USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS
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- João Henrique Meneses Fonseca
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1 USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA ADOLESCÊNCIA: ASPECTOS CULTURAIS, SOCIAIS E COMPORTAMENTAIS. JANIANE DA COSTA PIETSCH CRP 12/ JANIANECOSTA@YAHOO.COM.BR
2 Pra início de conversa. o Fenômeno marcado pela complexidade; o Em todas as épocas e lugares, os seres humanos deliberadamente usaram (e abusaram de) substâncias capazes de modificar o funcionamento do sistema nervoso, induzindo sensações corporais e estados psicológicos alterados; o Relação - Drogas x Cultura;
3
4 A sociedade do consumo o O consumo como medida de inclusão social; o Apagamento das diferenças regido pela lógica do consumo; o A produção de estratégias de mercado para a constante insatisfação dos consumidores; o Sociedade do Prazer (Imperativo da Felicidade e do alívio imediato); (Contribuições de Barbeito, 2010) Google imagens
5 Sociedade do consumo e o uso de drogas o As drogas na lógica do mercado (banalização do consumo); o Inseridas numa cultura do controle da dor e do sofrimento; o Individualismo exacerbado. DVD B (até 2:08)
6 CRACK: boa metáfora dos tempos de hoje o Suas características: Rapidez e efemeridade dos efeitos, fissura intrínseca; Assim como os relacionamentos, empregos, o sobe e desce dos mercados, os aparelhos de celular e os televisores o Prática que está para o laço social: No sentido de sua ruptura; Do isolamento/exclusão. (Barbeito, 2010)
7 Cabe questionar... Que lugar a droga exerce na vida de cada sujeito? Que implicações a drogadição exerce no laço social de cada sujeito? Que leitura o sujeito faz de suas situação? (Se a faz!) Que recursos o sujeito utiliza quando precisa de suporte? Qdo precisa de alguém?
8 Uso Abusivo de drogas: A VISÃO REDUCIONISTA A visão de que o uso abusivo de drogas é uma disfunção que deve ser erradicada; As drogas como agentes externos perturbadores da homeostase social ; A estigmatização dos consumidores; A idéia de que todos os usuários de drogas são iguais. (Barbeito, 2010)
9 Contexto Sujeito Droga A compreensão de que as drogas possuem funções diversas relacionadas ao contexto; O Dinamismo é a marca: o uso de drogas está inserido na construção social da realidade em questão;
10 Adolescência e Substâncias Psicoativas
11 ADOLESCÊNCIA o Necessidade de aceitação pelo grupo de amigos; o Onipotência imaginária ( comigo isso não acontece ); o Grandes mudanças corporais gerando insegurança; o Início do envolvimento afetivo; o Busca de sensações novas;
12 FATORES DE RISCO É importante analisar e identificar o contexto de vida do adolescente, já que diversos aspectos podem tornar-se fatores de risco para o uso e/ou abuso de substâncias psicoativas. Podemos classificar tais fatores em: ambientais, familiares e individuais. SOCIAIS/AMBIENTAIS: Modos de viver e de sofrer (KEHL, 2010) de cada sociedade, problemas sociais, grande disponibilidade de drogas, normas da sociedade favoráveis ao uso de determinadas substâncias. FAMILIARES: Uso de álcool e outras drogas e/ou transtornos psiquiátricos na história famliar, conflitos familiares, estrutura familiar precária, pouca supervisão dos pais, dificuldade dos pais em colocar limites aos filhos e situações estressantes (mudança de cidade, perda de um dos pais).
13 Em relação aos fatores de risco SOCIAIS/AMBIENTAIS, cabe ressaltar que observa-se o crescimento do consumo de álcool e outras drogas paralelamente ao agravamento de muitos problemas sociais. Assim, é possível pensar na influência para os dois lados, pois os problemas sociais (desemprego, más condições de saúde e educação, falta de opções de lazer, etc.) contribuem para o aumento do consumo de álcool e outras drogas, enquanto este aumento do consumo agrava os problemas dos indivíduos, famílias, comunidades e países, criando um círculo vicioso. (SUPERA, 2008)
14 INDIVIDUAIS: Características subjetivas: baixa auto-estima, baixa auto-confiança, introversão, agressividade, busca de novidades, impulsividade, comportamentos opositores e de desafio, dificuldade em aceitar ser contrariado; Transtornos Psiquiátricos: transtorno de conduta, transtorno de hiperatividade e déficit de atenção (principalmente se associado ao transtorno de conduta), depressão, ansiedade; Outros: início precoce de consumo de álcool e tabaco, amigos com alto consumo de outras drogas, baixo desempenho na escola, vítima de violência (psicológica, física, sexual), bullyng.
15 FATORES DE PROTEÇÃO Relação familiar pautada no diálogo; Noções claras de limites; Valores e príncipios familiares; Envolvimento em atividades comunitárias, escolares, práticas esportivas; Estabelecimento de projetos de vida;
16 Infelizmente, atualmente ainda enxergamos uma associação direta entre o uso de drogas e delinqüência ou criminalidade, visão exaustivamente reforçada pela mídia. (Almeida, 2010)
17 ADOLESCÊNCIA E ATO INFRACIONAL A infração é uma violação do espaço do outro e, em questão de segundos, acontece. Esse adolescente que infringe, na verdade, experimenta o risco de ser punido. Assim, cabe a família acolhê-lo enquanto sujeito de uma ação que merece cuidado. [...] Não posso sentir o que move o moço que mexe com coisas que queimam os dedos. Quem sente é esse adolescente que todos guardam num cantinho escondido de si. Esse é o mesmo que é capaz de infringir as regras por miligramas de adrenalina. É aquele que quer vestir roupa de marca e passear no shopping com a galera da área. Então, podemos deixar uma pessoa sangrar, quando ela é impelida a cortar-se? Estimula-se o consumo e enquadra-se o consumidor; aos cães, correias & correntes. Se o mundo capitalista adoece, com certeza, os mais fracos hão de pagar o pato. E, os adolescentes estão entre estes, com suas dúvidas e medos, a caminho da cruz. (Pinho, 2010) DVD B (06:36 9:28)
18 Possibilidades de cuidado, acolhida, assistência
19 Não faz muito tempo que a questão do abuso ou dependência de drogas ilícitas deixou de ser caso de polícia, pelo menos no âmbito legal. Para sermos mais específicos é a partir da lei n /2006 que traficante e usuário de substâncias ilícitas são colocados em territórios distintos. Enquanto o primeiro continua sendo problema de segurança pública, o último passa a ser preocupação das políticas de saúde. (Almeida, 2010)
20 Visão Reduzida (Biologicista) Doença crônica, degenerativa e persistente; Usuário Impotente; Família Co-Dependente; Foco no tratamento farmacológico; Manutenção da abstinência; Institucionalização; Cronificação.
21 Visão Reduzida (Moral) Doença crônica, degenerativa e persistente; Usuário Culpabilizado pela sua condição; Família Co-Dependente; Foco nas crenças e valores; Abordagem motivacional; Manutenção da abstinência; Institucionalização; Imediatismo`.
22 Biologicista Moral Modelo Psicossocial
23 Visão Ampliada (Psicossocial) o Observando a relação do Usuário com a Substância Psicoativa (SPA); o Perdas e ganhos com o uso de SPA; o Reconhecimento de Danos; o Projetos de Vida O uso de SPA vai atrapalhar?
24 Visão Ampliada (Psicossocial) o Foco no Usuário; o Foco na Redução de Danos; o Atenção Territorial e Desinstitucionalizada ; o Despatologização do usuário; Usuário e Familiares CORRESPONSABILIZAÇÃO
25 [...] Não se faz política de saúde utilizando estratégias de guerra, pelo menos, não quando a intenção é democratizar, humanizar e promover a inserção social[...]. Por isso, precisamos minimizar formas de tratamento que se utilizem de verbos do tipo: combater, reprimir, tutelar, capturar, aprisionar, perseguir, ameaçar, cercear, coibir, atacar ou amedrontar. Técnicas muito úteis quando se está numa frente de batalha. Por outro lado, precisamos reforçar e ampliar estratégias de tratamento que façam uso dos verbos: cuidar, acolher, compreender, abrigar, escutar, oferecer, apaziguar, esperar, confiar, apoiar e possibilitar, essas sim, fortalecedoras de laço e produtoras de vida. (Baseado em Almeida, 2010)
26 Torna-se importante: Reconhecer as diferenças entre o usuário, a pessoa em uso indevido, o dependente e o traficante de drogas, tratando-os de forma diferenciada Garantir o direito de receber tratamento adequado a toda pessoa com problemas decorrentes do uso indevido de drogas. Priorizar a prevenção do uso indevido de drogas, por ser a intervenção mais eficaz e de menor custo para a sociedade. Não confundir as estratégias de redução de danos como incentivo ao uso indevido de drogas, pois se trata de uma estratégia de prevenção. (BRASIL, 2005)
27 Assim como... Combinação de diversos recursos terapêuticos no tratamento (intervenção individual e coletiva, ações de promoção de saúde, redução de danos, acompanhamento psicológico, médico, uso de medicações, suporte familiar, entre outros); Não há um único modelo correto, certo, adequado de tratamento; Observar prejuízos no seu cotidiano (convívio e frequência escolar, conflitos familiares, prejuízos sociais, danos físicos, situações de sofrimento psíquico);
28 E ainda, O tratamento deve estar disponível. Atuar preferencialmente na lógica de acolhida-porta-aberta, desburocratizando as relações. Tende a ser característico no usuário a ambivalência, a negação, a vergonha, a culpa, a instabilidade emocional, a falta de motivação e tais aspectos podem interferir na decisão de procurar ou aceitar suporte. Importância da intervenção intersetorial através de diversos dispositivos (educação, saúde, segurança pública, cidadania, assistência social). Observar co-morbidades. Traçar estratégias de intervenção no contexto do sujeito (ações de educação em saúde, consultório de rua); Em muitas situações, o uso abusivo não é apenas uma doença, é também (e principalmente), sintoma.
29 Desafios o Que discurso os Dispositivos de Educação, Saúde, Assistência terão?? o o o o o o o o Valorização do vínculo e de uma relação acolhedora com o usuário; Necessidade de ampliar o debate sobre o tema das drogas; Entendimento que em muitos casos, o uso de drogas está longe de ser a questão central; Trabalho em rede intersetorial; Contraponto a tendência atual que é a da cultura da GENERALIZAÇÃO e do ESPECIALISMO; Contraponto às explicações reducionistas do tipo causa-efeito ; Contraponto às visões moralistas sobre o uso de drogas (despir-se do preconceito).
30 REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Caminhos para uma política de saúde mental infanto-juvenil / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, p. (Série B. Textos Básicos em Saúde). Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Relatório de Gestão : saúde mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo de atenção / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Brasília : Editora do Ministério da Saúde, p. : il. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios) ALMEIDA, Rita de Cássia de Araújo. Quando a guerra é a pior estratégia. Lista Drogas e Cidadania PINHO, Sérgio. Adolescente e ato infracional. Lista Drogas e Cidadania BARBEITO, Marcio Moreno. Trabalhando com a rede de Saúde Mental. Formação Secretaria Municipal de Saúde PIETSCH, Janiane da Costa. Uso e abuso de substancias psicoativas. Aula ministrada na disciplina de Psicopatologia. FAMEG/UNIASSELVI KEHL, Maria Rita. Café Filosófico. Brasil. Política Brasileira Sobre Álcool e Outras Drogas (PNAD), 2005.
31 Obrigada,
Secretaria Nacional de Assistência Social
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