UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SEQUELAS DE ACNE NA FACE AMENIZADAS PELOS BENEFÍCIOS DA MICRODERMOABRASÃO CURITIBA

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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SEQUELAS DE ACNE NA FACE AMENIZADAS PELOS BENEFÍCIOS DA MICRODERMOABRASÃO CURITIBA 2014

2 FABIOLA PORTO MAROCCO COELHO SEQUELAS DE ACNE NA FACE AMENIZADAS PELOS BENEFÍCIOS DA MICRODERMOABRASÃO Trabalho de conclusão de curso, apresentado à disciplina de Metodologia Científica, do curso de MBA em Estética Clínica Avançada e Cosmetologia Orientadora: Profª Silvia Patrícia de Oliveira CURITIBA 2014

3 SEQUELAS DE ACNE NA FACE AMENIZADAS PELOS BENEFÍCIOS DA MICRODERMOABRASÃO Fabiola Porto Marocco Coelho¹, Silvia Patrícia de Oliveira² 1 Pós-graduanda do Curso MBA Estética Clínica Avançada e Cosmetologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, Pr). 2 Fisioterapeuta Dermato Funcional- Silvia Patrícia de Oliveira, Professora Orientadora Adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, Pr). Endereço para correspondência: Fabíola Porto Marocco Coelho / fabiola.marocco@yahoo.com.br RESUMO As sequelas de acne geralmente ocorrem de um processo inflamatório que ocorre no folículo pilocebáceo. Esse acontecimento prejudica a aparência da pele que passa a apresentar cicatrizes em sua superfície. O uso da microdermoabrasão nas sequelas de acne apresenta-se como um procedimento seguro e eficaz, de rápida aplicação, não interferindo nas atividades diárias do paciente, liberando-o após o procedimento. O tratamento é indicado para tratar sequelas causadas pela acne na face, sendo contra-indicado em alterações cutânea acompanhado de processos inflamatórios, pele muito sensível, queloides, podendo ser aplicado em todos os fototipos cutâneos. O tecnólogo em estética é capacitado de conhecimentos sobre o equipamento utilizado para a prática por microdermoabrasão e necessita instruir o paciente sobre os cuidados que deve ter antes e após cada aplicação desse peeling. Esse trabalho é uma revisão de literatura que tem por objetivo verificar os efeitos da microdermoabrasão nas sequelas de acne da face. PALAVRA CHAVE: Cicatrizes de acne, microdermoabrasão, peeling de cristal e diamante. ABSTRACT The sequelae of acne usually occur from an inflammatory reaction that occurs in the hair follicle. This damages the appearance of the skin, which starts to present surface scars. The use of microdermabrasion on the sequelae of acne presents itself as a safe and effective procedure, quick and not interfering in the daily activities of the patient. This treatment is indicated for sequelae caused by acne on the face, being contraindicated in cutaneous changes with inflammatory processes, very sensitive skin, and can be applied on queloids all skin phototypes. The aesthetic technician is able to operate the equipment used for Microdermabrasion and needs to instruct the patient about the care they must have before and after each peeling application.this paper is a review of literature that aims to check the effects of microdermabrasion in facial acne sequelae. KEYWORDS: Acne scars, microdermabrasion, crystal and diamond peelings

4 1. INTRODUÇÃO As cicatrizes de acne ocorrem devido a um processo inflamatório que acontece no folículo pilocebáceo, mas nem sempre essas sequelas são causadas pela infecção. Esses acontecimentos danificam a aparência da pele podendo deixar sequelas em sua superfície. A face é a região do corpo mais afetada e exposta a essas afecções, podendo interferir não só na autoestima como também na convivência social para quem as possui (MELO, 2012). A microdermoabrasão é um tratamento terapêutico de esfoliação utilizado pelo tecnólogo em estética para tratar as sequelas deixadas pela acne, sendo a face a região mais indicada para a aplicação do método (MAIO, 2004). Trata-se de um procedimento de esfoliação superficial, não invasivo, de rápida recuperação tecidual, sua prática é realizada em clínicas estéticas, é de rápida aplicação, leva aproximadamente 20 a 30 minutos, podendo esse tempo se prolongar quando associado á profilaxia completa da pele (FERNANDES, ASSUNÇÃO 2011; BORGES, 2006). Sua utilização é realizada em todos os fototipos cutâneos, sendo uma de suas contra indicações lesões acompanhadas de processos inflamatório e queloides. A microdermoabrasão não provoca dor nem mesmo interfere nas atividades diárias do paciente, liberando-o após a aplicação desse peeling (BORGES, 2006). O tratamento é realizado por um equipamento mecânico á vácuo, gerador de pressão positiva e pressão negativa simultâneas, que projetam sobre a superfície da pele microcristais de óxido de alumínio, quimicamente inertes, que ao serem lançados sobre a superfície cutânea provocam a descamação e retirada de células queratinizadas, estimulando por esse processo a renovação da pele e melhorando gradativamente a aparência das cicatrizes deixadas pela acne (FERNANDES, ASSUNÇÃO, 2011). Esse trabalho é uma revisão de literatura que tem por objetivo verificar os efeitos da microdermoabrasão nas sequelas de acne da face. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Cicatrizes de acne As cicatrizes de acne são o resultado de um processo inflamatório, porém, nem sempre vêm acompanhadas de infecção, como é o caso dos comedões ou cravos que resultam da acne não inflamatória. Essas sequelas acneicas surgem pela obstrução do canal folicular levando a ruptura da pele, que reage deixando cicatrizes inestéticas em sua superfície (MELO, 2012). Por ser parte fundamental em um processo natural e biológico de cura após a pele sofrer uma lesão, a cicatriz define-se por ser uma região constituída de tecido fibroso que passa a substituir a pele normal que foi agredida e modificada perante uma lesão. A aparência de uma cicatriz está relacionada a 1

5 fatores que possuem grande influência sob o aspecto final da mesma como, por exemplo, pré-disposição genética e idade do paciente, localização da lesão e doenças crônicas existentes, bem como se o mesmo faz uso de medicamentos (MONTEIRO, 2012). 2.2 Considerações sobre a classificação das cicatrizes. No Brasil a classificação das cicatrizes já é utilizada desde 2003, quando Kanduc e Almeida as descreveram como sendo cicatrizes elevadas (hipertróficas, queloideanas, papulosas e pontes), distróficas ou deprimidas (MAIO, 2011). As cicatrizes hipertróficas são definidas por apresentarem relevo aumentado e formam-se devido á produção exagerada do colágeno, apresentam-se firmes e com aspecto rosado (MELO, 2012). Porém, com o passar do tempo o aspecto dessa cicatriz poderá igualar-se a coloração da pele (AGNOL, SILVA, 2009). As cicatrizes hipertróficas limitam-se a lesão original e são encontradas com maior frequência nas regiões mandibular, malar e glabelar (FERREIRA, 2013). As cicatrizes queloideanas formam-se pela produção excessiva de tecido fibroso através de uma lesão onde suas dimensões ultrapassam o limite da lesão inicial. Essas cicatrizes surgem com maior frequência em pessoas que possuem características genéticas e são propensas ao aparecimento da mesma (AGNOL, SILVA, 2009). As sequelas papulosas são elevações que ao serem tracionadas desaparecem da superfície cutânea. Possuem aspecto papuloso e sua localização é mais frequente nas regiões mentoniana e tronco. As cicatrizes tipo pontes são formadas por cordões fibrosos sob a pele sadia (MAIO, 2011). As cicatrizes distróficas possuem forma irregular em que seu fundo pode apresentar-se branco e atrófico ou regiões fibróticas espessas, podendo também reter substância sebácea ou purulenta. As sequelas tipo deprimidas apresentam-se como distensíveis e não distensíveis, onde as deprimidas distensíveis dividem-se em dois grupos, sendo ondulações ou vales que após á tração da pele desaparecem. As retrações após serem tracionadas permanecem aderidas não alterando sua porção central. As cicatrizes tipo não deprimidas permanecem visíveis após a pele ser tracionada, não desaparecendo e ainda se subdividem em superficiais ou rasas, médias ou crateriformes, profundas fibróticas que ultrapassam toda a derme atingindo o subcutâneo (FERREIRA, 2013). Com o propósito de corrigir as cicatrizes deixadas pela acne na face, existem tratamentos com finalidades de tratar essas afeções. Entre vários tratamentos estéticos encontrados no mercado da estética encontrase a microdermoabrasão (BORGES, 2006). 2.3 Microdermoabrasão A microdermoabrasão é uma técnica terapêutica de esfoliação superficial utilizada pelo profissional da estética para tratar as 2

6 sequelas inestéticas deixadas pela acne na face, sendo essa a área de maior aplicação (MAIO, 2004). Sua prática é realizada em clínicas estéticas. Esse procedimento foi desenvolvido em 1905 por um médico dermatologista alemão chamado Kromayer e atualmente vem sendo muito utilizada em clínicas estéticas por ser conhecido como o peeling da hora do almoço. Por ser prático e de rápida aplicação, aproximadamente 20 (vinte) á 30 (trinta) minutos, podendo esse tempo se prolongar quando associado á profilaxia básica e hidratação da pele. É um tratamento não invasivo que pode ser realizado em todos os fototipos cutâneos. Esse peeling não causa desconforto na sua aplicação e nem interfere nas atividades diárias para quem faz uso dessa terapêutica, sendo que é de rápida recuperação tecidual (MAIO, 2004). A microdermoabrasão vem sendo realizada por duas técnicas de esfoliação sendo que uma de suas indicações é para tratar as cicatrizes pós acne e essas técnicas são conhecidas como sendo o peeling de cristal e peeling de diamante (BARBA, RIBEIRO, 2009; BORGES, 2006). 2.4 Microdermoabrasão por peeling de cristal. A microdermoabrasão realizada por peeling de cristal é efetuada por um aparelho mecânico á vácuo, gerador de pressão positiva e pressão negativa simultâneas, que lançam sobre a superfície da pele microcristais de óxido de alumínio de (100 á 140 micras), quimicamente inertes. Esse óxido ao ser lançado sobre a região cutânea através da força positiva, estimulada pela ação do vácuo, provoca a descamação da epiderme, sendo em seguida esse óxido recolhido junto com as células queratinizadas pela força negativa do equipamento (ANSCHAU, SOARES, 2010; BARBA, RIBEIRO, 2009; FERNANDES, ASSUNÇÃO, 2011; BORGES, 2006; PAULO, SANTOS, 2009). 2.5 Microdermoabrasão por peeling de diamante. A microdermoabrasão por peeling diamantado é realizada pelo equipamento já descrito anteriormente, porém nessa técnica o tecnólogo em estética utiliza somente a pressão negativa do mesmo, fazendo uso de ponteiras diamantadas com granulometrias diferentes que variam entre 50 (cinquenta) á 200 (duzentas) micras. Essas ponteiras são direcionadas com movimentos suaves (sendo esses movimentos de varredura, xadrez ou vai e vem) sobre a superfície cutânea, onde cabe ao profissional da estética determinar qual a pressão a ser utilizada sendo que caberá ao mesmo verificar qual o tipo de afecção estética o paciente possui, extensão da área a ser tratada, bem como o tipo de pele (alípica ou lipídica) (CORES, 2010). Se for o caso de uma pele lipídica, o tecnólogo pode aumentar o ajuste da potência elevando-a, pois trata-se de uma pele mais resistente a tratamentos devido a uma quantidade maior de sebo 3

7 presente em sua superfície que atua como um fator de proteção para esse tipo de pele (FERNANDES, ASSUNÇÃO, 2011). 2.6 O aparelho utilizado para a realização da microdermoabrasão. O aparelho utilizado para a realização da microdermoabrasão é constituído por motores internos, por um botão que liga e desliga, bem como por um vacuômetro de pressão que geralmente varia de 100 até 700 mmhg, que permite o controle da potência a ser utilizada pelo tecnólogo em estética durante o tratamento, bem como uma mangueira acoplada a uma manopla ou caneta aplicadora que projetam sobre a superfície cutânea o material utilizado para a descamação da pele (BORGES, 2006). 2.7 Níveis de esfoliação do peeling O método por peeling se difere em níveis de esfoliação, níveis esses classificados de acordo com a profundidade em superficiais, médias e profundas. Nivel I: A esfoliação nesse nível é superficial devendo atingir somente as camadas superficiais da pele. Nível II: É um nível intermediário em que atinge a epiderme e também uma parte da derme provocando hiperemia e edema. Nível III: Trata-se de um nível profundo de esfoliação que afeta todas as camadas da derme provocando o sangramento da pele (FEROLLA, 2010). É importante salientar que a atuação do tecnólogo em estética se refere somente ao nível I de esfoliação, não podendo o mesmo atuar nos níveis II e III, pois esses são níveis profundos e de atuação médica que requerem uso de medicamentos anestésicos. Os fatores que correspondem aos níveis de esfoliação da microdermoabrasão já descritos acima são devidos á nível de sucção, movimentos e velocidades das manobras, tempo de exposição, números de repetições na mesma área, bem como o tipo de pele á ser tratada (CANTO, MEJIA, 2012). Em relação aos movimentos, se os mesmos forem lentos provocam uma abrasão mais profunda na pele, enquanto os rápidos provocam uma abrasão mais superficial, sendo que o ajuste da pressão utilizada resultará na quantidade de saída dos microcristais, dessa forma quando a pressão for reajustada á uma pressão maior, resultará em uma esfoliação mais profunda e quando diminuída em uma esfoliação superficial, sendo que quanto maior for o número de passadas sobre a superfície cutânea mais profunda será a abrasão adquirida. Porém, essas passadas devem ser efetuadas no sentido das fibras musculares da pele, em que o profissional da estética deverá parar com a aplicação quando a pele começar a mostrar um leve eritema (FEROLLA, 2010; MAIO, 2004). As direções dessas passadas levam a um resultado final de uma pele mais homogênea (BARBA; RIBEIRO, 2009). 4

8 2.8 Técnica de aplicação nas cicatrizes de acne. Para dar início á aplicação por microdermoabrasão com segurança, o profissional da estética deve seguir corretamente os cuidados que deverá ter com ele próprio e com o paciente para que a aplicação seja efetuada com segurança, como por exemplo, devendo o mesmo estar equipado com equipamentos de proteção individual entre os quais se incluem jaleco com mangas longas, óculos de proteção, luvas, touca e máscara descartáveis (COFITTO, 2011). O paciente deverá estar deitado confortavelmente em decúbito dorsal, com seus olhos fechados e protegidos com gases ou algodão embebecidos em água ou soro fisiológico durante todo o procedimento, pois com esses cuidados o paciente não corre o risco de, por ventura, os microcristais de óxido de alumínio atingirem seus olhos e provocarem irritação (SABATOVICH, KEDE, 2009). Após a preparação do paciente, o tecnólogo em estética deve avaliar as alterações estéticas presentes na face do mesmo, sua sensibilidade cutânea e também o biótipo da pele (mista, alípica, eudérmica ou lipídica). A pressão a ser utilizada para a aplicação da microdermoabrasão está diretamente relacionada a fatores já citados acima. O profissional deve também realizar alguns ajuste no equipamento para que o mesmo possa atuar de forma correta, iniciando com o ajuste do botão da pressão positiva do aparelho, iniciando a aplicação com uma pressão inferior a 200 mmhg, intensificando essa pressão conforme os fatores já mencionados anteriormente (FERNANDES; ASSUNÇÃO, 2011). Inicia-se o tratamento com a profilaxia (higienização) da pele, com produtos adequados ao tipo de pele do paciente. Em seguida a mesma deve apresentar-se tonificada com produtos livres de álcool, pois o mesmo se aplicado levará a uma irritabilidade cutânea (BORGES, 2006). Após a higienização completa, inicia-se a aplicação do peeling em que o tecnólogo deve estirar a pele do paciente com intuito de facilitar os movimentos a serem utilizados pelo profissional conforme sua escolha. Esses movimentos podem ser de varredura, xadrez ou em círculos. É através desse estiramento que possibilitará ao profissional desviar quaisquer obstáculos que por ventura motivem o aparecimento de uma possível ptose cutânea dessa região, possibilitando ainda uma maior agilidade, rapidez e eficácia na aplicação da microdermoabrasão (FERNANDES, ASSUNÇÃO, 2011; SABATOVICH, KEDE, 2009). Os microcristais são lançados sobre a superfície da pele pela força positiva do equipamento, estimulada pela ação do vácuo por meio de uma cânula transparente (que deve ser descartável, pois se for reutilizada em outra pele ocasionará na contaminação da mesma) proporcionando ao tecnólogo em 5

9 estética uma melhor visibilidade do desgaste da pele durante a aplicação do peeling, onde o mesmo realiza movimentos de vai e vem que são importantes para a aplicação da técnica. Ao atingirem a superfície cutânea os microcristais provocam uma descamação da epiderme causando uma erosão de epitélios e em seguida a pressão negativa do aparelho suga os microcristais que ficaram sobre a superfície da pele junto com as células queratinizadas (MAIO, 2004; SABATOVICH, KEDE, 2009). A aplicação da microdermoabrasão deve ser efetuada no sentido das fibras musculares e a aplicação deve parar quando um leve eritema surgir na superfície cutânea (BARBA, RIBEIRO, 2009). A intensidade da abrasão adquirida na região da aplicação desse peeling vai depender da quantidade de óxido jateado, da pressão exercida como também do número de passadas da cânula na mesma região (PAULO, SANTOS, 2009). Nas cicatrizes pós acne a aplicação da técnica deve prosseguir de forma em que o profissional deve tracionar a pele do paciente, colocar a manopla em contato direto sobre as bordas das cicatrizes e a sucção promovida pela ação do vácuo atua nivelando o fundo da cicatriz e a aplicação deve ser interrompida quando houver a presença de um eritema na região aplicada da cicatriz. É por meio dessa técnica de aplicação que ocorrerá a diminuição gradativa da superfície das cicatrizes pelo desgaste de suas bordas (MAIO, 2011). Terminada a aplicação na região que foi tratada, o tecnólogo em estética deve desligar o aparelho de microdermoabrasão, bem como retirar os cristais de óxido de alumínio que ficaram sobre a superfície da pele, utilizando gases secas ou pincéis com cerdas finas. Em seguida, deve aplicar máscara calmante na pele agredida e finalizar com a aplicação de filtro solar adequado ao biótipo cutâneo (BORGES, 2006). 2.9 Orientações que devem ser seguidas após aplicação da microdermoabrasão. Após a utilização da microdermoabrasão, cabe ao tecnólogo em estética orientar o paciente sobre os cuidados que são importantes após a aplicação do peeling, orientando-o sobre a aplicação correta do uso do filtro solar com fator de proteção alta devendo ser reaplicado a cada duas (2) horas, evitar uso de cosméticos á base de ácidos, pois os mesmos se aplicados podem levar a irritação da pele. O paciente também deve evitar contato com o sol durante quarente e oito (48) horas, deve evitar ambientes muito quentes ou muito frios, pois esses fatores podem resultar em discromias (SABATOVICH, KEDE, 2009; PAULO, SANTOS, 2009) Efeitos da microdermoabrasão nas sequelas de acne. Os efeitos adquiridos com a utilização da microdermoabrasão nas sequelas deixadas 6

10 pela acne na face correspondem á redução gradativa de sua superfície pelo desgaste de suas bordas, ocasionando um leve eritema no local que resulta no aumento do aporte sanguíneo da pele melhorando dessa forma sua oxigenação que resulta na eliminação mais rápida de seus catabólicos, como também estimula a síntese protéica e acelera a mitose celular da pele contribuindo dessa maneira para o preenchimento dermoepidérmico da base das cicatrizes, sendo que quanto mais recentes forem essas sequelas maiores serão os resultados obtidos (MAIO, 2004; AGNOL, SILVA, 2009). O tempo estimado para a renovação da pele é de vinte e oito (28) dias, tempo esse que é o que as células mais profundas da epiderme levam para se renovarem, se igualarem e atingirem a superfície da epiderme (PAULO, SANTOS 2009). É através da mitose celular que o procedimento de peeling levará á aceleração da renovação da pele e á melhora das cicatrizes (AGNOL, SILVA, 2009) Indicações A microdermoabrasão é indicada para o tratamento de sequelas pós acne (FERREIRA, 2013) Contra indicações O tratamento por microdermoabrasão é contra indicado em pacientes que apresentem acne inflamatória, fragilidade capilar, câncer de pele, alergia ao óxido, pele muito sensível e queloides (BORGES, 2006). 3. METODOLOGIA O presente trabalho é uma revisão de literaturas de 2004 a dezembro do ano de 2013 e para o entendimento da problemática buscou-se conhecimentos na literatura disponível utilizando, como meio de busca, a internet, livros e trabalhos acadêmicos com os seguintes descritores: cicatriz de acne, microdermoabrasão, peeling de cristal e diamante. 4. DISCUSSÃO A microdermoabrasão consiste na aplicação de duas técnicas de esfoliação da pele, o peeling de cristal e o diamantado, com intuito de renovação celular que ocorre pelo lixamento da pele. Porém, o peeling de cristal é realizado por óxido de alumínio e o diamantado por ponteiras diamantadas com granulometrias que variam entre 50 á 200 micras. Essas duas técnicas são eficazes e com a mesma finalidade de renovação da pele, porém a técnica diamantada torna-se um peeling mais eficaz e seguro por ser controlado á vácuo, sendo que o óxido de alumínio ao ser projetado sobre a superfície cutânea provoca uma erosão de epitélios resultando na agressão instantânea da pele pelo uso do óxido e ainda pode irrita-la por alergia ao produto, podendo também prejudicar a saúde do paciente e do profissional caso os mesmos não estejam utilizando equipamentos de proteção para a aplicação desse tipo de peeling (BORGES, 2006). As sequelas de acne prejudicam a 7

11 aparência da pele que, agredida, passa a apresentar em sua superfície lesões de pequenos diâmetros com formatos muitas vezes em círculos. Conforme MAIO, 2011, a redução do tamanho da cicatriz é alcançada pelo nivelamento e desgaste de suas bordas através da sucção estimulada pela ação do vácuo do aparelho sem causar o alargamento de sua superfície. A microdermoabrasão é utilizada para tratar sequelas de acne da face e é conhecida por ser um procedimento simples, seguro e eficaz desde que venha a ser aplicado com segurança. A pressão utilizada e o número de cristais jateados sobre a superfície da pele permitem que o procedimento seja realizado de forma segura devendo o mesmo ser aplicado por um profissional habilitado e capacitado, como é o tecnólogo em estética que possui conhecimentos sobre como deve utilizar o equipamento de microdermoabrasão, sabe quais são as indicações e contra indicações do procedimento bem como, as orientações que deve passar ao paciente e que devem ser seguidas corretamente antes, durante e após a aplicação do mesmo. Para BORGES, 2006 o correto é iniciar a aplicação da microdermoabrasão com uma potência menor e conforme o tipo de pele e sensibilidade do paciente intensificar essa potência gradativamente. Conforme FEROLLA, 2010 e SABATOVICH, KEDE, 2009, sendo aplicado corretamente a microdermoabrasão torna-se um peeling seguro e eficaz para o tratamento de cicatrizes de acne. Para MAIO, 2004, uma das indicações para a utilização da microdermoabrasão são as cicatrizes de acne, porém é necessário que se faça uma avaliação completa sobre a profundidade das cicatrizes, levando em conta que para adquirir um bom resultado no tratamento dessas sequelas devese conhecer a profundidade das mesmas. Entretanto, na literatura há divergências entre autores. MAIO, 2004 alerta sobre a necessidade de mais aplicações de microdermoabrasão nas cicatrizes de acne e dependendo da gravidade das lesões podem necessitar de três, quatro ou mais sessões. Porém, SABATOVICH, KEDE, 2009 indicam para o tratamento das mesmas 15 a 20 sessões e melhores resultados serão obtidos com aplicações de peelings químicos. 4. CONCLUSÃO A microdermoabrasão pode ser utilizada em todos os fototipos cutâneos, pois é um tratamento seguro e eficaz por ser aplicado por um profissional capacitado como o tecnólogo em estética. Independente da técnica a ser utilizada para aplicação do peeling, haverá uma renovação celular da pele melhorando o aspecto das cicatrizes de acne pelo nivelamento e desgaste de suas bordas. Atuando sobre as diferentes camadas da pele, a microdermoabrasão é capaz de tratar cicatrizes de acne superficiais ou profundas, conforme a necessidade de cada paciente. Aplicada sobre as cicatrizes superficiais de acne, a microdermoabrasão é 8

12 capaz de eliminá-las em poucas sessões. A microdermoabrasão é uma técnica de esfoliação superficial da pele, não invasiva, segura e eficaz, de rápida aplicação, não causando dor, sendo de rápida recuperação tecidual. Não interfere nas atividades diárias do paciente liberando-o após o procedimento. 5. REFERÊNCIAS 1. MELO, A.R.; Intervenção Fisioterapêutica através da microdermoabrasão com cristais da cicatriz de acne vulgar. Revista Presciencia, maio 2012, p Disponível em: ncia5a.pdf#page=119. Acesso em; 14 dez MAIO, M.; Tratado de medicina estética, 2 ed. v. I e II; São Paulo: Editora Roca, 2004, p , p FERNANDES, M.J.S.; ASSUNÇÃO F.F.O.; O uso da microdermoabrasão no tratamento do envelhecimento facial: Uma revisão narrativa. Revista Inspirar, n. 3, maio/junho 2011, p Disponível em:< pirar_junho_2011.pdf>. Acesso 04 jan BORGES, F.S.; Dermato funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2006, p MONTEIRO, É.O.; Cicatrizes de acne: opção de tratamento com radiofrequência. Disponível em: a=5174&fase=imprime. Acesso em: 18 dez AGNOL A.D.; SILVA F.F.; Microdermoabrasão atuação na cicatriz de acne. Disponível em: <http: //siaibib01.univali.br/pdf/angela%20dall%20 Agnol%20e%20 Fernanda%20Felipe%20da% 20Silva.pdf>. Acesso em 28 dez FERREIRA, M.D.; Efeitos da microdermoabrasão em cicatrizes de acne: revisão de literatura. Trabalho de conclusão de curso da Universidade Tuiuti do Paraná. 8. MAIO, M.; Tratado de medicina estética, 2 ed. v.3 São Paulo: Editora Roca, 2011, cap. 47, p ANSCHAU C. R.; SOARES A. C. C.; Efeitos da microdermoabrasão associada ao peeling químico no tratamento de discromias. Universidade UNIPAR. Disponível em: br/exaluno/noticia-view. Acesso em: 16 jan BARBA J.; RIBEIRO E.R.; Efeito da microdermoabrasão no envelhecimento facial. Revista Inspirar, n. 1, junho/julho 2009, p Disponível em: < 9

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