um pátio vazio, caminhou por corredores tranqüilos e bateu na porta da sala da diretoria. Uma jovem de cabelos cacheados e pintados de vermelho abriu a porta. Usava brincos enormes pendurados nas orelhas, um decote que deixava aparecer um vislumbre dos seios e era explicitamente sexy. - Gostaria de falar com a diretora. - Sou eu! Mariana. Ela sorriu e estendeu-lhe a mão. Alyrio esperava encontrar uma mulher de pelo menos uns cinqüenta anos, vestida num tailleur cinza e uma blusa branca fechada no pescoço por um camafeu. A visão daquela exuberância ruiva o deixou sem reação por alguns segundos. Ainda mais que ela lhe pareceu assustada com sua presença. Assimilada a surpresa de 18

19 ambos, ele foi explicando que estava investigando a professora assassinada. Aos poucos os olhos assustados e maquilados de Mariana foram perdendo o ar de espanto e ela convidou-o a se sentar e falou sobre o brutal assassinato. Rita era uma das melhores professoras. - Ela era muito querida pelos alunos exceto pelos marginais e traficantes que se infiltravam na escola a fim de vender cigarros de maconha, desestabilizando nossa juventude! Eu e todos os professores temos certeza de que os pivetes a mataram por ela ter tentado expulsá-los da escola. Enquanto ela falava, Alyrio observava sua escrivaninha muito simples. Nem havia como compara-la a que vira no apartamento de Rita. - Hoje em dia já não bastam os perigos de fora! Os olhos de Mariana se arregalaram. É aqui, dentro da escola que os marginais instalam seus braços. Estudantes são convencidos a vender maconha e outras drogas! É muito dinheiro envolvido! Os rapazes se deixam convencer com facilidade. Enquanto a diretora explicava o pavor que dominava alunos e professores por causa de marginais, verdadeiros vândalos que passeavam pelo bairro disparando tiros que muitas vezes atingiam alvos errados, soou a campainha que anunciava o final das aulas do período da tarde. A diretora caminhou até a janela e chamou Alyrio. Os dois observaram pelo vidro. - Nossa juventude não merece viver o terror que os marginais e traficantes lhes impõe! Ela falou Apesar dos olhos de Alyrio estarem mais voltados para o palpitar dos seios da diretora, ele concordava com ela. Havia jovens de todas as idades que não se vestiam com roupas de grife, mas que se mostravam limpos e saudáveis. Segundo a diretora, a maioria com grande interesse pelos estudos. 19

20 Como no tempo de sua infância, Alyrio observou crianças e adolescentes eufóricos pela liberdade. Sair da escola, percorrer as ruas, chutar bolas, brincar nas calçadas. - Quando vejo meus alunos saindo, sempre me preocupo com o que vão encontrar do lado de fora. - A diretora fez um ar apreensivo enquanto outros professores entravam na sala. Houve as apresentações. Em poucos minutos todos eles repetiram as palavras da diretora, afirmando que Rita era uma professora excelente e que era até enérgica demais na sua guerra contra as drogas. Não que eles desaprovassem, mas ela acabou tendo o final previsível a todos os que chegam perto da droga. Especialmente quando o objetivo é combatê-la. Alyrio reparou que cada professor tinha um escaninho num armário. Era onde guardavam livros de chamada, cadernos e outras coisas pertencentes à classe. - Rita tinha um armário? - ele quis saber. - Claro! - a diretora caminhou até o armário que fora de Rita e o abriu. - Cada professor tem o seu. O dela, a polícia abriu e encontrou somente o livro de chamada que está com a nova professora. Alyrio examinou o armário que era grande e caberia até uma pilha de cadernos. Aquele estava vazio. - Os professores deixam de tudo dentro dos armários. Alguns até de uma forma bastante desorganizada. - Mariana segredou-lhe com tanta intimidade que Alyrio sentiu o roçar de seus seios. Um frêmito de excitação sexual percorreu-lhe a espinha. - Até a polícia estranhou o fato de o armário estar vazio. Rita com certeza era mais organizada do que se poderia imaginar. - Mariana continuou afastando-se e ele se perguntou se ela realmente encostara seus seios ou ele simplesmente imaginara. Alyrio agradeceu pela atenção dispensada e, ainda perturbado pelas 20

21 emanações sexuais daquela mulher, despediu-se. Saiu do prédio da escola. Parou próximo à barraca montada numa kombi estacionada e pediu um hot dog. Não havia almoçado, estava faminto. Enquanto observava o homem preparar o sanduíche, perguntou-lhe se conhecia a professora que fora assassinada. O homem olhou-o com desconfiança. - Sou detetive particular, - ele informou: - Mas a polícia já não descobriu e prendeu os assassinos? Quem a matou foram os próprios alunos da escola! - A família da moça quer mais informações e me contratou. Por um momento o homem parou de fazer o sanduíche e levantou os ombros. - Ela lecionava na parte da manhã e muitas vezes na saída parava aqui e comia um hot dog. Era muito simpática, sempre me dava gorjeta e os alunos pareciam gostar muito dela. É a única coisa que posso dizer. Alyrio recebeu o sanduíche e colocou vinagrete, maionese, ketchup e mostarda. Deu a primeira mordida, mastigou, engoliu e perguntou: - Nunca viu ninguém suspeito esperando por ela? Ela ia embora sozinha? O homem pensou um pouco, abanou as moscas que voavam sobre o vinagrete. - Ela andava por aí pedindo dinheiro nas firmas do bairro e diz que melhorava a merenda dos alunos. Eu mesmo uma vez fui contratado para servir sanduíches numa festa de aniversário da escola patrocinada por um dos amigos da professora assassinada. - E você conheceu o tal amigo? - Se ele estava na festa não sei lhe dizer, havia muita gente de fora, pais e amigos dos alunos. Só sei que servi sanduíches para todos e recebi meu dinheiro sem 21

22 problemas. Alyrio mastigava e o homem passava um pano sobre o pequeno balcão. - Estou tentando me lembrar, - ele continuou falando: - Acredito que jamais a vi com outras pessoas que não os professores ou alunos daqui. Ultimamente havia uma menina que era sua amiga e que às vezes vinha na hora da saída. Era uma menina loura muito bonita e com cara de grã-fina. Fora esta menina, nunca vi ninguém estranho ao lado da professora. - Você não tem medo de ficar exposto assim, aqui na porta? O homem abriu os braços numa demonstração de que não havia o que fazer: - Todo fim-de-semana, especialmente nas madrugadas, tem matança pelos botecos da região. Aqui em frente da escola ainda não mataram ninguém. A professora mesmo não foi baleada aqui na porta, mas estrangulada aí pelos matos. - Ele fez um gesto que abarcava os arredores da escola. Alyrio terminou o sanduíche, olhou para o prédio da escola numa despedida dos peitos ardentes da diretora, e se foi. 22

23 6. Já não havia tempo para passar no escritório. Alyrio foi direto para sua casa, um pequeno sobrado geminado, na Rua Frei Caneca, a umas cinco quadras da Paulista. Estacionou na garagem, fechou os portões e abriu a porta da frente. Não acendeu as luzes da sala. Gostava da penumbra, de ir tateando as coisas até que os olhos se acostumavam à luz do ambiente. Era na solidão e no silêncio que sua mente atinava com as melhores deduções. Era também no escuro que as imagens de sua própria vida se mantinham na penumbra. Fora casado e quando voltava para a casa todos os dias havia duas crianças correndo para abraçá-lo. Como eram felizes aqueles momentos e, com certeza, mais ainda a lembrança deles. Depois que sua ex-esposa se cansara dele e se juntou a um aventureiro que a levara para viver em Miami, os filhos foram com ela e ele tinha a oportunidade de vê-los uma vez por ano. A cada encontro ficavam maiores e mais distantes. Um casal de quase adolescentes que ele sabia estarem crescendo, sem ter idéia do que faziam, do que gostavam, quem eram seus amigos. Até a língua em que se comunicavam, que era o português, estava ficando difícil de manter. Restava o micro. Pelo correio eletrônico trocavam mensagens amistosas, beijos e abraços que jamais se davam pessoalmente. Serviu-se de uma dose do vinho do Porto que não era de tão boa qualidade como o que ingerira no apartamento da finada e sentou-se em frente ao micro. Tinha um caso e era sobre ele que seus pensamentos deviam fluir. Pelo que pudera averiguar nas investigações do dia, concordava com Gastão, seu contratante, o caso não era óbvio como parecia. Por enquanto só encontrara pontas soltas. Abriu o micro e escreveu detalhadamente sobre a delegacia e a visita ao apartamento da finada. Escreveu sobre a escola. Então seu pensamento divagou por tudo o que fizera e 23

24 tomou um rumo bem específico: Domitila. No meio do intrincado caso, havia uma pintura assinada por ela na casa da professora assassinada. Era um bom motivo para ir vê-la! Foi até o telefone e discou seu número. A resposta veio da máquina e ele preferiu não deixar mensagem. Voltou a se sentar na penumbra e tentou raciocinar sobre o caso, mas seu pensamento não conseguiu outro rumo que não fosse Domitila. Vivia com ela uma amizade que ainda não havia se consumado num ato sexual. Conhecera-a fazia poucas semanas numa galeria de pintura, onde entrara por acaso, impressionado com os quadros expostos. Eram mulheres exuberantes que ela nomeava sacerdotisas. Suas expressões alucinadas não pareciam feitas de elementos retirados do belo, mas especialmente daqueles que se encontra em demônios e feiticeiras, matéria mais alquímica do que estética. Eram quadros que transmitiam, quase sem querer, uma força que não deixava ninguém indiferente e que atraíram Alyrio para dentro da galeria. Tampouco a figura da pintora o deixou indiferente. Ela era daquelas mulheres que não são bonitas, mas que possui uma luz vinda sabe-se lá de onde. Alta, discretamente roliça, cabelos longos e morenos e uns olhos amarelos de cadela brava que eram o detalhe mais marcante de sua figura. Observou-a zanzando pela galeria com cara de entediada, de já não estar se sentindo envolvida com a própria pintura e muito menos com os comentários que ouvia. Embora não usasse o estratagema de olhar o relógio, percebia-se que contava os minutos para a festa acabar. Alyrio sentiu vontade de dirigir-lhe a palavra, mas não lhe vinha um único comentário razoável. Então se pôs a analisar cuidadosamente aquelas pinturas que traziam um claro-escuro atordoante, retratando mulheres atormentadas, que ao mesmo tempo tinham no olhar a determinação de quem sabe o que quer. Quando se 24

25 aproximou da pintora, ficou sem saber o que dizer. Foi ela quem sorriu e perguntou: - Está assustado? - Acho que já tive algum sonho com uma destas mulheres! Ou será que foi pesadelo? Ela sorriu e ele, num ímpeto estranho até para si próprio, convidou-a para jantar. Naquela noite ela tinha de ficar na galeria até o último convidado. Marcaram para o dia seguinte. Ele passou pelo ateliê e ficou impressionado. Foi lá que, além de ver outras sacerdotisas, conheceu a série de pinturas que retratavam as paisagens noturnas. Talvez tivesse sonhado com as sacerdotisas, ou elas poderiam se confundir com qualquer das mulheres que perambulavam por suas noites. As paisagens noturnas pareciam sair diretamente de alguma vivência de que não se recordava. Eram-lhe tremendamente familiares ao mesmo tempo em que não lhe mostravam nenhuma referência. Naquela noite, aquele não foi o único fato surpreendente. No restaurante, enquanto bebiam chope e comiam pão com manteiga para esperar a macarronada do jantar, ela falou das tantas vivências pelas quais uma alma pode passar, ou seja, suas vidas passadas. Falou da Inquisição, das tantas mulheres mortas nas piras por serem hereges ou bruxas, e no tanto do conhecimento que, junto com elas, virou cinza. Alyrio estava especialmente impressionado com a mulher à sua frente, com o que ela falava, com as chispas amareladas de seu olhar e limitava-se a concordar. Embora as teorias sobre vidas passadas sempre lhe parecessem absurdas, mais absurda ainda lhe pareceu a continuidade da conversa. Partindo da possibilidade de ter vivido diversas vezes conectada a um sexto sentido, Domitila tentou demonstrar que nos últimos séculos, podia-se notar que esse sentido extra sensorial vinha-se perdendo. O que era uma tremenda perda para toda a humanidade! Desde o final do século passado e agora na entrada do novo 25

26 milênio, quanto mais alienado se fosse, melhor! As pessoas viviam soltas no mundo, desligadas das raízes! Desligadas do sentido da vida que não fosse dinheiro e poder. O pior era que a maioria dos jovens preferia se drogar e se alienar a ter de lutar. A macarronada chegou fumegante e eles se distraíram enquanto o garçom servia. Pediram mais chope e por alguns momentos se dedicaram à mastigação. Quando a fome arrefeceu, Alyrio voltou a pensar no que ela dissera sobre o conhecimento ir se perdendo. A princípio com timidez e depois dando ao assunto a devida importância, afirmou que desde as primeiras lições da escola, tínhamos a impressão de que nossa cultura se definia por uma acumulação de conhecimentos, ao invés de uma perda. Aprendíamos o sistema solar de Ptolomeu, em seguida o de Galileu, depois as leis de Kepler, etc. Ela rebateu sem hesitar que não era bem assim! Na Grécia antiga já haviam teorias muito acertadas sobre o sistema solar. No entanto a Igreja Católica, em nome de Deus, apoiou sistemas que tinham a terra e os dirigentes da sua seita como centro do Universo! E, com o poder que adquiriram, não hesitaram em colocar na fogueira qualquer pessoa que apresentasse teorias mais próximas da realidade. Entre goles de chope, ela reafirmava que a história das civilizações era uma sucessão de abismos onde toneladas de conhecimentos desapareciam! Quando Alyrio observou-a com certo pasmo, ela continuou afirmando que os gregos foram incapazes de recuperar os conhecimentos matemáticos dos egípcios. A idade média permitiu que toda a ciência grega se perdesse. A biblioteca de Alexandria ardeu em chamas e as piras da Inquisição queimaram pessoas, bruxas, que na realidade eram sacerdotisas, pulverizando com elas toda a sabedoria adquirida até então. Depois de vários chopes, ela fez uma preleção sobre a memória social e 26

27 cultural que tinha por função filtrar e não conservar o conhecimento. E o pior era a sociedade inteira aprovar estas filtragens e aderir com muita facilidade às censuras! - Quer um exemplo prático? - Seus olhos tornavam-se muito sérios. - Veja, sabemos que a lua gira em torno da terra e sua órbita varia numa inclinação de cinco graus. Por isso não ocorre um eclipse solar ou lunar a cada lua nova ou cheia. Desde que mundo é mundo, a geometria que provoca um eclipse lunar se repete a cada dezoito anos e dez dias. Ou seja, cada eclipse que ocorre hoje, já ocorreu exatamente igual há dezoito anos e dez dias. Na Antigüidade, na Mesopotâmia já se sabia disso! Hoje, cada vez que se anuncia um eclipse lunar visível, jornais e telejornais sérios, aventam a possibilidade do fim do mundo! E todo o mundo leva a sério! Se algum cientista se der ao trabalho de ir à telinha explicar a geometria da órbita da lua ao redor da terra, as pessoas pegam o controle remoto e mudam de canal. E ela continuou falando que a perda do conhecimento era uma constante, tanto fazia se na época da Inquisição, dos estalinistas ou dos atuais sectários do politicamente correto americano, que procuravam eliminar dos manuais de história tudo o que pudesse aparecer como um atentado a esta ou aquela minoria racial, ou simplesmente o que não lhes convinha! Alyrio estava surpreso pelas idéias dela, e mais ainda com o fato de que ele aceitava tudo sem escárnio. Não fizera um único comentário jocoso. Começava a pensar em suas vidas passadas e na possibilidade de ter na memória da alma aquelas paisagens noturnas que tanto o impressionaram. Ela seguiu falando das buscas e pesquisas sobre as sacerdotisas. Era uma das suas paixões! A Inquisição era realmente um abismo onde toneladas de conhecimento desapareceram! As mulheres que pintava eram imagens vindas de lá. Com certeza, havia tido uma ou várias de suas vidas naquela época. Concentrava-se e captava as imagens. Eram aquelas sacerdotisas que transpunha para a tela. 27

28 Infelizmente conseguia captar somente a imagem. O conhecimento, sabe Deus em que abismo se abrigava! Já no final do jantar, ela falou de um casamento fracassado e comentou que ao invés de freqüentar um psiquiatra, ela pintava. Pessoas com grana se deitavam no sofá do analista para compreender o que tornava a vida insuportável. Domitila gostava de se deitar no próprio sofá e divagar, deixar o pensamento dar voltas e mais voltas pelo mundo e pelas tantas vidas que vivera. Era nesses momentos que a vida deixava de ser insuportável. E ainda conseguia melhorar quando começava a pintar! Desde aquele jantar, encontraram-se outras vezes. Aos poucos iam se enredando pelas autobiografias. Obviamente a vida a tinha feito engolir muitos sapos, mas Alyrio acreditou que, longe de querer fugir, ela tirava daí força para transpor para as telas suas neuras e para ser uma mulher interessante e atraente. Levantando do sofá, Alyrio se espreguiçou, bocejou. Era bom pensar em Domitila e deixar os próprios demônios num canto escondido da alma. Também era preciso dormir um pouco, pois o dia seguinte seria cheio. Olhou para seu micro. Não chegara a usá-lo, mas ele lhe fez companhia. Sua luz azulada indicava uma presença amiga. Fechou-o e foi para a cozinha. Pegou umas frutas da geladeira, bateu-as com leite no liquidificador e bebeu. Um copo de vitamina sempre o livrava da culpa dos tantos alimentos pouco recomendados pelos politicamente corretos e especialmente pela quantidade de álcool que ingeria diariamente. No dia seguinte, seguiria as ordens de seu contratante e começaria pela menina Melanie. Tinha a esperança de que ela lhe desse elementos mais palpáveis para a investigação. 28

29 7. Depois de procurar no guia uma rua escondida no miolo do bairro do Morumbi, Alyrio dirigiu-se para a casa de Melanie. Havia telefonado e conseguido agendar a visita ainda na parte da manhã. Ao chegar, assustou-se com a grandiosidade dos muros e portões de entrada. Foi anunciado por um guarda e os portões se abriram. Penetrou com o carro num pátio ajardinado digno de cenários holywoodianos. Estacionou e foi recebido por um mordomo que vestia calças pretas e camisa branca impecável. Notava-se que ainda não havia colocado a gravata e isto, ao mesmo tempo em que lhe trazia alívio, lhe fazia falta, pois ele passava a mão pelo pescoço como a buscá-la. O mordomo seguiu na frente e atravessou o portal envidraçado, percorreu um hall e indicou-lhe uma poltrona com uma mesura que poderia ser confundida com um pedido para dançar. Como se entrasse em um baile da época dos anos loucos, antes de se sentar, Alyrio percorreu a sala em ritmo de valsa lenta, extasiado com a pompa do ambiente. Por fim, seu corpo acomodou-se à poltrona e ele pôde observar o bom gosto da decoração. Quase de imediato uma porta se abriu e entrou na sala uma mulher com a aparência de uns quarenta e poucos anos que balançou o coração de Alyrio. Entrou sem olhar para ele e impôs sua esbelteza madura como se fosse a única presença digna de atenção. O fato de dizer seu nome e a que vinha apenas serviu para que a mulher, no esplendor da maturidade, se distanciasse ainda mais de Alyrio. - Um detetive da polícia já esteve aqui e tenho certeza de que ficou muito claro que minha filha não tem coisa alguma a ver com a morte da professora Rita! - A voz era enérgica. Seus olhos que estavam voltados para diferentes pontos no além, fixaram-se nos dele com muita intensidade. 29

30 - A senhora a conhecia? - Claro! Rita era a grande amiga de minha filha e freqüentava nossa casa! Melanie tinha o hábito de todas as segundas-feiras passar o dia e dormir na casa da professora. - A senhora não acha estranha uma amizade de uma menina de dezesseis anos com uma mulher de trinta e cinco? - Já estou numa idade em que o mundo não oferece nada de estranho. - Ela fixou-o com um ar de surpresa fingida. - E acho que o senhor também! Alyrio sentiu-se de tal forma aturdido com o comentário que respondeu olhando obsessivamente para seus seios, até que ela se viu forçada a apalpar o busto, procurando uma possível indiscrição na roupa. - Minha conversa com sua filha pode ser com a sua supervisão. Não vou lhe causar nenhum constrangimento. A família de Rita não está satisfeita com as conclusões da polícia. Acreditam que o caso foi abandonado com muita rapidez. Querem uma investigação mais detalhada. Tenho certeza que sua filha pode me dar informações sobre os amigos em comum. Enfim, alguma pista que não tenha sido explorada. Além do mais, sendo uma amiga tão íntima, vai ficar feliz em poder ajudar! - Ela está no escritório. - A mulher fez algum gesto imperceptível e o mordomo reapareceu. - Que deseja dona Sônia, - o homem falou entredentes, mas foi suficiente para que Alyrio se fixasse no nome da mulher que lhe balançara o coração. - Acompanhe este senhor ao escritório. Ele quer falar com Melanie. Hoje ela não foi à escola e deve estar fazendo seus deveres escolares! Alyrio lamentou ter de deixar a companhia de Sônia. Ela já estava em pé como se tivesse muita pressa de se desvencilhar daquilo. Despediu-se com um leve 30

31 oscilar da cabeça, seguido de um fechar de olhos. O mordomo embrenhou-se por um corredor e abriu uma porta. Alyrio entrou. Melanie não estava envolvida com deveres escolares. Estava de costas para a porta, com o olhar perdido na claridade da janela. Toda a esbelteza de sua juventude era bem demarcada por uma calça jeans e uma camiseta de uma malha colante. Sua figura era esguia e delicada, chegando até uma cabeleira loura com mechas que caíam do alto de uma cabeça lançada para trás a fim de que a visão alcançasse mais longe a paisagem da janela. Alyrio pigarreou e ela voltou-se lentamente. Ele inspirou o ar e uma baforada acre penetrou-lhe as narinas. Não havia dúvidas quanto ao cheiro da maconha. Com certeza ela estivera fumando um baseado. Ele observou-a de frente. Ela era magra e sardenta. Tinha um brilho excessivo nos olhos, o nariz bem feito e a boca carnuda e bonita. Seus cabelos alourados e esvoaçantes reforçavam-lhe a candura de virgem de olhos grandes e verdes, cercados por uma pele clara que raramente via o sol. Talvez pela beleza da adolescente ou pelo odor forte da maconha, Alyrio foi subitamente possuído por uma insensatez que não sentia desde os dezoito anos. Um impulso de arrebatar aquela menina nos braços, levá-la até a monumental sala e dançar com ela valsas e mais valsas até sair pelo jardim e envolver-se pelas árvores e flores. Ele se demorou alguns momentos saboreando essa centelha insana que, para ele, nada tinha a ver com sexo, mas com a necessidade de manter destilada uma lembrança da juventude, de amores antigos, de riso, da liberdade de qualquer responsabilidade, de puro e animal deleite no mundo dos sentidos. Há muito, tudo isso deixara de fazer parte da sua vida, se é que algum dia realmente executara algum destes atos que não tivesse sido em sua fantasia. Então foi ele quem pigarreou e retomou a investigação. Viu-se sob a mira 31

32 do olhar da menina. Sentiu-se estudado, porém não parte por parte como ele havia feito, e sim globalmente. - Alyrio. - Ele chegou-se a ela estendo a mão, apresentando-se. O odor se intensificou. - Sou detetive particular. - Ah!... É por causa de Rita. - Sua voz estremeceu e seus olhos brilharam lacrimosos. - Isso é coisa daquele doutorzinho, irmão dela! Será que não vai deixá-la descansar em paz? - A família de Rita está intrigada. Acreditam que há algum mistério por trás deste assassinato. - E eles têm alguma idéia do que seja? - Não! Por isto me contrataram! - Alyrio percebeu um leve ar de alívio na expressão da menina. Ela foi até a escrivaninha e pegou uma foto. - Rita era uma pessoa maravilhosa. A sala cheirava a maconha e ela também. Com a foto na ponta dos dedos, Melanie fechou os olhos e sorria como se estivesse em êxtase diante do espetáculo interior a que seus olhos assistiam. - Me fale dela! - Alyrio pediu. Lentamente Melanie abriu os olhos e voltou-se para ele. - Não há muito mais além do que os jornais publicaram. Éramos amigas, muito amigas. E ela morreu por causa de dois pivetes que queriam se vingar. Tudo aconteceu exatamente como está nos jornais. - Você conheceu os assassinos? - Rita havia me falado sobre eles. Ela tinha o hábito de expulsar da escola os alunos envolvidos com drogas. Ele aspirou fundo o cheiro da maconha do aposento e não conseguiu 32

33 encaixar a professora sendo assassinada numa luta ferrenha contra alunos que vendiam baseados na escola. - Havia outros inimigos? Alguém que instigasse os rapazes? - Ele perguntou e notou que ela voltava a se perder na paisagem da janela. Alyrio deixou-se cair no sofá de couro acolchoado, onde afundou num conforto que lhe permitiu contemplar tranqüilamente a garota deslumbrada pelo que via além da janela ou dentro da própria alma. Os jeans mostravam as pernas torneadas, e a blusa de malha colante evidenciava os seios pequenos de mamilos inacabados. O colo e o pescoço eram cobertos por uma penugem. Ocorreu-lhe que nem a mãe, nem os empregados percebiam aquela menina completamente chapada pela maconha! Ou será que percebiam e já não havia muito que fazer? Depois de algum tempo, ela se voltou para Alyrio adivinhando a contemplação. Ele não desviou o olhar. Olhos nos olhos, observaram-se até que ela se chegou ao sofá, sentou-se ao seu lado e pousou a cabeça contra o seu peito. Depois de alguns suspiros entediados, ela começou a apalpar Alyrio. Palmilhou-lhe o peito como se o tacto fosse o sentido que lhe recuperava a realidade. Numa reação involuntária, ele retesou os músculos. Se fosse Sônia ao seu lado, haveria uma conquista lenta, cheia de revelações. Se ela entrasse naquele momento e visse a filha tão naturalmente recostada sobre ele e acariciando-o, com certeza ficaria enfurecida. Quando conseguiu controlar os músculos, Alyrio revirou-se na poltrona e insinuou um abraço, que era alguma coisa que protegia a garota de seus temores secretos. - Deixe Rita dormir em paz. - A voz de Melanie era uma súplica pastosa. - Sua família a perseguia viva e vai continuar a persegui-la porque sentiam muita inveja, continuam a sentir inveja! Ela era uma mulher maravilhosa! Lutava por um mundo melhor! Melhor para todos! Se eu pudesse iria sugerir que a canonizassem. 33

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