A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS INDÍGENAS NO BRASIL
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- Joana Peixoto Palma
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1 A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS INDÍGENAS NO BRASIL Patricia Damasceno Fernandes 1 damasceno75@gmail.com Natalina Sierra Assêncio Costa 2 natysierra2011@hotmail.com RESUMO: a preservação da cultura de um povo depende do mantimento de suas ideologias, tradições, costumes e principalmente sua língua materna. Na língua está presente a história de um povo, como os antepassados se comunicavam, como nomeavam os seres e as coisas a sua volta, as lendas e crenças que motivaram suas vidas, e que como forma de identidade nacional deve ser passada de geração a geração. Os índios são um dos povos que assim como nós querem a preservação de sua língua, no entanto o que acontece na atualidade é a morte das línguas indígenas e não apenas delas, mas da tradição, pois são diversas vezes pressionados a negar sua cultura para poder ter melhores oportunidades e serem mais aceitos em sociedade não índia. Por falta de terras são obrigados a irem para as cidades e lá é que pressionados acabam deixando de praticar suas tradições, pelo preconceito da própria sociedade. Ao estudar sobre algumas tribos no Brasil é observável que a língua indígena raramente é falada por indivíduos jovens, sendo a maioria dos falantes de mais idade. Por isso neste trabalho discorreremos sobre a importância das línguas indígenas em nosso país para tentar preservar o que ainda restou dessa tradição e fazer a pessoas a conhecerem e apreciá-la. PALAVRAS-CHAVE: Línguas indígenas. Importância. Preservação. RESUMEN: la preservación de la cultura de un pueblo depende de mantener sus ideologías, tradiciones, costumbres y sobre todo su lengua materna. En el idioma es presente: la historia de un pueblo, como los antepasados se comunicavan, como se nombrava los seres y las cosas que los rodeava, leyendas y creencias que motivan a sus vidas, y que como una forma de identidad nacional se debe pasar de generación en generación. Los indios son uno de los pueblos que así como nosotros quieren preservar su lengua, sin embargo lo que sucede hoy en día es la muerte de las lenguas indígenas y no sólo de ellas, pero de la tradición, porque varias veces fueran presionados a negar su cultura para teneren mejores oportunidades y seren más aceptados en la sociedad no indígena. Por falta de tierra están obligados a ir a las ciudades y por la presión absoluta terminan dejando de practicar sus tradiciones motivados por los prejuicios de la sociedad. Al estudiar acerca de algunas tribus en Brasil se observa que la lengua indígena es raramente hablada por personas jóvenes, la mayoría de los hablantes son más viejos. Así que en este artículo vamos a analiza la importancia de las lenguas indígenas en nuestro país para tratar de preservar lo que aún queda de esta tradición y hacer que la gente sepa y la aprecian. PALABRAS CLAVE: Las lenguas indígenas; Importancia; Preservación. 1 Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) 2 Professora Doutora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
2 1. Introdução Na época do descobrimento do Brasil de acordo com McCleary (2007) estima-se que existia cerca de línguas indígenas diferentes espalhadas por todo o país, atualmente permanecem apenas 15% (175) deste valor que sobreviveu a exterminação dos povos e que ainda sofre com o descaso da sociedade, gerada pela falta de conhecimento e preconceito. O Brasil é um país de grande diversidade linguística e é tarefa da sociolinguística estudar essa diversidade, registrar línguas que ainda não foram estudadas, mostrar para a sociedade o valor e importância delas e com isso minimizar o preconceito social em relação às diferentes línguas. Se pensarmos apenas em quantas línguas indígenas foram extintas sem antes terem sido estudadas e registradas, talvez não conseguiremos agir a tempo de impedir a extinção do que restou da tradição de um povo que faz parte de nossas raízes étnicas. De acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 37,4% dos brasileiros que se declararam como índios falam a língua de sua etnia e somente 17,5% desconhecem o português. O censo também mostrou que 42,3% dos índios brasileiros já não vivem em suas reservas e que 36% se estabeleceram em cidades. Dos indígenas que não estão nas reservas, apenas 12,7% falam sua língua. A morte das línguas indígenas acarreta outros fatores que também trazem impacto na tradição desse povo como a extinção de conhecimentos culturais, as histórias e lendas de antepassados, ensinamentos a respeito de ervas medicinais, crenças e cerimônias tradicionais. A ideologia que é o conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo aos poucos se perde quando a língua deixa de estar em plena atividade. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
3 A Língua Portuguesa possui grande variabilidade, essa diferença entre as realizações de falas é visível se compararmos pessoas de diferentes regiões, falantes inseridos em diferentes situações podendo usar registros informais e formais, falantes de gêneros, idades, escolaridade e classes diferentes possuem realizações também diferentes. Nossas tradições variam de região para região do país. Os índios possuem também essas características tanto na língua quanto nas tradições. As línguas indígenas são adequadas à expressão comunicativa de acordo com cada realidade vivenciada por seus falantes. Para a sociolinguística não existe língua melhor ou pior, o que existe é a diversidade linguística, pesquisar e descrever esta diversidade trás resultados mais ricos e importantes para a sociedade, porque por meio dos estudos sociolinguísticos os indivíduos ampliarão seus conhecimentos a respeitos de línguas e culturas diferentes, minimizando assim as concepções sociais preconceituosas. 2. As Línguas Indígenas Os historiadores contam que o continente americano antes da chegada dos colonizadores tinha por volta de milhões de índios. No Brasil os índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco linguístico ao qual pertenciam: Tupi-guaranis (região do litoral); Macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central); Aruaques (Amazônia); Caraíbas (Amazônia). A explicação para a diversidade de línguas indígenas é a mesma das demais línguas do mundo. O Linguística brasileiro Aryon Dall'Igna Rodrigues em seu livro Línguas brasileiras explana que as línguas possuem tendência a uma constante Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
4 alteração, que é balanceada pela necessidade de ajuste entre os falantes de uma mesma comunidade para manter a comunicação explícita. Quando uma comunidade humana de divide em duas ou mais comunidades, o contato entre as pessoas passa a ser mais reduzido, aumentando a diferenciação linguística e diminuindo a necessidade de ajustes entre as comunidades. A partir do momento em que as comunidades passam a não ter contato nenhum entre os indivíduos, se distanciando no espaço geográfico desaparece a necessidade de ajuste comunicativo entre elas, as alterações linguísticas não são reajustadas em comum e sim separadamente se transformando em línguas cada vez mais diferentes. Mesmo sendo diferentes as línguas indígenas possuem a mesma capacidade das demais seis mil línguas existentes no mundo: a capacidade de comunicar-se pela linguagem. Apesar das diferenças é possível encontrar semelhanças entre algumas línguas indígenas, no entanto a semelhança vai desaparecendo ao longo dos anos, o que torna tão complexo o estudo que busca descrever a qual língua mãe pertence as línguas atuais. O que motivou a morte de muitas línguas indígenas na época do descobrimento foram as campanhas de extermínio a escravização de índios, o colonizador além de roubar a liberdade dos nativos os impedia de falar sua língua materna e continuar seguindo suas tradições. Atualmente as línguas indígenas continuam morrendo, e o que motiva isso é a desvalorização da cultura indígena, os mais jovens não aprendem com os mais idosos a manter a língua viva. Em busca de melhores condições de vida muitos índios vão para os grandes centros urbanos e simplesmente escondem sua origem para não serem descriminados pela sociedade não índia. É de grande importância a conscientização tanto da sociedade indígena quanto não indígena a respeito da emergência de preservar a cultura de se manter as línguas Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
5 indígenas em atividade e renovação, o ideal seria que as crianças indígenas aprendessem na escola as duas línguas: a de sua etnia e Língua Portuguesa. Existem tribos que mantém de maneira firme sua cultura e língua, e criam escolas que ensinam os pequenos indígenas as duas línguas e não apenas isso, eles continuam com as cerimônias tradicionais e explicam as novas gerações o valor de passar isso para as gerações futuras. Além disso, há também tribos que são extremamente fechadas e que não dominam a Língua Portuguesa, não tendo contato nenhum com a sociedade não índia, para preservação tanto da integridade dos membros das tribos quando a defesa das tradições. No entanto não é grande a quantidade de etnias que conseguem proteger e sustentar suas tradições e isso é preocupante porque causa problemas sociais que se refletem nos estudos linguísticos. 2.1 A classificação das línguas indígenas no Brasil Desde o século XVI começaram as tentativas de classificar as línguas indígenas existentes no Brasil, Renato Nicolai (1997 apud Aryon 1996) classifica as línguas indígenas brasileiras em três grupos: Tronco Tupí, Troco Macro-Jê e Famílias linguísticas não filiadas ao tronco tupi ou ao tronco macro-jê como podemos ver nas tabelas abaixo: TRONCO TUPÍ FAMÍLIAS LÍNGUAS DIALETOS Akwáwa Parakanã Suruí do Tocantins FAMÍLIA TUPÍ-GUARANÍ Amanayé Anambé Apiaká Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
6 Araweté Asuriní do Xingu Asurini do Tocantins Avá-Canoeiro Guajá Guarani Kaiowá Mbyá Nhandéva Kaapór (Urubu-Kaapór) Kamayurá Kayabí Kawahíb Kokáma Parintintin Diahói Juma Karipúna Tenharin Uru-Eu-Wau-Wau Kokáma Omágua (Kambeba) Língua Geral Amazônica (Nheengatú). É Amazônica para distinguir da outra Língua Geral, a Paulista, agora já extinta; Nheengatú é um nome um tanto artificial, que lhe deu o Gen. Couto de Magalhães em seu livro O selvagem, de Tapirapé Tenetehára Guajajara Tembé Wayampí (Waiãpi, Oiampi) Xetá Zo é (Puturú) FAMÍLIA ARIKÉM FAMÍLIA AWETÍ FAMÍLIA JURUNA FAMÍLIA MAWÉ FAMÍLIA MONDÉ Karitiána Awetí Juruna (Yuruna) Xipaia Mawé (Sateré-Mawé) Aruá Cinta-Larga Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
7 Gavião (Ikôro) Mondé Suruí (Paitér) Zoró FAMÍLIA PUROBORÁ FAMÍLIA MUNDURUKÚ FAMÍLIA RAMARAMA Puroborá. É um povo de cuja língua há documentos dos anos 20 (Koch-Grünberg) e dos anos 50 (W. Hanke) e de que há ainda alguns remanescentes dispersos de Porto Velho até o Guaporé (RO/MT). A equipe do Setor Lingüístico do Museu Goeldi tem feito contato com alguns e gravado dados lingüísticos) Kuruáya Mundurukú Káro (Arara) Ajurú (Wayoró) Makuráp FAMÍLIA TUPARÍ Mekém Sakirabiár Tuparí TROCO MACRO-JÊ FAMÍLIAS LÍNGUAS DIALETOS FAMÍLIA BORÓRO FAMÍLIA KRENÁK FAMÍLIA GUATÓ Boróro Umutina Krenák Guató Akwén Xakriabá Xavánte Xerénte FAMÍLIA JÊ Apinayé Kaingáng Kayapó Kaingáng do Paraná Kaingáng Central Kaingáng do Sudoeste Kaingáng do Sudeste Gorotíre Kararaô Kokraimoro Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
8 Panará (Kren-akore, Kren-akarore) Kubenkrankegn Menkrangnoti Mentuktíre (Txukahamãe) Xikrín Suyá Timbira Tapayúna Canela Apaniekra Canela Ramkokamekra Gavião do Pará (Parkateyé) Gavião do Maranhão (Pukobiyé) Krahô Krenjê (Kren-yé) Krikatí (Krinkati) Xokléng (Aweikóma) Javaé FAMÍLIA KARAJÁ Karajá Xambioá FAMÍLIA MAXAKALÍ FAMÍLIA OFAYÉ FAMÍLIA RIKBAKTSÁ FAMÍLIA YATÊ Maxakalí Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe (já não falam mais suas línguas) Ofayé (Opayé, Ofayé-Xavante) Rikibaktsá (Erikpksá) Yatê (Iatê, Fulniô, Carnijó) FAMÍLIAS LINGUÍSTICAS NÃO FILIADAS AO TRONCO TUPI OU AO TRONCO MACRO-JÊ FAMÍLIAS LÍNGUAS DIALETOS FAMÍLIA AIKANÁ Aikaná (Masaká, Kasupá) Banawá-Yafi Dení Jarawára FAMÍLIA ARAWÁ Kanamantí Kulína Paumarí Yamamadí Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
9 Suruahá (Zuruahá) Apurinã (Ipurinã) Baníwa do Içana (cf.sasha) Baré Kampa (Axininka) Mandawáka Mehináku Palikúr Paresí (Arití, Haliti) FAMÍLIA ARÚAK (Arawak, Maipure) Piro Manitenéri Maxinéri FAMÍLIA GUAIKURU FAMÍLIA IRANXE FAMÍLIA JABUTÍ FAMÍLIA KANOÊ FAMÍLIA KARIB Salumã (Enawenê-Nawê) Tariana Terena (Tereno) Wapixana Warekena (cf Sasha) Waurá Yawalapití Kadiwéu Iránxe (Mynky) Arikapú Jabutí (Jeoromitxí) Kanoê (Kapixaná) Aparaí (Apalaí) Arara do Pará Bakairí Galibí do Oiapoque Hixkaryána Ingarikó (Kapóng) Kalapálo Kaxuyána Yurupari-Tapúya (Iyemi) Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
10 Kuikúru Makuxí Matipú Mayongong (Makiritáre, Yekuána) Nahukwá (Nafukwá) Taulipáng (Pemóng) Tiriyó (Tirió, Trio) Txikão (Ikpeng) Waimirí (Waimirí-Atroarí) Warikyána Wayána Wai-Wai Kanamarí FAMÍLIA KATUKíNA Katawixí Katukina do rio Biá (Pedá Djapá) Txunhuã-Djapá (Tsohom-Djapá) FAMÍLIA KOAZÁ (KWAZÁ) FAMÍLIA MÁKU Koazá (Koaiá) Máku Bará (Makú-Bará) Dow (Kamã) FAMÍLIA MAKÚ Guariba (Wariía-tapúya) Húpda Nadab Yuhúp FAMÍLIA MURA FAMÍLIA NAMBIKWÁRA Mura Pirahã Nambikwara do Norte Nambikwara do Sul Tawandê Lacondê Latundê Mamaindê Negarotê Galera Kabixí Mundúka Nambikwára do Campo Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
11 Sabanê Amawáka (estes índios vivem no Peru, não é certeza se alguns vivem no Brasil) Katukina do Acre (Xanenawá) (cf.aguiar) Kaxararí Kaxinawá Korúbo FAMÍLIA PANO Marúbo Matís Matsé (Mayoruna) Nukini Poyanáwa Yamináwa Yawanáwa FAMÍLIA TRUMÁI FAMÍLIA TIKÚNA Trumái Tikúna Arapaço Bará Desána Karapanã Kubewa (Kubeo) FAMÍLIA TUKANO Makúna Pirá-Tapuya (Waíkana) Siriáno Tukano Tuyúka Wanano Orowari FAMÍLIA TXAPAKÚRA Torá Urupá Warí (Pakaanova) FAMÍLIA YANOMAMI Ninam Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
12 Sanumá Yanomám Yanomami 3. Extinção das Línguas Indígenas Os inúmeros eventos organizados com a temática de levar ao conhecimento tanto de especialistas quanto de pessoas leigas sobre a língua e cultura indígena do Brasil é prova de que estamos correndo contra o tempo, pois as línguas indígenas estão sendo extintas e cabe a comunidade linguísta incentivar estudos nessa área. A Língua Portuguesa e as Línguas Indígenas por meio de estudos descritivos e comparativos mostraram a mescla de vocábulos, palavras de origem indígena na Língua Portuguesa e vice-versa, este fato comprova que também fazemos parte da cultura indígena e eles na nossa e é justamente por isso que a luta por preservar as línguas indígenas também é nossa. Aryon: A pesquisa nesta área é ação de extrema necessidade conforme nos afirma Há apenas uma língua com pouco mais de falantes, duas entre e , outras duas entre e , três entre e , 16 entre e 5.000, 19 entre 500 e 1.000, 89 de 100 a 500 e 50 com menos de 100 falantes. A metade destas últimas, entretanto, tem menos de 20 falantes. Em resumo: das 180 línguas apenas 24, ou 13%, têm mais de 1000 falantes; 108 línguas, ou 60%, têm entre 100 e 1000 falantes; enquanto que 50 línguas, ou 27%, têm menos de 100 falantes e metade destas, ou 13%, têm menos de 50 falantes [...]. Em qualquer parte do mundo línguas com menos de 1000 falantes, que é a situação de 87% das línguas indígenas brasileiras, são consideradas línguas fortemente ameaçadas de extinção e necessitadas, portanto, de pesquisa científica urgentíssima, assim como de fortes ações sociais de apoio a seus falantes, que como, comunidades humanas, estão igualmente ameaçados de extinção cultural e, em não poucos casos, de extinção física (RODRIGUES, 1999, p.14). Aryon nos dá algumas sugestões de como preservar as línguas indígenas: por meio de demarcações de áreas indígenas; mudanças na educação dos pequenos índios Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
13 que devem ter na escola um ensino bilíngue: Língua Portuguesa e a língua da etnia correspondente e por ultimo o incentivo a pesquisas cientificas com fortes ações sociais de apoio aos falantes. 4. Considerações Finais O legado indígena faz parte de nossa história, por mais estudos que tenham sido feitos na área, sempre haverá descobertas a respeito da língua e cultura desse povo. Os estudos linguísticos que pesquisam as línguas indígenas possuem grande contribuição para a valorização da cultura brasileira e a valorização da diversidade linguística. A influência dos índios em nossa cultura está presente na língua, costumes, culinária etc. Estamos cercados de traços de origem indígenas no cotidiano e se pararmos para pensar muitas pessoas nem sabem disso. A relevância de ampliar a divulgação da tradição dos povos que são parte nossa origem deve começar na escola regular, assim as crianças chegarão à universidade cientes da diversidade étnica existente em nosso país e também do papel de cidadão brasileiro que tem o dever se conhecer sobre seu próprio país. Impedir a extinção das línguas indígenas no Brasil é valioso para manutenção e preservação da identidade Nacional. Referências Bibliográficas IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: Acesso em: 02 de maio de MCCLEARY. Leland. Sociolinguística.Curso de Licenciatura em Letras Libras. UFSC. 2007, p.9 NICOLAI. Renato. Línguas indígenas brasileiras. Disponível em: < em:01 de maio de Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
14 RODRIGUES, Aryon Dall Igna. Línguas brasileiras. Para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Edições Loyola, A originalidade das línguas indígenas brasileiras. Conferência feita na inauguração do Laboratório de Línguas Indígenas do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, em 8 de julho de Recebido Para Publicação em 14 de junho de Aprovado Para Publicação em 20 de julho de Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 13, jul
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