José Diogo da Silva Mateus. Orientações das políticas europeias para o urbanismo e ordenamento do território: Atlas de Portugal

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1 Orientações das políticas europeias para o urbanismo e ordenamento do território: Atlas de Portugal Tese apresentada à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias para a obtenção do Título de Doutor na especialidade de Urbanismo conferido pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Orientador: Professor Doutor Mário C. M. Moutinho Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Faculdade de Arquitectura, Urbanismo, Geografia e Artes Lisboa 2008

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3 A cidade A cidade é um chão de palavras pisadas a palavra criança, a palavra segredo. A cidade é um céu de palavras paradas a palavra distância e a palavra medo. A cidade é um saco, um pulmão que respira pela palavra água, pela palavra brisa A cidade é um poro, um corpo que transpira pela palavra sangue, pela palavra ira. A cidade tem praças de palavras abertas como estátuas mandadas apear. A cidade tem ruas de palavras desertas como jardins mandados arrancar. A palavra sarcasmo é uma rosa rubra. A palavra silêncio é uma rosa chá. Não há céu de palavras que a cidade não cubra não há rua de sons que a palavra não corra à procura da sombra de uma luz que não há. (Santos, J., 1969?) Letra de José Carlos Ary dos Santos para música de José Afonso, in Contos Velhos Rumos Novos, Orfeu,

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5 A meu Pai, minha Mãe, Helga e Maria 5

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7 Agradecimentos Durante a elaboração desta tese muitos foram os que auxiliaram no percurso, muitas vezes difícil, de enriquecimento científico, académico e profissional que, inevitavelmente, se cruza com o próprio perfil pessoal. Muitos foram os momentos de angústia e desespero que me acompanharam nesta caminhada que só a amizade, paciência e compreensão dos que mais proximamente me acompanharam pode justificar a presença de atitudes mais agressivas quando o meu mau humor se desenvolvia. A todos o meu obrigado e o meu pedido de desculpas pelas intempestivas reacções que, fora do meu padrão normal de relacionamento, me assolavam. A pressão, talvez exageradamente imposta por mim, foi deixando o mau humor invadir o espaço que, agora, regressa ao passado para ir buscar o bom humor, espero. Nesta caminhada não penso ter perdido tempo mas não posso dizer que nada perdi. O meu Pai, a quem muito devo, deixou de poder continuar a dar os seus conselhos úteis e as suas sábias e oportunas dicas. Felizmente tive várias oportunidades para lhe agradecer e mostrar o carinho que sinto por ele. Talvez por isso não sinta revolta ou arrependimento e, presunção à parte, em tempo e a seu tempo sempre soube agradecer e demonstrar o amor necessário. Não invalida porém a necessidade de deixar aqui um agradecimento póstumo, público, a tudo o que por mim fez e à vida que, com a minha Mãe, me deram. Sei que não preciso gritar porque estás bem junto do meu coração, obrigado. Sempre tive, talvez por deformação, a necessidade de entender a família como todo e não faz sentido falar do Pai sem falar da Mãe. Agradeço muito ao esforço que a minha Mãe sempre fez para que se cumprissem as nossas vontades que se constituem também os seus desejos. Obrigado pelo carinho e atenção com que se dedicou ao meu Pai, privando-se do seu bem-estar pessoal para garantir a felicidade e qualidade de vida possível aos que a rodeiam e que, afinal, acaba por ser também a sua felicidade. Pelo encorajamento, pela insistência e pela amizade o meu muito obrigado. Pelas minhas reacções mais intempestivas, pelo meu mau humor incaracterístico e pela ausência de tempo para cuidar de coisas nossas, as minhas desculpas mas fica o reconforto de uma caminhada com princípio, meio e fim. À Helga, pela amizade, amor e compreensão com que, neste longo percurso, foram alimentando o que a falta de tempo por dedicação a esta tese provocou, quero pedir desculpa e agradecer. Fica agora a promessa de recuperarmos alguns dos passeios, dos espectáculos e de outras diversões que deixámos para trás por causa desta «amante» que arranjei, e que muitas noites a deixaram sozinha. Muito obrigado. Agradeço ainda os momentos que, sozinha, cuidou da nossa Maria para que eu me pudesse concentrar. Só com amor se consegue aguentar, obrigado! Maria, neste momento quando não sabe ler mas, acredito, que um dia encontrará nas estantes de nossa casa esta tese e que, por curiosidade, irá ler esta dedicatória. Peço-lhe desculpas por negar às vezes as brincadeiras pela necessidade de me concentrar na 7

8 tese. E lembro a sua pergunta pertinente Pai, quando é que acabas essa tese?, penso que sentiu que foi por ela que não brincámos mais, que foi por ela que algumas vezes não foi o pai e a mãe contigo ao jardim,, Filha, agora espero ter tempo para brincar e, porque não se recupera o tempo que não se brincou, vamos dedicar novos tempos a novas brincadeiras. Obrigado também pelo apoio e carinho que me confortaram em momentos mais difíceis. À Rita e ao João, pela amizade e compreensão que tiveram nestes momentos. Pela ajuda que deram e pela disponibilidade para que invadisse a vossa casa com os meus livros e computadores, o meu muito obrigado, na verdade o Algarve é inspirador. A carinhosa atenção para que tudo corresse bem, sem incómodos e com o estômago reconfortado, ajudaram a realizar este trabalho. Por tudo obrigado. Ao amigo, orientador e professor Mário Moutinho, o meu obrigado profundo pela insistência, rigor científico, cuidada orientação e amizade com que acompanhou esta tese. Sem ele, e sem dúvida, não seria possível chegar ao fim. Só a sua capacidade em levar avante as suas ideias e ideais faz com que exista actualmente em Portugal formação específica na área do urbanismo e que fale tanto neste tema. A sua insistência para que no nosso país o urbanismo seja tomado a sério, com a criação de um curso de Urbanismo, de um centro de estudos, e o apoio à criação de uma associação de urbanistas, o Prof. Mário Moutinho deixa o país mais desenvolvido, com recursos humanos e científicos que podem promover a qualidade de vida das populações. Muito obrigado. Agradeço também o seu empenho na criação da Ordem dos Urbanistas, pelas vezes que sozinho foi avançando para deixar espaço para que eu trabalhasse na tese, muito obrigado. À amiga Judite Primo quero agradecer a forma como acompanhou este percurso, motivando-me a continuar, dando-me força e razão para acabar e, pelo sentido crítico com que sempre me foi acompanhando. Pela ajuda preciosa nos momentos finais, quer em termos científicos quer na amizade pessoal, o meu muito obrigado. Sei que compreende a pressão da tese mas não deixa de ser importante pedir desculpa pelo mau humor que algumas vezes me assolou, basta uma para ser demais. Desculpe e obrigado pela amizade. À Mestre Ana Bordalo quero agradecer a amizade e, neste momento em que a história do urbanismo se começa a alterar, com a entrada na Assembleia da República do pedido oficial para a constituição da Ordem Pública Profissional dos Urbanistas, quero agradecer o apoio que sempre deu e, sobretudo durante este percurso em que a tese foi motivo de ausência do processo, o meu muito obrigado por todo o esforço e acompanhamento que deu, e continua a dar, ao processo. Não há volta a dar, o urbanismo já dá que falar. À Nilva, à Sónia, à Sofia e ao Timóteo, que me aturaram os maus humores e me apoiaram na caminhada para a conclusão desta tese, o meu obrigado e o meu pedido de desculpas por aquele mau humor momentâneo. À Nilva agradeço a amizade com que, com compreensão, me foi apoiando e me foi aconselhando neste processo. À Sónia, que mais sofreu os maus humores, obrigado pela insistente oferta de Nogats, pela teimosia 8

9 no pedido para que falasse, mesmo que a concentração o impedisse, pela compreensão e pela ajuda no encaminhar dos processos do curso, o muito obrigado. Ao Timóteo pela ajuda na parte final da tese, essencialmente no arranjo gráfico final que me ajudaram a finalizar e disponibilizar a tese. Ao José António amigo que sempre apoiou e a quem muito devo o meu percurso profissional na área do urbanismo. Pela compreensão que sempre demonstrou e pela forma como tem levado para a frente, sozinho, a GEOIDEIA. Muito obrigado. Não quero deixar de agradecer aos alunos que, ao longo da caminhada, foram ajudando, muitas vezes sem saber, na descoberta de novos caminhos e ideias que enriquecem o nosso percurso académico e científico. E muitos são os que, ao longo do meu percurso, me ajudaram, professores, amigos, conhecidos, desconhecidos,. Todos eles com nome mas que não consigo nomear, o meu agradecimento. 9

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11 Resumo A presente investigação tem como objectivo a criação de uma ferramenta que permita entender e avaliar o território português conforme as preocupações incluídas nos principais documentos políticos europeus. A investigação trata das questões internacionais do urbanismo e do ordenamento do território, como enquadramento à construção de um Atlas de Portugal com os factores que respondam à necessidade de compreender o território em conformidade com as políticas europeias. Partindo de uma análise dos principais documentos internacionais, nomeadamente europeus, que tratam as questões do urbanismo e ordenamento do território, foi possível elencar um conjunto de dados, disponíveis para Portugal ao nível administrativo mais pequeno - a freguesia - que mostrassem a situação do território nacional [continental] em relação a essas questões. A ferramenta produzida, um Atlas, é acessível a diferentes níveis de utilizadores com diferentes necessidades, como investigadores, profissionais, políticos e o público em geral. Para a construção do Atlas foram usados os dados oficiais publicados pelo Instituto Nacional de Estatística. Palavras-chave: Urbanismo; Políticas Urbanas; Ordenamento do Território; Indicadores; Sustentabilidade e Urbanismo 11

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13 Abstract This research aims to create a tool that enables the understanding and assessment of Portuguese territory framed by the European political documents that focus on urbanism and planning. Research deals with international issues of urbanism and planning, as frame to the build of a Portugal Atlas concerning the factors that permit the understanding of the territory in accordance with European policies. From an analysis of key international documents, particularly the European, that include issues of urbanism and planning, was possible lists a set of data - available for Portugal - at the smallest territorial unit parish - which shows the situation the national territory [mainland] on these issues. The tool produced, an Atlas is accessible to different levels of users with different needs, as the researcher, the professional, the politician and the general public. For the Atlas construction we used official data of the Portuguese Institute of Statistics. Keywords: Urbanism; Urban policies; Planning; Indicators; Sustainability and Urbanism 13

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15 Abreviaturas e símbolos AEA AIA aloj AP_PEUOT CE CEE CEMAT CESAP CIAM class CLC CLRAE conc CSD CSE CUE CUE II DGOTDU Edif ou edf emp ens ESDP ESPON EURA Avaliação Estratégica Ambiental Avaliação de Impacte Ambiental Alojamentos Atlas de Portugal [Continental] conforme às políticas europeias em matéria de urbanismo e ordenamento do território Conselho da Europa Comunidade Económica Europeia Conférence Européenne des Ministres Responsables de Ll Amenagement du Territoire (Conseil de L Europe) Conferência Europeia dos Ministros Responsáveis pelo Ordenamento do Território (do Conselho da Europa) Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio à População Congresso Internacional de Arquitectura Moderna Clássica(s) Corine Land Cover Congresso das Autoridades Locais e Regionais da Europa Conselho da Europa (Conference of Local and Regional Authorities of Europe Council of Europe) Concelho Comitee on Spatial Development (of European Union) Comité de Desenvolvimento Espacial (da União Europeia) Conselho Superior de Estatística Carta Urbana Europeia, Conselho da Europa Carta Urbana Europeia II; Manifesto para uma nova urbanidade Direcção Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Urbano Edifícios Empregada Ensino The European Spatial Development Perspective (European Union) Perspectiva Europeia sobre Desenvolvimento Espacial (União Europeia) European Spatial Planning Observation Network (European Union) Rede de Observação do Planeamento Espacial Europeu (União Europeia) European Urban Research Association 15

16 Associação Europeia de Investigação em Urbanismo Exclusiv ou exc fam freg hab habit ou habt I&D ICLEI INE min mov pend n.º ou nº NUTS ONG ONU ou UN p PDM PE pop PP pp princ prop PU rend res sec sist sup TCO Exclusivamente Família(s) Freguesia(s) Habitantes Habitual Investigação e Desenvolvimento Autoridades Locais para a Sustentabilidade Instituto Nacional de Estatística de Portugal minutos Movimentos pendulares (deslocação casa-emprego ou casa-escola ou vice-versa) número Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos Organização Não Governamental Organização das Nações Unidas ou (em inglês) United Nations Página Plano Director Municipal Parlamento Europeu População Plano de Pormenor Páginas Principal Proporção Plano de Urbanização Rendimento Residência Secundário Sistema Superior Trabalhadores por Conta de Outrem 16

17 TCP tot UE ou EU U&OT Trabalhadores por Conta Própria Total União Europeia ou (em inglês) European Union Urbanismo e Ordenamento do Território 17

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19 Índice Introdução Capítulo 1 - Orientações políticas internacionais no contexto do urbanismo e ordenamento do território. Enquadramento A Organização das Nações Unidas e o urbanismo A Declaração sobre o Ambiente Humano de O Relatório da Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento, Relatório de Brundtland, o nosso futuro comum, A Cimeira da Terra, Rio de Janeiro A Declaração de Istambul de 1996, o Fórum Urbano Mundial, a Declaração de Joanesburgo e o novo Milénio O Urbanismo na política europeia, dos anos 1970 ao novo milénio União Europeia e Urbanismo A Cimeira de Paris, O Plano de Acção da União Europeia da Política Ambiental, A Política Europeia dos Anos 1990 em matéria de Ordenamento do Território e Urbanismo O Território como centro da Política da União Europeia do início do Século XXI O Conselho da Europa e o urbanismo... Capítulo 2 - As bases para a construção do ATLAS de Portugal [continental] com base nos documentos de referência da política Europeia em matéria de Urbanismo e Ordenamento do Território Conhecer o Território como ponto de partida Os Dados a Considerar, com base nos documentos de referência Europeus em U&OT População Emprego, economia e sociedade Os edifícios e os alojamentos Os equipamentos, serviços e infraestruturas A Forma Urbana... Capítulo 3 - Atlas de Portugal [Continental] conforme às políticas europeias em matéria de Urbanismo e Ordenamento do Território A selecção de dados para o Atlas de Portugal Continental conforme às políticas europeias em matéria de U&OT - AP_PEUOT Os dados existentes e inexistentes A selecção das unidades territoriais... 19

20 3.2 - Os dados incluídos no AP_PEUOT Dinâmica Territorial & População Equipamentos & Serviços de apoio Educação Edificado & Alojamentos [Habitação] Emprego Famílias Mobilidade Síntese e enquadramento do território em análise Atlas de Portugal [Continental] conforme às políticas europeias em matéria de U&OT como suporte à prática do urbanismo - AP_PEUOT... Conclusão Bibliografia Bibliografia Geral sobre U&OT

21 Índice de tabelas e quadros e Tabelas Quadro 1- Indicadores sobre Dinâmica Territorial & População incluídos no AP_PEUOT... Quadro 2 - Indicadores sobre equipamentos de comunicação incluídos no AP_PEUOT... Quadro 3 - Indicadores sobre equipamentos e serviços de Ambiente & Conforto incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 4 - Indicadores sobre equipamentos desportivos incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 5 - Indicadores sobre equipamentos de saúde e apoio social incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 6 - Indicadores sobre equipamentos de segurança incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 7 - Indicadores sobre outros equipamentos e serviços de apoio incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 8 - Indicadores sobre educação incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 9 - Indicadores sobre edifícios e alojamentos [habitação] incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 10 - Indicadores sobre emprego incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 11 - Indicadores sobre famílias incluídos no AP_PEUOT.... Quadro 12 - Indicadores sobre mobilidade incluídos no AP_PEUOT Tabela 1 - Principais temáticas abordadas nos documentos de referência em matéria de U&OT por década.... Tabela 2 - Área (ha) e sua representação (%) em Portugal Continental por tipologia de freguesia e densidade Populacional 1991, 2001 e evolução , em Portugal continental e nas freguesias tipificadas.... Tabela 3 - População residente em 1991, 2001, % de população por tipo de freguesia, evolução (%) da população e da proporção no tipo de unidade em Portugal Continental e por tipo de freguesia... 21

22 Índice de gráficos Gráfico 1 Evolução da percentagem populacional a residir em áreas urbanas, por região do globo e no mundo, entre 1950 e 2007, com projecções quinquenais entre 2010 e Gráfico 2- Distribuição (%) da área territorial em 2001 em Portugal Continental e por tipo de freguesia.... Gráfico 3 - Evolução (%) da população entre em Portugal continental por tipo de freguesia... Gráfico 4 - Evolução da densidade populacional em Portugal Continental e por tipo de freguesia entre 1991 e Índice de mapas Mapa 1 - Freguesias Portuguesas (2001) por tipologia urbana em Portugal Continental... Mapa 2 Evolução (%) da população residente entre 1991 e 2001 em Portugal Continental... Mapa 3 Evolução da densidade populacional (hab/ha) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental... Mapa 4 Densidade populacional (hab/ha) em 2001 em Portugal Continental... Índice de figuras Figura 1 - Triângulo dos Objectivos do ESDP: Desenvolvimento Espacial Sustentável e Equilibrado... Figura 2 - Os principais documentos da ONU com referência ao U&OT, após 1970, por década.... Figura 3 - Os principais documentos da UE com referência ao U&OT, após 1970, por década... Figura 4 - Os principais documentos do CE com referência ao U&OT, após 1970, por década... Figura 5 - Resumo dos principais documentos da ONU, UE e CE com referência ao U&OT, após 1970, por década.... Figura 6 - Da dispersão à coesão. As políticas de U&OT do Século XX ao Século XXI... 22

23 Introdução As questões do conhecimento do território são reconhecidamente indispensáveis para o urbanismo e ordenamento do território [U&OT] sobretudo equacionando a sustentabilidade. O conhecimento do território é uma necessidade intrínseca das sociedades, representando uma inexpugnável mais valia para a acção do Homem (Julião, R., 2003 in prefácio de Branco, R., 2003), e é neste contexto que a presente tese é dedicada à construção de uma ferramenta de análise sócio-territorial assente nas práticas europeias para o U&OT. Na sociedade contemporânea portuguesa o U&OT não se tem assumido como uma prioridade substancial nas estratégias públicas. A maioria das políticas nacionais que incidem na planificação do território surge na tentativa de responder às normativas europeias que para a atribuição dos recursos de coesão territorial exigem uma visão estratégica e a definição de Planos de Acção para o território. A prática do U&OT em Portugal está ainda embrionária quanto ao conhecimento das metodologias a seguir para a promoção de um território que desenvolva condições para que as populações vivam de forma qualificada. A existência de sucessivas alterações e rectificações a que os Planos são sujeitos, muitas vezes no mesmo ano em que são aprovados, tem provocado prejuízos quanto ao reconhecimento da importância dos Planos enquanto ferramentas de desenvolvimento territorial. Acreditamos que uma das causas desse fenómeno se relaciona com o desconhecimento da existência de orientações internacionais, nomeadamente europeias, para a prática do urbanismo e ordenamento do território. É neste contexto que esta investigação se desenvolve, propondo uma ferramenta que potencie as diversas análises territoriais, ajustável ao perfil de cada utilizador e com base nos conceitos e orientações políticas internacionais no campo teórico-prático do urbanismo e ordenamento do território. Justificação do tema escolhido Para a prática do U&OT é essencial o conhecimento da área em estudo, nas suas componentes física e funcional, numa perspectiva local e de enquadramento geográfico que assegure o entendimento das características do espaço e as relações que se estabelecem com a envolvente. Num momento em que as instituições Europeias, nomeadamente o Conselho da Europa e a União Europeia, definem estratégias para a Coesão Territorial, torna-se evidente a importância de disponibilizar, de forma coordenada, informação referente aos aspectos que, incluídos nas preocupações políticas internacionais, se relacionam com o urbanismo e o ordenamento do território. A política internacional em matéria de U&OT, essencialmente actuante a partir dos anos 1980, define um conjunto de factores a considerar para a promoção de um território coeso. Estes factores permitem a definição de uma metodologia de planeamento territorial 23

24 que, incluindo a população no processo de tomada de decisões, motivando as parcerias público-privadas e o enquadramento do espaço com a sua envolvente no princípio da complementaridade, suportem a definição de acções que assegurem a disponibilização de recursos às populações que lhes permitam o desempenho das suas actividades e o acesso a condições que promovam a qualidade de vida. Torna-se necessário que, do ponto de vista prático, as acções que se estabelecem no território, tendo em vista a sua planificação, sejam coerentes com a política internacional e, também, no âmbito nacional, permitam uma avaliação conjunta do território e dos objectivos específicos para cada unidade administrativa, obtendo uma imagem global, comparável com outras unidades e que promova, através do conhecimento, a adequação das políticas administrativas em prol da qualidade do território e da vida das populações. Em Portugal não é evidente uma partilha de metodologias comuns nos diferentes territórios administrativos, sendo evidente, nos Planos existentes, a falha no enquadramento geral de objectivos coordenados e de políticas de integração e partilha de soluções para territórios limítrofes. A falha no entendimento do papel que o U&OT desempenha no desenvolvimento do país é tal que, contra os princípios técnicos e legais, o Estado português contribuiu, na última década do Século XX, para uma completa desorganização do território, comprovada pela existência de Planos Directores Municipais para a totalidade dos Municípios portugueses, na sua maioria aprovados na década de 1990, e a existência de apenas sete Planos Regionais de Ordenamento do Território, na sua maioria aprovados após 2002, a que se pode juntar o Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território cuja data de publicação é Não se cumprindo os objectivos definidos legalmente, nomeadamente na Lei de Bases do Ordenamento do Território e de Urbanismo (Lei 48/98 de 11 de Agosto), os Planos Territoriais existentes afastam-se do objectivo de desenvolvimento territorial equilibrado, onde o espaço é propiciador de qualidade de vida às populações conforme as referências internacionais nesta matéria determinam. Desta forma torna-se essencial o conhecimento dos principais documentos internacionais, nomeadamente no âmbito europeu, que estabelecem a política internacional em matéria de U&OT e o entendimento dos factores incluídos principais preocupações para que se garanta a prática do U&OT em Portugal em consonância com o interesse internacional. Como ponto de partida para a intervenção em U&OT é essencial o conhecimento do território numa perspectiva global o país e simultaneamente em cada unidade administrativa mais reduzida a freguesia compreendendo a posição relativa que cada território apresenta face aos factores que permitem avaliar a situação do país relativamente aos interesses expostos nos documentos internacionais de referência em matéria de U&OT. Este conhecimento do território a este nível permite definir objectivos ajustados à realidade local seguindo as recomendações internacionais permitindo a definição de acções que melhor respondam ao cumprimento dos objectivos propostos apoiando o estabelecimento de compromissos, e a adequação do plano urbanístico a produzir às 24

25 características, necessidades e desejos dos actores e agentes locais, na procura de garantir condições para a vida qualificada das populações. A definição de um conjunto de indicadores, conforme às políticas europeias em matéria de U&OT, que sejam aplicáveis a qualquer unidade, é essencial para a construção de uma ferramenta que permita a disponibilização da situação da unidade face às preocupações e recomendações internacionais e que permita a comparação com outras unidades que se definam no contexto territorial de análise como vizinhas, é um ponto de partida para auxiliar a prática do U&OT de forma global, enquadrada e coerente com o desenvolvimento equilibrado e sustentado do território. Para que a utilização de uma ferramenta com estas capacidades seja de forma efectiva integrada com o interesse internacional há que garantir a sua aplicabilidade a qualquer unidade geográfica e a possibilidade de utilização por parte de utilizadores diferenciados como sejam os técnicos, os decisores e a população que, no desempenho das suas funções e actividades, exploram os dados incluídos suportando as soluções preconizadas, as opiniões formadas e as decisões tomadas. Hipótese e objectivo da tese Após entendermos de que forma as políticas internacionais, nomeadamente as europeias, debatem as questões referentes ao U&OT e que aspectos consideram que devem ser incluídos na prática do U&OT. Reconhecendo que a necessidade de conhecer e o estado do território é essencial, pretendemos entender se haverá utilidade na disponibilização de uma ferramenta que seja utilizável por diferentes tipos de utilizadores que possuem diferentes necessidades de informação, consoante a sua função, e qual a melhor forma de utilizar a informação existente para que responda aos objectivos do U&OT conforme às políticas europeias. Com base nesta hipótese estabelece-se como objectivo central a construção de uma ferramenta que, estando em conformidade com as políticas e interesses internacionais em matéria de U&OT, caracterize o território nacional, na sua totalidade, como base para o conhecimento dos factores que o condicionam, suportando a prática do U&OT. Esta ferramenta deve permitir o conhecimento do território aos vários intervenientes, permitindo: 25

26 Que o técnico se suporte nela para a realização das análises e prédefinição de objectivos; Que os decisores possam aceder à caracterização do território que gerem, apoiando as tomadas de decisão em prol do desenvolvimento e da qualidade de vida das populações; Que a população, actores e agentes, conheçam o seu território permitindo uma adequação das atitudes e da determinação do investimento coordenado e em consonância com o desenvolvimento. A forma encontrada para o cumprimento deste objectivo foi a construção de um «Atlas de Portugal [Continental] conforme às orientações das políticas europeias no sector do U&OT», permita a disponibilização dos dados necessários ao suporte da prática do U&OT, a várias escalas, assegurando uma visão global que, à medida das necessidades, se vai aproximando até ao nível mais local a freguesia permitindo a comparabilidade e confrontação dos dados e assegurando a visão abrangente que garanta tomadas de decisão suportadas e integradas na prossecução de um território coeso e qualificado. O trabalho resultante da investigação é a produção de uma ferramenta, Atlas de Portugal [Continental] conforme às orientações das políticas europeias no sector do U&OT visando a sua disponibilização para posterior análise por parte dos potenciais utilizadores. O objectivo da tese centra-se na análise de documentação de política europeia em matéria de U&OT para a posterior produção de uma ferramenta que, neste caso, é um Atlas de Portugal. O objectivo não é a análise do Atlas nem dos factores que o compõem, essa tarefa fica em aberto para futuras investigações. Para que se garanta a leitura dos mapas produzidos decidiu-se pela sua não publicação nesta edição ficando disponíveis em formato digital, quer em PDF quer em formato passível de trabalho em ambiente SIG no servidor de mapas da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Metodologia Para a construção do Atlas de Portugal conforme às políticas europeias em matéria de urbanismo e ordenamento do território [AP_PEUOT] foi seguida uma metodologia que, assegurando o conhecimento dos factores incluídos nos documentos de referência internacionais, determinasse um conjunto de indicadores que permitissem o conhecimento de Portugal [Continental] e assegurassem a prática do U&OT apoiando os técnicos, os decisores e a população. Como metodologia é efectuada uma análise aos diferentes documentos políticos internacionais de referência em matéria de U&OT, nomeadamente os documentos elaborados pela Organização das Nações Unidas, como enquadramento mundial da temática e, na Europa, os documentos da União Europeia e do Conselho da Europa, que se estabelecem como as duas instituições, cujos membros são os Estados Europeus, e de que Portugal faz parte. Analisados os documentos são elencadas as temáticas 26

27 abordadas e a sua relação com o U&OT, definindo a sua pertinência para a inclusão de indicadores no AP_PEUOT. Depois de elencadas as áreas referenciadas nos documentos de referência, foram seleccionados os dados existentes em Portugal que permitem entender a situação do território, numa visão de presente e passado, em conformidade com as políticas europeias em matéria de U&OT. Depois de seleccionados os dados que se incluem no AP_PEUOT e que dependem, para além da pertinência relativamente às políticas e ao U&OT, da disponibilidade de informação à escala da unidade territorial escolhida, procedeu-se ao tratamento da informação, quer alfanumérica dados estatísticos quer cartográfica. A metodologia aplicada no tratamento da informação está explicitada quando são apresentados os dados incluídos no AP_PEUOT e que correspondem a uma verificação da escolha das bases cartográficas que sejam coincidentes à configuração territorial existente na data de referência dos dados alfanuméricos e à organização dos dados para permitir quer o cruzamento da informação alfanumérica quer a sua representação na base cartográfica. O tratamento da informação, os cálculos efectuados para o cruzamento de indicadores foi efectuado com base nas definições estatísticas internacionais embora se tenha procedido a um ajuste nas unidades dos dados como, por exemplo e essencialmente, a utilização da unidade de área hectare (ha) ao invés da utilização do tradicional km 2. A utilização do ha, relaciona-se com uma tentativa de facilitar a leitura dos dados por parte da população em geral sem inviabilizar a utilização dos dados por parte dos técnicos ou investigadores. Os procedimentos técnicos relacionados com a metodologia utilizada são explicitados ao longo do trabalho, consoante os temas abordados. Assim optámos por apresentar os processos e técnicas metodológicas, inerentes à elaboração do Atlas, no âmbito do capítulo 3 no qual abordamos a problemática para a produção de uma ferramenta para a análise do território conforme às políticas europeias para o U&OT.. Organização da Tese A estruturação da tese foi estabelecida para que se obtemperasse um conjunto de referências e bases (Capítulo 1) para a escolha dos temas e indicadores (Capítulo 2) a incluir no Atlas de Portugal [Continental] conforme às Políticas Europeias em matéria de Urbanismo e Ordenamento do Território (Capítulo 3), como explicitamos nos parágrafos seguintes. No Capítulo 1, depois de um enquadramento geral sobre o estabelecimento do urbanismo como uma ciência, dos factores que levaram à necessidade de agir sobre o território e, sucintamente, sobre as formas como se praticou o urbanismo ao longo dos vários períodos, estabelece-se uma análise ao ascender de um interesse internacional sobre a temática do urbanismo. Como a abrangência territorial das organizações incluídas é diferente estabeleceu-se uma divisão na apresentação dos documentos de referência que elaboraram. A Organização das Nações Unidas, com a sua abrangência mundial, é 27

28 apresentada em ponto próprio (1.1) sendo cada um dos documentos apresentados em pontos próprios. Incidindo a tese em documentos de referência da política europeia em matéria de U&OT, apresenta-se uma análise à sua evolução dos anos 1970 ao novo milénio (ponto 1.2), enquadrando os documentos de referência da União Europeia (ponto 1.2.1), apresentados agrupados por época de referência, e os documentos do Conselho da Europa (ponto 1.2.2). No Capítulo 2 estabelecem-se as bases para a construção do Atlas de Portugal conforme às políticas europeias em matéria de urbanismo e ordenamento do território debatendo-se a importância do conhecimento do território (ponto2.1) com base nos documentos de referência, quais os dados que devem ser incluídos, na ferramenta a disponibilizar, com base nos documentos de referência europeus (ponto 2.2), explicitando por tema abordado a importância que apresenta relativamente à política europeia e à prática do urbanismo. Cada tema abordado gerou um ponto específico, agrupando os assuntos relacionados com a população (ponto 2.2.1), com o emprego, economia e sociedade (ponto 2.2.2), com os edifícios e os alojamentos (ponto 2.2.3), com os equipamentos, serviços e infraestruturas (ponto 2.2.4) e com a forma urbana (ponto 2.2.5). No Capítulo 3 apresenta-se o Atlas de Portugal [Continental] conforme às políticas europeias em matéria de ordenamento do território e urbanismo AP_PEUOT. Como justificação dos dados incluídos no AP_PEUOT (3.1) procedendo-se a uma análise dos dados existentes e inexistentes em Portugal (3.1.1) e a justificação da selecção das unidades territoriais (3.1.2) para se apresentarem os dados que compõem o AP_PEUOT (3.1.3) agrupados segundo as temáticas que se relacionam com as políticas europeias em matéria de U&OT. Não sendo objectivo a análise dos dados disponibilizados no AP_PEUOT procede-se a uma síntese de enquadramento do território em análise (3.1.4), apresentando as unidades geográficas utilizadas e os dados gerais sobre população. Esta breve análise permite enquadrar o território continental português para uma melhor compreensão do AP_PEUOT (3.2) disponibilizado em formato digital em No final, as conclusões apresentam um balanço entre as noções conceptuais discutidas nesta tese e os resultados da aplicação das orientações políticas europeias de urbanismo e ordenamento do território que resultaram na produção de uma Atlas de Portugal. Em suporte digital disponibilizamos, na íntegra, os documentos analisados (fontes primárias), as bases de dados alfanuméricas que permitiram a construção dos indicadores apresentados e as bases cartográficas de suporte. O AP_PEUOT é apresentado em formato digital, na íntegra, podendo ser visualizado e manuseado de forma gratuita através dos programas Arc Explorer e ArcReadear, ambos da ESRI. Como já referido o AP_PEUOT estará disponível no servidor de mapas da ULHT, em permitindo a exploração incondicional dos dados apresentados e a utilização das referências para o suporte às actividades de investigação, à prática profissional e à divulgação pública. 28

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30 Orientações políticas internacionais no contexto do urbanismo e ordenamento do território. Enquadramento Criou-se, no começo deste século, um Urbanismo que, começando como uma «arte» de embelezar as cidades, se transformou a pouco e pouco numa convergência de ciências postas ao serviço do planeamento de aglomerações racionais, onde se pudessem assegurar aos homens condições vantajosas de vida e de trabalho. (Ribeiro, O.,1966/1994) 1 O espaço urbano desempenha um papel fundamental como suporte à vida humana. O ser humano, desde a passagem de uma vida nómada a uma vida mais sedentária, cuidou do seu habitat preparando-o para nele desempenhar as actividades que complementavam a busca de energia, fundamental para a sobrevivência. Quando o domínio da técnica agrícola e pastoril permitiu aos grupos uma fixação mais permanente no território o habitat transformou-se numa complexa rede de estruturas que, da simples aldeia à maior cidade ancestral, revela cuidado desde à localização das estruturas edificadas à escolha do local para essa fixação. A evolução das sociedades, o contacto e relacionamento entre diferentes grupos, a necessidade de protecção, são, desde os primeiros assentamentos humanos, responsáveis pela transformação do espaço promovendo os interesses das populações. Ao longo da História da sociedade as cidades sempre foram sinónimo de desejo, de garantia de protecção que aumentava a esperança de vida. Com a evolução do processo industrial, a partir do Século XVIII d.c., as cidades transformam-se em pólos atractivos para a população por transmitirem, nos moldes das sociedades de então, uma fonte de rendimento a partir do trabalho fabril, contrapondo com o declínio da mão-de-obra agrícola. A transformação das cidades, quer nos usos que acolhem quer no número elevado de população que para elas se desloca, origina um crescimento rápido das aglomerações acarretando com isso um conjunto, também complexo, de problemas que impedem o funcionamento das estruturas urbanas, quer no que respeita à disponibilidade de condições de vida às populações, quer na garantia de uma estrutura funcional que permita o crescimento económico. A Expansão da sociedade industrial foi responsável por uma transformação complexa nas cidades e na forma como se pensava responder aos problemas gerados. Se até então, com maior ou menor incidência funcional, o sentido crítico e estético e a escala humana 1 Orlando Ribeiro Uma das maiores referências da geografia portuguesa do século XX, dedicou parte do seu trabalho ao estudo da geografia urbana e do espaço urbano em Portugal. Dedicou-se, essencialmente, ao estudo dos factores de desenvolvimento e ao estado de arte dos espaços urbanos portugueses. 30

31 como referência permitia garantir um crescimento equilibrado dos espaços urbanos, a repentina necessidade de habitação, as complexas relações que se estabeleceram nos espaços urbanos entre as diferentes funções que acolhem, originou o surgimento de um mais complexo pensamento sobre a cidade que dava forma à ciência urbanística (Benevolo, L., 1963/ & Choay, F., 1965/ ). A partir do Século IXX d.c. surgem diferentes correntes teóricas sobre os modelos de intervenção no espaço urbano que, a partir do primeiro quartel do Século XX d.c., dão origem a Escolas 4 e grupos de profissionais especializados nessa temática. A cidade passa a ser estudada não só nos aspectos estéticos mas sobretudo nos aspectos sociais e funcionais A partir do Século XX o habitat humano é, por força e razão da necessidade, estudado de forma sistemática na tentativa de resolver os problemas que o afectam. A cidade é agora entendida como algo mais complexo que a simples ordenação dos edifícios pois não é meramente um mecanismo físico e uma construção artificial. Está envolvida nos processos vitais das pessoas que a compõem; é um produto da natureza e particularmente da natureza humana. (Park, R., 1916/1967) 5. O desenvolvimento do urbanismo é, em todos os países cultos, cada vez mais importante. (Montez, P. 1933) 6 e o interesse internacional pelos problemas que afectam as cidades gera um conjunto de princípios que fundamentam as práticas urbanísticas dos diferentes países na busca por um espaço urbano mais qualificado e que garanta a satisfação dos interesses das populações. Muitas das cidades europeias são reestruturadas, no final do Século XIX, através de intervenções a grande escala com a intenção de minimizar os impactes negativos que o período de crescimento industrial estava a provocar. Essas intervenções, que se aplicam 2 Leonardo Benevolo (N. 1923) Arquitecto Italiano, especializado em história da arquitectura, tem uma vasta obra de textos e livros na área da história do urbanismo e da cidade. 3 Françoise Choay (N. 1925) Historiadora especializada na área do urbanismo e património, professora na Universidade de paris VIII é licenciada em filosofia. Publicou uma das obras de referência na área do urbanismo, Urbanismo: realidades e utopias, onde reunindo informação sobre os principais pensamentos e pensadores sobre o espaço urbano os reúne consoante os seus motivos, propondo uma divisão entre os pré-urbanistas e os urbanistas agrupados segundo o seu pensamento sobre a cidade. 4 A primeira Universidade a disponibilizar um Curso de Urbanismo foi a Universidade de Liverpool, em Inglaterra, na década de 1910 (cf. Lourenço, 2003) 5 Robert Park ( ) A apresenta a cidade como organismo social, Fundador da Escola de Chicago (1916 até década de 1930), foi a principal influência na sociologia urbana durante o princípio do século XX, relacionando a cidade como o habitat humano e aplicando-lhe os princípios da ecologia. Destacamos alguns dos principais representantes da Escola de Chicago: Ernest Burguess ( ) que apresenta o modelo generalizável de desenvolvimento (crescimento) urbano Robert McKenzie ( ) que estabelece a relação entre a ecologia humana (social) com a ecologia das plantas e animais Louis Writh ( ) um teórico do urbanismo social e da teoria sócio-psicológica, introduziu a palavra Gueto no livro com o mesmo nome onde explica a segregação social de grupos em ambientes específicos. 6 Paulino Montez, Arquitecto português responsável pela colecção de planos de extensão e regularização e embelezamento de vilas e cidades portuguesas no âmbito do trabalho desenvolvido pelo Eng. Duarte Pacheco enquanto Ministro das Obras Públicas. 31

32 à totalidade das cidades, viabilizam o arranjo estético dos espaços urbanos, garantindo em simultâneo o acesso a um conjunto de bens e serviços de apoio à vida humana saneamento, electricidade impondo também um conjunto de regras quer para a implantação de novas estruturas e natural crescimento das cidades quer no uso que cada espaço acolherá. A reforma de Paris, dirigida por Haussmann 7 entre 1853 e 1864 e a reforma de Barcelona, dirigida por Ildefonso Cerdà 8 iniciada em 1857 constituem-se como modelos cujos princípios, adaptados a cada realidade local, são a base de outras intervenções. Estas intervenções do início do processo de renovação urbana pós-industrialização, herdam as características formais da Planta Barroca aplicando ao espaço urbano normas de ocupação e, novidade face ao Barroco, um processo de Gestão Urbanística que tendia a garantir o uso das cidades, conciliando os interesses privados com os interesses públicos (Choay, 1980/1985). Estes modelos, seguidos por toda a Europa, são a base de um debate internacional sobre as questões das cidades e naturalmente do urbanismo. Com o acentuar dos problemas urbanos, e as sucessivas intervenções efectuadas em muitas cidades do final do Século XIX, há uma crescente motivação e interesse internacional pelas questões urbanas e pelo urbanismo. O debate sobre as questões urbanísticas, e sobre a adaptação das cidades aos novos desafios da modernidade, ajudam a emergir movimentos internacionais que se interessam pela questão das cidades. No início do segundo quartel do Século XX, depois de um período marcado pela I Grande Guerra Mundial, o interesse pela construção de cidades, em sintonia com a evolução da técnica, motiva o surgimento de grupos de profissionais que debatem e tentam impor regras à construção e adaptação das cidades aos avanços da técnica. Um desses movimentos profissionais, ligados à arquitectura, foi o Congresso Internacional de Arquitectura Moderna 9 (CIAM) que, em 1933, em Atenas estabeleceu em Congresso os 7 Barão Haussmann foi presidente da Câmara de Paris e o responsável pela Gestão do Plano de Paris, que acolheu o seu nome. A sua principal tarefa foi a conciliação dos interesses do Estado com os interesses particulares tentando minimizar os custos de uma renovação urbana em Paris. Do ponto de vista formal a cidade medieval, descrita como imunda e sem condições de habitabilidade, foi completamente transformada mantendo apenas alguns elementos principais de épocas anteriores. O Plano de Haussmann instituiu-se como modelo para intervenções futuras nas principais cidades europeias. 8 Ildefonso Cerdà, engenheiro Madrileno que tem a cargo a planificação da cidade de Barcelona Plan de Ensanche. Muitos atribuem a Cerdà a responsabilidade da invenção do termo urbanismo embora apenas tenha sido responsável pela introdução do conceito e da palavra urbanização. A sua intervenção originou uma cidade nova onde a antiga estrutura medieval se mantém. A intervenção de Cerda ficou descrita pelo próprio na Teoria Geral da Urbanização (em 1867) um manual de referência para a intervenção urbanística do final do Século XIX. 9 Congresso Internacional de Arquitectura Moderna (CIAM) Fundado em 1928 tentou reunir um conjunto de especialistas em arquitectura nos anos 1930 para criar uma corrente modernista/contemporânea da arquitectura. A principal influência deste movimento foi a Carta de Atenas de 1931, que estabelece algumas «regras» para a construção de cidades. Eminentemente apologista da técnica, e do uso da mesma em benefício das populações, este movimento estabeleceu unidades de vizinhança e 3 funções distintas para a cidade Habitação, Trabalho e Recreação. Fundando os princípios da separação de funções teve grande influência nos Estados Unidos. Destaca-se o principal membro e fundador, Charles-Édouard Jeanneret-Gris ( ). 32

33 princípios de uma Carta de Urbanismo. Este documento foi apenas revelado em 1941 e editado em 1942 por Charles-Édouard Jeanneret-Gris 10, conhecido como Le Corbusier (cf. Corbusier, 1942), como um manual de referência para a construção da cidade sob os princípios da modernidade. Este documento, embora muito criticado por parte de profissionais defensores de uma cidade mais humanizada, constitui-se como base de referência para a construção de novos aglomerados e para a adaptação dos existentes às necessidades da era moderna. É o primeiro tratado internacional, assinado como compromisso por técnicos de diversos países, que se dedica à forma de intervir na cidade. A referência a este tratado, é importante por duas ordens de razão, primeiro porque estabeleceu um conjunto de regras e metodologias de intervenção nas cidades que condicionou a prática urbanística dos anos seguintes; segundo porque os princípios nela expostos parecem antecipar, de forma efectiva, os problemas que em pleno Século XXI se apresentam à generalidade das cidades. É o primeiro tratado conjunto, de vários profissionais, sobre as questões urbanas, um guia para a prática do urbanismo e para o entendimento da forma de agir sobre o espaço urbano no interesse das populações. Identifica os problemas das cidades e estabelece um conjunto de procedimentos para a construção das cidades sob os princípios da modernidade. Fundado no princípio da disponibilidade de condições aos cidadãos para que usufruam dos avanços da técnica para o seu desenvolvimento pessoal e social, a Carta de Atenas tentava assegurar que o espaço urbano garantisse as condições necessárias para a qualidade de vida das populações motivando a participação activa nas actividades existentes e necessárias ao desenvolvimento pessoal e social. Pretende assim fornecer todas as facilidades e faculdades que permitam ao cidadão participar, por instinto, hábito e também vontade e raciocínio, nas funções, destino e méritos da sua Nação. (Corbusier, 1942/1957, p.11), ligando o assunto do urbanismo ao desenvolvimento equilibrado das nações. Num período em que o lugar dos técnicos está ainda por definir face à sociedade (cf. Corbusier, 1942/1957) era necessário garantir que os procedimentos a tomar considerassem os interesses gerais da população, como comunidade, tendo em vista o seu futuro. O Urbanismo é, na visão exposta na Carta de Atenas, o arranjo dos sítios e locais diversos que devem abrigar o desenvolvimento da vida material, sentimental e espiritual em todas as suas manifestações individuais e colectivas (Corbusier, 1942/1957, p. 121) abrangendo quer as áreas rurais quer as áreas urbanas. Para que se garanta que as cidades promovam um bem-estar global aos cidadãos é necessário que o urbanismo 10 Charles-Édouard Jeanneret-Gris ( ), conhecido como Le Corbusier, apologista da técnica e da modernidade tendo criado uma escala de proporcionalidade em arquitectura (Modulor). No urbanismo defende a especialização de funções [urbanismo funcional]. Este Grupo emitiu ainda a Declaração de Saraz que reflectia problemas da arquitectura definido um conjunto de critérios para a fundação de um estilo arquitectónico contemporâneo (cf. Corbusier, 1942/1957). 33

34 não se cinja a regras estéticas gratuitas pois é, por natureza, a ordem funcional que o domina. A Unidade de Vizinhança, Unidade base para o planeamento da cidade, apresenta-se neste contexto como um factor de equidade na cidade na medida em que para cada unidade há um conjunto de equipamentos e serviços que devem satisfazer as necessidades das populações. O dimensionamento da cidade, que garante também o princípio da estandardização, é feito com base nessa unidade de vizinhança, onde cada habitante encontra, numa proximidade específica à sua habitação, condições para que se desenvolva em harmonia com o ambiente e com a garantia de acesso à modernidade progresso nos interesses individual e colectivo. Partindo de uma reflexão sobre o estado actual das cidades nos anos elabora um conjunto de procedimentos para a intervenção urbanística. A cidade congrega três funções principais, habitação/habitar, trabalho/trabalhar, recrear/lazer, e são estas que baseiam a intervenção do urbanista. A base para o urbanismo defendido na Carta de Atenas é a separação destas três funções garantindo à população o acesso a cada uma delas de forma equilibrada e integradora. Surgindo do espírito da Modernidade, do apogeu da Técnica e da Indústria, a determinação de Unidades de Vizinhança com imposição de limites numéricos torna-se central para a regularização urbana. A necessidade de intervir no espaço urbano, reorganizando os usos e funções da cidade, adaptando os espaços existentes a uma nova ordem, é a primeira tarefa a cumprir. Para garantir a todos justiça no usufruto da cidade é necessário proceder, segundo a Carta de Atenas, a um reparcelamento do solo, não sendo possível, a bem da comunidade e do desenvolvimento, a cidade ficar refém do cadastro (cf. Corbusier, 1942/1957; p ). A modernidade assenta no sonho da técnica, a Cidade Moderna é, também, a cidade do automóvel, dos movimentos pendulares suportados, maioritariamente, pelo transporte particular. A cidade deve garantir, por isso, condições para que os cidadãos se desloquem entre as diversas unidades habitacionais, laborais e recreativas. Passados mais de 60 anos da assinatura da Carta de Atenas a reflexão internacional no que respeita ao urbanismo e ordenamento do território volta a centrar-se no interesse das comunidades. A Carta de Atenas apresenta-se como um documento de referência para a estabilização de uma política urbana internacional na actualidade. Alguns dos princípios fundamentais elaborados nos anos 1930 são agora integrados nos princípios orientadores da política territorial como o princípio do bem colectivo, a necessidade de aliar a estética à função e a proposição de um conjunto de regras que tornem a cidade mais inclusiva. Mas a Carta de Atenas teve, e continua a ter, limitações, destacando-se: O conceito de adaptação da cidade antiga à modernidade que, segundo a Carta de Atenas, a não ser possível nada mais resta que a sua demolição; A excessiva dependência do transporte privado acaba por originar 34

35 problemas de mobilidade e poluição e privar o cidadão de uma qualidade de vida que, segundo a teoria modernista, era alcançável com o seu método. É da conjugação destas críticas com os princípios estabelecidos na Carta de Atenas que se fundamenta em parte a política internacional em matéria de urbanismo. A necessidade de suportar as funções essenciais à vida humana e a importância que deve ser dada ao interesse público, sempre dominante em questões urbanísticas, estão na base das teorias urbanísticas Carta de Atenas ou seus críticos que actualmente se explanam nos documentos orientadores da política urbana e territorial internacional. A política urbanística do Século XXI revê-se, certamente com adaptações, nos princípios consagrados na Carta de Atenas de 1933, uma vez que exalta a qualidade de vida das populações e a capacidade de dotar o espaço urbano de condições para que nele se desenvolvam as diferentes actividades necessárias à vida humana, no respeito pela natureza 11. O interesse político internacional pelas questões do urbanismo surge mais estruturado a partir dos anos 1970, agregado à problemática do meio ambiente e à sua valorização para permitir o desenvolvimento económico e social dos Estados. Os impactes que a urbanização crescente do território acarreta, com a destruição de valores naturais ou com a intensificação das cargas humanas sobre o ambiente natural e o consumo dos recursos locais, está na origem das primeiras medidas políticas que, a partir da década de 1970, começam a incidir sobre a questão urbana. A vinda, cada vez mais significativa, de população rural para o meio urbano e, também, com os problemas de funcionalidade urbana que isso acarreta, provoca uma consciencialização política para o interesse na necessidade de ordenar o território, promovendo a qualidade de vida das populações e garantindo o respeito pelos valores e interesses naturais e culturais das sociedades. O ritmo a que a percentagem de população urbana aumenta em todo o mundo é um factor de preocupação estimando-se que a partir do ano 2015 a maior parte da população mundial viva em cidades (UN, 2008a). 11 De facto Ascher (2001/2004) afirma que o desenvolvimento da sociedade do Século XXI não evidencia uma evolução tal que nos coloque num período de pós-modernidade, pois não tendo atingido os desígnios da modernidade, ou pelo menos os definidos como paradigmas da sociedade moderna, a maioria dos problemas que em pleno século XXI se apresentam são os que foram debatidos nos vários documentos de referência do segundo quartel do Século XX, pelo que defende não estarmos ainda numa época diferente. 35

36 Gráfico 1 Evolução da percentagem populacional a residir em áreas urbanas, por região do globo e no mundo, entre 1950 e 2007, com projecções quinquenais entre 2010 e 2030 Africa América do Norte América do Sul Asia Europa Oceania Mundo Fonte: ONU, UNData 2008 Nota: os dados existentes para a região América apresentam-se divididos em América do Norte e América do Sul pois na base das Nações Unidas não constam dados relativos à região América e, tratando-se de informação em percentagem, impossível de agrupar, apresenta-se esta região subdividida. A América do Norte, a Oceânia e a Europa são, desde os anos 1950, continentes urbanizados, onde mais de cinquenta por cento da população aí residente se encontra aglomerada em áreas urbanas sendo que, a partir de 2010, a maioria da população mundial viverá em áreas urbanas e, a partir de 2025, a totalidade das regiões mundiais terão mais de 50% de população urbana. Se nos países mais industrializados o crescimento gradual das cidades foi feito a partir do Século XIX, tendo sido ao longo deste último século experimentadas soluções que minimizem os problemas e aumentem a qualidade de vida dos residentes, o crescimento actual das áreas urbanas nos países em vias de desenvolvimento surge suportado numa oferta de condições precárias aos novos residentes. As respostas dos diferentes Estados a esta concentração humana em aglomerados cada vez mais povoados iniciaram-se nos anos 1950 através de modelos de ordenamento territorial com base nos princípios modernistas, da Carta de Atenas essencialmente nos países da América do Norte que a partir de um conjunto de factores e dados estatísticos determinava o crescimento das áreas urbanas. Os factores económicos eram centrais nas tomadas de decisão. A localização de serviços e equipamentos era programada através da lógica da capacidade e utilização, tentando maximizar o equipamento e orientando, 36

37 através da selecção criteriosa da localização dessas estruturas, as novas ocupações humanas no território. Um urbanismo de cálculos que, na maioria dos casos, delega a responsabilidade pública no sector privado deixando o crescimento do espaço urbano à mercê de critérios essencialmente económicos. A questão económica é central nos estudos e planificação das cidades da segunda metade do século XX, onde a lógica da ocupação urbana obedece à lógica dos interesses privados. Mas esse interesse económico, como base da planificação urbana, teve opositores desde os anos Em 1936 Giovannoni 12 (1931/1995) afirmava que a questão económica era um falso problema pois, geralmente, é a economia pública que sofre com os interesses privados. O urbanismo com base burocrática ou tecnocrata, baseado na estatística e na aplicação de normas generalizadas ao território (Guay, 2001), baseado no ordenamento com base em factores económicos e de rentabilização, começa a ser criticado com maior relevância a partir dos anos Longe dos interesses das populações, este urbanismo utiliza as estatísticas como factor de exclusão na medida em que, com base económica, são escolhidas as localizações de futuras estruturas ao invés de uma utilização dos dados estatísticos como factor de inclusão, dotando o território das estruturas necessárias à vida humana e resolvendo os problemas da sociedade (Castells, 1971/1984) 13. A razão económica, e a falta de acção política e técnica, concertadas sobre o território, passam assim progressivamente a estar no centro das preocupações da Organização das Nações Unidas e da União Europeia. Conscientes da necessidade de optimização das actividades humanas reconhecem que os assentamentos humanos se devem adaptar às novas preocupações de carácter ambiental da política internacional surgindo, inicialmente no âmbito do debate ambiental, grupos de estudo e debate sobre a temática urbana. 12 Gustavo Giovannoni Arquitecto Italiano, crítico do CIAM, defendia um urbanismo evolutivo, que implica o estudo constante dos problemas e a sua resolução. Defensor da cidade histórica apresenta na obra Vecchie cittá ed ediliza nuova (1931) um conjunto de reflexões sobre a forma de actuar nas cidades, garantindo qualidade de vida às populações e mantendo a estrutura urbana antiga como parte integrante do espaço urbano. 13 Manuel Castells Sociólogo Espanhol, dedicado actualmente à problemática da sociedade em rede, é um sociólogo que se dedicou à sociologia urbana, teorizando sobre a forma como se deveria actuar para estudar uma área urbana e solucionar os problemas sociais que estas apresentam. 37

38 A Organização das Nações Unidas e o urbanismo A Organização das Nações Unidas 14 [ONU], em 1972 inicia um conjunto de conferências com o objectivo de ajustar as políticas internacionais ao meio ambiente garantindo, a qualidade de vida das populações, a erradicação das desigualdades e da pobreza na protecção e valorização dos recursos naturais. A, à data, Comunidade Económica Europeia [CEE] 15, actualmente União Europeia [UE ou em inglês EU], inicia também na década de 1970, em resposta à preocupação ambiental global, um conjunto de conferências emitindo um conjunto de documentos de referência no âmbito do Ambiente que incluem preocupações sobre as cidades. O Conselho da Europa [CE] 16, por sua vez, incide especificamente na questão das cidades, e da qualidade de vida dos cidadãos, a partir da década de 1980, incluindo a temática ambiental na temática urbanística. Estas três instituições desempenham um papel fundamental no debate das questões urbanísticas e emitem documentos estratégicos que incidem sobre a temática urbana e que reflectem a necessidade de actuar de forma racional e partilhada no campo do urbanismo e ordenamento do território. 14 Organização das Nações Unidas (ONU ou em inglês United Nations - UN) Criada em 1945, após a IIª Grande Guerra Mundial, agrupa actualmente 192 países do mundo numa Assembleia tentando evitar a precipitação de futuros conflitos promovendo o diálogo entre os Povos, e o estabelecimento de condições que propiciem justiça e respeito pelos tratados internacionais, a prática da tolerância no respeito pelos outros e a promoção do desenvolvimento social e económico dos povos. (Portugal é Membro desde 1955) 15 A Comunidade Económica Europeia, actualmente União Europeia, foi constituída em 1957, em Roma, por tratadp assinado pelos representantes de seis países, Bélgica, Alemanha, França, Itália, Luxemburgo e Holanda, para estabelecer os fundamentos de uma união cada vez mais estrita entre os povos europeus assegurando, mediante uma acção comum, o progresso económico e social dos países eliminando as barreiras que dividem a Europa (EU, 1957). Em 1973 juntam-se aos países fundadores a Dinamarca, Irlanda e Reino Unido, em 1981 a Grécia integra a CEE e em 1986 Espanha e Portugal. Em 1995 integram a já União Europeia a Áustria, Finlândia e Suécia, em 2004, o Chipre, Eslováquia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e República Checa e, em 2007, a Bulgária e a Roménia, que constituem os 27 países da União Europeia. 16 O Conselho da Europa Fundado em 1949, com sede em Estrasburgo, agrupa actualmente 47 Estados Membros e a sua principal missão é atingir uma maior união entre os seus membros (Portugal é Membro desde 1976). As suas principais actividades desenvolvem-se em torno dos direitos humanos, dos princípios democráticos, da educação, cultura e património e da coesão social. É um organismo distinto da União Europeia mas todos os Membros da União Europeia são Membros do Conselho da Europa. Estrutura-se através de um Comité de Ministros Órgão deliberativo e numa Assembleia Parlamentar com representantes de todos os 47 países membros. Os aspectos relacionados com o Ordenamento do Território são remetidos para o Congresso das Autoridades Locais e regionais do Conselho da Europa, que agrupa as autoridades locais e regionais dos Estados Membros. 38

39 A Declaração sobre o Ambiente Humano de 1972 Em 1972 os países membros da ONU assinam, em Estocolmo, a Declaração sobre o Ambiente Humano (United Nations [UN], 1972), conhecida também como Declaração de Estocolmo. Nesta Declaração a preservação e melhoria ambiental é a temática central, assumindo que o ser humano é um criador e modulador do seu ambiente, devendo respeita-lo, aplicando-lhe boas práticas, pois tanto um como outro são o suporte à sua vida e ao seu bem-estar sendo que, pela ignorância ou indiferença podemos causar danos graves, irreversíveis ao ambiente terrestre do qual depende a nossa vida e bemestar (UN, 1972; ponto 6). Por outro lado reconhece-se que o uso dado à tecnologia tanto poderá ser positivo como negativo para com o ambiente, devendo promover-se um uso adequado do território para utilizar racionalmente os recursos existentes garantindo a sua possível utilização no futuro. A Conferência de Estocolmo apela para uma consciencialização global no cuidado com o ambiente numa perspectiva de preservação e melhoria em benefício do presente e do futuro. É a partir desta Declaração de princípios, que se estabelecem as bases para o desenvolvimento futuro de uma política ambiental internacional. As questões do ordenamento e planeamento do território surgem, de forma não directa, quando se exalta o respeito pela utilização racional dos recursos existentes no presente e no futuro (princípio 2) revelando, pela primeira vez, a necessidade de introduzir as preocupações da preservação do ambiente natural como factor importante para o desenvolvimento económico (princípio 4) induzindo que o planeamento deverá ser aplicado aos aglomerados humanos e à urbanização com o objectivo de evitar efeitos adversos no ambiente e obter máximos benefícios sociais, económicos e ambientais para todos (UN, 1972, Princípio 15º). Afirma-se, no princípio 14, que o planeamento racional se constitui como uma ferramenta essencial para reconciliar qualquer conflito entre as necessidades de desenvolvimento e a necessidade de proteger e valorizar o ambiente (UN, 1972). Neste ponto é evidente a diferença entre o conceito de proteger e o de valorizar, enquanto o primeiro se limita a um conjunto de regulamentos que incidam na sua protecção, um acto político e jurídico na verificação do cumprimento das normas, o segundo assume-se através de estratégias coordenadas de proteger que não impedem a utilização racional e a melhoria das condições de partida, das áreas e recursos. A Declaração de Estocolmo é geralmente reconhecida como o primeiro documento político internacional que, incidindo na protecção e valorização do ambiente e dos recursos naturais e respeitando o desenvolvimento dos países e o direito à utilização racional dos recursos de cada um, recomenda a necessidade de um planeamento cuidado do território, não esquecendo as áreas urbanas. É com base no princípio 15º da declaração de Estocolmo (UN, 1972) que a ONU, em resolução da Assembleia Geral n.º 3128 de 1973 (UN, 1973), reconhecendo a urgente necessidade de agir de antemão e de forma coordenada por parte dos membros da 39

40 comunidade internacional para a salvaguarda e melhoria da qualidade de vida nos assentamentos humanos considerando a acelerada urbanização acompanhada por despovoamento rural (UN, 1973), promove um encontro-exposição específico à temática do habitat humano que ocorre em 1976 em Vancouver, Canadá, estabelecendo-se com o a base para o programa Habitat 17 das Nações Unidas, criado em 1978 e que ficou conhecido como Habitat I. Do primeiro encontro mundial sobre a temática do espaço urbano, em 1976, surge a Declaração de Vancouver sobre Aglomerados Humanos (UN, 1976a), um documento onde se reconhecem os problemas de deterioração social, económica, ecológica e ambiental, o problema do crescimento populacional e a urbanização descontrolada, assumindo que estes factores provocam atrasos ao desenvolvimento. A Declaração de Vancouver revela ainda um pensamento internacional confluente para com a necessidade de planos urbanísticos coerentes, que integrem e considerem, como factor essencial, a população e as suas vontades e interesses comuns, promovam uma ocupação territorial equilibrada e justa, reconhecendo que as condições de vida de muitas pessoas nos aglomerados humanos é inaceitável e que, nada sendo feito, se agravarão de futuro. O Fórum de 1976 produziu, com base na Declaração de Vancouver, um Plano de Acção, (UN, 1976b) onde se reclama aos Estados a necessidade de incluírem, nas suas políticas, estratégias de planificação urbana de forma integrada, garantindo que a visão local sobre o território se coadune com a visão global para o País. Exige-se, no Plano de Acção, uma planificação estratégica e coordenada do território, promovendo o desenvolvimento socio-económico e equilibrando as diferenças entre o espaço rural e o espaço urbano, garantindo a qualquer área a oferta de condições de qualidade de vida às populações. A necessidade de entender os factores sociais, culturais e ambientais de forma conjugada, promovendo o desenvolvimento das comunidades, qualquer que seja a sua dimensão ou papel económico, promovendo o acesso a padrões de qualidade de vida em equilíbrio e respeito pelo ambiente natural e cultural, é um factor central do Plano de Acção, estabelecendo-se como base para a política internacional em matéria de urbanismo a partir da década de A conferência das Nações Unidas sobre o ambiente humano, de Estocolmo, abriu caminho a uma atitude e pensamento diferente sobre a relação do ser humano com o ambiente e chamou a atenção para a necessidade de uma postura de respeito pelos recursos naturais e para a necessidade de encontrar formas de equilíbrio entre as necessidades humanas e a disponibilidade de recursos naturais. 17 O Programa Habitat, estabelecido oficialmente pela ONU em 1978, é a agência da ONU que se dedica aos assentamentos humanos promovendo a sustentabilidade ambiental e social dos aglomerados (UN, 2008b). A partir da década de 1990 o seu papel foi reforçado pela constatação de que a maioria da população Mundial viverá em cidades até 2050 promovendo, a partir de 2002, o Fórum Urbano Mundial, local onde políticos, técnicos e actores incluindo as organizações para o desenvolvimento não governamentais, trocam experiências e definem estratégias para o futuro no princípio de garantir cidades sem áreas degradadas onde a qualidade de vida das populações é central (UN, 2008b). 40

41 O contínuo agravamento das condições de vida existentes nas áreas urbanas, como os textos da década de 1970 previam, deixam em situação de risco um número significativo de seres humanos. A resposta das organizações internacionais começa a ser mais activa no que diz respeito à tentativa de criar condições para um desenvolvimento mais equilibrado baseado na igualdade e que permita uma vida mais qualificada. Assim, e com base nas declarações dos anos 1970, a ONU define uma Agenda Global para a Mudança, no âmbito da Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento 18 (Brundtland, 1987), cujo resultado ficou conhecido como relatório de Brundtland, sobre o nosso futuro comum, onde as preocupações ambientais se relacionam com os problemas das cidades e os impactos que estas provocam no desenvolvimento dos países no respeito pelo ambiente natural, pelos direitos humanos e pelas gerações vindouras. Quer a declaração de 1972, quer o relatório de Brundtland, são bases para a Declaração do Rio sobre ambiente e desenvolvimento, de 1992, que abriu caminho a um conjunto de acções que visam o estabelecimento de medidas para que, num futuro próximo, se possa atingir um estágio de desenvolvimento humano no planeta fundado no respeito pelos recursos naturais, pelos valores culturais, promovendo a qualidade no presente e deixando às gerações futuras recursos para que, também elas, possam viver em qualidade. A Declaração de Estocolmo (1972), o Relatório Brundtland (1987) e a Declaração do Rio (1992), da responsabilidade da ONU, revelam-se, a nível internacional, como os principais motivadores de uma nova política global de valorização e protecção ambiental, respeitando a necessidade de desenvolvimento económico e social dos povos, no respeito pelas suas tradições e valores culturais, garantindo a manutenção das referências ao passado numa perspectiva de valorizar o aproveitamento dos recursos pelas gerações vindouras. Estes três documentos traduzem uma política progressivamente estruturada na medida em que a Conferência de 1972 é a base para a constituição, em 1983, de uma comissão encarregue de estudar e estruturar uma estratégia global de acções protectoras e valorativas do ambiente e dos recursos naturais, cujo resultado, em 1987, é a base para a Cimeira da Terra e a Declaração do Rio em Esta comissão, mais conhecida como Comissão Brundtland, nome da presidente (cf. nota 19), foi criada em 1983, a pedido do Secretário-geral das Nações Unidas, tendo concluído em 1987 um dos mais influentes relatórios a nível mundial. A introdução do conceito de sustentabilidade como estratégia para um futuro comum, aliás o título do Relatório produzido é O nosso futuro comum, evidenciando a necessidade de gerir eficazmente e globalmente, os recursos existentes naturais, culturais e económicos de forma a garantir uma vida qualificada no presente e das gerações vindouras no respeito pelo passado. Agir localmente para garantir o sucesso global é um dos motes essenciais deste relatório. Por outro lado este relatório foi a base para a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente, no rio de Janeiro em 1991, onde se estabeleceram medidas e metas a atingir no futuro para uma utilização eficaz dos recursos na tentativa de um futuro melhor e próspero, suportado na qualidade de vida presente e na possibilidade de deixar às gerações vindouras recursos suficientes para que vivam em qualidade. Foi a partir deste relatório que se puderam estabelecer um conjunto de objectivos do milénio que em 2020, a serem atingidos, melhoram substancialmente a qualidade de vida dos países menos desenvolvidos economicamente, aumentando a solidariedade internacional e inter-geracional. 41

42 O Relatório da Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento, Relatório de Brundtland, o nosso futuro comum, 1987 Em 1983 a Assembleia-geral das Nações Unidas, através da resolução 38/161 de 19 de Dezembro (UN, 1983), criou uma comissão especial para elaborar um estudo sobre o ambiente e a problemática global para o ano 2000 e futuro, que incluísse estratégias para o desenvolvimento sustentável. O relatório do estudo, que foi concluído em 1987, com o nome O nosso futuro comum (Brundtland, 1987) também conhecido como relatório Brundtland 19, partindo da Declaração de Estocolmo em 1972, estabeleceu definitivamente a teoria do desenvolvimento sustentável. Foi também este relatório que estabeleceu como estratégia prioritária, no seguimento da Declaração de 1972, de uma partilha de responsabilidades entre os Estados na protecção dos recursos naturais, assumindo desafios comuns, e estabeleceu as bases para as Agendas XXI Locais 20, no sentido de agir localmente para ter proveitos globais. Também a partir do relatório Brundtland se puderam estabelecer objectivos concretos para o Novo Milénio, que obrigaram ao estabelecimento de ferramentas de avaliação e controlo da situação existente e sua evolução. No que respeita às áreas urbanas o relatório foi incisivo no reforço da capacidade dos Estados se prepararem para o aumento das áreas urbanas através de um planeamento adequado, que contemplasse o respeito pela dignidade humana e a possibilidade de desenvolvimento, através do respeito pelos recursos naturais, culturais e sociais da humanidade, não de forma isolada mas sim, essencialmente, entendendo que o interesse das medidas a adoptar localmente se repercutirá a nível global. 19 Gro Harlem Brundtland (N. 1939) Política Norueguesa do Partido dos Trabalhadores foi ministra do Ambiente da Noruega entre 1974 e 1979, e primeira-ministra da Noruega 3 vezes, entre Fevereiro e Outubro 1981, entre 1986 e 1989 e 1990 a Médica de formação foi também Directora-geral da Organização Mundial de Saúde É defensora e principal motivadora das teorias do desenvolvimento sustentável e foi a directora da Comissão Mundial sobre ambiente e desenvolvimento conhecida também como Comissão Brundtland. 20 As Agendas XXI Locais são um documento estratégico de desenvolvimento local, elaborado pelas autoridades locais numa perspectiva de participação e partilha de responsabilidades com os actores e agentes locais, definindo objectivos, medidas e acções para que, de forma sustentável, se promova o desenvolvimento do território garantindo qualidade de vida às populações, assegurando a sua participação na tomada de decisões e incluindo um conceito de acompanhamento das condições verificadas a cada momento através de processos de monitorização. 42

43 A Cimeira da Terra, Rio de Janeiro 1992 Com base no relatório de (Brundtland, 1987), em 1992 teve lugar, no Rio de Janeiro Brasil a Cimeira da Terra, de onde saiu a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento (UN, 1992), que reafirmando a Declaração adoptada em Estocolmo em 1972, proclama um conjunto de princípios baseados na protecção e valorização ambiental. Reconhecendo que a Natureza é um elemento integral e interdependente a Declaração do Rio apresenta um conjunto de princípios onde, estabelecendo o ser humano como o centro das questões do desenvolvimento sustentável (princípio 1), responsabiliza os Estados para agirem em conformidade e de forma integrada na procura de melhorar as condições de vida dos seres humanos, no respeito pelo desenvolvimento económico e social dos povos, para protecção dos valores e recursos naturais, culturais e sociais do presente e do passado com perspectiva de futuro e respeito pelas gerações futuras, desenvolvimento sustentável. A Declaração integra também preocupações ao nível da integração feminina nas actividades de protecção e valorização ambiental assim como das populações indígenas que se assumem como detentoras de conhecimento ancestral na prática de actividades que protegem e valorizam o ambiente sem deixar de o aproveitar para o seu bem-estar (Princípios 20 e 22). Ao nível do Planeamento a Declaração do Rio introduziu um conjunto de conceitos e metodologias de onde se destaca a necessidade de os Estados assumirem a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) como um instrumento de verificação da compatibilidade das acções territoriais com a protecção e valorização do ambiente (Princípio 17), não esquecendo as características sociais e económicas dos territórios. Outro dos grandes contributos desta Declaração foi o conceito de Agenda Local XXI, um documento de Planeamento que as autoridades locais devem desenhar, em conjunto com a sociedade que servem, e onde se definem objectivos e metas a cumprir, tendo em consideração o ambiente natural e o desenvolvimento económico, social e cultural dos povos. A Declaração de Istambul de 1996, o Fórum Urbano Mundial, a Declaração de Joanesburgo e o novo Milénio Em 1996 é assinada em Istambul, no âmbito do Programa Habitat da ONU, a Declaração de Istambul sobre a garantia de assegurar a todos habitação adequada num ambiente urbano seguro, saudável, produtivo, equitativo e sustentável (UN, 1999). Reconhecendo que há uma falha generalizada, principalmente nos países em desenvolvimento, no planeamento adequado (número 4, UN, 1999), os aspectos centrais que estão expostos na declaração de Istambul, e que afectam a qualidade de vida dos seres humanos, são essencialmente os que se prendem com a poluição, a falha na oferta de habitação, a pobreza, o desemprego, a exclusão social, a instabilidade familiar, a falha no acesso a recursos, a falha no acesso a infra-estruturas e serviços, a violência e insegurança, a 43

44 degradação ambiental e a vulnerabilidade aos desastres. Reconhece a interdependência do espaço rural e urbano, reflectindo a necessidade de criar condições para que as áreas rurais se tornem atractivas para equilibrar, reduzindo, a migração rural-urbana que se acentua, prevendo-se um declínio acentuado das áreas rurais em detrimento das áreas urbanas num futuro próximo. A Declaração de Istambul reforça os princípios da sustentabilidade e cooperação que, já em 1992, tinham sido acordados na Declaração do Rio (UN, 1992). Em 1996 (UN, 1996) relacionam-se directamente com a questão urbana, reconhecendo às autoridades locais o papel importante no desenvolvimento das estratégias territoriais para garantir qualidade de vida às populações. Com base na Declaração de Estocolmo e pelo trabalho desenvolvido pelo Programa Habitat da ONU, em 2001 a Assembleia Geral da ONU, através da Resolução A/RES/S- 25/2 de 16 de Agosto (UN, 2001), emite a Declaração sobre Cidades e Outros Assentamentos Humanos para o Novo Milénio, definindo uma estratégia para a implementação da Agenda Habitat e da Declaração de Istambul. Sob o espírito da Declaração do Novo Milénio da ONU, assume que a Agenda Habitat e a Declaração de Istambul servem de base para o desenvolvimento dos aglomerados humanos. Nesta resolução reforçam-se as recomendações para o cuidado com os factores económicos e sociais, o equilíbrio urbano e rural, a necessidade de planeamento físico integrado, o partenariado e as iniciativas conjuntas, a erradicação da pobreza, sempre no espírito da sustentabilidade da competência das autoridades e actores locais para combater os problemas e encontrar soluções que dignifiquem a vida dos seres humanos nos aglomerados, quebrando as barreiras entre os países mais desenvolvidos e os em vias de desenvolvimento, no espírito da Declaração do Milénio da ONU. Destaca-se a necessidade de um uso regrado dos recursos existentes para que, permitindo a vida qualificada no presente, se respeitem os valores sociais e culturais das comunidades do passado garantindo às futuras gerações o acesso a esses mesmos recursos. Já no novo milénio a ONU lança, por intermédio do programa habitat, o Fórum Urbano Mundial que se constitui como um ponto de encontro entre actores e agentes locais na busca de soluções globais para a melhoria da qualidade de vida nos aglomerados humanos. No espírito do encontro de 1976, em Vancouver, o Fórum Urbano Mundial, a partir de 2002, tenta encontrar estratégias para ultrapassar os problemas que as áreas urbanas apresentam tornando-se um dos principais pontos de encontro entre políticos, técnicos e actores, em pé de igualdade, que durante a conferência buscam soluções para a melhoria dos aglomerados. Ainda durante o ano de 2002 a ONU promove a Cimeira de Joanesburgo, conhecida também como Rio+10, cujo objectivo é analisar os resultados da implementação das medidas propostas pela Declaração do Rio em 1992, nomeadamente a Implementação do processo das Agendas XXI locais. Nesta Cimeira á assinada a Declaração de Joanesburgo (UN, 2002a) sobre desenvolvimento sustentável, que foi acompanhada de um Plano de Implementação (UN, 2002b) das acções propostas na Declaração que, reconhecendo os aspectos incluídos na Declaração do Rio (UN, 1992), reforçam as 44

45 acções a considerar de onde se destacam as medidas para a erradicação da pobreza, mudança dos padrões de consumo, protecção dos recursos naturais com base no desenvolvimento económico e social, saúde e desenvolvimento sustentável, desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento cujo território são pequenas ilhas e desenvolvimento sustentável nas diferentes regiões do Mundo. O principal objectivo do Plano de Acção é a promoção de condições para a implementação das Agendas XXI como documentos estratégicos para a protecção dos recursos naturais de forma sustentável que garanta a promoção da qualidade de vida às comunidades locais assente em três componentes essenciais do desenvolvimento sustentável que são, o desenvolvimento económico, o desenvolvimento social e a protecção ambiental. Estas três componentes constituem-se como os aspectos centrais na promoção das acções a desenvolver para a aplicabilidade das medidas definidas na Cimeira. Com o objectivo de melhorar a vida da população mundial, equilibrando os recursos e assegurando uma vida qualificada a todos os povos, os países da ONU assumiram um conjunto de oito objectivos para o desenvolvimento a serem atingidos até Os objectivos definidos são: A erradicação da pobreza extrema e da fome; A escolaridade básica universal; A igualdade entre géneros e o reforço da força das mulheres; Reduzir a mortalidade infantil; Combater o HIV/SIDA, Malária e outras doenças; Assegurar a sustentabilidade ambiental e; Desenvolver um partenariado global para o desenvolvimento (UN, 2008c). A través da resolução A/56/326 de 6 de Setembro de 2001, foi apresentada à Assembleia Geral das Nações Unidas o relatório para a implementação da Declaração do Milénio (UN, 2008c). Para além de apresentar as medidas específicas a implementar pelos Estados para o cumprimento dos objectivos estabelecidos e os objectivos específicos de cada um dos 8 pontos centrais objectivos apresentados, este documento inclui um relatório do Estado do Mundo face às temáticas incluídas, promovendo o conhecimento como ponto de partida para a resolução dos problemas. Em matéria de urbanismo evidencia-se a necessidade de erradicar as barracas e de cuidar do espaço urbano garantindo um desenvolvimento integrado, com base numa política de planeamento e ordenamento participativo, com parcerias público-privadas, em respeito pelo ambiente e pela qualidade de vida das populações. É ainda referido, de forma transversal a vários objectivos, a necessidade de equilibrar as áreas rurais e urbanas promovendo um território integrador e onde as diferenças sociais e económicas entre as populações não sejam factores de descriminação. 45

46 O Urbanismo na política europeia, dos anos 1970 ao novo milénio A Europa inicia o debate sobre as questões ambientais a par da ONU através da Comunidade Económica Europeia actualmente União Europeia em resposta aos problemas ambientais crescentes. No que respeita especificamente ao urbanismo o Conselho da Europa inicia uma campanha sobre a renascença urbana da Europa e lança o desafio de tratar as questões das cidades. A partir de 2000 a política Europeia tende a concertar-se e as duas instituições reconhecendo-se mutuamente os países da EU são membros do CE reconhecem a partir do novo milénio os documentos emanados e estabelecem estratégias comuns no combate aos problemas da Europa e na estabilização de um território coeso e com políticas concertadas. União Europeia e Urbanismo A União Europeia inicia o debate sobre as questões urbanas na década de 1970 de duas formas. Numa primeira abordagem, já em debate desde a década de 1960, abordam-se os temas do crescimento urbano, a partir do êxodo rural, e os problemas que desse crescimento advém para as cidades e a sua gestão, nomeadamente o tráfego automóvel e as movimentações das populações, o problema do crescimento de áreas sem condições bairros degradados. Mas com o crescer do interesse internacional pela temática do ambiente a União Europeia inicia, na década de 1970, um debate sobre esse tema incluindo nele a questão urbana e os problemas com o ambiente urbano. A Cimeira de Paris, 1972 Em 1972, a União Europeia, então Comunidade Económica Europeia (CEE), debate as questões ambientais. Em Outubro desse ano, em Paris, a Cimeira dos Chefes de Estado da CEE, no prosseguimento dos resultados da Cimeira de Estocolmo da ONU em Junho, reflecte sobre as questões da qualidade de vida das populações no respeito pelo ambiente natural e cultural. O discurso de abertura do presidente francês é elucidativo quanto ao interesse político nestas temáticas, 46

47 É bastante claro que a expansão industrial e o crescimento das cidades, podendo ir contra muitos instintos e necessidades humanas, satisfazem outras. Espero que através de uma assegurada e resoluta abordagem consigamos tratar matérias como a poluição, as condições do ambiente de trabalho e os padrões de vida, de modo a oferecer aos povos europeus um plano de vida que seja compatível com as exigências da competição internacional e ainda preservar e restaurar os padrões humanos de qualidade de vida. Discurso de Abertura do Presidente da República Francesa, Georges Pompidou, na Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Europeia, Paris, 1972 (European Union [EU], 1972b; p , nossa tradução) A Cimeira foi de tal forma incidente sobre a questão ambiental e territorial, e as relações com as questões sociais que, também motivado pela importância internacional dada à temática, o Chanceler Alemão convida os Estados Membros a participar numa cimeira, em Bona, onde os Ministros responsáveis pelo Ambiente e Ordenamento do Território dos Estados Membros consolidarão as estratégias para um Plano de Acção que permita, de forma integrada, o desenvolvimento de uma política consertada entre os Estados da Comunidade em matéria de ambiente e ordenamento territorial no prosseguimento do interesse das comunidades. O Chanceler Alemão, Willy Brandt, assume que a política social está relacionada com a melhoria da qualidade de vida das populações devendo por isso incluir uma política comum para a protecção ambiental (EU, 1972b; p.30, nossa tradução). Com a temática ambiental com centro das preocupações é então estabelecido que até Julho de 1973 deve estar definida uma agenda precisa para o estabelecimento de um programa de acção sobre política comunitária em matéria de ambiente. Uma tarefa essencial para a prossecução do Plano de Acção foi o reconhecimento da existência de um hiato entre os países em vias de desenvolvimento e os países industrializados e que a expansão económica, não sendo um fim em si mesma, deverá ser entendida como uma prioridade proporcionando melhor qualidade de vida às populações na busca de um progresso que sirva a humanidade com especial atenção aos valores não materiais (EU, 1972a). 47

48 O Plano de Acção da União Europeia da Política Ambiental, 1973 Em 1973 o Parlamento Europeu aprova os objectivos e princípios da Política do Ambiente e as acções gerais a empreender na Comunidade (EU, 1973). A necessidade de encontrar soluções para o equilíbrio ambiental toma em conta a questão da cidade e dos seus problemas que nela, e dela, acontecem, como tal, o reconhecimento dos Estados para o problema do urbanismo é transposto no Plano de Acção em matéria de Ambiente através do seu terceiro capítulo (EU, 1973). Já na Cimeira de Paris (EU,1972a & EU, 1972b) a preocupação para com as questões do ambiente urbano foram relacionadas com a temática do ambiente natural, sendo necessário reflectir sobre as formas de atribuir às áreas habitadas condições para a qualidade de vida das populações no respeito pelo desenvolvimento social e económico e protegendo e valorizando os recursos e espaços naturais. O Plano de Acção da Comunidade Europeia de 1973 apresenta, em cada capítulo, duas partes distintas, reflectindo, na primeira parte, sobre os problemas elaborando directrizes gerais para que, na segunda, sejam determinadas as acções que permitem atingir essas directrizes ou objectivos. O terceiro capítulo do Plano de Acção, sob o título urbanismo e ordenamento dos espaços, dedica-se à questão do urbanismo apresentando uma reflexão sobre os problemas que afectam as áreas urbanas e, no final, propondo um conjunto de medidas para solucionar os problemas encontrados. A análise efectuada para basear o Plano de Acção revela que a conurbação 21 se assume como problema central dos espaços urbanos. Os aglomerados têm tendência para se desenvolver frequentemente sem controlo. (EU, 1973; Cap.3) devido à proliferação dos pólos urbanos onde se criam de maneira geralmente anárquica novos tipos de urbanização esparsa que fazem desaparecer progressivamente e insidiosamente os espaços verdes necessários ao equilíbrio da vida. (EU, 1973; Cap.3). Para além do crescimento das cidades, motivadas pelo do êxodo rural são identificados problemas novos que mesmo as antigas aglomerações muito importantes desconheciam e que dizem nomeadamente respeito à administração, às infra-estruturas, aos transportes, às condições sociais e culturais, aos lazeres, à saúde pública e aos equilíbrios ecológicos. (EU, 1973; Cap.3). A importância do urbanismo, para o Programa de Acção Ambiental da CEE, estabelece-se como essencial, assumindo-se que, todos os esforços que possam ser feitos para aí [áreas de concentração urbana] melhorar a qualidade de vida serão vãos se o processo de 21 O Termo conurbação foi introduzido por Patrick Geddes (cf. Choay, 1965/1998) correspondendo a uma forma de crescimento não suportado das cidades com a proliferação de várias áreas urbanas que se constituem como núcleos centrais, sem oferecer no entanto condições e qualidade de vida às populações. Patrick Geddes ( ) foi um biólogo Escocês que se interessou pelo urbanismo. A sua teoria sobre a necessidade de imprimir à arte de fazer cidades, um carácter científico com base sólida coloca-o numa posição de destaque como um dos fundadores do urbanismo. Deve-se a ele a base metodológica do urbanismo, com a definição da necessidade de efectuar três procedimentos para intervir na cidade, a recolha de dados, a análise e a Planificação (cf. Choay, 1995/1998) 48

49 concentração, em si, não for regido por uma concertação das políticas nacionais sobre a matéria. (EU, 1973; Cap.3). O urbanismo assume, a partir deste Plano de acção, uma dimensão internacional no seio da CEE onde se reconhece a necessidade de os Estados promoverem um conjunto de acções que garantam um desenvolvimento equilibrado do seu território. As acções definidas no Capítulo 3 do Plano de Acção (EU, 1973), fundamentam-se na tentativa de resolver os problemas de ambiente: ligados ao desenvolvimento das regiões urbanizadas (Acção 1); próprios dos centros das cidades (Acção 2); das paisagens (Acção 3); e das zonas litorais (Acção 4) (EU, 1973; Cap.3), mas, fundamentalmente, a questão da planificação e ordenamento do território como forma de dar condições às comunidades para usufruírem de qualidade de vida surge como central para a resolução dos problemas. A necessidade de que as medidas a tomar para evitar os inconvenientes de uma continuação anárquica deste processo sejam estudadas e adoptadas, o mais cedo possível, em comum pelos Estados-membros em causa (EU, 1973; Cap.3) reconhecendo-se que se deve agir antes que o processo não se tenha revestido de um carácter irreversível (EU, 1973; Cap.3) evitando os inconvenientes de uma continuação anárquica deste processo. (EU, 1973; Cap.3). Reconhecida necessidade de ordenar os diferentes interesses que as cidades apresentam, qualquer que seja a sua dimensão ou incidência, o documento afirma que os problemas são indissociáveis e por conseguinte devem ser estudados em conjunto. Por outro lado afirma a indispensabilidade de criar um grupo de trabalho específico, com técnicos oriundos dos Estados Membros há época apenas 6 dando coerência lógica e científica às decisões e procedimentos a tomar face a esta problemática. A Política Europeia dos Anos 1990 em matéria de Ordenamento do Território e Urbanismo A década de 1980 não traz grandes contributos em matéria de política de urbanismo da União Europeia, mantendo-se a perspectiva do desenvolvimento dos países, tentando um equilíbrio entre os mais e menos desenvolvidos, motivando o ordenamento do território mas incidindo mais na questão de dotar de infra-estruturas as diferentes regiões. A base para essa infra-estruturação é o planeamento mas do ponto de vista de estratégias globais e de incidência específica em urbanismo a década de 1980 não foi profícua em documentos específicos emanados por esta instituição. É essencialmente a partir dos anos 1990 que, em resposta ao panorama internacional, as questões urbanas são assumidas de forma mais directa pela UE que embora não cheguem a ser assumidos como Resoluções ou Mandatos representam a posição da União em matéria de urbanismo e ordenamento do território. Após um período em que os factores urbanísticos surgem agregados nas questões ambientais, já às portas do Novo Milénio, os Estados Membros da União Europeia 49

50 evidenciam a necessidade de introduzir a dimensão territorial, desta vez de forma efectiva, na sua agenda política. Entende-se, cada vez com maior relevância, que o Urbanismo e Ordenamento do Território [U&OT] tem um papel importante na estratégia de desenvolvimento, nas metas, que a União Europeia define para o futuro. O território surge como palco das actividades humanas e só através da sua planificação é possível encontrar soluções viáveis para o cumprimento dos objectivos sociais, culturais, económicos e ambientais definidos. Em 1990 a União Europeia apresenta o Livro verde sobre o ambiente urbano (COM(90)128 final; EU, 1990a), a que estabelece uma análise aos problemas do espaço urbano, uma vez que a maioria das políticas comunitárias estão, directa ou indirectamente, relacionadas com as áreas urbanas (EU, 1990a: p.1). Reconhece este documento que a forma de melhorar a qualidade urbana passa por uma estratégia coordenada, baseada no planeamento do espaço físico e social, de forma coerente, na busca de uma melhor qualidade de vida para os cidadãos, reclamando um espaço equilibrado funcional e socialmente e reconhecendo que as estratégias delineadas até então não têm até à época resolvido as questões, sendo, por isso, necessário um efectivo planeamento integrado do território com base em princípios claros de gestão urbana para uma melhor qualidade de vida das populações. Não esquece, este documento, a necessidade de um desenho urbano com qualidade, onde o equilíbrio entre o tecido existente e as novas intervenções se coordena para uma melhor qualidade do ambiente urbano. Este documento, de 1990, representa a primeira manifestação do compromisso da UE em alcançar uma real melhoria da qualidade do ambiente urbano da Comunidade (EU, 1990a, p. 57), reconhecendo que a implementação das propostas garantem que há cooperação, mas não duplicação, das actividades de outras organizações internacionais activas na área do ambiente urbano procurando, sempre que possível, acções comuns. (EU, 1990a, p.57). Através da Resolução COM(90) (EU, 1990b), a União Europeia reconhece que a estratégia de atribuição de fundos comunitários às Regiões passa por uma estratégia concertada que se suporta, também, no Planeamento e Ordenamento do Território, utilizando os Planos Territoriais nas Regiões como forma de gerir a atribuição de fundos Comunitários. Esta decisão obriga os Estados a possuírem um planeamento do seu território uma vez que os recursos financeiros a disponibilizar estão relacionados com o planeamento das regiões e com as estratégias definidas para o território. Com a perspectiva de preparar o novo milénio, é apresentado no mesmo ano um documento preliminar sobre as tendências e pressões que irão ocorrer no âmbito do uso do solo e do planeamento físico do território (EU, 1990c) que assume a necessidade de uma abordagem coerente a esta temática por parte da UE (EU, 1990c). Reconhece-se 22 É esta decisão da União Europeia que origina em Portugal a obrigatoriedade de Planos Directores Municipais [PDM]nos municípios que pretendam aceder a fundos comunitários iniciando-se o processo de elaboração de PDM em todos os municípios portugueses. 50

51 que a política regional da UE está directamente relacionada com o planeamento físico de toda a Comunidade atendendo à promoção do objectivo do Tratado num «desenvolvimento global harmonioso» (EU, 1990c: p.2) e que o apoio às regiões não pode ser apenas dado através da assistência financeira a algumas regiões mas sim tratando o território Comunitário como um todo (EU, 1990c: p.3). As principais áreas temáticas a observar, tendo em vista a melhoria do território europeu, são: População e imigração; Mobilidade das actividades económicas: Novas localizações; Problemas Urbanos; Desenvolvimento Rural; Áreas de Fronteira afastadas dos centros mais populosos; Redes de Transporte; Infra-estruturas de Energia; Telecomunicações; Investigação e Desenvolvimento; Qualidade do Ambiente; Áreas Costeiras, dependentes da pesca; Estas temáticas viriam a ser consideradas na estratégia da União Europeia dos Anos 1990 incidindo com maior relevo na questão territorial a partir do novo milénio. No seguimento da perspectiva da União face ao seu território e à necessidade, Expressa na COM(90)128 (EU, 1990c), em 1994 a União Europeia lança o Programa de Iniciativa Comunitária URBAN (EU, 1994) que, através de um financiamento estrutural transversal cobre investimentos materiais e imateriais auxiliando as autoridades locais a resolver os problemas urbanos. Esta iniciativa abriu portas para a constatação efectiva de que o apoio ao desenvolvimento local teria melhores resultados se, de forma integrada, fossem apoiadas acções diversas para o mesmo fim. A União Europeia experimentava um programa que assumia que a resolução de problemas específicos de forma integrada era útil e se consolidava através de uma metodologia clara de intervenção consertada de várias acções para o mesmo objectivo e no interesse da comunidade urbana. A constatação dos problemas urbanos através de uma análise específica às cidades, assumindo que estas se expandem para lá das fronteiras administrativas e que, com essa expansão, se difundem também os problemas que as afectam, foi essencial para a consciencialização do sector político para a necessidade de resolver os problemas territoriais através de uma intervenção transversal aos problemas das comunidades. Assim, a simples contribuição para o desenvolvimento sectorial de um determinado 51

52 território não é solução global para os problemas que este apresenta e que as comunidades nele inseridas sofrem. Agir de forma integrada é a solução mais coerente na tentativa de melhorar as condições de vida das populações através de um melhor ambiente urbano mas que só se consolida se, de forma global, os problemas que afectam essas comunidades, e que passam por factores como o emprego ou a segurança, forem entendidos de forma conjunta, integrada. No seguimento das actividades da União em matéria de território, em 1997, é oficialmente apresentada a iniciativa de criar uma Agenda Territorial para a União Europeia que reflecte demonstrando que o território, palco das actividades humanas, é um factor essencial no suporte ao desenvolvimento (COM(97) 197 final, de EU, 1997). Assumindo como posição oficial da União Europeia que o território, palco das actividades humanas, é um factor essencial no suporte ao desenvolvimento (COM(97)197, EU, 1997), a perspectiva de criar uma Agenda Territorial torna-se factor central na política da União no final do Século XX. No prosseguimento deste objectivo, em 1999, é publicada a Perspectiva de Desenvolvimento Espacial Europeia European Spatial Development Perspective 23 [ESDP] (Comitee on Spatial Development [CSD], 1999), onde são definidos como principais objectivos para o desenvolvimento das políticas da União a coesão económica e social, a conservação dos recursos naturais e do património cultural na perspectiva de uma maior competitividade do território europeu. Define-se, neste documento, um triângulo de objectivos em que, com o território ao centro, se estabelece conexão e interdependência entre a economia, a sociedade e o ambiente, mostrando que só através do equilíbrio destes factores é possível atingir níveis de coesão satisfatórios e um território inclusivo, dinâmico e que promova a qualidade de vida das populações. 23 The European Spatial Development Perspective (ESDP) é um documento da União Europeia, assinado pelos ministros responsáveis pelo planeamento territorial dos Estados-Membros, reunidos em Postdam em Maio de 1999 em reunião informal, onde se estabelecem os objectivos de uma estratégia política baseada no território. Esta estratégia esteve na base da Estratégia de Lisboa (ver nota 24). 52

53 Figura 1 - Triângulo dos Objectivos do ESDP: Desenvolvimento Espacial Sustentável e Equilibrado Fonte: Committee on Spatial Development, 1999; adaptado para português A proposta de uma Agenda Territorial da União, (COM(97) 197 final, de EU, 1997), e o documento ESDP (CSD, 1999), estão na origem, já no novo milénio, da política actual da União em termos de território e no interesse pela coesão social e sustentabilidade ambiental a ele associados. Com base nestes resultados, no ano 2000 define-se o Plano Estratégico da União para o novo milénio, a Estratégia de Lisboa 24. O território passa a ter destaque na base da política europeia. A partir da Estratégia de Lisboa, onde se definem as estratégias a tomar para uma Europa mais coesa, mais justa, mais inclusiva e sustentável, os responsáveis europeus afirmam o interesse efectivo na planificação do território e necessidade de assumir uma estratégia territorial que promova a qualidade de vida dos cidadãos. Mais do que o interesse económico a promoção da qualidade de vida depende da satisfação das necessidades das populações, só exequível através de uma política territorial assente numa planificação coerente e que promova a igualdade de direitos no acesso a bens e serviços, colocando o território como ponto de partida para uma intervenção global em busca de uma melhor qualidade de vida das populações. 24 A Estratégia de Lisboa, é um documento estratégico da União Europeia, assinado pelos Estados Membros em Lisboa aquando da presidência portuguesa da União Europeia em 2000, e define um conjunto de acções baseadas na competitividade global no respeito pela coesão social e sustentabilidade ambiental. A Estratégia de Lisboa, Revista em 2007, promove o recurso a estratégias locais e regionais para o cumprimento dos objectivos. 53

54 O Território como centro da Política da União Europeia do início do Século XXI Após a Cimeira de Lisboa, em 2000, os Ministros responsáveis pelo Ordenamento do Território da União Europeia reúnem-se em Lille, assinando o Acordo de Lille sobre o desenvolvimento espacial e urbano da Europa (EU, 2000). Neste documento, incidente na política dos Estados Membro, reconhece-se oficialmente a necessidade de promover as iniciativas no campo do urbanismo e ordenamento do território, melhorando a partilha de experiências e a cooperação territorial promovendo uma estrutura de fundos comunitários que suportem, de forma directa, as acções em prol do desenvolvimento qualificado do território em benefício dos cidadãos. A partir do programa de cooperação expresso na declaração de Lille (EU, 2000), a União Europeia começa a delinear, nas sucessivas presidências, um conjunto de programas específicos que suportem os objectivos delineados em 2000 e que, em 2004, são expressos no documento Para uma estratégia temática sobre Ambiente Urbano. (EU, 2004, COM(2004) 60 final de ) onde se assume que é necessário envidar esforços no sentido de uma melhoria sensível do ambiente urbano e da qualidade de vida (EU, 2004; Ponto 1) num momento em que mais de 80% da população da Europa vive já em áreas urbanas. A questão da necessidade de actuar de forma efectiva sobre o território, suportando as acções em estratégias de planeamento e ordenamento eficazes, surge nos documentos elaborados após 2000 por se ter concluído que não foram consideradas as questões dos impactos sobre o ambiente nas medidas tomadas e que isso deriva de não se ter procedido ao planeamento sistemático de um ambiente urbano de elevada qualidade, com consequências tanto para o ambiente como para a economia da cidade e os seus cidadãos (EU, 2004; Ponto 1). Assume então, a UE, que a planificação do território é um dos elementos-chave no sentido de proporcionar o desenvolvimento sustentável das cidades e uma elevada qualidade de vida para os cidadãos urbanos da Europa (EU, 2004; Ponto 1). A Estratégica Temática sobre Ambiente Urbano tem como principal objectivo o reforço do contributo ambiental para o desenvolvimento sustentável considerando as questões económicas e sociais. Investindo mais uma vez, no espírito da Estratégia de Lisboa, numa intervenção local para a coesão, a Estratégica Temática sobre Ambiente Urbano estabelece como temas prioritários a gestão urbana sustentável, nomeadamente no reforço do papel das Agendas 21 Locais, Transportes Urbanos Sustentáveis, Construção Sustentável e Concepção Urbana Sustentável. A UE, através deste documento de 2004 (EU, 2004), assume a necessidade de congregar esforços para uma integração das diferentes políticas europeias, dispersas, no sentido de promover uma mais eficaz resolução dos problemas relacionados com o ambiente urbano não esquecendo a necessidade de aproximar as medidas do cidadão e de motivar à participação das populações na construção de um espaço urbano mais equilibrado. Esta Estratégica sobre o Ambiente Urbano introduz, de forma directa, o urbanismo como ponto central na agenda política. Pela primeira vez é estabelecida a necessidade de, 54

55 através de uma planificação cuidada e integrada do território, incluindo a questão da forma e ordenamento das cidades (concepção urbana), promover qualidade de vida às populações, a UE assume assim uma nova linha de combate à desigualdade social e promoção da qualidade de vida das populações com a motivação ao estudo e encontro de soluções para a construção de cidades mais qualificadas para os cidadãos. O ambiente, ainda marcadamente e inevitavelmente presente abre, mais uma vez, o caminho para as questões urbanísticas. No seguimento desta estratégia europeia surge, em 2006, sob presidência alemã, um conjunto de dois documentos essenciais para a política europeia em matéria de urbanismo, a Agenda Territorial da União Europeia (EU, 2007b), e a Carta de Leipzig sobre as cidades sustentáveis da Europa (EU, 2007a). Na verdade desde 1997 que a União Europeia debate um documento estratégico sobre o território Agenda Territorial - (COM(97)197 final, EU, 1997). O documento de 1997 apresenta-se, no entanto, menos estratégico que o documento final aprovado em A Carta de Leipzig e a Agenda Territorial são, de facto, dois documentos cuja origem remonta à versão de 1997 da Agenda Territorial, agrupando as questões da sustentabilidade urbana e dos factores associados ao espaço urbano deixando a Agenda Territorial mais liberta das questões específicas das áreas urbanas para que se estabeleça como um documento estratégico para a definição da política territorial da União Europeia. Com base no princípio da coesão territorial da União Europeia, na reunião de Ministros responsáveis pelo Ordenamento do Território da União Europeia, que decorreu em Leipzig, Alemanha, em 2007, são aprovados dois documentos que se constituem como a visão política dos Estados Membro da União face ao território. Constituindo-se como a base para a política Europeia sobre a temática das Regiões e das Cidades a Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis e Agenda Territorial da União Europeia, apresentam-se como o compromisso político dos Estados no desenvolvimento do Território em conformidade com os princípios da sustentabilidade económica, social e ambiental e promovendo uma maior competitividade com base na colaboração interregional, na partilha de recursos, serviços e activos em regiões polinucleadas onde a qualidade de vida dos residentes é matéria central. A Agenda Territorial da União Europeia visa o desenvolvimento do território Europeu respeitando os aspectos económicos, sociais e ecológicos. Apresentada como um quadro de acção política, a Agenda Territorial exprime o compromisso dos Ministros responsáveis pelo Planeamento e Ordenamento do Território dos países da União Europeia na tentativa de encontrar soluções conjuntas para a resolução dos problemas que afectam o espaço europeu, nomeadamente no que respeita ao aumento das condições disponibilizadas aos cidadãos para que acedam a níveis de qualidade de vida mais satisfatórios, num território organizado, que oferece oportunidades e que respeita os valores ambientais, culturais e sociais. Na Agenda Territorial da União Europeia, seguindo as referências já em debate desde a década de 1970, defende-se um território equilibrado, polinucleado, onde o espírito de 55

56 partilha de recursos, bens e serviços ultrapassa as tradicionais fronteiras administrativas e se estabelece como pilar de um território solidário, equilibrando os benefícios e tentando anular as debilidades e diferenças existentes. Assumindo-se com um compromisso político a Agenda Territorial apresenta uma perspectiva estratégica definindo um conjunto de aspectos que, para bem da coesão territorial, devem ser seguidos pelos países, regiões e cidades da Europa com base em três objectivos fundamentais: Desenvolvimento através de um sistema urbano policêntrico com novas parcerias entre os espaços urbanos e rurais; Assegurar a paridade de acesso a infraestruturas e conhecimento; Desenvolvimento sustentável, gestão e protecção da natureza e do património cultural de forma prudente. Estes princípios, expostos já no European Spatial Development Perspective (CSD, 1999), assumem-se como a base para a definição das estratégias a adoptar. A Agenda Territorial apresenta-se também como um documento importante para uma partilha de responsabilidades, e um caminho comum, entre as duas principais instituições europeias, a União Europeia e o Conselho da Europa. Os Ministros Responsáveis pelo Ordenamento do Território da União Europeia são, aliás, na sua totalidade Membros do CEMAT do Conselho da Europa, pelo que ao assumir compromissos no âmbito dos trabalhos do Conselho da Europa se transponha para a União Europeia as mesmas preocupações. Por outro lado há, a partir do novo milénio, e exposto na Agenda Territorial, uma noção de território abrangente, reconhecendo-se que a resolução dos problemas territoriais da União Europeia não se resolvem apenas nos limites administrativos dos Países da União outrossim através de uma visão global do território e dos problemas que o afectam. A Agenda Territorial, sendo um documento de compromisso político, exprime a vontade dos Estados através de um conjunto de medidas, baseadas num planeamento coerente e sustentado do território permitir aos cidadãos o acesso a bens e serviços, infraestruturas e equipamentos que aumentem as oportunidades de aceder a padrões satisfatórios de qualidade de vida, no respeito pelo ambiente natural, pelo património cultural e pelo desenvolvimento económico das comunidades. Na mesma reunião é assinada a Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis. A Carta de Leipzig para além da participação dos actores políticos da União Europeia contou com o envolvimento de agentes locais intervenientes, stakeholders, que através do seu conhecimento mais aproximado dos problemas que se apresentam às cidades onde actuam, auxiliaram na formulação do documento final. Os Ministros concordaram, como parte essencial para o sucesso da disseminação e implementação dos princípios expostos na Carta de Leipzig, que: 56

57 Em cada Estado se iniciará um debate sobre como integrar os princípios da Carta de Leipzig nas políticas nacionais, regionais e locais; Se usará a ferramenta de desenvolvimento urbano integrado e a governabilidade a ela associada com vista à sua implementação e; Promoção de uma organização territorial equilibrada com base numa estrutura urbana europeia policêntrica. A Carta de Leipzig apresenta um conjunto de recomendações que estimulam os Estados a utilizar o processo participativo como base para o futuro desenvolvimento da política local, numa perspectiva de complementaridade entre as diversas regiões, aproveitando as sinergias criadas para desenvolver um Território mais coeso, suportando as actividades humanas em respeito pelos valores naturais, culturais e sociais. No Ponto I da Carta de Leipzig (EU, 2007a) é recomendada a utilização de programas de desenvolvimento urbano integrado que tenham como referência as cidades como um todo. Para tal evidencia-se a necessidade de conhecer, e reconhecer, as debilidades e ameaças da cidade e seu espaço envolvente, definindo objectivos consistentes e que promovam um espaço urbano melhor qualificado, recorrendo de forma coordenada e eficiente aos fundos económicos disponíveis, partilhando as responsabilidades com os agentes locais envolvendo-os no processo como parte da solução. No Ponto II da Carta é focado o interesse de entender as áreas carenciadas das cidades como parte integrante das mesmas. Neste ponto interessa referir que as áreas carenciadas não são assumidas apenas como as que apresentam um conjunto de patologias de empobrecimento económico ou de dificuldades de integração social. Na Carta de Leipzig entende-se que as áreas que se apresentam débeis no que respeita à sua forma física, à disponibilização de infraestruturas, bens e serviços à população são áreas problemáticas que interessa sobremaneira tratar, como parte integrante da cidade garantindo a todos o acesso a um espaço qualificado, aumentando o interesse na vivência e convivência urbana. No prosseguimento dos trabalhos da União Europeia e, também, do Conselho da Europa, as preocupações constantes na Carta de Leipzig face aos aspectos a tratar, coincidem com a tendência geral dos documentos anteriores, assim há um destaque para o problema dos transportes urbanos, para a necessidade de encontrar um equilíbrio funcional, para a disponibilização de equipamentos, bens e serviços de forma plural, integradora a todos os habitantes e utilizadores e para um respeito pelo património, pela cultura e pela convivência em sociedade. A questão da partilha de responsabilidades entre o sector público e privado, onde o Estado garante a todos a possibilidade de participar no futuro do território mas, essencialmente, ter um papel interventor na definição das políticas e dos objectivos que se definem para o território, é um aspecto essencial que a Carta de Leipzig vem trazer à política da União Europeia e que reflecte o entendimento da importância dos stakeholders 57

58 e dos cidadãos no desenvolvimento do espaço, algo já reflectido nos documentos da ONU e do Conselho da Europa da década de A necessidade de um urbanismo coerente, participado/participativo cujo objectivo é a coesão do território e a qualificação da vida dos residentes apresenta-se como o ponto central da Carta de Leipzig. A Carta de Leipzig e a Agenda Territorial da União Europeia, de 2007 constituem-se como os documentos que se estabelecem como orientadores da política da União em matéria de território, assumindo-o como a base do desenvolvimento, da coesão social e económica no espaço europeu. Se a Agenda Territorial se apresenta mais estratégica a Carta de Leipzig surge como um documento guia para o desenvolvimento do território Europeu. A aproximação que as duas instituições europeias evidenciam no contexto das políticas territoriais evidencia a necessidade de ser criada uma Directoria-Geral que, de forma global e integrada, agrupe os temas e assuntos que, directamente, se relacionam com o território. Neste contexto destacamos a proposta efectuada para a criação de uma Direcção-Geral dos Assuntos Urbanos na União Europeia, que por iniciativa de Mário Moutinho (2005) foi assinada no âmbito do projecto internacional Technolangue, para ser presente à Comissão Europeia. A criação de uma Direcção-Geral no âmbito do Urbanismo e do Ordenamento do Território, num momento em que as políticas territoriais surgem como ponto central da política europeia, parece-nos essencial já que, actualmente, a referência à necessidade de coesão territorial domina a determinação de políticas gerais, e noutros âmbitos, da União Europeia. 58

59 O Conselho da Europa e o urbanismo Na década de 1980 o Conselho da Europa, através de uma Campanha Europeia para a Renascença Urbana 1980 e 1982 reflecte sobre as políticas urbanas no seu Congresso das Autoridades Locais e Regionais da Europa (CLRAE) 25. Em 1983 é aprovada a Carta Europeia do Ordenamento do Território, que se constitui como o primeiro documento político Europeu em matéria de Ordenamento Territorial, assinado pelos Ministros responsáveis pelo Ordenamento do Território dos Estados Membros do CE. Considerando que o ordenamento do território constitui um instrumento importante para a evolução da sociedade europeia (DGOT, 1988: p.9), que a cooperação internacional se torna essencial para melhorar o uso e organização do território e que todos os cidadãos europeus devem ter a possibilidade de participar, num quadro institucional apropriado na introdução e aplicação das medidas de ordenamento do território (DGOT, 1988). A Carta Europeia do Ordenamento do Território apresenta-se como um documento fundador da cooperação internacional e da participação pública das populações em matéria de ordenamento do território que deve ser democrático, integrado, funcional e prospectivo (DGOT, 1988:p.10), conciliador dos diferentes factores que afectam o território, assumindo as diferenças e especificidades mas garantindo o desenvolvimento socioeconómico equilibrado das regiões, no respeito pelos recursos naturais através de uma utilização racional do território suportada pela implementação de objectivos, definidos através da participação e cooperação, que garantam a todos os cidadãos qualidade de vida. Com base na Campanha Europeia para a Renascença Urbana e nos princípios da Carta Europeia do Ordenamento do Território, depois de um debate público, técnico e político sobre os problemas das áreas urbanas o CE, através do CLRAE aprova a Carta Urbana Europeia (CUE) (European Council of Local and Regional Authorities of Europe [CLRAE], 1992), que apresenta a posição política oficial do CLRAE e do Conselho da Europa (CE) sobre a forma de resolver os problemas das cidades em harmonia com os interesses das populações. Estabelece-se como uma Carta dos Direitos Urbanos Europeus, estabelecendo um conjunto de Direitos a que os cidadãos devem aceder com vista a obterem uma vida qualificada. A Carta Urbana Europeia (CLRAE, 1992) é entendida como um guia metodológico, onde um conjunto de princípios e de direitos urbanos que visam a melhoria da qualidade de vida dos habitantes são a base para o estabelecimento de um conjunto de acções que, tomadas em por todos os Estados Membros, permitirão cidades europeias mais justas e mais competitivas. O princípio fundamental da CUE é a garantia dada ao cidadão de participação nas decisões sobre o território e nas medidas para a promoção da qualidade 25 O Congresso das Autoridades Locais e Regionais da Europa é o grupo de responsáveis locais do Conselho da Europa e debate as políticas regionais e locais no âmbito daquele organismo. 59

60 de vida. De facto a importância do trabalho do Conselho da Europa, desde os anos 1980, no que respeita em definitivo ao U&OT deve ser justamente reconhecido e valorizado. A necessidade de adaptação dos princípios estabelecidos a um território dinâmico e que apresenta novos desafios fez com que em 2004 se iniciasse um processo de revisão que se enquadra com as políticas urbanas da União Europeia. Em 2007 assume-se como um documento mais estratégico, transformando o seu sentido de manual de recomendações para procedimentos, como o era nas suas duas anteriores versões, para um documento que define os objectivos estratégicos a seguir para assegurar um território socialmente coeso e economicamente vantajoso. A Carta Urbana Europeia [CUE], adoptada em 1992 pelo Congresso Europeu das Autoridades Locais e Regionais do Conselho da Europa, apresenta-se como uma reflexão sobre a problemática dos espaços urbanos europeus, nomeadamente sobre a qualidade de vida que é fornecida aos cidadãos, estabelecendo um conjunto de princípios orientadores para as políticas nacionais. Trata-se, em nosso entender, do principal documento do Conselho da Europa em matéria de Ordenamento do Território e Urbanismo. Este documento foi redigido no seguimento de uma campanha europeia do CE para a renascença urbana, entre 1980 e 1982, e de todas as conferências e exposições que, também nos anos seguintes, foram sendo organizadas nesse âmbito e que foram deixando um conjunto de reflexões sobre essa temática centrada, no essencial, na oferta de qualidade de vida nas cidades, passando pela reabilitação física dos espaços mas criando oportunidades sociais e culturais, fundados na participação pública, e que se estabelecem como Direitos Urbanos. Este documento é, no essencial, uma carta de princípios, orientadora, que estabelece um conjunto de pontos-chave, a ter em consideração pelas autoridades para a promoção da qualidade de vida urbana: Fornecer uma ferramenta, um guia, para a gestão urbana; Estabelecer as bases para uma futura convenção dos direitos urbanos; Criar um prémio (de boas práticas) para as cidades que sigam os princípios estabelecidos; Apresentar uma posição oficial do Conselho da Europa relativamente aos aspectos relacionados com as questões urbanas. (cf. CLRAE, 1992; p. 6) Sendo um documento orientador, não sendo considerada uma convenção, e tratando de uma questão complexa como a qualidade de vida dos cidadãos, para um território tão vasto como a Europa, com as diferenças culturais, sociais, e morfológicas que obrigam a atitudes distintas para atingir o mesmo fim, a Carta Urbana Europeia de 1992 assenta em critérios qualitativos, gerais, deixando em aberto ou de parte qualquer tentativa de quantificação ou determinação de indicadores sobre essa matéria. É, assim, uma carta de princípios que visa fornecer aos responsáveis pelas cidades um guia de o que deve ser 60

61 feito, não o como deve ser feito, motivando a participação activa dos cidadãos e as parcerias público-privado como orientações gerais a considerar para a condução dos processos de qualificação urbana. Reconhece a Carta de Atenas e, com um espírito renovador face aos princípios nela expostos, aplica um conceito de cidade ideal que surge como um resumo do conteúdo da própria Carta Urbana Europeia. Cidade ideal será aquela onde se cumprem os requisitos estabelecidos para fornecer a todos uma cidade qualificada. Uma cidade ideal é aquela que consegue conciliar os diversos sectores e actividades que nela têm lugar (tráfego, requisitos de vivência, trabalho e de lazer), que salvaguarda os direitos civis, que garante o melhor possível as condições de vida; que reflecte e está apta a responder ao estilo de vida e atitudes dos seus habitantes, onde são plenamente considerados todos os que a usam, que nela trabalham ou desenvolvem actividades comerciais, quem a visita, quem nela procura diversão, cultura, informação, conhecimento, ou aqueles que nela estudam. (CLRAE, 1992, p.7 nossa tradução do inglês) Pode verificar-se nesta definição de cidade ideal do Conselho da Europa um conceito base de cidade moderna, na linha da cidade defendida pelo CIAM e pela sua Carta de Atenas aliás referida no documento onde a cidade deveria fornecer aos seus residentes um conjunto de funções e serviços que permitissem níveis de qualidade de vida satisfatórios baseados no conceito de vizinhança assente nas três principais funções que a cidade deve disponibilizar, trabalho, lazer e habitação. Embora possamos entender uma conexão a esses princípios seria redutor comparar esta definição de ideal de cidade com qualquer outra determinada anteriormente, primeiro porque o que o CE expõe nesta definição são apenas linhas gerais de orientação, aliás presente em toda a CUE, ao invés de impor um conjunto de estruturas ou de formas de atingir esses objectivos, segundo porque mais do que uma cidade ideal, como modelo universal, deixa esta definição bem explícita a ideia de ideal de cidade que se adapta a qualquer estrutura edificada, em qualquer ambiente natural ou cultural, nomeadamente da Europa. Não é, por isso uma definição de imposição por não impor um modelo antes uma definição de sugestão pois indica o que há a cumprir e não a forma como o fazer. Há um reconhecimento da necessidade de entender os problemas urbanos para além dos problemas económicos, as cidades devem funcionar e ser geridas acreditando que os problemas urbanos não se podem limitar a questões ou mecanismos de financiamento (CLRAE, 1992; p.6), rejeitando os métodos tradicionais do planeamento tradicional, assentes em questões funcionais já referido anteriormente como o urbanismo burocrático em voga a partir dos anos 1960 devendo ser procuradas formas de 61

62 envolvimento dos diferentes actores para o desenvolvimento do território e das cidades a partir de parcerias cada vez mais efectivas entre os diferentes actores que nele desempenham actividades. A necessidade de estabelecer parcerias, não só entre os actores mas também com outras unidades territoriais vizinhas, numa perspectiva de extra-dimensionalidade dos problemas, tentando procurar soluções para além do espaço de incidência administrativa de cada território, é um dos elementos estruturais da CUE que, ainda no seguimento daquilo que já tinha sido defendido desde os anos 1930, nomeadamente com a Carta de Atenas de 1932 (Corbusier, 1942/1957), introduz para a esfera da administração política do território a questão central, pensamos, de grande parte dos problemas do espaço urbano e, consequentemente, do território, a falta de compreensão do que ocorre para lá dos limites administrativos do espaço a gerir. Na realidade da vivência territorial, nomeadamente quando abordamos um território complexo, com um conjunto de unidades territoriais administrativamente coordenadas por diferentes agentes, mesmo que no mesmo país, o limite não é assumido pela população como um entrave à natural troca de bens e energia com o exterior. Assumindo então, definitivamente, que o limite urbano não é o limite dos problemas, e mesmo que, muitas vezes, a solução a esses problemas não está no interior desse limite, a CUE traz para a esfera política internacional o conceito de território partilhado, mais tarde referência para os documentos da União Europeia e que vem na linha da responsabilidade global e das estratégias para um ambiente melhor propostos pela Comissão Brundtland (Brundtland, 1987). A CUE é, assim, um documento importante para o entendimento quer da política europeia face ao urbanismo quer no delinear de uma estratégia para agir nos espaços urbanos em conformidade com a exigência de um espaço qualificado para os residentes. A questão central não é a económica mas sim um conjunto vasto de preocupações que, em simultâneo, permitem uma vida qualificada das populações com o acesso universal não discriminado a bens e serviços para o seu conforto. A CUE desenvolve-se em torno de 20 aspectos que são considerados como Direitos dos cidadãos. Através de uma secção específica para cada um deles, a CUE explicita as acções e caminhos a tomar de forma orientadora para que se garanta aos cidadãos um espaço urbano qualificado. Os cidadãos da Europa têm assim direito a: 62

63 Segurança Um ambiente não poluído e saudável Emprego Habitação Mobilidade Saúde Desporto e lazer Cultura Integração multicultural Qualidade na arquitectura e no ambiente circundante Harmonização de funções Participação Desenvolvimento económico Desenvolvimento sustentado Bens e serviços Recursos naturais Satisfação pessoal Colaboração inter-municipal Mecanismos e estruturas financeiras Igualdade Estes Direitos urbanos, expostos em 1992, obrigam as autoridades a disponibilizar condições para que os cidadãos possam, de forma eficiente, utilizar as cidades satisfazendo as suas necessidades num princípio de equilíbrio e respeito pela comunidade e ambiente natural e construído mas, por outro lado, ao ser anunciada a necessidade de participação pública dos cidadãos actores e agentes obriga a que estes se revejam e sejam cúmplices na construção deste ambiente qualificado. Para servir como Guia Metodológico para a acção dos responsáveis das cidades europeias na procura de um espaço urbano qualificado, a CUE desenvolve-se através de um conjunto de temas em capítulos individuais que reflectem os Direitos que devem ser assegurados aos cidadãos. Em cada um dos temas, após um breve enquadramento, são apresentados os Princípios de acção evidenciando o que deve ser feito para garantir 63

64 a satisfação dos Direitos dos Cidadãos das Cidades. Os Temas abordados, transversais aos 20 pontos dos Direitos Urbanos defendidos pela CUE, são: Mobilidade e Transportes Ambiente e Natureza nas cidades A Forma Física das Cidades O Património Arquitectónico Urbano Habitação Segurança e Prevenção do Crime Pessoas Deficientes e incapacitadas e a cidade Desporto e Lazer nas Áreas Urbanas Cultura na Cidade Integração multicultural nas Cidades Saúde nas Cidades Participação dos Cidadãos, Planeamento e Gestão Urbana Desenvolvimento Económico Passados dez anos da adopção da CUE pelo Conselho da Europa, o Congresso das Autoridades Locais e Regionais da Europa (CLRAE), desse Conselho, organiza uma conferência internacional subordinada à Carta Urbana Europeia. Reúnem-se assim em Sofia, na Bulgária (CLRAE, 2002), e debatem sobre quatro temas centrais, As origens e princípios da CUE; A CUE como factor de estabilidade urbana; o ambiente construído das cidades e; actualizar e melhorar a disseminação da CUE. No ponto 8 das resoluções finais desta conferência é assumido que a CUE remanesce uma referência com valor e um guia compreensivo para as políticas urbanas locais (CLRAE, 2002). Mas no ponto seguinte ponto 9 assume que face às alterações políticas, sociais, económicas e culturais da Europa é necessário rever alguns aspectos da CUE (CLRAE, 2002), essenciais face a novos desafios e que são: 64

65 O Impacto do mercado único e a globalização; O impacto do aumento da cooperação e da constituição de redes entre as maiores cidades da Europa; As alterações à política do emprego, mais assente em programas de treino aproximando as competências das pessoas com a oferta de emprego; A temática da exclusão social e o empenhamento em travar a desigualdade na sociedade; O impacto das novas tecnologias de informação e os métodos de participação directa das populações, como parte de uma transparência na boa governabilidade local na busca de uma melhor qualidade de vida das populações; A necessidade de disponibilizar recursos para diferentes grupos sociais na cidade jovens, mulheres, idosos, ; Atribuir maior ênfase à sociedade multi-cultural como uma oportunidade. E, no que respeita à revisão de princípios estabelecidos já na CUE de 1992: Reforçar a noção de deveres e responsabilidades integrado na CUE os princípios do Guia de Direitos e deveres dos Cidadãos, emitido pelo CLRAE; A reconciliação entre a descentralização e a democracia local e a necessidade de uma gestão efectiva, coerente e abrangente do território; A necessidade de suportar, de forma mais efectiva, a garantia de que as Constituições e Legislação nacionais garantem às autoridades locais um conjunto de responsabilidades correspondidas com um conjunto de recursos eficazes para a garantia de cumprimento das suas responsabilidades; A necessidade de discutir melhor os diferentes métodos eficazes que as autoridades aplicam na disponibilização de equipamentos e infra-estruturas aos seus cidadãos; Uma noção de desenvolvimento sustentável e a transmissão dos desejos dos cidadãos em um ambiente mais qualificado; Refinar e clarificar as relações entre a administração da cidade e a envolvente regional; 65

66 Novas abordagens de segurança urbana e a necessidade de lidar com novas formas de violência tendo em consideração o Manual do CLRAE em Políticas das Autoridades Locais de Prevenção do Crime; A necessidade de melhorar o diálogo e reforçar o partenariado entre as comunidades os grupos e as Organizações Não Governamentais (ONG); Pode entender-se, deste conjunto de aspectos sublinhados, a necessidade de rever a CUE face a novas preocupações que, embora presentes de forma implícita no documento original, passados 10 anos se requerem de forma mais evidente explicitados na CUE. Por outro lado é de sublinhar que as recomendações efectuadas reforçam o sentido, e necessidade, de um documento desta natureza, exaltando o Congresso um maior empenhamento na divulgação da CUE e ao suporte da sua efectiva implementação. Sai por isso reforçada a importância deste documento quando se procuram soluções para os problemas longe das tradicionais questões económicas e jurídicas associadas a uma forma de fazer urbanismo. Tendo por base o que foi acordado na Declaração de Sofia nas resoluções do encontro sobre a CUE em 2002 (CLRAE, 2002) o Conselho da Europa, através do Congresso das Autoridades Locais e Regionais da Europa (CLRAE), apresenta em 2004 a revisão da CUE (cf. CLRAE, 2004) que, mantendo os princípios fundadores se organiza de forma diferente. Os temas apresentados na versão original são, no essencial, mantidos mas a CUE revista, assume-se mais como uma Carta de Direitos Urbanos, revista à luz da nova realidade social, económica e política da Europa que afecta as áreas urbanas. Assume a necessidade de entender a cidade europeia na perspectiva da sustentabilidade ambiental e social, em áreas urbanas cada vez mais próximas e acessíveis exigindo um esforço suplementar na criação de factores de destaque, que evidenciem a unicidade de cada local, no respeito pelo património passado e presente, pelas diferenças sociais e pelos desafios da multiculturalidade nas cidades. Para que sejam garantidos os Direitos Urbanos a CUE reafirma a necessidade de existirem responsabilidades partilhadas entre os Governantes Nacionais, Regionais e Locais com a população motivando a participação na tomada de decisões. A nova CUE revista baseia-se também na criação de redes de cidades e no interesse de cooperação entre as diferentes áreas urbanas. Para que se garanta uma cidade mais qualificada é necessário também que exista uma vontade política suportada por profissionais competentes que permitam a análise, estudo e conhecimento da realidade e responsabilidade que é exigida (CLRAE, 2004;p.3). Com base nestas novas abordagens a CUE passa a estar agrupada em torno de 5 Temas centrais, Capítulos, a saber, Ecologia; Economia; Equidade; Forma e Governabilidade, que se subdividem em diversos temas. Esta nova organização permite uma leitura mais directa dos diferentes assuntos tratados mas, e essencialmente, permite uma visão mais 66

67 abrangente dos diferentes assuntos a tratar aproximando-se de uma visão mais transversal dos problemas que afectam as áreas urbanas. A versão revista da CUE mantém os temas centrais da versão original, acrescentando uma nova visão aos princípios aproveitando os 10 anos de acumulação de conhecimentos que permitiram a todos entender os principais problemas que afectam os espaços e as melhores formas de resolver, ou tentar resolver, os mesmos. Em 2007 o CLRAE prepara um documento de trabalho que visa a reedição da Carta Urbana Europeia aproximando-a dos documentos emitidos pela União Europeia, nomeadamente os princípios estabelecidos na Agenda Territorial da União (EU, 2007b), e na Carta de Leipzig (EU, 2007a), numa demonstração de convergência de atitudes e recomendações sobre a política territorial Europeia. A nova CUE apresenta-se como um documento mais estratégico que, mantendo os mesmos aspectos de referência a dignificação e qualificação da vida dos cidadãos se desenvolve em torno de três princípios fundamentais, valores urbanos a considerar, que são: A democracia; A sustentabilidade e; A eficiência e a abertura ao conhecimento e à inovação Com base nestes três princípios são apontados também três objectivos centrais das políticas urbanas que, devendo disponibilizar condições para a qualidade de vida da população são suporte para a definição dos princípios urbanos garantia de direitos que as cidades devem disponibilizar. Esses objectivos, a assegurar, são: A Governabilidade Urbana; O Planeamento Urbano e; A Mobilidade Urbana. Deixando a característica de Guia estabelece-se como uma Carta de Princípios Objectivos a seguir para um território urbano europeu propiciador de qualidade de vida aos seus habitantes. Esta nova Versão aproxima a CUE dos documentos da União Europeia, convidando a construir, num espírito de partilha de valores e experiências, um novo projecto urbano para o futuro das cidades da Europa (CLRAE, 2007; p. 4). O Conselho da Europa e a União Europeia, no momento actual, estruturam as suas políticas de forma concertada, reconhecendo mutuamente os documentos que cada uma aprova. Desta partilha mais directa de estratégias de acção a Europa reforça a sua coesão, tema central para a política europeia para o novo milénio. Esta estratégia de coesão passa pela determinação de acções coordenadas que levem a uma melhoria na qualidade de vida das populações, no respeito pelo ambiente natural, social e cultural e na garantia de condições para a que as populações tenham qualidade de vida. 67

68 O fio condutor da política internacional do início do novo milénio é a necessidade de respeitar e valorizar os recursos existentes, promovendo aos cidadãos a oportunidade de viverem em qualidade no presente sem hipotecar o futuro. Este princípio, de sustentabilidade global, patente a partir do trabalho da Comissão Brundtland (1987), foi o fio condutor da política internacional em matéria de território até ao final da década de No novo milénio, e fruto dos resultados alcançados no decorrer das décadas anteriores, o Território assume-se como um aspecto central da política europeia. A necessidade de coordenar a ocupação e uso do espaço, num nova perspectiva global onde a população urbana ultrapassa a população rural, obriga a novas reflexões e a novos compromissos para o futuro do território onde se inclui a necessidade de conhecer os aspectos que o afectam, em todas as suas dimensões, para melhor poder adequar as soluções ao desenvolvimento social, económico e cultural das populações. O Atlas, elemento central desta tese, assenta nestas necessidades, cujos conteúdos foram progressivamente sendo definidos no longo processo de entendimento da questão Territorial e Urbana. Este conhecimento não se pretende em abstracto mas, pelo contrário, visa sustentar uma nova Política Territorial e Urbana para a Europa. No capítulo 2 apresentaremos os assuntos que justificam a escolha de indicadores a utilizar em U&OT, para a verificação das características de Portugal conforme às preocupações europeias transpostas nos documentos analisados no presente capítulo. Um quadro resumo, com a indicação dos principais temas abordados em matéria de U&OT nos diferentes documentos, indicando a instituição pioneira na inclusão desses assuntos na agenda política internacional, por década de referência (cf. Tabela 1, pp. 102). 68

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70 As bases para a construção do ATLAS de Portugal [continental] com base nos documentos de referência da política Europeia em matéria de Urbanismo e Ordenamento do Território A construção de um Atlas é uma tarefa que exige a disponibilidade de dados, cartográficos e alfanuméricos, que permitam de forma coordenada e aplicada a explanação, através do recurso cartográfico, dos temas abordados. A representação em mapa do estado do continente português face aos dados, seleccionados, que permitem avaliar o estado e a evolução do território de acordo com as preocupações, políticas e internacionais da UE deve implicar uma disponibilização de dados, por parte das entidades oficiais, que se enquadrem na necessidade de resposta às temáticas em foco e a outras com elas relacionadas. Na construção do ATLAS foram apenas considerados os aspectos essenciais para que se garanta uma visão do território continental português face aos aspectos que condicionam ou se relacionam com as preocupações políticas internacionais em matéria de U&OT. Ao longo do presente capítulo serão referidos os principais aspectos a estudar para suportar uma visão do território continental português que permita um enquadramento geral do estado do país face aos aspectos que condicionam o desenvolvimento do território na base da política internacional neste domínio. Neste capítulo serão abordadas as temáticas que se relacionam com os compromissos políticos europeus face ao U&OT, fazendo-se uma introdução à necessidade e pertinência do estudo do território, como base para o seu planeamento. Para melhor podermos actuar no território ajustando as futuras acções às necessidades das populações sem prejudicar o futuro é essencial conhecer os factores existentes, identificando as debilidades e evidenciando as potencialidades. Esta tarefa deve estar enquadrada com os interesses e referências internacionais nesta matéria. Conhecer o Território como ponto de partida A necessidade de exportar o conhecimento para a população em geral e para os agentes que contribuem para o desenvolvimento d o conhecimento do território obriga a um tratamento da informação de forma entendível e justificável, a partir dos interesses das populações. A tarefa de transmitir, de forma acessível, os dados que resultam dos estudos e das análises efectuadas apresenta-se essencial para que se motive a população a agir, participando, na tomada de decisões. A inexistência de uma base de referência a nível nacional obriga a que, na maioria das vezes, os estudos efectuados não se enquadrem, de forma eficiente ou comparável quer no que respeita à envolvente geográfica quer no que respeita a outros estudos existentes. Os documentos analisados referem a necessidade partilha de informação 70

71 entre as diversas entidades e, essencialmente, entre as diversas regiões/áreas que se devem estabelecer como territórios integrados, por partilharem fronteiras. O interesse pelo planeamento do território de forma integrada ganhou com isso proporções internacionais quando, em 1972, na Conferência de Estocolmo das Nações Unidas, é assinada a Declaração de Estocolmo. A partir deste momento o interesse internacional por esta matéria vai, em crescendo, valorizando as políticas que coerentemente propiciem um território qualificado, inicialmente com respeito pelos valores naturais mas que vai introduzindo novos factores como os recursos culturais, a educação e, naturalmente, os aspectos económicos como base para uma integração social. Assim, desde os anos 1970, existe uma preocupação internacional expresso sobre os problemas urbanos. A Declaração de Vancouver (UN, 1976a), teve como resultado o Plano de Acção de Vancouver que estabelece de forma muito concreta a necessidade de os Estados imporem uma planificação cuidada ao seu território, com a implementação de medidas que aumentem a qualidade de vida das populações nos aglomerados humanos. Define planeamento com sendo o processo para atingir metas e objectivos do desenvolvimento nacional através do uso racional e eficiente dos recursos disponíveis., mais à frente define-se que o planeamento de aglomerados é orientado para resolver os problemas derivados do relacionamento entre o ambiente e o contexto político, social e económico, num contínuo processo de mudança e mutual ajustamento. (UN, 1976b). Mas o planeamento é uma ferramenta que afecta o presente e o futuro, devendo ser flexível para que se adapte à mudança de prioridades ou condições. (UN, 1976b) A necessidade de conhecer de forma eficiente o território, em todas as áreas que o afectam, de forma coordenada e inter-relacionada, é uma tarefa essencial para a planificação, aliás os aglomerados humanos não acontecem simplesmente (UN, 1976b) e o seu planeamento deve ocorrer integrado nas políticas regionais e nacionais. No ponto B.16 - Planning Processes, a Declaração de Vancouver estabelece a necessidade de existir um processo contínuo de coordenação, monitorização da evolução e revisão, a várias escalas, entre o processo de planeamento e a realidade do aglomerado, face aos objectivos propostos. Afirma-se também que, assumindo o dinamismo do espaço urbano e da sociedade que o caracteriza é necessário rever os objectivos e as metas a atingir, adequando quer as políticas a tomar quer, noutro sentido, redefinindo os objectivos e as estratégias a seguir para os atingir, mas sempre com o intuito de melhorar a qualidade de vida das populações, no interesse pela dignidade humana e pela gestão eficiente e eficaz dos recursos naturais. O Planeamento urbano é um processo cíclico, revela-se essencial a análise dos dados existentes para um determinado território que, quando necessário, devem ser reavaliados para melhor devolverem as informações necessárias para a boa prossecução do trabalho Moughtin, Cuesta, Sarris, & Signoretta, 2003). Patrick Geddes(1949) 26 definiu que o 26 Patrick Geddes ( ) Biólogo, responsável pela descoberta da Clorofila, é considerado o fundador do Planeamento Urbano e regional moderno. Introduziu o conceito de Viver (estar) Trabalhar Divertir como a 71

72 processo de planeamento se baseia em três passos essenciais, o inquérito, a análise e o plano, revelando que a necessidade de conhecer, e entender, o espaço urbano é um factor essencial para o correcto planeamento. Já defendia que o Plano (a grande escala) deve ser dinâmico afirmando que sujeitar uma área urbana a um Plano Rígido é um prejuízo. O sentido que é dado, na década de 1930/1940 ao planeamento é, essencialmente, o de regular o espaço físico. Para esta tarefa há que conhecer a área a planear para adequar a ela uma planificação conducente a um desenvolvimento coerente com as políticas dominantes. Também defendem que a estratégia do processo de planeamento é cíclico, definindo-se e redefinindo-se através da análise das projecções e das propostas. A disponibilização de um produto que permita entender as características e condições de um território de forma continuada é essencial para o urbanismo e ainda mais se essa monitorização se basear em conceitos-chave propostos internacionalmente. A necessidade de enquadramento local, regional e nacional, já defendido desde a década de 1970 pelas Nações Unidas (cf. UN, 1973; UN, 1976a; UN, 1976b; Brundtland, 1987), que complementarmente permita a comparabilidade com outras áreas semelhantes, quer no país quer a nível internacional, é um facto que obriga à reflexão na montagem de um processo de planeamento suficientemente rigoroso para cumprir os pressupostos a que se deve submeter. Em urbanismo torna-se essencial conhecer e, ciclicamente, reconhecer as áreas a intervir, permitindo que os planos se adeqúem constantemente às necessidades verificadas. Um Planeamento estático é contrário ao desenvolvimento, uma vez que se baseia num momento determinado (o ponto de partida), geralmente definido com base em estudos e análises com indicadores desactualizados e, quase sempre, baseado num conjunto de projecções que, raras vezes, se verificam atingidas. O estabelecimento de um Planeamento mais que se ajuste à dinâmica territorial (cf. ) exige um processo que permita, a qualquer momento, a verificação da evolução das características do território. O Processo de Monitorização está dependente uma análise inicial, relacionando os factores que condicionam o território entre si, garantindo uma análise permanente da evolução dos factores existentes servindo de base para a alteração das acções definidas em fase inicial de planeamento que se inoperativas pelo afastamento dos cenários propostos inicialmente dos factores verificados em cada momento. A União Europeia e o Conselho da Europa, nos seus diversos documentos incidentes sobre a temática territorial, apontam também de forma evidente a necessidade de conhecer o território como ponto de partida para uma intervenção coerente e determinada tríade para o sucesso de uma área urbana. Os seus conceitos de planeamento são de importância extrema, para a época mas também actualmente, pois suportam as teorias do planeamento moderno na prossecução de um ambiente urbano digno onde a inclusão social, o ambiente natural e a integração com a envolvente se assumem basilares. 72

73 na prossecução do desenvolvimento económico, social e cultural das comunidades. A necessidade de políticos informados, suportados em técnicos com formação e conhecimento específico nos aspectos que afectam o território (CLARE, 2002), demonstra a necessidade de conhecer o território para melhor o poder adaptar às necessidades das populações e em prol do desenvolvimento Os Dados a Considerar, com base nos documentos de referência Europeus em U&OT Para que se proceda a uma análise coerente do território é necessário entender quais os factores que podem condicionar o trabalho em U&OT. O Território apresenta-se como a conjugação de duas componentes essenciais, a física e a social. Os aspectos físicos, como o clima; a morfologia; os factores ambientais como a poluição; as características dos solos a sua aptidão ou inaptidão; os recursos hídricos; o coberto vegetal, e outros como os aspectos físicos artificiais como as vias; a forma urbana; as infraestruturas de comunicação, abastecimento e drenagem; as estruturas edificadas suas funções, formas e condições; as áreas de recursos - uso agrícola, florestal, exploração mineira; as áreas de protecção e valorização; os monumentos, entre outros, apresentam-se como factores essenciais para o estudo do território. O conhecimento de todos os factores físicos que condicionem o U&OT devem ser estudados garantindo a preservação e valorização dos recursos naturais existentes e a planificação coerente do território assegurando a todos segurança e bem-estar na utilização do território, promovendo a qualidade de vida das populações. Os aspectos sociais são todos aqueles que se relacionam com a actividade humana, desde o aproveitamento dos recursos ao relacionamento humano ou social que tem por base um suporte físico específico. A análise dos factores físicos não pode ser dissociada dos factores sociais, por isso a importância de estabelecer um conhecimento adequado das condições físicas do território conjugando-as com os aspectos sociais que o condicionam ou podem condicionar. Em matéria de U&OT quanto maior for o nível de conhecimento do território passado, presente e futuro maior será a adequação das medidas a tomar para o desenvolvimento. Ao nível da análise efectuada é pertinente salientar a existência de um Atlas Português do Ambiente, disponibilizado desde a década de 1970, da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente 27 que contempla um conjunto de informação ambiental à escala nacional que cumpre os propósitos dos aspectos físicos essenciais que pretendemos que com o presente trabalho se cumpram no âmbito social e urbanístico. 27 O Atlas do Ambiente pode ser acedido em Site acedido em Dezembro de

74 Neste trabalho apenas serão incluídos os aspectos sociais, ou com ele directamente relacionados (cf. Ponto 3.1 -). O quadro seguinte [página seguinte] apresenta os temas centrais incluídos nos diferentes documentos de referência em U&OT, por Organização que os emitiu e com a indicação da década em que cada termo passou a estar incluído nas preocupações políticas em matéria de U&OT. Para a elaboração deste quadro foram considerados os documentos de referência existentes, referidos no Capítulo 1. 74

75 Tabela 1 - Principais temáticas abordadas nos documentos de referência em matéria de U&OT por década. Problemáticas incluídas nos principais documentos Desenvolvimento Sustentável Avaliação de Impacte Ambiental Protecção e valorização ambiental Equilíbrio entre necessidades humanas e disponibilidade de recursos Utilização racional dos recursos Condições gerais de acesso a bens, serviços e infraestruturas Necessidade de conhecer para agir (e dar a conhecer) Qualidade de Vida Participação da População Partilha de responsabilidades entre os Estados Partilha de responsabilidades com Actores e Agentes Locais (Partenariado/ Participação) Novas Tecnologias Coesão Económica Tema ONU EU CE ONU EU CE ONU EU CE ONU EU CE Ambiente X X X X X X X X X X Ambiente X X X X X X X Ambiente X X X X X X X X X X X Ambiente Economia Ambiente Economia e e X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Equipamentos X X X X X X X X X Geral X X X X X X X X X X X X Geral X X X X X X X X X X X X Governabilidade X X X X X X X X X Governabilidade X X X X X X X X X X X Governabilidade X X X X X X X X Novas Tecnologias X X X X X X X X U&OT X X X X Coesão Social U&OT X X X Coesão Territorial U&OT X X X 75

76 Desenho Urbano U&OT X X X X X X Estratégias de Planificação Ferramentas de Avaliação e Controlo Fortalecimento das áreas rurais Ocupação territorial equilibrada Renascença urbana Transportes e Mobilidade Visão local e global Crescimento populacional Integração de minorias Erradicação da pobreza U&OT X X X X X X X X X U&OT X X X X X X U&OT X X X X X U&OT X X X X X X X X X X U&OT X X X X U&OT X X X X X X X X U&OT X X X X X X X X População X X X X X X X X X X X População - Sociedade X X X X X X X Sociedade X X X X X X X X X X Fonte:. Elaboração própria com base nos documentos de referência das políticas internacionais em matéria de U&OT, referidos ao longo do trabalho. Legenda: ONU Organização das Nações Unidas EU União Europeia CE Conselho da Europa X Tema abordado pela organização X Início do debate político internacional sobre a matéria. 76

77 População Os documentos Europeus colocam a população no centro das políticas de U&OT, sendo necessário promover condições, através do planeamento do território e da definição de acções para o seu desenvolvimento, para que existam níveis satisfatórios de qualidade de vida. Os factores demográficos são, por isso, de extrema importância na planificação do território pois permitirão conhecer o público-alvo, suas necessidades e mais valias, e ajustar as acções a desenvolver consoante a realidade social verificada. O entendimento da dinâmica populacional é um aspecto central para o urbanismo. A população é, assim, um factor determinante e central no estudo e análise do território. Por um lado é necessário garantir a sua participação essencial para um planeamento eficaz o que exige um conhecimento prévio das suas principais características como forma de adequar a forma de recolher opiniões e transmitir os resultados. Por outro lado é essencial conhecer, a vários níveis, as dinâmicas populacionais para que se adeqúem as acções os Planos às realidades existentes e projectadas. A demografia, enquanto área específica do conhecimento, apresenta-se uma aliada importante ao Planeamento e Ordenamento do Território. O entendimento da dinâmica populacional deve ser entendida como ponto de partida para a acção do urbanista e como Castells (1971/1984) reclamava nos anos 1970, assumindo uma atitude social onde o conhecimento permite a disponibilização de condições para o aumento da qualidade de vida. A população apresenta-se, em matéria de U&OT, como um factor de análise essencial pois por um lado toma um papel activo através da participação e, por outro, assume-se como o factor central de todo o processo. A análise do território, das suas características, deve estar sempre enquadrado com a realidade existente e com uma análise prospectiva dos cenários possíveis considerando as dinâmicas populacionais. Em U&OT, onde as análises são transversais e que se interrelacionam, o estudo da população deve incidir, essencialmente, no: Conhecimento do número de habitantes, e sua evolução passado/presente/futuro; Conhecimento dos Grupos etários principais; Conhecimento sobre os níveis de educação/formação da população; Conhecimento das actividades emprego/desemprego incluindo a distribuição por ramo de actividade; Conhecimento dos níveis de serviço equipamentos e infraestruturas e das cargas e capacidades instaladas; Conhecimento das condições e características, de habitabilidade e utilização do espaço urbano mobilidade; 77

78 Conhecimento das famílias, suas principais características, relacionando essencialmente com a habitação e condições/características sócio-económicas. O factor população surge como central no desenvolvimento de qualquer análise sendo cruzado com outros dados essenciais quer na totalidade quer estratificando por grupos específicos. Emprego, economia e sociedade A satisfação da população através da disponibilização de condições para a sua sobrevivência em qualidade é um aspecto essencial em U&OT. A utilização dos recursos existentes, ou a criação de recursos, constitui-se como um aspecto fundamental no panorama das preocupações políticas europeias sobre território. É necessário garantir às populações o acesso ao emprego e ao desenvolvimento de actividades que propiciem, nas sociedades actuais, o conforto económico que lhes assegure uma vida qualificada. Conhecer a situação actual e as dinâmicas económicas que garantam aos cidadãos o usufruto do território é uma tarefa que se relaciona com o U&OT. É necessário garantir que, em sede de planeamento, são encontradas formas de acautelar espaços adequados para a localização de empresas e serviços que suportem o crescimento sustentado do território em benefício das comunidades e em respeito pelos valores e recursos naturais e culturais das mesmas. Neste aspecto os documentos europeus de referência em política de U&OT apontam como essencial a criação de mecanismos de interacção público-privada, na prossecução de soluções equilibradas que, garantindo o interesse público geral das populações garantam também o desenvolvimento da economia em consonância com os interesses dos agentes. O afastamento das políticas de U&OT dos interesses dos agentes é apontado, nos documentos internacionais (cf. CLRAE, 1992; CLRAE, 2004; EU, 2007a; EU, 2007b), como um aspecto negativo a combater no interesse do desenvolvimento. O envolvimento dos stakeholders é essencial pois estes tomam um papel activo na sociedade podendo desenvolver o território de forma mais efectiva se, em sede de planeamento e definição de objectivos, forem entendidos os seus desejos. É por isso importante que, na fase de análise, se proceda a um conjunto de processos de participação quer da população quer dos agentes económicos e sociais como forma de ajustar as análises dos dados estatísticos à realidade sentida. Nas fases seguintes do planeamento será mais adequada a formulação de soluções que, à partida, serão aplicáveis desenvolvidas pelos interesses demonstrados na fase de análise. O Estudo dos factores económico-sociais, em matéria de interesse para o U&OT centramse essencialmente no: 78

79 Conhecimento da População Activa, por ocupação e sector de actividade, e informações complementares que possibilitem a caracterização da oferta de mão-de-obra; Conhecimento da estrutura empresarial, das necessidades específicas e da demanda de mão-de-obra; Conhecimento das condições existentes da indústria, comércio e serviços, incluindo as necessidades dos empresários, em termos de terrenos com condições específicas para a localização de novas estruturas ou reorganização das estruturas existentes; Os edifícios e os alojamentos Associado à ocupação física do território o estudo das estruturas edificadas e dos alojamentos é também um factor importante para o entendimento das características sociais das comunidades. A habitação é um requerimento básico para a vida do ser humano e, como tal, surge como um direito consagrado no Número 1 do Artigo 25º da Declaração Universal dos Direitos do Homem (ONU, 1948, (A/RES/217)), sendo essencial para a satisfação e garantia da qualidade de vida das populações. A política Europeia em matéria de U&OT junta às suas recomendações e resoluções a necessidade de garantir a todos acesso habitações dignas a que junta a exigência de qualidade no enquadramento dessa habitação no espaço urbano, não bastando a simples disponibilização de habitação digna outrossim a sua integração efectiva no tecido urbano, rejeitando espaços de exclusão que são propiciadores de problemas (cf. CLRAE 1992) e garantindo o acesso a infraestruturas, serviços e equipamentos de forma global a todos os cidadãos. Ao colocar em ênfase a necessidade de promover locais dignos para a edificação das habitações, e a necessidade de promover um espaço urbano qualificado quer funcional quer esteticamente (cf. CLRAE, 1992 & CLRAE, 2004) a política europeia evidencia a necessidade de definir uma organização territorial coerente deixando ao urbanista um papel fundamental na garantia desse direito aos residentes. Em fase de análise é importante conhecer as áreas habitacionais, cujo perfil desejado é a multifuncionalidade misturando-se a função habitar com outras funções compatíveis e as características gerais que estas apresentam para promover ou uma requalificação das áreas existentes ou a definição de novas áreas residenciais que, em ambos os casos, devem ser definidas na tentativa de promoção da qualidade de vida das populações. O alojamento apresenta-se como uma das estruturas edificadas existentes no espaço urbano. É também necessário, em sede de análise, conhecer as características dos edifícios quer em termos de ocupação usos quer em termos de condições físicas e forma de ocupação no território. A necessidade de promover áreas urbanas polifuncionais (cf. CLRAE, 1992, EU, 2007a), obriga a que se entendam os usos dos edifícios para ajudar a entender a geração e atracção de movimentos das populações, adequando as 79

80 medidas a tomar à garantia de qualidade de vida que se pretende para todos os utilizadores. Reconhece-se, neste ponto específico, o interesse em estudar e interpretar: A oferta de habitação alojamentos e tipo de utilização porque condiciona também os serviços a disponibilizar; O peso dos alojamentos vagos e, desejavelmente, a razão para essa situação se para venda ou arrendamento, estando disponíveis no mercado, ou se apresentam necessidades de reparação; A Dimensão e características gerais oferecidas nos alojamentos existentes, sempre relacionado com a dimensão das famílias e a evolução populacional prevista, entendendo as taxas de ocupação dos alojamentos e as reais necessidades existentes. Neste ponto incluem-se também as necessidades de reparação dos edifícios garantindo a determinação de Planos específicos de recuperação em áreas mais degradadas; Níveis de infraestruturação e acesso a estruturas e serviços de recolha e abastecimento. Neste ponto interessa entender a localização dos edifícios por tipo de uso e a oferta existente garantindo níveis satisfatórios de serviço incluindo a mobilidade disponibilizada transportes públicos, vias, estacionamento; O estudo dos edifícios deve ser conjugado com o conhecimento dos usos e das funções existentes para melhor poder adequar as medidas a tomar em sede de planeamento. O entendimento específico dos espaços de uso residencial deve ser coordenado com o conhecimento demográfico, presente e futura evolução, para melhor poder afectar os solos de forma eficiente e ajustada. Os equipamentos, serviços e infraestruturas É necessário à partida distinguir a natureza dos equipamentos, o que é um serviço essencial e ou que são infraestruturas. Por equipamento entendemos toda a estrutura que acolhe um serviço geral, imprescindível, à população e que tem uma função eminentemente pública, independentemente da natureza jurídica da entidade responsável. Neste quadro incluemse os equipamentos de saúde prestação de cuidados de saúde de desporto, cultura, culto, recreio, transporte e mobilidade, educação e formação, segurança, defesa, protecção civil, serviços sociais, e as estruturas que suportam serviços Estatais como repartições públicas, autarquias, entre outros. Pressupõe uma estrutura física a que se chama equipamento e pode ser multifuncional. 80

81 Por serviço consideramos o que é prestado aos cidadãos quer em equipamentos quer em estabelecimentos específicos. Consideramos neste campo os serviços incluídos nos equipamentos descritos anteriormente, os serviços de correios, farmácias, venda de bens de consumo, serviços de comunicação, energia, abastecimento e recolha, assim como outros cujo cliente final seja a população. Por infraestrutura consideramos o suporte físico às redes de comunicação, energia, abastecimento e saneamento que são essenciais à vida em comunidade e em qualidade e segurança. Entender a disponibilidade de equipamentos e infraestruturas e os seus níveis de serviço capacidade, raio de acção, cargas é um aspecto central quando se tem por objectivo disponibilizar às populações condições para acederem a níveis satisfatórios de qualidade de vida. Durante vários anos, onde o urbanismo tecnocrata valorizou o aspecto económico sobre o social (cf. Castells, 1974/1987), a determinação da localização dos equipamentos, dos serviços e mesmo de algumas infraestruturas, estava relacionada com a mais valia económica e com a determinação de números base de habitantes que garantissem a sua manutenção em termos economicamente viáveis. Com o despontar do novo milénio a política europeia valoriza o equilíbrio social e económico, recomendando que se disponibilizem às populações os equipamentos e infraestruturas necessárias a uma vida com qualidade (cf. CLRAE 2004). Para o U&OT é essencial conhecer a situação existente e garantir que a todos é assegurada a possibilidade de aceder aos equipamentos de apoio à população que, e é importante este factor, sejam considerados úteis e necessários pela população. Para além de ser necessário estabelecer um conjunto de medidas por exemplo inquéritos para conhecer as condições específicas dos equipamentos, serviços e infraestruturas, e as necessidades apontadas pelas populações, há também que garantir que, a um nível mais geral, se conheça: 81

82 A localização dos equipamentos e dos serviços prestados, por tipo de equipamento, por população servida, cargas de utilização e estado geral de conservação; As áreas deficitárias e as reservas existentes para a criação de novos equipamentos; A oferta de equipamentos, o seu enquadramento geral no território oferta de condições para a utilização. As falhas no serviço à população; As características capacidade e carga e a eficiência das redes de comunicação, energia, abastecimento e recolha; A complexidade de estruturas a considerar leva a uma estratificação dos equipamentos, serviços e infraestruturas por tipo. Da análise dos documentos europeus da política de U&OT pode entender-se que é necessário considerar: Equipamentos e serviços de saúde Hospitais, Centros de Saúde e Clínicas, qualquer que seja a sua natureza desde que identificada para assegurar um serviço eficiente às populações; Equipamentos e serviços de segurança e protecção civil Postos de Polícia, Quartéis de Bombeiros e Centrais de Ambulâncias, seus raios de acção e níveis de resposta, garantindo um espaço seguro a todos os cidadãos; Equipamentos e serviços de desporto, cultura, culto e lazer Estádios, Campos de Prática Desportiva, Pavilhões Desportivos, Piscinas, Igrejas e Locais de Culto, Cinemas, Museus, Teatros e Salas de Espectáculo, e outros que sirvam a população, entendendo a oferta, o raio de abrangência e as capacidades, promovendo qualidade de vida às populações; Equipamentos e serviços de educação e formação Escolas, Universidades, Centros de Formação Profissional e outras áreas dedicadas ao ensino, entendendo a oferta e a procura, por população alvo, adequando as suas localizações por forma a garantirem o acesso universal e bem enquadradas na estrutura urbana. Como pilar do desenvolvimento, assim considerado nos vários documentos internacionais, garantir que se conhece quer o nível de educação da população quer os equipamentos e serviços disponíveis adequando-os às necessidades torna-se essencial em U&OT. Neste ponto há que considerar também as Actividades de Investigação e desenvolvimento (cf. CE, 2004) como pontos de contacto entre a sociedade e a investigação, promovendo melhores produtos e serviços que promovam a qualidade de vida das populações. Ao conhecer a realidade educativa da população e da oferta de equipamentos e serviços o urbanista fica apto a desenvolver um território mais ajustado às necessidades e que garanta a oferta adequada ao público-alvo; Equipamentos e serviços sociais Lares e Centros de Dia, Creches e Jardins-de-infância e outras estruturas de apoio à população como centros de apoio a população 82

83 desfavorecida ou em risco. O conhecimento geral da população permite entender as necessidades a este nível promovendo a inclusão de espaços adequados na área urbana para estes serviços essenciais à promoção de qualidade de vida das populações de forma inclusiva; Equipamentos e serviços de transporte Estações de Transporte, Pontos de Recolha de Passageiros paragens, Terminais Modais e Intermodais. Conhecer a mobilidade da população, os pontos de origem e os pontos de chegada, é essencial como complemento ao conhecimento das localizações e utilizações destes equipamentos. Garantir a todos a possibilidade de acederem aos diferentes espaços existentes nas áreas urbanas como factor de inclusão. A mobilidade assume-se como ponto central da política europeia nas áreas urbanas. Quer do ponto de vista ambiental quer no que se relaciona com a qualidade de vida das populações, é necessário entender os pontos de congestionamento e as formas de oferta de serviços públicos colectivos de transporte para que se promova um território acessível e que garanta quer o acesso a todas as áreas do território urbanizado quer o escoamento de produtos; Equipamentos e serviços públicos em geral Serviços do Estado, Estações de Correio, Repartições, Tribunais e outros equipamentos que incluam serviços gerais à população. Entender a oferta e garantir o acesso a estas estruturas é essencial para a qualificação da vida dos cidadãos; Outros equipamentos e serviços: incluem-se aqui equipamentos essenciais para o suporte da vida urbana. Cemitérios, Equipamentos de Tratamento de Resíduos e outros que, sendo essenciais para a segurança, salubridade e ambiente, mas que se tornam negativos no ambiente urbano, devem ser estudados quanto à sua localização garantindo o melhor serviço às populações. Infraestruturas e serviços de comunicação, abastecimento, saneamento e tratamento de resíduos As estruturas de captação de água para consumo, a recolha de águas residuais e o seu tratamento, a recolha de resíduos sólidos incluindo a recolha selectiva, a disponibilização de electricidade, telefone e o acesso a novas tecnologias de informação, são aspectos essenciais a considerar em sede de análise para o planeamento. Pretendendo-se um espaço que propicie a qualidade de vida das populações, é essencial que se promovam condições que assegurem a todos o acesso aos serviços básicos de apoio à vida em comunidade. Interessa conhecer as áreas de captação e os níveis de serviço de água para consumo, a recolha e tratamento de resíduos sólidos e líquidos, e, numa sociedade que se pretende avançada, a disponibilidade de formas electrónicas de comunicação e informação aliás um ponto central na política europeia. O conhecimento das características dos equipamentos, serviços e infraestruturas é essencial para o U&OT coerente e consentâneo com a política europeia. A oferta de condições para a melhoria da qualidade de vida das populações obriga a que se detenha um conhecimento integrado das estruturas e do público-alvo. O estudo de cada um dos 83

84 factores mencionados anteriormente só e efectivamente útil se cruzado com as características gerais da população, numa visão global e ajustada à realidade. Conhecer a localização das estruturas, os níveis de serviço e as possibilidades debilidades que apresentam torna-se essencial para um acção de planeamento eficaz e coerente com o interesse das populações. A Forma Urbana Para a planificação do território é essencial conhecer a forma urbana que cada aglomerado apresenta. Assumindo que o espaço urbano tem a componente formal, da disposição das estruturas no território, e a componente funcional, do uso que é dado a cada espaço e a cada estrutura, e que estes dois factores são indissociáveis para a garantia de qualidade de vida às populações (cf. CLRAE, 1992), em fase de análise tornase necessário o entendimento concreto do funcionamento estético e funcional do espaço do aglomerado e das relações existentes entre as diferentes estruturas que o compõem. O conhecimento destes factores só é possível através de um levantamento específico do espaço em estudo e da sua envolvente, partindo de uma relação entre os dados estatísticos disponíveis ou dos inquéritos específicos a realizar e a forma como as diferentes estruturas se dispõem no território (cf. Lynch & Hack, 1984/2002). Conhecer com rigor as condicionantes e oportunidades que o território apresenta é um factor central para o urbanismo e, nos documentos analisados, a política europeia reconhece a necessidade de um Planeamento efectivo do território, baseado no conhecimento do mesmo, e a disponibilização de um ambiente urbano formal e funcionalmente que garanta aos cidadãos a possibilidade de, em harmonia, acederem a níveis satisfatórios de qualidade de vida, promovendo o uso do espaço público em segurança, o aproveitamento e valorização dos recursos existentes, e o acesso livre por parte de todos às ofertas de serviços e equipamentos existentes. Interessa então ao urbanista proceder a uma análise específica, conforme a sua formação o determina (cf. CEU, 2008), que englobe de forma coerente os diferentes factores que intervêm no uso do território, garantindo a um conhecimento específico das relações existentes entre os diversos factores em jogo para a definição formal e funcional do uso futuro do território na garantia dos valores da dignidade humana. Ao urbanista compete a integração dos diferentes factores em jogo, garantindo que as soluções preconizadas são globais, ajustadas à realidade estudada e com base no que se prevê para o desenvolvimento futuro apoiado nos objectivos estratégicos que a população, as autoridades e os agentes definem. A especificidade de cada território, a complexidade dos factores em jogo e as características específicas das populações, exigem que o trabalho do urbanista não seja regido por um conjunto de tabelas de referência que interessa preencher. É importante 84

85 que se reconheça a necessidade de estabelecer, partindo de uma metodologia específica, um conjunto de acções a desenvolver que garantam o sucesso das medidas a definir. Não é possível, nem desejável, apoiar o desenvolvimento do território através de um plano rígido, as recomendações europeias (cf. CLRAE, 1992, CLRAE, 2004, EU, 2007a & EU, 2007b) são claras na necessidade de incluir, para além da participação da população e agentes locais, processo de monitorização que permitam o ajuste das medidas aos objectivos, e essa tarefa só é possível através de um plano bem sustentado na realidade existente e, também, enquadrando os estudos nas áreas territoriais envolventes. 85

86 Atlas de Portugal [Continental] conforme às políticas europeias em matéria de Urbanismo e Ordenamento do Território A construção de um Atlas que garanta a visualização da situação do país face aos principais temas que surgem como referência para o U&OT nos documentos políticos europeus, responde à necessidade de conhecer o território nacional para promover acções específicas em sede de planeamento e ordenamento que garantam o desenvolvimento coerente e suportado do território assegurando aos cidadãos acesso a condições que promovam a sua qualidade de vida. Como o presente trabalho disponibiliza-se uma base de referência ao nível do continente português dos principais indicadores que correspondem às preocupações políticas europeias no domínio do território. A necessidade de promover um território coeso, participado e preparado para garantir a qualidade de vida dos seus utilizadores sem hipotecar o futuro das gerações vindouras (cf. CLRAE, 1992, EU, 2007a & EU, 2007b), está suportado no conhecimento específico dos factores que condicionam, ou podem condicionar esse processo. A necessidade de um equilíbrio territorial, entre as áreas mais urbanizadas e as áreas rurais (cf. EU, 2007b) assume-se como um ponto de partida para a definição da estrutura do trabalho aqui apresentado. A necessidade de entender as paridades e disparidades do território, as ofertas e as debilidades entre as áreas mais urbanizadas e as áreas mais rurais, evidencia a necessidade de estratificar o território segundo os seus níveis de urbanização. Garante-se assim a análise separada de duas realidades distintas, por um lado as áreas urbanizadas, com concentrações humanas mais elevadas e que exigem serviços específicos, por outro as áreas rurais, muitas vezes em abandono, que interessa entender até que ponto a oferta ou falha nas condições existentes para a promoção da qualidade de vida nessas áreas condiciona a fixação de população. O Atlas que se apresenta [Atlas de Portugal (Continental), Conforma às Políticas Europeias em matéria de U&OT AP_PEUOT] é a imagem de Portugal Continental, em 2001 ano de disponibilização dos dados referentes ao último Censo com os indicadores seleccionados com base nos documentos, políticas e princípios europeus sobre U&OT, apresentando-se também uma evolução histórica entre os anos de 1991 e 2001 anos de recenseamento geral da população e da habitação estratificados em áreas urbanas, mediamente urbanas e rurais com base no trabalho do INE/DGOTDU de 1998 (cf. INE/DGOTDU 1998) (cf. Ponto do presente trabalho). 86

87 A selecção de dados para o Atlas de Portugal Continental conforme às políticas europeias em matéria de U&OT - AP_PEUOT A escolha dos dados que compõem o AP_PEUOT tem em consideração os documentos políticos europeus ajustando-os os diferentes factores à realidade portuguesa. A indisponibilidade de dados para alguns factores que interessa conhecer deixa em aberto um conjunto de incertezas face a certos dados que interessava, com rigor, entender. Não deixamos de reflectir nesse aspecto evidenciando, sempre que pertinente, os dados que, em Portugal e ao nível da freguesia, não se encontram disponíveis, impossibilitando uma análise detalhada. Embora pertinente, não foi incluída a análise à parte física do território (factores físicos naturais) que se assume igualmente como um factor a ser estudado para garantir conforto e bem-estar às comunidades locais, protegendo e valorizando os recursos naturais existentes. Neste campo destaca-se a existência de um Atlas Português do Ambiente, editado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA, 2008), que pode servir de base à planificação territorial, evidenciando a existência de um documento geral, comparável e que permite a comparabilidade, para os factores físicos do território, faltando no entanto uma análise específica para o Ordenamento do Território e para o urbanismo. No âmbito físico a Agência Europeia do Ambiente (AEA) estabeleceu um conjunto de indicadores comuns sobre as cidades europeias no trabalho Towars na Urban Atlas (European Environment Agency [EEA], 2002). Este trabalho, conjunto entre a Agência Europeia do Ambiente e o Joint Research Centre da Comissão Europeia, tem por base o projecto Europeu Murbandy/Moland [Monitoring Urban Dynamics/ Monitoring Land Use Changes) cujo objectivo consiste na avaliação das dinâmicas urbanas através de bases de dados sobre uso do solo de várias cidades Europeias. Este trabalho apresenta um conjunto de três indicadores, eminentemente físicos, que se centram no uso do solo, na área florestal, na área verde, área construída e população urbana. Para cada um destes temas são estabelecidos indicadores que permitirão a análise e monitorização das áreas urbanas quanto ao seu ambiente natural. Este trabalho, incidindo na questão urbana, não deixa de estar mais relacionada com o ambiente nas áreas urbanas do que com o crescimento e planeamento das cidades, embora o inclua na análise. O presente trabalho apenas aborda as questões sociais e de incidência urbanística, não sendo de todo assumido que os factores ausentes sejam menos importantes ou entrem do que aquela que aqui é apresentada sendo a inexistência de dados a razão maior para essa situação. A selecção de dados teve como condicionantes: 87

88 A existência, para todo o território continental português, de valores para os anos de referência 1991 e 2001 ao nível territorial da freguesia; A pertinência dos factores a incluir para o U&OT, face às políticas Europeias; A possibilidade de cruzamento da informação entre os diferentes dados existentes; A disponibilização livre dos dados por parte das entidades detentoras, assumindo que se devem trabalhar os dados disponibilizados acessíveis à população em geral como forma de garantia de sistemas inclusivos de participação, aliás como é requerido pela União Europeia. Foram seleccionadas três fontes de informação, uma cartográfica e duas de dados estatísticos: Cartográfica: o A Carta Oficial de Portugal [CAOP], disponibilizada pelo Instituto Geográfico de Portugal [IGP] no ano de referência dos Censos 2001, por terem existido entre esse ano e 2008 reconfigurações administrativas que impossibilitariam a utilização dos dados alfanuméricos dos anos censitários e a base geográfica mais actual; Dados: o Os Recenseamentos Gerais da População [Censos] de 2001 e 1991 e; o Os dados da Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio à População [CESAP] do INE de 2002 ano que difere dos dados censitários mas, devido à valorosa informação disponível nesta base, e à proximidade entre o ano censitário e o ano de referência desta base nos pareceu útil incluir. Com base nestes aspectos foram seleccionados os dados a incluir com respeito às temáticas abordadas nos documentos Europeus de Referência. 88

89 Os dados existentes e inexistentes O sistema estatístico nacional apresenta um conjunto de bases que permitem, embora de forma complexa, entender o estado do território face a um conjunto significativo de temas. A maior dificuldade reside o facto de, no decorrer das últimas décadas, o Instituo Nacional de Estatística, embora tenha acrescentado um conjunto importante de bases de dados estatísticas, não apresentar de forma útil, referenciada e possível de relacionar os dados que recolhe e produz. Da simples incoerência na disponibilização de dados ao nível administrativo mais aproximado a freguesia à persistente inclusão e remoção de variáveis, torna difícil uma leitura temporal útil que sirva de suporte à análise com pertinência para o urbanismo. Apontamos como causa provável desta falha, na apresentação de dados que suportem o Ordenamento do Território e o urbanismo, em quatro aspectos essenciais e que, de forma generalizada estão também na base de outros problemas que o urbanismo apresenta em Portugal, e que se passam por: Uma falha na formação específica em urbanismo e ordenamento do território implicando cada vez mais um percurso baseado no empirismo e que pode ser a causa da alteração na forma de apresentação e disponibilização dos dados; Uma falha no entendimento geral, resultante talvez da falha formativa, das necessidades efectivas do urbanismo em termos de referências estatísticas coerentes e dedicadas pensando na disponibilização de informação que interesse a escolha com base no factor económico, mais do que no factor social; Uma persistente tentativa de ir atrás do que é moda ao invés de tentar gerar uma reflexão fundamentada sobre as reais necessidades dos dados para cada um dos vários sectores que deles dependem; Desconhecimento das orientações europeias sobre a matéria. Por influência da União Europeia os dados estatísticos começam, agora, a ser entendidos como um recurso para o conhecimento e como uma ferramenta de divulgação obrigatória para que a sociedade possa entender a situação actual, reconhecer os problemas e ver as tendências, como forma de poder agir em conformidade com as situações. No decorrer dos últimos anos essencialmente a partir de 2006 o Instituto Nacional de Estatística renovou a sua base acessível na Internet ( aproximando-se dos sistemas estatísticos internacionais, permitindo o acesso universal a um vasto conjunto de indicadores variáveis de forma mais directa e facilmente importada em caso de 89

90 necessidade. Mas a tendência em conservar os dados como fonte de informação privilegiada, comum até há poucos anos, se tende a diluir-se, revela a paupérrima base de conhecimento que possuímos face ao estado da sociedade e, no que para aqui interessa, do território. O sistema nacional de estatística está centralizado no INE, sendo esta entidade a responsável pela disponibilização de estatísticas para todas as áreas temáticas mesmo que provenientes de outros organismos públicos que tutelam cada uma das áreas. Em termos de ordenamento do território reconhece-se, pelo menos, desde a década de 1990 uma aproximação do INE à Direcção Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento urbano [DGOTDU]. O trabalho publicado em 1998 sobre a tipologia das áreas [freguesias] portuguesas, onde em conjunto o INE e a DGOTDU apresentaram uma tipificação assente em três categorias, do mais urbano ao mais rural, apresenta-se como uma ferramenta útil ao ordenamento do território par mais quando a categoria de cidade está refém do cumprimento de um conjunto de requisitos (Lei 11/82 de 2 de Junho) que não permitem a verificação do nível de urbanidade desses territórios. O problema de um sistema pouco preparado para a disponibilização de dados para o urbanismo, muito reconheça-se pela não solicitação desses dados por quem tem praticado actos próprios do urbanismo, é um ponto negativo que transtorna uma visão suportada e fundamentada das condições do território e da sociedade com o objectivo de elaborar Planos Urbanísticos coerentes e que resolvam os problemas dos cidadãos. Reconhece-se aqui um contributo para a análise efectuada anteriormente e que remete o urbanismo actual ou o que tem sido praticado para um conjunto de técnicas díspares, pouco fundamentadas, resultado de um coser de várias áreas manta de retalhos onde a análise, poucas vezes, se conecta com a realidade e, também grave, com as soluções preconizadas. A selecção das unidades territoriais Em Portugal a elevação à categoria de cidade é um acto administrativo e pouco dinâmico uma vez que, caídas as condições que levaram o aglomerado a essa categoria, o título permanece mesmo que a estrutura urbana se afaste daquilo a que podemos considerar cidade, como diz O. Ribeiro (1969/1994: p. 173), corresponde a uma herança do passado. O Instituto Nacional de Estatística, em 2002, lançou o Atlas das Cidades de Portugal (INE, 2002) que incide sobre as áreas urbanas das cidades reconhecidas oficialmente (cidades oficiais). Esta metodologia faz incluir no mesmo estudo cidades com fraca dimensão urbana que, quer por razões históricas, como por exemplo Pinhel, elevada à categoria de cidade em 1770 e que, em 2001, apresentava 2578 habitantes, ou por outras que dificilmente se entendem, como Valpaços, elevada à categoria em 1999 e que, em 2001, 90

91 apresenta em 3751 habitantes (INE, 2002) ou Vila Nova de Foz Côa que, no mesmo ano apresentava 2823 habitantes (INE, 2002), tendo sido elevada à categoria de cidade em Neste estudo, por não ser cidade, a vila de Cascais, com habitantes, não está incluída, embora se reconheça a sua vertente eminentemente urbana. Para o presente trabalho, longe de uma análise às razões que levam o Estado a reconhecer um aglomerado como Cidade, pois está Legalmente consagrado através da Lei 11/82 de 2 de Junho, interessa reflectir numa forma de, com coerência, efectuar um estudo que permita um entendimento geral do espaço urbano português. O Conselho Superior de Estatística [CSE] aprovou, através da Deliberação n.º 158, de 3 de Junho de 1998, Deliberação 488/98 de 11 de Setembro, publicada na II Série do Diário da República nº 210/98 (Conselho Superior de Estatística [CSE], 1998), a tipologia de áreas consoante o seu nível de urbanização em três categorias, Área Predominantemente Urbana, Área Mediamente Urbana e Área Predominantemente Rural. Por sua vez, o mesmo Conselho, na 344ª deliberação, a 9 de Janeiro de 2008 (CSE, 2008), considera importante a revisão desta classificação devido à necessidade de, para além da revisão da pertinência da classificação de 1998, mandar elaborar e propor uma metodologia que permita a desagregação da informação estatística em novas unidades territoriais, assentes nas existentes subsecções estatísticas permitindo a delimitação do espaço urbano, a classificação das freguesias segundo os critérios de urbanização (já definidos em 1998), permitir a definição da população urbana e da população rural, garantindo a comparabilidade com as versões e unidades já existentes. Podemos considerar que, passados dez anos da Tipificação das freguesias portuguesas em padrões de urbanização, o CSE tenta adequar o Sistema Estatístico Nacional a uma realidade, incontornável, onde a simples definição de unidades administrativas como base para os cálculos estatísticos pouco contribui para a correcta análise do território. Sendo uma deliberação recente é natural que os dados a que se refere estejam ainda em preparação. Pensamos que o trabalho aqui desenvolvido, para além de suportar a preocupação do CSE, permitirá uma análise concreta ao território nacional e à sua situação urbanística. Por outro lado não parece estar esgotada a necessidade de entender os dados estatísticos que interessa disponibilizar para um acompanhamento eficaz da evolução do país face às preocupações internacionais. Para o desenvolvimento do trabalho utilizaremos a informação existente no INE ao nível da freguesia. Ao seleccionarmos a freguesia, unidade administrativa mais reduzida, mesmo reconhecendo que apresentam diferenças consideráveis quer na dimensão geográfica quer na dimensão populacional, permitimos a disponibilização da informação agregada, uma visão geral do território, e, se necessário, com o recurso às bases que serviram de suporte à realização do AP_PEUOT, uma aproximação a uma escala maior que permite o trabalho específico de análise de áreas mais reduzidas. A utilização da Classificação das Freguesias determinadas pelo Instituto Nacional de Estatística e pela Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (INE/DGOTDU) em 1998 (CSE, 1998) foi escolhida por ser a definição oficial 91

92 existente na tipificação dessas unidades territoriais. Como ponto de partida devemos utilizar esta definição mesmo considerando que após 10 anos possa não corresponder à realidade verificada. A Deliberação do CSE de 1998 identifica as áreas urbanas como: Freguesias Urbanas Inclui as freguesias consideradas urbanas e as semi-urbanas a ela agregadas, as freguesias que se constituam como urbanas segundo critérios de funcionalidade/planeamento e as sedes de Concelho com população residente superior a habitantes; Freguesias Mediamente Urbanas Freguesias Rurais o A densidade populacional base para as freguesias urbanas é de 500hab/km 2 [5hab/1ha] ou superior com uma população total no aglomerado superior a habitantes. As freguesias semi-urbanas que não estejam incluídas em áreas urbanas e as sedes de concelho com menos de habitantes; o A densidade populacional das freguesias semi-urbanas deve estar entre os 100hab/km 2 [1ha/ha] e os 500hab/km 2 [5hab/ha] ou a freguesia que integre um lugar com população entre os e os habitantes Todas as restantes freguesias que não se enquadrem nas tipologias anteriores. A tipologia nacional ajusta-se à definição dada pelo Eurostat [cf. EUROSTAT, 1999] à tipificação dos aglomerados embora se ajuste à realidade portuguesa. A densidade das áreas consideradas densamente povoadas apresentam, quer para o sistema nacional quer para o Eurostat, 500hab/km 2 [5hab/ha], embora a nível europeu sejam apenas considerados os aglomerados com ou mais residentes naturalmente desajustado da dimensão nacional que é 10 vezes inferior à do eurostat que considera apenas os aglomerados com habitantes, ou mais, enquanto em Portugal se considera 5 000, ajustando às características portuguesas. De igual forma a densidade considerada para as áreas intermédias é de 100 hab/km 2 [1hab/ha], cuja tipologia nacional segue, e todas as outras áreas, classificadas como pouco povoadas. A tipologia portuguesa segue o definido pelo eurostat embora apresente um valor de referência para o aglomerado urbano inferior, justificado pela dimensão do nosso território. Noutros sistemas europeus podemos encontrar soluções que se adequam melhor ao interesse do U&OT. O governo britânico, utilizando a terminologia e definições em uso nos sistemas internacionais (cf. Department for Environmet, Food and Rural Affairs [DEFRA], 92

93 2004), atribui aos aglomerados a classificação de urbano e rural estratificando a tipologia de ocupação que estes apresentam, se mais concentrado ou mais disperso, e a dimensão global dos espaços rurais. Esta definição mais concreta permite aceder a um conjunto de informações estatísticas por aglomerado, qualquer que seja a sua dimensão, permitindo um conhecimento do território ocupado que garanta uma correcta definição das acções de planeamento (cf. DEFRA, 2004: p. 4). A escolha da unidade freguesia, que serve também de base de referência ao Eurostat (cf. Eurostat, 1999), permite uma avaliação do território nacional na sua unidade administrativa mais desagregada que permite o trabalho em U&OT quer em áreas mais reduzidas integrantes das freguesias quer em áreas maiores, agrupando diferentes unidades. Os dados incluídos no AP_PEUOT Como base na necessidade, de conhecer o território, nos seus diferentes aspectos foi desenvolvida, em formato de Atlas, uma análise ao território continental português incidindo sobre os principais aspectos que surgem referenciados nos documentos internacionais que se assumem como compromissos políticos sobre a temática do território. Para a avaliação dos dados nas unidades territoriais, para além de uma imagem geral da totalidade do território, desagregaram-se as freguesias tipificadas (cf. Ponto do presente trabalho), avaliando a evolução dos diferentes factores seleccionados entre 1991 e Este tipo de selecção estratificada permite confrontar os valores por tipo de território em análise mais ou menos urbanizado garantindo uma análise mais coerente dos factores seleccionados que se enquadram nas preocupações políticas europeias em matéria de U&OT. No ponto apresentámos um conjunto de temas que interessa reflectir, face aos interesses políticos europeus, quando se efectua a análise do território para fins do seu ordenamento e planeamento. Com base na informação disponível, e seguindo a metodologia definida em 3.1 -, foram trabalhados os dados estatísticos existentes ao nível da freguesia, considerando os temas gerais: 93

94 Dinâmica Territorial & População Incluem-se neste grupo os dados referentes ao enquadramento geral do território nacional e os dados gerais da população. Os dados aqui apresentados são de carácter geral e surgem como base para o cruzamento de outros indicadores com a realidade existente. Este tema apresenta-se como factor de comparabilidade e ajuste por permitir a verificação das valências existentes servindo simultaneamente para apresentar de forma geral o território em análise. O factor da dinâmica populacional permite entender o factor de atractividade ou repulsão das unidades em estudo. Quadro 1- Indicadores sobre Dinâmica Territorial & População incluídos no AP_PEUOT Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Tipologia das freguesias portuguesas Urbanas; Mediamente Urbanas e Rurais Com base na tipologia legal do INE/DGOTDU 1998 Evolução das Áreas Urbanas CORINE LAND COVER Área ha Apresentada apenas em tabela Evolução populacional (%) % (Pop pop1991)/pop1991*100 Densidade populacional Hab/ha 2001 Hab/área (ha) Evolução da densidade populacional Evolução da % de novos residentes (estimada) a 10 anos (% do total) Evolução da% de novos residentes 5 anos na unidade (% do total populacional) Proporção de novos residentes (estimada) a 10 anos (% do total) hab/ha % % % hab 2001/área -hab 1991/área ((pop que residia fora do concelho há 5 anos/5 x10 )/Pop total 2001)-((pop que residia fora do concelho há 5 anos/5 x10 )/Pop total 1991) (Pop que residia fora do conc 5 anos 1991)/pop total 1991 x100) - (Pop que residia fora do conc 5 anos 2001)/pop total 2001 x100) Pop residente em 2001 que residia noutro concelho em 1991 / pop residente em 2001 x 100

95 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Proporção de novos residentes 5 anos na unidade (% do total populacional) % 2001 Pop residente em 2001 que residia noutro concelho em 1996 / pop residente em 2001 x 100 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Proporção da pop jovem (0 a 14 anos) % 2001 Pop com 0 a 14 anos / pop total x100 Evolução do peso da pop. jovem % (pop 0 a14 anos 2001/pop total 2001*100)-(pop 0a14 anos 1991/pop total 1991*100) Proporção da pop idade activa (15 a 64 anos2001) Evolução do peso da pop idade activa (15 a 64 anos2001) % 2001 % Pop com 15 a 64 anos / pop total x100 sabendo que em 1991 a idade activa oficial era atingida aos 12 anos, considerouse uma distribuição uniforme de residentes no (pop 12/64* e +anos grupo etário /pop total 14 anos (média 2001*100)-(pop 5/64 e ano) para incluir +anos 1991/pop total os residentes 1991*100) com 12, 13 e 14 anos no grupo de pop em idade activa. O valor apurado foi então multiplicado por três e somado à pop em idade activa. Proporção da pop 65 e + anos % 2001 Pop com 65 ou mais anos / pop total x100 Evolução do peso da pop. 65 e + anos % (pop 65 e +anos 2001/pop total 2001*100)-(pop 65 e +anos 1991/pop total 1991*100) 95

96 Equipamentos & Serviços de apoio Um dos factores referidos nos documentos de referência europeus em matéria de urbanismo é a disponibilização de condições para que as populações acedam aos serviços, equipamentos e infraestruturas necessárias à satisfação das suas necessidades. Avaliar estes factores obriga à utilização de duas bases de dados distintas, os Censos 1991 e 2001 (INE) e a CESAP com dados referentes a 2002 (INE, 2004). A proximidade dos anos de referência 2001 e 2002 e na falta de informação específica face aos equipamentos e serviços de apoio às populações para o ano censitário, obriga ao cruzamento da informação estatística de dois anos distintos. Face à proximidade, apenas um ano, das datas de referência, esta situação não se revela problemática. A inexistência de dados referentes aos Equipamentos e Serviços para um ano próximo do Censo de 1991 obriga a que não se possam efectuar análises sobre a evolução da oferta de serviços neste grupo de dados, ficando apenas a referência à situação existente para a grande maioria dos casos analisados. De referir que existe uma diferença nas unidades territoriais existentes à data do recenseamento geral da População de 2001 e a base da CESAP 2002, a primeira considerada para este estudo não inclui freguesias criadas em, e depois de 2001, enquanto a segunda apresenta essas freguesias. A diferença foi acertada para a maioria das unidades territoriais através do agrupamento das freguesias criadas na configuração anterior tendo sido impossível apresentar dados referentes à freguesia de Agualva- Cacém, do município de Sintra, por ter havido uma divisão territorial não ajustada à antiga configuração. No que respeita aos equipamentos de apoio à população há, portanto, a inexistência de dados para a freguesia de Agualva-Cacém agora dividida em mais de uma freguesia. Devido à diferente abrangência dos equipamentos e serviços optou-se por estratificar este grupo segundo temas específicos que surgem como aspectos relevantes para o U&OT no âmbito das políticas europeias. Os equipamentos educativos surgem em ponto específico a que chamámos educação (3.2.3). Comunicação [equipamentos e serviços] A Carta de Leipzig (EU, 2007a) e a Carta Urbana Europeia (CLRAE, 1992 & CLRAE, 2004), referem a necessidade de garantir o acesso a estruturas de comunicação de forma global a todos os cidadãos. Neste campo incluímos 3 tipos de comunicação: Transportes Públicos, que deve ser entendida e complementada com o Grupo Mobilidade; Distribuição de Correio, e; Comunicação e Novas tecnologias, que inclui as redes de telecomunicações, e o serviço de Internet. 96

97 Quadro 2 - Indicadores sobre equipamentos de comunicação incluídos no AP_PEUOT Descritor Unidade Ano Fórmula aplicável) (se Observações Freguesias servidas com transportes públicos locais Sim/Não 2002 CESAP Confrontar com tema Mobilidade Freguesias servidas com posto ou estação de correios Freguesias com distribuição domiciliária de correio por frequência da distribuição Sim/Não 2002 CESAP - Frequência 2002 CESAP - Freguesias por disponibilidade de redes de telecomunicação móvel (nº de redes) Todas, duas, uma ou nenhuma 2002 CESAP - Freguesias servidas com internet Sim/Não 2002 CESAP - Ambiente & Conforto [equipamentos e serviços] Nesta rubrica incluem-se os indicadores referentes à satisfação das condições mínimas em termos de infraestruturação e serviços, consideradas básicas, para a de vida em sociedade. Desde os primeiros documentos internacionais de referência em matéria de U&OT que a necessidade de garantir às populações acesso a água potável, redes de saneamento e soluções de recolha e tratamento de resíduos, se estabelece como basilar. A existência destas redes e serviços, para além de assegurar os níveis de qualidade de vida básicos às populações, garantem a satisfação das condições de salubridade básicas necessárias para a garantia de existência de um ambiente qualificado. Neste ponto incluem-se a distribuição de água, as redes e serviços de recolha de águas residuais esgoto e os serviços de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos [RSU] lixo. Considerou-se os alojamentos servidos com electricidade e, partindo da média de habitantes por alojamento, a referência à população servida com este serviço, tendo-se procedido da mesma forma para a rede de esgoto. Havendo disponibilização de informação específica quanto à cobertura territorial das redes de recolha de águas residuais e para as redes de recolha de resíduos sólidos urbanos, procedeu-se à análise da cobertura territorial e das freguesias servidas, contemplando a percentagem de água residual cujo destino final é o tratamento e a frequência de recolha de resíduos sólidos urbanos, nas freguesias com este serviço, e a existência de recolha selectiva de resíduos sólidos urbanos. A temática apresentada nesta rubrica contempla dados que podem servir para alimentar a base de análise do território face ao ambiente. 97

98 Quadro 3 - Indicadores sobre equipamentos e serviços de Ambiente & Conforto incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Proporção de aloj com electricidade % 2001 aloj com electricidade / total de aloj x 100 Proporção servida electricidade pop com % 2001 Média de hab por aloj x aloj. servidos com electricidade / pop total x 100 Evolução da % pop servida com electricidade % ((pop media por aloj fam res hab_01 x aloj res habt servidos_01)/pop total 01 x100)-(pop media por aloj fam res hab_91 x aloj res habt servidos_91)/pop total 91 x100)) Evolução da % de fogos com electricidade % (Aloj com electricidade_01/aloj fam uso hab_91x100)-(aloj com electricidade_91/aloj fam uso hab_91x100) Proporção de aloj com Água canalizada Proporção pop servida com água canalizada % 2001 % 2001 aloj com Água canalizada / total de aloj x 100 Média de hab por aloj x aloj servidos com água canalizada x 100 Evolução da % pop servida com água canalizada % ((pop media por aloj fam res hab_01 x aloj res habt servidos_01)/pop total 01 x100)-(pop media por aloj fam res hab_91 x aloj res habt servidos_91)/pop total 91 x100)) Evolução da % de fogos com Água canalizada % (Aloj com água canalizada_01/aloj fam uso hab_91x100)-(aloj com água canalizada_91/aloj fam uso hab_91x100) Proporção de aloj com Sistema de Esgoto Proporção pop servida com sist esgoto % 2001 % 2001 aloj com Sistema de Esgoto / total de aloj x 100 Média de hab por aloj x n.º de aloj servidos com sist de esgoto / pop total x 100 Evolução da % pop servida com sist esgoto % ((pop media por aloj fam res hab_01 x aloj res habt servidos_01)/pop total 01 x100)-(pop media por aloj fam res hab_91 x aloj res habt servidos_91)/pop total 91 x100)) 98

99 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução da % de fogos com Sistema de Esgoto % (Aloj com sistema de esgoto_01/aloj fam uso hab_91x100)-(aloj com sistema de esgoto_91/aloj fam uso hab_91x100) Freguesias por cobertura do sistema público de águas residuais (esgoto) Intervalos 2002 CESAP Freguesias com sistema de tratamento de águas residuais (esgoto) e % da água residual tratada 0 e Intervalos 2002 CESAP Freguesias com sistema de recolha de resíduos sólidos urbanos e cobertura (%) desse serviço 0 e Intervalos 2002 CESAP Freguesias por frequência de recolha de resíduos sólidos urbanos Freguesias com recolha selectiva de resíduos sólidos urbanos Intervalos 2002 CESAP Sim/Não 2002 CESAP Desporto [equipamentos e serviços] A garantia de existência, e acessibilidade, a equipamentos e serviços de desporto e de cultura, surge nos documentos de referência europeus como um aspecto essencial para a promoção da qualidade de vida das populações. Neste campo a garantia de acesso a equipamentos e serviços culturais não foi incluída apresentando-se apenas a existência de equipamentos desportivos. A não inclusão dos equipamentos culturais relaciona-se com a dificuldade de assegurar ao nível da unidade territorial de referência a freguesia a contabilização da totalidade dos equipamentos e serviços de apoio à população que se consideram culturais. A dificuldade na recolha de informação da totalidade de equipamentos que se devem considerar como equipamentos culturais não permite que se assegure uma leitura conveniente pelo que, não deixando de referir a necessidade e pertinência da existência de um trabalho específico neste campo, não foram considerados indicadores na temática da cultura. 99

100 Os equipamentos desportivos surgem como espaços que permitem a actividade física das populações mas, também, o acesso a um conjunto de serviços e espectáculos no âmbito do desporto. Quadro 4 - Indicadores sobre equipamentos desportivos incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula aplicável) (se Observações Freguesias servidas com pelo menos um equipamento desportivo Sim/Não 2002 CESAP Saúde & Apoio Social [equipamentos e serviços] Este tipo de equipamentos surge como garantia da disponibilização de condições de vida às populações. No que respeita aos equipamentos de saúde incluímos dois indicadores que permitem entender a prestação de cuidados de saúde que são disponibilizados às populações. Incluíram-se o Indicador de freguesias por existência de equipamentos públicos e, em complementaridade, as freguesias por existência de pelo menos um equipamento de prestação de cuidados de saúde qualquer que seja a sua natureza público ou privado. Nesta rubrica incluímos ainda os serviços de apoio social, como garantia de um território solidário e que admite a convivência de várias gerações. Neste tema incluem-se os equipamentos de apoio à população infantil creches e jardins-de-infância e os equipamentos de apoio à população idosa lares e centros de dia. Os documentos europeus referem a questão demográfica como central para a política do U&OT alertando para a tendência de um envelhecimento da população pela fraca renovação mas também pela cada vez maior esperança média de vida - e para o cuidado que tem de ser dado à planificação territorial para enquadrar esta nova realidade na definição das acções a desenvolver no território. 100

101 Quadro 5 - Indicadores sobre equipamentos de saúde e apoio social incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Freguesias com pelo menos um equipamento público de prestação de cuidados de saúde (Hospital, Centro de Saúde ou sua extensão) Freguesias com pelo menos um equipamento público ou privado de prestação de cuidados de saúde (Hospital, Centro de Saúde ou sua extensão ou clínica) Sim/Não 2002 CESAP Sim/Não 2002 CESAP Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Freguesias servidas com creche Sim/Não 2002 CESAP Habitantes dos 0 aos 4 anos por Creche Hab/Eq e 2002 Habitantes dos 0 a 4 anos(2001) / Equipamento social Creche (2002) Freguesias servidas com equipamento de apoio social ao idoso (Centro de dia ou Lar) Sim/Não 2002 CESAP Habitantes com 80 e mais anos por equipamento social de apoio ao idoso (Lar ou Centro de Dia) Hab/Eq e 2002 Habitantes com 80 e mais anos(2001) / Equipamento social (Lar de Idosos+ Centro de dia) (2002) Segurança [equipamentos e serviços] A garantia de segurança é uma forma de possibilitar aos cidadãos condições para usufruírem do espaço urbano e os documentos de referência europeus são esclarecedores quanto à necessidade de garantir um território seguro (cf. CLRAE, 2004). Embora a segurança não se relacione apenas com a segurança física ou material dos cidadãos, incluindo um conjunto de factores que, mais relacionados com o ambiente, devem ser assegurados como a protecção contra catástrofes naturais neste ponto apenas se incluíram os dados referentes à existência ou inexistência de posto policial nas freguesias. Os dados disponíveis em Portugal face à criminalidade, nomeadamente quanto ao número de ocorrências, não permitem análises mais complexas do território face a esta realidade. Concordamos que a sensibilidade do tema poderá justificar a existência de reservas na disponibilização de alguma informação, nomeadamente que ponha em risco a segurança das comunidades, mas a inexistência de ocorrências, por tipo de ocorrência, ao nível da freguesia dado disponibilizado a nível nacional e em alguns casos do 101

102 concelho não permite assegurar uma análise da realidade verificada em termos de criminalidade e segurança. Por outro lado a indisponibilidade de dados referentes aos efectivos policiais e de outras forças como bombeiros, e os equipamentos disponíveis ao nível das freguesias ou pelo menos ao nível dos aglomerados não permite também a análise dos tempos de resposta ou dos raios de acção e população servida por estes serviços considerando também o tempo de resposta. Neste campo, da segurança, deveria incluir-se também a protecção civil e a prestação de cuidados de emergência médica, incluindo os tempos de resposta média, os dados da cobertura territorial e as ocorrências verificadas. Na impossibilidade de incluir estes dados apenas se incluiu a existência, ou inexistência, de posto policial na freguesia, que também não coloca em evidência a cobertura efectiva pois não haverá necessidade de todas as freguesias possuírem este tipo de equipamentos, antes a necessidade de serem servidas. Quadro 6 - Indicadores sobre equipamentos de segurança incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula aplicável) (se Observações Freguesias servidas com Posto Policial (PSP/GNR) Sim/Não 2002 CESAP Outros serviços de apoio [equipamentos e serviços] A necessidade de garantir, às populações, serviços que satisfaçam as suas necessidades é referenciada nos documentos europeus em matéria de U&OT e inclui vários itens na sua maioria já incluídos noutras rubricas. O acesso a serviços de comércio geral, que garantam ao cidadão o acesso a bens de consumo que suportam a sua vida, é um factor que influencia a qualidade de vida dos cidadãos, na medida em que permite aferir a comodidade que o espaço fornece aos sues utilizadores. Incluímos nesta rubrica a disponibilização de comércio de produtos alimentares, qualquer que seja a sua dimensão, permitindo ao cidadão o acesso a um conjunto variado de bens e produtos que satisfaçam as suas mais elementares necessidades. Foram analisadas as freguesias pela existência, ou inexistência, de pelo menos um hipermercado ou supermercado ou minimercado ou mercearia pois os níveis, e abrangência populacional e territorial, destes serviços varia consoante a dimensão do território em análise. 102

103 Quadro 7 - Indicadores sobre outros equipamentos e serviços de apoio incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula aplicável) (se Observações Freguesias com pelo menos um hipermercado, supermercado, minimercado ou mercearia Sim/Não 2002 CESAP Educação A necessidade de promover acesso a equipamentos e serviços educativos e de formação às populações é considerada fundamental pelos documentos de referência internacionais em matéria de U&OT. A CUE (CLRAE, 1992) coloca a educação como ponto essencial para a motivação da participação da população e para a melhoria das condições de desenvolvimento do território. No mesmo sentido a Carta de Leipzig (EU, 2007a), refere ser essencial a disponibilização de equipamentos e serviços que garantam a formação da população, nos diferentes níveis de ensino, referindo suplementarmente o papel importante que o investimento em I&D e a sua relação como o mundo empresarial no território apresenta para a promoção do desenvolvimento do território. Em Portugal, e ao nível da unidade estudada, são escassos os dados referentes à I&D. A referência ao Ensino Superior é também recente na estatística nacional havendo apenas dados para Estes factores impossibilitaram a inclusão de indicadores de referência em I&D e a verificação da evolução da população com formação de nível superior. Nesta rubrica incluímos dois aspectos essenciais para a análise dos factores educativos no âmbito do U&OT, as condições da população face ao nível de formação e a disponibilidade e população alvo servida com equipamentos educativos. Incluímos a população estado 2001 e evolução 1991/2001 face ao seu nível de formação, através do indicador da Taxa de analfabetismo absoluta considerando apenas os residentes com 10 e mais anos, a população que, com idade de ter concluído cada grau/nível de ensino, o detém, considerando apenas o ensino básico completo correspondente à escolaridade obrigatória e o ensino secundário. Como já referido não há dados evolutivos da população com ensino superior pelo que não foi incluído esse dado. No que respeita aos equipamentos incluímos a referência à disponibilização de equipamentos educativos, ao nível da freguesia, no mesmo agrupamento efectuado para a estratificação do nível formativo da população, isto é, apresentamos a disponibilização de equipamentos de ensino básico completo 1º, 2º e 3º ciclo, na freguesia de ensino secundário e de ensino superior juntando, para os equipamentos de ensino básico e secundário, os valores referentes à população alvo servida. Cada grau de ensino básico, 103

104 1º, 2º e 3º ciclos, apresenta características distintas que se relacionam com a capacidade de mobilidade da população alvo e que permitem agrupamentos territoriais maiores à medida que se aumenta o nível de ensino, justificando que, para o caso dos equipamentos de ensino e sua existência na freguesia, se tenham estratificado os equipamentos por ciclo. Fazendo parte do sistema educativo incluiu-se ainda o ensino pré-escolar e a existência de equipamentos de ensino superior, garantindo a visão da oferta nacional. Quadro 8 - Indicadores sobre educação incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula aplicável) (se Observações Taxa de analfabetismo % 2001 Evolução da taxa de analfabetismo % Pop com mais de 10 anos que não sabe ler nem escrever/ pop com mais de 10 anos (pop analfabeta com 10 ou mais anos /pop totalx ) - (pop analfabeta com 10 ou mais anos /pop totalx ) Proporção da pop com escolaridade obrigatória (3º ciclo do ens. Básico) no total de pop com 15 ou mais anos Evolução da % pop com escolaridade obrigatória (3º ciclo do ens. Básico) no total de pop com 15 ou mais anos % % pop com escolaridade obrigatória (3º ciclo do ens. Básico) / total de pop com 15 ou mais anosx100 (pop com 3º ciclo de ensino básico/pop com 15 ou mais anosx )-(pop com 3º ciclo de ensino básico/pop com 15 ou mais anosx ) Freguesias servidas com Escola do Ensino Básico 1º ciclo Sim/Não 2002 CESAP Habitantes dos 5 aos 9 anos por Equipamento Escola Básica 1º Ciclo Hab/Eq e 2002 Habitantes dos 5 a 9 anos(2001) / Equipamento Escola Básica 1º ciclo (2002) Freguesias servidas com Escola do Ensino Básico 2º ciclo Freguesias servidas com Escola do Ensino Básico 3º ciclo Sim/Não 2002 CESAP Sim/Não 2002 CESAP 104

105 Descritor Unidade Ano Fórmula aplicável) (se Observações Freguesias servidas com Ensino Básico Completo (1º, 2º e 3º Ciclos) Sim/Não 2002 CESAP Proporção da pop com ens secundário no total de pop com 20 ou mais anos Evolução da % pop com ens secundário no total de pop com 20 ou mais anos % 2001 % pop com ens sec/pop com 20 ou mais anosx100 (pop com ens sec/pop com 20 ou mais anosx100 em 2001)- (pop com ens sec/pop com 20 ou mais anosx100 em 1991) Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Freguesias servidas com Escola Secundária Sim/Não 2002 CESAP Proporção da pop com ensino superior no total de população com mais de 24 anos % pop com ensino superior / total de população com mais de 24 anos x100 Freguesias servidas com Ensino Superior Freguesias servidas com equipamento pré-escolar Sim/Não 2002 CESAP Sim/Não 2002 CESAP Habitantes dos 0 aos 4 anos por Equipamento Pré-escolar Hab/Eq e 2002 Habitantes dos 0 a 4 anos(2001) / Equipamento préescolar (2002) Edificado & Alojamentos [Habitação] Juntamos neste ponto dois factores relacionados, o edificado e os alojamentos, a considerar na análise do território. A CUE (CLRAE, 2004) evidencia a necessidade de, para além de garantir habitação condigna às populações, garantir a inclusão dos alojamentos em áreas tratadas e que se integrem de forma global na estrutura urbana. As referências internacionais são também incidentes na necessidade de garantir estruturas edificadas bem integradas no espaço urbano e que confiram segurança e bem-estar às populações. As estruturas edificadas são suporte para as actividades humanas, emprego e habitação. Para além de se apresentarem como estruturas físicas que ocupam o território, fazendo parte da morfologia urbana, aqui serão apenas referenciadas as características do 105

106 edificado em termos funcionais. A necessidade de estudar e entender a estrutura edificada surge nos documentos europeus de referência em vários momentos pois sendo central é transversal a vários temas a estudar. Uma das proeminentes matérias em termos de território nos documentos europeus é a necessidade de este ser polinucleado e permitir uma miscenização de funções que garanta o seu uso integrado. Os documentos de referência focam também a necessidade de garantir um desenho urbano integrado e esteticamente apelativo, no interesse da compatibilização de usos e de formas que as áreas apresentam. Conhecer o tipo características do edificado é também essencial para a determinação das acções a desenvolver para promover, ou a sua qualificação reabilitação ou a definição de novas aras de expansão podendo evidentemente encontrar-se soluções mistas de requalificação e expansão. Infelizmente a disponibilização de dados que permitam o entendimento das características físicas dos edifícios, nomeadamente no que respeita à necessidade de reparações, não permite uma análise profunda das condições de conservação dos edifícios, pelo que não a incluímos, embora consideremos importante. Para esta rubrica, no que respeita ao edificado, incluímos um conjunto de indicadores que nos permitem uma visão do estado e da evolução das estruturas edificadas, garantindo o entendimento das funções dos edifícios, da sua dimensão altura, número de alojamentos e o seu grau de envelhecimento. Conhecer a oferta de habitação que o território apresenta, incluindo as suas características, é essencial para que se garantam as acções necessárias a uma utilização regrada do território. Só através do conhecimento da oferta podemos adequar a futura expansão com base nas necessidades de áreas para a localização de edifícios com a função habitacional. A necessidade de disponibilizar habitação quer venda quer para arrendamento que permita acolher as famílias nas áreas urbanas é uma referência transversal aos documentos europeus em matéria de U&OT. Nesta rubrica, no que respeita à habitação, incluímos um conjunto de dados que nos permitem entender a ocupação dos alojamentos uso e número médio de habitantes os encargos que são imputados às famílias, quer na aquisição pagamento de empréstimos quer no arrendamento pagamento de renda e a tipologia dos alojamentos, incluindo a referência a alojamentos não clássicos vulgarmente apelidados de barracas que ainda se constituem como um dos problemas reais do espaço urbano europeu, em geral, e nacional, em particular. Como base para a determinação das necessidades gerais em termos de habitação são incluídos indicadores de disponibilidade de alojamentos por família, permitindo avaliar se a oferta existente embora não permita aferir a esta escala das reais condições físicas de habitabilidade que esse parque habitacional vago apresenta. 106

107 Quadro 9 - Indicadores sobre edifícios e alojamentos [habitação] incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Número de edifícios Evolução % do número de edifícios % (Nº total de edifícios Nº total de edifícios 2001)/ Nº total de edifícios 1991 x100 Proporção de edifícios existentes construídos há menos de 10 anos 2001 edifícios existentes construídos há menos de 10 / total de edifícios x 100 Índice de envelhecimento dos edifícios 2001 ((edifícios construídos + 40 anos/ edifícios const há menos de 10 anos)*100 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução da % de edifícios existentes construídos há menos de 10 anos % ((edif cosntr <10anos/edif tot)x )-((edif cosntr <10anos/edif tot)x ) Evolução do índice de envelhecimento dos edifícios Nº ((edifícios construídos + 40 anos/ edifícios const há menos de 10 anos)*100 [2001])-((edifícios construídos + 40 anos/ edifícios const há menos de 10 anos)*100 [1991]) - Proporção dos edifícios exclusivamente residenciais % 2001 edifícios exclusivamente residências / total de edif. X100 Evolução do peso dos edifícios exclusivamente residenciais % (Nº total de edifícios exclusiv residenciais 2001/total de edifícios 2001) - (Nº total de edifícios exclusiv residenciais 1991/Nº total de edifícios 1991) x100 Proporção dos edifícios não exclusivamente residenciais % 2001 edifícios não exclusivamente residenciais /total de edif. X100 Evolução do peso dos edifícios não exclusivamente residenciais % (Nº total de edifícios não exclusiv residenciais 2001/total de edifícios 2001) - (Nº total de edifícios não exclusiv residenciais 1991/Nº total de edifícios 1991) x100 Proporção dos edifícios com 1 piso % 2001 edifícios com 1 piso / total de edifícios x 100 Evolução do peso dos edifícios % (nº edif com 1 piso/nº de 107

108 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações com 1 piso 2001 edificiosx )-(nº edif com 1 piso/nº de edificiosx ) Proporção dos edifícios com 4 ou mais pisos % 2001 edifícios com 4 ou mais pisos / total de edifícios x 100 Evolução dos edifícios com 4 ou mais pisos % (nº edif com 4 ou + pisos/nº de edificiosx )-(nº edif com 4 ou + pisos/nº de edificiosx ) Proporção do peso dos edifícios com 1 Aloj % 2001 edifícios com 1 Aloj / total de edifícios x 100 Evolução do peso dos edifícios com 1 Aloj % (nº edif com 1 aloj/nº de edificiosx )-(nº edif com 1 aloj/nº de edificiosx ) Evolução do peso dos edifícios com 4 ou + Aloj % (nº edif com 4 ou + aloj/nº de edificiosx )-(nº edif com 4 ou + aloj/nº de edificiosx ) Proporção do peso dos edifícios com 4 ou + Aloj % 2001 edifícios com 4 ou + Aloj / total de edifícios x 100 Alojamentos familiares n.º Em tabela Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução do número de alojamentos familiares População por alojamento familiar clássico Evolução % da População por alojamento familiar clássico Nº médio de aloj familiares por família Evolução do nº médio de aloj familiares por família Proporção de alojamentos não clássicos Evolução do nº de alojamentos não clássicos (%) % Pop/aloj % n.º Nº % % (Aloj. fam aloj fam. 1991)/aloj fam 1991 x 100 Total da população/aloj fam clássico ((pop total_01/aloj fam uso hab_01)-(pop total_91/aloj fam uso hab_91))/(pop total_91/aloj fam uso hab_91)x100 (aloj familiar_01/n.º famílias_01)- (aloj familiar_91/n.º famílias_91) Aloj fam não clássicos/total de alojamentos x100 Aloj não clássicos 2001-aloj não clássicos 91/aloj n clássicos 91x

109 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução da % de alojamentos não clássicos no total de alojamentos Proporção de res hab ocupadas pelo proprietário Evolução da % de res hab ocupadas pelo proprietário Proporção de alojamentos ocupados pelo proprietário com encargos Evolução da % de alojamentos ocupados pelo proprietário com encargos % % % % % (Aloj não clássicos 01/aloj fam 01x100)-(Aloj não clássicos 91/aloj fam 91x100) Aloj res hab proprietário ocupante / total de aloj res hab x100 (Aloj ocupados pelo proprietário_01/aloj fam uso hab_01x100)-(aloj ocupados pelo proprietário_91/aloj fam uso hab_91x100) Aloj ocupados pelo proprietário com encargos / total de aloj. x100 (aloj Casa própria com encargo_91/aloj uso habitual ocupados pelo proprietário_91)x100)-(aloj casa própria com encargo_01/aloj uso habitual ocupados pelo proprietário_01x100) Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Encargo médio devido à aquisição de alojamentos familiares clássicos de residência habitual 2001 (alojamentos com encargos até 59,85 * 29,93 + alojamentos com encargos entre 59,86 e 99,75* 79,81 + alojamentos com encargos entre 99,76 e 149,63 * 124,70 + alojamentos com encargos entre 149,64 e 199,51 * 174,58 + alojamentos com encargos entre 199,52 e 249,39 * 224,46 + alojamentos com encargos entre 249,40 e 299,27 * 274,34 + alojamentos com encargos entre 299,28 e 399,03 * 349,16 + alojamentos com encargos entre 399,04 e 498,79 * 448,92 + alojamentos com encargos entre 498,80 e 598,55 * 548,68 + alojamentos com encargos superiores a 598,56 * 698,31) /alojamentos familiares clássicos de residência habitual ocupados pelo proprietário com encargos Proporção de aloj arrendados % Aloj arrendados/ total de aloj 109

110 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações x100 Evolução da % de aloj arrendadas Renda média de alojamentos familiares clássicos de residência habitual arrendados e subarrendados % (aloj Casa p ropria_91/aloj uso habitual_91)x100)-(aloj casa própria_01/aloj uso habitual_01x100) (alojamentos com rendas até 14,95 * 7,48 + alojamentos com rendas entre 14,96 e 24,93 * 19,95 + alojamentos com rendas entre 24,94 e 34,91 * 29,93 + alojamentos com rendas entre 34,92 e 59,85 * 47,38 + alojamentos com rendas entre 59,86 e 99,75 * 79,81 + alojamentos com rendas entre 99,76 e 149,63 * 124,70 + alojamentos com rendas entre 149,64 e 199,51 * 174,58 + alojamentos com rendas entre 199,52 e 249,39 * 224,46 + alojamentos com rendas entre 249,40 e 299,27 * 274,34 + alojamentos com rendas entre 299,28 e 399,03 * 349,16 + alojamentos com rendas entre 399,04 e 498,79 * 448,92 + alojamentos com rendas superiores a 498,80 * 598,55) /(alojamentos familiares clássicos de residência habitual arrendados e subarrendados) Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Proporção dos aloj de res habitual no total de aloj familiares Evolução da % dos aloj de res habitual no total de aloj familiares Proporção dos aloj de uso sazonal no total de aloj familiares Evolução da % dos aloj de uso sazonal no total de aloj familiares % % % % Aloj res hab /total de aloj fam x100 (Aloj res habitual 01/aloj fam 01x100)-(Aloj res habitual 91/aloj fam 91x100) Aloj de uso sazonal/total de aloj fam x100 (Aloj uso sazonal 01/aloj fam 01x100)-(Aloj uso sazonal 91/aloj fam 91x100) 110

111 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Proporção dos aloj vagos no total de aloj familiares % Aloj vagos/ total de aloj fam x100 Evolução da % dos aloj vagos no total de aloj familiares % (Aloj vagos 01/aloj fam 01x100)- (Aloj vagos 91/aloj fam 91x100) Emprego A política de coesão da União Europeia tem por base a disponibilização de postos de trabalho para a população, como forma de garantir a todos condições de promoção dos padrões de vida, numa Europa socialmente e territorialmente coesa. A política territorial da União Europeia assenta também na necessidade de disponibilizar condições para que sejam criados postos de trabalho que garantam o desenvolvimento das comunidades. Em U&OT o emprego é um factor que se relaciona com a disponibilização de condições para que as populações se movimentem tenham acesso aos postos de trabalho e, na política geral de multifuncionalidade, garantir as condições para que se instalem empresas e estruturas que promovam o emprego, enquadrando-se na área urbana de forma coerente e promovendo a utilização do território de forma integrada. Interessa nesta rubrica o entendimento da situação existente em termos de emprego da comunidade pois é essencial entender as principais características económicas da população para adequar as acções a desenvolver para a promoção de melhoria dessas condições num território integrador. Os indicadores incluídos permitem entender a estrutura do emprego e empregabilidade das unidades territoriais mas, pela falta de dados, pouco referem sobre a dinâmica empresarial e a necessidade de mão-de-obra ou, pelo contrário, pela necessidade de criação de emprego. 111

112 Quadro 10 - Indicadores sobre emprego incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução do peso da pop desempregada na população total Proporção da pop desempregada na população total Evolução do peso da pop empregada na população total Proporção da pop empregada na população total Proporção da pop empregada no sector primário no total de pop empregada Evolução da pop empregada no sector primário no total de pop empregada Proporção da pop empregada no sector secundário no total de pop empregada Evolução da pop empregada no sector secundário no total de pop empregada Proporção da pop empregada no sector terciário no total de pop empregada Evolução da pop empregada no sector terciário no total de pop empregada Proporção da pop cujo principal meio de vida é o trabalho no total da pop % % % % % % % % % % % (Pop desempregada/pop total x )-(Pop desempregada/pop total x ) pop desempregada /população total x 100 (Pop empregada/pop total x )-(Pop empregada/pop total x ) pop empregada / população total x 100 pop empregada no sector primário / total de pop empregada x 100 pop empregada sect primário/pop empregadax )-pop empregada sect primário/pop empregadax ) pop empregada no sector secundário / total de pop empregada x 100 pop empregada sect secundário/pop empregadax )-pop empregada sect secundário/pop empregadax ) pop empregada no sector terciário / total de pop empregada x 100 pop empregada sect terciário/pop empregadax )-pop empregada sect terciário/pop empregadax ) pop cujo principal meio de vida é o trabalho / total da pop x

113 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução do peso da pop cujo principal meio de vida é o trabalho no total da pop % (pop cujo trabalho é princ. Meio de vida/pop total)x100 em (pop cujo trabalho é princ. Meio de vida/pop total)x100 em 1991 Se há valores acima dos 100% indica que população não activa (por exemplo reformados) está a trabalhar (Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Proporção da pop cujo principal meio de vida é pensão/reforma no total da pop Evolução do peso da pop cujo principal meio de vida é pensão/reforma no total da pop Proporção da pop cujo principal meio de vida é subsídios (incluindo rend mínimo garantido 2001) no total da pop Evolução do peso da pop cujo principal meio de vida é subsídios (incluindo rend mínimo garantido 2001) no total da pop Proporção da pop cujo principal meio de vida é rendimentos de prop no total da pop Evolução do peso da pop cujo principal meio de vida é rendimentos de prop no total da pop Proporção da pop empregadora no total de pop empregada Evolução da pop empregadora no total de pop empregada % % % % % % % % pop cujo principal meio de vida é pensão/reforma / total da pop x100 (pop cujo pensão ou reforma é princ. Meio de vida/pop total)x100 em (pop cujo pensão ou reforma é princ. Meio de vida/pop total)x100 em 1991 pop cujo principal meio de vida é subsídios (incluindo rend mínimo garantido 2001) / total da pop x 100 (pop cujo subsídio é princ. Meio de vida/pop total)x100 em (pop cujo subsídio é princ. Meio de vida/pop total)x100 em 1991 pop cujo principal meio de vida é rendimentos de prop / total da pop x 100 (pop cujo rendimento prop é princ. Meio de vida/pop total)x100 em (pop cujo rendimento pro é princ. Meio de vida/pop total)x100 em 1991 pop empregadora / total de pop empregada x 100 (pop empregadora/pop empregada X )-(pop empregadora/pop empregada X ) 113

114 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Proporção da pop TCO no total de pop empregada % pop TCO / total de pop empregada x 100 Evolução da pop TCO no total de pop empregada Proporção da pop TCP no total de pop empregada Evolução da pop TCP no total de pop empregada Proporção da pop outros casos no total de pop empregada Evolução da pop. outros casos no total de pop empregada % % % % % (pop TCO/pop empregada X )-(pop TCO/pop empregada X ) pop TCP / total de pop empregada x 100 (pop TCP/pop empregada X )-(pop TCP/pop empregada X ) pop outros casos / total de pop empregada x 100 (pop outros casos/pop empregada X )-(pop outros casos/pop empregada X ) Famílias A estrutura familiar coloca-se ao nível da população como um factor essencial e transversal do estudo em U&OT. O entendimento da estrutura familiar permite a adequação das acções em prol da definição de condições para a habitação, serviços e equipamentos, indissociável do factor populacional. Nesta rubrica incluímos os dados referentes à evolução do número e à dimensão das famílias, pois permite entender as necessidades de programação habitacional, por um lado e, por outro, através do número e evolução, a definição de parâmetros coerentes de disponibilização de equipamentos e serviços ajustados às características dominantes mas nunca esquecendo e incluindo a integração plural que os documentos de referência europeus determinam na prossecução de um território coeso e inclusivo social, cultural e economicamente. 114

115 Quadro 11 - Indicadores sobre famílias incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Número de famílias clássicas n.º Em tabela Evolução do número de famílias clássicas % (n.º de fam n.º de fam. 1991) / famílias 1991) x 100 Evolução da dimensão média das famílias % (pop clássicas 1991/famílias 1991) 2001/famílias 2001)-(pop clássicas Dimensão média das famílias Evolução da proporção de famílias com 1 elemento Proporção de famílias com 1 elemento Evolução da proporção de famílias com 2 elementos Proporção de famílias com 2 elementos Evolução da proporção de famílias com 3 elementos Proporção de famílias com 3 elementos (Continua) Hab/fam % % %% % % % População/n.º de famílias (fam com 1 elemento/famíliasx ) - (fam com 1 elemento/famíliasx ) Fam. Com 1 elem./ total de fam (fam com 2 elementos/famíliasx ) - (fam com 2 elementos/famíliasx ) Fam. Com 2 elem./ total de fam (fam com 3 elementos/famíliasx ) - (fam com 3 elementos/famíliasx ) Fam. Com 3 elem./ total de fam 115

116 (Continuação do Quadro 11) Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução da proporção de famílias com 4 elementos Proporção de famílias com 4 elementos Evolução da proporção de famílias com 5 ou mais elementos Proporção de famílias com 5 ou mais elementos % % % % (fam com 4 elementos/famíliasx ) - (fam com 4 elementos/famíliasx ) Fam. Com 4 elem./ total de fam (fam com 5 ou + elementos/famíliasx ) - (fam com 5 ou + elementos/famíliasx ) Fam. Com 5 elem./ total de fam Mobilidade A política europeia, desde os anos 1970 (cf. EU, 1972) centra as suas preocupações na mobilidade nos espaços urbanos. A tentativa de garantir um território onde seja possível aceder, de forma plural, a equipamentos, serviços e outras estruturas existentes, assumese essencial na planificação do território. A aposta na utilização de transportes colectivos, eficientes e com qualidade, que reduzam o número de viaturas em circulação promovendo melhor ambiente e mobilidade está também dependente de uma política de planificação territorial eficaz. O tema Transportes surge assim em diferentes documentos europeus sobre a temática territorial como um dos principais problemas dos espaços urbanos. A aposta em novas tecnologias de comunicação pode, actualmente, reduzir significativamente a necessidade de movimentação das populações mas o congestionamento de tráfego é, ainda, um problema transversal a todo o território urbanizado da Europa. É então necessário que, em fase de análise, se entenda a forma como as populações se deslocam, os tempos médios dessas deslocações e os meios de transporte utilizados para que, através do planeamento, se promova a melhoria da mobilidade no território. Nesta rubrica incluímos os indicadores referentes a meios de transporte utilizados nos movimentos pendulares, tempos de deslocação e local de desenvolvimento das actividades na unidade ou fora dela. Este último aspecto permite entender se a área é um centro gerador ou receptor de população para desempenhar actividades, propiciando um panorama geral das alterações a realizar para promover a multifuncionalidade dos espaços aproximando as áreas de trabalho das áreas residenciais na tentativa de garantir às populações melhores condições de acederem à desejada qualidade de vida. 116

117 Quadro 12 - Indicadores sobre mobilidade incluídos no AP_PEUOT. Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações (% Habitantes que trabalham e Evolução da população que estudam na freguesia de reside e trabalha/estuda na % residência %Habitantes mesma freguesia que trabalham e estudam na freguesia de residência 1991) Proporção da população que reside e trabalha/estuda na mesma freguesia Evolução da população que reside mas trabalha/estuda fora da freguesia Proporção da população que reside mas trabalha/estuda fora da freguesia Evolução da população que reside mas trabalha/estuda fora da freguesia mas no concelho Proporção da população que reside mas trabalha/estuda fora da freguesia mas no concelho Evolução da população que reside mas trabalha/estuda fora do concelho Proporção da população que reside mas trabalha/estuda fora do concelho Proporção da pop por tempo de deslocação nenhum Evolução da % de pop por tempo de deslocação inferior a 15 minutos (30 minutos total) Proporção da pop por tempo de deslocação inferior a 15 minutos (30min) % 2001 % % 2001 % % 2001 % % 2001 % 2001 % % Pop que reside e trabalha ou estuda na mesma freguesia / total de população que reside e estuda x100 (% Habitantes que trabalham e estudam fora da freguesia %Habitantes que trabalham e estudam fora da freguesia 1991) Pop que reside mas trabalha ou estuda fora da freguesia / total de população que reside e estuda x100 (% Habitantes que trabalham e estudam noutra freguesia do concelho %Habitantes que trabalham e estudam noutra freguesia do concelho 1991) Pop que reside mas trabalha ou estuda fora da freguesia mas no concelho / total de população que reside e estuda x100 (% Habitantes que trabalham e estudam noutro concelho %Habitantes que trabalham e estudam noutro concelho 1991) Pop que reside mas trabalha ou estuda fora do concelho / total de população que reside e estuda x100 Pop cujo tempo nos mov pend é nenhum / total de população que tem mov pendulares x 100 % pop cuja deslocação é inferior a 15 min (30min total) % pop cuja deslocação é inferior a 15 min (30min total) 1991 Pop cujo tempo nos mov pend é inf a 15 min / total de população que tem mov

118 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações pendulares x 100 Pop cujo tempo nos mov pend Proporção da pop por tempo é entre 16 e 30 min / total de de deslocação entre 16 e 30 % 2001 população que tem mov minutos (30min a 1 hora) pendulares x 100 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução da % de pop por tempo de deslocação superior a 30 minutos (1 hora total) % % pop cuja deslocação é superior a 30 min (1h total) % pop cuja deslocação é superior a 30 min (1h total) 1991 Proporção de pop por tempo de deslocação superior a 30 minutos (1 hora total) % 2001 Pop cuja viagem casa-emprego ou escola é superior a 15 minutos / pop total com mov pend x 100 Evolução do tempo médio de deslocação da população que trabalha ou estuda (respondentes) numa ida para o local de emprego/estudo minutos Tempo médio 2001-tempo médio 1991 nota: os valores para 1991 param nos 60 minutos Tempo médio de deslocação da população que trabalha ou estuda (respondentes) numa ida para o local de emprego/estudo minutos 2001 (pop cujo tempo médio é inferior a 15 min x 7,5 min + pop cujo tempo é entre 15 e 30 minutos x 22,5 minutos + pop cujo tempo médio de deslocação é entre 30 e 60 min x 45 + pop cujo tempo é superior a 60 minutos x 60) / pop que tem mov pendulares Tempo médio de deslocação pendular casaemprego (duas viagens) da população residente minutos 2001 (n.º hab cujo tempo é nenhum x 0 + hab tempo 0-15 x 7,5 + hab tempo x 23+ hab tempo x 45+ hab tempo x 75+ hab tempo +90 x 90) )/ nº de respondentes Evolução da população que se desloca a pé nos mov. Pendulares % % pop 2001 desloca-se a pé nos mov. Pendulares - % pop 1991 desloca-se a pé nos mov. Pendulares Proporção da população que se desloca a pé nos mov. Pendulares % 2001 Pop que se desloca a pé nos mov pendulares / pop total com mov pend x

119 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Evolução da população que se desloca de transporte colectivo nos mov. Pendulares % % pop 2001 desloca-se transporte colectivo nos mov. Pendulares - % pop 1991 desloca-se transporte colectivo mov. Pendulares Proporção da população que se desloca de transporte colectivo nos mov. Pendulares Evolução da população que se desloca de transporte particular nos mov. Pendulares Proporção da população que se desloca de transporte individual nos mov. Pendulares % 2001 % % 2001 Pop que se desloca de transporte colectivo nos mov pendulares / pop total com mov pend x 100 % pop 2001 desloca-se transporte particular nos mov. Pendulares - % pop 1991 desloca-se transporte particular nos mov. Pendulares Pop que se desloca de transporte particular nos mov pendulares / pop total com mov pend x 100 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações Alteração do meio mais utilizado nas deslocações 1991/2001 Meio mais utilizado para as deslocações 2001 Meio mais utilizado para as deslocações 2001 Evolução do nº de viaturas em circulação nos mov pendulares Mudança Meio 2001 Meio 2001 % (1 - a pé; 2 Transporte particular; 3 transporte colectivo; 4 outro meio de onde de a pé para transporte privado; etc Codificado: a pé; Transporte Colectivo; Transporte Individual automóvel; outro Meio A maior parte dos respondentes utilizam este meio de transporte (n.º de viaturas em circulação mov pendulares n.º de viaturas em circulação mov pendulares 1991)/n.º de viaturas em circulação mov pendulares1991 x 100 Nos transportes colectivos incluíram-se os privados e públicos, qualquer que seja o meio de transporte. Nº de viaturas em circulação nos mov pendulares Evolução da média de ocupantes por viatura (automóvel) particular n.º ocupantes média de ocupantes por viatura nos mov. Pendulares média de ocupantes por viatura

120 Descritor Unidade Ano Fórmula (se aplicável) Observações nos mov. Pendulares 1991 Média de ocupantes por viatura (automóvel) particular n.º 2001 n.º de ocupantes de viatura particular (automóvel) / total de viaturas em circulação Síntese e enquadramento do território em análise Como enquadramento geral entendeu-se apresentar uma síntese de enquadramento da unidade territorial base para o AP_PEUOT, o território de Portugal Continental. Neste ponto estão incluídas breves análises descritivas das unidades territoriais que serviram de base ao AP_PEUOT e os dados referentes à população, densidade populacional e evolução populacional entre Estes dados surgem como factores de comparabilidade pois estabelecem-se como a base de referência dimensional comum entre os diferentes temas abordados, permitindo a comparabilidade e o ajuste das análises a uma referência geral, mensurável e comparável, quer entre unidades territoriais quer entre factores de análise diferentes. Portugal Continental possui uma área de ha divididos administrativamente em 18 Distritos, 278 Concelhos e 4037 Freguesias [em 2001] com uma população residente de habitantes. Em 1989, foram criadas Unidades Territoriais para fins Estatísticos [NUTS], com uma nomenclatura distinta da administrativa que respondia às exigências da política regional Comunitária (Cf. DL n.º 46/89 de 15 de Fevereiro). As NUTS apresentam três níveis de desagregação, o primeiro divide o território nacional em 3 grupos, Continente, Região Autónoma dos Açores e Região Autónoma da Madeira, havendo a NUT II, cinco para o Continente e uma para cada Região Autónoma e ao nível da NUT III 28 Unidades no Continente e uma para cada Região Autónoma. Em 2002 a configuração das NUTS do continente português foi alterada através do DL n.º 244/2002 de 5 de Novembro, muito devido à necessidade de ajustar as unidades territoriais com fins estatísticos base para a determinação das verbas disponíveis para financiamento Comunitário devido a alterações sócio-económicas no território nacional desde a primeira publicação. 120

121 Tabela 2 - Área (ha) e sua representação (%) em Portugal Continental por tipologia de freguesia e densidade Populacional 1991, 2001 e evolução , em Portugal continental e nas freguesias tipificadas. Área Densidade Populacional ha Proporção % hab./ha hab./ha hab./ha % Portugal (Continente) ,05 1,11 0,06 5,71 Freguesias Urbanas ,47 3,84 4,18 0,34 8,85 Freguesias Mediamente Urbanas 18,74 0,93 0,97 0,03 4,30 Freguesias Rurais ,80 0,27 0,25-0,02-7,41 Fonte: INE/DGOTDU 1998;INE, Censos 2001; CAOP, IGP, 2001 Em termos globais o território continental português apresenta uma densidade média de 1,11 hab/ha, em 2001, sendo maioritariamente ocupado em área por freguesias rurais que abrangem 63% da área total do território continental. A maior representação em área das freguesias rurais não é acompanhada de uma maior representação populacional destas unidades face às freguesias urbanas ou mediamente urbanas. Gráfico 2- Distribuição (%) da área territorial em 2001 em Portugal Continental e por tipo de freguesia. 18,47% 62,80% 18,74% Freguesias Urbanas Freguesias Mediamente Urbanas Freguesias Rurais Fonte: INE/DGOTDU 1998; CAOP, IGP

122 Tabela 3 - População residente em 1991, 2001, % de população por tipo de freguesia, evolução (%) da população e da proporção no tipo de unidade em Portugal Continental e por tipo de freguesia População N.º % N.º no total % % % Portugal (Continente) , ,00 5,26 - Freguesias Urbanas , ,70 8,80 3,36 Freguesias Mediamente Urbanas , ,37 3,69-1,50 Freguesias Rurais , ,93-8,04-12,64 Fonte: INE/DGOTDU 1998; INE, Censos 2001 Regista-se, no período 1991 e 2001, um crescimento da população portuguesa no continente de 5,3%. No que respeita à distribuição populacional por unidade tipificada, as freguesias urbanas apresentam um crescimento positivo de 3,36% passando a representar 70% da população do continente com um crescimento absoluto de 8,8% de população entre o período em análise. As freguesias mediamente urbanas evoluíram, no período 1991/2001, cerca de 3,6% embora apresentem uma redução, cerca de -1,5%, na representação populacional total em Portugal Continental, evidenciando um aumento populacional mas, muito devido a um aumento mais significativo das populações em áreas urbanas, perdendo representação no total populacional de Portugal Continental. Confirmando a tendência de concentração populacional nas áreas urbanas verificada ao nível Europeu (cf. EU, 2007b), as freguesias rurais apresentam uma perda de cerca de 8% da população entre 1991 e 2001 e uma redução de -12,6% na representação face às outras unidades territoriais em análise. 122

123 Gráfico 3 - Evolução (%) da população entre em Portugal continental por tipo de freguesia (%) ,80 5,26 3,69-8,04-10 Freguesias Urbanas Freguesias Mediamente Urbanas Freguesias Rurais Portugal (Continente) Fonte: INE/DGOTDU 1998; INE, Censos 2001 Quanto à evolução da densidade populacional (cf. Tabela 1), o aumento significativo que as freguesias urbanas apresentam face à média do continente, correspondente a mais de 50%. A tendência de evolução da densidade revela uma maior atracção das áreas urbanas entre 1991 e 2001, confirmado também pela representação populacional crescente que as freguesias urbanas representam face Às outras unidades. Verificou-se também um aumento, embora ligeiro, na densidade populacional das freguesias mediamente urbanas enquanto as freguesias rurais, contrariando essa tendência, apresentam uma redução na densidade populacional de -0,02 hab/ha. 123

124 Gráfico 4 - Evolução da densidade populacional em Portugal Continental e por tipo de freguesia entre 1991 e (hab./ha) 0 0,34 0,06 0,03-0, Freguesias Urbanas Freguesias Mediamente Urbanas Freguesias Rurais Portugal (Continente) Fonte: INE/DGOTDU 1998; INE, Censos 2001; CAOP, IGP O Mapa n.º 1 apresenta a Tipologia das freguesias portuguesas segundo a Deliberação n.º 488/98 (CSE, 1998) evidenciando uma tendência de concentração urbana na área litoral, essencialmente agrupada em torno de pólos urbanos importantes como são as Capitais de Distrito, as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, e algumas sedes de concelho. 124

125 Mapa 1 - Freguesias Portuguesas (2001) por tipologia urbana em Portugal Continental Fonte: INE/DGOTDU 1998; Base Cartográfica: CAOP, IGP

126 No Mapa 2 está representada a evolução (%) da população residente em Portugal Continental entre 1991 e Confirma-se a tendência de aumento populacional em torno das áreas mais urbanizadas enquanto as áreas rurais apresentam, na sua maioria, uma perda populacional no período. Os aglomerados urbanos maiores, como as Áreas Metropolitanas, Sedes de Distrito ou de Concelho, apresentam uma redução populacional enquanto as periferias imediatas desses núcleos apresentam, na sua maioria, Mapa 2 Evolução (%) da população residente entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Fonte: INE/DGOTDU 1998; Base Cartográfica: CAOP, IGP

127 Em matéria de densidade populacional repete-se a tendência verificada para a população, com a perda de densidade nas áreas rurais e nas áreas centrais mais urbanizadas, aumentando a densidade populacional nas áreas circundantes às unidades centrais em estudo, representando a expansão urbana verificada entre 1991 e Mapa 3 Evolução da densidade populacional (hab/ha) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Fonte: INE/DGOTDU 1998; Base Cartográfica: CAOP, IGP

128 A situação do Continente português relativamente à densidade populacional em 2001 evidencia a concentração junto das freguesias urbanas (cf. Mapa 4 e Mapa 1), essencialmente junto ao litoral e junto das unidades administrativas pertencentes às Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, Sedes de Concelho ou Capitais de Distrito Mapa 4 Densidade populacional (hab/ha) em 2001 em Portugal Continental Fonte: INE/DGOTDU 1998; Base Cartográfica: CAOP, IGP

129 Atlas de Portugal [Continental] conforme às políticas europeias em matéria de U&OT como suporte à prática do urbanismo - AP_PEUOT Com base no que foi exposto nos pontos anteriores, e tendo como referência os documentos europeus da política de U&OT, desenvolveu-se o Atlas de Portugal [Continental] conforme às políticas europeias em matéria de U&OT [AP_PEUOT] que apresenta a imagem do País quanto aos principais indicadores com referência às preocupações políticas da Europa em matéria de U&OT. A unidade de referência geográfica escolhida foi a freguesia por ser a mais pequena das unidades administrativas portuguesas L4 no sistema estatístico europeu. Esta escolha permite que os dados apresentados possam ser agrupados, formando unidades maiores, que possibilitem uma análise dos factores para Unidades administrativas como Aglomerados, Concelhos, Sub- Regiões, Regiões, ou outras, que congreguem territórios sem definição administrativa oficial e que sejam objecto de estudo no âmbito do U&OT. Para a construção do AP_PEUOT foram considerados os dados existentes ao nível da freguesia que, com base nos documentos europeus de referência, foram agrupados e disponibilizados, em tabela e gráfico, agrupados por tipologia das freguesias conforme à determinação do CSE (1998) -. Urbana, Mediamente Urbana e Rural. O conjunto de tabelas tem como objectivo disponibilizar informação complementar para o auxílio da leitura dos Mapas incluídos no AP_PEUOT Os Mapas produzidos são o resultado de uma selecção cuidadosa de entre cerca de 400 mapas elaborados com base nos dados estatísticos existentes e as preocupações existentes nos documentos europeus, assegurando a leitura dos dados e uma maior pertinência em matéria de U&OT. A ordenação dos Mapas observa os temas apresentados no ponto O AP_PEUOT pretende estabelecer-se como uma ferramenta de divulgação e análise do território nacional com base nas políticas europeias em matéria de U&OT. O AP_PEUOT é disponibilizado em formato digital disponibilizado no servidor de mapas da ULHT [ servindo como ferramenta dinâmica de divulgação dos resultados desta investigação. Nesta publicação não foram impressos os Mapas, devido à perda significativa de qualidade pela dimensão desta publicação que inviabilizaria a interpretação dos dados à escala de referência utilizada. Deixamos aqui uma lista com os mapas disponíveis, em formato digital em os mapas são acompanhados por tabelas e gráficos referentes aos dados trabalhados. No Servidor de mapas, pela disponibilização dos dados alfanuméricos. É possível a cada utilizador, com o recurso a ferramenta SIG a produção de mapas com unidade territorial mínima à Freguesia. 129

130 Evolução (%) da população residente entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da densidade populacional (hab/ha) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Densidade populacional (hab/ha) em 2001 em Portugal Continental Freguesias Portuguesas (2001) por tipologia urbana em Portugal Continental Freguesias portuguesas (Continente) por tipologia (INE/DGOTDU 1998) Evolução das áreas urbanas em Portugal Continental entre 1990 e 2001 com indicação da tipologia das freguesias Áreas urbanas em Portugal Continental em 2000, segundo a Carta Corine Land Cover 2000 (CLC 2000) com indicação da tipologia das freguesias Evolução (%) da população residente entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução (%) populacional entre 1990 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da densidade populacional (hab/ha) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da densidade populacional (hab/ha) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Densidade populacional (hab/ha) em 2001 em Portugal Continental Densidade populacional (hab/ha) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de novos residentes (5 anos) (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de novos residentes (5 anos) (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de novos residentes (5 anos) (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de novos residentes (5 anos) (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população entre os 0 e os 14 anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população entre os 0 e os 14 anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população entre os 0 e os 14 anos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população entre os 0 e os 14 anos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população em idade activa (15-64 anos) (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental - Evolução da proporção da população em idade activa (15-64 anos)28 (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população em idade activa (15-64 anos) (%) em 2001 em Portugal 130

131 Continental - Proporção da população em idade activa (15-64 anos) (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) - Evolução da proporção da população com 65 ou mais anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população com 65 ou mais anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população com 65 ou mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população com 65 ou mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida é o trabalho (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida é o trabalho (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população residente cujo principal meio de vida é o trabalho (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população residente cujo meio de vida é o trabalho (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida são subsídios (incluindo o Rendimento Mínimo Garantido para 2001) (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida são subsídios (incluindo o Rendimento Mínimo Garantido para 2001) (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população residente cujo principal meio de vida são subsídios (incluindo o Rendimento Mínimo Garantido para 2001) (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população residente cujo meio de vida são subsídios (incluindo o Rendimento Mínimo Garantido para 2001) (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida é pensão/reforma (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida é pensão/reforma (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população residente cujo principal meio de vida é pensão/reforma (%) em 2001 em Portugal Continental 131

132 Proporção da população residente cujo meio de vida é pensão/reforma (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida são rendimentos de propriedade ou empresa (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população residente cujo principal meio de vida são rendimentos de propriedade ou empresa (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população residente cujo principal meio de vida são rendimentos de propriedade ou empresa (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população residente cujo meio de vida são rendimentos de propriedade ou empresa (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população residente empregada (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população residente empregada (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população residente empregada (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população residente empregada (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população residente desempregada (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população residente desempregada (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população residente desempregada (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população residente desempregada (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população empregada no sector primário no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população empregada no sector primário no total de empregados (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população empregada no sector primário no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população empregada no sector primário no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população empregada no sector secundário no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental 132

133 Evolução da proporção da população empregada no sector secundário no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população empregada no sector secundário no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população empregada no sector secundário no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população empregada no sector terciário no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população empregada no sector terciário no total de empregados (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população empregada no sector terciário no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população empregada no sector terciário no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população empregadora no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população empregadora no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população empregadora no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população empregadora no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção dos trabalhadores por conta própria no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção dos trabalhadores por conta própria no total de empregados (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção dos trabalhadores por conta própria no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção dos trabalhadores por conta própria no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção dos trabalhadores por conta de outrem no total de empregados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção dos trabalhadores por conta de outrem no total de empregados (%)entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) 133

134 Proporção dos trabalhadores por conta de outrem no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção dos trabalhadores por conta de outrem no total de empregados (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da taxa de analfabetismo (na população com 10 e mais anos) (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da taxa de analfabetismo (na população com 10 e mais anos) (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Taxa de analfabetismo (na população com 10 e mais anos) (%) em 2001 em Portugal Continental Taxa de analfabetismo (na população com 10 e mais anos) (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população com pelo menos o ensino básico 3º ciclo completo na população alvo (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população com pelo menos o ensino básico 3º ciclo completo na população alvo29 (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população com pelo menos o ensino básico 3º ciclo completo na população alvo (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população com pelo menos o ensino básico 3º ciclo completo na população alvo 30 (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população com pelo menos o ensino básico 3º ciclo completo na população alvo, incluindo os habilitados com ensino superior (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população com pelo menos o ensino básico 3º ciclo completo incluindo a população habilitada com ensino superior31 na população alvo (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população com o 3º ciclo do ensino básico completo na população com 15 e mais anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção da população com o 3º ciclo do ensino básico completo na população com 15 e mais anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população com o 3º ciclo do ensino básico completo na população com 15 e mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população com o 3º ciclo do ensino básico completo na população com 15 e mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção da população com o ensino secundário completo na população com 20 e mais anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental 134

135 Evolução da proporção da população com o ensino secundário completo na população com 20 e mais anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população com o ensino secundário completo na população com 20 e mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população com o ensino secundário completo na população com 20 e mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção da população com o ensino superior completo na população com 25 e mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção da população com o ensino secundário completo na população com 20 e mais anos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução do número de famílias (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução do número de famílias (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da dimensão média das famílias (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da dimensão média das famílias (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Dimensão média das famílias (hab/fam.) em 2001 em Portugal Continental Dimensão média das famílias (hab/fam.) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de famílias com 1 elemento (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de famílias com 1 elemento (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de famílias com 1 elemento (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de famílias com 1 elemento (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de famílias com 3 elementos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de famílias com 3 elementos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de famílias com 3 elementos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de famílias com 3 elementos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de famílias com 5 ou mais elementos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental 135

136 Evolução da proporção de famílias com 5 ou mais elementos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de famílias com 5 ou mais elementos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de famílias com 5 ou mais elementos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução do número de edifícios (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução do número de edifícios (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Densidade de edifícios (edif./ha) em 2001 em Portugal Continental Densidade de edifícios (edif./ha) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de edifícios exclusivamente residenciais (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de edifícios exclusivamente residenciais (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de edifícios exclusivamente residenciais (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de edifícios exclusivamente residenciais (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de edifícios com um piso (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de edifícios com um piso (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de edifícios com um piso (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de edifícios com um piso (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de edifícios com quatro ou mais pisos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de edifícios com quatro ou mais pisos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de edifícios com quatro ou mais pisos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de edifícios com quatro ou mais pisos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de edifícios com um alojamento (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de edifícios com um alojamento (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de edifícios com um alojamento (%) em 2001 em Portugal Continental 136

137 Proporção de edifícios com um alojamento (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de edifícios com quatro ou mais alojamentos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de edifícios com quatro ou mais alojamentos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de edifícios com quatro ou mais alojamentos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de edifícios com quatro ou mais alojamentos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução do Índice de envelhecimento dos edifícios entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução do Índice de envelhecimento dos edifícios entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Índice de envelhecimento dos edifícios em 2001 em Portugal Continental Índice de envelhecimento dos edifícios em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de edifícios construídos há menos de 10 anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de edifícios construídos há menos de 10 anos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de edifícios construídos há menos de 10 anos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de edifícios construídos há menos de 10 anos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução do número de alojamentos familiares (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução do número de alojamentos familiares (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução Número médio de alojamentos familiares por família entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução Número médio de alojamentos familiares por família entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Número médio de alojamentos familiares por família em 2001 em Portugal Continental Número médio de alojamentos familiares por família em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da população por alojamento familiar clássico entre 1991 e 2001 em Portugal Continental 137

138 Evolução da população por alojamento familiar clássico entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) População por alojamento familiar clássico em 2001 em Portugal Continental População por alojamento familiar clássico 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução do número de alojamentos não clássicos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução do número de alojamentos não clássicos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares não clássicos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares não clássicos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares não clássicos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares não clássicos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de residência habitual (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares de residência habitual (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de uso sazonal ou secundário (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de uso sazonal ou secundário (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de uso sazonal ou secundário (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares de uso sazonal ou secundário (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares vagos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares vagos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares vagos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares vagos (%) em 2001 em Portugal Continental 138

139 por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com electricidade (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com electricidade (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com electricidade (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com electricidade (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com água canalizada (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com água canalizada (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com água canalizada (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com água canalizada (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com sistema de esgoto (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com sistema de esgoto (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com sistema de esgoto (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares de residência habitual servidos com sistema de esgoto (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante (%) em 2001 em Portugal Continental 139

140 Proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual arrendados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual arrendados (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de residência habitual arrendados (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares de residência habitual arrendados (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante com encargos de aquisição (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante com encargos de aquisição (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante com encargos de aquisição (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante com encargos de aquisição (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Encargo médio em habitação devido a aquisição de alojamentos familiares de residência habitual (%) em 2001 em Portugal Continental Encargo médio em habitação devido a aquisição de alojamentos familiares de residência habitual (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Encargo médio em habitação devido ao arrendamento de alojamentos familiares de residência habitual (%) em 2001 em Portugal Continental Encargo médio em habitação devido ao arrendamento de alojamentos familiares de residência habitual (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual T3 (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de alojamentos familiares de residência habitual T3 (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda na mesma freguesia de residência (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental 140

141 Evolução proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda na mesma freguesia de residência (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda na mesma freguesia de residência (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda na mesma freguesia de residência (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutra freguesia do concelho de residência (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutra freguesia do concelho de residência (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutra freguesia do concelho de residência (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutra freguesia do concelho de residência (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutro concelho que não o de residência (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutro concelho que não o de residência (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutro concelho que não o de residência (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda noutro concelho que não o de residência (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta a pé (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta a pé (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta a pé (%) em 2001 em Portugal Continental 141

142 Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta a pé (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta a pé (%) nas as unidades onde esse meio é mais utilizado em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta a pé (%) nas as unidades onde esse meio é mais utilizado em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transportes colectivos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transportes colectivos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transportes colectivos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transportes colectivos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transportes colectivos (%) nas unidades onde esse meio é mais utilizado em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transportes colectivos (%) nas unidades onde esse meio é mais utilizado em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transporte particular (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transporte particular (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transporte particular (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transporte particular (%) em 2001 em 142

143 Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transporte particular (%) nas unidades onde esse meio é mais utilizado em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola se movimenta de transporte particular (%) nas unidades onde esse meio é mais utilizado em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Alteração do meio de transporte mais utilizado pela população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Alteração do meio de transporte mais utilizado pela população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Meio de transporte mais utilizado pela população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola em 2001 em Portugal Continental Meio de transporte mais utilizado pela população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola gasta menos de 15 minutos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola gasta menos de 15 minutos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola gasta menos de 15 minutos (%) em 2001 em Portugal Continental Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola gasta menos de 15 minutos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola gasta mais de 15 minutos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa - trabalho/escola gasta mais de 15 minutos (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa -trabalho/escola gasta mais de 15 minutos (%) em 2001 em Portugal Continental 143

144 Proporção de população (respondente) que trabalha ou estuda que numa ida casa -trabalho/escola gasta mais de 15 minutos (%) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução do tempo médio que a população (respondente) que trabalha ou estuda gasta numa ida casa - trabalho/escola (min.) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução do tempo médio que a população (respondente) que trabalha ou estuda gasta numa ida casa - trabalho/escola (min.) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Tempo médio que a população (respondente) que trabalha ou estuda gasta numa ida casa - trabalho/escola (min.) em 2001 em Portugal Continental Tempo médio que a população (respondente) que trabalha ou estuda gasta numa ida casa - trabalho/escola (min.) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Tempo médio que a população (respondente) que trabalha ou estuda gasta numa ida e vinda casa -trabalho/escola (min.) (2x tempo médio de uma viagem) em 2001 em Portugal Continental Tempo médio que a população (respondente) que trabalha ou estuda gasta numa ida e vinda casa -trabalho/escola (min.) (2x tempo médio de uma viagem) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução do número de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola (n.º) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução do número de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola (n.º) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Número médio de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola por habitante (viaturas/hab.) em 2001 em Portugal Continental Número médio de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola por habitante (viaturas/hab.) em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Evolução da média de ocupantes de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental Evolução da média de ocupantes de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola (%) entre 1991 e 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) 144

145 Número médio de ocupantes de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola em 2001 em Portugal Continental Número médio de ocupantes de viaturas em circulação utilizadas pela população (respondente) que trabalha ou estuda numa ida casa - trabalho/escola em 2001 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias servidas com transporte público local em 2002 em Portugal Continental Freguesias servidas com transporte público local em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias servidas com posto ou estação de correios em 2002 em Portugal Continental Freguesias servidas com posto ou estação de correios em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias com distribuição de correio por frequência dessa distribuição em 2002 em Portugal Continental Freguesias com distribuição de correio por frequência dessa distribuição em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias com serviço de internet em 2002 em Portugal Continental Freguesias com serviço de internet em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por disponibilidade de redes móveis de telecomunicações em 2002 em Portugal Continental Freguesias por disponibilidade de redes móveis de telecomunicações em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de pelo menos um estabelecimento de venda de bens de consumo (hipermercado, supermercado, minimercado ou mercearia) em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de pelo menos um estabelecimento de venda de bens de consumo (hipermercado, supermercado, minimercado ou mercearia) em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de pelo menos um equipamento público de prestação de cuidados de saúde (hospital, centro de saúde ou sua extensão) em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de pelo menos um equipamento público de prestação de cuidados de saúde (hospital, centro de saúde ou sua extensão) em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de pelo menos um equipamento público ou privado de prestação de cuidados de saúde (hospital, centro de saúde ou sua extensão, clínica) em 2002 em Portugal Continental 145

146 Freguesias por existência de pelo menos um equipamento público ou privado de prestação de cuidados de saúde (hospital, centro de saúde ou sua extensão, clínica) 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de creche em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de creche em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Habitantes (média) entre os 0 e os 4 anos por creche nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental Habitantes (média) entre os 0 e os 4 anos por creche nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de pelo menos um equipamento de apoio à população idosa (centro de dia ou lar) em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de pelo menos um equipamento de apoio à população idosa (centro de dia ou lar) em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Habitantes (média) com mais de 80 anos por equipamento de apoio social aos idosos nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental Habitantes (média) com mais de 80 anos por equipamento de apoio social aos idosos nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de estabelecimento de ensino pré - escolar em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de estabelecimento de ensino pré - escolar em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Habitantes (média) entre os 0 e os 4 anos por estabelecimento de ensino pré - escolar nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental Habitantes (média) entre os 0 e os 4 anos por estabelecimento de ensino pré - escolar nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de estabelecimento do 1º ciclo do ensino básico em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de estabelecimento do 1º ciclo do ensino básico em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Habitantes (média) entre os 5 e os 9 anos por estabelecimento de ensino 1º ciclo do ensino básico nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental Habitantes (média) entre os 5 e os 9 anos por estabelecimentos de ensino 1º ciclo do ensino básico nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) 146

147 Freguesias por existência de estabelecimento do 2º ciclo do ensino básico em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de estabelecimento do 2º ciclo do ensino básico em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de estabelecimento do 3º ciclo do ensino básico em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de estabelecimento do 3º ciclo do ensino básico em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de estabelecimento do ensino básico completo (1º, 2º e 3º ciclos) em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de estabelecimento do ensino básico completo (1º, 2º e 3º ciclos) em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de estabelecimento do ensino secundário em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de estabelecimento do ensino secundário em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de estabelecimento do ensino superior em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de estabelecimento do ensino superior em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de (pelo menos um) equipamento desportivo em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de (pelo menos um) equipamento desportivo em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Habitantes (média) por equipamento desportivo nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental Habitantes (média) por equipamento desportivo nas freguesias com esse equipamento em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de posto de polícia (PSP/GNR) em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de posto de polícia (PSP/GNR) l em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência e cobertura do sistema público de águas residuais (esgoto) em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência e cobertura do sistema público de águas residuais (esgoto) em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) 147

148 Freguesias com sistema público de águas residuais (esgoto) e por existência de sistema de tratamento de águas residuais e proporção de água residual tratada (%) em 2002 em Portugal Continental Freguesias com sistema público de águas residuais (esgoto) e por existência de sistema de tratamento de águas residuais e proporção de água residual tratada (%) em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência e cobertura de sistema de recolha de resíduos sólidos urbanos em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência e cobertura de sistema de recolha de resíduos sólidos urbanos em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias com existência de sistema de recolha de resíduos sólidos urbanos e frequência dessa recolha em 2002 em Portugal Continental Freguesias com existência de sistema de recolha de resíduos sólidos urbanos e frequência dessa recolha em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) Freguesias por existência de sistema de recolha selectiva de resíduos sólidos urbanos em 2002 em Portugal Continental Freguesias por existência de sistema de recolha selectiva de resíduos sólidos urbanos em 2002 em Portugal Continental por tipo de freguesia (INE/DGOTDU 1998) 148

149 149

150 Conclusão Estabelecemos como ponto de partida desta tese a verificação da inclusão da temática do U&OT nas políticas internacionais com maior ênfase para a política europeia. As primeiras questões relativas ao U&OT por parte da política internacional surgem agregadas às preocupações ambientais na década de 1970 mas, devido à sua especificidade e implicações na vida dos cidadãos, inicia-se um debate mais específico quanto aos aglomerados urbanos e aos seus problemas no âmbito da ONU. A UE, na época CEE, introduz também as questões relacionadas com o urbanismo na discussão sobre o Ambiente do início da década de Em termos globais as preocupações políticas internacionais para com a questão do U&OT decorrem de uma tentativa de solucionar os problemas ambientais mas, como a temática é transversal a vários temas e sectores da sociedade, o debate das questões específicas do U&OT começa a destacar-se da questão ambiental, nomeadamente no que respeita ao problema das novas cidades, da geração de movimentos pendulares e da concentração humana em torno de grandes aglomerados. No início da década de 1980 o CE emite a Carta Europeia do Ordenamento do Território onde se evidencia a necessidade de estabelecer o ordenamento do território para que se promova a qualidade de vida das populações e a oportunidade de desenvolvimento social e económico, em respeito pelos valores e recursos culturais e naturais. Ainda com a temática ambiental como base, na década de 1980, a ONU divulga o Relatório de Brundtland (1987) onde o conceito de sustentabilidade, suportado na necessidade de viver com qualidade no presente sem hipotecar a possibilidade de no futuro as novas gerações viverem, também, com padrões de qualidade satisfatórios. O conceito de sustentabilidade começa a difundir-se e, pela dimensão transversal do relatório, diferentes áreas do conhecimento incluem nas suas metodologias e práticas os conceitos de sustentabilidade. Com a necessidade de estabelecer Planos de Acção para a melhoria das condições e da qualidade de vida das populações a Cimeira do Rio, em 1992, foi responsável pela divulgação das políticas de sustentabilidade e para os alertas referentes à necessidade de utilização racional e equilibrada dos recursos naturais. Com a crescente preocupação na forma como os seres humanos utilizam os recursos evidenciase a necessidade de Planear de forma coerente e coordenada o território, assumindo-o como parte central na política internacional. A ONU, essencialmente a partir da década de 1990, reconhece que o U&OT são essenciais para a melhoria da qualidade de vida das populações colocando, como ponto central da sua estratégia para o ano 2000 e futuro, a necessidade de encontrar soluções para dignificar a vida humana numa sociedade que, cada vez mais, se estabelece em torno de grandes aglomerados. Verifica-se que a ONU, ao longo do seu percurso, na tentativa de melhoria das relações entre os Povos, estabeleceu como garante da vida humana a necessidade de cuidar convenientemente dos aglomerados e da relação entre as áreas urbanas e as áreas rurais. As preocupações da ONU, muito incidentes na 150

151 questão da igualdade no acesso a qualidade de vida, deixaram em aberto, nos países mais desenvolvidos, e nomeadamente na política europeia, um espaço de reflexão sobre a implicação do território no desenvolvimento. Em síntese os principais documentos da ONU que se relacionam directamente com o U&OT, podem ser observados no esquema seguinte. Figura 2 - Os principais documentos da ONU com referência ao U&OT, após 1970, por década. Na política europeia verificamos que a temática do U&OT se iniciou com as preocupações ambientais, a partir da Cimeira de Paris, mas com uma maior incidência nas problemáticas urbanas, nomeadamente no que respeita aos problemas dos transportes e da mobilidade urbana seguindo as preocupações europeias sobre a matéria iniciadas ainda no decorrer da década de 1960 e também sobre a temática do crescimento urbano na Europa que, devido ao êxodo rural, alterava significativamente a forma de utilizar o território, obrigando a uma reflexão profunda sobre os aspectos que condicionavam a vida dos cidadãos europeus. A União Europeia introduziu a questão urbana na temática do ambiente até ao início da década de 1990 que marca o início da preocupação da UE em matéria mais específica do U&OT. A definição de uma estratégia política que incida no âmbito do U&OT, assumindo-o como ponto essencial para o desenvolvimento das comunidades surgiu com a Cimeira de Lisboa de 1999 onde os objectivos definidos originaram a delineação de uma estratégia que tem o território como ponto central na coesão social e económica da Europa. Com esta perspectiva a política da União Europeia o U&OT é central. O ano 2007 marcou o momento em que o Território se assume essencial, sendo definida a Agenda Territorial da União Europeia que, estando em discussão desde a década de 1990, se estabelece como a posição oficial da política da União em matéria de U&OT, aclamando uma Europa coesa económica, social e culturalmente onde o território é o centro. A questão da coesão territorial da Europa reclama a utilização racional dos recursos e a 151

152 definição de princípios que estabeleçam relações entre as áreas rurais e as áreas urbanas, motivando a utilização equilibrada do território, apoiada na multifuncionalidade e no policentrismo das actividades. Figura 3 - Os principais documentos da UE com referência ao U&OT, após 1970, por década Ao nível Europeu também o Conselho da Europa detém um papel preponderante para a consolidação das políticas europeias em matéria de U&OT. Através de uma campanha sobre a Renascença Urbana o CE debate as questões das cidades e, essencialmente, as principais temáticas que condicionam a qualidade de vida das populações. Em 1983, no âmbito do grupo de trabalho que se dedica às questões do U&OT, foi assinada, como posição política oficial do CE, a Carta Europeia do Ordenamento do Território que referia a necessidade de incluir processos participativos, partilha de responsabilidades entre as entidades com poder sobre o território, assume-se como o primeiro documento de referência em matéria de U&OT. É uma posição política importante que abre um novo caminho nas questões políticas sobre o U&OT que, apenas passados 20 anos é seguido pela União Europeia com a emissão dos recentes tratados de Leipzig e a Agenda Territorial da União Europeia. A campanha sobre a Renascença Urbana, que decorreu durante a década de 1980, resultou na publicação da Carta Urbana Europeia, do CE, que em 1992 se estabelecia como a posição oficial do Conselho face às problemáticas do urbanismo em forma de Guia Metodológico que conduzia as autoridades locais nos processos conducentes à disponibilização de uma cidade mais conducente à vida qualificada das populações. A Carta Urbana Europeia estabelece-se como uma Carta de Direitos e Garantias para os residentes das cidades europeias. 152

153 Figura 4 - Os principais documentos do CE com referência ao U&OT, após 1970, por década De forma geral as políticas internacionais são coincidentes no que respeita às principais preocupações que transpõem. Num primeiro momento quer na ONU quer na União Europeia, as preocupações com o U&OT surgem com as preocupações em matéria de ambiente. Nos anos 1980 o Conselho da Europa incide com maior ênfase na questão do U&OT colocando esta temática num lugar de destaque onde o ambiente é incluído nas preocupações, como mais um factor, mas o U&OT surgem como essenciais para que se estabeleça um Território qualificado. Os anos 1990 são marcados por um conjunto de reflexões e estudos sobre o U&OT, principalmente pela União Europeia, enquanto o CE emite a Carta Urbana Europeia que estabelece os Direitos Urbanos para os Cidadãos das cidades europeias. Esta década foi também importante pois a ONU, na Cimeira da Terra, estabelece os princípios da sustentabilidade e da participação, partindo do Relatório de Brundtland (1987), que trazem à política internacional a necessidade de incluir políticas de participação da população na planificação e na gestão dos objectivos e actividades para o território, e da necessidade de assegurar as condições para a promoção da qualidade de vida dos habitantes, no respeito e valorização dos recursos naturais e culturais, e permitindo às gerações futuras uma vida qualificada. As três instituições incidem actualmente nas mesmas temáticas seguindo uma estratégia de reconhecimento mútuo das decisões tomadas no âmbito de cada uma. Em matéria de U&OT as políticas internacionais incidem essencialmente na necessidade de garantir a participação das populações nos processos de decisão e planificação do território, assegurando que se respeitam os valores existentes para a promoção da qualidade de vida das populações em qualquer estágio do seu desenvolvimento. 153

154 Figura 5 - Resumo dos principais documentos da ONU, UE e CE com referência ao U&OT, após 1970, por década. Em resumo podemos entender que a política internacional sobre urbanismo e ordenamento do território passou de considerar o território como um somatório de factores que, resolvidos, permitiam a qualidade de vida das populações para, no novo milénio, ser considerada a necessidade de entender o território na complexidade dos factores que o afectam, promovendo um espaço coeso e equilibrado para que se garanta a qualidade de vida das populações. Figura 6 - Da dispersão à coesão. As políticas de U&OT do Século XX ao Século XXI Fonte: Elaboração própria,

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