DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL

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1 DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL 1. TÍTULO DO PROGRAMA Balinha e Dentinho. 2. EPISÓDIO(S) TRABALHADO(S): Dia de acampamento. 3. SINOPSE DO(S) EPISÓDIO(S) ESPECÍFICO(S) Nesse episódio, Balinha e Dentinho acampam com a família. O acampamento ocorre cheio de desafios e aventuras que envolvem desde a montagem da barraca de forma segura, a pescaria e o churrasco familiar, até uma noite de céu estrelado em que um guaxinim visita o acampamento e deixa Balinha e Dentinho um pouco assustados. 4. PALAVRAS-CHAVE Acampamento; família; pescaria; estrelas; guaxinim; natureza. 5. ASPECTOS RELEVANTES DO VÍDEO Episódio apresenta de maneira lúdica os desafios envolvidos em um acampamento familiar. O acampamento permite à criança participar ativamente e coletivamente de diversas atividades como: montar a barraca, experimentar, manipular e dominar novos objetos como, por exemplo, a vara de pesca. No episódio, também percebemos relações positivas caracterizadas pela união, pela amizade e pela entre ajuda entre os familiares participantes do acampamento,

2 além de promover o contato e o respeito à natureza e aos outros seres vivos. 6. TÍTULO DO PROJETO/ ATIVIDADE Acampamento na escola 7. EM QUAL FASE OU IDADE SERIA MELHOR APLICAR ESSE TRABALHO? As atividades propostas destinam-se preferencialmente, porém não exclusivamente, para crianças entre 3 e 6 anos de idade. O professor deverá analisar se as atividades propostas são adequadas aos interesses e necessidades das crianças de seu grupo. Poderá ainda desenvolvê-las parcialmente. 8. PRINCIPAIS CONCEITOS QUE SERÃO TRABALHADOS O episódio sugere atividades que envolvam a brincadeira e a imitação da vida adulta por meio de experiências ricas, coletivas e significativas em que as crianças se esforçam para dominar novos instrumentos e ações (RCNEI, vol I, 1998; RCNEI, vol II, 1998). 9. O QUE O ALUNO PODERÁ APRENDER OU DESENVOLVER COM ESTA ATIVIDADE É possível estimular as crianças pequenas a brincarem e tentarem dominar a utilização de novos objetos como, por exemplo: vara de pescar, montar a barraca, entre outros. O professor pode trabalhar a cooperação, o trabalho coletivo e incitar novas brincadeiras de papéis sociais no acampamento construído dentro da escola.

3 10. MATERIAL NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE 1 momento: suporte para assistir ao episódio (televisão e/ou computador conectados à TV escola, cópia do vídeo, etc), tapetes, almofadas; 2 momento: sala com almofadas e tapetes ou cadeiras em quantidade suficiente para todas as crianças do grupo; 3 momento: área ampla se possível com lugares sombreados, barracas de fácil montagem trazidas de casa (na ausência de barracas, é possível improvisar com lonas e lençóis amarrados por cordões, cordas ou linhas em árvores e paredes/colunas), colchonetes, bichos de pelúcia, lençóis, varas de pesca feitas de bambu ou galhos de árvores que poderão ser construídas junto com as crianças (ou não), tapetes, frutas diversas e sucos, copos, peixinhos de papelão ou plástico (poderão ter sido confeccionados anteriormente pelas crianças), caixa de areia (para ser a piscina da pescaria); 4 momento: papel com um mapa do tesouro, pistas de tesouro distribuídas pela escola com as pistas do mapa, caixa ou baú contendo gostosuras (balinhas, por exemplo). 11. DURAÇÃO DA ATIVIDADE 1 momento: cerca de 20 minutos; 2 momento: cerca de 40 minutos; 3 momento: quase toda a manhã ou tarde; 4 momento: cerca de 40 minutos. Observação: é preciso considerar uma relação qualitativa com o tempo, pois cada grupo de crianças poderá se interessar mais ou menos tempo pelas atividades propostas, sendo importante, algumas vezes, repeti-las ou deixar que as crianças continuem brincando ou explorando o que foi proposto. Caso o

4 professor observe que as crianças estão se dispersando ou aparentam cansaço, poderá propor a continuidade da atividade em outro dia ou momento. 12. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE 1 momento: as crianças assistirão ao episódio Dia de acampamento, sentadas sobre um tapete confortável, se possível, encostadas em almofadas. 2 momento: Após assistirem ao vídeo, o professor deverá iniciar uma conversa com as crianças (sentadas em uma grande roda onde todos possam se ver), explorando aspectos relevantes do vídeo, em especial aqueles relacionados ao acampamento. Partindo dessa conversa e de perguntas que permitam perceber se existe alguma familiaridade das crianças com essa atividade (se já participaram de algum acampamento, como foi essa experiência, o que mais gostaram de fazer durante o acampamento, etc), o professor fará então a proposta de um acampamento na escola. Proposta aceita sugere-se que seja encaminhado um recado às famílias, solicitando que no dia seguinte aquelas famílias que possuírem barracas de fácil montagem levem-nas para a escola e se possível colaborem na sua montagem em um espaço previamente definido pelo professor. 3 momento: Em ambiente amplo e gramado (de preferência), as barracas serão então montadas com a ajuda das crianças e de suas famílias (das famílias que puderem e quiserem participar da atividade). Outros elementos como lonas e lençóis também poderão complementar o cenário do camping sendo amarrados com cordões bem resistentes em árvores ou colunas próximas. Dentro das barracas ou cabanas, serão colocados os colchonetes, os bichos de pelúcia e lençóis. Na frente das barracas, o professor poderá forrar o chão com tapetes para que as crianças possam sentar-se,

5 utilizando-se desse espaço que servirá como um prolongamento do ambiente interno. Uma vez montadas as barracas é hora de se divertir dentro delas, podendo se contar histórias, brincar com os bichos de pelúcia, ou realizar outras brincadeiras que as crianças sugerirem e que sejam possíveis nesse ambiente. Depois que as crianças brincarem o suficiente, o professor as convidará para uma pescaria em um lago imaginário (construído na caixa de areia com os peixes de papel ou de plástico). 4 momento: Após o lanche e higiene, as crianças deverão brincar livremente nas barracas e no final do período o professor deverá (sem que nenhuma criança perceba) colar as pistas do tesouro pela área da escola. Em seguida, o professor deverá contar que achou um mapa ( será que é de um tesouro? ) e que possivelmente este mapa foi escondido ali ( será que foi um pirata? ) convidandoas a procurarem o tal tesouro por meio de pistas que se encontram no mapa, propondo então a brincadeira de caça ao tesouro. O professor deverá ler as pistas e auxiliar as crianças a encontrarem o tesouro (baú ou caixa com balinhas ou outras gostosuras), escondido em algum cantinho da escola. 13. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE A avaliação poderá ser feita por meio de registros escritos e fotográficos que evidenciem como foram, para as crianças, os momentos de brincadeiras, acampamentos, pescaria, lanche e caça ao tesouro. Essa avaliação poderá ser complementada ainda com os depoimentos das crianças a partir das perguntas do professor sobre como foi brincar de acampamento, o que mais gostaram, se desejam repetir essa atividade, etc. Os registros poderão indicar as dificuldades e

6 interesses do grupo e quais tipos de atividades poderão ser desenvolvidos novamente. 14. DISCUSSÕES TEÓRICAS Segundo Duarte (1993), o processo de formação de todo e qualquer ser humano se dá a partir da apropriação da cultura, dos produtos materiais e simbólicos da atividade histórico e social dos homens acumulada ao longo da história. O homem se desenvolve a partir de apropriações das objetivações do gênero humano. Nessa mesma perspectiva, Leontiev (1978) afirma que no processo de apropriação da cultura o homem realiza determinadas atividades que reproduz traços humanos essenciais, ou seja, ele reproduz aptidões físicas e psíquicas contidas no objeto. Ao manipular uma ferramenta, como a vara de pescar contida no episódio Dia de acampamento, a criança deve aprender a executar certos movimentos de tal forma que o objeto sirva para a finalidade que se propõe: pescar. Quando a criança tenta construir uma vara de bambu ela tenta também assimilar o significado social do objeto. Nesse sentido, conforme Rossler (2006), é na relação entre os processos de objetivação e apropriação que o indivíduo se autoproduz e reproduz, produzindo e reproduzindo a cultura humana tanto materialmente como simbolicamente. Enquanto os animais estão sujeitos à ação da hereditariedade, os homens estão sujeitos também à experiência sócio cultural transmitida de uma geração à outra. Ao tomar contato cada vez maior com o mundo adulto, a criança esforça-se para dominá-lo e agir como um adulto. Assim, Rossler (2006) enfatiza que a criança quer ela mesma dirigir um carro, pilotar um avião, pescar um peixe grande, acampar com os amigos, mas como não pode, ela realiza seu desejo por meio do

7 jogo. A criança brinca para ser um adulto e dominar o mundo social. Nesse sentido, o papel que o adulto desempenha fornecendo modelos sociais perseguidos pelas crianças é muito importante em sua educação. 15. SUGESTÕES DE LEITURAS ARCE, A. DUARTE, N. Brincadeira de papéis sociais na educação infantil (as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonim) São Paulo, Xamã, 2006 BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CEB 20/ Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Câmara de Educação Básica. (relator: Raimundo Moacir Mendes Feitosa). Aprovado em 11/11/2009. Brasília, BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, DF. (vol I) BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, DF. (vol II) BIBLIOGRAFIA UTILIZADA BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CEB 20/ Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Câmara de Educação Básica. (relator: Raimundo Moacir Mendes Feitosa). Aprovado em 11/11/2009. Brasília, 2009

8 BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, DF. (vol II) DUARTE, N. A individualidade para sí: contribuição de uma teoria histórico cultural da formação do indivíduo. Campinas, SP: Ed. Autores associados LEONTIEV, A. N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte ROSSLER, J. H. O papel da brincadeira de papéis sociais no desenvolvimento do psiquismo humano. In: ARCE, A. DUARTE, N. Brincadeira de papéis sociais na educação infantil (as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonim) São Paulo, Xamã, (p.51 a 63). 17. CONSULTOR Soraya Franzoni Conde