Tratamento do consumidor superendividado: fundamentos e objetivos
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1 PALESTRA NO BACEN Tratamento do consumidor superendividado: fundamentos e objetivos ROBERTO AUGUSTO CASTELLANOS PFEIFFER Professor Doutor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Brasilia
2 Crédito Responsável e Superendividamento Thierry Bourgoignie: democratização do crédito tem benefícios, como acesso ao crédito para mais camadas da população, mas há riscos, como o superendividamento, em razão de que os consumidores não conseguem pagar suas dívidas. Maria Manuel Marques Leitão: credito e superendividamento: duas faces da mesma moeda
3 Modelos e objetivos Advertência de Rodolfo Sacco quanto a estudos de direito comparado. Devem ser considerados: Normas, instituições e sistemas Funcionalidade das regras Contexto histórico e social
4 Objetivo geralmente desejado: recuperação da capacidade econômica. EUA: Fresh start. Se após pesquisa extensiva não tiver bens para fazer frente: insolvência e os débitos são liquidados (dischange of debts). Requisitos mais rigorosos com o Bankruptcy Abuse Prevention and Consumer Protection Act. Consumo e o seu credito são extremamente importante para os EUA que o associam ao crescimento da economia.
5 EUROPA Diretiva de natureza minima de concessão ao credito (1986): livre circulação de bens e serviços (ameaçada por transações não transparentes) e promover os interesses dos consumidores. Parecer do Comite Econômico e Social sobre o sobre-endividamento familiar na Europa (2002).
6 França: Recuperação econômica do consumidor, pagamento dos débitos preservação do mínimo existencial (reste a vivre). Preocupados com o impacto do endividamento familiar e da incapacidade de seu pagamento. Proteger o consumidor de boa fé.
7 Dividas renegociadas. Alguma discricionariedade para a comissão Noveau Departe.
8 BRASIL Deve ser feita uma avaliação do marco regulatório para o crédito Insuficiência da legislação atual, sobretudo no campo do tratamento ao superendividado.
9 Fundamentos para adotar CF de 1988 CDC
10 Experiencias existentes TJRS Defensoria Publica RJ TJSP PROCON-SP.
11 UNIDADE das medidas a serem tomadas 1. PREVENTIVAS: Educação (para o consumo consciente); Informação (pré e pós contratuais), Controle da publicidade enganosa e abusiva. 2- REPRESSIVA: proteção (contra práticas abusivas). 3- TRATAMENTO do superendividamento.
12 OBJETIVOS Recuperação da capacidade econômica. Equilibrar a relação de consumo Credito consciente: educação e aconselhamento. Prevenir praticas abusivas contratuais e da publicidade. Mínimo existencial: dignidade da pessoa humana.
13 PLS 283 de 2012 CAPÍTULO V DA CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO Art. 104-A A requerimento do consumidor superendividado pessoa física, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de dívidas, visando à realização de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a presença de todos os credores, em que o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento com prazo máximo de cinco anos, preservado o mínimo existencial. 1º Entende-se por superendividamento o comprometimento de mais de trinta por cento da renda líquida mensal do consumidor com o pagamento do conjunto de suas dívidas não profissionais, exigíveis e vincendas, excluído o financiamento para a aquisição de casa para a moradia, e desde que inexistentes bens livres e suficientes para liquidação do total do passivo.
14 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor, ou de seu procurador com poderes especiais e plenos para transigir, à audiência de conciliação de que trata o caput deste artigo acarretará a suspensão da exigibilidade do débito e a interrupção dos encargos da mora. 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença judicial que homologar o acordo descreverá o plano de pagamento da dívida, tendo eficácia de título executivo e força de coisa julgada.
15 4º Constará do plano de pagamento: I referência quanto à suspensão ou extinção das ações judiciais em curso; II data a partir da qual será providenciada exclusão do consumidor de bancos de dados e cadastros de inadimplentes; III condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo consumidor, de condutas que importem no agravamento de sua situação de superendividamento.
16 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste artigo não importa em declaração de insolvência civil e poderá ser repetido somente após decorrido o prazo de dois anos, contados da liquidação das obrigações previstas no plano de pagamento homologado, sem prejuízo de eventual repactuação.
17 Obrigado! Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer
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