Interessados: Denunciante: Identidade preservada (art. 55, 1º, da Lei n.º 8.443/92, c/c o art. 35, 4º, inciso II, da Resolução n.

Transcrição

1 Tribunal de Contas da União Número do documento: DC /00-P Identidade do documento: Decisão 160/ Plenário Ementa: Denúncia. Possíveis irregularidades no processo de privatização do Sistema Telebrás, especialmente da Tele Norte Leste. Modificação dos procedimentos contábeis, acarretando prejuízos aos acionistas. Evasão fiscal. Alteração da composição acionária. Descumprimento de metas. Transferência de lucros a outras empresas mediante o artifício de terceirização. Venda de ativo imobilizado das empresas operadoras controladas pela Tele Norte Leste. Conhecimento. Comunicação. Juntada a autos de relatório de auditoria realizada na ANATEL. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE VII - Plenário Processo: / Natureza: Denúncia Entidade: TELE NORTE LESTE Interessados: Denunciante: Identidade preservada (art. 55, 1º, da Lei n.º 8.443/92, c/c o art. 35, 4º, inciso II, da Resolução n.º 77/96 TCU) Dados materiais: ATA 09/2000 DOU de 24/03/2000 INDEXAÇÃO Denúncia; Privatização; Participação Societária; Prejuízo; Competência do TCU; Acionista; CVM; Capital; Jurisdição do TCU; Aquisição; Ações; SIGILOSO

2 Sumário: Denúncia acerca de possíveis irregularidades no processo de privatização do Sistema Telebrás, especialmente no que se refere à empresa acima. Conhecimento da Denúncia, tendo em vista que, parte dela, atende os requisitos de admissibilidade previstos no art. 213 do RI/TCU. Cientificação à denunciante que o Tribunal (Decisão Plenária n.º 897/1998, TC /98-9) considerou minoritária a parcela pública na composição acionária do consórcio Telemar, entendeu ser da competência da CVM e SRF as questões contábeis suscitadas e julgou legais os procedimentos de aquisição da empresa, relativamente à possível contribuição dos acionistas de capital público aos parceiros de capital privado; informar, ainda, que foram objeto de exame desta Corte, em auditoria específica realizada na ANATEL, as questões referentes à alteração ilegal da composição acionária do grupo controlador e ao descumprimento de metas de universalização e qualidade dos serviços prestados; encaminhamento à interessada de cópia do inteiro teor da deliberação do Tribunal bem como do Relatório e Voto que a fundamentam; juntada destes autos ao TC /2000 (Rel. Aud. Anatel), como peça subsidiária ao exame do referido processo; cancelamento da nota de sigilo dos autos; Relatório: Trata-se de Denúncia relativa a irregularidades que teriam ocorrido no processo de privatização do Sistema Telebrás, mais especificamente envolvendo a empresa Tele Norte Leste, com fundamento no art. 213 do Regimento Interno deste Tribunal. 02.Em que pese a referida entidade não integrar mais a Lista de Unidades Jurisdicionadas ao TCU, uma vez que foi privatizada, mas, levando-se em conta que o peticionário alegou, dentre outras questões, a existência de grande participação pública na empresa, determinei, preliminarmente, a remessa dos autos à 9ª SECEX para que examinasse o montante de recursos públicos envolvidos na composição acionária da Tele Norte Leste, com o fim de subsidiar o exame da admissibilidade da presente matéria. 03.Examinados os requisitos de admissibilidade previstos no art. 213 do Regimento Interno deste Tribunal, o processo foi autuado como denúncia. 04.O Sr. Diretor-Substituto da 3ª DT da 9ª SECEX examinou os aspectos importantes da matéria sob enfoque por intermédio de cuidadoso Parecer de fls. 40 a 43, no qual destacou, de início, as questões trazidas ao conhecimento desta Corte pelo denunciante, a saber: a) A parcela pública na composição acionária do consórcio Telemar,

3 adquirente da Tele Norte Leste, é majoritária (54%) em razão da participação da Companhia de Seguros Aliança do Brasil (5%) e Brasil Veículos Companhia de Seguros (5%), ambas pertencentes ao Banco do Brasil, BNDESpar (25%), e Fiago Participações S/A (l9,9%), fundo de investimentos com quotas integralizadas por fundos de pensões de empresas estatais; b) Modificação de procedimentos contábeis que afetou a lucratividade da empresa, principalmente, segundo a Federação, no último trimestre do exercício de 1998; c) Como conseqüência da nova política contábil e em razão da indicada participação majoritária da União na Tele Norte Leste, a Federação aponta prejuízos aos acionistas, na forma de pagamento de dividendos, e ao fisco, mediante evasão fiscal; d) Alteração ilegal da composição acionária do grupo controlador transgredindo o art. 202 da Lei Geral das Telecomunicações; e) Descumprimento das metas de universalização dos serviços e qualidade dos serviços prestados contidas no edital de privatização das empresas; f) Contribuição dos acionistas de capital público aos parceiros de capital privado com o pagamento de valores maiores de que sua parcela de compra de ações das empresas; g) Pressão do consórcio Telemar, adquirente da Tele Norte Leste, para que a Administração Pública Federal financie o pagamento da segunda parcela do pagamento da Tele Norte Leste; h) Suspeita de transferência de lucros da Tele Norte Leste para outras empresas mediante o artifício da terceirização de serviços, aproveitando-se do fato de que o capital público, majoritário no consórcio, ficou de fora da gestão da empresa pelo acordo de acionistas firmado; e i) Venda simultânea de parte do ativo imobilizado das empresas operadoras controladas pela Tele Norte Leste." 05.O Analista esclareceu que as questões consubstanciadas nos itens "a" e "f" acima transcritos já haviam sido objeto de exaustiva análise da equipe de auditoria que instruiu o TC n.º /98-9 (legalidade do processo de venda da Tele Norte Leste Participações S/A), resultando na Decisão Plenária n.º 897/1998, adotada na Sessão Extraordinária de 15/12/1998. E aduziu que, em face de tal análise, as questões

4 constantes dos itens "b", "c", "g", e "i" são reflexas e, como tal, devem ser analisadas a partir das conclusões derivadas da análise das alíneas "a" e "f". 06.Dentro desse enfoque, o Diretor, após demonstrar em quadro próprio, a constituição do consórcio vencedor depois do leilão de privatização da empresa, teceu as seguintes observações: "Considerando-se que (1) foram alienados 51,79% do capital votante da Tele Norte Leste, (2) o Banco do Brasil detinha à época 40% do capital votante da Companhia de Seguros Aliança do Brasil e Brasil Veículos Companhia de Seguros, e (3) a Fiago Participações S/A é uma sociedade anônima controlada pelo FCF Fundo Mútuo de Investimento em Ações - Carteira Livre, que detém 99,99% do capital ordinário e total daquela companhia, não se pode afirmar que o capital público tenha predominância ou participação majoritária na Tele Norte Leste. Tomando-se os 40% de participação do Banco do Brasil nas duas empresas de seguro, chega-se a uma participação de 4,16 % do Banco Brasil na Tele Norte Leste, e adicionando-se a esta os 9,68% da Fiago Participações, o fundo controlado e administrado pelo Banco Fonte Cindam S/A, com 100% de suas quotas pertencentes à FUNCEF, chega-se à uma participação de capitais, a princípio públicos, da ordem de 13,84% do capital votante da Tele Norte Leste. Entretanto, há que se notar que a participação societária de fundos de pensão, mesmo que de empresas estatais, não pode ser considerada como participação de capital público uma vez que a titularidade das ações adquiridas são exclusivamente dos fundos de pensão adquirentes e não da estatal a que se vinculam. Ademais, para corroborar o raciocínio, deve-se lembrar que os recursos dos fundos das empresas estatais são providos não somente pelas empresas mantenedoras, mas também pelos seus beneficiários. Assim, conforme entendimento firmado no relatório de auditoria do processo n /98-9, a participação da União no capital social da Tele Norte Leste é minoritária. No que se refere à composição acionária da empresa controladora da Tele Norte Leste - Telemar - o mesmo raciocínio acima esposado aplica-se. Assumindo-se as participações de BNDESpar (25%) e das empresas de seguro (4%) como públicas, teríamos, no máximo, 29% de participação estatal na Telemar, não se configurando participação majoritária. Com o intuito de se confirmar o entendimento expresso no item anterior,

5 deve-se observar que foi firmado acordo de acionistas para definir o grupo controlador da Telemar que se constituiu das seguintes empresas que juntas, conforme pode ser observado no quadro abaixo, detêm 55,1% do seu capital votante: Companhia de Seguros Aliança do Brasil, Brasil Veículos Companhia de Seguros, Construtora Andrade Gutierrez S/A, Macal Investimentos e Participações Ltda. e Inepar S/A Indústria e Construções. EMPRESAS QTDE. DE AÇÕES PARTICIPAÇÃO NA TELEMAR Construtora Andrade Gutierrez S.A. Macal Investimentos e Participações Ltda. Inepar S. A. Indústria e Construções ,1% Cia de Seguros Aliança do Brasil Brasil Veículos Cia. De Seguros ,0% Fiago Participações S.A ,9% BNDES Participações BNDESpar ,0% TOTAL ,00% É importante notar que a participação societária da BNDESpar, embora relevante, é minoritária visto que não enseja controle porque não permite preponderância nas deliberações sociais e na eleição da maioria dos membros do conselho de administração da empresa, conforme dispõe o 2, do art. 243, da Lei n 6.404/76. Assim, entendemos que a participação da União na Tele Norte Leste e em sua empresa controladora a Telemar é minoritária, não estando, portanto, as possíveis práticas operacionais listadas nos itens "a", "b", "c", "g", "h" e "1" relacionadas a administrador ou responsável sujeito à jurisdição do Tribunal de Contas da União, conforme disciplina o art. 213 do seu Regimento interno. Com relação à contribuição dos acionistas de capital público aos parceiros de capital privado com pagamento de valores maiores do que sua parcela de compra de ações das empresas, item "f', a mencionada equipe de auditoria examinou, à época da liquidação do leilão, toda a documentação referente à transação, não detectando nenhuma irregularidade no processo. É imperativo também esclarecer que as questões contábeis, de prejuízos a acionistas minoritários e fiscais devem ser tratadas e analisadas no âmbito exclusivo da Comissão de Valores Mobiliários e Secretaria da Receita Federal, respectivamente. Quanto às questões listadas nos itens "d" e "e", referentes à alteração

6 ilegal da composição acionária do grupo controlador transgredindo o art. 202 da Lei Geral das Telecomunicações e ao descumprimento das metas de universalização dos serviços e qualidade dos serviços prestados contidas no edital de privatização das empresas, lembramos que essas serão suscitadas quando da realização de auditoria na Agência Nacional de Telecomunicações ANATEL." 07.Diante de tudo o que expôs, o Diretor da 9ª SECEX concluiu seu parecer propondo que se desse conhecimento da denúncia no tocante aos itens indicados, comunicando ao interessado que: "a) Em relação à parcela pública na composição acionária do consórcio Telemar (item 1 da CT.NR. 047/99), a Decisão TCU n 897/98-P, publicada no DOU de , que deliberou sobre a legalidade do processo de desestatização da Tele Norte Leste Participações S/A, considerou a participação acionária da União na empresa desestatizada como minoritária; b) Tendo em vista que, em razão da Decisão TCU n 897/98-P, a Tele Norte Leste deixou de ser entidade jurisdicionada a este Tribunal, ficaram prejudicadas as análises dos itens 2, 3, 7, 8 e 9 da CT. NR. 047/99, sendo que as questões contábeis, que envolvem possíveis prejuízos a acionistas minoritários e evasões fiscais, são de competência da Comissão de Valores Mobiliários e Secretaria da Receita Federal, respectivamente; c) Em relação à possível contribuição dos acionistas de capital público aos parceiros de capital privado (item 6 da CT. NR. 047/99), a Decisão TCU n 897/98-P julgou legais os procedimentos de aquisição da Tele Norte Leste; e d) As questões sobre a alteração ilegal da composição acionária do grupo controlador e o descumprimento das metas de universalização e qualidade dos serviços (itens 4 e 5 da CT. NR. 047/99) serão objeto de análise por parte deste Tribunal no âmbito de auditoria a ser realizada na Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL no 2 semestre do corrente ano." 08.O Sr. Secretário de Controle Externo Substituto acolheu as proposições do Diretor. É o Relatório. Voto: 09.A matéria sob exame refere-se à denúncia, fundamentada no art. 213

7 do Regimento Interno deste Tribunal, versando sobre irregularidades que teriam ocorrido no processo de privatização do Sistema Telebrás, mais especificamente envolvendo a empresa Tele Norte Leste. 10.A autora da presente denúncia, conforme Relatório que acabo de apresentar a este Egrégio Plenário, ressaltou dentre as irregularidades apontadas a participação majoritária de recursos públicos na composição acionária do consórcio Telemar, em face da presença de empresas pertencentes ao Banco do Brasil (Companhia de Seguros Aliança do Brasil e Brasil Veículos Comp. de Seg., com 5% cada), além do BNDESpar (25%) e Fiago Participações S/A (19%). Enfatizou também a ocorrência de modificação de procedimentos contábeis, que teriam afetado a lucratividade da empresa, acarretando prejuízos aos acionistas (no caso a União), na forma de pagamento de dividendos, e ao fisco, mediante evasão fiscal. 11.Afirmou, por outro lado, que houve alteração ilegal da composição acionária do grupo controlador, transgredindo o disposto no art. 202 da Lei Geral das Telecomunicações, bem como o descumprimento das metas de universalização e qualidade dos serviços prestados, nos termos do edital de privatização das empresas. 12.Além dessas questões, registrou ter havido pressão do consórcio junto à Administração Pública Federal para obter financiamento da segunda parcela do pagamento da Tele Norte Leste, bem como aventou a suspeita de transferência de lucros para outras empresas, sob o artifício da terceirização de serviços e a venda simultânea de parte do ativo imobilizado das empresas operadoras controladas pela Tele. 13. A matéria em apreço mereceu exaustivo exame deste Tribunal, em Sessão Extraordinária de , quando apreciou o processo TC n.º /98-9, referente à Representação conjunta da 8ª e 9ª Secretarias de Controle Externo acerca de possíveis irregularidades na venda da Tele Norte Leste Participações S/A, acompanhado de inspeção realizada no BNDES em cumprimento à determinação do TCU consubstanciada na Decisão Plenária n.º 708/ Naquela oportunidade, o Plenário desta Casa examinou as principais questões que envolveram o processo de privatização da empresa Tele Norte Leste, a saber: a) a legalidade e regularidade dos atos dos dirigentes da entidade na aquisição dos 25% das ações da empresa; b) as condições legais a serem observadas para a eventual alienação,

8 pelo Banco, desses mesmos 25% de ações; c) as condições legais da participação do BNDES no financiamento das "empresas espelho" do sistema de telefonia. 15.O Relator do processo, Ministro José Antônio Barreto de Macedo, registrou em seu Voto, o seguinte: "Conforme ressalta a douta Procuradoria, com base nas informações contidas no Relatório da Inspeção realizada por determinação deste E. Plenário, o BNDES não dispõe, atualmente, de participação acionária na Tele Norte Leste Participações S/A. O que, efetivamente, ocorreu foi um empréstimo realizado pelo BNDES a alguns integrantes do Consórcio Telemar (que adquiriu controle acionário da Tele...) a título de adiantamento de debêntures a serem emitidas pela Telemar S/A - empresa ainda a ser criada com o objetivo de controlar a Tele... (...), é de se registrar, no tocante à aludida operação financeira, que - salvo quanto à ausência de prévia análise pelo BNDES da capacidade econômico-financeira das beneficiárias - tanto a Unidade Técnica quanto o Ministério Público consideram regular aquela operação, sob o ponto de vista formal." 16.Assim, diante das razões expostas pelo Relator, que acolheu em parte as proposições da Unidade Técnica e as conclusões da douta Procuradoria, o Tribunal, pela Decisão n.º 897/98, deliberou, dentre outras questões: "8.1 - tornar insubsistente a determinação contida no subitem 8.2 da Decisão n.º 708/98-TCU-Plenário (...), por não mais subsistirem os motivos que a determinaram; determinar: ao BNDES que: a) nos futuros processos de desestatização, caso se disponha a prestar colaboração financeira aos participantes, promova, previamente ao leilão, a ampla divulgação da possibilidade desse apoio financeiro, bem como de suas condições e dos critérios objetivos da análise das propostas, pelos meios que vier a entender adequados para tanto, de modo a garantir o acesso de todos os possíveis interessados;

9 b) as futuras operações financeiras a serem realizadas pelo Sistema BNDES com participantes de processos de desestatização sejam precedidas de adequada análise econômico-financeira dos tomadores do crédito e de eventuais fiadores, em consonância com as normas do Banco Central do Brasil que regem a matéria; à BNDESPAR que, no caso de eventual conversão em ações das debêntures a serem subscritas e integralizadas por essa Companhia e de optar pela venda para outra empresa da participação detida no capital da Telemar S/A, observe as disposições da Lei n.º 9.472/97 (...), do Decreto n.º 2.534/98 (Plano Geral de Outorgas) e da Cláusula 18.1 dos contratos de concessão, bem assim o art. 2º da instrução CVM n.º 286/98, de acordo com o qual a alienação deverá ser efetivada mediante leilão especial; à ANATEL para que atente, na execução do contrato, em especial, para o cumprimento por parte da Telemar S/A das obrigações contratuais assumidas, sobretudo no que se refere às metas de investimento firmadas, nos termos do art. 38, 1º, da Lei n.º 8.987/95, que prevê, na hipótese de 'a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido', que seja declarada a caducidade contratual; (...)." 17.Verifica-se então que as principais irregularidades apontadas pela denunciante já haviam sido superadas e foram objeto de determinações desta Corte de Contas aos órgãos competentes, com o devido acompanhamento pari passu pelo TCU do integral cumprimento das mesmas. 18.Assim, constata-se que, das questões trazidas pela autora da presente denúncia, apenas as referentes à alteração ilegal da composição acionária do grupo controlador e ao descumprimento das metas de universalização e de qualidade dos serviços prestados atendem os requisitos de admissibilidade da matéria e estão inseridos na Auditoria realizada pelo Tribunal na ANATEL, no período de a (TC /2.000), devendo ser o presente processo juntado, posteriormente, ao respectivo Relatório de Auditoria como peça subsidiária ao seu exame. Ante todo o exposto, de acordo com as proposições da Unidade Técnica, Voto no sentido de que o Tribunal adote a Decisão que ora submeto a este Colendo Plenário. TCU, Sala das Sessões, em 15 de março de

10 VALMIR CAMPELO Ministro-Relator Assunto: VII - Denúncia, com fundamento no art. 213 do RI/TCU, relativa a irregularidades que teriam ocorrido no processo de privatização do Sistema Telebrás, mais especificamente envolvendo a empresa Tele Norte Leste. Relator: VALMIR CAMPELO Unidade técnica: 9ª SECEX Quórum: Ministros presentes: Iram Saraiva (Presidente), Bento José Bugarin, Valmir Campelo (Relator), Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, e os Ministros-Substitutos José Antonio Barreto de Macedo e Lincoln Magalhães da Rocha. Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 15 de março de 2000 Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: conhecer da presente denúncia, tendo em vista que parte dela preenche os requisitos de admissibilidade previstos no art. 213 do RI/TCU, levando-se ao conhecimento da interessada que: relativamente à parcela pública na composição acionária do consórcio Telemar, a Decisão Plenária n.º 897/1998, adotada no TC /98-9 (legalidade do processo de desestatização da Tele Norte Leste), considerou minoritária a participação acionária da União na empresa desestatizada; levando-se em conta que a Tele Norte Leste deixou de ser entidade jurisdicionada a esta Corte de Contas, as questões contábeis sobre possíveis prejuízos a acionistas minoritários e evasões fiscais são de competência da Comissão de Valores Mobiliários - CVM e da Secretaria da Receita Federal - SRF;

11 no que tange à possível contribuição dos acionistas de capital público aos parceiros de capital privado, o Tribunal, pela mesma Decisão n.º 897/1998, julgou legais os procedimentos de aquisição da Tele Norte Leste; as questões referentes à alteração ilegal da composição acionária do grupo controlador e ao descumprimento de metas de universalização e de qualidade dos serviços prestados estão inseridas na auditoria específica realizada pelo Tribunal na ANATEL, no período de 27 de setembro a 18 de outubro de 1999 (TC /2.000); encaminhar à denunciante cópia do inteiro teor desta deliberação, bem como do Relatório e Voto que a fundamentam; determinar a juntada destes autos ao Relatório da Auditoria realizada na ANATEL (TC /2.0000), para servirem de subsídio ao exame da referida matéria; e, cancelar a nota de sigilo deste processo;