na União Europeia: um estudo-piloto

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1 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o 4 A fim de promover a melhoria, nomeadamente, das condições de trabalho, para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores tal como previsto no Tratado e nos sucessivos programas de acção relativos à segurança e à saúde no local de trabalho, a Agência tem por objectivo fornecer às instâncias comunitárias, aos Estados-Membros e aos meios interessados as informações técnicas, científicas e económicas úteis no domínio da segurança e da saúde no trabalho. A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o h t t p : / / o s h a. e u. i n t EUR Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho Gran Vía 33. E Bilbao Tel: (34) Fax: (34) information@osha.eu.int SERVIÇO DAS PUBLICAÇÕES OFICIAIS DAS COMUNIDADES EUROPEIAS L-2985 Luxembourg TE PT-C ISBN > PT M O N I T O R I N G Situac,ão da Seguranc,a e da Saude no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto ` Projecto de relatório sucinto Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho

2 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto DIRECÇÕES INTERNET DOS RELATÓRIOS NACIONAIS Alemanha: Áustria: Bélgica: Dinamarca: Espanha: Finlândia: França: Grécia: Irlanda: Itália: Luxemburgo: Países Baixos: Portugal: Reino Unido: Suécia:

3 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o Situac,ão da Seguranc,a e da Saude no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto Projecto de relatório sucinto ` Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho M O N I T O R I N G

4 Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa ( Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2000 ISBN Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2000 Reprodução autorizada mediante indicação da fonte Printed in Belgium

5 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o M O N I T O R I N G PREFÁCIO ÍNDICE FINAL DRAFT ISSUE VERSION: AUGUST 2000

6 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o PREFÁCIO Em conformidade com o artigo 2.º do Regulamento do Conselho que institui a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, o objectivo da Agência Europeia é promover a melhoria no local de trabalho, fornecendo às instâncias comunitárias, aos Estados-Membros e aos meios interessados as informações técnicas, científicas e económicas úteis no domínio da segurança e da saúde no trabalho. A fim de atingir o objectivo descrito no artigo 2.º, a Agência Europeia está actualmente a levar a cabo projectos de informação para recolha e divulgação de dados relevantes junto dos Estados- -Membros. O projecto de informação da Agência Europeia sobre a «Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto» constitui o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de controlo da saúde e da segurança no trabalho na UE. Destina-se a fornecer aos decisores políticos, a nível europeu e aos Estados-Membros, um quadro global da presente situação da saúde e da segurança na União Europeia, apoiando, deste modo, a identificação de problemas comuns e de áreas prioritárias para acções preventivas. O presente relatório sucinto apresenta uma panorâmica global resumida, quer dos principais resultados quer dos dados contidos no relatório principal «Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto». Este destina-se a ser divulgado junto de um público alargado, ou seja, junto de todos os que possam estar envolvidos na elaboração/revisão das políticas de Segurança e da Saúde no Trabalho, a nível europeu ou nacional, ou ainda na realização de investigações, estudos ou inquéritos no terreno, no domínio da Segurança e da Saúde no Trabalho. O leitor poderá obter informação sobre as fontes de informação e a metodologia utilizada no estudo-piloto. Para além disso, são aqui apresentadas as principais conclusões sobre a situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia. No capítulo 4, o leitor poderá consultar os resultados das primeiras lições extraídas durante a realização deste estudo-piloto, nomeadamente sobre as falhas da informação relativa a algumas categorias de risco. Serão disponibilizados mais pormenores a partir do feedback fornecido pelo projecto «Avaliação» da Agência Europeia. Todos os documentos sobre este assunto, nomeadamente o relatório principal, os anexos, o manual da recolha de dados e todos os relatórios nacionais elaborados pelos Estados-Membros constam do CD-ROM em anexo. A Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho agradece aos Pontos Focais, ao Grupo de Rede Temática de Controlo da Segurança e da Saúde no Trabalho e ao Grupo de Peritos, que ajudaram a Agência Europeia a preparar o manual para a recolha de dados, por todo o trabalho que realizaram, bem como a todas as outras pessoas que colaboraram neste projecto de informação. A Agência Europeia agradece, muito em especial, à Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho e ainda ao Eurostat pela sua pronta colaboração ao fornecer os dados europeus para este projecto de informação. Bilbau, Outubro de 2000 AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E A SAÚDE NO TRABALHO 5

7 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o ÍNDICE PARTE 1: 1. INTRODUÇÃO FONTES DE INFORMAÇÃO E METODOLOGIA USADA NO ESTUDO-PILOTO Manual Fontes de informação Processo de compilação PRINCIPAIS RESULTADOS SOBRE A SITUAÇÃO DA SEGURANÇA E DA SAÚDE NO TRABALHO: ESTUDO-PILOTO Pontos-chave Necessidade de desenvolver acções preventivas adicionais Categorias de risco Riscos de natureza química/biológica Riscos emergentes PRIMEIRAS LIÇÕES TIRADAS Falhas de informação sobre a situação dos dados europeus/nacionais Falhas de informação em algumas categorias de risco Pontos fortes e pontos fraços QUADRO EUROPEU SOBRE OS INDICADORES DE EXPOSIÇÃO/RESULTADOS SST PARTE 2: CD-ROM Relatório principal e anexos Relatório sucinto em todas as línguas Relatórios nacionais de todos os Estados-Membros Manual usado pelos Pontos Focais para a recolha de dados 7

8 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o M O N I T O R I N G 1. INTRODUÇÃO

9 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto INTRODUÇÃO Com vista a atingir o objectivo de contribuir para a criação de um sistema de controlo da segurança e da saúde no trabalho (SST) na União Europeia (UE), a Agência Europeia decidiu levar a cabo uma avaliação global da situação da segurança e da saúde no trabalho nos Estados-Membros da UE. Esta avaliação teve como resultado: a elaboração de um relatório nacional referente à situação da SST em todos os Estados-Membros; a elaboração de um relatório global referente à situação da SST na UE, baseado nos 15 relatórios nacionais. Reconheceu-se, desde o início, a enorme quantidade de trabalho a desenvolver, bem como os esforços necessários para atingir os objectivos. O resultado final é que este estudo-piloto evidencia o actual panorama da situação da SST na União Europeia. No processo de apresentação deste quadro europeu, o projecto identificaria também os requisitos para efectuar, futuramente, actualizações periódicas das informações sobre a SST por toda a União Europeia, com base nas lições tiradas. Este relatório sucinto é constituído pelos cinco capítulos seguintes: o capítulo 1 apresenta uma panorâmica global do estudo-piloto; o capítulo 2 trata das fontes de informação e da metodologia utilizada; o capítulo 3 apresenta as principais conclusões do estudo-piloto, incluindo os pontos-chave, a necessidade de desenvolver actividades preventivas adicionais, os sectores, as profissões e os sexos em risco, bem como outras categorias de risco, os perigos de natureza química/biológica e os riscos emergentes; o capítulo 4 apresenta as primeiras lições tiradas deste estudo-piloto; o capítulo 5 fornece um quadro europeu dos indicadores de exposição/resultados SST. O relatório sucinto fornece uma visão resumida de todo o estudo-piloto, como a seguir se apresenta: 15 relatórios nacionais Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia «Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na UE: um estudo-piloto» CD-ROM Relatório principal + anexos Relatório sucinto 10

10 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o M O N I T O R I N G 2. FONTES DE INFORMAÇÃO E METODOLOGIA USADA NO ESTUDO-PILOTO

11 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto FONTES DE INFORMAÇÃO E METODOLOGIA USADA NO ESTUDO-PILOTO A principal referência do estudo-piloto foi o manual, que forneceu um enquadramento a utilizar por cada Ponto Focal para definir a situação da SST a nível nacional. Os relatórios nacionais foram então compilados de modo a formarem o quadro europeu. Para completar o manual, foi preciso recorrer a um conjunto de fontes de informação, preferencialmente fontes nacionais, mas também fontes europeias, como o «Segundo Inquérito Europeu sobre as Condições de Trabalho», da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho e as Estatísticas Europeias sobre Acidentes no Trabalho do Eurostat Serviço de Estatística da União Europeia. Nas duas secções que se seguem, serão debatidos tanto o manual como as fontes de informação utilizadas. 2.1 MANUAL Um grupo de peritos nomeados pelos Estados-Membros, assim como a Comissão Europeia, o Eurostat e a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, ajudaram a Agência Europeia a desenvolver um manual para a recolha de dados sobre a situação da segurança e da saúde no trabalho nos Estados-Membros. Foram seleccionados alguns indicadores específicos, considerados os mais adequados para descrever o grau de exposição no trabalho, o contexto de trabalho, os resultados e as capacidades preventivas nos Estados-Membros, sendo em seguida incluídos no manual, de forma a fornecerem um quadro global do ambiente de trabalho nos Estados-Membros. Os indicadores de exposição/resultados SST integrados no manual abrangem os seguintes aspectos: exposição a factores físicos: ruído, vibração, altas temperaturas, baixas temperaturas; exposição a posturas e movimentos: levantar/deslocar cargas pesadas, movimentos repetitivos, posturas de trabalho penosas; exposição a factores químicos: manipulação de químicos, substâncias cancerígenas, substâncias neurotóxicas, perigos para a saúde da reprodução; exposição a factores biológicos; condições de trabalho psicossociais: ritmo acelerado de trabalho, ritmo de trabalho imposto por exigências sociais, ritmo de trabalho imposto pelas máquinas, violência física, intimidação e vitimização, assédio sexual, trabalho monótono; resultados da segurança e da saúde no trabalho (SST): acidentes que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a três dias, acidentes de trabalho mortais, distúrbios músculo-esqueléticos causados pelo trabalho, stress, absentismo devido a doenças profissionais e doenças profissionais. Para além dos indicadores de exposição específicos acima mencionados, foram abordadas algumas questões relativas aos contextos de trabalho, nomeadamente: teletrabalho (estimativa do número de pessoas empregadas em teletrabalho e aspectos específicos referentes à segurança e a saúde no trabalho); questões especiais relativas às condições de trabalho das pessoas com contratos a termo certo, contratos de agências de emprego temporário, estágios de aprendizagem ou qualquer outro esquema de formação e trabalho por conta própria; uso de equipamento de protecção pessoal; disponibilidade de informações acerca dos riscos no trabalho; formação factual proporcionada pelo empregador. No manual, pediu-se a todos os Pontos Focais que descrevessem a capacidade preventiva dos seus sistemas nacionais de segurança e a saúde no trabalho, através da apresentação de uma panorâmica da estrutura da organização, número de inspectores de trabalho, percentagem de trabalhadores abrangidos por serviços preventivos SST e número de trabalhadores que recebem anualmente formação em segurança e a saúde no trabalho. Uma vez publicado o manual, foi deixado ao critério individual de cada um dos Pontos Focais a escolha do método a aplicar na recolha da informação. Esta abordagem foi aprovada, quando os Pontos Focais tomaram consciência de que, dentro de cada Estado-Membro, existiam métodos e procedimentos completamente diferentes de recolher e tratar os dados. 12

12 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o Em certos casos, formou-se uma comissão de peritos para completar o manual, enquanto que noutros, o próprio Ponto Focal o fez, após ter pesquisado dados relevantes e/ou ter sondado a opinião avalizada de peritos. Este manual foi reproduzido em CD-ROM. 2.2 FONTES DE INFORMAÇÃO A recolha de dados teve por base a informação existente e disponibilizada tanto a nível europeu como a nível nacional. Além disso, os Estados-Membros receberam documentação sobre o assunto, com dados europeus relevantes fornecidos pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho e pelo Eurostat. Procedimento nacional de tratamento das informações sobre a SST Na generalidade, foram utilizadas as redes nacionais para recolher a informação pertinente, sendo este processo muitas vezes coordenado por grupos governamentais, apoiados por peritos técnicos e outros organismos. As fontes de informação usadas incluíram inquéritos nacionais, relatórios estatísticos nacionais e a opinião de peritos das organizações de redes nacionais. Quando a informação disponível se tornava escassa, eram elaborados questionários destinados a inquirir os peritos relevantes acerca do domínio especial da segurança e da saúde no trabalho. Estes peritos foram seleccionados entre as autoridades com experiência na esfera da segurança e da saúde no trabalho. A informação foi obtida junto de um vasto conjunto de organismos, de entre os quais elementos dos parceiros sociais, conselho de indemnizações aos trabalhadores, fundos de segurados para trabalhadores e organizações médicas. Além da informação nacional, foi também usada a informação de duas fontes a nível europeu. Apresentam-se em seguida essas fontes de informação. Segundo inquérito europeu sobre condições de trabalho No final de 1995 e início de 1996, a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho levou a cabo o segundo inquérito europeu. Procurou-se uma amostra representativa da população activa total, isto é, pessoas que, no momento da entrevista, estavam empregadas ou trabalhavam por conta própria. Foram entrevistados indivíduos a partir dos 15 anos e excluíram-se reformados, desempregados e donas de casa. Os cidadãos não europeus foram aceites na condição de serem entrevistados na língua nacional do país em que trabalhavam. As entrevistas realizaram-se em todos os Estados-Membros da UE e os inquiridos foram entrevistados nas suas casas. A população-alvo foi constituída por casos por país (500 no Luxemburgo, na Alemanha: na antiga Alemanha Oriental e na antiga Alemanha Ocidental). Admite-se que, tanto a metodologia como as comparações feitas com base nos dados obtidos possam conter limitações a que o leitor deve estar atento. Essas limitações são debatidas pormenorizadamente no relatório «Segundo Inquérito Europeu sobre Condições de Trabalho» (publicado pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, em 1997) e incluem: as diferentes estruturas industriais dos países, as diferenças de legislação e de culturas, a distribuição da força de trabalho entre sectores e profissões e o extensão da amostra utilizada. Estatística europeia sobre acidentes de trabalho O projecto «Estatística europeia sobre acidentes de trabalho», levado a cabo pelo Eurostat em estreita colaboração com os Estados-Membros da União Europeia, visa recolher, a nível da União, dados comparáveis sobre acidentes de trabalho e criar uma base de dados. Todos os casos de acidentes no trabalho que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a três dias são incluídos entre os dados deste projecto. Um acidente de trabalho é definido como uma «ocorrência isolada durante o trabalho, que têm como consequência uma lesão física ou mental». São disso exemplo os casos de intoxicação aguda e os actos voluntários de outras pessoas mas encontram-se excluídas as lesões deliberadamente autoinfligidas e os acidentes ocorridos a caminho de casa ou do trabalho (acidentes de percurso). «Durante o trabalho» significa «durante o exercício da sua actividade profissional ou durante o tempo passado no trabalho». Isto inclui os casos de acidentes rodoviários durante o trabalho. 13

13 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto Um acidente mortal é definido como um acidente que provoca a morte da vítima no período de um ano após o dia do acidente. Na prática, a maioria dos Estados-Membros inclui os casos de acidentes de trabalho mortais que estão registados nas suas estatísticas nacionais. Conforme os procedimentos de notificação dos Estados-Membros (sistemas baseados em segurados ou não segurados), assim diferem os níveis de notificação de acidentes de trabalho. De modo geral, os níveis de notificação são muito elevados nos sistemas baseados em segurados, atingindo níveis de aproximadamente 100%. O sistema baseado em não segurados tem um nível de notificação apenas médio, que, normalmente, oscila, em média, entre 30% e 50% para todos os ramos da actividade económica no seu conjunto. Os dados fornecidos pelas duas fontes, isto é, os dados baseados em segurados ou os dados baseados em não segurados corrigidos de acordo com o nível de notificação não são, em rigor, comparáveis. 2.3 PROCESSO DE COMPILAÇÃO Nesta secção, apresenta-se um exemplo da metodologia seguida para a compilação dos dados relativos às «profissões consideradas de maior risco» no que respeita à exposição ao ruído no local de trabalho. As profissões identificadas a partir dos relatórios nacionais foram introduzidas no modelo de folha de cálculo que a seguir se apresenta e que dá uma ideia de toda a gama de profissões que os Pontos Focais notificaram como as de maior risco de exposição ao ruído no local de trabalho. Profissão Ponto Focal (CITP) Total UK FIN D IRL E DK B EL A S I L F NL P 01 1 * 61 1 * 80 1 * 84 1 * 85 1 * 91 1 * 92 2 * * 73 5 * * * * * 74 5 * * * * * 83 5 * * * * * 71 6 * * * * * * 93 9 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * Pediu-se a cada Ponto Focal que identificasse cinco profissões que considerasse de maior risco. Portanto, o número máximo de profissões diferentes que podiam ser identificadas era setenta e cinco (5 x 15). Com este número de respostas, tornouse difícil apresentar ao leitor gráficos de fácil leitura. Assim, introduziu-se um valor de separação (cut-off) para decidir quais as profissões que deviam ser incluídas no gráfico e quais as que passariam para um quadro em anexo. Este valor de separação foi deixado ao critério dos peritos em SST que analisavam a informação. 14

14 Número de respostas A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o Os dados contidos na folha de cálculo acima foram incluídos no modelo de gráfico ao lado. Este gráfico ilustra uma separação natural abaixo de cinco respostas. Neste caso, as respostas em número de cinco ou mais foram incluídas no gráfico e abaixo de cinco foram incluídas num quadro em anexo. Tendo aplicado os critérios de cut-off aos dados da folha de cálculo, apenas se incluíram no gráfico as profissões identificadas nos relatórios nacionais com cinco ou mais respostas, como se apresenta no segundo gráfico desta página. Linha de separação Profissões identificadas como as de maior risco de exposição ao ruído Profissão Número de respostas dadas Gráfico do relatório Linha de separação Dados em apêndice Numa situação ideal, cada modelo de gráfico desenvolvido para o projecto teria sido usado para apresentar os resultados referentes a todas as categorias de risco (isto é, sector, profissão, sexo, idade, dimensão da empresa e estatuto laboral). No entanto, relativamente a uma elevada percentagem de perguntas não havia informação nacional disponível. Nesses casos, não foi considerado conveniente apresentar a informação em gráficos. Por isso, apenas se apresentaram gráficos nos casos em que oito ou mais Pontos Focais forneceram uma resposta. No terceiro gráfico desta página, apresenta-se um exemplo para a categoria «idade». Em última análise, isso significa que se apresentaram poucos gráficos para: dimensão da empresa, sexo, idade e estatuto laboral, porque os dados fornecidos pelos Pontos Focais não permitiram ilustrar o quadro europeu. Profissão Profissões identificadas como as de maior risco de exposição ao ruido Número de respostas Linha de separação (Quando 8 dos 15 Pontos Focais não responderam, não foram incluídos os gráficos) 1 < >55 Outras respostas Límites de idade 15

15 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto O relatório principal apresenta o seguinte tipo de informação para cada indicador de exposição/resultado SST: resumo dos principais resultados; quadro europeu: esta secção apresenta um quadro europeu usando dados da Fundação Europeia de Inquéritos de Dublim (dados do segundo inquérito) ou dados da Estatística Europeia sobre Acidentes de Trabalho do Eurostat; comparação entre os dados europeus e os dados nacionais: aos Pontos Focais que apresentaram dados nacionais sobre indicadores de exposição solicitou-se que comparassem esses dados com os dados do segundo inquérito e que identificassem e comentassem as diferenças detectadas; sectores e profissões de risco: as profissões e os sectores mais frequentemente identificados pelos Pontos Focais como de maior risco, com base no indicador de exposição, são apresentados e comentados; informação sobre outras categorias de risco, tais como a dimensão da empresa, o sexo, a idade e a estatuto laboral: sempre que os dados fornecidos pelos Pontos Focais permitiram um quadro europeu relativamente a estas categorias de risco, os resultados foram apresentados; tendência: os Pontos Focais indicaram se o número de trabalhadores expostos ao indicador de exposição ou sofrendo do resultado SST durante os últimos 3-5 anos tinha diminuído, permanecia estável ou tinha aumentado. Além disso, apresentam-se os comentários que fizeram relativamente às tendências identificadas; e avaliação: esta secção inclui informação compilada a partir dos relatórios nacionais sobre a necessidade de desenvolver acções preventivas adicionais. Além disso, apresentam-se os pormenores que os Pontos Focais forneceram sobre estas acções. 16

16 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o M O N I T O R I N G 3. PRINCIPAIS RESULTADOS SOBRE A SITUAÇÃO DA SEGURANÇA E DA SAÚDE NO TRABALHO: ESTUDO-PILOTO

17 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto PRINCIPAIS RESULTADOS SOBRE A SITUAÇÃO DA SEGURANÇA E DA SAÚDE NO TRABALHO: ESTUDO-PILOTO O presente capítulo resume as principais conclusões de um estudo sobre a situação da segurança e da saúde no trabalho na União Europeia. O capítulo tem início na secção 3.1 com uma análise dos «pontos-chave» do estudo-piloto, que, no fundo, não é mais do que um resumo da informação compilada. Além disso, o resumo das conclusões relativamente a cada indicador de exposição/resultado SST avaliados no estudo-piloto é apresentado no capítulo 5: «Quadro europeu sobre indicadores de exposição/resultados SST». Na secção 3.2 é debatido o desenvolvimento das acções preventivas adicionais que os relatórios nacionais apontavam como necessárias para combater determinados indicadores de exposição/resultados SST. Na secção 3.3 é debatido o quadro da União Europeia, especialmente em relação às categorias dos sectores e profissões em risco de acidentes no local de trabalho. Os resultados relativos aos riscos de natureza química e biológica constam da secção 3.4. A identificação dos riscos emergentes e as suas potenciais implicações sobre o ambiente de trabalho são debatidas na secção PONTOS-CHAVE Exposição no ambiente de trabalho Exposição a riscos de natureza física/química Indicadores de exposição a riscos de natureza física/química Quadro europeu dos trabalhadores expostos ( 1 ) Número de Pontos Focais que identificaram como necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais Ruído 28% 7 Vibração 24% 9 Altas temperaturas 20% 6 Baixas temperaturas 23% 7 Manipulação de químicos 14% 8 Principal(ais) ramo(s) de Principal(ais) profissão(ões) actividade identificado(s) ( 2 ) identificada(s) ( 3 ) Fabrico de artigos metálicos, excepto máquinas e equipamento; indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto mobiliário; fabrico de artigos de espartaria e de cestaria Construção Indústrias metalúrgicas de base Indústrias alimentares e de bebidas; construção Fabrico de químicos e produtos químicos Operadores de máquinas e pessoal de montagem Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e das obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes; operários, artífices e trabalhadores similares das indústrias extractivas e da construção civil; condutores de veículos e embarcações e operadores de equipamentos pesados Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e das obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes; operários, artífices e trabalhadores das indústrias e da construção civil Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes; operadores de instalações fixas e similares ( 1 ) Dados do segundo inquérito da Fundação Europeia de Inquéritos de Dublim, ( 2 ) Apenas se indica o sector com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que um sector com igual número de indicações, todos eles são referidos. ( 3 ) Apenas se indica a profissão com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que uma profissão com igual número de indicações, todas elas são referidas. 18

18 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o A exposição à vibração e consequentes efeitos negativos sobre a saúde foi o risco de natureza física mais frequentemente notificado e, para o minimizar, nove Pontos Focais consideraram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais. Seguiu-se de perto a «manipulação de químicos», a respeito da qual oito Pontos Focais declararam, no seu relatório nacional, a necessidade de acções preventivas adicionais. Como os indicadores de exposição a ruído, vibração, altas temperaturas, baixas temperaturas e manipulação de químicos constituem riscos correntes nos ambientes de trabalho, nenhuma categoria especial de sector foi identificada como categoria de maior risco. No entanto, em relação à categoria de profissão, a mais frequentemente identificada como de maior risco em termos de vibração, altas temperaturas, baixas temperaturas e manipulação de químicos foi «trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes». Os «operadores de máquinas e pessoal de montagem» foram as profissões consideradas de maior risco em termos de exposição ao ruído. Exposição a posturas e movimentos Exposição a posturas e movimentos Quadro europeu dos trabalhaores expostos ( 4 ) Número de Pontos Focais que consideraram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais Principal(ais) ramo(s) de Principal(ais) profissão(ões) actividade identificado(s) ( 5 ) identificada(s) ( 6 ) Movimentos repetitivos 57% 7 Posturas de trabalho penosas 45% 6 Elevar/movimentar cargas pesadas 34% 9 Fabrico de produtos alimentares e bebidas Construção Construção Operadores de máquinas e pessoal de montagem Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e das obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e das obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes A exposição a posturas e movimentos mais frequentemente notificada foi a exposição ao elevar/movimentar de cargas pesadas, tendo nove Pontos Focais considerado necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais para minimizar os riscos. Seguiu-se a categoria «movimentos repetitivos», para a qual sete Pontos Focais declararam, no seu relatório nacional, serem necessárias acções preventivas adicionais. A categoria de sector «construção» foi considerada a de maior risco em termos de «posturas de trabalho penosas» e «elevar/movimentar cargas pesadas». Ambas estas categorias de exposição podem ser afectadas por factores de natureza ergonómica no local de trabalho. O «fabrico de produtos alimentares e de bebidas» foi a categoria de sector referida como de maior risco em termos de «movimentos repetitivos». A categoria ocupacional «trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e das obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes» foi a mais frequentemente identificada como de maior exposição a «posturas de trabalho penosas» e «elevar/movimentar cargas pesadas». «Movimentos repetitivos» foi a categoria de exposição a posturas e movimentos mais frequentemente referida como afectando a categoria ocupacional dos «operadores de máquinas e pessoal de montagem». ( 4 ) Dados do segundo inquérito da Fundação Europeia de Inquéritos de Dublim, ( 5 ) Apenas se indica o sector com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que um sector com igual número de indicações, todos eles são referidos. ( 6 ) Apenas se indica a profissão com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que uma profissão com igual número de indicações, todas elas são referidas. 19

19 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto Condições de trabalho psicossociais Condições de trabalho psicossociais Quadro europeu dos trabalhaores expostos ( 7 ) Número de Pontos Focais que consideraram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais Principal(ais) ramo(s) de Principal(ais) profissão(ões) actividade identificado(s) ( 8 ) identificada(s) ( 9 ) Ritmo de trabalho imposto por exigências sociais 67% 3 Ritmo acelerado de trabalho 54% 6 Trabalho monótono 45% 6 Ritmo de trabalho imposto pelas máquinas 22% 4 Intimidação e vitimização 8% 7 Violência física 4% 7 Assédio sexual 2% 2 Alojamento e restauração Alojamento e restauração Curtumes, fabrico de artigos de bagagem, malas de mão, selaria, arreios e calçado; fabricação têxtil; produção de alimentos e bebidas Fabricação têxtil Saúde e assistência social Saúde e assistência social Alojamento e restauração (restaurantes e similares); saúde e acção social Empregados de recepção, caixas, bilheteiros e similares Directores de empresas; empregados de recepção, caixas, bilheteiros e similares Operadores de máquinas e pessoal de montagem; trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio Operadores de máquinas e pessoal de montagem Trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio; pessoal dos serviços directos e particulares, de protecção e segurança; empregados de recepção, caixas, bilheteiros e similares Pessoal dos serviços directos e particulares, de protecção e segurança; especialistas das ciências da vida e profissionais da saúde Pessoal dos serviços directos e particulares, de protecção e segurança O quadro supra indica que não há nenhuma condição de trabalho psicossocial para a qual uma maioria de Pontos Focais tenha considerado necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais. Contudo, as categorias «intimidação e vitimização» e «violência física» foram identificadas em sete relatórios nacionais como requerendo esse tipo de acções. Não obstante, no quadro europeu (dados da Fundação Europeia de Inquéritos de Dublim), ambas apresentam um nível baixo em relação ao número de trabalhadores expostos. Em relação aos sete indicadores de exposição a condições de trabalho psicossociais, nenhuma categoria de sector foi considerada de maior risco. «Alojamento e restauração» foi a categoria mais frequentemente referida como de maior risco em termos de «ritmo de trabalho imposto pelas exigências sociais», «ritmo acelerado de trabalho» e «assédio sexual». O sector «saúde e assistência social» foi identificado como sujeito a «intimidação e vitimização», «violência física» e «assédio sexual». Como as condições de trabalho psicossociais se aplicam a todos os ambientes de trabalho, nenhuma categoria profissional foi identificada como de maior risco. De facto, duas profissões foram referidas mais do que três vezes: «empregados de recepção, caixas, bilheteiros e similares» sujeitos a um ritmo de trabalho imposto por exigências sociais, a um ritmo acelerado de trabalho e a intimidação e vitimização; «pessoal dos serviços directos e particulares, de protecção e segurança» sujeito a intimidação e vitimização, violência física e assédio sexual. ( 7 ) Dados do segundo inquérito da Fundação Europeia de Inquéritos de Dublim, ( 8 ) Apenas se indica o sector com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que um sector com igual número de indicações, todos eles são referidos. ( 9 ) Apenas se indica a profissão com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que uma profissão com igual número de indicações, todas elas são referidas. 20

20 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o Resultados SST Número de acidentes Resultados SST Quadro europeu trabalhadores expostos ( 10 ) Número de Pontos Focais que consideraram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais Principal(ais) ramo(s) de Principal(ais) profissão(ões) actividade identificado(s) ( 11 ) identificada(s) ( 12 ) Acidentes que ocasionem incapacidade para o trabalho superior em a três dias 1996 (dados Eurostat) 7 Acidentes de trabalho em 1996 mortais (dados Eurostat) 6 Doenças profissionais Sem dados europeus 7 Perturbações músculo-esqueléticas 30% 8 Stress 28% 10 Absentismo devido a doenças profissionais 25% 5 Construção Construção Construção Construção Saúde e assistência social; educação Saúde e acção social; administração pública, defesa e segurança social obrigatória Operadores de máquinas e pessoal de montagem Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes; condutores de veículos e embarcações e operadores de equipamentos pesados; operários, artífices e trabalhadores similares das indústrias extractivas e da construção civil Trabalhadores de metalurgia, maquinaria e indústrias afins; trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes Profissionais de nível intermédio das ciências da vida e da saúde Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes Os resultados SST constituem, em última análise, o resultado da exposição a determinados riscos no local de trabalho. O quadro supra permite concluir que dez Pontos Focais estão de acordo em como é necessário desenvolver acções preventivas adicionais de combate ao stress. Relativamente à necessidade de acções adicionais, nenhuma categoria considerada no estudo-piloto obteve tantas respostas como o stress. O stress deve ser entendido como sendo um resultado (efeito), pelo que todas as acções preventivas devem ser orientadas para o tratamento da sua causa profunda. Os factores causais podem ser qualquer um dos indicadores de exposição supramencionados, ou uma combinação de vários, ou outros riscos inerentes ao local de trabalho. As perturbações músculo-esqueléticas foram o segundo resultado SST mais referido, em relação ao qual oito Pontos Focais consideram necessário desenvolver acções preventivas adicionais. Relativamente às categorias de sector, a «construção» foi a mais frequentemente referida nos relatórios nacionais como exposta a «acidentes que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a três dias», «acidentes de trabalho mortais», «doenças profissionais» e «perturbações músculo-esqueléticos». A categoria «saúde e assistência social» foi identificada como exposta ao risco de stress e «absentismo devido a doenças profissionais». Para além da categoria «trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes», não houve outra categoria profissional mais exposta a resultados SST. Essa categoria profissional foi considerada pelos Pontos Focais como estando sujeita a «acidentes de trabalho mortais», «doenças profissionais», «perturbações músculo-esqueléticas» e «absentismo devido a doenças profissionais». Tendência relativamente ao número de trabalhadores expostos Em relação aos indicadores «ritmo acelerado de trabalho» e «stress», foi referida a tendência para o aumento do número de trabalhadores expostos. Necessidade de acções preventivas adicionais Os principais indicadores de exposição/resultados SST, em relação aos quais os Pontos Focais consideram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais de combate aos riscos, encontram-se resumidos no quadro seguinte. O quadro completo está reproduzido no capítulo 3.2. ( 10 ) Dados do segundo inquérito da Fundação Europeia de Inquéritos de Dublim, ( 11 ) Apenas se indica o sector com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que um sector com igual número de indicações, todos eles são referidos. ( 12 ) Apenas se indica a profissão com o maior número de respostas. Sempre que exista mais do que uma profissão com igual número de indicações, todas elas são referidas. 21

21 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto Indicador de exposição/resultado SST Número de Pontos Focais que consideraram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais Stress 10 Vibração 9 Elevar/movimentar cargas pesadas 9 Manipulação de químicos 8 Perturbações músculo-esqueléticas 8 O stress foi o indicador com o maior número de respostas dos Estados-Membros, o que aponta para a necessidade de desenvolver acções preventivas adicionais (10 Estados-Membros). O stress surgiu como risco predominante nos seguintes sectores: «saúde e assistência social», «educação», «transportes terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos», «administração pública e defesa, segurança social obrigatória» e «agricultura, produção animal, caça e actividades dos serviços relacionados». Sectores de risco mais frequentemente identificados O quadro seguinte apresenta um resumo das categorias mais frequentemente identificadas como sendo de risco, em relação a todos os indicadores de exposição/resultados SST incluídos no estudo-piloto. O quadro completo é apresentado na secção 3.3. Descrição do sector Número de vezes em que foi identificado Construção 112 Fabrico de artigos metálicos, excepto máquinas e equipamento 63 Agricultura, produção animal, caça e actividades dos serviços relacionados 62 Saúde e assistência social 57 Fabrico de produtos alimentares e de bebidas 52 Em termos de perigos químicos/biológicos, o sector da «saúde e assistência social» foi identificado por 14 Pontos Focais como sendo vulnerável ao risco de natureza biológica de infecção pela hepatite B/C. Profissões de risco mais frequentemente identificadas O quadro seguinte apresenta um resumo das categorias profissionais mais frequentemente identificadas como de risco, em relação todos os indicadores de exposição/resultados SST incluídos no estudo-piloto. O quadro completo é apresentado na secção 3.3. Descrição da profissão Número total de vezes em que foi identificado Trabalhadores não qualificados das minas, da construção civil e obras públicas, da indústria transformadora e dos transportes 123 Trabalhadores de metalurgia, maquinaria e indústrias afins 80 Trabalhadores das indústrias extractivas e de construção civil 76 Operadores de máquinas e pessoal de montagem 73 Operadores de instalações fixas e similares 40 Sexo Os homens foram mais frequentemente identificados como estando mais expostos ao ruído, vibração, altas temperaturas e baixas temperaturas. Além disso, os homens foram considerados mais sujeitos a acidentes implicando mais de três dias de ausência ao trabalho, acidentes mortais e doenças profissionais. 22

22 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o As mulheres foram mais frequentemente identificadas como correndo maior risco de assédio sexual. Além disso, nos seus relatórios nacionais, os Pontos Focais consideraram que as mulheres estão mais sujeitas à exposição a trabalho monótono, violência física e movimentos repetitivos. Outras categorias de risco Os trabalhadores por conta própria, os trabalhadores temporários e os trabalhadores com contratos de curta duração foram frequentemente considerados pelos Estados-Membros como correndo maiores riscos, devido à limitação dos seus recursos e, em especial, o limitado acesso à formação e informação sobre segurança e a saúde. Teletrabalho O número de «teletrabalhadores» nos Estados-Membros varia entre 0,6% e 9% da população activa. As preocupações expressas no que respeita à segurança e a saúde no trabalho incluíram o isolamento social, o excesso de horas de trabalho, o desenho ergonómico do local de trabalho e o ónus da prova e da responsabilidade, em caso de acidente em casa. Registou-se ainda o risco potencial de lesões por esforços repetitivos. Riscos emergentes Os assuntos relativos aos riscos emergentes e referidos por cada Ponto Focal são apresentados abaixo. Na secção 3.5 são apresentadas mais explicações sobre esses assuntos e potenciais consequências. Assuntos Alterações na organização do trabalho Trabalhadores jovens Stress Manipulação manual Uso de novos químicos Necessidades de investigação no sector da «saúde e assistência social» Trabalhadores mais velhos Violência Movimentos repetitivos Registou-se um interesse significativo pelos assuntos relacionados com as alterações na vida profissional, paralelamente às actuais preocupações com os factores de risco de natureza psicossocial, ergonómica e química. 3.2 NECESSIDADE DE DESENVOLVER ACÇÕES PREVENTIVAS ADICIONAIS Para cada um dos indicadores de exposição e resultados SST descritos no manual, pediu-se aos Pontos Focais que avaliassem a respectiva situação actual, relativamente aos seus efeitos sobre a segurança e a saúde e à adequação das actuais medidas. No quadro seguinte, os indicadores de exposição e os resultados SST são apresentados segundo o número de Pontos Focais que consideram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais. 23

23 Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho na União Europeia: um estudo-piloto Indicador de exposição/resultado SST Número de Pontos Focais que consideram necessário o desenvolvimento de acções preventivas adicionais Exposição física Vibração 9 Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda, Itália, Portugal e Reino Unido Ruído 7 Bélgica, Espanha, Finlândia, Irlanda, Itália, Portugal e Reino Unido Baixas temperaturas 7 Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, Itália, Portugal e Suécia Altas temperaturas 6 Bélgica, Espanha, Finlândia, Grécia, Itália, Portugal Exposição a posturas e movimentos Elevar/movimentar cargas pesadas 9 Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Itália, Portugal, Suécia e Reino Unido Movimentos repetitivos 7 Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, Itália, Portugal e Suécia Posturas de trabalho penosas 6 Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, Itália e Suécia Exposição a substâncias químicas Manipulação de químicos 8 Bélgica, Espanha, Finlândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal e Reino Unido Substâncias cancerígenas 6 Alemanha, Bélgica, Espanha, Irlanda, Luxemburgo, Portugal e Suécia Factores biológicos infecciosos 6 Espanha, Finlândia, Irlanda, Itália, Portugal e Reino Unido Perigos para a saúde (reprodução) 5 Bélgica, Espanha, Finlândia, Irlanda e Portugal Factores biológicos não infecciosos 5 Espanha, Finlândia, França, Irlanda e Portugal Substâncias neurotóxicas 4 Espanha, Finlândia, Irlanda e Portugal Condições de trabalho de natureza psicossocial Violência física 7 Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda, Países Baixos e Suécia Intimidação e vitimização 7 Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda, Países Baixos e Suécia Ritmo acelerado de trabalho 6 Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda e Países Baixos Trabalho monótono 6 Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia e Suécia Ritmo de trabalho imposto pelas máquinas 4 Bélgica, Dinamarca, Espanha e Itália Ritmo de trabalho imposto por exigências sociais 3 Dinamarca, Espanha e Suécia Assédio sexual 2 Dinamarca e Espanha Contexto do trabalho Equipamento de protecção pessoal 6 Bélgica, Espanha, Finlândia, Itália, Luxemburgo e Portugal Resultados SST Stress 10 Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal, Suécia e Reino Unido Perturbações músculo-esqueléticas 8 Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Luxemburgo, Portugal e Suécia Acidentes que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a três dias 7 Bélgica, Espanha, Finlândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal Doenças profissionais 7 Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda, Itália e Portugal Acidentes de trabalho mortais 6 Bélgica, Espanha, Finlândia, Irlanda, Itália e Portugal Absentismo devido a doenças profissionais 5 Bélgica, Espanha, Irlanda, Luxemburgo e Portugal Este quadro revela uma distribuição bastante equilibrada da necessidade de mais acções preventivas no âmbito de todos os indicadores de exposição/resultados SST. Os riscos tradicionais inerentes ao local de trabalho, representados pelo grupo de exposição física, em especial a exposição à vibração, continuam a carecer de uma abordagem adequada. Todavia, entre os diversos grupos de exposição/resultado SST, registam-se diferenças de vários níveis entre os Estados-Membros no que respeita à necessidade de mais acções preventivas. No grupo de exposição postura/movimento, elevar/movimentar cargas pesadas, frequentemente associado à manipulação manual, nove Estados-Membros identificaram a necessidade de acções preventivas adicionais. 24

24 A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a e a S a ú d e n o T r a b a l h o No grupo de condições de trabalho de natureza psicossocial, tanto a «violência física» como a «intimidação e vitimização» são os principais riscos para os quais são necessárias mais acções preventivas, logo seguidos pelas categorias «ritmo acelerado de trabalho» e «trabalho monótono». De todos os indicadores de exposição/resultados SST, o stress foi o risco que dez Estados-Membros identificaram como necessitando de mais acções preventivas, com vista a um melhor controlo no ambiente de trabalho. 3.3 CATEGORIAS DE RISCO Sectores e profissões Nos dois quadros que se seguem apresentam-se as categorias de sector e profissão mais frequentemente identificadas para cada um dos indicadores de exposição/resultados SST. Sector Sector Número Código da Descrição de vezes categoria identificado 45 Construção Fabrico de produtos metálicos, excepto máquinas e equipamento Agricultura, produção animal, caça e actividades de serviços relacionados Saúde e assistência social Indústrias alimentares e das bebidas Indústrias metalúrgicas de base Transportes terrestres; transporte por oleodutos ou gasodutos Alojamento e restauração (restaurantes e similares) Fabrico de têxteis Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto mobiliário Administração pública, defesa e segurança social obrigatória Actividades de outros serviços Educação Fabrico de produtos químicos e de derivados químicos Outras minas e pedreiras Silvicultura, abate de árvores e actividades de serviços relacionados Pesca, operação de centros de incubação e de piscicultura; actividades de serviços relacionados com a pesca Fabrico de vestuário; curtume e tintura de peles Comércio a retalho, excepto de veículos motorizados e motociclos; reparação de objectos pessoais e domésticos Produção de outros produtos minerais não metálicos 8 21 Produção de papel e derivados do papel 7 25