Setor externo. Dezembro 2005 Relatório de Inflação 67

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Setor externo. Dezembro 2005 Relatório de Inflação 67"

Transcrição

1 Setor externo O cenário para as contas externas e as condições de financiamento do balanço de pagamentos brasileiro permanecem favoráveis. Em 2005, deverá ser registrado o terceiro superávit anual consecutivo em transações correntes e as projeções para 2006, tanto do Banco Central quanto do mercado, indicam a manutenção dessa trajetória. O desempenho do comércio exterior continua sendo preponderante para a determinação dos resultados positivos das contas correntes, destacando-se a ampliação do saldo comercial em um cenário de expansão da corrente de comércio e de apreciação da taxa de câmbio. Registrou-se ampliação nos ingressos líquidos de divisas no país nos primeiros onze meses do ano, em comparação a igual período de O crescimento do superávit refletiu os resultados positivos apresentados pela balança comercial cambial, em patamar significativamente superior às remessas líquidas relativas a operações financeiras. Nesse ambiente, as projeções para o setor externo constantes deste "Relatório de Inflação" incorporam mudanças em relação ao relatório anterior, como as liquidações antecipadas de US$15,5 bilhões referente à dívida junto ao FMI e de US$1,8 bilhão ao Clube de Paris, o aumento no superávit esperado para a balança comercial, a elevação de gastos líquidos projetados para as remessas de lucros e dividendos e a incorporação das compras líquidas de divisas pelo Banco Central em mercado. Os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos foram reduzidos e as taxas de rolagem do passivo externo privado de médio e longo prazos seguem nos níveis previstos anteriormente. Para 2006, apesar da redução prevista para o saldo comercial, projeta-se o superávit em transações correntes. Os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos deverão aumentar e os investimentos líquidos em ações poderão apresentar redução. As taxas de rolagem para o Dezembro 2005 Relatório de Inflação 67

2 endividamento privado de médio e longo prazos foram estimadas, assim como para 2005, em 70%. Sob essas hipóteses, e incluindo a contratação em mercado pelo Tesouro Nacional da totalidade do serviço da dívida externa de sua responsabilidade, incluindo a antecipação de pagamento ao Clube de Paris, o mercado cambial continuará superavitário, permitindo a constituição de US$11 bilhões de ativos no exterior pelo setor bancário. As reservas internacionais estimadas para o final de 2006 deverão apresentar elevação de US$6,7 bilhões. Dessa maneira, não deverão ocorrer dificuldades no financiamento do setor externo. 5.1 Movimento de câmbio Tabela 5.1 Movimento de câmbio Discriminação US$ bilhões Nov Jan- Ano Nov Jan Operações com clientes no país -0,7 9,2 11,9 2,8 16,5 Comercial 1,5 33,1 36,7 3,3 45,6 Exportação 7,1 84,1 93,5 10,4 110,7 Importação 5,6 51,1 56,8 7,1 65,1 Financeiro 1/ -2,1-23,9-24,7-0,5-29,0 Compras 7,0 72,5 84,6 11,9 103,2 Vendas 9,1 96,4 109,4 12,4 132,3 Operações com -0,4-5,1-5,6 0,0-0,5 instituições no exterior (líquido) 2/ Saldo -1,1 4,1 6,4 2,8 16,0 1/ Exclui operações interbancárias e operações externas do Banco Central. 2/ Movimentações relacionadas com transferências internacionais em reais, no País, de domiciliados no exterior. O mercado de câmbio contratado registrou superávit de US$16 bilhões no ano, até embro, expansão de 295% em relação ao observado no mesmo período de O segmento comercial registrou contratações líquidas positivas de US$45,6 bilhões, elevação de 37,9% no período. As contratações para exportações somaram US$110,7 bilhões e as relativas a importações, US$65,1 bilhões, com aumentos de 31,6% e de 27,5%, respectivamente. O segmento financeiro apresentou déficit de US$29 bilhões no ano, até embro, 21,6% acima do ocorrido no mesmo período de O volume de compras financeiras atingiu US$103,2 bilhões, e o de vendas, US$132,3 bilhões, acréscimos de 42,4% e de 37,2%, respectivamente. O mercado de câmbio superavitário permitiu ao Banco Central realizar compras líquidas de US$17,5 bilhões no ano, das quais US$3,9 bilhões em embro. Em decorrência desses resultados, a posição vendida dos bancos no mercado à vista passou de US$1,4 bilhão, ao final de 2004, para US$3,4 bilhões, em embro de Tabela 5.2 Balança comercial FOB US$ milhões Período Exportação Importação Saldo Corrente de comércio Jan Jan Var. % 23,1 17,2 34,1 20,8 Fonte: MDIC/Secex Nota: Em jan-/2004 e jan-/2005, 229 dias úteis. 5.2 Comércio de bens Em embro de 2005, as exportações alcançaram US$10,8 bilhões, valor recorde para meses de embro e 32,2% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. Nos primeiros onze meses do ano, as exportações alcançaram US$107,4 bilhões, 23,1% a mais do que no mesmo período do ano anterior, superando o total das vendas externas de Relatório de Inflação Dezembro 2005

3 As importações, também recordes para meses de embro, totalizaram US$6,7 bilhões, superando as relativas a embro de 2004 em 10,1%. Considerados os primeiros onze meses do ano, as compras externas acumularam o recorde de US$67 bilhões, 17,2% maiores que as de janeiro a embro de A balança comercial foi superavitária em US$4,1 bilhões em embro, acumulando US$40,4 bilhões no ano. No ano, até embro, a corrente de comércio atingiu US$174,4 bilhões, com crescimento de 20,8% em comparação com o mesmo período de Tabela 5.3 Exportação por fator agregado FOB Média diária Janeiro-embro US$ milhões Discriminação Var. % Total 381,1 469,0 23,1 Básicos 115,6 138,8 20,1 Industrializados 259,5 320,4 23,5 Semimanufaturados 53,2 63,1 18,7 Manufaturados 206,3 257,2 24,7 Operações especiais 6,1 9,9 63,4 Fonte: MDIC/Secex Nota: Em jan-/2004 e jan-/2005, 229 dias úteis. Gráfico 5.1 Exportações por principais setores Janeiro-embro 2005/2004 1/ % Petróleo e derivados Mat. de transporte Metalúrgicos Carnes Minérios Soja Fonte: MDIC/Secex 1/ Variação sobre igual período do ano anterior. Em jan-/2004 e jan-/2005, 229 dias úteis. Gráfico 5.2 Exportações Índices de preços e quantum Janeiro-embro 2005/2004 % Total Básicos Semimanufatur. Manufaturados Preços Quantum Fonte: Funcex O total exportado de produtos básicos aumentou 50,5%, ante o mesmo mês do ano anterior, seguindo-se as vendas relativas a bens manufaturados, 26,4%, e a bens semimanufaturados, 16,6%. No acumulado do ano, até embro, as exportações de produtos básicos aumentaram 20,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para carnes (suína, frango e bovina), petróleo, café em grão e minério de ferro. O valor das vendas externas de itens semimanufaturados cresceu 18,7%, na mesma base de comparação, destacandose as exportações de ferro fundido, açúcar em bruto, ferroligas, semimanufaturados de ferro e aço, celulose, madeira serrada, couros e peles e alumínios em bruto. As exportações de bens manufaturados elevaram-se 24,7%, com ênfase para as relativas a aparelhos transmissores e receptores, incluindo celulares; veículos de carga, tratores, automóveis de passageiros e autopeças; e açúcar refinado. A análise setorial das exportações acumuladas até embro revela aumentos das vendas em todos os principais setores, excetuando-se as de soja, que recuaram 9,3% em relação ao mesmo período de As exportações de petróleo e derivados aumentaram 65,2%, seguindo-se as de minérios, 50,2%; carnes, 30,7%; produtos metalúrgicos, 24,5%; e material de transporte, 21,6%. Esses seis setores mencionados representaram 56% das vendas externas totais do período. De acordo com a Funcex, o aumento do valor das exportações, até embro, refletiu crescimentos de 11% nos preços e de 10,8% nas quantidades exportadas. Registrou-se maior contribuição dos preços nas vendas de todas as categorias de fator agregado, exceto manufaturados. Dessa forma, o aumento das exportações de produtos básicos incorporou elevações de 12% nos preços e de 6,3% Dezembro 2005 Relatório de Inflação 69

4 no quantum, e o relativo a produtos semimanufaturados, elevações de 12% e de 6%, respectivamente. O maior valor das vendas de produtos manufaturados, cuja participação na pauta exportadora cresceu de 54,1%, nos onze primeiros meses de 2004, para 54,8%, no período correspondente de 2005, refletiu expansões de 12,7% nas quantidades exportadas e de 10,4% nos preços. Tabela 5.4 Importação por categoria de uso final FOB Média diária Janeiro-embro US$ milhões Discriminação Var. % Total 249,5 292,5 17,2 Bens de capital 47,7 60,9 27,5 Matérias-primas 133,5 151,0 13,1 Naftas 3,7 5,5 49,4 Bens de consumo 27,2 33,5 23,0 Duráveis 12,7 15,6 22,4 Automóveis de passageiros 2,3 3,2 37,8 Não duráveis 14,5 17,9 23,6 Combustíveis e lubrificantes 41,0 47,1 15,0 Petróleo 26,7 29,8 11,6 Fonte: MDIC/Secex Nota: Em jan-/2004 e jan-/2005, 229 dias úteis. Gráfico 5.3 Importação de matérias-primas x produção industrial Média móvel de 3 meses Índices dessazonalizados Importação Produção industrial Jun Out Fev Jun Out Fev Jun Out Fev Jun Out Fev Jun Out Importação de matérias-primas Produção industrial Fonte: IBGE e Funcex 1999 = 100 Gráfico 5.4 Importação de bens de capital x produção industrial Média móvel de 3 meses Índices dessazonalizados Importação Jun Out Fev Jun Out Fev Jun Out Fev Jun Out Fev Jun Out Importação de bens de capital Produção industrial Fonte: IBGE e Funcex 1999 = 100 Produção industrial As importações cresceram 10,1% em embro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, registrando-se aumentos em todas as categorias de uso. As compras de combustíveis e lubrificantes elevaram-se 8,7% no período, evidenciando o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional. As importações de bens duráveis elevaramse em 40%, impulsionadas pelas compras de automóveis provenientes da Argentina e da Alemanha; de máquinas e aparelhos de uso doméstico e de objetos de adorno e uso pessoal. As compras de bens de consumo não-duráveis cresceram 19,8%, com ênfase para os itens vestuário, produtos farmacêuticos e produtos alimentícios. As compras de bens de capital cresceram 17,5% em embro, com destaque para o aumento das aquisições de equipamento móvel de transporte, máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico e maquinaria industrial. As importações de matérias-primas e produtos intermediários aumentaram 3,8% no mês. Assinale-se que as importações acumuladas até embro, em comparação ao mesmo período do ano anterior, também apresentaram aumentos em todas as categorias de uso. O valor importado de bens de capital cresceu 27,5%, nessa base de comparação, seguindo-se os relativos a bens de consumo não-duráveis, 23,6%; bens de consumo duráveis, 22,4%, dentre os quais se destacaram os automóveis, com 37,8%; combustíveis e lubrificantes, 15%; e matérias-primas, 13,1%. Considerando as importações acumuladas no ano, por principais setores, registraram-se reduções apenas nas compras de algodão, 51,1%; cereais e produtos de moagem, 49,5%; adubos e fertilizantes, 13,4%; e produtos para a indústria química, 3,9%. As compras de veículos automóveis e partes aumentaram 35,5%, seguindo-se as referentes a equipamentos mecânicos, 24,9%; plásticos e obras, 22%; eletroeletrônicos, 20,6%; combustíveis e lubrificantes, 15%; e químicos, 9,3%. Esses setores foram responsáveis, em conjunto, por 57,6% da pauta de importação brasileira. 70 Relatório de Inflação Dezembro 2005

5 Gráfico 5.5 Importações Índices de preços e quantum Janeiro-embro 2005/2004 % Total Fonte: Funcex Bens de capital Preços Bens intermed. Duráveis Quantum Não duráveis Gráfico 5.6 Importações por principais setores Janeiro-embro 2005/2004 1/ % Combustíveis e lubrificantes Equipamentos mecânicos Eletroeletrônicos Químicos orgân./inorgânicos Veíc. automóveis e partes Plásticos e obras Comb. e lubrif Fonte: MDIC/Secex 1/ Variação sobre igual período do ano anterior. Em jan-/2004 e jan-/2005, 229 dias úteis. Tabela 5.5 Exportação e importação por área geográfica FOB Média diária Janeiro-embro Discri- Exportação Importação Saldo US$ milhões minação Var Var % % Total , , Aladi , , Mercosul , , Argentina , , Demais , ,0 3 4 México , , Demais , , EUA 1/ , , UE 2/ , , Europa Or. 3/ , , Ásia , ,2 9 5 Japão , ,1-1 0 Coréia (Sul) , , China , ,6 7 5 Outros , ,7 4 1 Demais , , Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui Porto Rico. 2/ Inclui também os dez países que aderiram em 2004 (além dos que integravam a Europa Oriental, Chipre e Malta). 3/ Oito países, antes incluídos nesse grupo, passaram para a UE. De acordo com a Funcex, o aumento nas aquisições externas acumuladas no ano, até embro, em relação ao mesmo período do ano anterior, refletiu crescimentos de 10% nos preços e de 6,7% no quantum. Considerando as categorias de uso, o aumento nas compras de bens de capital e de bens de consumo duráveis esteve associado, fundamentalmente, às variações de 28% e 38%, respectivamente, da quantidade importada, enquanto os preços permaneceram praticamente estáveis. Matériasprimas e bens intermediários apresentaram variações similares de preço e quantum, da ordem de 7%, e as compras de bens de consumo não-duráveis, aumentos respectivos de 10,5% e 7,7%. Os preços das importações de combustíveis e lubrificantes, evidenciando a trajetória das cotações do petróleo, elevaram-se em 36,8%, enquanto a sua quantidade reduziu-se em 12,9%. Relativamente ao destino das exportações brasileiras, registraram-se aumentos das vendas para todas as principais regiões, quando comparadas as médias diárias dos onze primeiros meses de 2005 e do ano anterior. As vendas para a Europa Oriental cresceram 60,2%, seguindo-se as direcionadas ao Mercosul, 32%; à Aladi, exceto Mercosul, 25,6%; à Ásia, 24,3%; aos EUA, 11,7%; e à União Européia 12%. Assinale-se a relevância do crescimento das exportações à Argentina, 35%, e à China, 20,5%, para o desempenho das vendas direcionadas ao Mercosul e à Ásia. Considerando a origem das importações brasileiras, apenas as provenientes da Europa Oriental recuaram no período, 13%. As compras originárias da Ásia elevaram-se em 37,2%, com ênfase para o crescimento de 43,6% das embarcadas na China. As importações de produtos dos países da Aladi, exceto Mercosul, aumentaram 20%, seguindo-se as originárias da União Européia, 14,6%; EUA, 12%; e Mercosul, 11,2%, com o aumento das compras à Argentina situando-se em 12,8%. 5.3 Serviços e renda A ampliação de 32,6% nas remessas líquidas nas contas de serviços e rendas não impediu a continuidade da expansão do superávit em transações correntes, que atingiu US$13,7 bilhões nos onze primeiros meses de 2005, superando o valor acumulado nos doze meses de 2004, de US$11,7 bilhões. Em embro, o superávit em transações correntes acumulado em doze meses representou 1,92% do PIB. Dezembro 2005 Relatório de Inflação 71

6 Tabela 5.6 Transações correntes US$ bilhões Discriminação Nov Jan- Ano Nov Jan- Ano 1/ Ano 1/ Transações correntes -0,2 10,5 11,7 1,7 13,7 15,0 6,3 Balança comercial 2,1 30,2 33,7 4,1 40,4 44,5 35,5 Exportações 8,2 87,3 96,5 10,8 107,4 118,5 124,5 Importações 6,1 57,1 62,8 6,7 67,0 74,0 89,0 Serviços -0,5-4,0-4,7-1,0-7,2-7,9-7,8 Transportes -0,2-1,8-2,0-0,2-1,6-1,7-1,9 Viagens internacionais 0,0 0,3 0,4-0,1-0,8-0,9-1,3 Computação e inform. -0,1-1,1-1,2-0,2-1,4-1,6-1,5 Aluguel equipamentos -0,2-1,8-2,2-0,4-3,6-3,9-3,5 Demais 0,0 0,4 0,4-0,1 0,2 0,2 0,4 Rendas -2,1-18,5-20,5-1,7-22,7-25,1-24,8 Juros -1,1-12,3-13,4-1,0-12,5-13,5-12,9 Lucros e dividendos -1,0-6,4-7,3-0,7-10,4-11,8-12,0 Salários e ordenados 0,0 0,2 0,2 0,0 0,2 0,2 0,0 Transferências correntes 0,3 3,0 3,3 0,3 3,2 3,5 3,5 1/ Projeção. As despesas líquidas com serviços totalizaram US$7,2 bilhões no período janeiro a embro de 2005, 78,7% superiores às do mesmo período de 2004, enquanto as remessas líquidas de rendas elevaram-se em 22,6%, ao atingir US$22,7 bilhões. A ampliação das despesas líquidas com serviços esteve associada, em parte, ao desempenho da conta aluguel de equipamentos, cujas remessas líquidas atingiram US$3,6 bilhões no ano, até embro, ante US$1,8 bilhão no mesmo período de Esse aumento reflete a maior utilização de bens de capital de propriedade de não residentes, o que contribui para a expansão do investimento realizado no âmbito doméstico. As remessas líquidas de viagens internacionais somaram US$821 milhões, no ano, até embro, ante ingressos líquidos de US$329 milhões no mesmo período de Os ingressos relativos a viagens internacionais somaram US$3,5 bilhões e as despesas, US4,3 bilhões, acréscimos de 21,3% e 69%, respectivamente, em comparação ao mesmo período de A troca de sinal do resultado em viagens internacionais, com o crescimento das remessas em ritmo superior ao dos ingressos, acompanhou a mudança de patamar da taxa de câmbio nominal, cuja média, até embro, atingiu R$2,45/US$, ante R$2,95, no mesmo período de 2004, e o crescimento da renda. Ressaltese, entretanto, o crescimento contínuo e sustentado das receitas de viagens, reflexo das melhorias na estrutura turística brasileira, devendo ocorrer, em 2005, o quarto recorde consecutivo de ingressos anuais na série iniciada em As remessas líquidas do item transportes recuaram US$235 milhões, no período. A conta de rendas, tradicionalmente deficitária, tendo em vista a posição internacional de investimentos negativa, ou seja, o estoque de passivos externos superior ao de ativos externos, registrou pagamentos líquidos de juros de US$12,5 bilhões no período de janeiro a embro de 2005, ante US$12,3 bilhões nos primeiros onze meses de 2004, com aumentos de 3,9% nas despesas e de 19,7% nas receitas. A expansão do déficit na conta de rendas refletiu, fundamentalmente, o aumento de 62,3% nas remessas líquidas de lucros e dividendos, que atingiram US$10,4 bilhões de janeiro a embro de Essa trajetória decorre da combinação de três fatores. Em primeiro lugar, o estoque de investimento estrangeiro direto segue em expansão. 72 Relatório de Inflação Dezembro 2005

7 Remessas de Lucros e Dividendos Evolução Recente As remessas brutas de lucros e dividendos (RL&D) vêm apresentando expansão acentuada, tanto em termos de valor, US$8,3 bilhões em 2004, como em sua participação na conta de pagamentos de rendas do balanço de pagamentos (34,8%, no mesmo ano). As remessas referentes ao investimento externo direto (IED) corresponderam, em média, nos últimos oito anos, a cerca de 74% do valor das RL&D totais, sendo complementadas pelas relativas ao investimento em carteira (portfolio), conforme a tabela 1. Tabela 1 Remessas brutas de lucros e dividendos (L&D) US$ milhões Período Remessas de L&D Remessas de Participação Taxa de remessas L&D 2/ rendas brutas 1/ percentual % IED Invest. carteira Total IED Invest. carteira (I) (II) (III = I+II) (IV) (V=III/IVx100) (VI) (VII) ,4 8,3 4, ,2 5,2 4, ,8 3,6 2, ,7 3,6 3, ,0 4,6 3, ,3 5,8 5, ,8 5,2 4, / ,0 6,8 6,9 Média = 5,4 Média = 4,3 1/ Pagamentos de juros, lucros e dividendos e salários. 2/ Remessas do ano t, divididas pelo estoque ao final do ano t-1. Os estoques de IED são os da posição internacional de investimentos, enquanto os de portfolio incorporam, além do efeito cambial, os preços de mercado dos ativos investidos. 3/ Valores acumulados nos últimos doze meses, até junho, e considerados os estoques de investimentos em junho de Expressas como porcentagem do estoque de investimentos ao final do ano anterior, as taxas de RL&D apresentam relativa volatilidade, alcançando a média de 5,4% no período 1998 a 2005 (tabela 1). Observe-se que as taxas brasileiras estão em linha Dezembro 2005 Relatório de Inflação 73

8 com as taxas médias de RL&D de algumas economias emergentes, detentoras de estoques significativos de IED, como as verificadas, por exemplo, no Chile (8%; de 1998 a 2004), Rússia (5,3%; de 2001 a 2005) e Argentina (5%; de 2003 a 2004). Dentre os fatores responsáveis pela ampliação das RL&D brasileiras, destaque-se, com efeitos de longo prazo, a ampliação verificada no estoque de investimentos, decorrido o processo de maturação das inversões. Nesse sentido, as RL&D deverão continuar se expandindo nos próximos anos, acompanhando a elevação do estoque de investimentos externos, mantendo o padrão recentemente observado. Fatores conjunturais, no entanto, também influenciam o comportamento dessas remessas, como por exemplo, a trajetória da taxa de câmbio real e a própria rentabilidade dos empreendimentos. Considerada a evolução das RL&D referentes a investimento em carteira, que têm sido mais voláteis do que as do IED, fica evidenciada uma importante associação com o comportamento do IBOVESPA em dólares, especialmente no período mais recente, como pode ser visto no gráfico 1. As taxas de remessas de IED participações (não considerados os empréstimos intercompanhias, Gráfico 1 Ibovespa em dólares e remessas de L&D de investimentos em carteira Us$ milhões Jun Remessas de L&D Média móvel trimestral Ibovespa em dólares Média móvel trimestral Jun 1994 Fev 1995 Out Jun 1996 Fev 1997 Out Jun 1998 Fev 1999 Out Jun 2000 Fev 2001 Out Jun 2002 Fev 2003 Out Jun 2004 Fev Out Remessas de L&D, Investimento em carteira Ibovespa em dólares 74 Relatório de Inflação Dezembro 2005

9 cujos estoques correspondiam, ao final de 2004, a 12% do estoque total de IED) por setores de atividade e por subsetores selecionados estão apresentadas na tabela 2. Verifica-se que a média das taxas de RL&D da indústria é a mais elevada e a que apresenta menor volatilidade entre os setores, refletindo a existência de investimentos relativamente mais antigos/maduros que em outras áreas. Em termos da composição setorial do estoque de IED no Brasil, a indústria foi majoritária até 1997, quando detinha 52% do total. A partir de 1998, com a intensificação do processo de privatizações, o setor de serviços passou à liderança, e sua participação atingiu 59% ao final de A associação direta entre estoques de IED e taxas de RL&D, considerados os subsetores industriais mais expressivos, no período janeiro de 1998 a junho de 2005, é apresentada no gráfico 2. De maneira geral, a taxa de RL&D aumenta com o crescimento do estoque de IED. A exceção ao padrão apresentado parece ser o subsetor veículos automotores, com expressivo estoque de IED e taxa de RL&D relativamente reduzida, o que pode estar associado a políticas de reinversão dos lucros obtidos. Tabela 2 - Taxas de remessas de L&D: IED participações 1/ Subsetores selecionados % Discriminação / Média CV 3/ Agricultura, pecuária, e serviços relacionados Total 3,6 1,3 0,9 2,7 1,8 1,8 3,3 4,0 2,4 44,1 Extração de minerais metálicos 1,9 1,8 0,9 3,3 1,5 4,8 5,8 8,5 3,6 69,0 Agricultura e pecuária 22,0 0,0 0,0 9,1 2,7 0,0 13,2 5,4 6,6 112,5 Indústria Total 7,8 5,2 3,8 4,2 3,9 3,2 4,1 5,3 4,7 28,9 Produtos do fumo 21,3 16,4 22,6 12,4 21,4 12,5 12,5 8,6 16,0 30,8 Celulose, papel e produtos de papel 5,4 4,6 7,6 11,7 15,2 18,6 21,7 19,8 13,1 48,3 Produtos de metal Exclusive máquinas e equipapentos 7,6 3,5 0,0 13,9 33,1 11,9 11,7 13,0 11,8 78,1 Produtos alimentícios e bebidas 15,3 13,6 4,0 7,1 4,6 2,3 4,9 9,0 7,6 57,8 Metalurgia básica 4,9 2,6 5,2 3,0 4,3 5,7 9,3 13,9 6,1 57,4 Produtos químicos 13,3 8,0 5,6 3,3 2,1 2,7 2,0 2,7 5,0 74,4 Serviços Total 7,4 4,6 1,8 1,4 2,4 2,2 2,1 2,7 3,1 61,2 Comércio 18,0 9,2 2,4 2,2 5,4 2,5 2,6 3,1 5,7 90,6 Intermediação financeira 12,7 8,5 3,5 2,3 5,5 5,8 3,8 4,4 5,8 54,0 Seguros 0,9 0,4 2,4 0,1 0,4 2,2 3,9 4,1 1,8 83,4 1/ O levantamento das remessas de lucros e dividendos considera operações iguais e acima de US$1 milhão. As remessas dos subsetores destacados representaram, na média, 67% do total dessas transações no período entre 1998 e Estoques calculados em valores históricos, a partir dos constantes no Censo de Capitais estrangeiros de 1995, utilizando-se os fluxos de operações acima de US$10 milhões, até 2000, e o fluxo total a partir de 2001, excluindo apenas investimentos em bens e imóveis. A participação média dos estoques de IED desses setores no total, entre 1997 e junho de 2004, alcançou 40%. 2/ Considera estoques de IED em junho de 2004 e valores de L&D remetidos nos últimos doze meses, até junho. 3/ Coeficiente de Variação. Dezembro 2005 Relatório de Inflação 75

10 Gráfico 2 Taxa de remessas de L&D e estoques de IED: subsetores industriais TR média de L&D ( /jun) (%) % Equip.médico hospitalares Prod. têxteis Prod. minerais não metálicos Maq e mat. elétricos Prod. madeira Art. borracha e plástico Couro e artef. couro Metalurgia básica Maq. e equipamentos Mat. eletron. e equip. comunicações Prod. alimentícios Veículos automotores Estoque médio de IED ( /jun) Gráfico 3 Taxa de Remessas de L&D e exportação/produção (%) 1/: : subsetores industriais TR média de L&D ( /jun) Prod. minerais não metálicos Maq. e mat. elétricos Artig. borracha e plástico Equip.med. hosp. Prod.têxteis Equip. comunic. Prod. alim. e bebidas US$ milhões Metalurgia Maq. e equipamentos Veículos automotores Evidenciando a reconhecida importância do IED industrial para a ampliação tanto das exportações como da rentabilidade dos empreendimentos, o gráfico 3 mostra a associação positiva entre a participação média das exportações na produção e a taxa média de RL&D, considerados vários subsetores, com dados anuais para o período janeiro de 1999 a junho de A previsão para as RL&D, portanto, é de expansão de seus valores nos próximos anos, como resultado de vários fatores atuando nesse sentido, em especial, a expansão do estoque de investimentos externos; a manutenção do crescimento do PIB; o maior papel do mercado acionário interno, com tendência de valorização geral das ações; e a permanência da importância das exportações na produção industrial doméstica % Exportação/produção, média ( /jun) 1/ Indicador divulgado regularmente pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). 76 Relatório de Inflação Dezembro 2005

11 Nesse sentido, assinale-se o aumento de 21,4% registrado em 2004, quando o estoque totalizou US$161,3 bilhões, e os ingressos líquidos de US$13,8 bilhões ocorridos de janeiro a embro de Adicionalmente, há evidências de que a lucratividade incidente sobre esse estoque mais amplo também tenha se elevado, haja vista a expansão da arrecadação de impostos e tributos diretamente ligados ao nível de lucro das empresas, como Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre Lucro Líquido. Por fim, a apreciação nominal da taxa de câmbio incentiva a remessa de lucros e dividendos, ao aumentar o equivalente remetido em moeda estrangeira. 5.4 Conta financeira Tabela 5.7 Conta financeira US$ bilhões Discriminação Nov Jan- Ano Nov Jan- Ano 1/ Ano 1/ Conta financeira 0,0-9,1-7,7 2,9 1,1-16,0-0,3 Investimentos diretos 1,2 5,9 8,7 0,9 11,1 12,2 14,0 Brasileiros no Exterior -0,1-9,1-9,5-0,3-2,7-2,8-2,0 Estrangeiros no País 1,3 15,0 18,2 1,2 13,8 15,0 16,0 Participação 1,0 15,4 18,6 1,1 12,7 13,9 16,0 Intercompanhias 0,3-0,4-0,4 0,0 1,1 1,1 - Investimentos em carteira -0,5-5,0-4,8 1,6 3,5 3,3 1,0 Ativos -0,2-0,8-0,8-0,1-1,7-1,7 - Passivos -0,3-4,2-4,0 1,7 5,2 5,0 1,0 Derivativos 0,0-0,5-0,7 0,0 0,0 0,1 - Outros investimentos -0,7-9,5-11,0 0,4-13,5-31,6-15,3 Ativos 0,0-1,5-2,2 1,4-1,2-3,0-13,0 Passivos -0,7-7,9-8,8-1,0-12,4-28,6-2,3 1/ Projeção. A conta financeira do balanço de pagamentos apresentou ingressos líquidos de US$1,1 bilhão, até embro, ante remessas líquidas de US$9,1 bilhões no período correspondente do ano anterior. Na mesma base de comparação, os investimentos estrangeiros diretos líquidos registram ingressos de US$13,8 bilhões, decréscimo de 8,2%. Ressalte-se a ocorrência, em 2004, de operação isolada de US$4,9 bilhões no setor de produtos alimentícios e bebidas. Os investimentos diretos brasileiros no exterior acumularam saídas líquidas de US$2,7 bilhões, ante US$9,1 bilhões, de janeiro a embro de 2004, resultado também associado à operação acima referida. Ainda que o fluxo de capitais brasileiros tenha dimensão inferior ao de capitais estrangeiros, a continuidade das saídas líquidas expõe o processo de internacionalização de empresas brasileiras, em busca de mercados externos, cujo estoque estimado de investimentos diretos no exterior atingiu US$71 bilhões, em junho de A conta de investimentos estrangeiros em carteira teve seu sinal invertido, registrando captações líquidas de US$5,2 bilhões no ano, até embro, ante remessas líquidas de US$4,2 bilhões no período correspondente em O comportamento dos fluxos distribuídos por instrumento financeiro foi diferenciado. Os investimentos líquidos em ações somaram ingressos de US$5,3 bilhões, ante US$1,3 bilhão no mesmo período de 2004, em linha com as evidências de elevação de lucratividade das empresas brasileiras. As amortizações líquidas de investimentos estrangeiros em títulos de renda fixa atingiram US$159 milhões, comparativamente a US$5,5 bilhões no período correspondente de Além da redução de US$2,4 bilhões nas amortizações líquidas em notes e commercial papers, Dezembro 2005 Relatório de Inflação 77

12 Tabela 5.8 Fontes de financiamento do BP Itens selecionados US$ bilhões Discriminação Nov Jan- Ano Nov Jan- Ano 1/ Ano 1/ Capitais de médio e longo prazos 0,5 12,5 14,8 2,0 15,5 16,3 11,6 Bônus públicos 0,0 5,2 5,7 0,5 7,5 8,0 4,5 Títulos privados 0,2 4,2 5,3 1,3 6,1 6,4 5,3 Empréstimos diretos 0,3 3,0 3,8 0,2 1,9 2,0 1,7 Empréstimos de curto prazo (líq) 2/ -0,5-1,7-1,2 0,1-3,0-3,2 - Tít. de curto prazo (liq.) -0,1 0,5 0,4 0,1 0,5 0,6 - Taxas de rolagem para o setor privado 3/ Total: 38% 62% 65% 129% 75% 70% 70% Títulos privados 16% 47% 49% 128% 75% 70% 70% Empréstimos diretos 177% 107% 127% 141% 75% 70% 70% 1/ Projeção. 2/ Inclui empréstimos diretos e linhas de comércio repassadas por bancos. 3/ Equivale à razão entre desembolsos e amortizações de médio e longo prazos, exclusive as amortizações decorrentes de conversão de dívida em investimento direto. Tabela 5.9 Demonstrativo de reservas US$ bilhões Discriminação Posição de reservas no Jan- Ano Jan- Ano 1/ Ano 1/ período anterior 49,3 49,3 52,9 52,9 49,3 Compras líquidas do Bacen 2,6 5,3 17,5 17,5 - Serviço da dívida (líquido) -11,9-12,6-16,3-17,1-10,2 Juros -5,4-5,5-5,5-5,6-4,2 Receita 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 Despesa -6,5-6,6-6,6-6,9-5,6 Amortização -6,5-7,1-10,8-11,4-6,0 Desembolsos 6,2 6,7 12,0 12,5 5,5 Organismos multilaterais 1,0 1, ,0 Bônus da República 5,2 5,7 12,0 12,5 4,5 Fundo Monetário Internacional -3,4-4,4-7,8-23,3 - Desembolso Amortização -3,4-4,4-7,8-23,3 - Demais 2/ 0,6 1,2-3,3-3,3 - Compras do Tesouro Nacional 6,6 7,3 9,2 10,0 11,5 Variação de haveres 0,8 3,6 11,3-3,6 6,7 Posição de reservas brutas 50,1 52,9 64,3 49,3 56,0 Posição de reservas líquidas: Conceito Banco Central 24,2 27,5 50, / Projeção. 2/ Compreende pagamentos/recebimentos do Convênio de Créditos Recíprocos (CCR), flutuação nos preços dos papéis, variação na paridade das moedas e preço do ouro, ágio/deságio, pagamento de comissões e liberação de garantias colaterais. as condições favoráveis do mercado internacional de crédito favoreceram a ampliação do programa de colocação de bônus, sendo efetivadas captações líquidas de US$1,7 bilhão em 2005, ante amortizações líquidas de US$640 milhões, em 2004, até embro. Os outros investimentos estrangeiros registraram amortizações líquidas de US$12,4 bilhões no ano, até embro, ante US$7,9 bilhões em igual período de Enquanto os empréstimos tomados, exclusive Banco Central, aumentaram 5,6%, com amortizações líquidas de US$6,7 bilhões no ano, as amortizações líquidas junto ao Fundo Monetário Internacional ampliaram-se para US$7,8 bilhões, ante US$3,4 bilhões, no mesmo período do ano anterior, em função da antecipação do pagamento das parcelas da linha de crédito SRF. Os créditos comerciais de fornecedores registraram ingressos líquidos de US$1,8 bilhão, expansão de 35,3%. As taxas de rolagem para operações de médio e longo prazos do setor privado mantiveram-se, nos primeiros onze meses de 2005, em 75%, tanto para papéis privados como para empréstimos diretos. A manutenção, por um período prolongado, de taxas de rolagem abaixo de 100%, sem que ocorra retração na oferta de crédito externo, sinaliza a opção dos devedores em reduzir sua exposição em moeda estrangeira, contribuindo para a continuidade da redução do estoque da dívida externa, observada desde o quarto trimestre de As reservas internacionais brutas atingiram US$64,3 bilhões em embro, com crescimento de US$11,3 bilhões no ano. As reservas líquidas ajustadas, que excluem o passivo junto ao FMI, somaram US$50,8 bilhões em embro, crescendo US$23,3 bilhões no período. As compras líquidas da Autoridade Monetária no mercado à vista de câmbio totalizaram US$17,5 bilhões. Entre as operações externas sobressaíram as amortizações de US$7,8 bilhões ao FMI; os desembolsos de US$12 bilhões de bônus da República, incluindo US$4,5 bilhões relativos à operação de troca de C-Bonds por A-Bonds, ocorrida em agosto; e a despesa líquida de US$16,3 bilhões do serviço da dívida externa. Em relação a essa última, ressaltaram-se as amortizações de US$9,7 bilhões de bônus, incluindo US$4,5 bilhões da referida operação de troca de C-Bonds; a despesa líquida de juros de US$5,5 bilhões, incluindo o pagamento de juros de US$1,1 bilhão ao FMI e a receita de US$1,2 bilhão obtida com a remuneração das reservas; e as amortizações de US$985 milhões ao Clube de Paris. As liquidações de compras do Tesouro Nacional totalizaram US$9,2 bilhões e as demais operações, despesa de US$3,3 bilhões. 78 Relatório de Inflação Dezembro 2005

13 Tabela 5.10 Usos e fontes de recursos US$ bilhões Discriminação Nov Jan- Ano Nov Jan- Ano 1/ Ano 1/ Usos -2,7-19,2-21,5-0,4-17,1-18,3-18,2 Transações correntes -0,2 10,5 11,7 1,7 13,7 15,0 6,3 Amortizações de MLP 2/ -2,4-29,7-33,3-2,2-30,8-33,3-24,6 Papéis -1,2-15,5-17,6-1,3-19,3-20,5-12,8 Pagas -1,2-14,4-16,4-1,0-13,3-14,5-12,8 Refinanciadas ,5-4,5 - Conversões em IED 0,0-1,0-1,2-0,2-1,5-1,5 - Créd. de fornecedores -0,2-2,0-2,4-0,1-1,6-1,7-2,3 Empréstimos diretos 3/ -1,0-12,2-13,3-0,8-9,9-11,1-9,5 Fontes 2,7 19,2 21,5 0,4 17,1 18,3 18,2 Conta capital 0,1 0,3 0,3 0,1 0,7 0,8 0,7 Inv. estrangeiros diretos 1,3 15,0 18,2 1,2 13,8 15,0 16,0 Papéis domésticos 4/ 0,8 1,3 2,1 1,0 5,7 5,8 4,0 Desembolsos de MLP 5/ 1,4 17,7 20,4 2,4 24,8 26,2 19,3 Papéis 0,2 9,5 11,0 1,8 18,1 18,8 9,8 Créd. de fornecedores 0,1 0,9 1,0 0,1 0,7 0,7 1,9 Empréstimos 6/ 1,1 7,4 8,4 0,5 6,0 6,6 7,6 Ativ. brasil. no exterior -0,3-11,1-12,0 1,1-5,0-6,9-15,0 Empréstimo ao Bacen (FMI) - -3,4-4,4 - -7,8-23,3 - Demais 7/ -0,6-0,8-1,0-1,0-0,5 - Ativos de reservas -0,1 0,1-2,2-4,4-15,0 0,3-6,7 1/ Projeção. 2/ Registra amortizações de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior deduzidos de refinanciamentos e descontos. Exclui amortizações de empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e intercompanhias. 3/ Registra amortizações de empréstimos concedidos por bancos estrangeiros, compradores, agências e organismos. 4/ Inclui investimentos estrangeiros em ações e em títulos de dívida negociados no mercado doméstico. 5/ Exclui desembolsos de empréstimos intercompanhias. 6/ Inclui organismos, agências e créditos de compradores. 7/ Registra valores líquidos de refinanciamentos de bônus, papéis de curto prazo, crédito comercial de curto prazo, derivativos financeiros, depósitos de não-residentes, outros passivos e erros e omissões. As reservas internacionais deverão totalizar US$49,3 bilhões 1 ao final de 2005, registrando redução de US$3,6 bilhões e aumento de US$21,8 bilhões em relação aos estoques dos conceitos liquidez internacional e reservas líquidas ajustadas de final de 2004, respectivamente. Prevêem-se, para o último mês do ano, pagamentos líquidos de US$15 bilhões, compreendendo o pagamento antecipado da dívida de US$15,5 bilhões junto ao FMI; desembolsos de US$500 milhões relativos a bônus soberanos; e liquidações de vencimentos de responsabilidade do Tesouro Nacional com divisas compradas em mercado de US$750 milhões. As estimativas para 2006 apontam elevação de US$6,7 bilhões nas reservas internacionais, para US$56 bilhões. Essa projeção resulta de estimativas de pagamentos de US$10,2 bilhões referentes ao serviço líquido da dívida externa; além de desembolsos totais de US$4,5 bilhões relativos a emissões de bônus soberanos e de US$1 bilhão relativos a saques junto a organismos internacionais. Projetam-se liquidações de US$11,5 bilhões de divisas adquiridas pelo Tesouro Nacional em mercado. As projeções do balanço de pagamentos relativas a 2005 e a 2006 foram atualizadas, com a incorporação do resultado ocorrido no trimestre encerrado em embro e com a apuração do estoque de dívida externa para setembro. Para 2005, a projeção de superávit em transações correntes foi elevada para US$15 bilhões, ante US$9,4 bilhões constantes do "Relatório de Inflação" de setembro. A expansão das exportações em ritmo superior ao previsto anteriormente e o ritmo de crescimento das importações, menor que o esperado, possibilitaram estimar o saldo comercial em US$44,5 bilhões, ante a projeção anterior de US$38 bilhões. As remessas líquidas de lucros e dividendos são projetadas em US$11,8 bilhões, acréscimo de US$1,8 bilhão relativamente à estimativa anterior. A redução dos depósitos de bancos comerciais mantidos no exterior está prevista em US$0,2 bilhão, ante aumento de US$3,2 bilhões projetados anteriormente. O resultado global do balanço de pagamentos deverá ficar próximo de zero, enquanto o valor anteriormente previsto indicava superávit de US$8,2 bilhões. Para 2006, é projetado superávit de US$6,3 bilhões em transações correntes, reflexo de saldo comercial de US$35,5 bilhões, de despesas líquidas de juros de US$12,9 bilhões, de remessas líquidas de lucros e dividendos de US$12 bilhões e de ingressos via transferências unilaterais 1/ Após a liquidação da dívida junto ao FMI, não mais se aplica o conceito de reservas líquidas ajustadas. Dezembro 2005 Relatório de Inflação 79

14 Tabela 5.11 Balanço de pagamentos Mercado Tabela 5.12 Indicadores de sustentabilidade externa Discriminação US$ bilhões Dez Set Dez Mar Jun Set Exportações de bens 73,1 90,6 96,5 101,5 106,8 112,9 Exportações de bens e serviços 83,5 102,5 109,1 114,9 120,9 128,0 Serviço da dívida 53,0 56,5 51,9 50,5 47,4 53,1 Dívida externa total 214,9 202,2 201,4 201,9 191,3 183,2 Dívida externa total líquida 151,0 141,1 135,7 127,8 121,2 110,0 Reservas internacionais 49,3 49,5 52,9 62,0 59,9 57,0 PIB 506,8 579,5 604,0 648,2 697,1 741,7 Indicadores Dívida total/pib (%) 42,4 34,9 33,3 31,2 27,4 24,7 Dívida total líquida/pib (%) 29,8 24,3 22,5 19,7 17,4 14,8 Dívida total/exportações 2,9 2,2 2,1 2,0 1,8 1,6 Dívida total/exportação de bens e serviços 2,6 2,0 1,8 1,8 1,6 1,4 Dív. total líquida/exportação 2,1 1,6 1,4 1,3 1,1 1,0 Dív. total líquida/exportação de bens e serviços 1,8 1,4 1,2 1,1 1,0 0,9 Serviço dívida/export. (%) 72,5 62,4 53,8 49,8 44,4 47,0 Serviço dívida/exportação US$ bilhões Discriminação Nov Jan- Ano Nov Jan- Ano 1/ Ano 1/ Transações correntes 0,3 13,4 14,5 1,8 16,1 17,4 4,9 Capitais (líquido) -0,8-12,5-10,7 0,3-0,8-0,2 6,1 Investimento estrangeiro Direto 1,3 15,0 18,2 1,2 13,8 15,0 16,0 Em carteira 0,8 1,4 2,2 1,0 5,9 6,0 4,0 Empréstimos de médio e longo prazos -1,4-12,4-13,5-0,1-11,4-13,0-11,1 Crédito comercial de curto, médio e longo prazos -1,0-2,5-2,3-1,1-2,4-2,0 0,5 Bancos -0,5-3,9-3,4-0,2-4,2-4,2 0,9 Demais -0,5 1,4 1,2-0,9 1,8 2,2-0,4 Investimentos brasileiros no exterior -0,7-12,9-13,4-0,7-7,2-7,2-4,0 Demais 0,3-1,1-1,9-0,1 0,5 1,0 0,7 Hiato financeiro -0,5 0,8 3,9 2,1 15,3 17,2 11,0 Compras líquidas do Banco Central 0,0-2,6-5,3-3,9-17,5-17,5 - Depósitos de bancos 0,5 1,8 1,4 1,8 2,1 0,2-11,0 1/ Projeção. de bens e serviços (%) 63,4 55,1 47,6 44,0 39,2 41,5 Reservas/dívida total (%) 22,9 24,5 26,3 30,7 31,3 31,1 correntes de US$3,5 bilhões. A elevação de US$6,5 bilhões na projeção do superávit comercial leva em consideração a revisão promovida para 2005, além de modificações nas taxas de crescimento previstas anteriormente, tanto para as exportações quanto para as importações, para 5,1% e 20,3%, respectivamente. O déficit da conta financeira foi reduzido de US$0,9 bilhão, na projeção anterior, para US$0,3 bilhão. A variação dos ativos de reservas tem crescimento projetado de US$6,7 bilhões, em Indicadores de sustentabilidade externa Os indicadores de sustentabilidade externa mantiveram-se em trajetória favorável, em setembro de 2005, beneficiados tanto pelos crescimentos das exportações, do PIB em dólares e das reservas internacionais, quanto pela diminuição da dívida externa. Nos doze meses acumulados até setembro de 2005, comparativamente ao mesmo período de 2004, o serviço da dívida reduziu-se em 6%, atingindo US$53,1 bilhões, enquanto as exportações de bens aumentaram 24,7%, alcançando US$112,9 bilhões, resultando na redução da participação do serviço da dívida nas exportações de 62,4% para 47%. A exportação de bens e serviços aumentou 24,9% na mesma base de comparação, atingindo US$128 bilhões. Assim, de setembro de 2004 para setembro de 2005, a relação do serviço da dívida com as exportações de bens e serviços reduziu-se de 55,1% para 41,5%. No mesmo período, a razão entre a dívida externa total e as exportações de bens e serviços passou de 2 para 1,4. Comparando-se as posições de setembro de 2005 e de 2004, registraram-se aumento de 28% no PIB em dólares e recuos de 9,4% e de 22%, respectivamente, na dívida total e na dívida total líquida. Nesse contexto, as participações dívida total/pib e dívida total líquida/pib passaram de 34,9% para 24,7% e de 24,3% para 14,8%, respectivamente. O coeficiente dívida total sobre exportações também apresentou significativa melhora, recuando de 2,2, em setembro de 2004, para 1,6 em setembro de 2005, enquanto a relação dívida total líquida sobre exportações decresceu de 1,6 para 1, nesse período. Adicionalmente, o aumento de 15,2% nas reservas internacionais, nesse período, contribuiu 80 Relatório de Inflação Dezembro 2005

15 para que o indicador reservas/dívida total aumentasse de 24,5% para 31,1%. 5.6 Conclusão A evolução positiva da balança comercial permanece como principal fator de sustentação dos bons resultados do balanço de pagamentos, ao garantir a continuidade dos superávits em transações correntes. A expansão do superávit comercial verificada em 2005, a expectativa de manutenção do saldo positivo em patamar confortável para 2006 e o ingresso consistente de investimento estrangeiro direto compõem o ambiente de financiamento estável e de qualidade ao balanço de pagamentos. A elevação das remessas líquidas referentes a viagens internacionais e lucros e dividendos, correlacionada, em parte, à apreciação nominal da taxa de câmbio, tem sido mais que compensada pelo dinamismo exportador, prevendose superávits comerciais de US$44,5 bilhões em 2005 e de US$35,5 bilhões em O desempenho do balanço de pagamentos nos onze primeiros meses de 2005 permitiu não apenas o financiamento do resultado do ano, como também a liquidação antecipada da dívida junto ao FMI e Clube de Paris e a antecipação de parte do financiamento referente a O programa de captações via bônus emitidos pela República previa US$4,5 bilhões para as necessidades de A captação de US$8 bilhões demonstra que, além do cumprimento integral do programa, antecipou-se parte da captação referente às necessidades de 2006, em US$3,5 bilhões. As condições do mercado internacional e da economia brasileira, destacando-se a contínua redução do nível de risco Brasil, que atingiu 316 pontos no início de dezembro, nível mais baixo desde o início da série, permitiram tal antecipação, e demonstram a possibilidade de financiar o balanço de pagamentos em condições equilibradas. Em 2005, a política de recomposição de reservas permaneceu em vigor via aquisições de divisas pelo Banco Central no mercado à vista e contratações do Tesouro Nacional para liquidação do serviço da dívida de sua responsabilidade. O cenário do balanço de pagamentos viabilizou a intensificação da política ao longo do ano, resultando na melhoria expressiva das condições de risco do setor externo brasileiro. Dezembro 2005 Relatório de Inflação 81

16 82 Relatório de Inflação Dezembro 2005 A análise dos indicadores de sustentabilidade, influenciados tanto pela elevação das exportações quanto das reservas internacionais, reflete o quadro positivo das contas externas, e corrobora a evolução positiva dos níveis de risco Brasil. A melhora dos indicadores reflete ainda o processo estrutural de fortalecimento do balanço de pagamentos brasileiro.

Balanço de Pagamentos

Balanço de Pagamentos Balanço de Pagamentos Agosto/2015 22 de setembro de 2015 Resumo dos Resultados Em agosto de 2015, o déficit em Transações Correntes foi de US$ 2,5 bilhões, resultado superior ao observado em agosto de

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

Balança Comercial 2003

Balança Comercial 2003 Balança Comercial 2003 26 de janeiro de 2004 O saldo da balança comercial atingiu US$24,8 bilhões em 2003, o melhor resultado anual já alcançado no comércio exterior brasileiro. As exportações somaram

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 As exportações em novembro apresentaram diminuição de 27,64% em relação a outubro. Continuam a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela vigésima-segunda

Leia mais

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov.

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov. 4 SETOR EXTERNO As contas externas tiveram mais um ano de relativa tranquilidade em 2012. O déficit em conta corrente ficou em 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mostrando pequeno aumento em relação

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 As exportações em março apresentaram aumento de +27,85% em relação a fevereiro. O valor exportado superou novamente a marca de US$ 1 bilhão, atingindo

Leia mais

5 Setor externo. 5.1 Comércio de bens

5 Setor externo. 5.1 Comércio de bens 5 Setor externo O balanço de pagamentos continua a refletir a adequação do setor externo da economia brasileira aos condicionantes restritivos representados pela escassez de fontes de financiamento. Esses

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010 Depenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010 As exportações em junho apresentaram redução de 8,57% sobre maio após expansão por quatro meses consecutivos. Desta forma, supera a marca de US$ 1 bilhão

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012 As exportações em maio apresentaram aumento de +39,13% em relação a abril, continuando a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela décima-sexta vez

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2009

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2009 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2009 A crise financeira internacional continua afetando negativamente o comércio exterior paranaense: apesar das exportações terem aumentado 43,44% em março,

Leia mais

Mudança do cenário internacional e reflexos para o setor externo brasileiro

Mudança do cenário internacional e reflexos para o setor externo brasileiro Mudança do cenário internacional e reflexos para o setor externo brasileiro Irailton Silva Santana Júnior 1 Vinícius de Araújo Mendes 1 Introdução O presente relatório concentra a análise da economia brasileira

Leia mais

Políticas Públicas. Lélio de Lima Prado

Políticas Públicas. Lélio de Lima Prado Políticas Públicas Lélio de Lima Prado Política Cambial dez/03 abr/04 ago/04 dez/04 abr/05 ago/05 Evolução das Reservas internacionais (Em US$ bilhões) dez/05 abr/06 ago/06 dez/06 abr/07 ago/07 dez/07

Leia mais

Mudanças Recentes no Passivo Externo Brasileiro

Mudanças Recentes no Passivo Externo Brasileiro Mudanças Recentes no Passivo Externo Brasileiro As contas externas do país registraram a seqüência de cinco anos de superávits em transações correntes entre 2003 e 2007, proporcionando a ocorrência de

Leia mais

ABDIB Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de base

ABDIB Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de base ABDIB Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de base Cenário Econômico Internacional & Brasil Prof. Dr. Antonio Corrêa de Lacerda antonio.lacerda@siemens.com São Paulo, 14 de março de 2007

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Fevereiro de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Fevereiro de 2015...

Leia mais

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 NOTAS CEMEC 01/2015 REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 Carlos A. Rocca Lauro Modesto Santos Jr. Fevereiro de 2015 1 1. Introdução No Estudo Especial CEMEC de novembro

Leia mais

Figura 38 - Resultado global do Balanço de Pagamentos (US$ bilhões acum. Em 12 meses) Dez/95-Mar/07

Figura 38 - Resultado global do Balanço de Pagamentos (US$ bilhões acum. Em 12 meses) Dez/95-Mar/07 113 6. SETOR EXTERNO Fernando Ribeiro de Leite Neto 6.1 Balanço de Pagamentos 6.1.1 Resultado Global do Balanço de Pagamentos Ao longo de 2006, o setor externo da economia brasileira logrou registrar o

Leia mais

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 Nota de Crédito PJ Janeiro 2015 Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 mai/11 mai/11 Carteira de Crédito PJ não sustenta recuperação Após a aceleração verificada em outubro, a carteira de crédito pessoa jurídica

Leia mais

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro 2014. Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro 2014. Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro 2014 Unidade de Estudos Econômicos O COMÉRCIO EXTERIOR DO RS EM JANEIRO Exportações Apesar do bom crescimento de Produtos Alimentícios e Máquinas e Equipamentos,

Leia mais

5 Setor externo. 5.1 Comércio de bens

5 Setor externo. 5.1 Comércio de bens 5 Setor externo A continuidade na redução do déficit em transações correntes, ocasionada principalmente pelo desempenho da balança comercial, associada à manutenção de ingressos líquidos de investimentos

Leia mais

ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES Janeiro a Dezembro / 2007

ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES Janeiro a Dezembro / 2007 ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES / 2007 1- Balança Comercial Mato Grosso continua tendo superávit na Balança Comercial registrando em 2007 um expressivo saldo de US$ 4,38 bilhões valor que representa

Leia mais

Paraná Cooperativo EDIÇÃO ESPECIAL EXPORTAÇÕES Informe Diário nº 2.092 Sexta-feira, 08 de maio de 2009 Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR

Paraná Cooperativo EDIÇÃO ESPECIAL EXPORTAÇÕES Informe Diário nº 2.092 Sexta-feira, 08 de maio de 2009 Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR Paraná Cooperativo EDIÇÃO ESPECIAL EXPORTAÇÕES Informe Diário nº 2.092 Sexta-feira, 08 de maio de 2009 Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR EXPORTAÇÕES DAS COOPERATIVAS NO AGRONEGÓCIO EM 1. RESULTADO

Leia mais

Boletim de Conjuntura Econômica Dezembro 2008

Boletim de Conjuntura Econômica Dezembro 2008 Boletim de Conjuntura Econômica Dezembro 2008 Crise Mundo Os EUA e a Europa passam por um forte processo de desaceleração economica com indicios de recessão e deflação um claro sinal de que a crise chegou

Leia mais

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO NO SEGUNDO BIMESTRE DE 2013

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO NO SEGUNDO BIMESTRE DE 2013 ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO NO SEGUNDO BIMESTRE DE 2013 QUIRINO, José Renato Dias 1 ; MEDEIROS 2, Rennan Kertlly de; RAMOS FILHO 3, Hélio S. RESUMO O estudo das relações econômicas

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

Aula 01. Balanço de Pagamentos

Aula 01. Balanço de Pagamentos 1. Conceito Aula 01 Balanço de Pagamentos O Balanço de Pagamentos (BP) é um registro sistemático das transações comerciais e financeiras de um país com Exterior, entre residentes e não residentes de um

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real Capítulo utilizado: cap. 13 Conceitos abordados Comércio internacional, balanço de pagamentos, taxa de câmbio nominal e real, efeitos

Leia mais

Relatório FEBRABAN - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro

Relatório FEBRABAN - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro Relatório FEBRABAN - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro (com base na Nota do Banco Central do Brasil de 22-10-08) Edição de 27 de Outubro de 08 Crise não teve impacto significativo nas operações

Leia mais

CAZAQUISTÃO Comércio Exterior

CAZAQUISTÃO Comércio Exterior Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR Divisão de Inteligência Comercial - DIC CAZAQUISTÃO Comércio Exterior Agosto de 2014 Índice. Dados Básicos.

Leia mais

Exportação de Serviços

Exportação de Serviços Exportação de Serviços 1. Ementa O objetivo deste trabalho é dar uma maior visibilidade do setor a partir da apresentação de algumas informações sobre o comércio exterior de serviços brasileiro. 2. Introdução

Leia mais

O crédito ao setor privado atingiu R$1.948 bilhões no final de 2011, após acréscimos de 2,2% no mês e de 18,9% em relação a dezembro de 2010.

O crédito ao setor privado atingiu R$1.948 bilhões no final de 2011, após acréscimos de 2,2% no mês e de 18,9% em relação a dezembro de 2010. O volume total de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, atingiu R$2.030 bilhões em dezembro, após crescimento mensal de 2,3%. Ao longo de 2011, o crédito

Leia mais

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil 1 A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil Guido Mantega Outubro de 2008 1 2 Gravidade da Crise Crise mais forte desde 1929 Crise mais grave do que as ocorridas nos anos 1990 (crise de US$ bilhões

Leia mais

Anexo VI Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial (Art. 4 o, 4 o, da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000)

Anexo VI Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial (Art. 4 o, 4 o, da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000) Anexo VI Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial (Art. 4 o, 4 o, da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000) Anexo à Mensagem da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015, em cumprimento

Leia mais

Preços. 2.1 Índices gerais

Preços. 2.1 Índices gerais Preços A inflação, considerada a evolução dos índices de preços ao consumidor e por atacado, apresentou contínua elevação ao longo do trimestre encerrado em maio. Esse movimento, embora tenha traduzido

Leia mais

PAINEL 9,6% dez/07. out/07. ago/07 1.340 1.320 1.300 1.280 1.260 1.240 1.220 1.200. nov/06. fev/07. ago/06

PAINEL 9,6% dez/07. out/07. ago/07 1.340 1.320 1.300 1.280 1.260 1.240 1.220 1.200. nov/06. fev/07. ago/06 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ASSESSORIA ECONÔMICA PAINEL PRINCIPAIS INDICADORES DA ECONOMIA BRASILEIRA Número 35 15 a 30 de setembro de 2009 EMPREGO De acordo com a Pesquisa

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados 101/15 30/06/2015 Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Junho de 2015 Sumário 1. Perspectivas do CenárioEconômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Março

Leia mais

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL Índice 1. Política Cambial...3 1.1. Taxa de câmbio fixa... 3 1.2. Taxa de câmbio flutuante... 3 1.3. Padrão currency board... 3 2. Política de

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2015

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2015 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2015 As exportações paranaenses, em setembro, apresentaram queda de -8,61% em relação a agosto. O valor exportado atingiu a US$ 1,293 bilhão, ficando,

Leia mais

Setor Externo: Triste Ajuste

Setor Externo: Triste Ajuste 8 análise de conjuntura Setor Externo: Triste Ajuste Vera Martins da Silva (*) A recessão da economia brasileira se manifesta de forma contundente nos resultados de suas relações com o resto do mundo.

Leia mais

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os Desempenho da Agroindústria em 2004 Em 2004, a agroindústria obteve crescimento de 5,3%, marca mais elevada da série histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003),

Leia mais

Estrutura Produtiva e Evolução da Economia de São Paulo

Estrutura Produtiva e Evolução da Economia de São Paulo Estrutura Produtiva e Evolução da Economia de São Paulo Este boxe apresenta a estrutura da economia paulista e sua evolução nos últimos dez anos, comparando-as com a do país. Gráfico 1 PIB Variação real

Leia mais

BRASIL Comércio Exterior

BRASIL Comércio Exterior Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR Divisão de Inteligência Comercial - DIC BRASIL Comércio Exterior Novembro de 2014 Índice. Dados Básicos.

Leia mais

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking 1. Quando o IPCA tende a subir além das metas de inflação, qual medida deve ser tomada pelo COPOM: a) Abaixar o compulsório b) Reduzir taxa do redesconto c) Aumentar o crédito d) Elevar a taxa de juros

Leia mais

Monitor do Déficit Tecnológico. Análise Conjuntural das Relações de Troca de Bens e Serviços Intensivos em Tecnologia no Comércio Exterior Brasileiro

Monitor do Déficit Tecnológico. Análise Conjuntural das Relações de Troca de Bens e Serviços Intensivos em Tecnologia no Comércio Exterior Brasileiro Monitor do Déficit Tecnológico Análise Conjuntural das Relações de Troca de Bens e Serviços Intensivos em Tecnologia no Comércio Exterior Brasileiro de 2012 Monitor do Déficit Tecnológico de 2012 1. Apresentação

Leia mais

(com base na Nota do Banco Central do Brasil de 27-05-2009) Edição de 27 de Maio de 2009

(com base na Nota do Banco Central do Brasil de 27-05-2009) Edição de 27 de Maio de 2009 Relatório Febraban - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro (com base na Nota do Banco Central do Brasil de 27-05-2009) Edição de 27 de Maio de 2009 Em Abril de 2009, operações de crédito atingiram

Leia mais

DADOS GERAIS BÁSICOS E PRINCIPAIS INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS E COMERCIAIS EGITO

DADOS GERAIS BÁSICOS E PRINCIPAIS INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS E COMERCIAIS EGITO DADOS GERAIS BÁSICOS E PRINCIPAIS INDICADORES Indice: - Dados Gerais Básicos e Indicadores Sócio-Econômicos - Balanço de Pagamentos - Comércio Exterior - Composição do Comércio Exterior - Direção do Comércio

Leia mais

6 - Balanço de Pagamentos

6 - Balanço de Pagamentos Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Ciências Econômicas ECO-2215 - Contabilidade Social Balanço de Pagamentos Estrutura da apresentação 1) Definição

Leia mais

Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro

Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Análise Economia e Comércio / Integração Regional Jéssica Naime 09 de setembro de 2005 Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Análise Economia

Leia mais

Indicadores da Semana

Indicadores da Semana Indicadores da Semana O saldo total das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional atingiu 54,5% do PIB, com aproximadamente 53% do total do saldo destinado a atividades econômicas. A carteira

Leia mais

BULGÁRIA DADOS BÁSICOS E PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICO-COMERCIAIS

BULGÁRIA DADOS BÁSICOS E PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICO-COMERCIAIS Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR Divisão de Inteligência Comercial - DIC DADOS BÁSICOS E PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICO-COMERCIAIS BULGÁRIA

Leia mais

Questões de Economia Cesgranrio. Macroeconomia

Questões de Economia Cesgranrio. Macroeconomia Macroeconomia Balanço de Pagamento 1. Cesgranrio ANP 2008 Especialista em Regulação) Quando um país tem um deficit no balanço comercial do seu balanço de pagamentos, pode-se afirmar que a) as exportações

Leia mais

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO 18 de Agosto de 2006 Demian Fiocca Presidente do BNDES www.bndes.gov.br 1 BRASIL: NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO Um novo ciclo de desenvolvimento teve início em 2004.

Leia mais

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli Unidade II Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Maurício Felippe Manzalli Mercados Financeiros Definição do mercado financeiro Representa o Sistema Financeiro Nacional Promove o fluxo de recursos através

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Abril de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Março de 2015... 5 3.

Leia mais

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL OUTUBRO DE 2014 Outubro de 2014 www.fiergs.org.br Indústria cresce pelo quarto mês seguido O IDI/RS, Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul, apontou

Leia mais

PAINEL. US$ Bilhões. nov-05 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1

PAINEL. US$ Bilhões. nov-05 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ASSESSORIA ECONÔMICA PAINEL PRINCIPAIS INDICADORES DA ECONOMIA BRASILEIRA Número 68 1 a 15 de fevereiro de 211 ANÚNCIOS DE INVESTIMENTOS De

Leia mais

M A C R O C H I N A Ano 2 Nº 4 11 de maio de 2006

M A C R O C H I N A Ano 2 Nº 4 11 de maio de 2006 M A C R O C H I N A Ano Nº 11 de maio de 6 Síntese gráfica trimestral do comércio bilateral e do desempenho macroeconômico chinês - Primeiro trimestre de 6. Para surpresa de muitos analistas, o Banco Central

Leia mais

Especial Lucro dos Bancos

Especial Lucro dos Bancos Boletim Econômico Edição nº 90 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Especial Lucro dos Bancos 1 Tabela dos Lucros em 2014 Ano Banco Período Lucro 2 0 1 4 Itaú Unibanco

Leia mais

redução dos preços internacionais de algumas commodities agrícolas; aumento dos custos de

redução dos preços internacionais de algumas commodities agrícolas; aumento dos custos de Desempenho da Agroindústria No fechamento do primeiro semestre de 2005, a agroindústria registrou crescimento de 0,3%, taxa bastante inferior à assinalada pela média da indústria brasileira (5,0%) no mesmo

Leia mais

M A C R O C H I N A Ano 2 Nº 8 15 de maio de 2007

M A C R O C H I N A Ano 2 Nº 8 15 de maio de 2007 M A C R O C H I N A Ano 2 Nº 8 1 de maio de 27 Síntese gráfica trimestral do comércio bilateral e do desempenho macroeconômico chinês Primeiro trimestre de 27 No primeiro trimestre de 27, a economia chinesa

Leia mais

Teleconferência Resultados 3T10

Teleconferência Resultados 3T10 Teleconferência Resultados 3T10 Sexta-feira, 5 de Novembro de 2010 Horário: 14:00 (horário de Brasília) 12:00 (horário US EDT) Tel: + 55 (11) 4688-6361 Código: LASA Replay: + 55 (11) 4688-6312 Código:

Leia mais

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA... 2. Atividade global... 2. Atividade setorial... 3. - Produção... 3. - Volume de negócios... 4

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA... 2. Atividade global... 2. Atividade setorial... 3. - Produção... 3. - Volume de negócios... 4 SÍNTESE DE CONJUNTURA Mensal janeiro 2015 - Newsletter ÍNDICE EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA... 2 Atividade global... 2 Atividade setorial... 3 - Produção... 3 - Volume de negócios... 4 Comércio internacional...

Leia mais

Resultados do 1T08. 14 de maio de 2008

Resultados do 1T08. 14 de maio de 2008 Resultados do 1T08 14 de maio de 2008 Destaques do Trimestre Desenvolvimento dos Negócios Início dos desembolsos das operações de FINAME e BNDES Automático Bim Promotora de Vendas fase piloto das operações

Leia mais

PAÍSES BAIXOS Comércio Exterior

PAÍSES BAIXOS Comércio Exterior Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR Divisão de Inteligência Comercial - DIC PAÍSES BAIXOS Comércio Exterior Outubro de 2014 Índice. Dados Básicos.

Leia mais

Cenário Econômico para 2014

Cenário Econômico para 2014 Cenário Econômico para 2014 Silvia Matos 18 de Novembro de 2013 Novembro de 2013 Cenário Externo As incertezas com relação ao cenário externo em 2014 são muito elevadas Do ponto de vista de crescimento,

Leia mais

Classificação da Informação: Uso Irrestrito

Classificação da Informação: Uso Irrestrito Cenário Econômico Qual caminho escolheremos? Cenário Econômico 2015 Estamos no caminho correto? Estamos no caminho correto? Qual é nossa visão sobre a economia? Estrutura da economia sinaliza baixa capacidade

Leia mais

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras As principais modalidades de aplicação financeira disponíveis no mercado doméstico caderneta de poupança, fundos de investimento e depósitos a prazo

Leia mais

Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa

Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa A instabilidade registrada nos mercados financeiros internacionais de maio a junho de 26, a exemplo da turbulência observada recentemente, impactou negativamente

Leia mais

Nova Estrutura de Dados de Crédito

Nova Estrutura de Dados de Crédito Nova Estrutura de Dados de Crédito Este boxe apresenta as principais alterações introduzidas recentemente nas estatísticas de crédito publicadas pelo Banco Central 1. A reformulação objetivou ampliar a

Leia mais

VANUATU Comércio Exterior

VANUATU Comércio Exterior Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR Divisão de Inteligência Comercial - DIC VANUATU Comércio Exterior Abril de 2014 Índice. Dados Básicos.

Leia mais

RELATÓRIO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS E DA POSIÇÃO DE INVESTIMENTO INTERNACIONAL, 2011

RELATÓRIO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS E DA POSIÇÃO DE INVESTIMENTO INTERNACIONAL, 2011 RELATÓRIO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS E DA POSIÇÃO DE INVESTIMENTO INTERNACIONAL, 2011 I. BALANÇA DE PAGAMENTOS A estatística da Balança de Pagamentos regista as transacções económicas ocorridas, durante

Leia mais

Boletim de Conjuntura Econômica Outubro 2008

Boletim de Conjuntura Econômica Outubro 2008 Boletim de Conjuntura Econômica Outubro 008 PIB avança e cresce 6% Avanço do PIB no segundo trimestre foi o maior desde 00 A economia brasileira cresceu mais que o esperado no segundo trimestre, impulsionada

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Crise não afeta lucratividade dos principais bancos no Brasil 1 Lucro dos maiores bancos privados

Leia mais

COMENTÁRIOS. Em agosto de 2015, o total do pessoal ocupado assalariado na. indústria mostrou queda de 0,8% frente ao patamar do mês imediatamente

COMENTÁRIOS. Em agosto de 2015, o total do pessoal ocupado assalariado na. indústria mostrou queda de 0,8% frente ao patamar do mês imediatamente COMENTÁRIOS PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO Em agosto de 2015, o total do pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou queda de 0,8% frente ao patamar do mês imediatamente anterior, na série livre de influências

Leia mais

Contabilidade Social Carmen Feijó [et al.] 4ª edição

Contabilidade Social Carmen Feijó [et al.] 4ª edição Contabilidade Social Carmen Feijó [et al.] 4ª edição CAPÍTULO 5 BALANÇO DE PAGAMENTOS Professor Rodrigo Nobre Fernandez Pelotas 2015 2 Introdução O balanço de pagamentos é o registro contábil de todas

Leia mais

Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura

Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura A safra de grãos do país totalizou 133,8 milhões de toneladas em 2009, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de dezembro,

Leia mais

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 Março 2015 1 NOTA CEMEC 03/2015 SUMÁRIO Os dados de Contas Nacionais atualizados até o terceiro trimestre de 2014 revelam a continuidade da

Leia mais

INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA. Fernando J. Ribeiro Grupo de Estudos de Conjuntura (GECON) - DIMAC

INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA. Fernando J. Ribeiro Grupo de Estudos de Conjuntura (GECON) - DIMAC INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA Fernando J. Ribeiro Grupo de Estudos de Conjuntura (GECON) - DIMAC FORTALEZA, Agosto de 2013 SUMÁRIO 1. Fundamentos da Análise de Conjuntura. 2. Tipos

Leia mais

Impactos da Crise Financeira sobre a Produção da Indústria

Impactos da Crise Financeira sobre a Produção da Indústria Impactos da Crise Financeira sobre a Produção da Indústria A evolução dos principais indicadores econômicos conjunturais sugere a paulatina dissipação dos efeitos da intensificação da crise financeira

Leia mais

Para evitar dupla contagem não são contabilizados os bens intermediários. Valor Agregado = VA = VBP Cons. Intermediário PN = ΣVA

Para evitar dupla contagem não são contabilizados os bens intermediários. Valor Agregado = VA = VBP Cons. Intermediário PN = ΣVA I - CONTAS NACIONAIS 1.1 Produto Agregado = Demanda Agregada = Renda Agregada (valor da produção) = (despesa com produto) = (W+L+J+A). 1.2 Renda Nacional: Somatório de todos os rendimento recebidos pelas

Leia mais

Crise Financeira Internacional Atuação do governo brasileiro no fornecimento de liquidez em moeda estrangeira

Crise Financeira Internacional Atuação do governo brasileiro no fornecimento de liquidez em moeda estrangeira Crise Financeira Internacional Atuação do governo brasileiro no fornecimento de liquidez em moeda estrangeira O agravamento da crise financeira internacional decorrente da falência do banco Lehman Brothers,

Leia mais

CRITÉRIOS / Indicadores

CRITÉRIOS / Indicadores CRITÉRIOS / Indicadores A lista de conceitos desta MELHORES E MAIORES Os valores usados nesta edição são expressos em reais de dezembro de 2014. A conversão para dólares foi feita, excepcionalmente, com

Leia mais

A Expansão da Construção Civil e os Efeitos da Crise Internacional

A Expansão da Construção Civil e os Efeitos da Crise Internacional A Expansão da Construção Civil e os Efeitos da Crise Internacional Gráfico 1 Produção da construção civil e PIB Variações anuais % 1 8 6 4 2-2 -4 1999 2 21 22 23 24 25 26 27 28 Construção civil PIB A indústria

Leia mais

Determinantes da Evolução Recente do Consumo Privado

Determinantes da Evolução Recente do Consumo Privado Determinantes da Evolução Recente do Consumo Privado O dinamismo do consumo privado, traduzindo a evolução favorável das condições dos mercados de trabalho e de crédito, e das expectativas dos consumidores,

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas: CASHFLOW OU FLUXO DE CAIXA 1. CONCEITO É um demonstrativo que reflete dinamicamente o fluxo do disponível da empresa, em um determinado período de tempo. 2. FINALIDADES 2.1. Evidenciar a movimentação dos

Leia mais

BANGLADESH Comércio Exterior

BANGLADESH Comércio Exterior Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR Divisão de Inteligência Comercial - DIC BANGLADESH Comércio Exterior Fevereiro de 2015 Índice. Dados Básicos.

Leia mais

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito 3 ago 2006 Nº 7 O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito Por Ernani Teixeira Torres Filho Superintendente da SAE Nas crises, sistema bancário contrai o crédito. BNDES atua em sentido contrário e sua

Leia mais

NORDESTE: DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR EM 2009

NORDESTE: DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR EM 2009 O nosso negócio é o desenvolvimento ESCRITÓRIO TÉCNICO DE ESTUDOS ECONÔMICOS DO NORDESTE-ETENE INFORME SETORIAL INDÚSTRIA E SERVIÇOS NORDESTE: DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR EM 2009 Ano IV No 2 O nosso

Leia mais

ARGENTINA Comércio Exterior

ARGENTINA Comércio Exterior Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR Divisão de Inteligência Comercial - DIC ARGENTINA Comércio Exterior Agosto de 2014 Índice. Dados Básicos.

Leia mais

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA 5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA Os sinais de redução de riscos inflacionários já haviam sido descritos na última Carta de Conjuntura, o que fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidisse

Leia mais

Perspectiva da Indústria de Autopeças no contexto do Inovar-Auto

Perspectiva da Indústria de Autopeças no contexto do Inovar-Auto Perspectiva da Indústria de Autopeças no contexto do Inovar-Auto Apresentação Paulo Butori Presidente do Sindipeças Elaboração: Assessoria Econômica do Sindipeças São Paulo, novembro de 2013 Números do

Leia mais

Balanço de Pagamentos

Balanço de Pagamentos Alicia Ruiz Olalde Balanço de Pagamentos No balanço de pagamentos, são registradas todas as transações econômicas que o país realiza com o resto do mundo, num determinado período de tempo. O Balanço de

Leia mais

4 SETOR EXTERNO. ipea

4 SETOR EXTERNO. ipea 4 SETOR EXTERNO RESTRIÇÕES EXTERNAS AO CRESCIMENTO ECONÔMICO Tradicionalmente, as restrições ao crescimento da economia brasileira são consideradas como limites impostos pela deterioração incontornável

Leia mais

3. Contas Correntes: A categoria Contas Correntes tem quatro sub-divisões, a saber:

3. Contas Correntes: A categoria Contas Correntes tem quatro sub-divisões, a saber: 1. B/Pgtos, p. 1 Comércio e Finanças Internacionais Prof. José Alfredo A. Leite 1A. BALANÇO DE PAGAMENTOS 1. Definição: O B/P é o registro contábil dos recebimentos e pagamentos feitos pelos diversos agentes

Leia mais

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Apresentação A sondagem Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário 2012 Fase 2 apresenta a visão do empresário do transporte

Leia mais

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal Brasília, 22 de maio de 2012 1 A situação da economia internacional

Leia mais