Para o processo de instalação do servidor Apache, deve se executar o seguinte comando, como root.

Transcrição

1 Apresentação A servidor Web Apache é um dos mais utilizados na atualidade, além de ser um servidor Open Source, é também um dos mais fáceis de se configurar e possui uma extrema eficácia em relação a segurança e tráfego dos dados pela rede, porém, todas essas informações são totalmente válidas levando se em consideração a boa utilização do servidor Apache e da uma boa configuração, e também, procedimentos de backup/restore e configurações de prevenção de ataques. Neste documento veremos a instalação do servidor Apache na versão 2, utilizando a distribuição Debian, e junto veremos a instalação do serviço php um framework para programação. Instalação Para o processo de instalação do servidor Apache, deve se executar o seguinte comando, como root. # apt get install apache2 E pronto! Após o processo de instalação devemos ter um servidor de web funcionando em suas configurações básicas. Para testar podemos acessar o endereço: do servidor> ou

2 Configuração Neste momento temos um servidor Apache configurado e funcional. Resta nos compreender como configura este servidor, em termos de organização de diretórios, arquivos de configuração, etc... Vamos então abordar os seguintes temas: Como iniciar e parar o servidor; Onde estão armazenadas as configurações do servidor; Utilitários Criar um servidor virtual próprio; Iniciar e parar o servidor Para iniciar e parar o servidor utiliza se o script /etc/init.d/apache2. # /etc/init.d/apache2 Usage: /etc/init.d/apache2 {start stop restart reload force reload} Configuração do servidor Os arquivos de configuração do servidor estão em /etc/apache2. Neste local temos a seguinte árvore de diretórios: </etc/apache2> (1) conf.d (2) mods available (3) mods enabled sites available (4) ` sites enabled No diretório base temos os arquivos essenciais de configuração: apache2.conf Configuração geral do servidor. Neste arquivo definem se todos os parâmetros que afinam o funcionamento geral do servidor, por exemplo, controle dos processos do próprio servidor, etc. É também a partir deste arquivo que são incluídos os restantes arquivos de configuração que se encontram nesta árvore de diretórios. Por enquanto não vamos ter necessidade de alterar definições neste arquivo; envvars variáveis de ambiente a serem utilizadas pelo processo de controle do servidor. Na configuração padrão este arquivo só tem comentários, ou seja, não é utilizado; ports.conf definição das portas que o servidor vai escutar. Por padrão o servidor utiliza a porta 80; httpd.conf este arquivo é utilizado na distribuição do Apache para guardar configurações do servidor, muito semelhante ao arquivo apache2.conf referido

3 acima. No Debian, no entanto, este arquivo está vazio, logo não serve nenhuma função. Creio que a inclusão deste arquivo na distribuição se deve a razões de compatibilidade com versões anteriores, mas não tenho a certeza. No diretório conf.d são incluídos pequenos arquivos de configuração para opções específicas, como por exemplo, a configuração de caracteres utilizados. Na instalação por padrão, temos apenas um arquivo, charset, onde se define o conjunto de caracteres a utilizar no servidor. Por padrão é definido o UTF 8, que é uma boa opção. No diretório mods available temos, como o nome indica, arquivos que identificam os módulos disponíveis (os módulos no Apache podem ser considerados como plugins que estendem a funcionalidade do sistema). Cada um desses arquivos contém as diretivas de configuração necessárias para carregar o módulo no Apache. Por exemplo o módulo que proporciona os SSI (Server Side Includes) é carregado com a diretiva: LoadModule include_module /usr/lib/apache2/modules/mod_include.so Que está no arquivo include.load. Note que no entanto esta diretiva não é incluída pelo apache2.conf, nem por qualquer outro arquivo de configuração. Esta diretiva serve apenas para armazenar estas configurações. Assim, por si só, estes arquivos não têm qualquer tipo de influência na configuração do servidor. A diretiva que é incluída na configuração do Apache é a mods enabled. Cada módulo que está ativado tem um link simbólico do diretório mods available para modsenabled. Se examinarmos o diretório mods enabled, constata se que, por padrão, estão ativados vários módulos cuja função, com o tempo, vão se tornar claros. Naturalmente, pode se sempre consultar a documentação do Apache para descobrir a função destes módulos. Finalmente temos o par de diretórios sites available e sites enabled. A filosofia é a mesma que temos para os diretórios dos módulos. Em sites available deve se guardar as definições de cada site virtual, e em sites enabled temos links simbólicos para o primeiro diretório. Da mesma forma, como apenas a diretiva sites available é incluída na configuração do servidor, apenas os sites que estiverem aqui definidos serão ativados. Note que por padrão é definido um site (o arquivo de configuração é 000 default), que se pode utilizar como base para a construção dos outros servidores virtuais.

4 Sobre o esquema de configuração de outras distribuições Note, que em qualquer distribuição, a configuração do Apache se faz da mesma forma (afinal de contas o software é feito apenas por uma organização!). O que varia é a forma como se distribuem os arquivos de configuração. No limite poderíamos ter apenas um único arquivo de configuração (se bem que a manutenção desse arquivo seria um pouco difícil para qualquer servidor que faça qualquer coisa que ultrapasse o trivial). Assim, se estivermos perante um sistema que utilize outro esquema de configuração, o que devemos fazer é: Identificar a diretiva de configuração básica, esta pode ser qualquer coisa como /etc/apache, /etc/http, etc... Neste ponto ajuda examinar os arquivos que fazem parte da distribuição. Em sistemas que utilizem o rpm (SuSE, Fedora, Mandrake, etc), basta fazer: 1. $ rpm qa grep e "apache\ http" 2. apache apache2 doc apache2 devel [etc...] O pacote que contém o apache é apache Basta agora listar os arquivos que este instalou: $ rpm ql apache Este exemplo é para o SuSE. Depois de identificada o diretório de configuração, deveremos identificar o arquivo principal de configuração, no caso do SuSE, o arquivo é /etc/apache2/httpd.conf; A partir do arquivo de configuração vamos ver quais são os arquivos extra incluídos (utilizando à diretiva Include), de modo a compreender como se estrutura o esquema de configuração do servidor.

5 Utilitários Para gerir os diretórios com as definições dos módulos e dos sites há quatro utilitários, específicos do Debian, que facilitam a inclusão e exclusão de módulos e de sites. Para os módulos temos: a2enmod para ativar um módulo. Por exemplo: # a2enmod ssl Os módulos disponíveis na diretiva mods available têm sempre a extensão "load", com o comando a2enmod não se deve de incluir a extensão. Notar que o significado do comando em inglês é: a2 apache versão 2; en abreviação de "enable" ou seja ativar; mod abreviação de módulo. a2dismod para desativar o módulo. Por exemplo: # a2dismod ssl Como no caso do comando anterior, este comando quer dizer: a2 apache versão 2; dis abreviação de "disable" ou seja desativar; mod abreviação de módulo. Para os sites temos: a2ensite Ativar um site. Naturalmente que, para ativar um site, temos de em primeiro lugar, criar a definição do site no diretório sites available. O arquivo que contém a definição do site, não tem precisa ter nenhum tipo de extensão. a2dissite Desativar um site.

6 Criar um site virtual Num mesmo servidor podemos ter definidos vários sites virtuais. O servidor Apache pode identificar qual o site a mostrar utilizando dois métodos, (i) por endereço IP, ou seja na mesma máquina temos vários endereços IP expostos às redes a que queremos dar acesso, (ii) ou então em função do nome do site, exemplo, e os URLs do exemplo podem resolver para o mesmo endereço IP. Antes de apresentar a configuração do site, convém criar a árvore de diretórios onde vamos armazenar o site. É tradicional manter todos os sites no diretório /arquivo/www. Os processos do Apache correm, no Debian, com o utilizador wwwdata, isto pode se confirmar facilmente: # grep e "^User\ ^Group" /etc/apache2/apache2.conf User www data Group www data De modo a que o processo do Apache tenha acesso às diretórios onde o site está alojado, estas têm de permissões adequadas, e o utilizador www data tem de conseguir ler estes diretórios. Poderíamos pura e simplesmente dar acesso de leitura a todos, mas, cultivando uma preferência em relação à segurança, vamos sempre dar as permissões mínimas necessárias de modo a que possamos atingir o nosso objetivo. Uma árvore de diretórios básica utilizada para alojar os sites é: /arquivo/www logs ` site1 cgi bin ` htdocs A função de cada uma dos diretórios é: cgi bin diretório onde vamos instalar os CGI scripts. Hoje em dia, cada vez mais, se utilizam menos os CGI scripts. No entanto podem ser verdadeiros salva vidas, quando queremos implementar uma funcionalidade mais avançada sem termos de utilizar frameworks mais avançados; htdocs Neste diretório vamos armazenar o conteúdo do site em si (ou seja o nosso HTML e de uma forma geral todo o conteúdo estático do site); logs é bom ter registros de acessos e de erros junto do site onde os mesmos estão instalados. Notar que isto talvez não seja a melhor política dados que os logs do Apache têm a tendência de crescer muito rapidamente em sites com um tráfego médio. Assim, se optarmos por usar esta localização para armazenar os registros do servidor é necessário não esquecer de configurar o logrotate.

7 Se quisermos utilizar a configuração por padrão do Debian para tratamento dos registros do Apache, basta mudar a localização dos logs para /var/log/apache2/ e garantir que todos os arquivos de registro têm a extensão.log. Para criarmos esta árvore de diretórios faz se: # mkdir p /arquivo/www/logs # cd /arquivo/www # mkdir site1 # cd site1 # mkdir cgi bin htdocs As permissões e ownership vêm: # chown R www data:www data /arquivo/www # chmod R u+rwx,g+wrs,o rwx /arquivo/www Notar que este arranjo de permissões não pode ser utilizado se não confiarmos nos utilizadores que vão editar os sites (que vão ter de pertencer ao grupo www data). No caso de querermos alojar sites de terceiros, convém guardar esses sites diretamente nas respectivas home directories destes utilizadores. Nesse caso temos de dar acesso de leitura ao processo do Apache o que implica dar permissões aos "outros" de leitura. No caso deste exemplo é assumido que os sites são geridos pelo próprio administrador do sistema ou por uma pessoa em que este confie. Uma vez criada a estrutura de diretórios de suporte ao site, resta nos criar o arquivo de configuração do site: NameVirtualHost *:80 <VirtualHost *:80> ServerAdmin sysadm@site1.com DocumentRoot /arquivo/www/site1/htdocs ServerName site1.com ServerAlias ErrorLog /arquivo/www/logs/site1_error.log LogFormat "%h %l %u %t \"%r\" %>s %b \"%{Referer}i\"\"%{Useragent}i\"" my_custom_log CustomLog /arquivo/www/site1/logs/site1_access.log my_custom_log ScriptAlias /cgi bin /arquivo/www/site1/cgi bin # htdocs: <Directory "/arquivo/www/site1/htdocs"> Options Indexes FollowSymLinks Includes # Config do htaccess AllowOverride All # Geral Order allow,deny Allow from all </Directory> </VirtualHost>

8 O passo seguinte consiste em ativar o site: # a2ensite site1 Site site1 installed; run /etc/init.d/apache2 reload to enable. # a2dissite default Site default disabled; run /etc/init.d/apache2 reload to fully disable. Note que foi desativado o site definido por padrão no Apache, fazemos isto por dois motivos: (i) a definição do site por padrão não é um site virtual escolhido pelo URL enquanto que o nosso é, como as duas formas de aceder a sites virtuais é incompatível temos de retirar esta definição, (ii) o site por definido por padrão não segue a estrutura de sites que definimos neste documento, não faz grande sentido termos de manter estas duas estruturas. Agora já podemos reiniciar o Apache: # /etc/init.d/apache2 restart Forcing reload of web server (apache2)...httpd (no pid file) not running Já temos o nosso servidor virtual rodando! Podemos testar o servidor visitando o URL do servidor>. Como o servidor virtual é identificado pelo nome isto só funciona porque apenas temos um servidor virtual definido no Apache. Outra forma de testar a utilização do servidor seria editar o arquivo /etc/hosts e acrescentar: <endereço do servidor> site1.com Se já tivermos o domínio registrado e a apontar para o nosso servidor este passo não é, obviamente, necessário. Instalando o Framework PHP5 Instalação. O processo de instalação do framework PHP é o mesmo que o do apache, bastando digitar o comando: # apt get install libapache2 mod php5 Após o processo de instalação finalizado vamos configurar o apache para que não precise digitar o endereço completo do site para ser acessado, utilizando a framework do PHP. Localize a linha que contenha a instrução DirectoryIndex e acrescente os nomes das páginas que serão acessadas por padrão pelo servidor apache, no nosso caso, deixar como o exemplo abaixo:

9 DirectoryIndex index.html index.htm index.shtml index.cgi index.pl index.php index.php4 index.xhtml Após essa modificação reiniciar o serviço do apache com o comando: # /etc/init.d/apache2 restart Testando a configuração do PHP Crie um arquivo dentro de /var/www chamado index.php com a seguinte instrução: <? phpinfo();?> Salve o e teste pelo browser, onde deve aparecer a seguinte imagem: Se estas informações aparecerem no browser, seu php esta instalado e configurado corretamente.

10 Notas Finais Neste momento o servidor está configurado, para acrescentar um site virtual basta duplicar o arquivo /etc/apache2/sites available/site1, mudar as referências ao "site1.com" para o novo site, ativar o site e criar a estrutura de diretórios que o vai alojar. A configuração por padrão no Debian cria bastantes processos do Apache. Isto é apropriado para sites com movimento de moderado a grande. Para alojar uma simples página pessoal talvez seja demais! Para alterar os parâmetros que controlam este comportamento devemos editar o arquivo /etc/apache2/apache2.conf. A parte relevante é: # worker MPM # StartServers: initial number of server processes to start # MaxClients: maximum number of simultaneous client connections # MinSpareThreads: minimum number of worker threads which are kept spare # MaxSpareThreads: maximum number of worker threads which are kept spare # ThreadsPerChild: constant number of worker threads in each server process # MaxRequestsPerChild: maximum number of requests a server process serves <IfModule mpm_worker_module> StartServers 2 MaxClients 150 MinSpareThreads 25 MaxSpareThreads 75 ThreadsPerChild 25 MaxRequestsPerChild 0 </IfModule> Por exemplo, para um site com pouco movimento: <IfModule mpm_worker_module> StartServers 1 MaxClients 150 MinSpareThreads 10 MaxSpareThreads 20 ThreadsPerChild 10 MaxRequestsPerChild 0 </IfModule> Finalmente, só mais uma nota sobre a manutenção da configuração aqui descrita. Devemos tentar fazer as nossas alterações às configurações o mais possível aos arquivos onde temos definidos os nossos sites virtuais. Se procedermos deste modo facilitamos os upgrades, garantimos de alguma forma que a configuração de um site não interfere com a dos outros, etc...