06/11/2018 CLAUDIA SERPA LISTA DE TRANSMISSÃO: Recurso é o meio voluntário para impugnar uma decisão. Natureza Jurídica dos Recursos
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- Octavio Fagundes Caminha
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1 CLAUDIA SERPA LISTA DE TRANSMISSÃO: Recurso é o meio voluntário para impugnar uma decisão. Natureza Jurídica dos Recursos 1ª orientação (prova, Ada, Polastri, maioria da doutrina): recurso é um desdobramento do direito de ação, ou seja, dentro de um mesmo haverá um novo procedimento só que em fase recursal. 2ª orientação (Hélio Tornagi): o que fundamenta um recurso é uma decisão judicial, enquanto o que fundamenta a ação é a prática de um crime, ou seja, além dos fundamentos serem distintos, o polo ativo no recurso pode não corresponder ao polo ativo da ação. Não se trata de um desdobramento da mesma ação, mas sim uma ação autônoma dentro de um mesmo processo. 3ª orientação (Adalberto Aranha): recurso é qualquer instrumento utilizado para impugnar uma decisão. Princípio da Taxatividade Os recursos devem ter previsão legal, ou seja, não é lícito as partes criarem recursos. Princípio da Unirrecobilidade Cada decisão só pode ser impugnada por um único recurso Princípio da Fungibilidade ou Teoria do Recurso Indiferente ou Teoria Tanto Vale A parte não será prejudicada se interpuser recurso errado, pois ele será recebido como se for o recurso correto, salvo as hipóteses de má fé, na forma do artigo 579 do CPP. 1
2 Princípio da Voluntariedade A interposição de um recurso, depende da livre manifestação de vontade da parte, ou seja, ninguém é obrigado a recorrer. O artigo 574 é uma exceção a esse princípio? Este dispositivo foi recepcionada pela CRFB? (Ada, Paulo Rangel, maioria da doutrina): não é uma exceção, pois não se trata de um recurso, mesmo porque o recurso pressupõe inconformismo, e o juiz não pode estar inconformado com algo que ele fez. Trata-se na verdade de condição de eficácia de determinadas decisões. Determinado réu foi intimado de uma sentença condenatória e renunciou, a interposição do recurso. Quando seu advogado for intimado, ele poderá recorrer? 1ª orientação (minoritária Damásio): o recurso do advogado não deverá ser recebido, pois o direito de recorrer pertence ao réu, sem contar que é um direito, que é perfeitamente renunciável. 2ª orientação (resposta de prova): por conta da proibição da reformatio in pejus, esse recurso do advogado do réu não lhe trará qualquer prejuízo, sem contar que a sua defesa técnica tem melhores condições de analisar a sua situação processual. Princípio da Proibição da reformatio in pejus Este princípio está previsto no artigo 617 do CPP, no capítulo que trata do recurso de apelação. Porém, é um princípio tão importante, que é aplicado para todos os recursos no CPP. É proibida a reforma para pior em recurso exclusivo da defesa 2
3 Reformatio in pejus indireta Ocorre quando no julgamento de recurso exclusivo da defesa, todo ou parte do processo é anulado, sendo devolvido ao juiz singular para reconstrução do feito. Quando o juiz reconstruir o processo, será possível agravar a situação do réu? 1ª hipóteses: apenas a sentença é anulada. 1ª orientação (Ada): a primeira sentença foi invalidada, desapareceu da ordem jurídica, não serve de parâmetros para mais nada. Ademais, o artigo 617 do CPP, proíbe a reforma para pior pelo Tribunal e não pelo juiz sentenciante. 2ª orientação (Tourinho): não será possível agravar, pois isso seria uma reformatio in pejus indireta ou por via oblíqua, o que é proibida pelo artigo 617 do CPP. 2ª hipótese: o processo foi todo anulado, ab ovo. 1ª orientação (Tourinho): nesse caso, não há como limitar a atuação do juiz competente, ou seja, é possível agravar a situação do réu, 2ª orientação (prevalece na jurisprudência): nem assim é possível agravar a situação do réu, pois isso seria uma reformatio in pejus indireta, proibida pelo artigo 617 do CPP. 3ª hipótese: A foi submetido a plenário pela prática de um homicídio duplamente qualificado. No julgamento foram afastada as qualificadoras e ele condenado a seis anos de reclusão por homicídio simples. Julgado procedente recurso exclusivo da defesa, A será submetido a novo júri. No segundo plenário, será possível agravar a situação do réu? 1ª orientação (Tourinho, Polastri, Mirabeti e Damásio): O primeiro julgamento foi invalidado, não serve de parâmetro para mais nada, ademais a soberania dos veredictos é um dogma constitucional, que não pode ser limitada. 2ª orientação (Ada e STF): A soberania dos veredictos será respeitada na medida em que os jurados apreciarão o feito livremente, podendo até reconhecer qualificadoras. Porém, a pena não poderá ultrapassar aa do julgamento anterior, uma vez que o réu não pode ser prejudicado quando estiver no exercício da ampla defesa constitucional. 3ª orientação (Pacceli e STJ): se no segundo plenário, os jurados julgarem da mesma forma, não será possível agravar a situação do réu. Porém, se eles reconhecerem qualificadoras, não há como limitar a soberania dos veredictos. 3
4 Efeito devolutivo O que é o feito devolutivo? É aquele efeito que cria o âmbito de impugnação do recurso, ou seja, aquilo que será apreciado pelo Tribunal. Tantum devolutum quantum appellatum é aplicado ao CPP? No processo penal, independente de quem esteja recorrendo esse recurso sempre devolverá ao Tribunal todas as questões, que possam beneficiar o réu. Mesmo no recurso da acusação, o Tribunal pode favorecer o réu. O que mede o recurso? Petição de interposição ou razões? 1ª orientação: o que delimita o recurso é a petição de interposição, pois com ou sem as razoes, os autos serão remetidos ao tribunal, conforme artigo 601 do CPP. Art Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias. 2ª orientação (Adalberto Aranha): a petição de interposição serve apenas para análise do juízo de admissibilidade, o inconformismo da parte é constatado nas razões. O STJ vem mitigando o artigo 601 na hipótese de recurso da defesa. O Tribunal entende, que esse recurso sem razões estará enfraquecido devendo o juiz intimar o réu para constituir novo advogado, sob pena das razões serem apresentadas da defensoria pública. Efeito suspensivo O simples fato de uma decisão estar sujeita a um recurso, que possui esse efeito, faz com que ela nasça sem produzir efeito algum. De acordo com o artigo 596 do CPP, a apelação do MP interposta contra uma sentença absolutória não terá efeito suspensivo, pois não impedirá que o réu seja posto em liberdade Eventual prisão que surja na sentença condenatória, não é mais um efeito automático da condenação, mas sim uma prisão cautelar decretada a partir da análise da sua necessidade, conforme artigo 387, 1º. Desta forma, eventual apelação da defesa não repercutirá na preventiva que tenha sido decretada. 4
5 Efeito regressivo Efeito regressivo é aquele efeito que permite o juízo de retratação por parte do órgão que prolatou a decisão. Esse efeito existe nos embargos, no RESE e no Agravo em Execução Efeito extensivo Efeito extensivo, previsto no artigo 580 do CPP. É o efeito que permite estender a outro réu, o resultado favorável de um recurso. Art No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. Subjetivos Legitimidade Interesse Cabimento Pressupostos Processuais Objetivos Fundamental Lógico Regularidade Formal Ausência de fato impeditivo Ausência de fato extintivo Subjetivos Legitimidade Legitimidade é a pertinência subjetiva dos recursos, ou seja, implica em perquirir quem pode recorrer. O MP pode recorrer pró réu no processo penal? 1ª orientação (Frederico Marques): o MP não pode recorrer em razão da ausência de sucumbência (desconformidade entre o que foi pedido e o que foi condedido). 2ª orientação (Polastri e o restante da doutrina): o MP é uma parte multiforme no processo penal, ou seja, ele é parte e fiscal da lei e na qualidade de custos legis, ele pode recorrer. Interesse Apenas com a interposição de um recurso será possível obter uma melhora na situação do réu. 5
6 MP pode recorrer nos crimes de ação penal privada? Na hipótese de condenação, o MP pode recorrer como custos legis em prol dos interesses do réu. Para Polastri, nessa hipótese ele também poderia recorrer contra o réu, pois uma vez que foi julgada procedente a pretensão punitiva, o MP poderia recorrer pleiteando, por exemplo, uma correção no cálculo da pena. Na hipótese de absolvição, o MP não pode recorrer, pois isso violaria o princípio da disponibilidade, que norteia a ação privada. Réu pode recorrer de sentença absolutória? É possível para mudar a fundamentação e assim afastar os reflexos civis. Assistente de acusação pode recorrer no processo penal? 1ª orientação (Polastri): ainda que seja admitida a figura do assistente, ele não pode fazer nada que seja privativo do MP, como por exemplo recorrer. 2ª orientação (STF): a inércia do MP na fase da denúncia, autoriza a ação penal privada subsidiária da pública, logo a inércia do MP na fase dos recursos autoriza o recurso do assistente. Objetivos Cabimento Os recursos devem ter previsão legal. Cada recurso devem ser apto para impugnar aquela decisão. Regularidade formal Os recursos devem atender, determinados requisitos para serem admitidos. É possível interposição de um recurso por cota (abrir o processo e escrever a mão)? De acordo com o artigo 578, o recurso só pode ser interposto por petição a termo nos autos, não sendo possível a interposição por cota, regra que é flexibilizada e se tratando de recurso da defensoria pública. 6
7 Tempestividade No processo penal, os prazos são contados da intimação e não da juntada aos autos no mandado de intimação devidamente cumprido, sumula 710 do STF. Súmula 710/STF - 26/10/2015. «No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.» Ausência de fato impeditivo Os fatos impeditivos são: preclusão e renuncia. Ausência de fato extintivo Os fatos extintivos são: desistência e deserção. Fundamental É a sucumbência (desconformidade o que foi Lógico Existência de uma decisão. Interlocutória Simples Terminativa Atos Jurisdicionais Penais Despachos Decisão Interlocutória Mista Definitiva Não terminativa Com força de definitiva Terminativa de mérito. 7
8 Despachos Segundo Tourinho, despachos são atos de impulso oficial, onde o juiz dá andamento ao processo, sem nenhuma carga decisória. Decisão Decisão interlocutória simples Elas apresentam um plus em relação aos depachos de expediente, nelas os juízoes resolvem questões relacionadas a regularidades do processo. Exemplo: recebimento da denúncia. Decisão interlocutória mista Decisão interlocutória mista terminativa São aquelas que encerram a relação processual sem a análise de mérito. Exemplo: impronúncia. Decisão interlocutória mista não terminativa São aquelas que encerram uma etapa ou fase do procedimento. Exemplo: pronúncia. Decisão Definitiva São aquelas que encerram a relação processual, com a análise de mérito condenando ou absolvendo o acusado, o que no processo penal é feito através de sentença. Decisão com força de definitiva São aquelas que analisam o mérito de questões ou processos incidentes. Exemplo: decisão que determina o sequestro, especialização de hipoteca legal, que resolve o incidente de falsidade documental. Decisão terminativa de mérito São aquelas que encerram a relação processual, analisam o mérito, mas não condenam e nem absolvem. Exemplo: extinção da punibilidade (prescrição, decadência). "embarguinho"(art. 382) Juiz Singular Carta Testemunhável (art. 639) RSE (art. 581) Apelação (art. 593) 8
9 Juiz VEP Agravo em execução (art. 197 da Lei Embargos infrigentes (art 609, p.u) Acórdão Embargos de declaração (art. 619) Recurso Extraordinário e Especial 9
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