relatório e contas Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, EP

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "relatório e contas Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, EP"

Transcrição

1 relatório e contas 2008 Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, EP

2

3 relatório e contas 2008

4 2 > Índice Mensagem do Presidente do Conselho de Administração Corpos Sociais Estrutura Empresarial Missão e Objectivos Introdução Resultados Operacionais Projecto de Reestruturação do CFM Programa de Investimentos Demonstrações Financeiras do Exercício Análise dos Resultados Económicos e Financeiros Análise dos Rácios de Gestão Perspectivas Proposta de Aplicação de Resultados Demonstrações Financeiras Relatório do Auditor Independente Notas Sobre as Demonstrações Financeiras Relatório dos Auditores Externos e Parecer do Conselho Fiscal Edição CFM Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, E.P. Gabinete de Comunicação e Imagem Fotografia João Costa Tradução Paul Fauvet Design João Marques/Editando Produção Editando Edição e Comunicação, Lda. Outubro 2009

5 > Relatório e Contas 2008 > Mensagem do Presidente do Conselho de Administração O exercício económico-financeiro do ano de 2008 foi extremamente difícil para a nossa empresa dada a conjuntura internacional caracterizada pela oscilação dos preços dos combustíveis e pelo recrudescer da crise financeira internacional, factores que têm reflexos negativos na nossa actividade, sabendo quão frágil é ainda a nossa economia. Não obstante, alcançamos, mais uma vez, resultados positivos, tendo obtido um lucro de 39,6 milhões de Meticais, cerca de 32,3% do lucro atingido no exercício de O nosso resultado (antes de depreciações, resultados financeiros e extraordinários) foi da ordem dos 426,2 milhões de Meticais, o que significa uma diminuição de 21% comparativamente a Se tivermos em conta os constantes aumentos dos preços de combustíveis e as flutuações do câmbio da nossa moeda em relação ao Rand Sul-Africano e ao Dólar Norte-Americano, principais moedas de referência nas nossas transacções, pode-se concluir que a empresa teve um desempenho positivo. Ao nível da área produtiva, a empresa registou um crescimento dos proveitos operacionais na ordem dos 12%, comparativamente a igual período de Contudo, esse aumento não se reflectiu de forma acentuada nos nossos resultados de tesouraria, dado o incumprimento no pagamento de rendas por parte de algumas concessionárias. No que concerne a custos operacionais, a empresa conheceu um incremento de 20%, fundamentalmente devido ao aumento dos custos de combustíveis, ao aumento das prestações sociais aos nossos trabalhadores e ao aumento das provisões para suprir o incumprimento nos pagamentos por parte de algumas concessionárias e clientes. No plano operacional, de Janeiro a Dezembro de 2008, a empresa manuseou, na área portuária, ,3 milhares de toneladas métricas, contra ,0 milhares de toneladas no ano anterior, representando um crescimento de 5,0%. No que respeita à área ferroviária, registou-se um crescimento na ordem de 14% no tráfego de carga, ao realizar 4.351,9 milhares de toneladas líquidas contra 3.822,4 milhares do ano anterior. Sublinhe-se que deste total, 3.806,1 milhares de toneladas líquidas foram transportadas nas linhas sob gestão do CFM, contra 545,8 nas linhas sob gestão dos concessionários. No que respeita ao serviço de transporte de passageiros, no global, foram transportados, em todo o sistema ferroviário do País, no ano de 2008, um total de mil passageiros, contra mil em 2007, representando um incremento de cerca de 20,8%. Apesar de factores adversos que pesam sobre a economia nacional e mundial, situação a que a nossa empresa não pode de forma alguma ficar alheia, o CFM tem procurado sempre (e tem-no conseguido) melhorar o seu desempenho em prol do crescimento económi- 3

6 4 De Janeiro a Dezembro de 2008, a empresa manuseou, na área portuária, ,3 milhares de toneladas métricas, contra ,0 milhares de toneladas no ano anterior.

7 > Relatório e Contas 2008 co do País. O ano de 2009 também se afigura de grandes desafios, que, acredito, serão ultrapassados com o empenho e abnegação de todos. Para tal, a empresa definiu objectivos claros, e tudo temos feito para promover a eficiência e a competitividade na prestação de serviços aos nossos clientes e apostar na permanente formação de quadros, que constitui o garante da estabilidade e da excelência na prestação de serviços. O sucesso da empresa está indissociavelmente ligado à atenção que se dispensa aos quadros e aos trabalhadores, devendo para tal haver um forte sentido de responsabilidade social, criando condições para o seu desenvolvimento, quer por via de estímulos materiais quer através da permanente formação, de acordo com o desempenho de cada um. Esse apoio e atenção são fundamentais para se implantar uma cultura empresarial forte. Terminada a reestruturação da empresa e no quadro de um CFM totalmente reestruturado e racionalizado podemos finalmente contar com um novo Regulamento Interno, que resultou desta dinâmica sócio-laboral de discussão interna e de participação colectiva a todos os níveis. As profundas transformações operadas no País e no contexto em que actuamos a nível regional e internacional, assim como as mutações que a empresa sofreu, que foram um imperativo da mudança, há muito que tinham tornado o anterior Regulamento obsoleto. O novo Regulamento Interno resulta do contributo de todos os trabalhadores ferro-portuários e resulta de inúmeras discussões e de debates para que reflectisse exactamente as preocupações e os anseios de todos. A sua rigorosa e correcta aplicação por todos e a todos os níveis será crucial para atingirmos os objectivos empresariais e sociais que todos queremos ver alcançados. Uma vez aprovado o Regulamento Interno, as Normas Classificadas e o Manual de Procedimentos, a nossa aposta é aprimorar e conferir um carácter permanente à avaliação de desempenho, facto que nos permitirá fazer uma melhor e correcta gestão da formação, das carreiras profissionais e dos incentivos a adoptar. Para consolidarmos estes resultados alcançados com muito trabalho e sacrifício, devemos ter a iniciativa de sermos nós próprios a desenvolver a cultura do rigor, a política de proximidade, o espírito de inconformismo, desde o operário ao gestor sénior da empresa. A nossa estratégia é a de melhorar as nossas condições para sermos mais competitivos no mercado e adoptarmos políticas agressivas e de proximidade junto dos nossos clientes. No exercício económico de 2008 consolidamos a implementação prática do Sistema Informatizado Integrado de Gestão que constitui, sem dúvida, um importante pilar para o desenvolvimento da qualidade e da eficiência da nossa boa gestão. Este sistema já está a ser implementado em todas a Direcções Executivas e possibilita o exercício de uma gestão humana, financeira, operacional e patrimonial rigorosa. Na perspectiva de angariar maiores volumes de tráfego definimos como estratégia envolver clientes em contratos de grandes volumes. Presentemente, estamos em fase adiantada de reabilitação de locomotivas por forma a melhorarmos a nossa capacidade de tracção e melhor servirmos os nossos clientes. Iniciámos um ambicioso programa de reabilitação de 670 vagões nas nossas Oficinas Gerais, mas também pretendemos investir em vagões novos, principalmente para transportar minérios e outras cargas de e para os países do Hinterland. Investimos recursos próprios para reabilitar a linha de Ressano Garcia e outras infra-estruturas importantes para o nosso pleno funcionamento, bem como na área dos equipamentos de desenvolvimento tecnológico, quer de gestão quer de exploração operacional. Estamos fortemente apostados na melhoria da nossa capacidade de tracção para podermos responder à crescente procura de tráfego proveniente do Hinterland. Estamos a investir no sentido de aumentar a capacidade do Terminal de Petróleos do Porto de Maputo para oito milhões de metros cúbicos. Também estamos a trabalhar com o objectivo de criarmos uma reserva estratégica no Porto de Maputo e em Ponta Dobela, que é um dos projectos de expansão portuária que temos em carteira. Concebemos um plano de negócios bastante arrojado, o qual queremos ver integralmente cumprido o mais breve possível. Para alcançarmos este objectivo temos de ser rigorosos e pró-activos, por forma a que a sua execução seja bem sucedida e os nossos serviços se tornem mais eficazes, competitivos e eficientes. No Porto da Beira todos os esforços estão a ser desenvolvidos no sentido de aprofundarmos os canais de acesso e construirmos um terminal dedicado para o manuseamento do carvão de Moatize, que vai ser exportado em quantidades próximas dos 20 milhões de toneladas por ano, a serem atingidas num horizonte de aproximadamente 10 anos. Ainda no domínio dos investimentos, devo salientar que reabrimos em 2008 a ligação ferroviária entre o Porto da Beira e Marromeu, na estratégica Linha Férrea de Sena. A reconstrução da Linha de Sena representa o desencravar do Vale do Zambeze e o concretizar de um sonho de há 25 anos. Continuámos a trabalhar arduamente na perspectiva de que as obras de reconstrução daquela via férrea sejam concluídas em Dezembro de É fundamental para o País e para a região que esta Linha seja inseminadora do desenvolvimento económico, social e humano. Tem sido preocupação permanente da empresa desenvolver uma política social dirigida aos trabalhadores e às suas famílias, e é nessa perspectiva que pelo segundo ano consecutivo atribuímos o décimo quarto salário em reconhecimento do contributo de todos para o bom desempenho do CFM. O nosso desejo e ambição é apostar sempre na qualidade de vida dos nossos trabalhadores. Pretendemos oferecer maior dignidade laboral a todos e continuar a fazer do CFM um exemplo à seguir e motivo de orgulho para os profissionais que aqui trabalham. O nosso horizonte é vasto. Com o empenho e dedicação continuaremos, espero, a registar resultados positivos e a contribuir decisivamente para o crescimento económico de Moçambique. Continuaremos a fazer, de forma redobrada, aquilo que o País espera de nós. Vamos gerar desenvolvimento e participar do esforço para que todos vivam mais felizes e com dignidade, longe do espectro da pobreza que ainda afecta muitos moçambicanos. Rui Cirne Fonseca 5

8 > Conselho de Administração Eng. Rui Fonseca Presidente Eng. Domingos Baínha Administrador Executivo Eng. Adelino Mesquita Administrador Executivo Dra. Marta Mapilele Administradora Executiva Dr. Osório Lucas Administrador Executivo 6 Dr. Abdul Aziza Administrador Não Executivo (Representante do Ministério das Finanças) > Conselho Fiscal Dr. João Dias Loureiro Presidente Sr. Matias Mboa Vogal Dr. Carlos Tajú Vogal

9 > Relatório e Contas 2008 > Estrutura Orgânica do CFM Auditoria Interna Inspecção Geral Conselho de Administração Secretariado Geral Conselho Fiscal Gabinete de Comunicação e Imagem Gabinete de Assessoria Jurídica Gabinete de Consultores e Assessores Direcção de Gestão de Participações Direcção Executiva Sul Delegação de Xai-Xai Delegação de Inhambane Direcção Executiva Centro Direcção de Património Direcção de Recursos Humanos Direcção de Administração e Finanças Direcção de Planeamento Estratégico e Desenvolvimento de Negócios Direcção de Estudos e Projectos de Engenharia Direcção de Informática 7 Delegação da Zambézia Representação de Manica Representação de Tete Direcção Executiva Norte Delegação de Cabo Delgado Delegação de Nacala Utegre (1) Representações Comerciais no Estrangeiro África do Sul Swazilândia Zimbabwe UTFT (2) BRLS (3) BRIS (4) UTCS (5) Legenda (1) Unidade Técnica de Gestão de Redes e Equipamentos (2) Unidade Técnica da Força de Trabalho (3) Brigada de Reconstrução da Linha de Sena (4) Brigada de Reabilitação de Infra-estruturas da Rede Ferroviária Sul (5) Unidade Técnica de Combate ao Sida

10 8

11 > Relatório e Contas 2008 > Missão e Objectivos A grande missão do novo CFM é reconstruir o sistema de transporte ferro-portuário, para que ele seja moderno, competitivo, eficiente, orientado para o mercado e financeiramente viável. Cabe ao CFM o papel de investidor, promotor e fomentador do desenvolvimento estratégico das infra-estruturas ferro-portuárias. O CFM não deixa por completo a função de operador. Vai continuar a operar alguns terminais que não serão concessionados, como sejam os terminais de combustíveis e de granéis sólidos. Por outro lado, o CFM passa a diversificar a sua intervenção empresarial, como forma de promover a sua sustentabilidade a longo prazo e de rentabilizar os seus activos. Deste modo alargará a sua participação para sectores como o turismo, transporte aéreo, indústria de construção, gestão imobiliária e sector financeiro, rentabilizando os activos que possui e que constituem o seu património secular. Os objectivos do novo CFM, à luz do Contrato-Programa assinado entre o Governo, em representação do Estado, e o seu Conselho de Administração, são: Promover e desenvolver as infra-estruturas ferro-portuárias e serviços; Promover o desenvolvimento das actividades de transporte e logística através da participação incrementada do sector privado na sua operação e gestão; Envolver-se, em associação com o sector privado, na operação dos sistemas ferro-portuários de forma sustentável, segura, eficiente e proveitosa para o transporte de passageiros e carga e prestação de serviços portuários; Maximizar a racionalização dos seus activos. 9

12 10 > Introdução O presente relatório tem por objectivo reportar as principais realizações e resultados económico-financeiros da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, E.P. CFM, no exercício económico do ano de Ao nível da área produtiva registou-se no exercício de 2008 um crescimento dos proveitos operacionais na ordem dos 12%, comparativamente a igual período de Contudo, nos resultados de tesouraria esse aumento não é totalmente visível devido ao incumprimento no pagamento das rendas das concessões por parte das concessionárias MPDC e CDN. Relativamente aos custos operacionais, a empresa registou um incremento de 20%, tendo como principais causas o aumento dos custos de combustíveis, o aumento das remunerações e o aumento das provisões devido ao incumprimento por parte de algumas concessionárias e outros clientes. O nosso resultado (antes de depreciações, resultados financeiros e extraordinários) foi da ordem dos 426,2 milhões de Meticais, o que significa uma diminuição de 21% comparativamente a Se tivermos em conta os constantes aumentos dos preços de combustíveis e as flutuações do câmbio da nossa moeda em relação ao Rand Sul-Africano e ao Dólar Norte-Americano, principais moedas de referência nas nossas transacções, pode-se concluir que a empresa teve um desempenho muito positivo. O resultado líquido final do exercício revela um lucro da ordem dos 39,6 milhões de MT, isto é, cerca de 32,3% do lucro atingido no exercício anterior. Em Moçambique as primeiras estimativas apontam para um crescimento da produção nacional global de 6,0% em 2008, segundo o Ministério da Planificação e Desenvolvimento. Dados do INE indicam que o PIB em 2008 cresceu 8,6%, após os 7,3% registados em Na região Austral, a África do Sul, um dos nossos principais parceiros, registou um crescimento do seu Produto Interno Bruto em 2008 na ordem de 3%, apesar da crise mundial que se vive actualmente. Relativamente ao Zimbabwe, onde o CFM possui alguns investimentos e relações comerciais, a crise que se vive neste país continua a afectar o plano de negócios da empresa, com grande influência na sua tesouraria. Apesar de os factores adversos que pesam sobre a economia nacional e mundial, situação a que a nossa empresa não pode ficar alheia, o CFM tem procurado sempre (e tem-no conseguido) melhorar o seu desempenho em prol do crescimento económico do País e do combate à pobreza absoluta, tendo para isso, durante o ano 2008, participado de forma directa em acções de responsabilidade social.

13 > Relatório e Contas 2008 > Resultados Operacionais Manuseamento de Carga e Contentores Manuseamento de Carga Foram manuseadas no global ,3 mil toneladas métricas contra os ,0 mil toneladas métricas do ano anterior, representando um crescimento de 5,0% ( mil toneladas métricas). Comparativamente ao ano anterior, registámos os seguintes números: Porto de Maputo cresceu 8,0% (+548,6 mil toneladas métricas) Porto da Beira cresceu 2,6% (+75,8 mil toneladas métricas) Porto de Nacala decresceu 4,9% (-54,3 mil toneladas métricas) Porto de Quelimane decresceu 23,3% (-20 mil toneladas métricas) Porto de Pemba cresceu 3,3% (+3,2 mil toneladas métricas) Porto de Mocímboa da Praia cresceu 25,6% (+4 mil toneladas métricas). O tráfego internacional representa 97,6% do total manuseado, registando o internacional de Moçambique (importações e exportações) 54,2% e o em trânsito 43,3%. A cabotagem representa 2,1% e a baldeação 0,3%. Manuseamento de Carga , , , , , ,0 0, ,0% Maputo Beira Nacala Quel. Pemba M. Praia Total 7.374, , ,9 65,7 100,6 19, , , ,2 85,7 97,4 15, No tráfego nacional (cabotagem) manusearam-se 248,1 mil toneladas métricas, o que representa uma diminuição de 5,0% (-13,1 mil toneladas métricas) relativamente ao ano anterior. Contribuíram para esta diminuição, nomeadamente, os portos de: Nacala 22,3% (-16,8 mil toneladas métricas) Quelimane 38,2% (-10,3 mil toneladas métricas) Pemba 23,7% (-6,1 mil toneladas métricas). 11 Manuseamento de Carga , , , , , ,0 0,0 Cab. Int. Moc. Transito Bald. Total Maputo Beira Nacala Quel. Pemba M. Praia Total 80,8 72,4 58,5 16,7 19,7 0,0 248, , ,5 699,4 49,0 80,9 19, , , ,0 252,6 0,0 0, , ,3-0,0-35, , , ,9 65,7 100,6 19, ,3

14 12 No tráfego internacional Moçambique (exportações e importações) manusearam- -se 6.316,1 mil toneladas métricas, o que representa um aumento de 5,1% (+305,1 mil toneladas métricas) relativamente ao ano anterior. As exportações, ao manusearem 2.044,3 mil toneladas métricas, cresceram 21,1% (+355,9 mil toneladas métricas), relativamente ao ano anterior. Contribuíram para este crescimento os portos de: Maputo com 29,0%, (+326,7 mil toneladas métricas) Beira 25,1% (+51,1 mil toneladas métricas) Mocímboa da Praia 25,6% (+3,6 mil toneladas métricas). No Porto de Maputo contribuíram para o crescimento as exportações de citrinos, de combustíveis, de sucata, de açúcar, de milho, de carga diversa e de carga contentorizada; No Porto da Beira as exportações de açúcar, de citrinos, de sucata e de carga contentorizada. As importações, ao manusearem 4.271,8 mil toneladas métricas, decresceram 1,2% (-50,8 mil toneladas métricas) relativamente ao ano anterior. Contribuíram para este decréscimo: Porto da Beira 1,1%, (-8,9 mil toneladas métricas) Porto de Nacala 12,9% (-70,8 mil toneladas métricas) Porto de Quelimane 1,0% (- 0,1 mil toneladas métricas). No tráfego em trânsito manusearam-se 5.043,8 mil toneladas métricas representando um crescimento de 5,3% (+252,9 mil toneladas métricas) relativamente ao ano anterior. Contribuíram para este crescimento os portos de: Maputo 7,0%, (+188,6 mil toneladas métricas) Beira 1,6% (+29,8 8,9 mil toneladas métricas) Nacala 15,8% (+34,5 mil toneladas métricas). No Porto de Maputo contribuíram para o crescimento as exportações o carvão, os citrinos, a magnetite, o granito, o ferro- -crómio, as ferroalloys, e os toros de madeira da África do Sul, as exportações de citrinos da Suazilândia e as importações de enxofre pelo Zimbabwe; no Porto da Beira contribuíram para o crescimento as importações de combustível, de carga contentorizada e de carga diversa pelo Zimbabwe, as importações de adubo, milho, trigo, óleo vegetal, carga contentorizada e klinker pelo Malawi, as exportações de açúcar e as importações de carga contentorizada pela Zâmbia; e no Porto de Nacala contribuíram para o crescimento do tráfego de trânsito as exportações de açúcar e importações de combustíveis, óleo de soja, klinker e carga contentorizada. 21% Malawi 23% Zimbabwe 4% Zâmbia 49% África do Sul Manuseamento nos Terminais Sob Gestão Directa do CFM Manusearam-se nos Terminais sob gestão directa do CFM 4.024,0 mil toneladas métricas, representando 34,6% do total manuseado em todos os portos do País e um crescimento de 6,4% (+241,6 mil toneladas métricas) relativamente a igual período do ano anterior ton. métricas MAPUTO BEIRA NACALA QUELIMANE PEMBA M. DA PRAIA TOTAL TERMINAIS CARGA GERAL 51,9 37,4 100,6 97,4 19,6 15,6 172,2 150,4 CEREAIS 232,3 181,3 232,3 181,3 ALUMÍNIO 1.818, , , ,2 COMBUSTÍVEIS 664,5 448,2 954,6 940,4 170,0 148,3 12,3 12, , ,5 TOTAL 2.714, , ,5 977,7 170,0 148,3 12,3 12,6 100,6 97,4 19,6 15, , ,4 Porto de Maputo Foram manuseadas 2.714,9 mil toneladas métricas contra 2.530,7 mil em igual período do ano anterior, representando um crescimento de 7,3% (+184,2 mil toneladas métricas). No Terminal de Cereais manusearam- -se 232,3 mil toneladas em 2008 contra os 181,3 mil em 2007, representando um crescimento de 28,1% (+51 mil toneladas métricas). No Terminal de Alumínio manusearam-se 1.818,2 mil toneladas métricas contra 1.901,2 mil manuseadas no ano anterior, representando um decréscimo de 4,4% (-83 mil toneladas métricas) ton. métricas Produtos Alumínio 537,9 549,4 Alumina 1.037, ,6 Pet coke 198,9 224,0 Pitch 43,5 47,2 Total 1.818, ,2 No Terminal de Combustíveis manusearam- -se 664,5 mil toneladas métricas contra os 448,2 registados em 2007, representando um aumento de 48,3% (+216,3 mil toneladas métricas) ton. métricas Produtos Combustíveis 595,1 374,1 Gás Condensado 69,4 74,1 Total 664,5 448,2

15 > Relatório e Contas 2008 Porto da Beira No Terminal de Combustíveis manusearam- -se 954,6 mil toneladas métricas contra os 940,4 manuseados no ano anterior, representando um crescimento de 1,5% (+14,2 mil toneladas métricas). No Terminal de Carga Geral (Cais 8) incluem- -se outros granéis líquidos (sebo, melaço e óleo vegetal), tendo-se manuseado 51,9 mil toneladas métricas contra os 37,4 mil de 2007, representando um crescimento de 38,8% (+14,5 mil toneladas métricas). Porto de Nacala Manusearam-se 170,0 mil toneladas métricas de granéis líquidos contra os 148,3 mil do ano anterior, representando um crescimento de 14,6% (+21,7 mil toneladas métricas). Porto de Quelimane Manusearam-se 12,3 mil toneladas métricas de granéis líquidos contra os 12,6 mil do ano anterior, representando um decréscimo de 2,4% (-0,3 mil toneladas métricas). Porto de Pemba Manusearam-se 100,6 mil toneladas métricas contra os 97,4 mil do ano anterior, representando um crescimento de 3,3% (+2,9 mil toneladas métricas). Porto de Mocímboa da Praia Manusearam-se 19,6 mil toneladas métricas contra as 15,6 mil do ano anterior, representando um aumento de 25,6% (+4 mil toneladas métricas). Manuseamento nos Terminais Concessionados Nos Terminais sob gestão da concessionária manusearam-se 7.619,4 mil toneladas métricas, representando 65,4% do total manuseado em todos os Portos e um crescimento de 4,3% (+315,8 mil toneladas métricas) em relação a igual período do ano anterior. Os pormenores desse manuseamento encontra- -se expressos no quadro abaixo ton. métricas MAPUTO BEIRA NACALA QUELIMANE TOTAL TERMINAIS CABOTAGEM 80,8 64,5 80,8 64,5 MPDC 4.578, , , ,8 CARGA GERAL 2.429, ,2 946, ,0 356,4 475,7 53,3 73, , ,9 CARVOEIRA 0,0 0,0 0,0 0,0 AÇO 0,0 0,0 0,0 0,0 MELAÇO 0,0 6,0 0,0 6,0 AÇÚCAR 340,3 399,9 340,3 399,9 CARVÃO 731,5 725,5 731,5 725,5 CONTENTORES 950,9 804, ,6 880,4 519,6 476, , ,7 CITRINOS 127,1 50,1 127,1 50,1 TOTAL 4.659, , , ,4 875,9 951,8 53,3 73, , ,6 Manuseamento de Contentores Foram manuseados no global Teu s contra os Teu s do ano anterior, correspondendo a um crescimento de 16,2% ( Teu s). Manuseamento de Contentores TEU's ,2% Maputo Beira Nacala Quel. Pemba M. Praia Total Em termos de evolução no manuseamento de contentores: Porto de Maputo cresceu 17,3% ( teu s) Porto da Beira cresceu 20,4% ( teu s) Porto de Nacala cresceu 11,4% ( teu s) Porto de Quelimane decresceu 14,3% (-698 teu s) Porto de Pemba cresceu 12,7% ( teu s) Porto de Mocímboa da Praia cresceu 25,7% (+342 teu s) relativamente ao período homólogo do ano anterior. Em termos percentuais o tráfego internacional representa 93,8% do total manuseado, sendo que o trânsito representa 19,8% e o internacional Moçambique (exportações e

16 14 importações) 74,0%. A cabotagem representa 4,9% e a baldeação somente 1,3% do tráfego total. No tráfego nacional (cabotagem), manusearam-se teu s contra os do período homólogo do ano anterior, o que representa um decréscimo de 35,8% ( teu s). No tráfego internacional Moçambique (importações e exportações), manusearam-se teu s, correspondentes a um crescimento de 23,1% ( teu s) relativamente ao período homólogo do ano anterior. No tráfego em trânsito manusearam-se teu s, correspondentes a um crescimento de 14,5% ( teu s) relativamente ao período homólogo do ano anterior. Contentorização de Carga O volume de carga contentorizada, relativamente ao período homólogo do ano anterior, cresceu 16,7% (+390,0 mil toneladas métricas) e o seu peso no global da carga manuseada passou de 21,1% para 23,4% no presente período Toneladas métricas Carga em contentores ,9 Carga total , ,0 % de contentores 23,4% 21,1% Transporte ferroviário de Carga e de Passageiros Transporte de Carga Foram realizadas 694,8 milhões de toneladas quilómetros contra as 736,3 milhões do ano anterior, representando um decréscimo de 5,6% (-41,5 milhões de toneladas quilómetros). Deste tráfego, 196,5 milhões de toneladas-km foram realizadas nas Linhas sob gestão da concessionária e 498,2 milhões de toneladas-km nas Linhas sob gestão do CFM. O tráfego internacional representa 88,4% do global realizado, enquanto que o nacional representa 11,6%. Este tráfego ferroviário de carga corresponde a um volume de 4.351,9 mil toneladas líquidas transportadas contra os 3.822,4 mil do ano anterior, representando um crescimento de 13,9% (+529,6 mil toneladas líquidas). Nas Linhas sob gestão do CFM transportaram-se 3.806,1 mil toneladas líquidas e nas sob gestão das concessionárias (CFM-Centro e CFM-Norte) 545,8 mil toneladas Liquid Tonnes 10 6 TKM Tráfego Ferroviário de Carga 800,0 700,0 600,0 500,0 400,0 300,0 200,0 100,0 0, ,6% Goba R. Gar. Limp. CFM-S CFM-C CFM-N Total 51,9 226,0 220,3 498,2 81,3 115,3 694,8 39,5 176,5 237,0 453,0 156,7 126,6 736,3 Railway Cargo Traffic 4.500, , , , , , , ,0 500,0 0, ,9% Goba R. Gar. Limp. CFM-S CFM-C CFM-N Total 673, ,7 561, ,1 300,9 244, ,9 463, ,7 518, ,9 543,0 290, ,4 No tráfego nacional transportaram-se 873,3 mil toneladas líquidas, representando um crescimento de 53,1% (+303,0 mil toneladas líquidas) relativamente ao período homólogo do ano anterior. No tráfego internacional transportaram-se 3.478,6 mil toneladas líquidas, representando um crescimento de 7,0% (+226,6 mil toneladas líquidas) relativamente ao período homólogo do ano anterior. Os motivos deste bom desempenho estão reflectidos na avaliação a seguir apresentada. Desempenho das Linhas sob Gestão Directa do CFM Nas Linhas sob gestão do CFM transportaram-se 3.806,1 mil toneladas líquidas, representando 87,5% do global transportado em todas as Linhas e um aumento global de 27,3% relativamente ao ano anterior. Descrição Variação Linha de Goba 673,1 463,9 +45,1% Linha de Ressano Garcia 2.571, ,7 +28,2% Linha do Limpopo 561,2 518,3 +8,3% Total 3.806, ,9 +27,3% Na Linha de Goba transportaram-se 673,1 mil toneladas líquidas, sendo 532,4 mil toneladas líquidas de tráfego nacional e 140,7 mil toneladas de tráfego internacional, havendo um aumento global de 45,1% (+209,2 mil toneladas líquidas) relativamente ao período homólogo do ano anterior. No tráfego internacional registaram-se aumentos dos volumes de carvão, ferro-crómio e carga contentorizada e no tráfego nacional aumentou o transporte dos volumes de calcário, bentonite, pedra, travessas, balastro e carga diversa. Na Linha de Ressano Garcia transportaram- -se 2.571,7 mil toneladas líquidas, sendo 55,8 mil toneladas líquidas de tráfego nacional e 2.516,0 mil toneladas de tráfego internacional, havendo um aumento global de 28,2% (+565,0 mil toneladas líquidas) relativamente ao período homólogo do ano anterior. No tráfego nacional registou-se um aumento nos volumes de pedra, travessas, balastro, carga diversa e recovagens, e no tráfego internacional registou-se um crescimento significativo nos volumes transportados de carvão, aço, citrinos, gesso, milho, magnetite, ferro- -crómio, soja, paletes, bentonite, enxofre, algodão e combustível. Na Linha do Limpopo transportaram-se 561,2 mil toneladas líquidas, sendo 168,4 mil toneladas líquidas de tráfego nacional e 392,8 mil toneladas líquidas de tráfego internacio-

17 > Relatório e Contas 2008 nal, havendo um crescimento global de 8,3% (+42,9 mil toneladas líquidas) relativamente ao período homólogo do ano anterior. No tráfego nacional registou-se um crescimento de 61,4% (+64,1 mil toneladas líquidas), com destaque para os volumes tranportados de açúcar, recovagens, travessas, algodão, balastro e pedra; no tráfego internacional registou-se um decréscimo de 5,1% (-21,2 mil toneladas líquidas), com destaque para os volumes de ferro-crómio, asbestos, bentonite, carris e adubo. Desempenho nas Linhas sob gestão das Concessionárias Nas linhas sob gestão das concessionárias (CFM-Centro e CFM-Norte) transportaram- -se 545,9 mil toneladas líquidas representando 12,5% do global transportado em todas as Linhas e uma redução global de 34,5% relativamente ao ano anterior conforme indica a tabela seguinte: 10 3 Ton. líquidas Descrição Variação Linha de Machipanda 300,9 543,0-44,6% Linha do Norte 244,9 290,5-15,7% Total 545,9 833,5-34,5% Na linha de Machipanda transportaram-se 300,9 mil toneladas líquidas, sendo 71,8 mil toneladas líquidas de tráfego nacional e 229,1 mil toneladas líquidas de tráfego internacional, tendo-se registado um decréscimo global de 44,60% (-242,1 mil toneladas líquidas) relativamente ao período homólogo do ano anterior. No tráfego nacional decresceram os volumes transportados de toros de madeira, milho, carvão mineral, refrescos, carris e klinker; no tráfego internacional decresceram os volumes transportados de granito, ferro-crómio, carga contentorizada, adubo, gasóleo, sebo e trigo. Na Linha do Norte transportaram-se 244,9 mil toneladas líquidas, sendo 44,9 mil toneladas líquidas de tráfego nacional e 200,0 mil de tráfego internacional, registando-se um decréscimo global de 15,7% (-45,5 mil toneladas líquidas) relativamente ao período homólogo do ano anterior. No tráfego nacional assistiu-se a uma redução de 30,8% (-19,9 mil toneladas líquidas). No tráfego internacional assistiu-se a um decréscimo de 11,3% (-25,6 mil toneladas líquidas) com destaque para os volumes transportados de chá e tabaco em contentores, batata, açúcar, ervilha em contentores, sal, milho, adubo, óleo de palma, cimento e diversos contentores. Distribuição do Tráfego Internacional Passageiros Transporte de Passageiros Tráfego Ferroviário de Passageiros TPKM R. Gar. Limp. CFM-S CFM-C CFM-N Total 18% Zimbabw % Suazilândia Tráfego de Passageiros 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0, ,8% 7,1% R. Gar. Limp. CFM-S CFM-C CFM-N Total 24,2 23,1 47,2 2,4 64,0 113,6 16,0 21,4 37,4 2,5 66,2 106, Ton. Líquidas Transporte Ferroviário de Carga 4.500, , , , , , , ,0 500,0 0,0 Nac. Transit. Total Goba R. Gar. Limp. CFM-S CFM-C CFM-N Total 532,4 55,8 168,4 756,6 71,8 44,9 873,3 140, ,0 392, ,5 229,1 200, ,6 673, ,7 561, ,1 300,9 244, ,9 Realizaram-se 113,6 milhões de passageiros quilómetros contra 106,1 milhões em igual período do ano anterior, representando um crescimento de 7,1% (+7,5 milhões de passageiros quilómetros). Este tráfego corresponde a passageiros transportados contra os em igual período do ano anterior, o que representa um crescimento de 20,8%.

18 > Projecto de Reestruturação do CFM 16 Concessões Como a experiência tem demonstrado, a gestão das concessões é um processo extremamente complexo, dos pontos de vista técnico, legal e financeiro, porque envolve interesses privados, estrangeiros e nacionais, nem sempre alinhados com os interesses do País e do CFM, sendo, por isso, urgente reflectir profundamente sobre o assunto e adoptar medidas e mecanismos eficazes para a sua boa gestão. Sem prejuízo de outras ideias que resultem dessa reflexão, consideramos que existe, como medida mínima um imperativo de acção concertada, harmoniosa e comum, inter-institucional para fazer cumprir os acordos de concessão e travar as anomalias e as irregularidades graves existentes. Há que reforçar o poder institucional do CFM na fiscalização das concessões, inclusive por via legislativa, pois esta entidade actua, verdadeiramente, como braço executivo do Governo nessa matéria. Estrutura da Força de Trabalho Uma vez concluído o processo de racionalização da força de trabalho, estão em processo de finalização os novos instrumentos de gestão dos Recursos Humanos, nomeadamente o Manual de Procedimentos, o Regulamento Interno, a sua Estrutura Orgânica e Funcional, bem como a de Carreiras Profissionais do CFM. Presentemente, de um universo de 2450, o CFM tem 1595 trabalhadores contratados a prazo indeterminado, do qual constam 839 contratados a prazo certo ou incerto e 16 estagiários pré-profissionais. Esta força de trabalho distribui-se da seguinte forma: 1009 trabalhadores na área ferroviária, 412 na área de apoio e 174 na área portuária. Decorrem neste momento os trabalhos conclusivos da elaboração do Quadro de Pessoal da empresa, que servirá de base para a avaliação do desempenho de todos os trabalhadores da empresa para o enquadramento daqueles que forem seleccionados para integrarem o Quadro de Pessoal.

19 > Relatório e Contas 2008 > Programa de Investimentos Projectos prioritários Sistema Ferro-Portuário do Sul Recondicionamento e reconversão de um parque de 45 locomotivas (US$ 31 milhões) e reabilitação e requalificação das Oficinas Gerais do CFM-Sul de modo a certificá-las com a Norma ISO (US$ 3 milhões). Reabilitação total de 670 vagões. Aquisição de três Automotoras Triplas, com capacidade de 173 passageiros cada, num investimento de cerca de 1.6 milhões de Euros, provenientes de fundos próprios da Empresa. Com a introdução deste serviço de transporte seguro, rápido e de grande comodidade, o CFM cumpre, uma vez mais, o seu papel de responsabilidade social. Projecto de remodelação do sistema de controlo de tráfego e gestão de frota orçado em cerca de USD 4 milhões. Este projecto está essencialmente virado para a área de exploração ferroviária e permitirá que a operação informe, em tempo real, os nossos clientes sobre a localização exacta das suas cargas e o momento preciso em que as vão receber. Construção de um novo Terminal de Granito no Porto de Maputo. Construção de um novo Terminal de Ferro-Crómio no Porto de Maputo. Expansão do Terminal de Contentores do Porto de Maputo. Construção da segunda fase do Terminal de Viaturas no Porto de Maputo. Expansão do Terminal de Carvão/Magnetite no Porto Industrial da Matola. Projecto Ponta Dobela O projecto Ponta Dobela tem por objecto a construção, manutenção e operação de um Porto em Ponta Techobanine, no âmbito do desenvolvimento da actividade industrial, comercial, turística, bem como dos acessos ferroviário e rodoviário através de sub-projectos específicos na zona franca industrial. O projecto ocupará uma área global de ,4 hectares para o desenvolvimento da zona económica especial. O valor do investimento está orçado em USD 500 milhões, dos quais USD 15 milhões constituirá investimento nacional a desembolsar pelo CFM. Prevê-se, numa primeira fase, a construção de uma armazenagem estratégica de combustíveis para sua distribuição na região e, posteriormente, a implementação de um porto comercial para manuseamento, em especial, de minerais. Sistema Ferro-Portuário do Centro Projecto de Reconstrução da Linha de Sena (USD 194 milhões; que poderá atingir USD 400 milhões, para poder satisfazer o tráfego adicional do carvão de Moatize). Dragagem de Emergência dos Canais de Acesso, Cais, Bacias de Manobras de modo a aprofundá-los para -8 metros, para que possam atracar navios até DWT. Parte das areias resultante da dragagem será utilizada para fazer um aterro hidráulico na área do futuro Terminal de Carvão. Este investimento orçado em 43 milhões de USD é cofinanciado pelo BEI (Banco Europeu de Investimento), ORET (Agência de Desenvolvimento Internacional dos Países Baixos) e CFM. Aquisição de uma Draga Oceânica com capacidade de 2000 m 3 para fazer a manutenção do canal de acesso ao Porto da Beira, cais e bacias de manobras após terem sido dragados até à quota de -8 metros. Este investimento está orçado em 35 Milhões de Euros, financiados pela DANIDA. Construção de um Terminal de Cereais no Porto da Beira BGT (USD 12 milhões). Construção de um novo Terminal no Porto da Beira dedicado ao manuseamento do carvão de Moatize, que vai ser exportado em quantidades próximo dos 20 milhões de toneladas por ano, a serem atingidas num horizonte de aproximadamente 10 anos. Planeamento Estratégico e Gestão dos Negócios Esta actividade está orientada para estudar com particular atenção o nosso relacionamento com o Shipping internacional que hoje domina toda a corrente logística e 17

20 18 de transportes. Nos estudos já realizados dedicamos particular atenção à tipologia e às características da intermodalidade, para que possamos maximizar impactos de fluxos de tráfego através dos nossos portos e das vias ferroviárias, assumindo um papel mais activo e contundente na promoção dos nossos serviços face às características geo-estratégicas de excelência que o nosso País oferece ao mercado regional. Neste contexto, estamos a explorar vias de interface entre as potencialidades da nossa costa, das nossas baías, das nossas enseadas, dos nossos portos, actuais e futuros, e o Shipping Internacional, bem como a sua complementaridade com a indústria marítima e de turismo. Esta acção, e os estudos exploratórios, estão inseridos no contexto da diversificação das nossas actividades e negócios. Participações Financeiras O envolvimento do sector privado na gestão de infra-estruturas ferro-portuárias constituiu uma das vertentes que nortearam a estratégia de reestruturação do CFM. Para além disso, no âmbito da diversificação das actividades da empresa para a rentabilização dos seus activos, o CFM participa noutros empreendimentos e iniciativas. Assim, o CFM possui participações nas seguintes Sociedades: > Demonstrações Financeiras do Exercício Resultados Económico-Financeiros Demonstração de Resultados em e em (Expresso em Milhares de Meticais) PROVEITOS VENDA DE MEIOS CIRCULANTES MATERIAIS 300 VENDA DE SERVIÇOS 1,881,782 2,106,487 INVESTIMENTOS REALIZADOS P/EMPRESA 17,645 16,388 OUTROS PROVEITOS 86, ,213 TOTAL DOS PROVEITOS 1,986,658 2,229,088 CUSTOS CUSTOS DOS MATERIAIS CONSUMIDOS 39,832 23,459 REMUNERAÇÕES AOS TRABALHADORES 439, ,801 FORNECIMENTO E SERVIÇOS DE TERCEIROS 808, ,767 IMPOSTOS E TAXAS 8,889 8,402 AMORTIZAÇÕES DO EXERCÍCIO 536, ,608 PROVISÕES DO EXERCÍCIO 94, ,429 OUTROS CUSTOS E PERDAS OPERACIONAIS 58,424 63,417 TOTAL DOS CUSTOS 1,986,330 2,385,523 RESULTADOS OPERACIONAIS 328 (156,435) RESULTADOS FINANCEIROS 157, ,013 RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS DO EXERCÍCIO 33,417 26,781 RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS 191, ,359 IRPS -68,881 (70,791) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 122,662 39,568 % do capital Sociedades Participadas social detida pelo CFM Cimentos de Moçambique, SARL 4.0 Cornelder de Quelimane, SARL 49.0 MIPS, SARL 33.0 SDCM Soc. De Desenvolv. do Corredor de Maputo, SARL 27.5 Cornelder de Moçambique, SA 33.0 Central East African Railways 49.0 Airplus, SARL 18.4 Terminal de Cabotagem de Maputo 49.0 Bukusha, Lda 49.0 Transmarítima de Maputo 10.0 Transcarga, SARL 17.0 Xitimela Leasing Limited 67.5 CFM-Transporte e Trabalhos Aéreos CCFB Companhia dos Caminhos de Ferro de Moçambique 49.0 STM Sociedade de Terminais de Moçambique 27.5 CDN Corredor do Norte SARL 49.0 MPDC Sociedade de Des. Do Porto de Maputo 49.0 Terminal de Granitos 50.0 De notar que uma parte destas Sociedades participadas apresentam já capitais próprios negativos, pelo que foram constituídas, nas contas do CFM, provisões no montante da sua participação nessas Sociedades. Balanço em e (Expressa em Milhares de Meticais) ACTIVO CORRENTE 3,355,747 3,613,097 EXISTÊNCIA 94,022 79,363 CLIENTES 828, ,770 DEVEDORES 232, ,307 CAIXA E BANCOS 1,958,963 2,173,179 ACRÉSCIMOS DE PROVEITOS E CUSTOS DIFERIDOS 241, ,478 PASSIVO CORRENTE 1,132,745 1,103,441 EMPRÉSTIMOS 63,421 49,295 FORNECEDORES 97,913 93,510 CREDORES 93,326 86,706 ACRÉSCIMOS DE CUSTOS E PROVEITOS DIFERIDOS 878, ,930 ACTIVO FIXO 21,686,238 21,909,914 IMOBILIZAÇÕES FINANCEIRAS 180, ,109 MEIOS IMOBILIZADOS LÍQUIDOS 21,505,779 21,719,805 TOTAL DE APLICAÇÕES 23,909,240 24,419,570 PASSIVO DE MÉDIO E LONGO PRAZO 1,933,697 2,125,416 EMPRÉSTIMOS 16,902 21,156 FINANCIAMENTOS DO ESTADO 1,916,795 2,104,260 FUNDOS PRÓPRIOS 21,975,543 22,294,154 RESERVA PARA INVESTIMENTO 13,559 93,289 RESERVA LEGAL 2,606 14,873 RESERVA-FUNDO SOCIAL DOS TRABALHADORES 2,606 14,873 FUNDO DE CONSTITUIÇÃO 1,242,981 1,242,981 RESERVA DE REAVALIAÇÃO 20,164,429 20,443,471 RESULTADOS TRANSITADOS 426, ,099 RESULTADOS DO EXERCÍCIO 122,662 39,568 TOTAL DE RECURSOS 23,909,240 24,419,570

21 > Relatório e Contas 2008 Análise de Resultados Económicos e Financeiros Proveitos Os proveitos totais da empresa no ano 2008 (excluindo as receitas financeiras e extraordinárias) foram de 2.229,1 milhões de Meticais (mais 242,4 milhões de Meticais do que em 2007), correspondendo a um crescimento de cerca de 12%, principalmente devido ao aumento dos proveitos resultantes da venda de serviços. Custos O volume total dos custos operacionais no ano 2008 (antes das depreciações e custos financeiros) foi de cerca de 1.802,9 milhões de Meticais e indicam um aumento em cerca de 24% em relação a Tal aumento resulta fundamentalmente da criação de provisões em consequência do incumprimento de alguns clientes no pagamento das suas dívidas (concessionárias e outros clientes) e em consequência da melhoria das remunerações. Resultados O Lucro Operacional de 2008 (antes das depreciações, resultados extraordinários financeiros) foi negativo no montante de 156,4 milhões de Meticais contra os 0,33 milhões de Meticais positivos de Esta redução é fundamentalmente explicada pela melhoria salarial (aumento dos custos com remunerações), pelo aumento das provisões e também pela oscilação cambial (negativa para o CFM) das principais moedas de referência do CFM. Com a inclusão das depreciações e resultados financeiros e extraordinários, a empresa obteve um resultado positivo líquido final de cerca de 39,6 milhões de Meticais, contra os 122,7 milhões de Meticais de 2007, isto é, atingiu-se um resultado líquido final correspondente a 32,3% do atingido em Análise dos Rácios de Gestão Rácio de Liquidez Geral Mostra uma evolução positiva, ao crescer de 296% para 327% entre os anos 2007 e A redução dos devedores entre os dois anos em análise contribuiu para o melhoramento deste rácio. Rácio de Trabalho (exclui amortizações) Mostra um aumento, ao passar de 0,73 para 0,81 do ano 2007 para o ano A variação deste rácio é explicada pelo aumento dos custos. Rácio Operacional (inclui amortizações) Registou uma variação negativa, ao passar de 1,0 em 2007, para 1,07 em Esta variação é explicada por um aumento dos custos operacionais em 20%, não compensada com o aumento dos proveitos, que foi apenas de 12%. 19

22 > Perspectivas 20 O CFM tem um papel crucial como instrumento do Estado e do Governo na efectivação de uma política de fomento ao desenvolvimento integrado e global do País. Neste quadro, há que estruturar, a longo prazo, o modelo de transportes e de comercialização com uma política sectorial que assente, sobretudo, na rede ferro-portuária e no transporte marítimo de cabotagem. É preciso que seja repensado o modelo de transportede passageiros que é uma actividade intrinsecamente social, garantindo a sua característica de serviço público, devendo, obviamente, o Estado comparticipar na sua sustentabilidade. Há um claro imperativo de acção concertada, harmoniosa e comum inter-institucional para fazer cumprir os acordos de concessão existentes e travar anomalias e irregularidades presentes, em tempo reportadas, constituindo isso uma defesa aos interesses nacionais. No âmbito do plano de expansão do sistema ferro-portuário nacional, os investidores nacionais, públicos ou privados, devem deter uma participação maioritária nas sociedades concessionárias. Riscos elevados de incumprimento de contratos de concessão, por parte de alguns investidores estrangeiros, daí a necessidade de acção coesa e articulada. O CFM entende que as Direcções Executivas devem ter uma estrutura reduzida, mas capazes de virem, a prazo relativamente curto, a suprir eventuais deficiências que venham a ser constatadas e que as concessionárias não resolvam satisfatoriamente. Revisão do Decreto 51/2000 de 21 de Dezembro, relativo à repartição das rendas das concessões. Tornar eficaz e célere o processo de transferência de reformados que aguardam a fixação das pensões, neste momento a cargo da empresa, para a responsabilidade do Estado. É imperiosa a definição e criação de dispositivos legais que assegurem uma política fiscal especial para investimentos estratégicos do sector ferro-portuário. É também importante criar dispositivos legais que garantam a protecção, preservação e valorização de infra-estruturas, património imobilizado e móvel ferro- -portuário. Definir mecanismos claros de investimento e financiamento de infra-estruturas ferro-portuárias. Reforçar o papel fiscalizador do CFM/ MTC nas concessões actuais. Prosseguir a política agressiva e contundente de Marketing, no sentido de maximizar a utilização das nossas acessibilidades e portos nacionais. Este é um factor fundamental e a garantia de sucesso da estratégia e da materialização dos projectos de investimento e da expansão do sector. Promover o desenvolvimento e a expansão da rede ferroviária na perspectiva de espinha dorsal das infra-estruturas de transporte, em função do desenvolvimento económico do País.

23 > Relatório e Contas 2008 > Proposta de Aplicação de Resultados Embora a empresa tenha obtido em 2008 um resultado positivo de milhares de Meticais, tal resultado não foi traduzido em entradas nas nossas contas. Com efeito, as receitas resultantes das facturações ao MPDC Porto de Maputo e à CDN Corredor de Desenvolvimento do Norte, continuam a não ser pagas, o que tem criado grandes transtornos à tesouraria do CFM. Das receitas obtidas, tendo em conta o seu plano de desenvolvimento e crescimento, a empresa vai dar, durante o ano de 2008 e subsequentes, grande ênfase aos investimentos nas suas infra-estruturas e equipamentos, bem como ao pagamento dos juros ao Estado resultantes dos acordos firmados. Assim, o Conselho de Administração, dando cumprimento ao preconizado no Artigo 29 dos Estatutos da empresa, propõe a seguinte aplicação do resultado líquido do exercício de 2008 no montante total de MT ,89: 5% - Reserva Legal MT ,14 10% - Fundo para Fins Sociais MT ,29 85% - Reserva para Investimentos MT ,46 Maputo, Julho 2009 O Conselho de Administração Eng. Rui Cirne Fonseca Presidente do Conselho de Administração 21 Eng. Domingos Baínha Administrador Executivo Dr. Osório Lucas Administrador Executivo Dra. Marta Mapilele Administradora Executiva Eng. Adelino Mesquita Administrador Executivo Dr. Abdul Aziza Administrador Representante do Ministério das Finanças ANEXOS: Balanço e Demonstração de Resultados 2008 Demonstrações Financeiras em 31/12/2008, com Parecer do Auditor Externo Parecer do Conselho Fiscal

24 22 > Demonstrações Financeiras Relatório do Auditor Independente Demonstrações de Resultados para o Exercício findo em 31 Dez Notas sobre as Demosntrações Financeiras Relatório dos Auditores Externos e do Conselho Fiscal

25 > Relatório e Contas 2008 > Relatório do Auditor Independente 23

26 24

27 > Relatório e Contas 2008 demonstração de Resultados para o Exercício Findo em 31 Dez.2008 Notas Activo corrente Existências Clientes Devedores Caixa e bancos Acréscimos de proveitos e custos diferidos Passivo corrente Empréstimos bancários Fornecedores Credores Acréscimos de custos e proveitos diferidos Activo corrente líquido Imobilizações financeiras Meios imobilizados líquidos Passivo de médio e longo prazo Empréstimos bancários Financiamentos do Estado Fundos próprios Reserva para investimento Reserva legal Reserva fundo social dos trabalhadores Fundo de constituição Reserva de reavaliação Resultados transitados Resultado do exercício Notas Proveitos Vendas de meios circulantes materiais Vendas de serviços Investimentos realizados p/ própria empresa Outros proveitos Custos Custo dos materiais consumidos Custos com o pessoal Fornecimentos e serviços de terceiros Impostos e taxas Amortizações do exercício Provisões do exercício Outros custos e perdas operacionais Resultados operacionais ( ) 328 Resultados financeiros Resultados extraordinários Resultado antes de impostos IRPC (70.791) (68.881) Resultado líquido do exercício > Notas sobre as Demonstrações Financeiras A EMPRESA NACIONAL DE PORTOS E CAMI- NHOS DE FERRO DE MOÇAMBIQUE, E.E. era inicialmente uma Empresa Estatal, tutelada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, constituída através do Decreto nº 6/89 de 11 de Maio, tinha a sua sede em Maputo e encontrava-se implantada em grande parte do território nacional. Com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 1995, e ao abrigo do Decreto nº 40/94, de 18 de Setembro, a Empresa Estatal foi transformada em empresa pública, passando a ter a designação de PORTOS E CAMINHOS DE FERRO DE MOÇAMBIQUE, E.P., sendo abreviadamente denominada por CFM. O capital estatutário estabelecido pelo decreto supracitado foi de milhares de Meticais. A empresa tem como objecto principal, o serviço público de transporte ferroviário de passageiros e de mercadorias em território moçambicano com carácter regular e não regular, para além do manuseamento de mercadorias nos portos.