CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

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1 Acórdão: /05/1 a Rito: Sumário Impugnação: (Aut.), (Coob.) Impugnantes: Banco Bradesco S/A (Aut.), Mídia Transportes Ltda.(Coob.) Proc. S. Passivo: Fabiana Nati/Outros (Aut/Coob.) PTA/AI: CNPJ: / (Aut.), / (Coob.) Origem: DF/ Uberaba EMENTA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - NOTA FISCAL - DESCLASSIFICAÇÃO - DOCUMENTO INÁBIL PARA A OPERAÇÃO. Os Documentos de Trânsito de Bens (DTB) apresentados ao Fisco foram desclassificados por serem inábeis para o acobertamento do trânsito de mercadorias. Exigência apenas da Multa Isolada por se tratar de transferência de bens do ativo fixo. Infração caracterizada. Exigência fiscal mantida. Lançamento procedente. Decisão unânime. RELATÓRIO Aos 20 de junho de 2004, foi constatado, no PF Orlando Pereira da Silva, no Município de Delta/MG, o transporte de equipamento eletrônico sem documentação fiscal hábil e regular. No momento da abordagem, o motorista, Sr. Antônio Sena de Ataíde, apresentou documentos de trânsito de bens DTB, emitidos pelo Autuado, em , acompanhados dos respectivos CTRC, emitidos pela Coobrigada. Verificou-se, através de conferência física de mercadorias, tratar-se de equipamentos novos, que ainda se encontravam na embalagem original do fabricante, não apresentando, portanto, nenhuma característica que os identificasse. Foi, então, lavrado Auto de Infração, para cobrar a MI capitulada no artigo 55, II, da Lei 6763/75; considerando-se infringidos os artigos: 39, 1, desta lei; 96, XIX, do RICMS/02; e 1, III-a, da Resolução 3111/00. Instruíram-no os documentos de fls. 05 a 31. Não se conformando com a imputação, a Autuada e a Coobrigada apresentaram, regular, tempestiva e conjuntamente, a Impugnação de fls. 32 a a 70. Os agentes fiscais refutam a defesa aviada, em Manifestação juntada a fls ª.doc Publicado no Diário Oficial em 25/8/ Cópia WEB 1

2 Foi constatada a reincidência (fls. 73 a 75 e 93 a 95) PTA , de out./2002. O processo foi levado à julgamento, perante a 1ª Câmara, em 04 de abril de 2005, que deliberou exarar despacho interlocutório para que a Autuada juntasse os documentos de aquisição dos equipamentos (fl. 96). de O Banco Bradesco S/A foi intimado da decisão (fls. 98 a 99), em 19 de abril DECISÃO Trata o presente feito da constatação, em fiscalização de trânsito de mercadorias, de transporte de equipamentos eletrônicos sem documentação fiscal hábil e regular. Com efeito, no momento da abordagem, foram apresentados documentos de trânsito de bens DTB, emitidos pelo Banco Bradesco S/A, em , acompanhados dos respectivos CTRC n , emitidos por Mídia Transportes Ltda.. Verificou-se, através de conferência física de mercadorias, que se tratava de equipamentos novos, ainda na embalagem original do fabricante (Procomp/AM), não apresentando, portanto, sinais que os identificasse como bens patrimoniais do referido banco. - AI lavrado em (fls ) e recebido em (fls ); - TAD (fl. 07) 03 unid multi expresso e 03 unid ATM 3664/01878 Procomp depositário: Banco Bradesco (Goiânia); - CTRC n (fl. 08) emitido por Mídia Transportes Ltda., em remetente: Bradesco S/A (São Paulo/SP), destinatário: Bradesco S/A (Goiânia/GO) e consignatário: Procomp Ind. Eletrônica Ltda. (São Paulo/SP) obs.: ref. min ; - DTB n. de controle (fls ) emitido por Bradesco S/A, em , com destino para a agência de Goiânia referente a 01 un multi expresso (n. registro ) e 01 un ATM 3664/01878 Procomp (n. registro ); - Minuta de controle n (fl. 11) emitido por Mídia Transportes Ltda. contém os dados do veículo, remetente, destinatário e mercadoria; - CTRC n (fl. 12) ref. min ; ª.doc Publicado no Diário Oficial em 25/8/ Cópia WEB 2

3 - DTB n. de controle (fls ) referente a 01 un multi expresso (n. registro ) e 01 un ATM 3664/01878 Procomp (n. registro ); - Minuta de controle n (fl. 15); - CTRC n (fl. 16) ref. min ; - DTB n. de controle (fls ) referente a 01 un multi expresso (n. registro ) e 01 un ATM 3664/01878 Procomp (n. registro ); - Minuta de controle n (fl. 19); - doc. do veículo e do motorista (fls. 24 a 25) veículo registrado em nome do motorista; - NF Avulsa n (fls. 26 a 28) remete as mercadorias para o estabelecimento do Bradesco em Goiânia. Aduzem, Autuado e Coobrigada, em sua defesa, que as instituições financeiras, enquanto se restringirem à prática de operações financeiras e afins, não podem ser consideradas contribuintes do ICMS, salvo quando na importação de bens ou na arrematação de produtos importados. Mas, acrescentam, mesmo nestas hipóteses, não estão obrigadas ao cumprimento das obrigações acessórias (inscrição como contribuintes, emissão de notas fiscais, escrituração de livros etc.). Chamam a atenção para o art. 5 do Estatuto Social do Banco Bradesco S/A, que estabelece, como objetivo social, efetuar operações bancárias em geral, inclusive câmbio. Acrescem que as instituições financeiras são consideradas prestadoras de serviço, estando incluídas no item 96 da Lista de serviços (LC 116/03); e que estão impedidas, por força de lei federal, de fornecerem mercadorias. Inferem disso que a transferência de bens do ativo fixo e de material de uso e consumo entre seus diversos estabelecimentos pode ser promovida por documentos internos do Banco. Ressaltam que o Estado de MG não era ponto de partida ou de chegada das mercadorias e que a simples previsão legal (Lei n. 4217/89, artigo 29) não basta para caracterizar o contribuinte do ICMS. Transcrevem excertos do Parecer n. 620/90, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, segundo o qual as instituições financeiras não são contribuintes e podem promover a movimentação de seus bens com a utilização de documentos internos ª.doc Publicado no Diário Oficial em 25/8/ Cópia WEB 3

4 Não é relevante, para o deslinde da questão, discussões acerca da caracterização das instituições bancárias como contribuinte. No caso, se está a exigir multa isolada por descumprimento de obrigação acessória, que, por força do disposto no art. 194, par. único, do CTN, é imposta a todas as pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Questão semelhante foi objeto da Consulta de Contribuinte n. 042/2004 (MG de 06/04/2004) - PTA n Confira-se: EXPOSIÇÃO: RESPOSTA: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - MOVIMENTAÇÃO DE BENS - ACOBERTAMENTO - A MOVIMENTAÇÃO DE BENS, INCLUSIVE AQUELES NÃO CONSIDERADOS MERCADORIA, PROMOVIDA POR QUALQUER PESSOA, MESMO NÃO CARACTERIZADA COMO CONTRIBUINTE DO ICMS, DEVERÁ SER COM O ACOBERTADA COM NOTA FISCAL PREVISTA NA LEGISLAÇÃO ESTADUAL, EXCETUADAS AS HIPÓTESES CONTEMPLADAS NA RESOLUÇÃO SEF Nº 3.111/00. A CONSULENTE INFORMA NÃO EXERCER ATIVIDADE INCLUÍDA NO CAMPO DE INCIDÊNCIA DO ICMS, PRESTANDO TÃO SOMENTE SERVIÇOS DE TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA DE FUNDOS BANCÁRIOS, MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE CAIXAS ELETRÔNICOS, SENDO RESPONSÁVEL PELA OPERACIONALIZAÇÃO DO SISTEMA CONHECIDO COMO "BANCO 24 HORAS" E TENDO POR CLIENTES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. (...) 1 E 2 - A CONSULENTE, CONFORME INFORMADO EM SUA EXPOSIÇÃO, REALIZA TÃO SOMENTE ATIVIDADES CONSTANTES DA LISTA DE SERVIÇOS QUE TRATA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA MUNICIPAL EM MATÉRIA DE ISSQN, HOJE CONSTANTE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 116/03. ENTRETANTO, A MOVIMENTAÇÃO DE SEUS BENS DEVERÁ SER REALIZADA COM O ACOBERTAMENTO DE NOTA FISCAL PREVISTA NA LEGISLAÇÃO ESTADUAL, EXCETO NAQUELAS SITUAÇÕES QUE POSSAM SER ENQUADRADAS EM UMA DAS HIPÓTESES ESTABELECIDAS NA RESOLUÇÃO SEF Nº 3.111/00. Assim, naquelas situações não enquadradas na citada Resolução a Consulente deverá providenciar a emissão de Nota Fiscal Avulsa junto à repartição de sua circunscrição ou do local onde se dará a transferência neste Estado. A referida Resolução estabelece, no artigo 1, inciso III, que não será objeto de exigência fiscal a movimentação física dos bens e mercadorias em transferência, desde que os bens móveis estejam devidamente identificados, por gravação ou ª.doc Publicado no Diário Oficial em 25/8/ Cópia WEB 4

5 etiquetagem indelével, como pertencentes ao patrimônio da empresa ou instituição e a carga esteja acompanhada de guia de remessa emitida pelo remetente: a - máquinas, equipamentos de automação, móveis e material de uso ou consumo, entre estabelecimentos bancários. Os documentos internos (DTB) foram considerados, pelos agentes fiscais, insuficientes para acompanhar o transporte porque não foi comprovado que os bens já haviam incorporado o patrimônio da Autuada, visto que se encontravam em embalagens originais e intactas do fabricante. Visando alcançar a verdade material, foi exarado, pela 1ª Câmara deste Conselho, em 04 de abril de 2005, despacho interlocutório para que a Autuada juntasse os documentos de aquisição dos equipamentos (fl. 96). Embora intimado desta decisão (fls. 98 a 99), em 19 de abril deste ano, o Banco Bradesco S/A não se manifestou. Assim, considerando que a movimentação dos bens foi acompanhada tão-só por documentos internos do banco; que os referidos bens não possuíam qualquer identificação de propriedade; que a cláusula 2ª do Ajuste Sinief 23/ estabelece que a circulação de bens do ativo e material de uso e consumo entre os estabelecimentos de uma mesma instituição financeira será documentada pela NF modelo 1 ; e, principalmente, que, mesmo intimado a fazê-lo, o Banco não apresentou os documentos de aquisição destes equipamentos, há de ser mantido o lançamento. Por fim, no tocante ao questionamento do valor da multa, que, segundo os Impugnantes, alcança o montante de R$53.027,02, enquanto o valor das mercadorias é de R$44.189,18, deve-se registrar que houve um equívoco, uma vez que o valor total dos bens transportados é de R$ ,54, como pode ser verificado no TAD e NF Avulsas Diante do exposto, ACORDA a 1ª Câmara de Julgamento do CC/MG, à unanimidade, em julgar procedente o lançamento. Participaram do julgamento, além dos signatários, os Conselheiros Edwaldo Pereira de Salles (Revisor) e Francisco Maurício Barbosa Simões. Sala das Sessões, 18/07/05. Roberto Nogueira Lima Presidente JDQ/EJ Juliana Diniz Quirino Relatora ª.doc Publicado no Diário Oficial em 25/8/ Cópia WEB 5