UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS GRAZIELA MARA DE FARIA. O processo de industrialização no Sul de Minas

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS GRAZIELA MARA DE FARIA O processo de industrialização no Sul de Minas Varginha/MG

2 GRAZIELA MARA DE FARIA O processo de industrialização no Sul de Minas Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas com Ênfase em Controladoria. Orientador: Prof. Thiago Fontanelas Rosado Gambi Varginha/MG

3 GRAZIELA MARA DE FARIA O processo de industrialização no Sul de Minas A Banca examinadora abaixo-assinada, aprova a monografia apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas com Ênfase em Controladoria da Universidade Federal de Alfenas. Aprovada em: Prof. Prof. Prof. 3

4 Sumário Introdução Uma discussão sobre a industrialização brasileira Os Precedentes da Industrialização Brasileira Industrialização com algumas limitações As controvérsias: Teoria dos choques adversos ou Industrialização induzida pelas exportações? Teoria do Capitalismo Tardio Teoria da Industrialização Intencionalmente Promovida por Políticas do Governo Minas Gerais: industrialização no contexto brasileiro Varginha: industrialização no contexto mineiro Considerações Finais Referências bibliográficas

5 Introdução O presente estudo pretende examinar as transformações ocorridas no Sul de Minas e aspectos do desenvolvimento da cidade de Varginha entre o final do século XIX até meados da década de O objetivo geral é contribuir com estudos sobre a história-econômica sulmineira, analisando aspectos do caso da cidade de Varginha, no intuito de compreender o período de fim do século XIX à década de 1970, já que há poucos estudos nesta área. O estudo sobre Varginha deve trazer novos elementos sobre a região e o município, para inserí-los nos relevantes debates historiográficos sobre a formação das cidades no período proposto. Para alcançar esse objetivo geral, definem-se os seguintes objetivos específicos: com o intuito de elaborar um diagnóstico preciso do objeto de estudo, busca-se sistematizar as leituras sobre o processo de urbanização e industrialização no Brasil e em Minas Gerais e, no caso do município de Varginha, especificamente; sistematizar as leituras sobre suas transformações econômicas e levantar, por meio de pesquisa de notas fiscais, livros e relatos existentes no museu municipal, os principais negócios existentes na cidade. Em suma, este trabalho pretende contribuir para a compreensão de uma pequena parcela do processo de desenvolvimento econômico no estado de Minas Gerais, no Sul de Minas e na cidade de Varginha. Para tanto, foram analisadas fontes primárias encontradas no Museu Municipal de Varginha (notas fiscais de estabelecimentos comerciais emitidas à câmara, relatos acerca da cidade e livros sobre a história varginhense). Assim temos a análise e relatos sobre a região do Sul de Minas. Depois de organizadas as fontes foram transformadas em dados quantitativos, compilados em bancos de dados para fins de sistematização; e fontes qualitativas, sistematizadas para embasar e reforçar a análise quantitativa. 1. Uma discussão sobre a industrialização brasileira Como mencionado acima, este estudo tem o objetivo de investigar a industrialização e as transformações provocadas na sociedade mineira a partir do final do século XIX, tratando de Minas Gerais e do município de Varginha de forma específica por ser a cidade da região em que o Campus da Universidade esta inserido. Entretanto, para contextualizar o desenvolvimento dessas duas regiões, forneceremos antes um panorama geral do processo de industrialização no Brasil. De maneira geral, a indústria brasileira formou-se devido a diversos fatores, tais como a abolição do trabalho escravo, a expansão do café e a expansão dos núcleos urbanos. As fases da 5

6 industrialização são marcadas por momentos de desenvolvimento que foram interrompidos por períodos de crise (como a crise dos anos 20, a dos anos 30 e assim por diante), mas estas interrupções levaram a um processo de reforço industrial; pois, passadas as crises, aumentavam os investimentos na indústria e isto impulsionava o seu desenvolvimento. Quando se trata do aspecto da mão-de-obra pode-se dizer que foi utilizada na indústria os ex-escravos e os imigrantes. Havia grande oferta de mão de obra entre os ex-escravos e, conforme foram surgindo as indústrias, alguns deles foram sendo empregados. Para trabalhar nestas indústrias que iam surgindo vieram também os imigrantes, que eram das mais variadas nacionalidades e, em certos termos, eram mais capacitados e qualificados que os ex-escravos para trabalharem nas indústrias; e seus trabalhos eram remunerados. O crescimento do operariado foi reflexo, durante a primeira república, do desenvolvimento da indústria. Com o passar do tempo e com o grande contingente de trabalhadores para reivindicar melhorias o movimento operário surgiu; e em sua extensão sofreu influências anarquistas devido em grande parte à origem dos imigrantes. Em suma, a substituição do trabalho escravo pelo livre determinará para a grande propriedade contingências muito graves e que ameaçarão seriamente a sua solidez Os Precedentes da Industrialização Brasileira Para que ocorresse a transformação tanto da indústria como da mão-de-obra alguns precedentes foram necessários, tais como duas medidas de 1850: a criação da Lei de Terras (dificultando a aquisição de terras por parte dos imigrantes e ex-escravos, pois a propriedade agora se torna privada) e a Lei Eusébio de Queiróz (que decretava a proibição do tráfico negreiro). Medidas estas que davam as primeiras condições para o surgimento do mercado capitalista. Estes dispositivos legais serviram como importantes reguladores da ordem social competitiva. (PRADO JR., 1968). A importância destes fatores para o desenvolvimento da indústria foi essencial. Explicando cada uma destas medidas temos que a Lei de Terras instaurava algumas dificuldades de aquisição de terras pelos imigrantes e ex-escravos, pois estas se tornavam propriedades privadas, ou seja, seriam adquiridas através do dinheiro, levando assim a um maior desenvolvimento e inicializando um mercado interno entre os produtores (começava a surgir a comercialização, que mais tarde daria o impulso para surgir as indústrias). A Lei Eusébio de Queiróz foi de extrema importância, pois a partir da proibição do tráfico dos escravos e com a adesão de outras formas de trabalho em muito a economia se desenvolveu, pois estava criando 6

7 um mercado interno, dando as premissas para a industrialização; assim é demonstrado como estes dois precedentes foram indispensáveis, e auxiliaram no surgimento e crescimento da indústria brasileira. As décadas finais do império no Brasil marcaram um período de intensas transformações na sociedade e economia brasileira. Ocorreu a abolição dos escravos, porém isto em nada interferiu na forma da organização da produção, ou seja, quando falamos em nada interferiu é dando ênfase na produção, pois esta, mesmo com a abolição, continuou funcionando normalmente, porém, com imigrantes. Na região cafeeira, como no caso de Minas Gerais, houve diversas consequências, pois o trabalho escravo era a base da agricultura cafeeira. E de acordo com as leituras efetuadas podemos notar que Minas Gerais foi uma região que recebeu poucos imigrantes. Dentre as consequências sofridas pela região, podemos citar a falta de mão de obra barata, o empobrecimento do setor da população que era responsável pela criação da riqueza no país, mas mesmo diante das consequências citadas, a abolição não foi apenas um processo com pontos negativos, pois a partir disto os escravos poderiam começar a ser assalariados, embora isto não ocorresse em todos locais onde houve a abolição, e com os assalariados agora haveria um maior desenvolvimento do mercado interno (FURTADO, 1968). Nesse cenário de mudanças nota-se um representativo crescimento do processo de urbanização de algumas regiões e vê-se a expansão de novas atividades comerciais e industriais. Começando desde os primórdios, desde os pequenos estabelecimentos que ofereceram condições para o surgimento efetivo da indústria temos primeiro Douglas Libby, que considerava que a produção doméstica de tecidos no Brasil inicia-se no final do século XVIII e início do XIX. Neste contexto, Minas era o estado que tinha a indústria têxtil caseira mais desenvolvida e exportava para as mais diversas regiões do país. Em 1786 a indústria têxtil caseira era dominada por pequenos produtores, apresentando como características a relativa estreiteza do leque de variedade provavelmente refletia o estágio incipiente da indústria caseira em Minas e, com efeito, talvez a distinguisse das de outras regiões brasileiras. (LIBBY, 1997, p.112). Em se tratando da indústria têxtil, considera-se que esta teve grande importância para Minas Gerais, pois foi o ponto de partida para a industrialização mineira juntamente com o comércio interno, tem-se que as fábricas eram na sua grande maioria pertencentes a proprietários individuais ou a sociedades comerciais. Porém em Minas, as indústrias eram em sua maioria negócios entre parentes; pois muitas vezes para montar uma empresa o empresário não possuía 7

8 dinheiro suficiente para tanto e então recorria aos parentes ou amigos, não perdendo assim o controle do empreendimento. As indústrias em Minas sempre foram de pequeno porte, muitas delas com pequenas produções, o que pode ser explicado pelo tamanho reduzido do comércio que havia no estado. Houve diversas burocracias para a constituição de sociedades e, portanto, para a criação das primeiras fábricas mineiras. Mas para que houvesse a industrialização eram necessários alguns pré requisitos, tais como a importação de mão-de-obra livre, a diversificação do emprego do capital (comércio, bancos, estradas de ferro), desenvolvimento dos núcleos urbanos, ou seja, intensificação da divisão social do trabalho e generalização de relações mercantis (MELLO, 1982). Ainda tratando dos processos de transformações temos o desenvolvimento latinoamericano que ocorreu devido às economias primário-exportadoras. Segundo João Manuel Cardoso de Mello (1982, p.29-30): O caráter primário-exportador não decorre simplesmente da forma material da produção predominante, alimentos e matérias-primas, e da localização do mercado em que se realiza, o externo. Ao contrário, advém, fundamentalmente, de que as exportações representam o único componente autônomo de crescimento da renda, e o setor externo surge como centro dinâmico da economia. É o modo de crescimento, crescimento para fora, que, em última análise, torna as economias latino-americanas conformes ao modelo primário exportador. A esta maneira de crescer corresponde uma determinada estrutura produtiva, caracterizada por uma nítida especialização entre dois setores: de um lado, o setor externo, fonte de todo o dinamismo; de outro, o setor externo dele dependente, integrado por indústrias, pela agricultura mercantil de alimentos e matérias-primas e por atividades de subsistência. Ainda seguindo Mello, quando falamos da industrialização latino-americana tem-se que esta é problemática devido a se localizar na periferia do capitalismo e não ter as mesmas tecnologias que tinham nos países do centro. Quando se trata de capitalismo, tem-se que foi este o gerador de condições para industrialização. Na América Latina, a expansão das relações capitalistas trouxe o início da crise das economias coloniais. Essas economias passam para a economia exportadora capitalista devido a fatores internos e depois externos. Com a transição da economia muitas coisas mudaram, dentre elas estão a crise da mão-de-obra escrava, que ocorreu devido às condições de tecnologia, em que compensava mais o trabalho assalariado, pois este era pago somente de acordo com seu uso, ao contrário do trabalho escravo, onde o empregador (o dono dos escravos) tinha que bancar com os custos que este ocasionava. Os anos entre 1888 e 1950 marcam o surgimento e a consolidação do capital industrial e com isto o fortalecimento e também crescimento da indústria de forma generalizada em todo o 8

9 país, porém os estados que mais se desenvolveram com este processo foram São Paulo e Rio de Janeiro Industrialização com algumas limitações: Uma das principais causas para a industrialização retardatária brasileira é a subordinação do país em relação aos países centrais. Sendo assim, há dois fatores existentes na história que foram os propulsores para a industrialização: o primeiro é a crise mundial dos anos de 1930 (com a ruptura das relações econômicas com o exterior e a possibilidade de substituição de importações) e o segundo é a intervenção do Estado na economia (política do café, política cambial). Para algumas importantes nações latino-americanas a crise de 1929 serviu como aceleração da industrialização, pois alguns autores tratam isto como algo que serviu para impulsionar a aceleração do mercado interno, que com a crise, em muito se estimulou a produção nas indústrias nacionais, havendo menores importações, que foi o fator que acarretou o aumento do mercado interno. Como exemplo disto tem-se Furtado que trata a indústria apenas quando há o processo de deslocamento do centro dinâmico e acredita que isto acontece devido à crise de 1929 e se estende ao longo da década de 1930 devido à política econômica adotada. O deslocamento do centro dinâmico é quando a economia passa a depender não mais das exportações, mas agora das atividades voltadas para o mercado interno. E esta se volta para a indústria, almejando o crescimento da produção. A substituição de importações foi o modo pelo qual ocorreu o deslocamento do centro dinâmico; e é o mecanismo fundamental, definido por Furtado, que leva o processo de industrialização a se deslanchar nos anos de Já para Pelaéz o crescimento industrial não está relacionado com a crise de 1930 e a recuperação da economia é devido ao setor externo; desta forma se contrapõe a Furtado, com sua teoria da industrialização induzida pela expansão das exportações. Já para Wilson Suzigan após a primeira guerra mundial o Brasil diminui a sua dependência em relação ao setor exportador. Villela e Suzigan questionaram o impacto positivo da Primeira Guerra Mundial sobre a indústria, devido a alguns dados expostos sobre o declínio das importações de matérias-primas, matérias auxiliares e bens de capital durante o período de 1914 a Os autores colocam em duvida se a guerra realmente foi o fator que levou ao surto industrial. Os indicadores do produto industrial, construídos por eles (abrangendo os ramos têxtil, de fumo, bebidas e vestuário, responsáveis por 50% do valor 9

10 adicionado em 1919) mostravam oscilações no período sem uma tendência marcante de crescimento. Analisaram que apenas alguns produtos é que tinham sofrido aumento de comercialização com a guerra, e não todos, confirmando assim a dúvida acerca da guerra como propulsora do crescimento industrial (SAES, 1989). Furtado distingue a industrialização e o processo de industrialização substitutiva de importações. E Pelaéz, como mencionado, defende a industrialização induzida pela expansão das exportações. Explicando cada uma destas teorias temos que: enquanto a industrialização induzida pela expansão das exportações era atrelada à demanda externa, a substituição de importações estava ligada a uma variável endógena. O centro dinâmico da economia estava se virando para dentro da nação. A industrialização por substituição de importações altera os preços relativos a favor da produção industrial interna. Divide-se em duas fases: industrialização extensiva, com a substituição de bens de consumo corrente e a industrialização intensiva, com a substituição de bens de produção pesados (MELLO, 1982). Mesmo diante de todas as dificuldades que vinham sendo enfrentadas, os anos 20 registraram grande dinamismo e diversificação da produção industrial já existente, ou seja, para novas indústrias não foi um bom ano, mas para as já existentes tiveram um excelente progresso. Enfim, para tratar as origens do desenvolvimento industrial brasileiro em um panorama geral usaremos Wilson Suzigan (2000) que em seu livro Indústria Brasileira nos apresenta uma importante revisão sobre o tema. Para o autor existem quatro vertentes que explicam a gênese da indústria no Brasil: 1) A Teoria dos Choques Adversos considera que a indústria no Brasil surgiu devido aos acontecimentos externos que possibilitaram a substituição de importações, como a Primeira Guerra Mundial e a Quebra da Bolsa de Nova Iorque; 2) Industrialização em função do setor agrário-exportador, em que as primeiras indústrias se originavam do capital e infra-estrutura da economia cafeeira; 3) A ótica do capitalismo tardio, que colocava o país como um receptor de tecnologias atrasadas, sendo incorporado pelo capitalismo como um país atrasado, em que a relação entre café e indústria passa a ser dialética; 4) E, por fim, a industrialização pelo apoio Governamental, isto é, quando o governo criava mecanismos para incentivar a industrialização, como políticas tarifárias. Explicando melhor cada uma destas teorias sobre a indústria brasileira temos a primeira (teoria dos choques adversos) argumenta que a industrialização começou como uma resposta às dificuldades impostas às importações pelos choques da Primeira Guerra Mundial, da Grande 10

11 Depressão da década de 1930 e da Segunda Guerra Mundial. A ótica da industrialização liderada pela expansão das exportações, por outro lado, pressupõe a existência de uma relação linear entre a expansão do setor exportador (principalmente café) e a industrialização; de acordo com essa interpretação, o crescimento industrial ocorria durante períodos de expansão das exportações (principalmente café) e era interrompido pelas crises no setor exportador, as guerras e a Grande Depressão da década de A interpretação baseada no capitalismo tardio propõe que o crescimento industrial deu-se como parte do processo de desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Ao mesmo tempo em que a expansão da economia cafeeira estimulava o crescimento industrial, também impunha limites a esse crescimento. Além disso, afirma-se que a relação entre o setor exportador (café) e a indústria de transformação era contraditória de duas outras maneiras: primeiramente, diz-se que os choques adversos de crises no setor exportador e da Primeira Guerra Mundial estimularam o crescimento da produção industrial com base na capacidade de produção instalada em períodos anteriores de expansão das exportações; e, em segundo lugar, a política econômica sob a égide do capital cafeeiro por vezes favorecia a acumulação de capital industrial. Finalmente a quarta interpretação das origens do desenvolvimento industrial brasileiro, embora reconheça a importância da expansão do setor exportador na criação de um mercado para produtores manufaturados, enfatiza o papel de políticas deliberadas do governo para promover o desenvolvimento industrial especialmente proteção aduaneira e concessão de incentivos e subsídios à indústria. (SUZIGAN, 2000, p ). A industrialização mineira se encaixa na teorias de Suzigan quando é tratada a industrialização em função do setor agro exportador, em que as primeiras industrias surgiram do capital e infra-estrutura da economia cafeeira, pois foi café, mais não só este que em muito influenciou no surgimento das industrias no estado Mineiro As controvérsias: Teoria dos choques adversos ou Industrialização induzida pelas exportações? A Teoria dos choques adversos está relacionada com os choques das Guerras Mundiais e com a crise de 1930, e a Industrialização induzida pelas exportações está relacionada com a expansão das exportações. Como exemplo de um choque adverso tem-se crises no setor exportador, guerras e crises econômicas internacionais, pois, quando se afeta o setor econômico externo, gera-se um aumento no preço das importações, consequentemente, reduzindo esse setor. 11

12 Roberto Simonsen defende que durante a Primeira Guerra Mundial a indústria brasileira teve um impulso decisivo. Afetando o setor externo da economia aumenta relativamente os preços das importações, com isto, a procura interna que era sustentada por políticas econômicas expansionistas desloca-se para as atividades internas substituidoras de importações. Com relação a este argumento temos a versão extrema do argumento dos choques adversos, e outra que se refere à interpretação do desenvolvimento industrial brasileiro por Furtado e Maria da Conceição Tavares (SUZIGAN, 2000, p.25) Simonsen (apud SAES, 1989, p.23) que utilizava dados censitários em suas pesquisas e análises demonstra claramente em um trecho a sua opinião acerca da influência da Primeira Guerra Mundial na indústria brasileira: Não procede, pois, a afirmação de que a indústria brasileira originou-se apenas da guerra européia. Teve esta, de fato, uma pronunciada influência no seu desenvolvimento posterior, por ter provocado uma notável diversificação na fabricação de novos produtos. As necessidades de consumo, impossibilitado de se abastecer nos únicos mercados fornecedores de então, estimularam o nascimento de uma multiplicidade de pequenas indústrias, que se desenvolveram principalmente em São Paulo. Outro que explica estas teorias é Warren Dean, um dos primeiros autores a formular uma crítica em relação ao fato de que a indústria brasileira apenas cresceu como consequência da Primeira Guerra Mundial. Contrariando a teoria dos choques adversos Dean acredita que a expansão das exportações de café criava tanto o mercado consumidor quanto as condições para o estabelecimento de indústrias no país (capitais, importação de equipamentos a baixos preços, oferta de mão de obra, crédito no exterior) (SAES, 1989, p. 24). Em suas análises Dean conclui que não foi apenas a Primeira Guerra Mundial que proporcionou o desenvolvimento da indústria, mas que as exportações de manufaturados também em muito auxiliaram para que esta se desenvolvesse. Segundo Dean, os anos em que o café teve um bom preço de venda, a indústria também em muito lucrou e se desenvolveu; porém nos anos em que teve um preço ruim a indústria em nada se desenvolveu. Fishlow expõe que a substituição de importações ocorre devido a relações defasadas e ampliadas entre a taxa de câmbio e a inflação interna (era o aumento da oferta monetária). Tal defasagem parece ter favorecido, em um primeiro momento, as importações em geral de tecidos, mas também de bens de capital -, para, a seguir, por meio de desvalorização real do cambio, estimular as compras internas de bens de consumo. (SAES, 1989, p. 26). Desta maneira 12

13 vê-se que o primeiro surto industrial está relacionado ao mecanismo cambial e não propriamente a uma crise externa. Fishlow demonstra também que houve o crescimento da produção industrial com a substituição de importações; e não foi apenas a guerra que estimulou o crescimento da indústria. Já para os Versani a crise externa tinha efeito positivo na produção e negativo nos investimentos e o contrário ocorria com a expansão das exportações. A base da doutrina da Cepal reside no padrão de relações de comércio exterior entre os países do centro e os países da periferia. Uma divisão internacional do trabalho que impôs aos países da periferia a especialização na produção de produtos primários para a exportação para os países do centro que, por sua vez, supriam de produtos manufaturados os países da periferia. Na versão extrema do argumento dos choques adversos tem-se que não houve apenas crescimento industrial durante os ciclos de expansão das exportações no período de crescimento voltado para fora, como também houve os efeitos dos choques adversos sobre a produção e o investimento industrial não foi tão direto quanto subentendido nesta versão extrema do argumento dos choques adversos. Para Tavares e Furtado o crescimento da produção industrial tornou-se dependente do crescimento do mercado interno, o qual dependia da expansão do setor exportador. Portanto, o enfoque de Furtado e Tavares é essencialmente igual ao enfoque cepalino do crescimento voltado para fora, porém com a diferença básica de que, para os dois autores, a relação entre o setor exportador e as atividades internas é de interdependência e não de antagonismo, de modo que pôde ocorrer um crescimento industrial dentro da economia primário exportadora. Entretanto, esse crescimento industrial juntamente com o setor agrícola de subsistência era suficiente para dar autonomia às atividades internas. Na verdade, o crescimento econômico estava ligado ao crescimento da demanda externa por produtos primários. Esses autores subestimam o desenvolvimento industrial ocorrido antes da década de 1930 (SUZIGAN, 2000, p.26-30) Teoria do Capitalismo Tardio Esta teoria está relacionada com a exportação de café que gera a expansão da economia cafeeira exportadora. Os principais autores desta corrente são: Sérgio Silva, João Manuel Cardoso de Mello, Tavares, Wilson Cano e Liana Aureliano. Segundo Suzigan (2000, p. 35): A ótica do capitalismo tardio sugere que o desenvolvimento latino-americano (particularmente o brasileiro) é um desenvolvimento capitalista, determinado primeiramente por fatores internos e secundariamente por fatores externos. Salientando 13

14 que a transição do trabalho escravo para o assalariado na economia primário exportadora marca a emergência de um novo modo de produção capitalista, a ótica do capitalismo tardio substitui a tradicional dicotomia entre fatores externos e internos como motores do crescimento, por uma interpretação que visualiza o crescimento industrial como primordialmente um resultado do processo de acumulação de capital no setor agrícola exportador, o qual, por sua vez, depende da procura externa. Mello e Cano estudam o papel dos cafeicultores como o grupo social de onde se originou a burguesia industrial, ao passo que Silva afirma que os burgueses imigrantes importadores foram os que desempenharam o papel principal. Embora a rápida acumulação de capital cafeeiro estimulasse a acumulação de capital industrial, esta era contraditória à acumulação de capital cafeeiro e à posição subordinada da economia brasileira na economia mundial, posição esta que implicava a especialização da economia brasileira na produção de produtos primários para a exportação, na divisão internacional do trabalho. Assim, o desenvolvimento do capitalismo baseado no comércio do café ao mesmo tempo estimulou o desenvolvimento industrial e impôs limites a esse desenvolvimento. As indústrias que se estabeleceram foram notadamente as de bens de consumo (SUZIGAN, 2000, p ). Segundo Suzigan, explicando as ideias de Mello a relação entre a expansão do setor exportador e o crescimento industrial é algo não linear, pois nos períodos de crise do setor exportador a indústria de transformação é negativamente afetada, e a medida que vão surgindo as proteções ao mercado interno, a produção industrial se recupera. É daí que surge a relação contraditória entre o capital cafeeiro e o capital industrial. O capital industrial depende do capital cafeeiro em dois aspectos cruciais, para gerar a capacidade de importar máquinas e equipamentos industriais e também para pagar os salários dos trabalhadores, criando um novo mercado para os produtos industrializados. Finalizando esta teoria podemos tratar da A ótica do capitalismo tardio, que salienta que esse padrão de acumulação de capital baseado no comércio do café foi irrompido pela crise de A acumulação de capital industrial tornou-se mais independente do capital cafeeiro, ao menos pelo lado da procura. Esta não mais seria determinada primordialmente pela expansão do setor exportador, mas sim principalmente pelo crescimento da renda no setor industrial-urbano. Foi efetivamente nos períodos de expansão das exportações que ocorreu a expansão do capital industrial. O capital industrial originou-se de atividades direta ou indiretamente relacionadas com o setor exportador; e a crise do café e da Grande Depressão da década de 1930 foram um ponto de inflexão no desenvolvimento industrial brasileiro. Além disso, a política econômica teve 14

15 efeitos positivos sobre a indústria interna, porém variavam de acordo com a conjuntura econômica (SUZIGAN, 2000, p ) Teoria da Industrialização Intencionalmente Promovida por Políticas do Governo Esta é a quarta e última teoria sobre as origens do desenvolvimento da indústria no Brasil e, segundo Suzigan, esta atribui grande importância para as políticas do governo em relação a promoção do desenvolvimento da indústria, dando proteção tarifária, incentivos e subsídios. Para dar consistência a esta teoria foram estudadas as fábricas de tecidos de algodão, onde alternavam períodos de aumento de investimentos e períodos de expansão da produção. Esta alternância é devido as variações nas taxas de câmbio, que, quando há a sobrevalorização favorece o aumento dos investimentos ao reduzir o custo da maquinaria importada; a depreciação também em muito contou para que houvesse o aumento da produção concomitantemente com o aumento da proteção interna, que era quando aumentava o preço das maquinas e assim desestimulava investimentos. A intenção declarada dessa corrente é a de contestar a afirmação de que o papel do Estado na promoção do desenvolvimento industrial no período anterior a 1930 foi mínimo ou não significativo. Argumenta-se que o Estado teve uma participação positiva através de uma proteção alfandegária deliberada e incentivos e subsídios a indústrias específicas. Os principais autores desta corrente são Versiani e Versiani. Estes estudam o desenvolvimento da indústria de tecidos de algodão, e sugerem que tal desenvolvimento se deve ao padrão cíclico que alternava períodos de aumento do investimento com períodos de expansão da produção, atribuem à tarifa alfandegária como sendo o principal fator de proteção para o desenvolvimento da indústria de tecidos de algodão (SUZIGAN, 2000, p.42). Tomando por base as ideias de Suzigan, pode-se afirmar que as políticas governamentais não foram extremamente anti-industrialista, pois mesmo estando sobre o poder de interesses agrícola exportadores houve favorecimento do desenvolvimento industrial. Porém isto não indica que foi apoiado deliberadamente o desenvolvimento industrial. Pode-se afirmar com segurança que o estado brasileiro passou a estimular deliberadamente o desenvolvimento de indústrias específicas (mas não o desenvolvimento industrial em geral) a partir dos anos da Primeira Guerra (SUZIGAN, 2000, p. 45). 15

16 Quanto à concessão de incentivos e subsídios governamentais à indústria de transformação várias formas foram utilizadas, incluindo os empréstimos, garantias de juros sobre o capital investido, isenção de direitos sobre a importação de matérias primas, máquinas e equipamentos, redução de fretes nas ferrovias e linhas de navegação de propriedade do governo, dentre outros. Sucintamente, no período anterior à Primeira Guerra Mundial nenhuma assistência era dada à indústria de transformação por parte do governo, foi a partir da Primeira Guerra Mundial que o estado começou a estimular o desenvolvimento de algumas indústrias, mais não o desenvolvimento da indústria como um todo. No geral, os subsídios e incentivos dados nem sempre eram eficazes. (SUZIGAN, 2000, p.44-47) Finalizando esta teoria podemos concluir, por meio das leituras de Suzigan, que no período anterior à Primeira Guerra Mundial praticamente nenhuma assistência direta foi dada pelo governo para a indústria de transformação. A partir da Primeira Guerra, o estado começou a estimular a indústria deliberadamente, mais não foi algo que ocorreu de forma plena. Portanto, fica claro que os subsídios oferecidos não eram sistemáticos e nem sempre foram eficazes. Com relação a Minas Gerais podemos considerar que nesta a participação da Primeira Guerra para a industrialização foi algo essencial, pois foi a partir desta que tiveram grandes impulsos, como no Brasil como um todo, para que as industrias nacionais começassem a se desenvolver. 2. Minas Gerais: industrialização no contexto brasileiro Em se tratando dos aspectos da industrialização do Estado de Minas Gerais na região do Sul de Minas temos que esta apresenta dinâmicas de desenvolvimento diferenciadas do que foi apresentado acima, acreditando que a Primeira Guerra foi um grande propulsor, devido a articulação dos transportes, ferrovias, variações geográficas e relações comerciais, além dos fatores culturais do estado, muito ligado com a cultura do café, seu propulsor em maior proporção. Minas Gerais tinha vínculos com os mercados externos e tinha a sua economia caracterizada pelas atividades de criação de gado e agricultura de abastecimento (alimentícia) e não a indústria em sua totalidade. (SAES; MARTINS, 2012) Minas Gerais é inserida neste contexto de industrialização a partir do século XIX e início do século XX, mas os trabalhos sobre sua história econômica têm sido dedicados 16

17 majoritariamente ao estudo da primeira metade do século 19. Ainda são poucos os trabalhos que tentaram entender o período de transição para o século XX e os elementos para a formação do capitalismo mineiro e mais adiante da industrialização do Estado (SAES; MARTINS, 2012). Para tanto a contribuição que o presente trabalho busca desenvolver são estudos para compreender uma pequena parcela do processo de desenvolvimento da indústria no estado de Minas Gerais, no Sul de Minas e alguns aspectos de Varginha. Quando se parte para o estudo do caso de Minas Gerais, nota-se que esta teve seu jeito peculiar de desenvolvimento industrial e do tipo de mão-de-obra utilizada. Minas Gerais não teve um crescimento econômico homogêneo, em que uma determinada região pudesse articular e liderar as outras regiões, no sentido de integração de seu mercado. Uma das causas, dentre muitas, do atraso mineiro pode-se dizer que foi a falta de um centro comercial exportador que articulasse as atividades econômicas. A cafeicultura, por exemplo, estimulou por meio dos seus capitais a diversificação urbano-industrial na zona da Mata, que foi a área onde mais se desenvolveu a indústria no estado de Minas Gerais. Pretendemos neste trabalho, discutir como este processo ocorreu no sul de Minas, segunda região em importância tanto na produção de café como na formação de indústrias. Quando se trata de indústria, como será que esta se desenvolveu no Estado de Minas Gerais? Porque houve tantas disparidades entre as regiões? E quando entrarmos mais especificamente no município de Varginha estudar, a partir de documentos levantados no acervo do museu de Varginha, quais as indústrias e os gêneros existentes, quem eram os proprietários e quais eram os investimentos aplicados nesta área. Para aprofundar o estudo do estado de Minas Gerais não se pode perder de vista que um grupo de autores consideram o desenvolvimento da economia cafeeira um dos grandes propulsores para o surgimento da indústria. Paralelamente, a criação das estradas de ferro, durante os anos 1870, que auxiliava o transporte do café aos portos para a sua exportação, ampliando tanto a comercialização com o mercado internacional quanto a acumulação de capital. Parte deste capital seria transferido para a criação de um setor industrial. Ademais a valorização do café promoveu a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado, pois a acumulação repunha o problema da falta de braços (MELLO, 1982). A solução para a falta de trabalhadores, tratada acima, especialmente em São Paulo foi a imigração, que apresentou características peculiares de um sistema, pois durante um tempo foi 17

18 financiada pelo governo, com este pagando as passagens e depois pelos fazendeiros, que pagavam as passagens para os imigrantes virem para o país e depois cobravam destes ao longo do tempo em que iam trabalhando nas fazendas, exigiam porcentagens das produções realizadas pelos imigrantes e parte dos lucros também. Mas em relação ao complexo cafeeiro como estimulante para a indústria João Manuel Cardoso de Mello expõe: O próprio complexo exportador cafeeiro engendrou o capital dinheiro disponível para transformação em capital industrial e criou às condições a ela necessárias: parcela da força de trabalho disponível ao capital industrial e uma capacidade para importar capaz de garantir a compra de meios de produção e de alimentos e bens manufaturados de consumo indispensáveis à reprodução da força de trabalho industrial (MELLO, 1982, p. 147). Como resposta a teoria de que o café foi algo propulsor da indústria alguns autores como Sérgio Silva admitem a existência de uma relação inversa entre a economia do café e a indústria. A economia cafeeira teve pontos positivos e negativos sobre a indústria, por provocar o declínio cambial, protegendo assim a produção nacional, mas também reduzindo os investimentos devido ao aumento do preço dos importados; se trabalhadores do café são desempregados na crise, reduz-se o mercado para o mercado da indústria, mas, pelo êxodo rural, amplia-se a reserva de trabalhadores para a indústria no mercado urbano de trabalho; se as tarifas alfandegárias são elevadas (para compensar a queda da receita do tributo), a produção nacional ganha proteção adicional, mas, novamente, bloqueia-se o investimento pelo encarecimento da importação de equipamentos. Ou seja, nas relações entre café e indústria manifesta-se invariavelmente o caráter contraditório aqui exposto (SAES, 1989, p.32). Quando tratamos de Minas Gerais entre o final do século XIX e início do século XX por meio da literatura econômica, notamos que esta sempre foi retrograda em comparação a São Paulo e Rio de Janeiro. Diversas discrepâncias são notadas entre eles e, a partir disso, podemos dizer que as diferenças regionais são devido a formação do sistema capitalista brasileiro que resultou em concentração de riquezas no Rio de Janeiro e em São Paulo. (SAES, 2012; MARTINS, 2012) O posicionamento geográfico e carência de mão-de-obra especializada, sobretudo imigrante, dificultava o desenvolvimento mineiro frente às outras regiões. Como não conseguia 18

19 atrair imigrantes ou mesmo manter os seus habitantes, o êxodo populacional era frequente. (SAES, 2012; MARTINS, 2012) Quando vamos falar da comparação temos que o estado mineiro teve um bom crescimento, porém não tão bom como o de São Paulo e dos estados sulinos, pois Minas Gerais, de acordo com Francisco Iglésias, não conheceu o surto de desenvolvimento como o daqueles estados, com o uso de técnicas e ciência e abundância de mão de obra estrangeira, benefício este essencial para o desenvolvimento de tecnologias mais avançadas. João Heraldo Lima distingue Minas Gerais de São Paulo da seguinte maneira: O complexo cafeeiro de Minas não apresentava uma fronteira produtiva com o Oeste Paulista, resultando no rebaixamento do nível de produtividade física e econômica, desestimulando a substituição da mão de obra escrava pela assalariada e impossibilitando a acumulação de capital na região, que ainda tinha parte de seu excedente desviado para a cidade do Rio de Janeiro (LIMA apud SAES, 2012; MARTINS, 2012) Minas Gerais possuía uma boa produção cafeeira, porém nunca ocupou o primeiro lugar em relação a sua produção. Produzia uma quantidade de café semelhante a de São Paulo, porém não o suficiente para conseguir ultrapassá-lo. Portanto, vamos fazer algumas comparações entre Minas Gerais e São Paulo e até mesmo com o Rio de Janeiro para mostrar como que foi este atraso na industrialização do estado. As principais diferenças entre São Paulo e Minas Gerais para a produção poderiam ser encontradas nos métodos utilizados no cultivo e nos tipos de relevo que cada estado possuía. Em São Paulo era trabalho livre e em Minas Gerais e por causa das regiões mineradoras havia ainda estoques de escravos e devido a isto utilizavam o trabalho escravo. Pode-se dizer que a produção em São Paulo era mais elevada em decorrência do trabalho livre que impulsionava o capitalismo, que gerava um mercado interno e isto articulava a economia do estado de São Paulo ao contrário de Minas Gerais, que devido ao trabalho escravo não tinha articulação na economia por falta de um mercado interno. Em São Paulo se desenvolveu uma agricultura mercantilista, com trabalho assalariado e isso gera condições para desenvolver outras atividades. São Paulo era voltado para grandes comercializações, exportações ao contrário de Minas Gerais onde muitas vezes era negociado na porteira da fazenda. 19

20 Com a acumulação gerada pelo café, São Paulo diversificou seus investimentos e isto foi fundamental para o surgimento da indústria. Em Minas Gerais pode-se dizer que as questões que impediram o fortalecimento do capital foram as relações de produção não assalariadas (impedindo um mercado consumidor) e a baixa entrada de imigrantes, mesmo com uma economia cafeeira nascente. Em Minas Gerais a produção não apresentava nenhum produto de relevância para a exportação, pois quando exportavam eram em pequenas quantidades. Havia dispersão geográfica da população e as relações de produção não capitalista impossibilitavam a formação do capitalismo. Talvez uma boa parte do atraso mineiro possa estar relacionado às más condições do solo, a topografia acidentada e a falha na comunicação. (SAES, 2012; MARTINS, 2012) Outro ramo industrial que se iniciou em Minas Gerais, porém logo foi absorvido pelos estados com melhor infra-estrutura industrial e melhores condições de suporte, foi a indústria siderúrgica que foi eliminada pelos principais estados (São Paulo e Rio de Janeiro) devido a condições geográficas, infra-estrutura e Mao de Obra. Apesar de ser o estado que possuía o maior número de estabelecimentos em 1907 com relação a SP, pois o que possuía maior quantidade de estabelecimentos era o Rio de Janeiro, quando se tratava de produção, capital empregado e emprego a sua posição se invertia, indo para último lugar; pois Minas nunca apresentou boas condições para o desenvolvimento de grandes indústrias, sempre apresentava alguma falha em relação a algum aspecto que seria essencial para uma boa infra-estrutura de uma indústria. A indústria em Minas Gerais era de pequeno porte e de baixo nível tecnológico e dispersa. Como São Paulo e Rio de Janeiro possuíam regiões que concentravam as indústrias foi mais fácil para eles se desenvolverem até mesmo porque se expandiram como a transição para o trabalho assalariado e com a imigração. Para notar esta diferença entre os três estados, basta analisar a indústria têxtil de cada estado, como mostra na tabela abaixo: Tabela 1 - A indústria em São Paulo, Minas e Rio em 1907 (capital em contos de réis) Estado Estabelecimentos Capital Contos por estabelecimentos Operários São Paulo 31 54,084 1, Minas Gerais 36 16, Rio de janeiro ,962 2, Fonte: DINIZ, 1982, p

21 Os ramos de alimentos e bebidas juntamente com o têxtil eram os principais dentro da atividade industrial tanto de Minas como de São Paulo, pois em ambos se concentrava uma significativa parcela do capital, da produção e dos operários de cada estado. Em Minas as proporções eram de 81,8% para o capital, 72,8% para a produção e 67,3% para os operários, e em São Paulo as proporções eram de 65%, 59,8% e 54,4% respectivamente. (LIMA, 1977, p.81) Para diferenciar as indústrias pelo seu porte, e poder classificar qual era o tamanho das indústrias presentes nos estados tem-se a classificação de que as grandes empresas eram aquelas que empregavam 100 ou mais operários e possuíam 1000 contos ou mais de capital: em São Paulo, formavam 85% do capital e em Minas 54,4% (LIMA, 1977, p.87). Enquanto em São Paulo se instalavam fábricas para a produção de máquinas de beneficiamento de café, Minas se limitou a pequenas oficinas de reparo, sinalizando mais uma vez a divergência entre os meios de desenvolvimento da indústria (LIMA, 1977) Sendo assim, constata-se que a indústria mineira não era exclusivamente vinculada ao café. A indústria manufatureira em Minas Gerais era uma das maiores, porém era uma das menores considerando capital, valor de produção, total de operários, total de capital por estabelecimento, produção por estabelecimento, operários por estabelecimento, capital por estabelecimento e produção por operário. Quando se trata de indústrias no estado de Minas Gerais no ano de 1907, as cidades que mais tiveram estabelecimentos foram Baependi, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Pouso Alegre, Queluz e São João del Rei. Com uma grande produção, São Paulo se tornou o maior centro comercial brasileiro e, juntamente com o Rio de Janeiro, impediu a expansão industrial de outras regiões. Outro autor que também expõe diferenças entre Minas e São Paulo é Wirth, mencionando que Minas é tida como uma área periférica. São Paulo apresentava uma grande vantagem na cultura do café por possuir terra melhor e mais abundante, muita mão de obra imigrante e excelente serviço de ferrovias da fronteira do café até o porto de Santos. As terras de café em Minas eram menos produtivas, os produtores pagavam baixos salários, quando não usavam parcerias e o café gerava menos receita para o estado. Dessa forma, Minas Gerais foi um produtor de café importante, porém marginal (WIRTH, 1982). Segundo Diniz a indústria nasceu precocemente em Minas, na primeira metade do século XIX, com algumas experiências siderúrgicas. Em 1868 surgiu a primeira fábrica de tecidos, 21

22 irmãos Mascarenhas em Sete Lagoas. Na segunda metade do século XIX, implantaram-se indústria têxtil, alimentar e siderurgia de alto forno. Devido as dificuldades de importação o governo começou a dar incentivos para a indústria siderúrgica com a intenção de conseguir melhorar seus empreendimentos e ter maiores retornos de lucratividade para o estado mineiro. Obtiveram respostas positivas em relação a estes incentivos, tais como a vinda de diversas indústrias siderúrgicas (DINIZ, 1982). Em 1889 Minas era populosa, porém não com orçamento muito alto. Avançando mais um pouco adiante, temos mais dados acerca das indústrias a partir dos quais podemos analisar que em Minas, no ano de 1893, o estado financeiro era satisfatório devido ao incremento que foi oferecido pela expansão da riqueza pública do estado. Empréstimos com a França, a Inglaterra e Estados Unidos foram realizados com diversos fins, como o de melhoramentos das estâncias hidrominerais, obras em diversos municípios, equipamentos de estradas de ferro, dentre diversas outras realizações visando o desenvolvimento do estado mineiro. A maioria destes visava principalmente melhorias em Belo Horizonte, porém o dinheiro também teria a finalidade de ser empregado em outros municípios, melhorando suas instalações. Como garantia para estes empréstimos eram dados os impostos de exportação de café. Na agricultura de Minas Gerais, a principal cultura era a de café, que diante de um excesso de produção foi necessária a implantação de algumas medidas para garantir o mercado e o preço. A medida mais importante tomada foi a criação do convênio de Taubaté, onde São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tomaram decisões importantes para manter o preço do café. Com foco na agricultura, o governo se empenhou na colonização e na imigração, com a intenção de que junto viessem novas técnicas de cultivo e que servissem de exemplo para os nacionais, com a visão de melhorar o cultivo e aumentar os lucros dos fazendeiros. Diante das medidas governamentais e das motivações individuais, Minas Gerais teve um bom crescimento, conseguiu atrair algumas indústrias e investimentos estrangeiros, porém não conseguiu segurá-los devido à falta de estrutura do estado para abrigar as indústrias e realizar investimentos e devido também a falta de meios de comunicação, que eram coisas que outros estados ofereciam. (DINIZ, 1982) A iniciativa industrial era precária. O estado herdava da província alguns pequenos estabelecimentos que eram chamados de indústrias. As dimensões destas eram reduzidas e fabricavam pouco para exportação. 22

23 A zona da mata foi uma região próspera, principalmente devido ao surto industrial de Juiz de Fora. Segundo Zimbrão (2002, p.12): O surto industrial ocorrido na cidade de Juiz de Fora se enquadra no processo que originou a industrialização nas áreas onde predominou a economia cafeeira. Em linhas gerais, este processo se origina do movimento geral de acumulação de capital da economia agroexportadora, que é predominantemente mercantil em seu conjunto e que implicou um processo de diversificação urbano-industrial. Mesmo se tratando do mesmo estado havia muitas diferenças entre a região sul e a região da zona da mata, que são as principais regiões utilizadas para comparação que se estuda no presente trabalho; para começar tratando da região sulina mineira, temos que esta se transformará durante toda a primeira metade do século XIX no centro dinâmico da economia mineira, com a produção mercantil de gêneros alimentícios, tendo na grande propriedade e no trabalho compulsório sua base produtiva. Na região da Zona da Mata houve a penetração da cultura cafeeira, constitui-se então nesta região a principal região produtora do estado, durante toda a metade do século XIX até 1930, transformando-se no centro dinâmico da região neste período (ZIMBRÃO, 2002). A região da zona da mata teve um excelente e progressivo desenvolvimento devido a cidade de Juiz de Fora, que era um grande centro armazenador de café (produzido na região), que se tornou um grande centro comercial, pois a partir desta cidade o café era enviado para o porto do Rio de Janeiro, ajudando no fortalecimento do mercado interno. E através da acumulação de capital em Juiz de Fora há o estimulo para a industrialização local entre 1890 e Concluindo, temos que a Zona da Mata mineira foi a principal região produtora e centro dinâmico da economia mineira durante toda a metade do século XIX até No governo do presidente Arthur Bernardes, tratando de mais uma região mineira, porem brevemente, apenas para termos de comparação, surgiu, em 1921, em Sabará, o primeiro grande empreendimento comercial, industrial e financeiro do estado: a Companhia Siderurgia Belgo- Mineira, que estabeleceu a indústria de base no país. Com as indústrias siderúrgicas Belo Horizonte passa a ser o centro mais importante industrial do estado, então Juiz de Fora começa a sofrer decadência, não só por esta razão, mais também devido a queda da produção cafeeira e outros fatores. O governo do estado para incentivar a atividade industrial tentou criar várias 23

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