JORGE ALMIRO ABRANTES DE MENEZES E CASTRO e OUTROS, notificados da contestação do R. BANCO DE PORTUGAL, vêm dizer e
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1 Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa A.: JORGE ALMIRO ABRANTES DE MENEZES E CASTRO e OUTROS R.: BANCO DE PORTUGAL Processo nº 2607/14.0BELSB da 2ª Unidade Orgânica Tipo de peça processual Requerimento N/ Refª Lisboa, 12 de março de 2015 Exmº Senhor Juiz de Direito: JORGE ALMIRO ABRANTES DE MENEZES E CASTRO e OUTROS, notificados da contestação do R. BANCO DE PORTUGAL, vêm dizer e requerer o seguinte: 1. Nos termos do disposto no artº 83º do CPTA na contestação, deve a entidade demandada deduzir, de forma articulada, toda a matéria relativa à defesa e juntar os documentos destinados a demonstrar os factos cuja prova se propõe fazer. 2. O R. ofereceu duas testemunhas e apresentou dois documentos em língua inglesa e alguns documentos em portuguesa. 3. Nos termos do disposto no artº 134º,1 do CPC, aplicável por força do artº 1º do CPTA, quando se ofereçam documentos escritos em língua estrangeira que careçam de tradução, o juiz, oficiosamente ou a requerimento de alguma das partes, ordena que o 1/5
2 apresentante a junte. 4. Os AA. requerem que seja notificado o R. para apresentar a tradução dos documentos que apresentaram em língua inglesa,. 5. Mais requerem que apresente os documentos de que juntou cópias em língua inglesa e que são um documento alegadamente emitido pela Comissão Europeia e os respetivos anexos devidamente assinados ou com autenticidade certificada, porque os que juntaram são documentos apócrifos, sem qualquer valor jurídico, não contendo sequer assinaturas. 6. Dispõe, por outro lado, o artº 84º do CPTA: 1. Com a contestação, ou dentro do respectivo prazo, a entidade demandada é obrigada a remeter ao tribunal o original do processo administrativo, quando exista, e todos os demais documentos respeitantes à matéria do processo de que seja detentora, que ficarão apensados aos autos. 2. Quando o processo administrativo se encontre já apensado a outros autos, a entidade demandada deve dar conhecimento do facto ao tribunal, indicando a que autos se refere. 3. O original do processo administrativo pode ser substituído por fotocópias autenticadas e devidamente ordenadas, sem prejuízo da sua requisição, quando tal se mostre necessário. 4. Na falta de cumprimento do previsto no n.º 1, sem justificação aceitável, pode o juiz ou relator determinar a aplicação de sanções pecuniárias compulsórias, nos termos do artigo 169.º, sem prejuízo do apuramento da responsabilidade civil, disciplinar e criminal a que haja lugar. 5. A falta do envio do processo administrativo não obsta ao prosseguimento da causa e determina que os factos alegados pelo autor se considerem provados, se aquela falta tiver tornado a prova impossível ou de considerável dificuldade. 2/5
3 O processo administrativo que conduziu à resolução do Banco Espírito Santo é, segundo tem vindo a ser anunciado por diversos canais, um processo longo e complexo, que não começou no dia 3 de agosto de 2014, mas começou muito antes. 8. Esse processo administrativo deveria ter sido junto aos autos, nos termos do disposto no artº 84ºdo CPTA. 9. Requerem, por isso, que seja junto aos autos o processo administrativo que conduzir à medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo, em forma integral, como é de lei, ficando, desde já claro que não poderá o R. invocar quaisquer factos que não se contenham nesse processo administrativo. 10. O R. Banco de Portugal juntou também um comunicado sobre a avaliação independente realizada aos ativos, passivos, elementos extrapatrimoniais e ativos sob gestão transferidos para o Novo Banco S.A. na sequência da aplicação de medida de resolução ao Banco Espírito Santo. 11. Os AA. consideram que não houve nenhuma avaliação que possa considerar-se independente, sendo essa uma das questões axiais deste processo, fundamental, nomeadamente para que se possa aferir do cumprimento/incumprimento do princípio de que os 3/5
4 acionistas não podem ser mais prejudicados do que o seriam se houvesse liquidação do património do banco sujeito a medida de resolução. 12. Ora, tal avaliação independente não pode deixar de se considerar um processo administrativo, para os efeitos do artº 84º do CPTA, pelo que, em vez do comunicado, deveria o Banco de Portugal ter junto tal processo de avaliação, de forma completa, para que, sobre o mesmo se possam pronunciar os AA Termos em que requer que o R., Banco de Portugal, seja notificado, para juntar aos autos, também, o processo referente a tal avaliação independente Porque o R. já beneficiou de um prazo adicional de 30 dias e, por isso, deveria ter cumprido, rigorosamente, com o disposto na lei, requer que se notifique o mesmo para juntar os documentos em falta no prazo de 10 dias E.D. O Advogado Miguel Reis 4/5
5 L 5/5
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