Equoterapia Como Instrumento Pedagógico 1
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- Zilda Bernardes Ferretti
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1 Equoterapia Como Instrumento Pedagógico 1 Jackson Antônio Barbosa, Engenheiro Agrícola, DEG/UFLA, Orientador, jackson_barbosa@hotmail.com; Regilane Vilas Boas; Fisioterapeuta, Coordenadora Centro de Equoterapia/UFLA, Co-orientadora; Francisco Duque de Mesquita Neto, Médico Veterinário, DMV/UFLA, Co-orientador; Anelise Costa Guida, acadêmica Licenciatura Educação Física/UFLA, Bolsista Programa Bolsa de Extensão PROEC/UFLA; Natália Francisca dos Santos, acadêmica Licenciatura Educação Física/UFLA, Bolsista Programa Bolsa Atividade PRAEC/UFLA; Isabella Aline de Carvalho, acadêmica Fisioterapia/UNILAVRAS; Introdução A Equoterapia é o processo de reabilitação de pessoas com necessidades especiais, que utiliza o cavalo como meio terapêutico. Na Equoterapia, o cavalo atua como agente cinesioterapêutico, facilitador do processo ensino-aprendizagem e de inserção ou reinserção social. Durante a terapia, é exigida a participação do corpo inteiro do participante, contribuindo, assim, para seu desenvolvimento global. Quando o cavalo se desloca ao passo, ocorre o movimento tridimensional de seu dorso. Portanto, há deslocamentos segundo os três eixos de movimento. Tais movimentos são transmitidos ao paciente pelo contato de seu corpo com o do animal, gerando movimentos mais complexos de rotação e translação. As conseqüentes informações proprioceptivas, ativadas no corpo do paciente, são interpretadas por seus órgãos sensoriais de equilíbrio e postura exigindo novos ajustes posturais, para sua manutenção sobre o cavalo. Dessa forma, pacientes com seqüelas neurológicas, psicológicas e pedagógicas podem se beneficiar de terapias alternativas como a Equoterapia. Objetivo O presente trabalho teve por objetivo geral realizar atendimento equoterápico no contexto da fisioterapia, psicologia e pedagogia a portadores de necessidades especiais do município de Lavras e cidades circunvizinhas. 1 Projeto selecionado pelo Programa Bolsa de Extensão PROEC/UFLA, ano 2008, continuidade 2009.
2 O projeto proposto teve ainda a finalidade, como potencial transformador profissional, de criar uma nova área de atuação para o licenciado em Educação Física da UFLA, possibilitando ao mesmo a inserção da equoterapia em atividades acadêmicas de escolas infanto juvenil, e como potencial transformador social de integrar a família (pela necessidade de interação dos indivíduos de uma mesma família com a prática equoterápica), a partir da orientação quanto aos cuidados (físicos, psicológicos e pedagógicos) necessários ao desenvolvimento e reintegração social dos portadores de necessidades especiais. Como meta de ação de responsabilidade social objetivou-se a inclusão social de crianças e jovens portadores de necessidade especiais. Incluir quer dizer fazer parte, inserir, introduzir. E inclusão é o ato ou efeito de incluir. Assim, a inclusão social das pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da Sociedade, do Estado e do Poder Público. Portanto a inclusão social tem por base que a vigência dos direitos específicos das pessoas com deficiência está diretamente ligada à vigência dos direitos humanos fundamentais. Dentro desse contexto, uma das vertentes da Equoterapia é a estimulação da prática do esporte, com uso do cavalo, buscando a formação adequada ao ensino da equitação especial e esporte de alto rendimento, considerando que o cavaleiro especial necessita de uma instrução especializada. Metodologia O presente trabalho foi desenvolvido no Centro de Equoterapia de Lavras, entidade civil, filantrópica, sem fins lucrativos, instalado nas dependências do campus histórico da UFLA. Durante o período de fevereiro a dezembro de 2008, foram selecionados portadores de necessidades especiais, com diversas patologias, aptos a participarem de um programa de equoterapia. Cada praticante foi atendido por uma equipe multidisciplinar, uma vez por semana, por período de tempo variável entre trinta e cinqüenta minutos, em função de sua condição física. Durante a prática da equoterapia foram realizados exercícios diversos, com finalidade de estimulação motora, sensorial e cognitiva, envolvendo muitas vezes os familiares.
3 Discussões e conclusão Foram atendidos durante o período de fevereiro a dezembro de 2008 um número de vinte e cinco (25) portadores de necessidades especiais de distintas patologias. Cada sessão de equoterapia foi montada de forma individual, atendendo às necessidades específicas dos praticantes, tendo a participação de profissionais habilitados como fisioterapeutas, engenheiros, médicos veterinários e acadêmicos de cursos diversos, como fisioterapia, educação física, zootecnia, medicina veterinária, biologia, entre outros. A Tabela 1 apresenta os portadores de necessidade especiais atendidos, a Tabela 2 apresenta os acadêmicos participantes de programas de bolsas oferecidas pela UFLA e a Tabela 3 apresenta os participantes de programa de estágio supervisionado durante o ano de Cabe ressaltar ainda a participação do Núcleo de Estudos em Eqüinocultura, em número de vinte (20) acadêmicos que participam das práticas de manejo dos semoventes e das sessões de equoterapia. O aspecto pedagógico, através da psicomotricidade, utilizando o cavalo como instrumento, trabalhou com sentido, espaço, tempo, duração, seqüência e ritmo. Os praticantes aprenderam que o trabalho lúdico realizado em ambientes propícios, fora das salas de aula, desenvolve habilidades e estímulos visuais, o que propiciou condições para um melhor aprendizado. Do esquema corporal nasceram noções de localização, lateralidade, dominância lateral, limites, além de outras habilidades. Os familiares relataram mudança de comportamento social, passando os praticantes de uma condição de agitação, inquietação e ansiedade para uma condição de melhor concentração na realização de tarefas, melhoria na coordenação dos movimentos e no equilíbrio. Pôde-se constatar que os praticantes apresentaram melhorias significativas nos itens equilíbrio e força muscular, saindo de uma condição de dificuldade plena de deambulação para até mesmo aquisição de marcha independente.
4 Tabela 1. Praticantes portadores de necessidades especiais atendidos em 2008 Nome Idade (anos) Patologia Ariadni 12 Paralisia cerebral Bruno 22 Traumatismo craniano encefálico Caio 11 Paralisia cerebral Daniel 11 Hiperatividade Débora 7 Distrofia muscular David 4 Síndrome down Graziane 24 Paraplégico Gabriel 10 Síndrome de Lenox Gabriele 8 Síndrome de Lenox Gustavo 26 Síndrome down Giordano 9 Síndrome de leeg Kaique 5 Paralisia cerebral João Renato 3 Displasia cerebral Juliano 34 Mental Lívia 7 Mental Luiza 4 Paralisia cerebral Marcelo 16 Psicológica Marcela 5 Paralisia cerebral Nathan 4 Paralisia cerebral Pedro 7 Paralisia cerebral Paulo Henrique 8 Déficit de atenção Rânya 6 Paralisia cerebral Stefhany 5 Paralisia cerebral Wesley 22 Má formação congênita Taissa 3 Síndrome down Tabela 2. Acadêmicos participantes de programas de bolsas em 2008 Acadêmico Curso Modalidade da bolsa Período Natália F. dos Santos Educação Física Atividade Em andamento Pacelly Balbino Educação Física Atividade Em andamento Renato de Souza Freire Educação Física Extensão 2008 Tabela 3. Acadêmicos participantes de estágio supervisionado em 2008 Acadêmico Curso/Instituição Período Anelise Guida Ed. Física/UFLA 2008 Isabella Aline Fisioterapia/UNILAVRAS Em andamento Mariléia de Carvalho Fisioterapia/UNILAVRAS 2008 Paula Marques Fisioterapia/UNILAVRAS 2008 Juliana Pierangeli Biologia/UNILAVRAS Agosto-dezembro 2008 Amanda Rafalovik Fisioterapia/PUC Brasília Julho 2008
5 Literatura consultada ARLAQUE, P. et al.psicologia na equoterapia: uma experiência em equipe transdisciplinar. Boletim Informativo da Associação Nacional de Equoterapia, Brasília, ano 6, n. 2, p. 1-3, jun BITAR, A. de. et al.os benefícios da equoterapia para o desenvolvimento cognitivo e linguagem nos portadores de paralisia cerebral. Revista da Associação Nacional de Equoterapia, Brasília, ano 6, n. 9, p. 6-10, dez
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