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1 ...F... I.;44+? A A I ; "'ut3 Juarvvr0 ESTADO DA PARAÍBA 'ODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. NAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N / 00 7 a Vara da Fazenda Públca da Captal Relator : Des. Saulo Henrqu4ts de Sá e Benevdes. Apelante : Darlan Escore Barrps. Advogado : Flávo Aurelano dc. Slva Neto e outros. Apelado : Muncípo de João '3essoa. Advogada : Paulo Wanderley Camara. AÇÃO DF INDENIZAÇA0 POR DANOS MORAIS E MATERIAIS LUCRUS CESSANTES RESPONSABILIDADE CIVIL POR BURACO EM VIA PÚBLICA OMISSÃO DO ESTADO TESE DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA CULPA NÃO COMPROVADA DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS PROVIMINTO NEGADO. No to2nte à responsabldade cvl do Estado se o prejuízo advém c 4? uma conduta omssva nvoca-se a teora da responsatfldade subjetva. Precedentes. 4) - Em atàr's- omssvos não havendo comprovação da culpa ou dolo por part da Admnstração não há que se falar em dreto a repara çãv. Nas palavras de Celso Antôno Bandera de Melo: "O Estado nto agu não pode logcamente ser ele o autor do dano. E se não fo o autor só cabe responsablzá-lo caso esteja obrgado a mpedr o dano. Isto é: só faz sentdo responsablzá-lo se descumpr'u dever legal que lhe mpunha obstar ao evento lesvo" ("Curso de dreto admnstratvo" Malheros Edtores São Paulo 2092 p. 855). (Resp 54982/CE Rel. Mn. Francull Neto Tu.na Julgado em 06/05/2004 Publcado no DJ 3/05/206 p. 273)..J acma dentfcados. VISTOS RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos ACORD AMa Egréga Tercera Câmara Cível do Colendo Trbunal de Justça do Estado por unanmdade em negar provmento ao recurso. RELATÓ RIO Trata-se apelação cível nterposta em face da decsão do M.M. Juz de Dreto da 7a Vara da E- zenda Públca da Captal (fls.49/52) que nos autos da "Ação Sob o Rto Sumáro para Reparação de Danos Materas Moras e Lucros Cessantes" ajuzada por Darlan Jscorel Barros ora apelante contra o Muncípo de João Pessoa julgou mprocedente o eddo exordal que vsa à condenação da apelada ao pagamento de ndenzação no mo 'tante de R$ (vnte e um ml reas.).

2 4 4. : O apelan.e nas razões recursas de ls. 55/58 aduzndo a responsabldade objetva da apel Ála e reterando a consstênca da provas acostadas alega que o acdente ocorreu em vrtudd'da ausênca de snalzação e conservação da va. A apelalá nas contra-razões de fls. 6/7 pugna pelo desprovmento da apelação reterando a ausênca de comprovação da omssão admnstratva e do nexo de ceusaldade entre a omssão e o dano causado.! Instada a Manfestar-se a douta Procuradora de Justça no parecer de fls. 78/8 opnou pelo prossegundo da ação sem contudo pronuncar-se a respeto do mérto porquanto ausente determnação legal e/ou nteresse públco que justfcasse a ntervenção mnsteral. l' É o relatóro. VOTO:!.! nn Trata-se cé ação em que o apelante vsa à reparação de danos materas moras e lucros cesplantes decorrentes de acdente com veículo de sua propredade provocado pela exsttnca de buracos em va públca. I. Alega qu;... enquanto conduza seu veículo fo subtamente rpreenddo por um buraco no asfalto causado pela forte chuva que caía no momento não _ 7 tendo opções para evtar o evento panoso. Por consegunte alegou que houve omssão por parte do Poder Públco em snalzar os locas p ;judcados pela ação chuvosa e que sendo o período de nstabldade clmátca consderado um fato notóro pela população do muncípo a abertura do buraco em va públca sera presumdamente prevsível afastando desta forma uma eventual alegação da mprev lr'bldade dos fatos (fls. 09). Incalmente é mster ressaltar que o cerne da questão consste em saber se houve ou não responsabldade do muncípo de João Pessoa ante o fato de terem sdo os danos provocados pelos buracos abertos em va públca em momento de forte período chuvoso na captal. O apelantc II colaconando fotos laudo do CPTRAN manchetes de jornas que regstraram a cena 'do ocorrdo e demas documentos comprobatóros da ocorrênca do prejuízo aduz que a responsabldade a ser verfcada no caso é objetva. Vejamos. No tocantx à responsabldade cvl do Estado sabe-se que a regra é a responsabldade objetva (td ra do rsco admnstratvo) segundo a qual o poder públco é obrgado a reparar o ' ano por ele causado por meo de seus agentes. Nessa hpótese basta fcar comprovada c.flocorrênca do prejuízo e o nexo causal entre a conduta e o dano para que haja o dever de 4enzar. É o art da Consttução Federal que consagra a responsabldade objetva da admnstração ao aduzr que "as pessoas jurídcas de dreto públco e as de dreto prvado prestadoras de servços públcos responderão pelos danos que seus agentes nessa qualdadc: causarem a terceros assegurado o dreto de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.". Nas palavras de José dos Santos Carvalho Flho "A norma reforça a sujeção do Poder Públco à respcnsabldade objetva tendo como fundamento a teora do rsco admnstratvo de modo Oe se a Unão ou outra pessoa de sua admnstração causar qualquer tpo de dano no* desempenho de tas atvdades estarão nevtavelmente sujetas ao dever de reparar os respectvos prejuízos através de ndenzação sem que!

3 4 ' I { I. I : II possam trazer em sua defesa G ; argumento de que não houve culpa no exercíco da atvdade. Haverá pos rsco admnstratvo natural nas referdas tarefas bastando assm que o lesado comprove opto o dano e o nexo causal entre o fato e o dano que sofreu. I Todava ão havendo provas de que os estragos na avenda não tveram como causa dreta um alto comssvo da Admnstração públca e que o evento danoso ocorreu em decorrênca.zíle uma suposta ausênca de provdêncas e/ou falta de snalzação torna-se evdente q4 as alegações do apelante têm como fundamento uma conduta omssva da admnstradão. Nesse sentdo alegou o apelante que o dano tera ocorrdo em vrtude da "falta de...udado do Muncípo com a pavmentação e snalzação das vas" segundo se depreende às fls. 56. Sendo asjm conforme já consagrado na doutrna dos grandes jurstas José dos Santos Carvalhc Flho Celso Antôno Bandera de Mello e do reputado mestre Prof. Oswaldo Aranha Bandera a responsabldade a ser apurada no caso exge necessaramente ndagar se a conduta omssva ocorreu em vrtude de culpa ou dolo por parte da admnstração. Trata-se ao revés do entendmento até então adotado nos presentes autos de responsabldade subjetva. Nas palavs de José dos Santos Carvalho Flho: P/ "[...]IN responsabldade cvl do Estado no caso de conduta omssva só.r se dedenhará quando presentes estverem os elementos que caracterzam a a.- culpa [A culpa orgna-se na espéce do descumprmento do dever legal atrbtolo ao Poder Públco de mpedr a consumação do dano. Resulta por cpnsegunte que nas omssões estatas a teora da responsabldade / objet-.ïa não tem perfeta aplcabldade como ocorre nas condutas omsávas"2 I; Corroborando o mesmo racocíno Celso Antôno Bandera de Mello defende a déa de que para confgurar a responsabldade estatal não basta a smples relação entre ausênca do servço (omssão estatal) e o dano sofrdo. Afrma ele "cumpre que haja algo mas: a culpa por neglgênca mprudênca ou mperíca no servço ensejadoras do dano ou então o dolo ntenção de omtr-se quando era obrgatóro para o Estado atuar e fazê-lo segundo um certo padrão de efcênca capaz de obstar ao evento lesvo. Em uma palavra: é necesgro que o Estado haja ncorrdo em lctude por não ter acorrdo para mpedr o dano o ja por haver sdo nsufcente neste mster em razão de comportamento nferor ao padrá legal exgível. "3 Este entenpmento já consagrado pela doutrna majortára encontra respaldo na jursprudênca do Supremo Trbunal Federal conforme se depreende da segunte ementa: "CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL. DANO MORAL. RESRONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO E DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. ATO OMII.;.;SIVO DO PODER PÚBLICO: MORTE DE PRESIDIÁRIO POR OUT O PRESIDIÁRIO: RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: CU9 IA PUBLICIZADA: FAUTE DE SERVICE. C.F. art I - A ltesponsabldade cvl das pessoas jurídcas de dreto públco e das pesso ls s jurídcas de dreto prvado prestadoras de servço públco resposabldade g objetva com base no rsco admnstratvo ocorre dante dos sguntes requstos: a) do dano; b) da ação admnstratva; c) e desde que h ja nexo causal entre o dano e a ação admnstratva. "II - Essa responsabldade objetva com base no rsco admnstratvo admp pesqusa em torno da culpa da vítma para o fm de abrandar ou : CARVALHO FILHO José dos Santos.' I Manual de Dreto Admnstratvo. 2a ed. Ro de Janero: Edtora Lumen Jurs p.426. I 2 Idem Ibdem p Dreto Admnstratvo. 7 8 ed. São Pulo: Malheros p II l

4 a 4 mestj exclur a responsabldade da pessoa jurídca de dreto públco ou da petsoa jurídca de dreto prvado prestadora de servço públco. "III L Tratando-se de ato omssvo do poder públco a respc:asabldade cvl por tal ato é subjetva pelo que exge dolo ou culpa numa de suas três vertentes neglgênca mperíca ou mpodênca não sendo entretanto necessáro ndvdualzá-la dado que bode ser atrbuída ao servço públco de forma genérca a _jalde de sendee dos franceses. "IV - Ação julgada procedente condenado o Estado a ndenzar a mãe do presdáro que fo morto por outro presdáro por dano moral. Ocorrênca da faj f 'te de servce" (STF Segunda Turma RE 7947/SP Mn. Carlos Velo') [grfou-se]. O argumento de que havera responsabldade admnstratva pelo smples fato de ser notoramente onhecdo o período chuvoso que reca sobre a cdade em certos meses não merecer prosper. Admtr-se esta lnha de racocíno sem comprovar a culpa pela omssão sera promov er a responsablzação ntegral da Admnstração Públca dante de qualquer dano provoca+ pelas chuvas nas vas públcas que causassem prejuízos a terceros exgndo do Poder Publco uma conduta próxma à onpresença em todos os locas prejudcados. É precso consderar que somente havera responsabldade da admnstração caso fosse evducada a falta o mau funconamento ou anda o funconamento retardado do servço. No entantd compulsando os autos não é possível conclur se houve de fato omssão do Poder Públc 6 ou se os estragos foram provocados nstantes antes do ocorrdo sem que houvesse sequg tempo sufcente para consderarmos que o muncípo quedou-se nerte em restabelecer à normaldade da va públca ou snalzá-la vsando evtar danos aos seus admnstrados. Em outras palavras não é possível conclur que houve um mau ou retardado funconamento do serv;o públco mas pelo contráro há grandes possbldades dos estragos na avenda terem sèo causados em vrtude das fortes chuvas que caíram nas horas precedentes. Nota-se que este entendmento encontra fundamento nas própras declarações do apelante que na exordal afrmou que em decorrênca da forte chuva "só conseguu enxergar o referdo 4raco quando estava pratcamente em cma" (fls. 04). Corroborando a tese os recortes de jornas locas (fls. 25/26) confrmam o alarmante e excepconal volume pluvométrcd. que assolou a regão naquela época. Portanto abera ao apelante ter promovdo a demonstração da culpa da Admnstração no decorr r da nstrução processual não cabendo aqu extrarmos o entendmento a partr de meras pr sunções. Face ao exposto nego provmento a Apelação. É como Nto. Presdu a l t Sessão o Exmo. Sr. Des. Saulo Henrques de Sá e Benvdes. Partcparam do julgammto além do relator Emnente Des. Saulo Henrques de Sá e Benevdes o Exmo. Dr. uardo José de Carvalho Soares Juz convocado para substtur o Exmo. Des. Genéscn Gomes Perera Flho e o Exmo. Dr. Térco Chaves de Moura Juz convocado para subs..tur o Exmo. Des. Márco Murlo da Cunha Ramos. Procurador de Justça. Presente a r) julgamento o Exmo. Sr. Dr. Marcus Vlar Souto Maor

5 .. João Pesssa 02 de dezembro de v :...t Des. Saulo flenr ues de á e Benevdes. Relator.' j ' ; ț

6 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadora Judcára R4glarado