JOGOS MATEMÁTICOS PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: EXPLORANDO IDEIAS

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1 JOGOS MATEMÁTICOS PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: EXPLORANDO IDEIAS Andressa Nichetti Jenifer Rodrigues Almeida Luana Engeler Felippi Cintia Carla Bernardi Janecler Aparecida Amorin Colombo Resumo: A utilização de jogos como metodologia de ensino tem grande valia para o processo de aprendizagem sendo uma excelente opção para o professor dinamizar as aulas e trabalhar os conteúdos juntamente com os alunos visto que, propicia ao educando o processo de reflexão e construção dos conhecimentos tendose em vista que o mesmo participa ativamente de todas as suas etapas. O minicurso tem como objetivo mostrar, por meio da apresentação dos jogos a relevância desta metodologia para o ensino da matemática, principalmente nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, visa também proporcionar uma reflexão por parte dos participantes a respeito da utilização de jogos como instrumento corroborativo no processo de ensino da matemática nas escolas. Palavras-chave: Jogo. Ensino da Matemática. Lúdico. Introdução Projeto financiado pela CAPES, através da concessão de bolsas aos autores.

2 O presente texto apresenta o minicurso Jogos Matemáticos para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental: explorando ideias, referentes ao ensino de Matemática por meio da utilização de jogos. Trata-se de um minicurso que aborda a importância de se trabalhar com instrumentos pedagógicos diferenciados dos convencionais, proporcionando uma experiência lúdica para seus participantes. Os jogos que serão utilizados no desenvolvimento do minicurso são aplicados pelas autoras do projeto "Matemática Lúdica", desenvolvido em uma escola municipal da cidade de Pato Branco, Paraná, através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID - MATEMÁTICA), do qual as autoras são bolsistas. As estratégias didáticas de trabalho para o desenvolvimento do minicurso pautam-se em apresentação teórica do tema abordado, exposição e explicação dos jogos selecionados e interação entre as autoras com o público alvo, a partir de discussões e aplicação dos jogos propostos. Cabe ressaltar, que durante o desenvolvimento das atividades, a opinião dos participantes em relação a utilização de jogos no ensino da Matemática será considerada e discutida, no sentido de abordar os aspectos pertinentes à aprendizagem matemática por meio da aplicação dos mesmos. Assim, o presente minicurso tem por objetivo geral: Apresentar exemplos de jogos matemáticos e discutir sobre a importância da utilização dos materiais lúdicos no ensino de Matemática, além de proporcionar aos participantes uma experiência diferenciada, com o intuito de enriquecer a formação de todos. As seções a seguir, sumarizam o tema abordado e o desenvolvimento do minicurso, sendo citados os materiais utilizados durante sua aplicação. Tais seções são tituladas: "O jogo como recurso didático no Ensino Fundamental - Anos Iniciais", "O Minicurso", Jogo do menor número, Operações e expressões em jogo e Considerações. O jogo como recurso didático no Ensino Fundamental Anos Iniciais De acordo com Alves e Bianchin (2010), a palavra jogo se origina do vocábulo latino ludus, que significa diversão, brincadeira. Sendo este um recurso capaz de promover, em sala de aula, um ambiente motivador, agradável e enriquecedor, possibilitando a aprendizagem de várias habilidades. Percebe-se que, atualmente, os alunos possuem grandes dificuldades em compreender os conteúdos matemáticos. A partir disto, tem-se a necessidade de utilizar métodos que auxiliem

3 o professor em sua prática docente, com o intuito de facilitar o processo de ensinoaprendizagem do aluno. Dessa forma, como abordam Selva e Camargo (2009), apresentam-se os jogos matemáticos como um recurso didático capaz de promover um aprendizado mais dinâmico, que trabalhe o formalismo próprio da matemática de uma maneira mais atrativa, instigando o aluno em querer aprender e participar da construção do seu conhecimento. Além disso, atividades com jogos matemáticos permitem a vivência das situações pelo aluno, sendo este, o sujeito em seu processo de aprendizagem, como mostra Grando (2000, p. 29), apud Selva e Camargo (2009), ao afirmar que o jogo permite, [...] a exploração do conceito por meio da estrutura matemática subjacente ao jogo que pode ser vivenciada pelo aluno quando ele joga, elaborando estratégias e testando-as a fim de vencer o jogo. Assim, percebe-se que o jogo matemático é um recurso que necessita ser utilizado de forma correta, sendo essencial que o professor conheça o mesmo, estabelecendo objetivos que devem ser observados e alcançados durante sua aplicação, além do fato de que é de extrema importância que esse processo esteja pré-estabelecido no planejamento do docente. Piaget (1976) apud Alves e Bianchin (2010), defendeu que a atividade lúdica seria o berço obrigatório das outras atividades intelectuais da criança, o início de tudo, e poderia tornarse um meio, que contribuiria significativamente, para seu desenvolvimento intelectual. Ele afirma ainda que: O jogo é, portanto, sob as suas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976, apud Alves e Bianchin, 2010, p.284) Assim, percebe-se que trabalhar com o jogo, principalmente com crianças, é de extrema importância para o processo de ensino-aprendizagem da mesma, pois este recurso possibilita dinamizar as aulas, sendo uma forma diferenciada de trabalhar o conteúdo. Dessa forma, o aluno tem possibilidades para desenvolver estratégias, para aprender e resolver problemas. Grando (2000) ressalta que o jogo possibilita um ambiente de interesse para a criança, pois além dos objetos que o constitui, há o desafio das regras impostas pela situação imaginária, o que proporciona um desenvolvimento do pensamento abstrato. Desse modo, tem-se que o jogo é muito mais do que uma forma de diversão e descontração, ele permite a construção de

4 processos cognitivos que fazem a criança pensar, analisar e criar estratégias para alcançar o objetivo do jogo. Além disso, como enfatiza Grando (2000), o jogo possui um caráter competitivo que é capaz de gerar uma situação-problema provocadora, em que o sujeito é incentivado a coordenar diferentes pontos de vista, estabelecer relações e resolver conflitos. Assim, percebe-se o amplo leque de possibilidades que um simples jogo pode proporcionar ao indivíduo, portanto é de extrema importância e necessidade que este método seja trabalhado em sala de aula, principalmente no ensino da matemática, pois possibilita ao aluno criar conjecturas que o auxiliarão na compreensão dos conteúdos e no desenvolvimento do seu processo de aprendizagem. De acordo com Alves e Bianchin, (2010), o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno". Deste modo, a utilização dos jogos possibilita a construção de novas descobertas, favorecendo a concentração, a atenção e a imaginação. As autoras enfatizam que utilizar o jogo como instrumento pedagógico, proporciona ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. Portanto, é de extrema importância que este compreenda os objetivos a serem alcançados na sua prática por meio da utilização do jogo, além de conhecer o que será aplicado com a turma. O jogo nas séries iniciais do Ensino Fundamental pode auxiliar no desenvolvimento matemático, na forma de pensar, na percepção, na compreensão, na formação de conceitos e na atenção do aluno. O jogo deve ser escolhido de forma adequada à idade e ao conteúdo trabalhado, assim, trazendo benefícios para o ensino de matemática. Além disso, o professor surge com um papel fundamental na aplicação do jogo, principalmente nas séries iniciais, pois a criança necessita de orientação para que assim desenvolva as atividades de forma coesa, participando efetivamente da atividade proposta. O minicurso Este minicurso apresenta jogos matemáticos utilizados com alunos dos Anos Iniciais Ensino Fundamental no âmbito do projeto PIBID. Enquanto bolsistas do PIBID, percebemos que o jogo assume um papel de fundamental importância para o ensino-aprendizagem. O minicurso terá duração de quatro horas, com o objetivo de: Apresentar exemplos de jogos matemáticos e discutir sobre a importância da utilização dos materiais lúdicos no ensino

5 de Matemática, além de proporcionar aos participantes uma experiência diferenciada, com o intuito de enriquecer a formação de todos. Durante o minicurso serão apresentados jogos que envolvem diversos conteúdos matemáticos, que exploram uma maneira diferente de se trabalhar e apresentar os conteúdos aos alunos. Podendo assim ajudar no ensino aprendizagem como um método de ensino complementar. A intenção das autoras é de que os cursistas poderão manipular os materiais e jogar. No minicurso serão apresentados os seguintes jogos: * Semáforo; *Jogo do Menor Número; *Nunca 10; *Operações e expressões em jogo; *Tabuada na testa; *Jogo de Memória tabuada; *Jogo Multiplicativo; * Avançando com o Resto: * Divisão em linha; * Multiplicação em Linha; * Adição em linha; * Eu tenho quem tem; * Trilha de Porcentagem; A partir dos vários jogos que serão apresentados, escolhemos dois que serão aqui descritos. Os mesmos possuem possibilidades de abordagens diversas em relação aos conteúdos que podem ser trabalhados, sendo eles o Jogo do menor número e Operações e expressões em jogo. Jogo do menor número O jogo do menor número é constituído de uma tabela dividida em seis partes onde temos unidade, dezena, centena, unidade de milhar, dezena de milhar e centena de milhar e de dez cartões com números de 0 a 9.

6 FIGURA 1 Tabuleiro do Jogo do Menor Número FONTE: Apostila da Disciplina Instrumentação para o Ensino da Matemática A cartela descrita acima pode ser utilizada para um grupo de pessoas, como também pode ser individual, depende da formação que o professor utilizará. O objetivo do jogo é formar o menor número possível. Para jogar, os cartões deverão estar com os números voltados para baixo, os jogadores decidem quem inicia a partida. O primeiro jogador, ou grupo de jogadores, desvira uma das cartas, de 0 a 9, e analisa qual é a melhor posição para colocá-la na cartela, após posicioná-la o segundo jogador, ou grupo de jogadores, age da mesma maneira, e assim sucessivamente até o preenchimento da cartela. Vence o jogo quem obter o menor número. Ressaltamos que o professor tem liberdade de escolher quantos valores posicionais deseja trabalhar. O jogo pode ser usado para trabalhar com classes e ordem dos números, pois por meio dele os alunos visualizam com mais facilidade os valores posicionais, podendo também comparar os números formados. É importante discutir com os alunos a escolha que cada um fez para completar a sua tabela e que método que eles utilizaram para isso, gerando uma ampla discussão entre eles. Operações e expressões em jogo No decorrer do minicurso também iremos apresentar o jogo: Operações e expressões em jogo. O mesmo pode ser jogado individualmente ou em grupos de 2 a 6 alunos. Usa-se três dados clássicos (de 1 a 6), papel, lápis, borracha e a roleta abaixo.

7 FIGURA 2 Tabuleiro do Jogo Operações e Expressões em Jogo FONTE: Apostila da Disciplina Instrumentação para o Ensino da Matemática Inicialmente escolhe-se um aluno ou um grupo para começar, um aluno gira a roleta e joga os três dados. Observando os números que foram sorteados, o mesmo ou, o grupo, tenta encontrar uma expressão numérica com os números dos dados que represente o número sorteado na roleta. Na expressão numérica, poderão ser usadas operações definidas pelo professor entre os três números sorteados no dado, não podendo usar qualquer número mais de uma vez. É importante que as operações estejam relacionadas com o conteúdo trabalhado. A professora, juntamente com os alunos, estipula um tempo limite para a resolução. Assim, se a resolução correta foi feita dentro do tempo, o aluno ou equipe marca um ponto e, se ultrapassado o tempo todos os outros participantes poderão tentar resolver, sendo que quem acertar primeiro marca o ponto desta rodada. A turma deve decidir um número máximo de pontos ou um tempo para o jogo, sendo que o aluno, ou grupo, que chegar ao número de pontos primeiro ou terminar com mais pontos ao fim do tempo do jogo vencerá. Cabe ao professor decidir se fará uma premiação aos ganhadores ou não. Esse jogo é de uma potencialidade muito alta, pois aborda vários tópicos importantes da matemática. As operações são fundamentais para o bom entendimento dos conteúdos mais complexos. Também é trabalhada a relação entre os números, pois após algumas jogadas o aluno irá perceber que opera com os números de diferentes maneiras, podendo ou não obter resultados diferentes.

8 Considerações O presente minicurso foi elaborado tendo em vista a importância do jogo para a complementação e/ou fixação dos conteúdos de matemática. O mesmo pretende motivar a utilização destes materiais lúdicos em sala de aula, considerando que os jogos representam um atrativo para os alunos e mais uma possibilidade metodológica para o ensino da Matemática. É importante que o professor saiba analisar de um modo crítico os jogos que serão utilizados em sua prática docente, para que os mesmos sejam significativos aos alunos e estejam relacionados com o conteúdo que será trabalhado. A introdução de jogos no ambiente escolar tem se mostrado muito importante para o processo ensino-aprendizagem. Eles exercem uma influência positiva sobre os alunos, visto que no momento do jogo há também o envolvimento emocional, tornando a abordagem do conteúdo mais acessível e dinâmica. Espera-se que este minicurso possa contribuir para o enriquecimento da prática pedagógica do professor, afim de que os mesmos reflitam sobre os métodos de ensino que utilizam e consigam adaptá-los conforme as necessidades dos alunos. Referências ALVES, Luciana; BIANCHIN Maysa A. O jogo como recurso de aprendizagem. Rev. Psicopedagogia, SELVA, Kelly R.; CAMARGO, Mariza. O jogo matemático como recurso para a construção do conhecimento. Ijuí, RS: X Encontro Gaúcho de Educação Matemática, GRANDO, Regina Célia. O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula. Universidade Estadual de Campinas, tese de doutorado, Disponível em: ese_grando.pdf. Acesso em 04 jul